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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO
INTERVENÇÃO EM NEUROPEDIATRIA
JULHO 2002
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O PRIMEIRO MÊS
Características:
O bebê está mais alerta, com melhor orientação visual. Ele está
começando a responder e adaptar-se ao vasto ambiente. Isso faz com que o
movimento da cabeça tenha mais propósito tanto em prono como em supino.
O tono e a hipertonia de ombro, quadris e joelhos estão diminuindo,
permitindo a rotação externa. Além disso, eles retornam menos quando
passivamente estendidos (tração). A dorsiflexão de tornozelo também está menor.
Observa-se movimentos randômicos de extremidades, que são
característicos do 1° mês em supino. Em prono, a habilidade do bebê ainda é
limitada para elevar e rodar a cabeça.
Quando tracionado para sentar, as reações são similares ao neonato.
Sentado, o bebê cai, mas a pelve continua perpendicular, com
descarga de peso na borda das tuberosidades isquiáticas. O bebê tenta rapidamente
elevar a cabeça, mas ele ainda não tem controle suficiente para sustentá-la.
A reação positiva de apoio e a marcha automática podem ainda estar
presentes, mas com menor força e permanência.
O bebê gosta das mesmas atividades que o neonato, como as
mamadas, o afago, o contraste branco e preto.
As mãos permanecem fechadas com oponência do polegar.
Posturas:
Supino
A hipertonia dos ombros, quadris e joelhos estão diminuindo, permitindo a
rotação externa, mas ainda apresentam a flexão de cotovelo e retração de ombros.
Pés não tocam a superfície.
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Cabeça
A cabeça cai para o lado, sugerindo um aumento da mobilidade na
região cervical e também há falta de controle simétrico dos músculos do pescoço.
Desta forma, ela permanece com menor freqüência na linha média.
Com o aumento da extensão de cabeça e pescoço, o queixo fica mais
elevado e a cabeça rodada.
A reação de endireitamento cervical ainda pode ser eliciada.
O RTCA pode aparecer durante os primeiros 3 meses mas ele é mais
forte durante o 2° mês. Este reflexo, neste momento, ainda não é obrigatório.
Visão
No 1°mês, como no neonato, os olhos são mais acurados que os
MMSS para a localização de objetos. Assim, os olhos começam a guiar a direção
para as mãos. Segundo Gibson e Schmuckler (1989), trata-se de um processo
segundo o qual os olhos detectam o "affordance" do objeto. "Affordance" é descrito
como um passo perceptual no qual a visão determina as características do objeto, e
se ele é útil para algum propósito da visão.
O bebê tem melhor visão lateral que medial, como nos neonatos, e
acompanha os objetos da lateral para a linha média. Esse acompanhamento ainda
não é fluente, mas também não é espasmódico com no neonato.
MMSS
A gravidade faz aumentar a rotação externa dos MMSS, alongando a
porção anterior do tórax e também dos músculos do braço. A abdução ativa dos
ombros está iniciando.
Observa-se um aumento da mobilidade dos ombros, maior extensão de
cotovelo, porém os dedos continuam levemente fletidos; eles são capazes de
abduzir e extender os dedos, o que é notado particularmente durante a forte
extensão do cotovelo. Von Hofsten (1990) sugere que os movimentos dos braços e
mãos são sinérgicos, pois todas as articulações são estendidas e fletidas juntas. Isso
ocorre até o 2° mês de vida do bebê.
O reflexo de preensão palmar está mantido e, desta forma, os
movimentos ainda não são voluntários e sim vistos em padrão reflexo.
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MMII
O tono flexor de quadril parece diminuir e este torna-se mais estendido.
Ocorre um aumento na abdução e rotação externa do quadril, mas a rotação interna
e adução ativa ainda não são vistos.
A extensão ativa do joelho ocorre com mais freqüência, entretanto, ela
é limitada pela tensão dos tecidos moles.
Há leve diminuição das atividades randômicas de MMII. Os chutes
recíprocos são intercalados com chutes alternados e ambos ocorrem
preferencialmente no ar, e não na superfície. A rotação e abdução de quadril e
dorsiflexão de tornozelo mudam muito pouco durante os chutes.
Thelen (1985) sugere que os chutes não são movimentos randômicos e
que os movimentos das articulações não ocorrem independentemente, mas como
resultado da sinergia dos músculos (estruturas coordenadas). Em outras palavras,
esses movimentos não são voluntários, mas reflexos.
Prono
A flexão permanece presente, mas menos pronunciada que no neonato.
Há um aumento na rotação externa dos MMSS, a abdução e extensão de quadril e
joelho fazem com que os MMII movam-se além do tronco. A coluna está menos
rodada e mais estendida.
Cabeça
A cabeça do bebê continua rodada para o lado. Durante o repouso, há
uma diminuição da flexão do quadril e um abaixamento da pelve. Com isso, diminui
a descarga de peso em face, ombros e MMSS.
A elevação e rotação da cabeça continuam acompanhadas de
hiperextensão, sugerindo o uso continuado dos músculos extensores de cabeça e
pescoço.
Os movimentos da cabeça promovem a excitação do sistema
vestibular, através da reação labiríntica de retificação. Tal estimulação resulta da
contração dos músculos do pescoço, na tentativa de trazer a cabeça para promover
uma orientação em relação à gravidade.
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MMSS
Os MMSS estão mais abduzidos e rodados externamente que no
neonato, e os ombros menos prostrados. As mãos movem-se mais distalmente do
corpo e a pelve abaixada reduz levemente a descarga de peso anterior. A abdução
umeral ativa auxilia na abdução e rotação superior da escápula, causando
lateralização da fossa glenóide ao invés da posteriorização e inferiorização. A
rotação superior da escápula e aumento da rotação externa do úmero permitirão o
desenvolvimento da flexão umeral.
Há aumento da extensão do cotovelo; punho estende e os dedos
mantêm-se levemente fletidos.
Durante a atividade em prono, há um aumento da flexão de quadril e
elevação da pelve, o peso desloca-se para os MMSS, o que inibe a sua
movimentação.
A pelve elevada e o peso transferido para frente fazem com que os
MMSS assumam uma postura primitiva, com as escápulas aduzidas, rodadas para
baixo, elevadas e inclinadas para frente; o que causa a extensão e rotação interna
do úmero. Em bebês jovens isso é normal, mas se torna anormal quando permanece
até os 5 e 6 meses.
O gradual desenvolvimento da extensão de quadril em prono
contribuirá para posterior desenvolvimento da cintura escapular e MMSS,
fornecendo um ponto de estabilidade sinergista.
O ponto de estabilidade sinergista para a elevação da cabeça em
prono parece se desenvolver caudalmente, de ombros para o quadril, com a
abdução do úmero e aumento da flexão e adução horizontal, contribuindo para o
aumento da amplitude e controle da coluna e extensão de quadril.
Os movimentos randômicos, chutes e o arrastar ainda estão presentes,
mas menos vigorosos.
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Sentado
Quando tracionado para sentar, o bebê parece estar mais atento que o
RN, mas ainda falta a ação dos músculos flexores. No entanto, já se percebe um
feedback do sistema vestibular e óptica de retificação, pela tentativa do bebê em
elevar a cabeça.
Há total queda da cabeça e extensão não resistente de MMSS. Os
abdominais e MMII não participam ativamente. A pelve está perpendicular e a
descarga de peso ocorre na tuberosidade isquiática.
Quando sentado, os MMSS não ficam caídos ao longo do corpo. Com
a elevação da cabeça há retração de toda cintura escapular, aumento da flexão de
cotovelo, pronação de antebraço, extensão de punho e leve flexão de dedos. Os
MMII estão fletidos, abduzidos e rodados externamente. Os joelhos estão mais
fletidos que no neonato. A porção lateral da perna ainda não serve como apoio. Os
pés continuam dorsifletidos e evertidos.
O bebê não se mantém nesta posição; a cabeça e tronco caem para
frente até que a cabeça repouse na superfície entre os MMII. No entanto, a posição
da pelve não é afetada por esta flexão exagerada de tronco.
Em Pé
Tal postura não difere significativamente do neonato. No entanto, a
reação positiva de apoio pode ainda estar presente, mas a marcha automática está
diminuída.
A postura em pé é caracterizada pelo aumento do tono extensor que
parece reforçar a tentativa de elevar a cabeça. O aumento da atividade dos
músculos extensores da cabeça e pescoço favorece que a elevação da cabeça e
sua sustentação.
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O SEGUNDO MÊS
Características:
Posturas:
Supino
As atividades funcionais ainda estão um pouco limitadas, consistindo em
girar a cabeça e executar movimentos semi-controlados de extremidades. A atenção
e a busca visual são as 2 atividades mais funcionais do bebê.
Cabeça
A cabeça está raramente na linha média, que pode ser devido ao
aumento da mobilidade da coluna cervical. O queixo fica encostado sobre o acrômio
ou o ombro. Essa rotação é acompanhada pelo aumento da extensão e elevação do
queixo.
A rotação da cabeça pode causar um sutil deslocamento lateral do
peso do corpo para o lado facial, podendo eliciar a reação de endireitamento
cervical. A cabeça é seguida pela rotação do corpo, como um bloco devido à falta de
mobilidade entre as vértebras e dos discos interfisários.
A rotação da cabeça pode estimular os receptores do pescoço e eliciar
o RTCA, causando o aumento do tono extensor no lado facial e do tono flexor no
lado occipital. O RTCA pode aumentar o tono extensor de pescoço e tronco.
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MMSS
Os MMSS estão mais parados, mas movem-se em grandes e variadas
amplitudes. Há um aumento da mobilidade, especialmente na abdução e rotação
externa. Exceto no RTCA, os MMSS apresentam pequena diferença com relação ao
1° mês.
O alongamento é freqüentemente executado como uma resposta
assimétrica unilateral. Von Hofsten (1990) relata que a ação sinergista braço-mão,
vista no neonato, não é tão utilizada pelo bebê no 2° mês.
A mobilidade do cotovelo aumenta porque os flexores de cotovelo
(bíceps braquial, braquiorradial e braquial) são alongados pelo aumento da atividade
nos extensores de cotovelo (tríceps braquial). No entanto, a flexão do cotovelo ainda
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MMII
Os MMII variam completamente quanto a sua posição e padrão de
chutes. A variabilidade é um componente importante do desenvolvimento do
movimento. O bebê não apresenta grande mobilidade como nos MMSS, mas os
MMII ganharam em extensão e rotação externa de quadril e extensão de joelho.
Nota-se, em fase precoce, que o desenvolvimento dos movimentos de MMII parece
seguir a mesma seqüência dos MMSS (que é, rotação externa seguida de abdução).
O bebê freqüentemente assume a posição de flexão bilateral de MMII,
quadril e diminuição da firme flexão de joelho. Os MMII têm menos recolhimento
quando passivamente estendidos. Quando as pernas são estendidas, a abdução e
rotação externa do quadril estão reduzidas; entretanto, os tornozelos mantêm-se em
dorsiflexão.
Os chutes podem ser bilaterais e simétricos. Durante a extensão, os
tornozelos mantêm a dorsiflexão e parecem ser muito pouco afetados pela maior
atividade extensora proximal.
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Prono
A postura prono continua restrita no 2° mês. Apesar do aumento na
mobilidade extensora, o controle extensor antigravitacional não é suficiente para
permitir que a cabeça levante, balance e gire.
Cabeça
O bebê pode rodar a cabeça para o lado. O aumento da mobilidade
cervical permite que a orelha repouse na superfície de contato. Pela extensão da
coluna cervical e torácica, ele pode momentaneamente elevar a cabeça a 45°. A
elevação continua a ser completada pela ação unilateral dos músculos extensores.
O controle bilateral é visto intermitentemente quando o bebê tenta sustentar a
elevação (a contração unilateral resulta numa leve rotação da cabeça, enquanto a
contração bilateral mantêm a cabeça na linha média).
O desejo do bebê em levantar a cabeça e mantê-la ilustra o aumento
do efeito do sistema labiríntico e óptico de retificação.
O levantar inicial da cabeça está mais fácil porque aumentou a força
dos músculos extensores; diminuíram os estímulos de retificação óptico e labiríntico
e a flexão de quadril, o que transfere a distribuição do peso menos no ombro e mais
para a região superior do tórax.
A cabeça elevando, rodando e girando provoca estimulação dos
sistemas visual, proprioceptivo, cinestésico e vestibular, que continuará estimulando
o desenvolvimento antigravitacional.
MMSS
O bebê está começando a usar as mãos para se elevar em prono. Ele
não tem ainda um controle suficiente de cintura escapular para assumir e manter a
descarga de peso nos antebraços. Os ombros e cotovelos ainda assumem uma
posição primitiva, com o cotovelo atrás do ombro, o úmero abduzido, estendido e
rodado internamente. A posição do braço continua associada com adução
escapular, elevação da rotação para baixo e deslocamento anterior.
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MMII
Os flexores do quadril estão suficientemente alongados para permitir o
abaixamento da pelve e o repouso da parte anterior da coxa na superfície. A
abdução do quadril e rotação externa mudaram muito pouco, mas a extensão do
joelho aumentou. Quando o bebê está relaxado, pode ocorrer a flexão plantar do pé.
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Sentado
No tracionado para sentar, o aumento da estimulação das reações de
endireitamento labiríntica e óptica é manifestado pela tentativa passageira de trazer
a cabeça. No entanto, o insuficiente controle muscular dos flexores cabeça/pescoço
resulta na queda da cabeça. Alguns bebês tentam forçar a estabilidade de pescoço
pela fixação visual no examinador.
Os MMSS começam a mostrar alguma resposta quando puxados
passivamente, através de alguma flexão ativa de cotovelo.
Os abdominais e MMII ainda não participam do movimento.
Quando sentado, a coluna está encurvada, mas há uma pequena
elevação da cabeça. A proximidade entre o occipital e os ombros parece indicar que
muito da mobilidade para elevação da cabeça está ocorrendo entre o occipital e a 1ª
vértebra cervical. Se isso é verdade, os músculos extensores capital longo e curto
são os responsáveis primários por esta ação.
A diminuição da hiperextensão da coluna leva ao alongamento do
pescoço. O equilíbrio entre os flexores e extensores cervicais estabilizam a coluna
cervical enquanto os flexores capitais promovem o “chin-tuck”. Para esses músculos
do pescoço trabalharem eficientemente, o tronco precisa ser extendido para a
posição neutra.
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Em Pé
O bebê tem menos controle que no 1 mês. A reação positiva de apoio
e a marcha automática são raramente vistas. A ausência de passos no bebê é
chamado abasia e a dificuldade de descarregar o peso sobre os MMII, é a astasia.
Portanto, a fase astasia-abasia é caracterizada pela inabilidade de suportar o peso
na postura em pé e pela orientação precária dos pés quando em contato com o solo.
O bebê precisa ser segurado no tórax e inferiormente a axilas. Quando
bem suportado, ele eleva a cabeça com hiperextensão. Bem como em idades
precoces, o bebê de 2 meses demonstra maior controle para elevar a cabeça em pé
do que sentado. A elevação dos ombros que ocorre quando o bebê é apoiado
abaixo das axilas pode promover alguma estabilidade para a elevação da cabeça.
O desenvolvimento da atividade extensora descrita em outras posições
é também vista em pé, especialmente nos MMSS. A flexão bilateral dos cotovelos
tem mudado com extensão bilateral dos ombros. O aumento da extensão é visto
também nos punho e nas articulações metacarpofalangianas. As articulações
interfalangianas ainda estão levemente fletidas.
Como ainda há a flexão do quadril, toda cintura pélvica permanece
alinhada posteriormente com relação a cintura escapular, na posição vertical.
A flexão dos dedos pode ser uma resposta para a estimulação
proprioceptiva e tátil para aumentar a estabilidade dos MMII (para fixação).
