Você está na página 1de 9

CIRURGIA

GREGO khim=mão / ergon = trabalho


Ato de tratar com as mãos e instrumentos adequados, após uma completa avaliação do paciente e planejamento do caso
(Hipócrates)
Fundamentos e princípios:
Recepção; identificação; queixas; exame clínico, exames de imagens e laboratoriais; necessidade X oportunidade;
Tratamento pré-operatório; Planejamento (técnica cirúrgica a utilizar); Tratamento cirúrgico; e Tratamento pós-operatório.
*OBS: Biossegurança – prevenir e minimizar riscos para o profissional e para o paciente;
Lavagem de mãos;
Degermação cirúrgica; e Síntese Limagem e Curetagem Auxiliares Cubetas
(soro e lixo)
Montagem da mesa cirúrgica:
Anestésico Gaze

Anestesia Manobras de diérese Manobras de exérese

Manobras Cirúrgicas fundamentais


1. Diérese – divisão/separação de tecidos para abordagem do objetivo cirúrgico
Princípios: Conservar maior quantidade de tecidos
Dissecção (localizar e individualizar órgão)
Evitar dissecções extensas e complicações
Manobras: Incisão – rompe a integridade tecidual
Planejamento; Corte firme e contínuo; Cuidado com estruturas nobres; Intra-oral (mucoperiostal);
Apoio em osso sadio, pois o tecido pode invaginar para dentro do defeito ósseo e pode contaminar;
Início em 90° Extensão em 45° Término em 90°
*OBS: Incisão menor não cicatriza mais rápido.
Retalho tem que expor amplamente o campo operatório.
“Tão grande quanto necessária e tão pequena quanto possível.”
*Qualidades/Princípios das incisões:
*Irrigação sanguínea do retalho (Relaxante divergente à base/convergente ao ápice = base ampla)
(Base ampla = região de maior vascularização para a de menor)
*Não ter incisões com relaxantes sobre as papilas
*Base do retalho 2 vezes maior que a altura, aproximadamente.
*Tipos de incisões:

Neumann Neumann Modificada Partsch Wassmund


Intrasulcular com 1 alívio ou Novak-Peter Semilunar acima da Trapezoidal acima da
Intrasulcular com 2 alívios margem gengival (1 dente) margem gengival (+1 dente)

Ochsenbein - Luebke Envelope Winter Dorrance


Trapezoidal acima da Sem relaxante Para 3ºs molares Duplo Y
margem gengival Incisão horizontal e intrasulcular Incisão na D do 2º em IND: Tórus
acompanhando as papilas IND: Cervical, exo com dente irrompido direção a V na horizontal,
e palato (sem incisão vertical) intrasulcular e relaxante na
M do 2º divergente à base