Entretanto, isso é visto com mais freqüência em bebês mais velhos que estão
descarregando peso nas pernas.
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O TERCEIRO MÊS
Características:
não oferecem resistência para esta flexão para frente, mas a cabeça responde pelo
endireitamento com extensão.
A fase de astasia-abasia já não está mais presente e o bebê consegue
aceitar o peso do corpo nos pés.
O aumento da habilidade motora permite ao bebê interagir com o
ambiente mais eficientemente que aos 2 meses. O bebê pode segurar um chocalho,
que é colocado em sua mão, e trazê-lo à boca, mas freqüentemente ele não presta
atenção no brinquedo.
O bebê continua a bater com força nos brinquedos, especialmente
aqueles que promovem um feedback, como uma bola com sino. Os bebês gostam
de brinquedos os quais eles podem tocar, chacoalhar e balançar, e caricaturas de
face e voz.
O controle de cabeça do bebê aumentou, permitindo o aumento do
controle visual. Ele pode olhar atentamente para um objeto na linha média e
acompanhá-lo por 180 com a extensão da cabeça. Ele também pode olhar
atentamente para as mãos na linha média, o que é um importante passo para o
desenvolvimento da consciência corporal.
Posturas:
Supino
É caracterizado pela simetria e orientação da cabeça na linha média.
Os MMSS assumem freqüentemente a posição de flexão bilateral, abdução e
rotação externa.
As costelas estão mais horizontalizadas porque houve ativação da
musculatura abdominal. Quando, a partir da tríplice flexão, os joelhos se aproximam
do tórax há um aumento na contração abdominal que promove o abaixamento das
costelas.
As escápulas estão mais abduzidas e rodadas, o que as afasta da
coluna e possibilita a união das duas mãos.
Cabeça
Os movimentos da cabeça são mais variados que aos 2 meses e a
orientação simétrica e na linha média estão se tornando mais dominantes. Em
supino, o bebê pode rodar a cabeça de um lado para outro com extensão. A cabeça
pode ser mantida brevemente na linha média, através da contração bilateral dos
músculos capitais (cabeça) e flexores cervicais (pescoço). O bebê está começando
a fletir a cabeça e a realizar o “chin-tuck”.
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MMSS
Há um aumento da rotação externa e abdução da cintura escapular e
na extensão de cotovelo. O punho e os dedos estão mais estendidos e abertos.
A orientação da cabeça na linha média possibilita o posicionamento
simétrico de MMSS bilateralmente. Entretanto, a postura assimétrica não é
incomum. Segundo Von Hofsten (1990), o bebê começa, pela primeira vez, a abrir
as mãos quando estende os braços, mas somente quando ele fixa visualmente um
objeto. Isto parece sugerir que há uma união percepção-ação dos olhos com as
mãos, e também que o bebê não é dominado por movimentos sincrônicos
sinérgicos. Os movimentos dissociados estão começando a emergir.
O bebê pode ativamente aduzir e rodar internamente os ombros para
trazer as mãos ao corpo. Fagard (1990) sugere que este é o início da coordenação
de junção de mãos.
O reflexo de preensão palmar não é muito elicitado pela tração, apenas
se colocarmos um brinquedo na região ulnar da mão. Aos 3 meses, o bebê
apresenta orientação de palma radial.
O bebê começa a usar mais as mãos para explorar sua boca, corpo e
roupas. Esta é uma importante etapa no desenvolvimento da consciência corporal. A
mão-no-corpo e mão-na-roupa, que ocorre acidentalmente, promove uma importante
experiência tátil que ajuda a diminuir o reflexo tônico de preensão e podem
promover a base para o futuro uso das mãos.
MMII
Muitos dos chutes em supino ocorrem no ar, mas alguns, contra a
superfície de contato. Este último promove a elevação do quadril, a extensão
espinhal e o deslocamento do peso lateral. Porém, o quadril ainda não é estendido
porque a flexão ainda é forte. Freqüentemente, o bebê eleva ambos os MMII
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Prono
Com o aumento do controle muscular do pescoço e a estabilidade
adicional ocasionada pelo apoio no antebraço e a extensão lombar, a cabeça é
sustentada quando elevada e por isso, a visão é mais funcional em prono. O uso das
mãos é difícil na posição apoiada porque todo o peso é descarregado nos
antebraços. Como o interesse visual aumentou, a visão direciona os movimentos da
cabeça, que promovem e causam numerosas e sutis experiências de deslocamento
de peso, através do feedback tátil e proprioceptivo.
Cabeça
O aumento do controle da cabeça é resultado de:
1. Aumento do controle muscular;
2. Aumento do efeito da reação de endireitamento labiríntico e óptico;
3. Aumento da amplitude da extensão vertebral, em níveis torácicos e
lombares;
4. Mudança na posição dos MMSS e aumento do controle muscular;
5. Aumento da ação sinergista promovida pelos extensores torácicos e
lombares para estabilizar o tronco;
6. Diminuição da flexão do quadril, pelo alongamento dos flexores, e
abaixamento da pelve.
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O bebê pode elevar a cabeça de 45 para 90 na linha média e mantê-
la sem oscilações. A manutenção na linha média é possível pela a contração
bilateral dos músculos paravertebrais. A extensão de cabeça e pescoço causa um
alongamento simétrico músculos flexores de cabeça e pescoço.
A cabeça pode ser mais elevada porque a coluna torácica e lombar
estão mais estendidas, sugerindo um aumento na atividade da musculatura
paravertebral inferior. Os músculos extensores lombares podem promover uma ação
sinergista para estabilizar o tórax durante a elevação da cabeça.
Uma vez que a cabeça é elevada em prono, os movimentos de flexão
da cabeça deslocam o peso anteriormente para baixo. Como o controle de tórax
anterior e os músculos da cintura escapular ainda não estão totalmente
desenvolvidos, o bebê freqüentemente “desaba" quando a cabeça é fletida.
A rotação da cabeça de um lado para outro causa o deslocamento
lateral do peso. Como a face vira para um lado, o tronco desloca-se sutilmente para
o mesmo lado. Se o peso deslocado for suficiente, o bebê pode vir a rolar.
Com o aumento do controle de cabeça, atenção visual em prono
aumenta. O bebê acompanha um objeto horizontalmente por 180.
MMSS
O apoio no antebraço é possível, sugerindo um o controle do úmero e
músculos da escapula para aumentar a extensão da coluna e quadril. A elevação da
cabeça causa a flexão do quadril; entretanto, quando o peso é deslocado
posteriormente, ele é estabilizado com a extensão ativa da coluna lombar.
Os cotovelos estão alinhados ou na frente dos ombros devido ao
aumento da flexão, adução horizontal e rotação externa do ombro. Isso traz os
braços para frente e na direção do corpo, o que auxilia na elevação do tórax da
superfície, permitindo o apoio no antebraço.
A abdução do úmero parece puxar a escápula em abdução e leve
abertura (asa). Essa abertura sugere que a estabilidade escapular promovida pelo
serrátil anterior ainda não emergiu. A flexão do cotovelo e a pronação do antebraço
ocorrem durante o apoio no antebraço. Os punhos estão levemente estendidos e os
dedos alternam entre uma leve flexão e abertura. O bebê fará os movimentos de
arranhar com os dedos.
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MMII
Os MMII estão freqüentemente simétricos em prono. Há aumento na
extensão e rotação externa de quadril e joelhos. Permanece ainda uma leve flexão
de quadril, impedindo a pelve de repousar totalmente na superfície, e também
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Sentado
No tracionado para sentar, ainda não há total controle da musculatura
flexora antigravitacional ou estabilidade sinergista dos músculos abdominais. A
cabeça cai, principalmente no início do teste, e os ombros elevam. Porém, na
vertical, a cabeça é mantida á levantada devido ao “chin-tuck”, a partir da contração
dos esternocleidomastóideos, e não os flexores capitais.
Para os flexores capitais e do pescoço manterem a cabeça posicionada
durante o tracionado para sentar, o tórax precisa ser estabilizado pela contração
sinergista dos abdominais oblíquos. Sem isso, o tórax e os ombros são elevados na
tentativa de estabilizar a cabeça. Essa elevação dos ombros resulta na
hiperextensão do pescoço.
O desejo do bebê em endireitar a cabeça está indicando a continuação
da maturação das reações de endireitamento labiríntico e óptico. O bebê usa o
endireitamento cervical ou óptico para fixar os olhos no examinador para forçar a
estabilidade da cabeça.
Os MMSS resistem a extensão passiva. Mas ele são ativados de forma
inconstante durante o tracionado com a flexão do cotovelo. Quando essa flexão
ocorre, ela é freqüentemente observada na primeira metade do movimento. Quando
a cabeça torna-se estável e flete para frente, diminui a flexão ativa do cotovelo.
A reação dos abdominais e MMII estão associadas com as outras
descritas.
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Em Pé
Aos 3 meses, a fase de astasia-abasia freqüentemente já desapareceu.
Quando apoiado, o bebê descarrega o peso nos MMII. Essa descarga de peso é
freqüentemente relatada com um grau de abdução. Quando os pés estão juntos, o
bebê sustenta menos o peso do que quando os MMII estão abduzidos.
As escápulas estão aduzidas, com os braços levemente aduzidos e
fletidos para frente, numa tentativa de aumentar a estabilidade de tronco. Quando o
esforço é aumentado para manter a extensão de tronco durante a postura em pé, há
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O QUARTO MÊS
Características:
Posturas:
Supino
O repertório se resume em simetria e orientação na linha média.
Os membros saem da marcada abdução que caracterizou o 3° mês,
para o aumento da flexão ativa com adução. O bebê pode trazer as mãos na linha
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Cabeça
Com o aumento do controle muscular, orientação na linha média
sugere um aumento na maturação dos sistemas de endireitamento labiríntico e
óptico. Entretanto, o bebê ainda não pode fletir e elevar a cabeça
independentemente da superfície de contato. Em adição aos flexores capital e
cervical, elevar a cabeça requer ação sinergista dos músculos abdominais para
estabilizar o tórax.
O “chin-tuck”, que promove o alongamento da musculatura posterior
do pescoço em supino, é um passo no desenvolvimento da estabilidade postural da
espinha cervical. O queixo encaixado possibilita o fortalecimento do músculo cervical
longo, que mantêm firme a musculatura de língua e ATM (supra e infra-hióides).
Sem esta estabilidade da coluna cervical, existe um risco do bebê desenvolver
problemas na fala, respiração e deglutição. De acordo com Kapanji (1974), o
músculo cervical longo vai alongar a coluna cervical e estabilizar a cabeça sobre o
tronco. A musculatura anterior do pescoço (flexores capitais, supra e infra-hióides) é
importante para fletir a cabeça e a coluna cervical. Para que a musculatura da
língua trabalhe de forma adequada é necessário que esses músculos estejam
contraídos, ou seja, esses músculos precisam de uma base sinérgica para que os
flexores e extensores trabalhem bem.
O bebê pode localizar visualmente um objeto sem girar a cabeça. A
emergência da habilidade para fletir a cabeça é acompanhada da capacidade de
fixar o olhar para baixo, que possibilita o bebê em explorar seu corpo.
Rotação ativa de cabeça ocorre principalmente em resposta aos
estímulos visual e olfatório. A reação de endireitamento cervical pode ainda ser
eliciada. Quando a cabeça roda, o corpo acompanha (ou rola) como uma unidade,
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assim a reação de endireitamento cervical torna-se o principal meio para que o bebê
role de supino para decúbito lateral.
A rotação para o lado ocorre freqüentemente quando a cabeça está
fletida. Rotação com extensão também pode ocorrer, mas este é um padrão mais
primitivo, que aumenta a extensão espinhal.
Quando o bebê rola com flexão, a posição neutra de coluna e de
tronco é estimulada. O uso da flexão ou extensão pode influenciar a fixação visual e
a estimulação e o feedback vestibular.
Quando a rotação de cabeça com flexão inicia o rolar para o lado,
ocorre a flexão lateral da cabeça (flexão lateral, que é um movimento puro no plano
frontal, é a combinação da ação unilateral de flexores e extensores trabalhando
juntos). Quando a rotação da cabeça é iniciada com extensão, não ocorre a flexão
da cabeça.
O bebê está começando a dissociar os movimentos dos olhos com a
cabeça durante a localização visual. Isso indica um aumento no controle da
musculatura ocular com estabilidade sinergista postural dos músculos de cabeça e
pescoço. Os bebês que não desenvolveram um controle normal da cabeça têm
dificuldade no desenvolvimento dissociado dos olhos, e assim continua a mover sua
cabeça e seus olhos juntos.
Embora o RTCA possa ser eliciado, ele é raramente observado no 4°
mês devido o aumento do controle simétrico bilateral dos músculos flexores capital e
cervical e o desenvolvimento da habilidade do bebê em usar as mãos na linha média
e olhar para baixo.
O balanço da flexão e extensão antigravitacional (movimentos no
plano sagital) serão incorporados no desenvolvimento da flexão lateral
antigravitacional (movimentos no plano frontal).
Tronco
O tronco em supino é mais simétrico, movendo primariamente como
um bloco em leve flexão ou extensão (movimentos no plano sagital). Os extensores
abdominais e lombares demonstram atividade recíproca quando o bebê alterna entre
flexão e extensão. O bebê está começando a usar os flexores de tronco ativamente
em supino. O controle lateral (plano frontal) e rotacional (plano transverso) dos
movimentos de tronco não são vistos nessa idade.
A anteversão e a retroversão ativas da pelve são uma indicação óbvia
de atividade do tronco no plano sagital. A retroversão é decorrente da contração dos
flexores de quadril e abdominais, particularmente o reto abdominal, que eleva o
púbis. A anteversão é devido a contração ativa dos extensores lombares e iliopsoas,
e alongamento biomecânico dos iliopsoas durante a extensão do quadril.
MMSS
O bebê demonstra um controle ativo de ombros em supino. Durante o
repouso, a posição dos MMSS varia de adução e rotação interna de ombros para
abdução e rotação externa. Como o controle dos músculos em torno da cintura
escapular aumentou, os músculos escapulares podem promover estabilidade
dinâmica para um aumento da variedade dos movimentos de úmero e cotovelos. A
posição de cotovelos varia entre flexão e extensão.
O bebê usa esse aumento no controle motor e visual para tocar mais
partes do corpo.
Esses movimentos de ombro e cotovelo possibilitam que as mãos do
bebê se empenhem em muitas novas experiências táteis e exploratórias. O bebê
desenvolve o controle dos movimentos dos braços e das mãos baseados nas
informações táteis e visual relacionados com as propriedades dos objetos - contato,
direção e distância.
Coordenação olho-mão na linha média aumentou. O bebê está
interessado nas atividades de mão e olho; ele repete várias vezes, e assim aumenta
o controle motor para o alcançar e apreender.
Von Hofsten (1990) relata que o bebê pode fazer uso da visão para
ajustar o final de seu alcance. Com o aumento da coordenação olho-mão, o bebê
tem mais sucesso no alcance de brinquedos que estão próximos ou sobre o tórax.
O bebê em supino geralmente alcança o objeto com pronação de
antebraço e extensão de punho. A agarrar ocorre com uma preensão primitiva ulnar
e um padrão de compressão. O agarrar pode ser aumentado pelo efeito da tenodese
da extensão do punho que facilita a flexão dos dedos.
Quando um brinquedo é colocado no tórax do bebê, seu corpo todo
torna-se ativo e excitado. O alcance inicial parece incluir uma regressão para a
posição mais primitiva de abdução bilateral e rotação externa de ombros. Isto é
35
acompanhado pela adução ativa bilateral, leve rotação interna e flexão dos ombros,
pronação de antebraço e extensão de punho e dedos.
O alcance do bebê em supino parece tornar-se mais coordenado
quando o brinquedo ou a mão que o leva toca o abdome do bebê. Essa pressão,
embora leve, pode promover um feedback que dá um ponto ou referência para o
padrão de alcance, além de alguma estabilidade de tronco para que o peitoral maior
torne-se mais eficiente. O mesmo ocorre quando o bebê segura, por exemplo, a mão
da mãe com a sua mão esquerda e o objeto com a sua mão direita.
O bebê de 4 meses ainda não pode controlar a pronação e supinação
do antebraço. Um objeto pode ser agarrado e trazido para a outra mão. Entretanto,
ele não pode transferi-lo para a outra mão ou manipulá-lo porque ele não tem o
controle de como soltá-lo. Esse relaxamento (soltar) freqüentemente está
acompanhado pela flexão do punho, causando a extensão dos dedos.
O bebê pode bater um objeto através da flexo-extensão de cotovelo.
Esses movimentos são geralmente resultado da participação total do corpo. Usando
a pronação de antebraço e flexão de cotovelo, o bebê pode trazer um brinquedo
para a boca e explorá-lo. Como não pode manipular os objetos com a mão, a
exploração com a boca é importante para o desenvolvimento precoce da consciência
perceptual de fora, tamanho e textura. Também é um importante processo para
diminuir a sensibilidade da língua e boca.
MMII
As pernas movem-se simetricamente e freqüentemente em sincronia
com MMSS. No entanto, os movimentos dissociados de MMII podem ocorrer, mas
os movimentos simétricos dominam o repertório.
Os movimentos de MMII são totalmente sinergistas, com pequenos
movimentos isolados de articulações independentes. Quando o quadril flete, os
joelhos e tornozelos também fletem.
Houve um aumento da extensão do quadril, permitindo que a coxa
toque o solo. Entretanto a flexão do quadril ainda é um grande componente. A
posição de “pernas de rã” ainda está presente mais está sendo modificada pelo
aumento da atividade dos adutores de quadril.
Houve um aumento na extensão de joelho que se desenvolveu devido
a prática dos chutes. Como o bebê estende o joelho com o quadríceps, os
isquiotibiais, o gastrocnêmio e tecidos moles ao redor do joelho são alongados. A
inicial flexão plantar do tornozelo pode ser devido ao alongamento proximal do
gastrocnêmio quando o joelho é estendido.
A inversão/ eversão com dorsiflexão de tornozelo pode ocorrer em
supino. A eversão parece ser o componente mais forte nesta idade. O brincar pé
com pé diminui a sensibilidade tátil dos pés na preparação para o ortostatismo e
aumenta a consciência corporal.
Quando os MMII estão fortemente estendidos, ocorre a anteversão da
pelve e concomitante extensão espinhal. Quando os MMII fletem há um
aplainamento da coluna lombar e retroversão pélvica. Isto é freqüentemente
acompanhado da contração simultânea dos abdominais.
Como todos os músculos femorais fixam a pelve, a pelve deve ser
estabilizada dinamicamente para o fêmur se mova eficientemente. No entanto, a
atividade sinergista dos músculos ao redor da pelve promove sua estabilização
dinâmica, tanto que os músculos pélvico-femurais podem mover o fêmur e os MMII
com dissociação.
Como o bebê pressiona os pés na superfície, o arqueamento das
costas, é resultado da extensão espinhal, anteversão pélvica, semi-extensão ativa
do quadril e deslocamento de peso lateral de todo o corpo. Isso promove uma
experiência proprioceptiva de descarga de peso nos MMII.
37
Prono
A simetria e o aumento na extensão são dominantes em prono.
Extensão de cabeça e pescoço (endireitamento cabeça), extensão espinhal, e
extensão de quadril tiveram um marcado aumento. Esses componentes extensores,
em combinação com o aumento do controle da cintura escapular, possibilitam a
elevação do tórax, arqueamento das costas para baixo, suporte no antebraço, e
ocasionalmente descarga de peso com o braço estendido em prono. Ele pode
mover-se da descarga de peso no antebraço para o padrão prono-extensor, mas
ainda não pode usar as mãos funcionalmente.
A posição “pivô-prono” coincide com o inicio da reação de Landau, que
amadurece no 5° mês.
Cabeça
O bebê pode manter a cabeça indefinidamente em 90° na linha média.
O desenvolvimento da extensão da cabeça, pescoço e coluna tem sido fortemente
influenciado pela maturação do sistema vestibular e reação labiríntica de retificação,
que facilitam a extensão.
O aumento da extensão e alongamento nos extensores possibilita o
deslocamento de peso para as costelas inferiores e abdome. O suporte de peso nos
MMSS e extensores das costelas ajudam a manter o deslocamento posterior do
peso e elevação anterior.
39
Tronco
A cabeça, através da coluna cervical, sistemas vestibular e
proprioceptivo, tem um maior efeito na ativação da musculatura de tronco,
mobilidade e subsequente desenvolvimento. A reação de Landau ilustra muito bem
isso.
A ativação simétrica bilateral é estimulada pela orientação da cabeça
na linha média, somada aos movimentos simétricos bilaterais das extremidades.
Movimentos assimétricos de tronco podem também ocorrer como resultado da
rotação da cabeça em prono, como o sutil deslocamento lateral e ou flexão lateral de
tronco.
40
MMSS
O bebê pode assumir a descarga de peso nos antebraços com flexão
e adução horizontal dos ombros. Como os braços estão mais aduzidos, eles ajudam
a elevar o tórax do chão e deslocar o pelo posteriormente.
Observações clínicas sugerem que os músculos envolvidos na
estabilidade e mobilidade são:
1. Músculos da bainha rotatória (para estabilizar e rodar externamente a
cabeça do úmero);
2. Deltóide médio (para abduzir o úmero);
3. Deltóide anterior e porção clavicular do peitoral maior (para aduzir e
fletir o úmero);
4. Serrátil anterior (para estabilizar, abduzir e rodar para cima a
escápula);
5. Extensores espinhais (para estender a espinha e elevar o tronco).
Se a extensão do cotovelo ocorre, o tríceps braquial é recrutado. A
ação isolada e o alongamento deste músculo não é suficiente. Ele devem trabalhar
em coordenação e sinergia com os outros.
Pivô-Prono
É uma fase inicial da reação de Landau. É caracterizada pala adução
simétrica bilateral da escapula durante a extensão da cabeça e coluna. Esta posição
é freqüentemente assumida quando o bebê tenta alcançar um objeto no seu campo
visual.
A habilidade de alternar entre 2 padrões opostos de movimento
demonstra um processo de maturação.
Bebês que não possuem controle da cintura escapular irão colapsar
quando assumem a postura de pivô.
MMII
O quadril, joelhos e tornozelos estão simetricamente estendidos, mas
não completamente. O aumento da extensão do quadril, a inferiorização da pelve na
superfície, a maior adução e menor rotação externa do quadril fazem com que os
MMII se alinhem com o tronco.
Como ainda falta a completa mobilidade para o iliopsoas, seu
alongamento durante a extensão do quadril causa a anteversão pélvica, o que
provoca um aumento na extensão lombar.
Os adutores de quadril (adutor magno, adutor longo, adutor curto,
pectínio e grácil), que foram alongados proximalmente pela marcada abdução e
rotação externa, agora estão começando a aduzir os MMII no plano frontal.
A extensão do joelho aumentou, sugerindo uma maior atividade do
quadríceps e da mobilidade dos isquiotibiais; além do alongamento do gastrocnêmio,
que contribui para a flexão plantar do tornozelo.
A flexão de quadril alonga os isquiotibiais em sua origem, causando o
movimento em sua inserção (flexão do joelho). A flexão de quadril reduz o
alongamento do gastrocnêmio e permite o retorno à dorsiflexão do tornozelo. A
extensão de joelho alonga os isquiotibiais e causa o movimento em sua origem
(extensão do quadril). O alongamento do gastrocnêmio no joelho causa a flexão
plantar no tornozelo.
O desejo de mover-se, sem o controle para fazê-lo, freqüentemente
resulta nos movimentos randômicos dos MMII.
Rolar
O bebê pode rolar de prono para decúbito lateral e, ocasionalmente,
rolar completamente para supino (o que é mais comum no 5 mês).
A experiência inicial do rolar ocorre freqüentemente de forma acidental,
quando o bebê apoia-se nos antebraços e desloca o peso sobre um deles.
As pernas abduzidas e rodadas externamente impedem o bebê de
rolar. Se os MMII estiverem aduzidos e em rotação neutra, o bebê vai rolar para
decúbito lateral ou supino, quando o ombro entrar em colapso.
Decúbito Lateral
A flexão lateral antigravitacional é muito complexa, e integra
movimentos simultâneos de flexão e extensão. A flexão lateral pura ocorre quando
os flexores e extensores de cabeça e tronco são equilibrados e neutralizam os
componentes rotacionais de cada grupo muscular. Se acaso os flexores ou
extensores forem mais fortes, ocorrerá a rotação da cabeça para o lado do grupo
mais forte.
Para o pescoço fletir lateralmente, os extensores precisam estar
equilibrados com os flexores e os abdominais oblíquos devem estabilizar
sinergicamente o tórax.
A elevação lateral da cabeça é mínima, pois os abdominais oblíquos
ainda não tem seu controle totalmente desenvolvido. A posição em decúbito lateral é
nova para o bebê e os músculos devem descobrir como trabalhar juntos.
Sentado
A estabilidade na postura sentada é precária e a posição é pouco
funcional.
Cabeça
A cabeça está estável na linha média e os extensores capitais ainda
não estão tão ativos como os flexores. O bebê não realiza o “chin-tuck” e o pescoço
não está totalmente alongado. Ele não consegue fletir a cabeça, mesmo quando
apoiado, devido a posição de ombros e tronco para frente. Quando os ombros estão
à frente do quadril, a cabeça automaticamente corrige por ela mesma a extensão.
A rotação da cabeça inicia o deslocamento do peso para o lado facial
e, se o bebê não estiver apoiado, ele cairá. Ele consegue fletir a cabeça
48
Tronco
O bebê mantém a postura sentada semi-ereta a partir da atividade
extensora do eretor da espinha no pescoço e tronco, enquanto o quadril inclina-se
para frente.
MMSS
Quando a adução da escapula é usada como parte do sistema
postural, a função dos MMSS fica limitada. O úmero estende-se para prevenir a
flexão para frente, os cotovelos fletem-se e as mãos mantêm-se levemente abertas,
indicando a falta de esforço.
Quando estabilizado e apoiado na postura sentada, o bebê pode fletir
os braços e trazer as mãos juntas à boca. Se ele é presenteado com um brinquedo,
ele pode fixá-lo visualmente, mas não é capaz de coordenar os movimentos dos
braços para alcançá-lo. Se o brinquedo for colocado na mão, ele geralmente cai; se
acaso for mantido, ele tenta levá-lo à boca. O que freqüentemente ocorre é o bebê
levar a boca ao brinquedo, já que ele não consegue fazer o contrário.
MMII
Observa-se um aumento da mobilidade dos MMII devido à rotação
externa, abdução e flexão do quadril durante a postura sentada. O marcado
alongamento dos adutores do quadril continua a facilitar a flexão de joelho. A
dorsiflexão do tornozelo ainda está presente e é pouco variável.
Em Pé
Quando apoiado ou segurado pelas mãos, o bebê descarrega o peso
nos MMII quando estes estão estendidos. Ele parece se ajustar melhor na postura
totalmente ereta do que sentado. Isso se deve ao total padrão extensor da postura
em pé, oposto à combinação entre os flexores e extensores na postura sentada.
Cabeça
O controle da cabeça é melhor em pé do que sentado, possivelmente
porque o tronco está mais estável graças ao aumento da extensão promovido por
esta postura.
Tronco
O tronco está simetricamente estendido, com uma leve lordose lombar.
Observa-se um aumento na extensão do quadril que, embora fletido, está mais
alinhado com os ombros. Esse aumento da extensão de quadril deve-se a maior
atividade dos músculos extensores (glúteo máximo) e ao acréscimo limitado da
mobilidade do iliopsoas.
MMSS
Os MMSS estão unidos ao sistema postural na posição ereta. Quando
o bebê é apoiado pelo tronco, a escapula aduz, o úmero abduz e desta forma, a
extensão do tronco é reforçada.
Quando o bebê é apoiado pelas mãos, uma leve adução escapular é
mantida enquanto o úmero começa a fletir. O bebê reage com uma preensão
voluntária, que parece aumentar a atividade flexora de todo MS.
MMII
A extensão dos MMII resulta primariamente da contração do
quadríceps. A mobilidade na extensão do quadril aumentou e a contração ativa dos
extensores de quadril (glúteo máximo) está iniciando.
50
O QUINTO MÊS
Características:
Posturas:
Supino
Marcado aumento do controle antigravitacional de cabeça, pescoço,
ombros, abdominais e flexores de quadril, e flexores de cotovelo e joelhos. A
simetria ainda é possível, mas é alternado com atividades voluntárias assimétricas.
O bebê pode trazer os pés para a boca e as mãos para os pés, usando
o controle de MMSS e MMII, o que auxilia no desenvolvimento da consciência
corporal e estimulação tátil.
53
Cabeça
Quando o bebê flete a cabeça em supino, ele faz uso dos flexores
cervicais e capitais e, desta forma, alonga os extensores cervicais e capitais.
Em função do melhor controle da cabeça, o desenvolvimento ocular
também melhorou. O bebê apresenta dissociação entre os movimentos dos olhos e
da cabeça. A coordenação óculo-manual tem aumentado e a visão é agora utilizada
para guiar a fase final de alcance e preensão.
Tronco
Durante a flexão, os abdominais dão estabilidade para a pelve e
ativamente a desloca posteriormente. O alongamento dos abdominais tem
aumentado desde o quarto mês, causando o deslocamento dos glúteos para frente
durante o brincar mão-no-pé. Como o reto abdominal tornou-se mais forte, ele
promove a aproximação do púbis para o esterno. O alongamento dos extensores
espinhais possibilita a diminuição da postura cifótica da coluna torácica.
Os abdominais oblíquos são ativados em supino quando o bebê traz as
mãos e os pés juntos sobre o tórax, e também quando balança as pernas de um
lado para outro.
MMSS
Alcance
Von Hofsten relata que a criança faz uso da visão para ajustar a
orientação das mãos durante a aproximação. No entanto, isso é mais comum no
sexto mês.
A visão pode originalmente operar no modo feedback, promovendo um
alvo para a mão, pela condução dos ajustamentos da mesma uma vez que ela está
no campo visual. A visão também está começando a operar no modo feed-forward
(por exemplo, promovendo os ajustamentos da mão antes do alcance ter começado
ou enquanto está ocorrendo).
O bebê alcança os joelhos, pernas e pés, mesmo eles estando
abduzidos ou aduzidos durante a flexão da coluna. Ele ainda usa a pronação de
antebraço, extensão de punho e extensão de dedos durante o alcance, mas os
antebraços estão começando a rodar quando o bebê está localizando o pé ou perna.
54
Preensão
No quinto mês, a preensão é controlada tátil e visualmente. Os
ajustamentos táteis são realizados após o contato. Portanto, o ajustamento visual
pode ser considerado operante num modo feed-forward, enquanto o ajustamento
tátil opera num modo feedback.
De acordo com Corbetta e Mounoud (1990), o bebê explora tatilmente
um objeto antes de apreendê-lo. Ele também usa a visão para orientar a mão antes
ou durante a fase de localização e alcance do objeto.
Em meses anteriores, o bebê usava uma compressão primitiva
(preensão ulnar) para segurar momentaneamente objetos que eram colocados em
sua mão. Agora, ele desenvolveu uma habilidade para combinar uma aproximação
direcionada visualmente com a preensão palmar voluntária, ou seja, a coordenação
das funções proximais (controle de ombros) com as distais (movimentos dos dedos).