*Instrumentais utilizados: Bisturi – cabo bard parker nº 3 (empunhadura: forma de segurar caneta)
Lâminas 11, 12, 15 e 15c
Divulsão – interrompe a integridade tecidual
a) Sindesmotomia – desinserção das fibras dentogengivais na cervical de dente irrompido;
evita dilacerar tecido gengival;
facilita a adaptação do fórceps no cemento;
contorna a cervical, sem romper as papilas
*OBS: Sindesmotomia não tem incisão prévia!
b) Descolamento mucoperiostal – despoja osso do periósteo e mucosa
Inicia pela gengiva inserida e depois vai para a mucosa
*OBS: Descolamento mucoperiostal requer incisão prévia!
*Instrumentais: Descolador FREER e MOLT; Afastador de minesota (para repousar o retalho)
c) Divulsão de tecidos moles – separa tecidos adjacentes com tesouras rombas (Metzenbaum)
Osteotomia – dissecção cirúrgica de osso
*Instrumentais: Alta/baixa rotação e peça reta;
Brocas cirúrgicas (702 e 703 longas, Zecrya, esféricas 4, 6 e 8;
Seringa com soro para irrigação.
Odontosecção – corte no dente
Para dentes impactados: separa coroa da raiz e pode separar as raízes
Para dentes irrompidos: separar as raízes - Molares superiores: entra na V e depois M-D
Molares inferiores: sentido Vestíbulo-Lingual
2. Exérese – remove porção ou o total de um órgão
Manobras: Ostectomia (Cinzéis black, meia cana, reto unibiselados; Pinça Goiva/Alveolótomo para rebordoplastia)
Avulsão (deslocamento do dente do seu alvéolo)
Curetagem (remoção de fragmentos)
Enucleação (remoção da peça íntegra)
Excisão (remoção de tecido)
Ressecção (remoção de órgão com margem de segurança. Ex: tumores sólidos)
Debridamento (remoção de tecido desvitalizado)
3. Hemostasia – prevenção de hemorragias (Lembrar da anamnese para verificar coagulopatias congênitas e adquiridas)
Tipos de sangue: Venoso (fluxo contínuo)
Arterial (fluxo pulsátil)
Capilar (pequenos pontos, difícil identificação)
*OBS: Cuidado com estruturas nobres (nervos)
Tipos de hemostasia: Temporária – restabelece o fluxo sanguíneo
Compressão (causa tamponamento – gaze pressionada firmemente por 5min)
Pinçamento (com pinça Kelly/Mosquito)
Seletivo: quando vejo o vaso que está sangrando e pinço
Não seletivo: não vejo o vaso, vou pinçando tecidos em massa
Hemostáticos locais absorvíveis (tampões sintéticos: esponja de fibrina, celulose
oxidada regenerada, esponja de colágeno liofilizada)
*Cera para osso: quando lesa a artéria próxima do 3º molar inferior
Definitiva – não restabelece o fluxo sanguíneo
Ligadura – pinça 2 regiões próximas do vaso e corta
Termocoagulação – cauterização
Direta – bisturi elétrico direto no vaso sanguíneo
Indireta – bisturi elétrico na pinça que segura o vaso sanguíneo
*OBS: Cuidado com o Espaço Morto (formado pelo remanescente de tecido em profundidade sem reaproximação dos planos
durante o fechamento) pois pode acumular sangue, resultando em um hematoma e contaminação. Para evitar, faça
incisão/sutura em planos teciduais
4. Síntese – união de tecidos divididos e restituição da anatomia e função
Objetivos: Coaptação das bordas; Restituir função; Cicatrização; Hemostasia.
Princípios: Se houver incisão na horizontal e vertical, suturar primeiro no ponto de encontro das mesmas/no ângulo.
Se houver apenas incisão horizontal, suturar no meio e depois no meio e assim por diante.
Tipos de sutura: Pontos separados (simples, U horizontal, U vertical, em “X”)
Pontos contínuos (contínua simples, contínua festonada, intradérmica)
Instrumentais: Porta-agulha Mayo Hegar, Pinça de Hadison e Tesoura Íris.
Agulhas circulares 3/8.
Fios de sutura (Diâmetro: maior quantidade de zeros, mais fino será. Tamanho ideal: 1,7)
• Inabsorvíveis: orgânico vegetal (algodão)
orgânico animal (seda)
sintético (nylon)
metálico (aço)
• Absorvíveis: orgânico (catgut)
Sintético (poligalactina – Vicryl)
*OBS: Algodão: fibras longas de algodão e do fruto da planta Gossypeum herbaceum – resistente, baixo custo, PB, 0 a 4-0
Seda: filamento de seda natural, fio pela larva de Bombyx mori – fácil manuseio, elástico, PB, 0 a 8-0
Nylon: deslizamento, baixa flexibilidade (memória), baixa reação tecidual, incolor e preto, 2 a 10-0
Aço: baixa flexibilidade, 0 1-0 e 2-0. IND: amarria maxilo-mandibular, osteossíntese em fraturas ósseas
Catgut: serosa do intestino bovino e ovino, conservado em solução isopropanol – alta reação tecidual, começa a
absorver em 7-14 dias, absorção total de 28 dias, 2 a 6-0, maleável
Vicryl: copolímero de glicolida + lactida – força tensil na cicatriz, 30 dias para começar a absorver, absorção total de
60-90 dias, baixa reação tecidual, incolor e violeta, 2 a 8-0