55
Manipulação
É difícil para o bebê manipular objetos com a mão quando em supino.
A inspeção visual freqüentemente substitui a manipulação. O bebê pode fletir os
ombros para trazer o brinquedo para o campo visual, mas falta a estabilidade
dinâmica para a cintura escapular e MMSS a fim de manter a posição e usar os
movimentos de dedos para mover o brinquedo.
A manipulação de objetos pequenos é conseguida em supino quando
realizada com a boca e a língua. Uma vez que o objeto tenha sido agarrado e
explorado visualmente, o bebê pode trazê-lo à boca e explorar sua textura, tamanho,
forma, além de outras características.
MMII
Os MMII podem mover-se com flexão ou extensão simétricas. Eles
podem ser usados para fixar posturas, e assim reforçar a estabilidade durante a
tentativa da manipulação pelos MMSS.
A flexão ativa de quadril aumentou consideravelmente e alcança
aproximadamente 180°. Essa marcada flexão de quadril com extensão de joelhos
possibilita ao bebê trazer os pés para alcançá-los com as mãos no campo visual e
depois, levá-los à boca. Tal atitude promover a consciência corporal, a estimulação
tátil dos pés e a diminuição da sensibilidade dos pés.
O brincar das mãos com os pés, estando as pernas fletidas, possibilita
o desenvolvimento da ação dos músculos diagonais no tronco (abdominal oblíquo) e
causa deslocamento de peso assimétrico na pelve.
O alongamento dos abdominais e iliopsoas é observado através da
sutil diminuição no grau de anteversão da pelve durante a extensão do quadril.
56
estão ativos as costelas permanecem numa posição alargada e o diafragma não tem
estabilidade para a sua contração.
Cabeça
A cabeça rola para o lado freqüentemente a partir de uma leve posição
fletida. Uma vez em dec. lateral, a ação simultânea unilateral dos extensores e
flexores cervicais eleva a cabeça lateralmente devido à estimulação vestibular e
óptica e o desenvolvimento da reação de retificação da cabeça no corpo.
Tronco
Inicialmente o tronco responde como uma unidade total; a rotação da
coluna acompanha a cabeça. Em decúbito lateral, a flexão lateral da cabeça tem um
58
MMSS
O MS de cima pode alcançar para frente e interagir com o ambiente,
mas isso requer contração do serrátil anterior para abduzir a escapula e também dos
músculos da bainha rotatória, deltóide e peitoral maior para controle do úmero.
Abdução escapular e prostração da cintura escapular facilitam a rotação espinhal e
deslocamento de peso lateral.
O bebê pode fazer a junção de mãos, bem como trazer as mãos para
os joelhos e os pés. Houve melhora na habilidade para alcançar e interagir com os
brinquedos. Como feedback, o espetáculo causa-efeito sobre os brinquedos
encoraja o bebê a praticar o rolar e o alcance. A motivação e a prática são
componentes importantes para o desenvolvimento motor mais adiante.
Se a cintura escapular mantém-se retraída em supino e o serrátil
anterior não é ativado (como freqüentemente ocorre no uso prolongado do RTCA), o
bebê encontrará dificuldade ou impossibilidade para rolar em dec. lateral e falhará o
feedback sensorial, cinestésico e motivacional promovido por esta posição.
MMII
O rolar é iniciado pela flexão de quadril e joelho, que são mantidos em
dec. lateral. Uma vez nesta postura, os joelhos estendem-se pela contração do
quadríceps, promovendo o alongamento dos isquiotibiais.
O MI de cima é mantido em abdução e flexão. A pelve deve ser
estabilizada pela atividade sinergista dos oblíquos abdominais para o MI de cima
aduzir.
Os movimentos da pelve (inclinação, rotação e flexão lateral) que
acompanham a mudança dos movimentos dos MMII requerem a mobilidade da
coluna lombar e da articulação do quadril.
59
Prono
A postura prono é uma posição funcional para o bebê. A extensão é
forte, mas ela é equilibrada por componentes flexores.
A reação de endireitamento cabeça sobre o corpo é especialmente
usada em prono quando o bebê desloca seu peso lateralmente. A estimulação tátil
assimétrica que ocorre durante o deslocamento lateral do peso causa o ajuste da
cabeça pela lateralização, fletindo em direção do lado suportado.
No quinto mês, as reações de equilíbrio estão começando a ocorrer em
prono.
Cabeça
O bebê pode estender, rodar e fletir lateralmente a cabeça em prono. A
maior parte do tempo ele usa a estabilidade da cintura escapular como a base para
esses movimentos de cabeça.
60
Tronco
O abdome inferior, pelve e quadril são agora o ponto de apoio para a
elevação do tronco e para descarga de peso com os braços estendidos. A extensão
na área lombar pode ser exagerada devido o aumento da ativação dos músculos
extensores lombares. A anteversão da pelve está reduzida pelo aumento da adução
dos MMII, do alongamento dos flexores do quadril e pela sutil contração abdominal.
O bebê ainda usa a postura “pivô-prono”, que é um componente da
reação de Landau. No quinto mês, tal postura é descrita como “swimming” porque
embala o movimento e a alternância entre adução e abdução escapular durante a
extensão. O aumento no alongamento e controle de tronco permite que os MMSS
fiquem livres do sistema postural.
De acordo com Kapanji (1970), a flexão bilateral para frente dos MMSS
causa um aumento na lordose lombar, ativa a musculatura espinhal e alonga o
grande dorsal que mecanicamente estende a coluna. A lordose é mais marcante
durante a flexão do ombro por volta de 150°. Como o grande dorsal insere-se em T7
e nas vértebras torácicas inferiores e lombares, as colunas torácica e lombar
estendem-se quando o grande dorsal é alongado.
MMSS
O controle da cintura escapular e ombro possibilitam ao bebê empurrar
o corpo com os braços estendidos. O músculo eretor da espinha estende a coluna e
eleva o tórax enquanto o peitoral maior (porção clavicular) aduz o úmero em sinergia
com os músculos escápulo-umeral (serrátil anterior, trapézio superior e inferior,
61
MMII
A forte extensão do tronco e alcance para frente com ambos os braços
depende de uma forte extensão do quadril para ancorar a pelve e desta forma, o
tronco.
Os MMII são menos ativos que os MMSS. A sutil extensão ativa
continua no quadril, joelhos e tornozelos, o que é facilitado pelo empurrar com
braços estendidos, pela maturação da reação de Landau e pelo embalar em prono.
Existem 5 músculos primários extensores do quadril que apesar de
todos produzirem a extensão, eles tem diferentes efeitos de rotação. O glúteo
máximo e bíceps femoral estendem o quadril com rotação externa. O semitendinoso,
semimembranoso e adutor magno estendem o quadril com rotação interna, que
raramente vista no quinto mês. Isto pode ser devido a um tecido conjuntivo firme que
impede tal movimento.
A extensão de quadril nesta idade é devido, em menor parte, ao glúteo
máximo. Durante a extensão ativa do joelho pelo quadríceps, os isquiotibiais são
alongados. Como estes participam de 2 articulações, durante a extensão do joelho
ocorre o movimento no quadril.
O bebê está começando a fletir os joelhos contra a gravidade quando o
quadril é estendido em prono. Esse movimento de dissociação no plano sagital
ocorre quando a coxa é estabilizada em extensão e rotação neutra e os isquiotibiais
tem alongamento suficiente para elevar a perna.
Os tornozelos estão começando a alternar mais entre a dorsiflexão e
flexão plantar. Esta alternância parece ser fortemente afetada pela ação no quadril.
Cabeça e tronco
Como o bebê pratica o alcance unimanual, a assimetria de cabeça e
tronco emerge.
A reação de retificação da cabeça sobre o tronco ocorre como
resultado da estimulação tátil assimétrica para o corpo.
No entanto, durante o alcance unilateral em prono, o deslocamento
lateral do peso e a estimulação tátil assimétrica podem produzir a reação de
64
MMII
A posição de flexão, abdução e rotação externa de quadril, e
dorsiflexão de tornozelo com eversão promove uma estabilidade posicional que
previne ou controla o deslocamento lateral do peso.
Rolar
O bebê pode rolar (eventualmente cair) de prono para supino. A
extensão da coluna e cabeça, adução escapular e a habilidade de descarregar o
peso nos antebraços contribuem para o rolar.
O rolar de prono para supino usa a extensão como componente
primário; no entanto, ela ocorre antes do rolar de supino para prono, que usa a
flexão como componente primitivo.
Se o peso é deslocado muito longe ou muito perto, ou se a posição do
braço não consegue controlar a descarga de peso, o bebê não pode sustentar o
deslocamento do peso e cai em supino. Ele pode tentar recuperar o equilíbrio com o
endireitamento lateral da cabeça, mas o componente extensor é tão forte, que o
bebê continua a rolar para supino.
Reações de Equilíbrio
O bebê ainda não tem as reações de equilíbrio em prono. No entanto, a
tentativa do bebê em contrabalancear o rolar de prono para supino são precursores
do endireitamento corporal e das reações de equilíbrio em prono. Quando os
flexores estão em equilíbrio com os extensores, ocorre um aumento a flexão lateral
da cabeça e tronco, permitindo que o bebê endireite o corpo antes de um
deslocamento de peso significativo.
Cabeça
O endireitamento da cabeça em supino está mais forte devido a
maturação das reações de endireitamento óptico e labiríntico, porém, elas ainda
estão incompletas. O bebê continua a usar a fixação visual para reforçar a
estabilidade da cabeça e ainda não pode elevar independentemente a cabeça em
supino. O bebê pode fletir a cabeça e elevá-la quando agarra ativamente os dedos
do examinador.
A flexão e elevação da cabeça são conseguidas com simetria; assim a
contração simétrica bilateral dos flexores capitais, flexores anteriores do pescoço,
esternocleidomastóideos e abdominais promovem uma estabilidade sinergista para a
caixa torácica. Os flexores capitais contraem-se primeiro para fletir a cabeça e
manter o “chin-tuck”, enquanto os esternocleidomastóideos contraem para fletir a
coluna cervical e elevar a cabeça.
Leve elevação dos ombros e da cintura pélvica ilustra a falta do total
controle abdominal para estabilização.
Tronco
Os abdominais (reto abdominal, oblíquos internos e externos)
contraem-se fortemente durante o tracionado para sentar. Com a estabilização da
caixa torácica numa posição inferiorizada, os abdominais podem estabilizar e fazer a
retroversão da pelve, facilitando a flexão do quadril. Os abdominais contraem em
sinergia com o peitoral maior.
MMSS
O bebê pode ativamente agarrar o dedo do examinador e fletir os
cotovelos na tentativa de tracionar-se.
A adução bilateral da escapula freqüentemente não ocorre durante as
fases iniciais do tracionado. Os músculos do cotovelo, e não os músculos
escapulares, é que fazem esse trabalho. A adução escapular bilateral, no entanto,
pode ocorrer no final do movimento.
68
MMII
Os MMII fletem-se bilateralmente quando os abdominais contraem-se
fortemente.
Sentado
O bebê demonstra aumento no equilíbrio entre os flexores e
extensores. Sentar ereto no quinto mês é possível somente quando as mãos do
bebê ajudam ou o tronco é apoiado. O bebê pode manter a extensão do tronco com
o “chin-tuck”, os braços fletidos para frente e as escápulas abduzidas.
Cabeça
O bebê tem bom controle de cabeça. Ele pode fleti-la enquanto
mantém a extensão cervical e pode rodá-la sem afetar o equilíbrio.
Tronco
Os músculos extensores de tronco ainda são um grupo muito forte. Isto
é demonstrado pelo contínuo uso da postura inclinado para frente, que elimina a
necessidade da ação dos abdominais e o uso dos músculos extensores.
O tronco está ereto, a pelve está perpendicular e o bebê pode manter o
peso sobre as tuberosidades isquiáticas, porém a coluna ainda não está totalmente
estendida. A coluna lombar é cifótica devido a falta da atividade da musculatura
extensora.
O bebê tem mínima mobilidade rotacional e lateral da coluna quando
sentado.
MMSS
Quando o bebê é segurado pelas mãos, a ativação da musculatura
flexora é reforçada e balanceada pela ativação da musculatura extensora. Quando o
aperto da mão é liberado, o bebê irá aduzir a escápula para estabilizar e cairá para
frente.
69
MMII
As pernas mantêm-se com flexão, leve abdução e rotação externa de
quadril, com flexão de joelhos e dorsiflexão de tornozelos. A posição do fêmur em
relação à pelve causa alongamento dos isquiotibiais na sua origem e assim,
aumenta a flexão do quadril.
Cabeça
O bebê mantém a cabeça ereta e firme durante a postura. Ele pode
ativamente estender, rodar e fletir a cabeça sem tornar-se instável.
Tronco
Os músculos do tronco são muito ativos durante a postura sentado
apoiado nos MMSS, promovendo uma adução escapular desnecessária para
reforçá-la. Os músculos eretores da coluna cervical e torácica contraem-se
bilateralmente e simetricamente para endireitar a cabeça e o tronco e prevenir o
colapso para frente. Os abdominais não estão ativos durante esta fase do sentar.
Isto é compensado pela inclinação do tronco para frente.
Os músculos extensores capital, cervical e da coluna torácica são
ativos no sentar. A coluna lombar ainda continua fletida
MMSS
O bebê tem controle suficiente de cintura escapular e cotovelo para
reforçar o sistema postural e promover a estabilidade para os MMSS quando
sentado inclinado para frente. De acordo com Barnes et al. (1978), o apoio nos
MMSS é eventualmente uma reação de suporte positivo que tem mostrado
progressão no desenvolvimento em prono. Assim, sentado com apoio nos braços
estendidos ocorre ao mesmo tempo que a descarga de peso com braços estendidos
em prono.
O apoio nos MMSS sentado requer componentes de movimento
similares à postura prona. Há ativação bilateral dos mesmos 4 músculos: serrátil
anterior, músculos da bainha rotatória, peitoral maior e tríceps braquial. Apesar de
similares, os requerimentos posturais são muito diferentes.
MMII
Os MMII promovem uma estabilidade para a independência no sentar
devido ao aumento na abdução e rotação externa de quadril, que promove uma
base de suporte alargada e estabiliza a pelve de marcado deslocamento
significativo.
Como os extensores de quadril tornaram-se mais ativos, eles contraem
para trazer a pelve na posição perpendicular e estabilizá-la.
Touwen (1976) notou que o controle do quadril está diretamente
relacionado ao equilíbrio na postura sentado.
Em Pé
O bebê pode manter a postura ereta quando apoiado pelas mãos ou
pelo tronco. Ele usa este aumento do controle proximal para mover a cabeça e
MMSS propositadamente. Ele está começando a alternar entre a extensão do joelho
e o colapso. E também, começando a usar os movimentos no plano sagital para
mover o corpo sobre os MMII, o que promove um novo feedback proprioceptivo e
cinestésico.
Cabeça
O controle de cabeça já está totalmente desenvolvido. O bebê pode
estender, fletir e rodar a cabeça, usando todos os músculos que se tornaram ativos.
Os movimentos da cabeça afetam todo o corpo. A extensão da cabeça
aumenta a extensão da coluna. A flexão alonga os extensores capitais e possibilita o
alongamento do pescoço. A rotação da cabeça tem aumentado e afeta o tronco e
MMII, causando rotação de vértebras adjacentes.
Tronco
A extensão ativa esta aumentada ao longo de todo o tronco. Os
músculos extensores da lombar e quadril tornaram-se ativos, promovendo um
aumento na lordose lombar. Não há atividade abdominal em pé.
MMSS
Quando apoiado no tronco, a adução da escapula não é muito
necessária para reforçar a estabilidade postural; no entanto, os braço podem mover-
se frouxamente nos lados ou em leve abdução sem elevação dos ombros.
Quando as mãos do bebê são seguradas, flexão de cotovelo, mais que
adução da escápula, é usado para manter a posição.
A elevação escapular freqüentemente não ocorre, sugerindo contração
ativa do trapézio inferior para depressão da escápula.
72
MMII
O bebê descarrega todo peso do corpo nas pernas estendidas. As
pernas estão agora alinhadas com o corpo no plano frontal. O quadril está abduzido
e levemente rodado externamente, os joelhos estão estendidos e os pés estão
apoiados e levemente pronados e evertidos.
No plano sagital, é obvio que o quadril ainda não está alinhado com os
ombros. A extensão do quadril ainda não é completa. A falta do alongamento do
iliopsoas e os músculos extensores lombares ativos são responsáveis pelo aumento
da lordose lombar.
A contração do quadríceps é aparentemente forte; o bebê está
começando a fletir os joelhos pelo relaxamento da atividade extensora e colapso na
flexora.
Da posição fletida, o bebê pode re-extender os joelhos pela contração
do quadríceps. Ele está experimentando uma nova habilidade de alternar entre a
contração e o relaxamento de músculos específicos, sem causar um distúrbio nos
músculos do resto do corpo. Esses movimentos promovem uma estimulação
vestibular, proprioceptiva e cinestésica. A alternância na atividade de contração-
relaxamento do quadríceps pode ser a precursora do saltitar, que é observado
meses mais tarde.
73
O SEXTO MÊS
Supino
Cabeça
Quando o bebê está em flexão, os músculos flexores capitais e cervicais
contraem-se enquanto os extensores capitais e cervicais são alongados. O
alongamento desses músculos e de todos os extensores espinhais torna-se
exagerado tanto que o glúteo é elevado no brincar de mão-no-pé e mão-para-boca.
No 6º mês, o bebê pode ativa e independentemente fazer o chin-tuck e
elevar a cabeça contra a gravidade, sem primeiro agarrar com as mãos para reforçar
a flexão de cabeça, como no 5º mês. A elevação da cabeça demonstra um controle
antigravitacional dos músculos flexores capitais e cervicais, e estabilidade sinergista
de tórax pelos músculos abdominais. Quando a contração abdominal é suficiente, a
elevação dos ombros não ocorre com o levantar da cabeça.
O aumento do controle dos músculos capitais e cervicais e o aumento da
mobilidade espinhal levam a um aumento do controle da cabeça e a movimentos
dissociados entre cabeça e tronco. Consequentemente, a reação de endireitamento
cervical não é mais eliciada, mas as reações óptica e labiríntica de retificação, da
cabeça sobre o corpo e do corpo sobre o corpo continuarão a ser ativadas.
Tronco
Durante a flexão, há mínima flexão espinhal, embora os abdominais
estejam ativos (reto abdominal, oblíquos externos e internos). O reto abdominal
eleva a púbis e a traz em direção ao esterno, e simultaneamente, causa o
alongamento dos extensores lombares. Os oblíquos abdominais também se
contraem e contribuem para a elevação púbica em adição à promoção da
estabilidade torácica e pélvica, que permite a adução de MMSS e flexão de MMII.
Quando os MMII inclinam para o lado, os oblíquos trazem a coluna
para a linha média e ajudam para que ela seja mantida. A ativação e
desenvolvimento dos oblíquos abdominais são importantes para a rotação isolada
da pélvis, estabilidade dinâmica e movimentos recíprocos de MMSS e MMII, o
desenvolvimento das reações de equilíbrio, definição da caixa torácica e respiração.
MMSS
No 6º mês os MMSS parecem mais fortes e com maior controle voluntário
da musculatura que no 5º mês. Isso pode ser devido ao aumento do controle da
78
MMII
A flexão dos MMII em supino ocorre com os quadris mais aduzidos e
menos rodados externamente que no 5º mês. O bebê está apto a trazer os quadris
em flexão de 90 com equilíbrio na contração de flexores e extensores de quadril.
A extensão ativa de joelho pode alongar os isquiotibiais, e
consequentemente causar a extensão do quadril, e alongar o gastrocnêmio,
causando a flexão plantar do tornozelo.
Quando o bebê brinca na posição das mãos segurando os pés, ele
proporciona a integração da ação muscular dos dois lados do corpo e os
movimentos na linha média. Isso permite o desenvolvimento da ação dos músculos
diagonais do tronco e causa um deslocamento de peso assimétrico na pelve.
O bebê pode dissociar os movimentos dos MMII quando coloca um pé no
joelho oposto, promovendo uma estimulação tátil.
79
Alcance em supino
O controle dos músculos da escápula está muito bom no 6º mês e
promove a estabilidade para o úmero. O bebê pode ativamente fletir e aduzir os
ombros com leve rotação externa, além de controlar e parar o movimento para
qualquer lugar, permitindo o alcance mais preciso. O bebê pode alcançar um objeto
com uma ou ambas as mãos. A preensão palmar ou uma preensão palmar radial é
usada; além disso, a manipulação é limitada.
Para alcançar em supino, o bebê estende o cotovelo com rotação neutra.
A supinação do antebraço com o cotovelo estendido é observado quando há um
aumento da rotação externa do ombro.
Os punhos encontram-se estendidos, os dedos levemente estendidos e
abduzidos e o polegar está começando a estender e abduzir. O bebê pode usar
marcada extensão e abdução de dedos quando alcança objetos não familiares;
então ele usa a informação tátil e visual para agarrar o objeto. Se o objeto for
familiar, a informação visual pode ser usada para acomodar a mão. No 6º mês os
ajustes preparatórios da mão ocorrem na fase de alcance.
80
Preensão
No 6º mês, o fechamento da mão no objeto é controlado tátil e
visualmente. O bebê pode tocar e sentir o objeto antes de apreendê-lo ou pode
confiar somente na informação visual para começar a agarrar o objeto. Ele pode
usar a preensão palmar ou radial, dependendo da forma do objeto. No 6º mês ainda
faltam graduação e controle da musculatura de punho e dedos; entretanto, o bebê
pode soltar um objeto uma vez que a mão tenha agarrado.
Manipulação
No 6º mês falta na mão a habilidade para a manipulação. O bebê pode
agarrar um objeto com uma mão e explorá-lo com a outra. No entanto, muitos
objetos ainda são manipulados (explorados) primariamente pela boca e língua; e ele
pode usar a face e a boca como ponto de estabilidade para transferir o objeto de
uma mão para a outra.
Equilíbrio em supino
O bebê no 6º mês está começando a desenvolver e utilizar as reações de
equilíbrio em supino. A expressão das reações de equilíbrio requer controle
antigravitacional dos músculos flexores.
Tradicionalmente, as reações de equilíbrio – especialmente reações de
inclinação – têm sido consideradas um feedback que é eliciado quando ocorre um
distúrbio no centro de gravidade e o sistema vestibular é estimulado. Eles são
freqüentemente testados numa prancha de equilíbrio.
As reações de equilíbrio também incluem o controle motor por
feedforward. Quando o feedforward é usado, o bebê pode ajustar a postura para o
deslocamento do peso, o qual sugere que o bebê pode antecipar esse deslocamento
e o distúrbio que será causado.
O feedback é demonstrado quando o bebê ajusta sua postura uma vez
que o peso já foi deslocado. Por exemplo, em supino quando os MMII são fletidos
inicialmente para um lado, o bebê pode cair para o lado e então ele se reajusta para
assumir a flexão em supino. O feedback ajuda o bebê a entender as conseqüências
do deslocamento do peso, o qual eventualmente falta no feedforward.
Rolar
No 6º mês, o bebê pode rolar de supino para prono.
Iniciando o rolar
O rolar de supino para prono é iniciado pela flexão, rotação e
deslocamento lateral do peso. Esses componentes ocorrem mais freqüentemente na
cabeça e em MMII.
A cabeça roda e sutilmente flete. O MS de cima atravessa o corpo, a partir
da flexão e adução de ombro com abdução escapular. O MS de baixo mantêm-se ao
lado do corpo, freqüentemente com flexão de cotovelo.
Os MMII movem-se com flexão de quadris bilaterais e simétricos e
extensão de joelho. Esse movimento também é observado no 5º mês.
Os movimentos de flexão da cabeça, MMSS e MMII ajudam a facilitar a
flexão de tronco e contração abdominal. A ativação dos oblíquos abdominais é de
importância primária para a fase de transição.
82
Transição no rolar
O bebê usa o decúbito lateral para fazer uma transição da flexão simétrica
para a extensão, o qual é necessária para completar o movimento para prono. Essa
transição é feita através da ativa flexão lateral, que combina os músculos flexores e
extensores.
A flexão lateral da cabeça contra a gravidade é resultado:
1. Reação óptica de retificação (feedback visual é usado para
orientar os olhos com o horizonte);
2. Reação labiríntica de retificação (com a estimulação do sistema
labiríntico, a cabeça trazida para uma posição de apoio contra a gravidade,
resultando na retificação lateral da cabeça);
3. Reação da cabeça sobre o corpo (estimulação tátil assimétrica
para o corpo causa o endireitamento da cabeça por ela mesma, assim também
estimula uma resposta de retificação lateral da cabeça).
A flexão lateral da cabeça requer ação sinergista dos oblíquos abdominais
para estabilizar o tórax. Os abdutores de quadril também são necessários para
estabilizar a pelve e promover um apoio para a elevação do tronco.
Em decúbito lateral, ambos os braços estão aduzidos. Como a cabeça e
tronco fletem lateralmente, com a descarga de peso o úmero abduz e pode assistir
com o tronco levantando. Como o tronco é deslocado de lado, o peso é tirado do MS
de baixo, liberando-o para a abdução para frente e deslocamento para cima do
corpo para assumir uma posição de descarga de peso no antebraço.
Em decúbito lateral, os MMII mudam de uma posição simétrica para uma
assimétrica dissociada. O MI de baixo estende enquanto o de cima abduz.
Completando o rolar
O final do rolar é acompanhado de extensão, que ocorre a partir da
posição fletida lateralmente.
A posição da cabeça muda da flexão lateral para a rotação e extensão
enquanto o tronco muda da flexão lateral para extensão simétrica. O alongamento
do tronco na flexão lateral anterior é possibilitado pela flexão para frente do MS do
mesmo lado (o qual alonga o grande dorsal) e ativação dos extensores da coluna.
Ambos os MMSS fletem para frente e aduzem os ombros para uma
posição de descarga de peso. O MS de baixo move-se da adução de lado para a
83
Prono
Em prono, o bebê está mais funcional e móvel que no 5º mês. Ele já tem
forte controle extensor antigravitacional. A reação de Landau está madura; a
extensão da cabeça reforça a extensão de coluna e quadris.
84
Cabeça
No 6º mês, o controle da cabeça está totalmente desenvolvido. Quando
com os braços estendidos ou sobre os antebraços, o bebê pode estender o pescoço
e fletir a cabeça ou fazer o chin-tuck, promovendo o alongamento do pescoço. A
depressão da cintura escapular e alongamento do pescoço sugerem atividade do
trapézio inferior.
Tronco
A extensão de coluna e quadril aumentou, permitindo que o bebê
empurre-se mais alto com os braços. Os extensores do quadril agora estabilizam
ativamente a pelve e promovem apoio e estabilidade para a elevação para frente.
A anteversão pélvica está reduzida pelo aumento da adução e extensão
do quadril e pela ativação sinergista dos abdominais. Os abdominais promovem a
estabilidade anterior para a pelve e contraem em sinergia com o glúteo máximo
durante a descarga de peso com braços estendidos.
MMSS
Os mesmos músculos estão mais fortes e trabalham com mais eficácia
que no 5º mês.
O tríceps braquial contrai para estender o cotovelo. Os punhos estendem
biomecanicamente, e a extensão dos dedos aumentou.
Com a rotação da cabeça, o peso do lado facial é deslocado para o lado
ulnar, liberando os dedos radiais. No outro braço, o peso é deslocado para o lado
radial, alongando a musculatura tenar.
86
MMII
Ocorre a extensão ativa de quadris, joelhos e tornozelos quando o bebê
empurra-se com os braços estendidos. A extensão ativa de quadril (glúteo máximo)
e a contração dos abdominais trabalham juntas para neutralizar e estabilizar a pelve.
A dissociação de MMII é bem mais comum que a simetria no 6º mês.
A dorsiflexão de tornozelo e a flexão plantar ainda ocorrem em sincronia
com a flexão de quadril e joelho.
Pivoteio em prono
O bebê usa esta nova habilidade para deslocar o peso com os braços
estendidos e permite que o bebê alcance e mova-se sem rolar.
Até agora, o alcance em prono tem sido acompanhado levemente pela
flexão do ombro para frente, com um brinquedo na linha média. Esta é a primeira
experiência de alcance em prono com abdução/adução de ombros. O movimento do
corpo sobre o braço é outra nova experiência de descarga de peso sobre MMSS.
O interesse visual freqüentemente influencia o bebê a rodar e fletir
lateralmente a cabeça, estimulando a flexão lateral da coluna. A extensão da coluna,
87
MMSS
Os MMSS utilizam muitas combinações de novos movimentos durante o
pivoteio.
A flexão lateral de cabeça e tronco causa o deslocamento do peso para o
MS do lado facial, resultando num aumento da adução de ombro. O MS do lado
facial aduz e puxa o corpo sobre o braço. O outro MS abduz e empurra o tronco para
longe do braço. Os cotovelos mantêm-se semi-fletidos. Os punhos estendem.
Se o punho está alinhado com o antebraço, o peso será deslocado para o
lado ulnar da mão, liberando os dedos radiais, e o ombro rodará externamente. Se o
punho está desviado para o lado ulnar, o deslocamento lateral do peso pode ser
bloqueado. O desvio ulnar do punho é usado para quando o bebê tem dificuldade
em controlar o deslocamento do peso, geralmente os de baixo tono e também
naqueles com desenvolvimento anormal.
O MS do lado occipital assume a posição de abdução, extensão e rotação
interna do úmero. O cotovelo está estendido e o antebraço pronado, deslocando o
peso para o lado radial de punho e mão estendidos, alongando a musculatura tenar.
O MS do lado occipital pode empurrar o bebê no pivoteio.
Como o tronco move-se através do MS do lado occipital, os músculos
anteriores do ombro tornam-se levemente alongados. Da posição alongada, o bebê
aduz e alcança com o MS do lado occipital atravessando o corpo, tornando este o
MS com a descarga de peso. Como o peso é deslocado para o MS do lado occipital,
o MS do lado facial está livre para alcançar com abdução e rotação interna do úmero
e extensão de cotovelo, punho e dedos.
MMII
Quando o bebê inicia o movimento com a flexão lateral de cabeça e
tronco, o MI do lado facial responde com flexão, abdução e rotação externa de
quadril, e flexão de joelho e tornozelo. No outro MI, o quadril estende, aduz e com
rotação neutra em resposta ao alongamento de todo o lado. A flexão de joelho e
dorsiflexão de tornozelo podem ser mantidas.
88
MMSS
O bebê do 6º mês está começando a usar uma variedade de
componentes distais do movimento quando realiza o alcance em prono.
O alcance
O bebê no 6º mês pode alcançar objetos que estejam próximos ou mais
distantes de seu corpo. Cada um desses movimentos utiliza sutilmente componentes
distais e proximais do movimento que são influenciados pela posição, tamanho e
forma do objeto. O bebê pode usar a informação visual para ajustar a mão durante o
alcance. A experiência primária com o brinquedo também contribui para o pré-
ajustamento. O ajustamento da mão, que é realizado sincronicamente com o
alcance, é resultado da informação por feedforward.