EXODONTIA/ODONTOTECTOMIA
Avaliação pré-cirúrgica: Anamnese detalhado e avaliação psicológica;
Exames complementares (exames de sangue e coagulação);
Exames radiográficos - Periapical: detalhes.
Panorâmica: análise de coroa, raízes, periodonto, anatomia adjacente e côndilos.
Oclusal: dentes inclusos); e
Exame do dente a ser extraído (*OBS: lembrar que dentes com polpa morta e com tratamento endodôntico são mais friáveis)
Considerações anatômicas: Anatomia topográfica alvéolo-dental
- Proximidade das raízes com estruturas associadas;
- Espessura das tábuas ósseas Vestibular e Palatina/Lingual (lateralidade para a mais delgada)
Dentes superiores: para a vestibular
Dentes inferiores: ANTERIORES – para a vestibular
PRÉS-MOLARES – sentir o trajeto do dente, pois tábuas são semelhantes
MOLARES – para a lingual
Posições operatórias: PACIENTE – Para dente superior: boca aberta, plano oclusal da maxila 45° com o solo e altura do cotovelo
Para dente inferior: boca aberta, plano oclusal da mandíbula paralelo ao solo e altura do cotovelo
PROFISSIONAL – 7 a 12 horas; apoiar nas paredes ósseas V e L na maxila e segurar a mandíbula.
Instrumentais: FÓRCEPS – Componentes: Cabo (Forma de S: superior. Forma de C: inferior)
Articulação
Mordente (Com garra: furca. Liso: unirradicular e pré-molar)
Empunhadura: palmar
Movimentos: Preensão – colocar o mordente no colo cirúrgico (região mais apical possível)
Intrusão – dilatação óssea, rompimento dos ligamentos apicais e mudança do ponto de
fulcro para preservar o ápice
Lateralidade – iniciar o movimento para a tábua óssea mais delgada
Tração – exérese do dente
Rotação – somente para dente unirradiculares com raízes cônicas sem dilaceração
(Incisivos centrais superiores, Caninos inferiores e 1º Prés Molares inferiores)

Numeração: 17 – molares inferiores ambos os lados (mordente na furca)


18R – molares superiores direito (mordente com garra na furca vestibular)
18L – molares superiores esquerdo (mordente com garra na furca vestibular)
150 – unirradiculares superiores com coroa (De pré-molar a pré-molar)
151 – unirradiculares inferiores com coroa (De pré-molar a pré-molar)
65 – raízes superiores
68 – raízes inferiores
ELEVADORES – Empunhadura: dígito-palmar; entrar perpendicular ao longo eixo do dente por vestibular; apoio na
crista óssea, e não no dente vizinho, se não resulta em pericementite.
Movimentos: Alavanca – “gangorra” – ponto de apoio na crista óssea = fulcro
Cunha – “2 corpos não ocupam o mesmo espaço” (evitar em MOL SUP – seio maxilar)
Roda/giro – “rotacionar o braço”
Tipos: Seldin angulado, Seldin reto, Apicais e Apexos

BIOSSEGURANÇA
Fazer de tudo para a menor infecção do campo cirúrgico e da ferida cirúrgica possível
*Infecção: desiquilíbrio entre poder defensivo do hospedeiro e o poder agressivo dos microrganismos.
*Definições: Assepsia – conjunto de manobras para impedir a contaminação de uma determinada área (evitar levar bactéria)
Antissepsia – desinfecção que se realiza sobre a superfície dos tecidos a serem manipuladas (álcool 70 %)
Desinfecção – eliminação de todas as formas de vida vegetativa presentes em uma superfície
Esterelização – eliminação absoluta de todos os microrganismos presentes em uma superfície, ambiente ou objeto
Meios físicos: radiação, calor úmido (autoclave) e seco (estufa)
Meios químicos: óxido de etileno, glutaraldeído (ácido peracético 4-6h para brocas) e formaldeído
*Material estéril: campos descartáveis, luvas, sugadores, instrumentos rotatórios (brocas e canetas), materiais cirúrgicos
*OBS: todos os materiais cirúrgicos são críticos (entram em contato direto com os tecidos)
*Sequência de EPI (Equipamentos de Proteção Individual):
Tirar acessórios;
Colocar gorro, máscara e óculos (fita crepe);
Lavagem de mãos - Umedecer e ensaboar as mãos e braços
- Do dedinho ao polegar, começar pelas unhas, proximais dos dedos, palma da mão e, por fim, do punho ao
cotovelo como “varredura” (toca no pulso e joga para o cotovelo)
- Enxaguar dos dedos para o cotovelo
Colocar avental e montar refletor, sugador, mesa cirúrgica, campo e instrumentais
*OBS: auxiliar se paramenta enquanto o operador anestesia o paciente.

EXODONTIA SIMPLES
INDICAÇÕES *NÃO SÃO REGRAS ABSOLUTAS*: Cárie e complicações; doença periodontal grave; ortodontia e prótese; dentes
mal posicionados, fraturados, impactados e supranumerários; dentes associados às lesões patológicas; terapia pré-radiação
(eliminar a maior quantidade de foco infeccioso possível); dentes envolvidos no traço de fraturas maxilares; motivos econômicos.
CONTRA-INDICAÇÕES: Locais: pacientes irradiados (osteorradionecrose); dentes localizados e tumores malignos; dente em
abscesso dento-alveolar agudo e pericoronarite.
Sistêmicos: doenças metabólicas graves não controladas, diabete, doença renal e cardiovascular,
hemofilia, leucemia, hipertensão e gestação no primeiro ou no último mês.
Técnica cirúrgica: 1) Sindesmotomia (diérese);
EXO SIMPLES 2) Luxação com fórceps e/ou elevadores (diérese);
3) Avulsão (exérese);
4) Tratamento da cavidade (curetagem);
*OBS: Irrigação com soro elimina coágulo
*OBS: Manobra de Chompret – hemostasia comprimindo as tábuas ósseas - Mesmo sendo bom para
voltar a expansão óssea/voltar o osso no lugar, tem que tomar cuidado com a força, se não perde a tábua óssea mais delgada

5) Sutura (estabilização de tecido mole);


*OBS: Sutura com pouca tensão para não comprometer a vascularização da borda da ferida.
*OBS: Gengiva solta pela sindesmotomia pode causar inflamação crônica e, dento do alvéolo, forma-se
inflamação aguda. Juntado os dois tipos de inflamação, não há uma reparação boa, por isso fazemos as duas
virarem agudas com a sutura.
*OBS: Coágulo tem cadeias de trombinas -> em 48h, formam cadeias de fibrinas e novos vasos sanguíneos
apoiados nelas -> formação de tecido de granulação em 4/5 dias -> alta vascularização -> carregam células ósseas.
6) Cuidados pós-operatórios;
Gaze por 20 minutos, Gelo nas primeiras 2 horas, repouso com a cabeça elevada, alimentos frios e líquidos, não
fazer bochechos por 2 dias, realizar higiene bucal e tomar a medicação sugerida, remover a sutura em +/- 7 dias.
*OBS: Haverá a crosta sero-hemática em volta da sutura, é normal.