O bebê pode alcançar com flexão ou extensão do cotovelo, e a pronação
é freqüentemente utilizada. A posição do punho varia de acordo com a posição do
brinquedo e a aproximação do braço. Os dedos estão razoavelmente consistentes
se o cotovelo é fletido ou estendido. A mão do bebê é preparada para agarrar o
brinquedo, independente de seu tamanho ou forma. Após a experiência e a prática
com brinquedos de diferentes tamanhos e formatos, o bebê estará apto a pré-moldar
os dedos para cada padrão de preensão específico e combinar estes com os
componentes do alcance. A extensão de punho e dedos é mais pronunciada quando
o bebê aproxima-se de um brinquedo quando o braço repousa sobre a superfície. A
89
posição do polegar varia, mas geralmente é abduzida, impedindo que ele interfira na
preensão dos dedos.
Preensão
Embora o padrão de preensão seja influenciado pelo formato do objeto, o
bebê com 6 meses geralmente faz uso da preensão radial-palmar. A preensão é
acompanhada pela flexão ativa dos dedos e leve extensão de punho. A extensão de
punho promove um efeito de tenodese que intensifica a flexão dos dedos. O bebê do
6º mês pode manter uma força suficiente nos flexores dos dedos para soltar um
brinquedo quando o punho é fletido.
Manipulação
Uma vez que o brinquedo tenha sido apreendido com os dedos radiais, o
bebê pode ativamente supinar o antebraço para inspecioná-lo visualmente e trazê-lo
a boca, ou com os dedos da outra mão. O trabalho entre punho e dedos ocorre em
sincronia com o antebraço (essa manipulação na qual a mão se move como um todo
é chamado de movimentos extrínsecos da mão).
Cabeça e tronco
A cabeça e o tronco respondem com ao deslocamento de peso sobre o
ombro com a reação de endireitamento lateral do corpo, que inclui o alongamento do
lado onde o peso é descarregado. Esta resposta é estimulada pelo input tátil
assimétrico o qual facilita a reação de retificação da cabeça sobre o corpo e pelas
reações ópticas e labirínticas de retificação.
A cabeça move com leve flexão lateral e rotação seguindo o alcance do
braço, o qual permite que o bebê assista o alcance da mão. A rotação da cabeça
facilita a rotação da coluna cervical e afeta a coluna torácica, tronco e pelve.
Quanto maior o deslocamento do peso, maior e o alongamento, ao
mesmo tempo que o lado sem o peso flete lateralmente. O alongamento ocorre nos
músculos entre a escapula e o úmero, as costelas, as costelas e a pelve, e a pelve e
o fêmur. O aumento de tono em alguma dessas áreas afetará a qualidade da flexão
lateral e dissociação com o lado oposto. Este é um importante item usado em
tratamento.
90
MMII
A dissociação de MMII é muito comum no 6º mês. O aumento da
mobilidade e do controle muscular na coluna lombar, pelve, quadris e joelhos
permitem que o bebê responda ao deslocamento lateral do peso com movimentos
dissociados de MMII. O MI com descarga de peso estende, aduz e roda de interna
para a posição neutra. O MI oposto flete, abduz e roda externamente. Essas reações
dissociadas ocorrem como parte da reação de retificação lateral do corpo.
Quando o tronco flete lateralmente ou retifica lateralmente, a coluna
lombar flete lateralmente e roda levemente. Biomecanicamente, isto faz a pelve fletir
lateralmente e rodar atrasada para o lado sem o peso. O resultado é a flexão do
quadril, abdução e rotação externa da perna sem o peso e extensão, adução e
rotação interna do quadril da perna com o peso.
Com o deslocamento de peso no quadril, ele se torna mais estendido,
aduzido e rodado internamente; a extensão de joelho e flexão plantar aumentam. A
adução femoral alonga os abdutores, auxiliando na estabilização da pelve naquele
lado; há também um aumento na rotação interna do quadril.
Em prono, a rotação externa do fêmur direito causa o deslocamento de
peso para a esquerda e a rotação externa do fêmur da esquerda causa o
deslocamento de peso para o lado esquerdo. Em supino e sentado, o oposto é
verdadeiro; a rotação externa do fêmur direito causa o deslocamento de peso para a
direita e a rotação interna do fêmur causa o deslocamento de peso para a direita.
Estes princípios podem ser usados em tratamento.
No 6º mês o bebê pode brincar com os movimentos isolados de
flexão/extensão de joelho. Isso requer um controle antigravitacional de isquiotibiais e
mobilidade dos quadríceps, especialmente o reto femoral. O quadril deve ser
estabilizado em rotação neutra.
A dorsiflexão e a flexão plantar ainda são afetadas pelos movimentos
de quadril e joelho.
91
Postura quadrúpede
Cabeça e tronco
A extensão da cabeça é facilmente e automaticamente equilibrada pela
flexão neutra e lateral, e o controle da cabeça não é perdido durante o rolar.
Embora os extensores de tronco estão começando a ficarem mais
equilibrados com os flexores (abdominais), esta interação de equilíbrio não ocorre
automaticamente como na cabeça e pescoço, principalmente se a extensão de
tronco for reforçada pela extensão de quadril. Se os flexores de tronco e MMII
equilibrarem com os extensores, o bebê retorna a posição inicial.
MMSS
A flexão e adução do úmero trabalham fortemente para manter os braços
para frente e para contrabalancear os componentes extensores da adução escapular
e retração da cintura escapular durante o rolar. Esta oposição é mantida desde o
início do rolar até o final da queda.
MMII
A ação nos MMII freqüentemente determina se o bebê irá rolar para
supino ou se ele retornará e permanecerá em prono. A extensão dos MMII reforça o
padrão extensor total e geralmente resulta na queda do bebê para trás. A flexão do
MI sem peso geralmente ocorre quando há mais atividade abdominal e, desta forma,
o bebê não cai para trás.
Decúbito Lateral
Cabeça e tronco
O controle da cabeça está totalmente desenvolvido; no entanto, a cabeça
pode ajustar suavemente para outros movimentos do corpo.
O controle do tronco não está totalmente desenvolvido pois os músculos
extensores ainda estão mais fortes e são mais facilmente recrutados que os flexores,
especialmente os abdominais.
96
MMSS
A habilidade para deslocar o peso sobre um MS é um pré-requisito para o
decúbito lateral. Nesta postura, o MS sem descarga de peso está livre para mover-
se, alcançar, agarrar e brincar. Conseqüentemente esta postura torna-se parte do
padrão de alcance-preensão.
Pelve e MMII
Em decúbito lateral, o MI sem descarga de peso pode facilmente fletir,
abduzir e rodar externamente em conjunto com a flexão lateral da pelve.
A abdução e extensão ativas do quadril ocorrem a partir da contração dos
glúteos. A pelve deve ser estabilizada pela posição e pelos oblíquos abdominais
para que os glúteos máximo, médio e mínimo trabalhem eficazmente. Gradualmente,
a estabilidade pela posição vai sendo substituída pelo controle muscular sinergista.
Em decúbito lateral, o bebê pode chutar e brincar o os movimentos de
tronco inferior enquanto o tronco superior está estável.
Durante os chutes, o pré-posicionamento do MI de baixo em flexão de
quadril promove uma estabilidade mecânica e contrabalanceia a rotação para baixo
da pelve e tronco. Os flexores de quadril podem ser usados para auxiliar na
estabilização da pelve e no controle da extensão, mas quando o bebê chuta, esse
grupo muscular não mostra resultado. O MI de baixo mantêm-se estendido e o bebê
pode tornar-se instável e cair quando ele chuta com o MI de cima.
O pré-posicionamento demonstra um ajustamento postural por
feedforward, sendo que este se torna mais sutil com o aumento do controle de
tronco.
Início
O bebê participa ativamente iniciando a flexão e alcançando os dedos do
examinador. Ele alcança com ambos os braços, usando a flexão e adução de
ombros e extensão de cotovelos. A flexão ativa dos dedos facilita a contração do
bíceps braquial e assim promove o início do puxar dos MMSS. Os MMI assumem a
posição em flexão.
O bebê faz o chin-tuck e eleva a cabeça da superfície. Os flexores
capitais estão fortes o suficiente para manter o chin-tuck. A contração dos
abdominais com os flexores capitais e os músculos dos ombros estabilizam o tórax e
a pelve, promovendo uma base estável na qual a cabeça e os braços podem fletir.
Transição
O alongamento dos músculos somado ao feedback dos sistemas
vestibular e visual permite que o bebê eleve independentemente de supino enquanto
segura nos dedos do examinador. Na metade da ação, o bebê muda da total flexão
para sobrepor a extensão em MMII. É importante notar que, apesar da contração
dos abdominais ser forte, o tronco não flete, mas mantêm-se estendido.
Os MMII estão mais ativos durante a fase de transição, pois movem-se da
total flexão para extensão de quadril, joelhos e tornozelos. Apesar dos quadris
manter-se fletidos, eles começam a estender em conjunto com a extensão dos
joelhos.
98
Final
A conclusão do passar para sentado é executada com o puxar pelos
braços do tronco para frente e da extensão dos MMII. A extensão dos MMII inclina a
pelve e o tronco para frente porque mantêm a contração do iliopsoas.
Os MMII do bebê assumem uma posição de flexão, abdução e rotação
externa bilateral de quadril, com flexão de joelhos e dorsiflexão de tornozelos. A
postura dos MMII garante alguma estabilidade sentado.
Sentado
Cabeça e Tronco
Quando sentado, o bebê tem controle dos movimentos de cabeça e
tronco no plano sagital (flexão e extensão). Nos planos transverso e frontal, o bebê
tem controle da cabeça, mas não tem de tronco.
Quando o bebê roda a cabeça, o peso é deslocado para o mesmo lado no
qual ele rodou, e freqüentemente, isso causa sua queda.
Se o peso é deslocado lateralmente no plano frontal, o bebê pode
responder com a retificação da cabeça com flexão lateral. O bebê não tem controle
de tronco-quadril para equilibrar o deslocamento de peso e freqüentemente ele cai
na direção do deslocamento.
MMSS
O bebê está mais eficiente quando alcança um brinquedo em frente do
corpo devido controle dos movimentos de tronco no plano sagital. O bebê pode
agarrar um brinquedo, fletir o cotovelo e trazer o brinquedo à boca. Quando ele tenta
99
MMII
Os MMII desempenham um importante papel sentado. O controle dos
músculos do quadril e o posicionamento dos MMII afetam a estabilidade da pelve, e
assim do tronco. No 6º mês, a mobilidade da articulação do quadril tem aumentado,
permitindo que a coxa repouse sobre a superfície de contato. Sentar em anel, com
os quadris simetricamente fletidos, abduzidos e rodados externamente e os joelhos
fletidos, promove uma estabilidade marcante para a pelve sendo necessária mínima
ação muscular.
O deslocamento de peso no plano transverso é iniciado pela rotação de
cabeça e tronco, que não está desenvolvida no 6º mês; por isso, ele cairá quando
rodar a cabeça.
Se o bebê desloca lateralmente o peso no tronco, mas não desloca o
peso na pelve, o MI é pré-posicionado com marcada abdução e rotação externa de
quadril, que é freqüentemente suficiente para prevenir o bebê de cair para o lado. A
rotação externa ativa do fêmur é também usada para estabilizar a pelve. Se os
músculos rotadores laterais de quadril não se contraem suficientemente para manter
o fêmur sem peso em rotação externa, o fêmur rodará internamente quando o peso
for deslocado para o lado; então o bebê cairá.
A rotação femural (ativa ou passiva) é muito influenciável no
deslocamento e na descarga de peso. Sentado, a rotação externa do fêmur causa o
deslocamento do peso para o mesmo lado, enquanto a rotação interna, para o lado
oposto. Rotação externa bilateral estabiliza a pelve e bloqueia o deslocamento do
peso.
Sentado, os movimentos da cabeça iniciam o deslocamento de peso no
tronco. Como o bebê desenvolveu maior controle de tronco e quadril, os movimentos
da cabeça terão o mínimo efeito no deslocamento do peso e tal deslocamento será
iniciado na pelve e quadris.
100
Em Pé
Cabeça e Tronco
Quando apoiado, o bebê tem suficiente controle ativo do tronco para
promover uma base estável para a rotação, extensão e flexão da cabeça.
O controle de tronco tem aumentado, mas o bebê continua a confiar
primariamente na ativação bilateral simétrica dos músculos extensores para manter
101
a postura ereta. Como quando sentado, o bebê inclina o tronco para frente, usando
os extensores da coluna para estabilidade. O tronco inclina para frente porque a
mobilidade e o alongamento dos músculos para estender os quadris estão
incompletos.
MMSS
O aumento do controle coluna-tronco permite maior liberdade para a
escápula. A adução bilateral da escápula é agora raramente necessária para
reforçar a extensão torácica no apoio pelo tronco em pé.
Quando está segurando as mãos de um adulto, o úmero do bebê fica
freqüentemente alinhado com os ombros. O úmero pode ser levemente abduzido,
mas está mais aduzido que nos meses anteriores. Ele está começando a fletir os
ombros ativamente; entretanto a extensão dos ombros e a adução da escápula
ainda estão muito fortes.
Quando o tronco é apoiado, dando mais estabilidade ao tórax, o bebê
pode ativamente fletir os braços. Os ombros (e tórax) podem ser elevados com a
flexão umeral. A falta de fixação no tórax pelos abdominais sugere que o bebê não
tem um apropriado controle dos músculos da cintura escapular para o alcance nesta
posição e o não controle postural sinergista necessário para estabilizar o resto do
corpo.
Em pé, o bebê usa as mãos para segurar e para dar estabilidade. No
entanto, quando o tronco é apoiado, o bebê pode agarrar um brinquedo e trazê-lo a
boca.
MMII
No 6º mês, o bebê suporta todo o peso com os MMII estendidos. No
entanto, os extensores de quadril ainda não estão suficientemente ativos para
estender totalmente os quadris. Os quadris estão mais aduzidos que nos meses
anteriores, a tíbia está rodada externamente, os joelhos estão estendidos, e os pés
pronados.
Embora o quadríceps ainda seja a maior fonte de extensão dos MMII, os
extensores do quadril (glúteo máximo) estão começando a tornarem-se mais ativos.
A contração dos extensores de quadril auxilia na manutenção da postura quando
menos apoio é dado.
102
O bebê tem mais controle sobre a flexão e extensão dos joelhos e estes
não desabam como no 5º mês. Ele também está começando a gerar uma contração
excêntrica de quadríceps. Como os extensores de quadril tornaram-se mais ativos
em pé, eles trabalharão em sinergia com os abdominais e quadríceps para estender
o quadril.
Os pés mantêm-se no solo durante o balancear (que é a flexão e
extensão de joelhos). A postura dos pés continua a ser de pronação (dorsiflexão,
abdução e eversão). O aumento do esforço do movimento freqüentemente resulta
na fixação com os dedos em flexão.
103
O SÉTIMO MÊS
não é tão desenvolvido, o bebê irá brincar em posturas mais simétricas em prono,
como a descarga de peso nos antebraços, ou brincará mais sentado. Somente
alguns bebês mantêm-se em supino para brincar.
No 7º mês, o bebê gosta de novas descobertas e de brinquedos que
mudam, bem como de pequenos objetos e itens domésticos. Deixar os brinquedos
cair também se tornou uma atividade favorita.
Durante o 7º mês, o bebê está aprende a passar de sentado para
quadrúpede. Esta transição requer e gera marcada mobilidade no quadril de como o
fêmur se move sobre a pelve, além da estabilidade dinâmica entre tronco e pelve.
No sentar independente, o bebê mantém a coluna e a pelve retas. Devido
ao aumento do controle de tronco e quadril, o sentar sem apoio está tornando-se
uma postura mais funcional na qual o bebê pode segurar e manipular brinquedos.