EXODONTIA COMPLICADA (Manobras por vias não alveolar)


Retalho: Incisão + Descolamento mucoperiostal
Osteotomia prévia: Por vestibular (cervical) ou perfuração cortical (ápice);
*OBS: osteotomia = desgaste / ostectomia = porção óssea removida
Odontossecção – separação da porção coronária ou radicular - IND clínicas: multirradiculares com coroas destruídas e
*OBS: Instrumentos rotatório + Brocas de aço (Zecria) + Irrigação
multirradiculares com restaurações extensas
*OBS: movimentos pendulares
*Separar raízes MOL INF sentido V-L MOL SUP “T” sentido M-D e sentido V-P - IND radiog: decíduos com germe alojado entre as raízes
*Separar coroa da raiz
raízes divergentes, dilaceradas e/ou hipercementose,
dentes retidos
OUTRAS INDICAÇÕES: Dentes próximos a acidentes anatômicos; anomalia de posição; anquilose.
Técnica cirúrgica: 1) Incisão (diérese);
EXO COMPLICADA 2) Descolamento mucoperiostal (diérese);
*OBS: inicia-se a partir do vértice em gengiva inserida na incisão vertical
3) Osteotomia – apical ou cervical (diérese);
4) Odontossecção (diérese);
5) Luxação com elevadores (diérese);
6) Avulsão (exérese);
7) Limagem (pós-exérese) – lima para osso;
8) Curetagem (pós-exérese) – cureta de Lucas;
9) Irrigação (pós-exérese) – lavagem fora do alvéolo com soro ou água destilada e aspiração simultânea - agulha atraumática;
10) Tamponamento (compressão) e Chompret (Hemostasia);
11) Sutura (síntese).

EXODONTIA SERIADA (mais de um elemento)


Planejamento visando a recuperação estética e funcional com próteses convencionais ou implanto-suportadas
Técnica cirúrgica: 1) Exodontia com a menor osteotomia possível;
EXO SERIADA 2) Osteoplastia/alveoloplastia – alveolótomo / pinça goiva;
Regularização de septos ósseos inter-radiculares e inter-dentários
*OBS: Remoção de septos inter-radiculares – IND: base estreita e volumosa
base estreita e fino
alto, sobressaindo ao alvéolo
fraturado pós exodontia
3) Gengivectomia;
Remoção das papilas
4) Sutura contínua simples ou festonada;
5) Colocação de próteses imediatas reembasadas com material resiliente

ACIDENTES CIRÚRGICOS (situações que acontecem no trans-operatório)


*Causas: pré-operatório inadequado, diagnóstico incorreto, falta de planejamento, indicação incorreta, mau uso do instrumental,
instrumental cirúrgico inadequado, aplicação de força excessiva, falta de visualização ampla do campo operatório, despreparo
profissional, radiografias insuficientes ou distorcidas, seleção da técnica cirúrgica inadequada, planejamento pouco abrangente,
anatomia regional, habilidade psicomotora.
Lesões em tecido mole: Erosão e úlcera (conduta: reposicionar com sutura e pomadas com antibióticos, anti-inflamatórios e antissépticos)
Lesões em tecido duro: Fratura do elemento a ser extraído (conduta: remoção)
Fratura do elemento adjacente
Fratura alveolar (conduta: a) osso removido total com o dente: apenas limagem
b) parte do osso aderido no retalho: reaproximar com compressão bidigital e sutura
c) parte do osso não aderido no retalho: remoção e sutura)
Fratura da mandíbula (conduta: comunicar o paciente, imobilizar com bandagem de Barton e fio de aço, bucomaxilo)
Invasão em estruturas anatômicas: Comunicação bucosinusal / Seios maxilares (conduta: comunicar o paciente, sutura oclusiva,
exames de imagem, orientações e antibioticoterapia. *OBS: remoção em outro momento cirúrgico)
*OBS: Caso haja suspeita, fazer Manobra de Valsalva (líquido na boca, aperta nariz e faz pressão)
Espaço submandibular (conduta: comunicar o paciente, bucomaxilo para remoção cirúrgica)
Fraturas de instrumentos: Brocas ou agulhas (conduta: remoção do corpo estranho)
Luxação da ATM (conduta: manobra de Redução (Nelaton) – paciente sentado e com a cabeça apoiada na parede, os polegares na oclusal dos
molares inferiores e outros dedos na base da mandíbula, fazer movimento para baixo e para posterior para encaixe na eminência articular
bandagem e medicação miorrelaxante e analgésico)
Aspiração/Deglutição (conduta para aspiração: localizar e remover com pinça, estimular tosse e manobra de Heimlich - apertar barriga por trás
do paciente
conduta para deglutição: localizar e remover com pinça, ingerir líquidos e eliminação por evacuação (RX abdome em 48h))
Enfisema ar da caneta em tecido mole
Hemorragia (conduta para aspiração: determinar fonte de sangramento, compressão com gaze, sutura ou termocoagulação, hemostáticos
absorvíveis – esponja de fibrina, colágeno e celulose oxidada)

COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS (situações que acontecem no pós-operatório)


Dor (conduta: orientação pós-operatória, trauma menor: analgésico / trauma médio: analgésico e AINE / trauma maior: AIEs (60min antes))
Edema aumento de líquido nos espaços intersticiais em resposta a agressão (conduta: gelo extra-oral nas primeiras 24h e repouso)
*OBS: edema progressivo vira infecção.
Hematoma acúmulo circunscrito de sangue coagulado no interior do tecido (conduta: compressas mornas e pomadas
*OBS: hematomas extensos: antibioticoterapia profilática anticoagulantes)
Equimose extravasamento de sangue nos tecidos subcutâneos, alterando a cor da pele (conduta: compressas mornas e pomadas
anticoagulantes)
Trismo limitação da abertura bucal por resposta inflamatória exacerbada (conduta: miorrelaxantes, bochechos tépidos (mornos),
fonoaudióloga (terapia miofuncional)
*OBS: trismo + inchaço = infecção. Conduta é antibioticoterapia e drenagem, se necessário.
Hemorragia (conduta: no consultório, aspirar cuidadosamente e remover placas/pedaços coagulados, compressão com gaze umedecida com soro
por 5min, nova sutura. *OBS: Se persistir, encaminhar para o hospital)
Alveolite / Osteíte Alveolar perturbação no processo de reparo alveolar causada por degradação de coágulo.
2 tipos: Seca – ausência de coágulo, dor intensa por conta de filetes nervosos expostos
Úmida – tecido de granulação, odor fétido
(conduta para seca: anestesia regional, irrigação com soro fisiológico e/ou clorexidina e medicação intra-alveolar)
(conduta para úmida: anestesia, irrigação com soro, limpeza cirúrgica com cureta, sutura e acompanhamento 48h)
*OBS: Terapêutica: analgésico e antibioticoterapia, quando tiver manifestações sistêmicas
Parestesia falta de sensibilidade (conduta: laserterapia tem melhor prognóstico)
Fístula Buco-sinusal permanência e persistência de uma comunicação bucosinusal
Clinicamente: presença de um epitélio queratinizado unindo a cavidade oral ao seio maxilar.
*OBS: Escarificação – descolar até a mucosa alveolar na vestibular para sutura oclusiva, ficará com brida alta. (Na palatina fica
cruento)
(conduta: antibioticoterapia, descongestionante nasal e irrigação com soro fisiológico)
Infecção sintomas: febre, hipertemia, trismo.
*Angina de Ludwing: celulite tóxica aguda com envolvimento bilateral das áreas submandibulares, submentual e sublingual.

DENTES INCLUSOS E IMPACTADOS


Inclusão - Dente incluso: dentes não irrompidos; dentes intraósseos; dentes em formação – com força eruptiva e sem fechar
do ápice
Impacção - Dente impactado: dentes com erupção dificultada/impedida por dentes adjacentes, lesões pericoronárias, denso
revestimento ósseo, por excesso de tecido mole ou por conta do comprimento inadequado do arco; dentes sem força eruptiva
com o ápice já formado.
*OBS: Nem todo dente incluso será impactado e nem todo dente impactado será dente incluso.
Etiologia – Miscigenação de etnias, discrepância no crescimento, trajeto de irrompimento, trauma dento-alveolar, obstáculos
biomecânicos locais, alterações sistêmicas (doença disostose cleido-craniana), anomalias de desenvolvimento e dieta refinada.
Indicações/Necessidade cirúrgica – Cárie extensas; Pericoronarite recorrente; Doença periodontal em dentes adjacentes;
Reabsorção radicular em dentes adjacentes; Impacção sob próteses dentárias; Associação com cistos e tumores odontogênicos;
Indicações ortodônticas; Dentes em traço de fratura;
Oportunidade cirúrgica – Locais: infecção; associação com neoplasias malignas; regiões com acesso cirúrgico difícil (avaliar
risco x benefício) – Sistêmicos: Diabetes não compensado, hipertensão não compensado, outros..
*Marsupialização: útil para cistos e neoplasias císticas de grande extensão ou quando se pretende preservar um dente
associado. O método para tal seria “abrir uma janela para esvaziar o que tem dentro da lesão e para irromper o dente incluso”,
então suturar a membrana cística na gengiva, mantendo a região aberta.
*OBS: Deve-se curetar a região depois da remoção do dente incluso para a remoção do capuz pericoronário, pois este tem a
capacidade de absorver osso e raiz.
Princípios técnicos: Incisão de Winter ou Winter modificada OK; Incisão Triangular NÂO; Incisão Envelope (precisa tracionar
retalho e por palatina SEMPRE ENVELOPE); Incisão de Neumann Modificada.
Classificação de Winter (para maxila e mandíbula)

Horizontal
Vertical Invertido Perpendicular ao 2º molar
Paralelo ao 2º molar com a Paralelo ao 2º molar com a
coroa do mesmo lado coroa do lado oposto

Linguo/Palatoangular
Distoangular Mesioangular Vestibuloangular
Longo eixo do dente Longo eixo do dente Longo eixo do dente incluso para a
incluso para a distal incluso para a mesial vestibular ou palatina/lingual

Classificação de Pell e Gregory – em relação ao ramo ascendente da mandíbula

Classe I Classe II Classe III


Diâmetro M-D da coroa está Diâmetro M-D da coroa está Distância MD até a distância da distal
completamente a frente do ramo parcialmente incluso no ramo do 2ºmolar até a parte Mesial do
Distância MD menor ou igual a Distância MD maior que a distância da ramo mandibular não existe
distância da distal do 2ºmolar até a distal do 2ºmolar até a parte Mesial
parte Mesial do ramo mandibular do ramo mandibular

Classificação de Pell e Gregory – em relação ao plano oclusal (maxila e mandíbula)

Classe A Classe B Classe C


Parte mais alta do 3º molar acima ou Parte mais alta do 3º molar entre o Parte mais alta do 3º molar abaixo da
igual ao plano oclusal do 2º molar plano oclusal e a junção junção amelocementária do 2º molar
amelocementária do 2º molar
CIRURGIA PARENDODÔNTICA

Ingle 1985 - “Indicada quando o clínico é incapaz de atingir a área da lesão e remover os agentes causadores da doença através
do canal radicular”

Berbert 1974 - “É um procedimento que visa resolver complicações decorrentes de um tratamento endodôntico ou insucesso
dele”

Formação de um cisto: Cárie profunda atingindo a polpa, leva a necrose pulpar. O conteúdo necrótico extravasa pelo forame
apical, levando a um processo inflamatório crônico. Como resultado, forma-se um tecido de granulação no periápice, formando o
Granuloma (na radiografia, sem halo radiopaco e sem cavitação). Caso este processo atinja restos epiteliais de Malassez, forma-se
o Cisto (na radiografia, com halo radiopaco e com cavitação). Neste caso, as células que estão no centro da lesão vão se
multiplicando e, com isso, ficando sem nutrientes e morrem pois, quem receberá nutrientes estará na periferia da lesão. Este
processo também dá início à osteogênese por pressão osmótica. por isso o halo radiopaco.