Porém, ele ainda não tem total equilíbrio sentado, Quando o equilíbrio é perturbado
para frente, o bebê pode usar da reação de proteção para frente. Se for para outras
direções, o bebê geralmente responde com adução bilateral da escápula, o que traz
o corpo para frente. Ele continua a manter os MMII em flexão, abdução e rotação
externa, a qual promove estabilidade para a pelve. Entretanto, os joelhos estão se
tornando mais estendidos, modificando a posição precoce em anel.
Alguns bebês tracionam-se para em pé no 7º mês, passando de
quadrúpede para ajoelhado, enquanto apoia-se numa mobília. Uma vez que os
MMSS estejam estáveis, o bebê pode manter os MMI I simétrico ou passar para
semi-ajoelhado, empurrar os braços para baixo, estender a perna e erguer-se em pé.
Uma vez em pé, o bebê descarregar o peso nos MMSS e MMII. Usando
os MMSS como parte do sistema postural, o bebê pode ativamente fazer a flexo-
extensão de joelhos enquanto mantém os pés no solo. Devido ao aumento do
controle e da mobilidade dos extensores de quadril, os quadris estão
freqüentemente alinhados com os ombros.
Supino
sobre o tronco. Esta posição também promove estímulos para os sistemas visual e
vestibular para aumentar a reação de endireitamento lateral e controle lateral da
cabeça. Com o aumento da reação lateral, há um aumento no alongamento do outro
lado.
Se no 7º mês o bebê prefere a postura supino que prono, isso pode ser
devido a alguma dificuldade em prono. Ele pode não estar apto a empurrar-se com
os braços estendidos ou a deslocar o peso nos braços. Sem isso, ele terá
dificuldades para alcançar, apreender e manipular os brinquedos.
Por outro lado, bebês hipotônicos têm dificuldade em fletir contra a
gravidade e por isso, a postura supina não será funcional para ele. Ele pode não ter
o controle ou alongamento para fletir seus MMSS, cabeça ou MMII e assim,
compromete o brincar visão-mão-pé.
Bebês com marcado tono extensor também apresentam dificuldades em
supino.
Prono
Pivoteio em Prono
Durante o pivoteio, ambos os braços movem-se ativamente no plano
frontal, alternando entre a abdução e a adução. A dissociação escápulo-umeral é
necessária para os movimento de empurrar e alcançar.
Durante esse processo, várias experiências de deslocamento de peso são
facilitadas pelas mãos. Os braços do lado facial gira sutilmente, mecanicamente ele
107
Quadrúpede
Postura de Urso
Rastejar
Engatinhar
Para engatinhar, o bebê tem que estar apto para elevar o tronco do solo
enquanto descarrega e desloca o peso com os braços estendidos e os quadris
fletidos.
Embora esses componentes possam parecer com aqueles usados no
rastejar, a estabilidade postural sinergista necessária para engatinhar é diferente
daquela para rastejar. A descarga e o deslocamento de peso em MMSS e MMII
ocorrem em sincronia; entretanto o controle diagonal sinergista de tronco é
necessário.
Movimentos recíprocos de extremidades ou movimentos simultâneos
contralateral de MMSS e MMII utilizam o controle sinergista diagonal dos músculos
do tronco e contra-rotação da coluna. Na ordem do desempenho desses
movimentos controlados, o bebê tem que primeiro estar apto para deslocar o peso
independentemente sobre os MMSS e MMII. Esses movimentos de extremidades
preparam a coluna para movimentos mais controlados.
Quando o peso é deslocado lateralmente de uma extremidade para a
outra, há rotação concomitante de coluna a longe da extremidade com descarga de
peso. Esta rotação é observada quando o deslocamento de peso ipsilateral ocorre
nos MMSS e MMII (como em decúbito lateral). Esta rotação não é observada
quando o deslocamento lateral contralateral, como engatinhar recíproco, ocorre nos
MMSS e MMII. Esta rotação não é óbvia quando a contra-rotação ocorre.
Na contra-rotação a coluna superior roda na direção da extremidade
superior sem o peso (ex: a direita). A coluna inferior roda na direção da extremidade
inferior sem o peso (a esquerda). Nenhuma direção de rotação é observada como
eles equilibrassem cada um a outro. De acordo com Kapandji (1974), a rotação
máxima ocorre nos discos imediatamente acima e abaixo de T7, T8. A contra-
rotação é uma importante característica biomecânica porque permitem movimentos
recíprocos de extremidade no rastejar, engatinhar e andar. Isto pode sugerir que a
mobilidade da coluna torácica é importante para os movimentos recíprocos de
extremidades.
Quando o bebê assume e se move em quadrúpede, eles freqüentemente
alcançam e carregam o brinquedo em suas mãos. Ele agarra o brinquedo com uma
preensão radial-palmar com adução do polegar. Quando ele engatinha com o
112
brinquedo nos dedos radiais, o peso é deslocado para o lado ulnar da mão, o qual
incentiva a supinação do antebraço e/ou rotação externa de ombro. O transporte do
brinquedo é um importante passo para o desenvolvimento do controle manual do
bebê.
O problema mais óbvio pode ser demonstrado pelo pular como coelho.
Este modo de locomoção usa movimentos simétricos bilaterais de MMSS e MMII. É
usado pelos bebês com dificuldades para deslocamento lateral do peso, dissociação
de MMII e controle diagonal de tronco.
Essa manobra requer boa força de MMSS, bom controle de tronco, e bom
controle e mobilidade de quadril. Muitos bebês passam de quadrúpede para prono,
do que para sentado.
Essa passagem é iniciada com o deslocamento lateral de peso na qual o
MI sem o peso responde com flexão, abdução, rotação externa e flexão de joelho e
então o pé é colocado sobre o solo. A cabeça e o tronco respondem com flexão
lateral. Enquanto o peso é descarregado, o bebê ativamente roda o quadril com a
descarga de peso.
A rotação externa deste quadril empurra a pelve e o tronco para trás,
sentando. O bebê mantém o MI sem o peso em rotação externa com o pé no chão e
assim controla deslocamento de peso na pelve. A rotação externa ativa da perna
sem o peso traz o bebê para a postura sentado pelo deslocamento de peso da pelve
e tronco.
A passagem de sentado para quadrúpede é o reverso de quadrúpede
para sentado.
Sentado
Bebês que não têm bom controle pélvico continuam a usar uma postura
estável e simétrica de MMII/pelve. O uso exclusivo desta postura conduz para o
desenvolvimento da hipermobilidade de tórax sobre a pelve e preveni o
desenvolvimento da mobilidade pelve-quadril. A manutenção dessa postura também
contribui para a tensão dos isquiotibiais.
que os MMSS e tronco estão estáveis, a perna sem a descarga de peso move-se
para frente em abdução e rotação neutra, a qual é trazida alinhada com o tronco. A
perna com a descarga de peso move-se ativamente para frente com rotação interna
e extensão do quadril.
O tronco mantém-se simétrico durante esta transição e move-se como
uma unidade no plano sagital sobre o quadril. Marcada mobilidade da articulação do
quadril, especialmente no plano transverso, é necessária. O quadril com descarga
de peso permanece com marcada rotação externa durante a transição e então
passa d rotação interna para a neutra para completar o movimento. A perna oposta
é mantida ativamente em flexão, abdução e rotação externa de quadril com flexão
de joelho. Esta posição da perna sem o peso pode estabilizar a pelve e tronco
durante a transição.
O alcance e a descarga de peso controlados de MMSS, a estabilidade de
tronco e a mobilidade de quadril são necessários para esta transição para
quadrúpede. A simetria de tronco com mobilidade de quadril é uma característica
distinta dos movimentos no 7º mês. O uso da rotação de tronco para esta transição
acontecerá mais tarde. Se o controle de ombros, tronco e quadris não forem
suficientes para permitir o movimento para quadrúpede, o bebê passará para prono.
Levantar-se para em Pé
Manter-se em Pé Independentemente
Uma vez que o bebê pode usar os MMII para estabilizar-se em pé, ele
começa a experimentar o deslocamento de peso com pelve-MMII. Esta experiência
freqüentemente inclui marcha lateral ao redor dos móveis. A marcha lateral é um
movimento no plano frontal e requer controle da abdução/adução de quadril. Em
adição, a estabilidade dos MMSS e deslocamento de peso são necessários para
este novo movimento.
A marcha lateral em volta dos móveis é iniciada pelo deslocamento de
peso na pelve. A adução ativa traz o centro de gravidade sobre a perna com
117
Apoiado em Pé
Quando o bebê é apoiado em pé, ele coloca todo peso sobre os MMII. Ele
pode ser ajudado pelas mãos ou em volta do tórax. O bebê tem suficiente controle
de tronco e quadril para administrar esse suporte reduzido.
Marcha
O OITAVO MÊS
Supino
Prono
Prono é uma posição muito versátil para os bebês do 8º mês, mas eles
freqüentemente não se satisfazem em permanecer nessa postura para brincar.
Quando colocados em prono, eles geralmente movem-se rapidamente para posturas
quadrúpede para engatinhar ou sentado.
Sentado
e da pelve sobre o fêmur. A rotação da pelve para o lado facial é controlada pela
rotação externa ativa do quadril do lado occipital.
Sentado de lado
Engatinhar
Levantar-se para em pé
Ajoelhado
Semi-ajoelhado
Para o bebê alcançar a postura semi-ajoelhada, ele tem que estar apto a
dissociar os MMII numa posição de descarga de peso. A mobilidade e habilidade
para dissociar os MMII começa no 5º mês em prono, que é uma posição sem
descarga de peso. Como em prono, a dissociação dos MMII para o semi-ajoelhado é
iniciado pelo deslocamento lateral do peso no tronco e pelve. O lado com descarga
de peso longa e o quadril estende. O tronco do lado sem a descarga de peso
responde com a reação de endireitamento lateral (a qual inclui uma súbita flexão
lateral da pelve) e com a flexão, abdução e rotação externa de quadril.
No 8º mês, o alongamento do lado com descarga de peso é incompleto
na articulação do quadril porque o bebê precisa se estabilizar com a base ampla. O
quadril com descarga de peso mantém-se levemente abduzido e rodado
externamente. Entretanto, todo deslocamento de peso não é alcançado. Para
compensar, o bebê pode fletir lateralmente o tronco no lado com a descarga de peso
para o MI sem o peso que se move para frente.
Todo o tempo, o bebê continua a praticar essa transição; eles alcançam
todo alongamento da lateral. Tal alongamento requer aumento do controle dos
extensores de quadril (especialmente o glúteo máximo), dos adutores e dos
rotadores de quadril. Em adição, o controle excêntrico dos abdutores de quadril é
necessário para prevenir o excessivo deslocamento de peso.
Após os MMII estarem posicionados em semi-ajoelhado, no bebê usa os
MMSS para estabilizar e controlar para manter-se em pé. O bebê continua a usar
esta habilidade para ajustar os MMII sob o tronco. Quando a estabilidade dos MMII é
conquistada, o bebê pode liberar os MMSS do sistema postural e usá-los para o
alcance e a preensão.
enquanto fixam o tronco inferior com os flexores de quadril. Embora isso faça parte
da seqüência normal de desenvolvimento, ele torna-se anormal quando o bebê não
consegue quebrar essa fixação.
Bebês que usam um forte padrão de fixação para a estabilidade no
ajoelhado não estão aptos para deslocar o peso e liberar um MI para mover-se para
frente. A simetria será mantida e os bebês podem puxar-se para em pé empurrando
os MMSS para baixo e estendendo simetricamente os MMII. Como já mencionado,
este padrão é freqüentemente usado no desenvolvimento motor normal. Ele torna-se
anormal quando o bebê não varia este padrão, ficando estereotipado.
Escalar
Em Pé
O bebê agora tem as habilidades para deslocar o peso nos MMII nos três
planos. Eles podem fletir e extender os quadris e joelhos, e rodar, abduzir e aduzir
os quadris. Eles usam cada uma dessas habilidades para segurar e brincar com
brinquedos e mover-se para explorar o ambiente.
Enquanto está em pé, o bebê abduz os MMII para estabilizar a postura. A
estabilidade dos MMII permite que o bebê libere os MMSS para alcançar, apreender
e manipular, bem como para escalar. Entretanto, os MMSS do bebê são ainda
freqüentemente necessários para reforçar a estabilidade postural.
Conseqüentemente, a fixação com a elevação da cintura escapular pode ser
observada. Isto torna-se óbvio quando o bebê está escalando.
O movimento no plano sagital é usado na manutenção da postura em pé
e abaixar para pegar um brinquedo no chão. Quando o bebê abaixa, ele desloca o
peso posteriormente tanto que os quadris estão bem atrás dos ombros e pés. O
tronco mantém-se ereto.
O abaixar é iniciado pela contração excêntrica e controlada do
quadríceps, mas no final com o bebê colapsando e caindo no chão. A amplitude de
flexão de joelho que ocorre antes do bebê colapsar pode ser uma indicação do
controle excêntrico do quadríceps. Como os quadris e o centro de gravidade são
deslocados tão posteriormente, há um movimento mínimo da tíbia em direção ao pé
(dorsiflexão). Os metatarsos podem fletir, o que indica um aumento na atividade
sinergista para aumentar a estabilidade.
As tentativas iniciais do bebê na rotação (movimento no plano transverso)
em pé são compatíveis com sua tentativa inicial de rodar em prono e sentado. O
deslocamento de peso é iniciado pela rotação da cabeça. Ele está freqüentemente
curioso ou interessado num brinquedo que faz o bebê rodar a cabeça, com
conseqüente rotação de tronco e pelve sobre o fêmur. A cintura escapular
permanece alinhada com a pelve. O peso é deslocado para o mesmo lado no qual a
face gira. Conseqüentemente, e MI do lado facial assume uma posição de rotação
externa, flexão e sutil adução de quadril, com o peso na borda lateral do pé
dorsifletido (o pé inverte). O MI do lado oposto começa a sutilmente rodar
externamente, estender e abduzir com o peso no lado medial do pé em flexão
129
Marcha lateral
Marcha
mas isto é acompanhado por marcada extensão de tronco e lordose lombar com que
aumento da extensão do quadril.
Os MMSS e cintura escapular promovem uma estabilidade postural para a
marcha, como demonstrados pela dependência continuada dos bebês no apoio dos
MMSS por um adulto. Os MMSS e cintura escapular podem mais uma vez serem
descritos com unidos ao sistema postural. Pelo limitado grau de liberdade do tronco
superior através da adução da escápula, o bebê parece Ter um controle aumentado
nos MMII.
No 8º mês, o bebê ainda não roda a pelve sobre o fêmur quando
caminha para frente. Os movimentos de MMII ocorrem primariamente nos planos
sagital e frontal. O padrão “steppage” de flexão, abdução e rotação externa de
quadril é ainda usado durante o balanço. O balanço da perna é hiperfletido, com o
quadril, joelho e tornozelo fletindo em sincronia, a qual é seguido de extensão
sincrônica. O MI de apoio mantêm-se abduzido e rodado externamente.
132
O NONO MÊS
Sentado
é retrovertida causando a queda o bebê para trás. O bebê pode compensar está
retroversão pélvica pela flexão de tronco, causando a cifose, a qual promove uma
tensão aumentada no reto abdominal.
Hipertonia de isquiotibiais pode também contribuir para uma precária
postura em pé e marcha. Quando os isquiotibiais estão tensos é difícil fletir o quadril
e estender o joelho simultaneamente.
Sentar de lado pode também tornar-se um problema para crianças com
desenvolvimento motor atípico. Sentar de lado é a combinação entre o sentar em
anel e “W”. Ambos contribuem para maior tensão muscular e para o uso anormal da
estabilidade posicional, o qual bloqueia o desenvolvimento dos músculos pélvico-
femurais e do joelho.