Definição de cisto: Cavitação patológica revestida por epitélio com interior com líquido/semi-líquido (restos celulares e cristais de
colesterol)

*IND: Anomalias anatômicas severas (delta apical, dilacerações apicais, dente com canal calcificado e com lesões apicais,
impedimento de instrumentação e obturação, condutos e raízes supranumerários)
Problemas Iatrogênicos (perfurações radiculares, fratura de instrumento, obturação inadequada, corpos estranhos
localizados no periápice, núcleo metálico extenso com obturação deficiente, coroa bem adaptada com obturação deficiente)
Fraturas horizontais radiculares no terço apical
Cessar processos de reabsorção radicular
Presença de cistos e lesões
*C-IND: Primeira escolha; saúde comprometida; infecção aguda; bolsas periodontais extensas; oclusão traumática; reabsorção
apical extensa; considerações anatômicas (proximidade de estruturas nobres, suporte ósseo insuficiente e ápice inacessível)

Tipos: Curetagem Periapical / Apicoplastia – Remoção cirúrgica de tecidos periapicais sem reduzir o comprimento da raiz
Remoção de todo tecido patológico ou de corpos estranhos
*OBS: Indicação: Tratamento endodôntico até o limite ideal.
*OBS: Arredondar o ápice
Apicectomia – Amputação da porção apical, seguida da curetagem do tecido patológico periapical e apicoplastia
*OBS: Indicações: lesões com inserção baixa – delta apical; tratamento endodôntico aquém do ideal;
impossibilidade de retratamento; reabsorção externa.
Apicectomia com obturação retrógada – Fechamento do extremo radicular via apical
*OBS: tratamento endodôntico muito aquém do ideal
Apicectomia com retroinstrumentação e obturação retrógada
*OBS: O canal necessariamente deverá estar selado o melhor possível, podendo até ser preparado e obturado na mesma sessão cirúrgica.

*Características ideais para os materiais obturadores


Adesão às paredes cavitárias
Selamento do sistema de canais radiculares
Atóxico
Bem tolerado pelos tecidos periapicais – Biocompatibilidade
Proporcionar reparo
Fácil manipulação e inserção na cavidade
Não ser corrosivo ou eletroquimicamente ativo
Não manchar os tecidos
Não ser reabsorvível ou afetado pela umidade
Visível radiograficamente – Fístulografia (Gutta Percha é radiopaca)

*Planejamento – Curetagem e/ou apicectomia com/sem obturação retrógrada


Anestesia
Incisão de Wassmund (Envelope contraindicado para doenças periodontais e difícil acesso ao ápice / Semi Lunar é difícil reposicionar)
Descolamento mucoperiostal
Cirurgia propriamente dita
Osteotomia / Curetagem / *Apicectomia / Selamento apical / *Retroinstrumentação e/ou *Obturação retrógrada
Sutura
Recomendações pós operatórias
Proservação radiográfica (1, 3, 6 meses e 1 ano)
*Apicectomia é realizada em bisel de 30-45° ou de 90°, sendo o de 90° melhor.
Vantagens para o bisel de 30-45°: facilidade de visualização do extremo apical e acesso direto ao forame
Desvantagens para o bisel de 30-45°: aumento do número de túbulos dentinários expostos (isso aumenta a chance de infiltração apical)
e requer maior profundidade da cavidade retrógrada.
Vantagens para o bisel de 90°: redução da microinfiltração apical e remoção de menor quantidade de tecido dentário
Desvantagens para o bisel de 90°: dificuldade de acesso e visualização do conduto radicular

*Retroinstrumentação por via apical, sendo o melhor instrumento o Ultra-som.


Vantagens: acesso direto à raiz, menor remoção de tecidos ósseos e dentário, realização de apicectomia em 90°, facilidade de irrigação
e menor quantidade de detritos.

*Obturação por via apical feita com broca de aço esférica ou tronco cônica invertida para fazer uma caixa retentiva. Levar o material obturador
com instrumentos auxiliares, como porta-amalgama e fazer uso dos condensadores e brunidores para um bom selamento apical.

Sucesso biológico: fechamento do ápice, reinserção do ligamento periodontal e reparação do osso alveolar.

Você também pode gostar