Quadrúpede
O bebê que não assume a postura quadrúpede, que não se move nela,
ou que engatinha com um padrão de “pulo de coelho” está indicando um distúrbio no
desenvolvimento motor. Bebê que engatinham como “pulo de coelho” continuam a
137
fixar seus flexores de quadril, o qual restringem a extensão do quadril. Essa fixação
também restringe a dissociação dos MMII e o deslocamento de peso lateral,
necessário para o padrão recíproco do engatinhar.
Ajoelhado
Escalar
consciência produz medo. Alguns bebês podem precisar de ajuda para modificar o
medo e sua base.
Outra possível razão para o bebê não escalar é que ele pode não
perceber ou detectar que essas superfícies estão proporcionando para o escalar.
Affordances para as ações são aprendidas através da exploração visual e tátil. No
entanto, bebês com mobilidade limitada têm experiências exploratórias restritas, as
quais limitam sua percepção do que é possível.
Em Pé
rotação tornam-se mais evidentes durante o 9º mês e podem contribuir para a total
mobilidade da articulação do quadril.
Marcha Lateral
O DÉCIMO MÊS
Sentado
O sentar estático é raro no 10º mês. Quando o bebê está quieto sentado,
ele está freqüentemente comendo ou explorando brinquedos. Eles perdem muito
tempo movendo-se de e para sentado, buscando os brinquedos e levando-os para
outros lugares.
Mas no 10º mês, o bebê pode sentar com os MMII estendidos e alinhados
com o corpo. Essa postura é possível devido ao alongamento adequado dos
isquiotibiais e ao controle dos músculos pélvico-femurais. A rotação de tronco é uma
posição também possível. A pelve roda sobre o fêmur do lado facial.
Larga abdução dos MMII é também possível durante o sentar com os
MMII estendidos. Esta postura promove uma estabilidade postural adicional, mas
requer marcada mobilidade dos adutores de quadril. Embora esta postura promova
uma ampla área para brincar, ela não permite a mobilidade de transição.
A maior parte do tempo, o bebê senta com os MMII numa posição de
alfaiate, que promove a estabilidade, mas também permite a transição. Esta postura
reduz o alongamento dos isquiotibiais e permite o livre movimento da pelve e tronco
estendido para frente sobre os MMII. Este movimento para frente é usado para
alcançar os brinquedos e para a transição para quadrúpede. Essa transição requer
marcada mobilidade pélvico-femural.
Sentado de lado é também freqüentemente usado. O bebê assume esta
posição independentemente rodando internamente um quadril. O sentar de lado
promove uma larga base de suporte durante o brincar dos MMSS. Esta também é
145
uma posição na qual o bebê pode facilmente transitar de quadrúpede para posição
de alfaiate ou para os MMII estendidos.
O sentar em “W” é ainda usado por alguns bebês. Ela promove uma base
estável e larga de suporte na qual é usada particularmente durante as atividades de
manipulação motora fina. Muitos bebês não precisam usar o sentar em “W” para o
controle motor fino, mas a utilizam como uma opção. O sentar em “W” não é uma
boa posição para os quadris e joelhos porque há exagerada rotação interna de
quadril e alongamento dos ligamentos mediais do joelho. Este pode levar a um
aumento na torção femural medial, uma posição de joelho-batido em pé e/ou
estabilidade de joelho.
O bebê no 10º mês pode facilmente sair da postura em “W”. O bebê pode
elevar o tronco e deslocá-lo lateralmente sobre o MI. O MI, harmonicamente, move-
se da rotação interna para a externa. O bebê pode também passar para a postura
ajoelhada do sentado em “W” pela contração do quadríceps.
Cada um desses manuseios ocorre com um tronco estável e marcada
mobilidade e controle pélvico-femural. Essas mudanças na postura ocorrem
automaticamente quando o bebê alcança e brinca com um brinquedo e interage com
o ambiente.
MMSS
O aumento do controle da rotação de tronco permite o alcançar além da
linha média (Vogle e Albert, 1985). Devido ao aumento do controle de tronco, a
adução escapular não é mais tão necessária para reforçar a estabilidade do tronco
durante o alcance. Conseqüentemente, ele assume menos a postura com flexão de
cotovelo. O aumento do controle distal é visto como uma leve extensão do punho
durante a fase de alcance.
Entre o 9º e 12º mês, o bebê usa a atividade dos dedos para manipular e
explorar objetos. De acordo com Ruff (apoud Corbetta e Mounoud, 1990), o bebê
tem vários comportamentos exploratórios, dependendo das propriedades do objeto.
O bebê explora visualmente os objetos com diferentes formas pela rotação do
antebraço para trazer o objeto no campo visual. Objetos com diferentes texturas são
manuseados sob o controle visual. Objetos com diferentes pesos são balançados e
então visualmente inspecionados.
146
Engatinhar e Escalar
uma escada. O bebê agora olha para trás, então ele abaixa-se sobre o MI com
descarga de peso e passa para sentado como alfaiate. Da postura sentado, o bebê
pode trazer o MS para frente para descarregar o peso e estabilizar o tronco para
estar apto para mover o MI. Quando o bebê sente-se estável, o MI é abaixado para
um passo para baixo. Esta é uma nova atividade para o bebê, que ainda precisa de
assistência. Entretanto, a tentativa do bebê para controlar o processo de abaixar
demonstra um aumento na consciência perceptual.
Ajoelhado sem suporte externo é uma ocorrência comum para o 10 mês.
A contração do quadríceps é necessária para elevar o corpo. Os extensores de
quadril são necessários para estabilizar o tronco. Se os flexores de quadril, em
adição aos extensores, são ainda utilizados para estabilizar o tronco, há uma leve
anteversão e dorsiflexão sinergista do tornozelo.
O bebê do 10 mês pode facilmente passar e brincar na postura semi-
ajoelhado. Assumir essa postura demonstra um aumento do controle do bebê na
dissociação de MMII. Desta posição, o bebê pode voltar para sentado pelo abaixar
do corpo sobre o MI com descarga de peso. Os músculos do MI, especialmente o
quadríceps, estão ativos durante o abaixar. O quadril sem o peso mantém-se em
rotação externa, o qual promove uma estabilidade para a pelve. Esta é a mesma
manobra usada para sentar numa escada.
Passando para em Pé
Em Pé
Uma vez em pé, o bebê usa os músculos dos MMII e uma assistência
mínima de uma mão para controlar a postura. Os braços e as mãos estão livres para
explorar e manipular. Isto eventualmente permite que o bebê levante sem apoio de
MMSS. O bebê espontaneamente abandona o apoio da mão quando é oferecido um
brinquedo que requer as duas mãos. Para o uso bilateral das mãos com sucesso, o
bebê tem que pré-ajustar a postura para a estabilidade.
O aumento dos movimentos de tornozelo é notado em pé, especialmente
na flexão plantar ativa. O músculo gastrocnêmio é usado para a flexão plantar e
inversão do calcâneo. A inversão do calcâneo bloqueia a articulação subtalar e
consequentemente a mediotársica do pé, assim bloqueando todo o pé. Desta
posição bloqueada do pé, o peso do bebê é transferido sobre a cabeça do
metatarso, permitindo que o bebê levante-se sobre os pés. Isto permite o
alongamento dos músculos flexores dos dedos. Anterior ao 10 mês, os flexores dos
dedos foram raramente alongados. Eles foram mais freqüentemente encurtados
quando o bebê fletia ou curvava os dedos durante as atividades de equilíbrio.
Quando o bebê usa a flexão plantar assimétrica do tornozelo a postura do
pé, com peso sobre a cabeça dos metatarsos, parece o padrão de MMII usados na
fase terminal, fase de balanço da marcha madura.
O aumento do controle dos músculos dos MMII, especialmente o controle
excêntrico graduado de quadríceps, permite o bebê abaixar-se da postura em pé. O
bebê pode ficar de cócoras com os MMII simétricos enquanto se estabiliza com os
MMSS. O peso é deslocado posteriormente enquanto o tronco mantém-se
estendido. Leves movimentos para frente da tíbia sobre o pé podem ocorrer quando
o bebê fica de cócoras com o apoio dos MMSS.
O abaixar assimétrico ocorre quando o bebê tenta alcançar um brinquedo.
Ele freqüentemente usa uma mão para apoiar enquanto a outra alcança. O peso é
transferido para um MI, e a ação excêntrica do quadríceps é usada para o abaixar.
Alcançar um brinquedo no chão enquanto está em pé é um desafio motor
e perceptual para o bebê. O bebê tem que experimentar com uma nova amplitude
de alcance a qual apresenta novos desafios para o sistema postural. Para estabilizar
a postura durante este novo padrão de alcance, o bebê tem que fazer um constante
ajuste de tronco e MMII durante os processo de alcance e abaixar. O feedback é
150
usado para esses ajustes. Após praticar essas atividades, o bebê estará apto a
antecipar os componentes posturais e conseqüentemente estabilizar-se
anteriormente ao alcance (feedforward). Entretanto, o feedback ainda será usado
para regular o movimento.
Marcha Lateral
Caminhar para frente ao redor dos móveis enquanto se apoia com uma
mão é um precursor natural para a marcha anterior com uma mão ajudando. O bebê
freqüentemente encontra estabilidade durante a marcha anterior precoce pelo uso
151
Sentado
No 11º mês pode ser observado um sentar quieto quando o bebê está
empenhado em vestir-se, comer ou numa tarefa motora fina. O bebê gosta de imitar
atividades que ocorrem no mundo e gosta de tentar auxiliar no vestir-se e despir-se.
Durante essas atividades, o bebê está livre para assumir diferentes posturas, usando
o sentado com os MMII estendidos, de lado, em anel ou “W”.
154
O bebês podem usar grande abdução de MMII para criar uma área larga
em sua frente. Mas eles podem passar o MI sob os quadris e facilmente mover-se de
sentado para quadrúpede.
O aumento do controle de tronco promove uma base estável da qual o
bebê pode mover os MMSS eficientemente enquanto brinca. Grandes amplitudes de
abdução e flexão de ombro ocorrem livremente. O bebê também tem mais liberdade
nos cotovelos e antebraços devido a estabilidade dinâmica de cintura escapular e
aumento da destreza das mãos. No entanto, a criança pode facilmente manipular um
brinquedo com as mãos enquanto o inspeciona visualmente. O bebê pode também
orientar o antebraço e mão para alinhar brinquedos e roupas para adequada
colocação.
Se as tarefas motoras finas são difíceis, o bebê pode retornar para fixação
aumentada pela adução dos MMSS e adução dos dedos. A adução umeral promove
aumentada estabilidade de MMSS pela limitação dos graus de liberdade da cintura
escapular. Com a estabilidade umeral aumentada, o bebê pode experimentar vários
movimentos de cotovelo e antebraço. O bebê pode agora segurar um copinho com
uma mão enquanto tenta colocar outro copinho dentro dele. Esta é uma nova tarefa
para o bebê que demonstra um aumento no controle da cooperação e coordenação
bimanual. Isso é tão difícil quanto as tarefas anteriores porque as mãos estão
desempenhando tarefas dissociadas ao invés de tarefas associadas. Uma mão
promove estabilidade enquanto a outra se move.
Enquanto sentado, o bebê continua a mover o tronco estendido e a pelve
para frente como uma unidade sobre o fêmur. Isto ocorre primariamente quando ele
está alcançando para frente e quando passa para quadrúpede. No 11º mês o bebê
demonstra uso aumentado da flexão de tronco no alcance e quando tenta
inspecionar um objeto visualmente.
A rotação de tronco ocorre preferencialmente numa maior amplitude que
em meses anteriores, e isso não interfere na estabilidade sentado. A rotação de
tronco permite que o bebê alcance objetos na lateral e atrás. Posturas em espelho
de MMSS são vistos nesses padrões de rotação precoce. Isso pode garantir a
simetria em tronco. Quando o bebê pratica esse movimento, ocorre menos
movimentos em espelho.
Durante o 11º mês, o bebê pratica mais as posturas sentadas na qual
utiliza flexão lateral de coluna. O aumento na amplitude e mobilidade na flexão
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lateral de coluna pode sugerir que o bebê está liberando os graus de liberdade no
tronco.
Há várias formas do sentar na lateral. Quando inicia esta posição, o bebê
criou uma base muito larga de apoio com os MMII. Alguns bebês com tono baixo
continuam a usar a base alargada, especialmente quando eles estão envolvidos com
tarefas motoras finas ou visuais. Sentado de lado, que utiliza uma base larga de
suporte, de fato mantém o tronco e a coluna simétricos. O bebê assume essa
posição pelo ajustamento ou rotação dos MMII sobre a pelve simétrica. A simetria da
pelve estabiliza o tronco e libera os MMSS para mover-se em várias posições.
Quando o bebê reduz a base de suporte durante o sentado de lado, a
flexão lateral da coluna aumenta. Isto é acompanhado pela flexão lateral da pelve. A
base de suporte é limitada quando o MI do bebê está alinhado com o tronco.
Quadrúpede
Ajoelhado
Escalar
No 11º mês, muitos bebês estão tentando passar para em pé sem apoio
da mão. O bebê freqüentemente inicia uma seqüência de elevação de quadrúpede.
De quadrúpede, um MI vem adiante para a posição semi-ajoelhada. Então o bebê
desloca o peso sobre as mãos e um pé e traz o outro MI para frente para cócoras. O
bebê pode permanecer nesta posição de cócoras e brincar.
O cócoras é uma posição simétrica durante a qual o bebê mantêm o peso
posteriormente com a mínima dorsiflexão de tornozelo. Esta posição, com esse
marcado deslocamento posterior do peso, coloca um esforço violento no quadríceps
e fortalece o músculo gastrocnêmio. Conseqüentemente, os extensores de quadril,
abdominais, quadríceps e dorsiflexores de tornozelo contraem em sinergia para
promover a estabilidade. Esta posição também coloca a demanda dos tornozelos e
pés para o controle do equilíbrio. As tentativas iniciais para o equilíbrio são
freqüentemente feitas com os dedos curvados (fletidos).
Da posição de cócoras, o bebê pode passar para em pé pela extensão
simétrica dos joelhos e quadris enquanto estabilizam o corpo nos tornozelos e pés.
Elevar-se com simetria e uma base larga reforça a estabilidade do bebê. Forte flexão
dos dedos pode acompanhar esta transição, a qual pode aumentar a estabilidade
dos MMII.
Em Pé
Sentado
Transição de sentado
Quadrúpede
Ajoelhado
Cócoras
Escalar
Erguendo-se para em pé
Em Pé
o controle sobre seus corpos e sobre o ambiente e o que ele oferece. Cada desafio
iniciado parece reforçar as habilidades motoras e perceptuais do bebê.
Uma vez que o jogo com o balde tenha iniciado, o bebê freqüentemente
não está contente até que ele tenha explorado todas as capacidades de colocar seu
corpo dentro do balde. Ele coloca suas mãos dentro, suas mãos nos joelhos. O bebê
está analisando as estratégias de movimento, tentando determinar qual combinação
de movimentos o ajudará no alcance de seu objetivo de colocar seu corpo no balde.
Nesse processo, ele está aprendendo sobre espaço e o seu corpo, e o que se
adapta e o que não se adapta.
Marcha
Tabela 1
Sumário dos dados relatados para marcha inicial sem apoio
Nesses bebês, o quadril mantém rodado externamente por todo o ciclo da marcha.
O aumento na abdução de quadril contribui para a ampla base de suporte.
Conclusão
Os bebês estão aprendendo muito sobre seu corpo - o que eles podem
e não podem fazer. Ele tem descoberto e explorado inúmeros affordances em seu
ambiente. Esse fundamento promoverá uma base para continuar a busca para
mover-se, aprender e explorar.