Rodrigo Turri Salomão

Tecnólogo em Radiologia Médica

Pós Graduado em Tomografia e Ressonância
Pós Graduado em Docência do Ensino Superior
Coordenador dos Cursos TC/RM Instituto Cimas
Docente Instituto Cimas
Docente FAM (Fisioterapia/Biomedicina/Radiologia/Medicina)
Tecnólogo em Radiologia Rede Dor – São Luiz – São Paulo

Rodrigo Turri

coordenadorrx@institutocimas.com.br
MEIOS DE CONTRASTE APLICADOS A
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
 DEFINIÇÃO
Substância geralmente líquida injetada ou ingerida
pelo paciente para bloquear Raios-X.
Frequentemente são usados durante exames de
imagens para destacar partes específicas do corpo
dando realce as estruturas estudadas,
disponibilizam maiores informações diagnósticas,
diferenciando tecidos normais de tecidos anormais
(tumores)

Prof. Rodrigo Turri

 CARACTERÍSTICAS
Fácil administração, sem alterações químicas
Fácil Excreção/Excreção seletiva
Fornecer o contrate adequado
Estabilidade química
Baixa osmolaridade
Baixa Viscosidade
Hidrossolúvel
Fácil excreção
Seguro

ACR: American College of Radiology, Reston, 1998

 TIPOS DE CONTRASTE
Iônicos: dissociam-se em soluções produzindo partículas
com poder osmótico.
Constituídos principalmente pelos hiperosmolares

Não Iônicos: não dissociam-se em soluções.

Hiperosmolares: alta osmolaridade
Hipoosmolar: baixa osmolaridade

Thomens Hs, Morcos Sk. 2000

Contraste Iodado X Osmolaridade
(mOSm/kg H2O)

Mehran et al. 2000

 Osmolaridade
PODER OSMÓTICO SOBRE AS MOLÉCULAS DA ÁGUA.

Google Imagens
 Classificação

ABSORÇÃO
Positivos e Radiopacos: possuem capacidade de
absorver mais radiação do que estruturas vizinhas.

Negativos e Radio transparentes: tem capacidade de

absorver menos radiação do que as estruturas vizinhas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA.

Iodado: são os que contém iodo como elemento

radiopaco, maior viscosidade, utilizados em raios-X e
tomografia computadorizada.

Não iodado: são os que não contém iodo, mas outros

átomos que são elementos químicos, utilizados em
raios-X e ressonância magnética (Sulfato de Bário e
Gadolínio).
SOLUBILIDADE.

Hidrossolúvel: dissolvem em água (H2O).

Lipossolúvel: dissolvem em lipídios (gorduras).
Isossoluvéis: não dissolvem nem na água e nem em
gordura.
NATUREZA QUÍMICA.

Orgânicos: contém carbono em suas moléculas (Iodo).

Inorgânicos: não contém carbono em suas moléculas
(Sulfato de Bário).
 Vias de Administração
Via Oral (VO): quando o meio de contraste é ingerido
pela boca. Exemplo: estudo do tubo digestivo (enteroTC)

Prof. Maurício Zapparolli

 Via Endovenosa (EV): através de punção venosa.
Exemplo: estudo de todo sistema vascular (angioTCs)

http://www.spenzieri.com.br Dr. Jezreel

 Via Retal: através de sonda via reto.
Exemplo: estudo por colonotomografia

Prof. Wellington Leite

 Reações Adversas! E agora?

Vocês como profissionais da área de diagnóstico por

imagem utilizariam o meio de contaste iodado em
pacientes diabéticos que fazem o uso de metformina?

Contraste Iodado X Metformina

METFORMINA
+ INSUFICIÊNCIA RENAL

ACÚMULO DE METFORMINA

ACIDOSE LÁCTICA
CONTRASTE IODADO
+ INSUFICIÊNCIA RENAL
+
ACÚMULO DE METFORMINA

ACÚMULO DE METFORMINA

ACIDOSE LÁCTICA
 Protocolo Sugerido.
Exame agendado.
Suspender a metformina 48hs antes e 48hs após

Exame na Emergência.
Suspender a metformina no dia do exame e 48hs após

Observação: os dados acima tem variabilidade conforme

o serviço ou instituição de saúde.
 Reações Adversas! E agora?

Vocês como profissionais da área de diagnóstico por

imagem utilizariam o meio de contaste iodado em um
exame de tomografia computadorizada para pacientes
que possivelmente tem insuficiência renal?
 Exames Laboratoriais

Urina I/Uréia: sugerem mau funcionamento dos rins

Creatinina: sugerem diminuição na filtração renal

Valores de referência
Creatinina: 0,60 - 1,30mg/dl.
Uréia: 10 - 40mg/dl.
Realizar Cálculo do Clearance

https://sbn.org.br/utilidades/calculadoras/

https://www.sbn.org.br/profissional/utilidades/calculadoras-nefrologicas/
 O que fazer agora?

Paciente necessita de uma tomografia computadorizada

do abdome total com contraste endovenoso, porém
informa que é alérgico ao meio de contraste.
Cancela o exame?
Realiza sem contraste?
Corre o risco e injeta o contraste?
 DESSENSIBILIZAÇÃO
3 dias antes do exame: 2 comprimidos de Fenergan 25mg
2 dias antes do exame: 1 comprimido de Fenergan 25mg
1 dia antes do exame: 1 comprimido de Fenergan 25mg
30 minutos antes do exame: 1 comprimido de Allegra
600mg

OU

CÓRTICOTERAPIA VENOSA
 Dados Reações Adversas
Contraste Iônico
Incidências de 5% a 12% - alta osmolaridade
Reações Graves: 0.1%
Mortalidade: 1 para 10.000

Contraste Não Iônico

1% a 3% - baixa osmolaridade
Reações Graves: 0.04%
Mortalidade: 1 para 40.000
 Reações Adversas
Leves

São aquelas reações autolimitadas, que cedem

espontaneamente e não requerem terapêutica
medicamentosa, sendo necessário apenas observação.
Podem manifestar-se como prurido, urticária leve,
náuseas, vômitos, tontura.
Tratamento

Usualmente não utilizam tratamento específico

Paciente deve ser observado por 30 minutos

Juchem BC, Dall´Agnol CM, Magalhães AMM, 2004

Moderadas

Exigem tratamento farmacológico e observação

cuidadosa no serviço de radiologia, mas não requerem
hospitalização. São caracterizadas por vômitos
persistentes, urticária difusa, cefaleia, edema facial e de
laringe, broncoespasmo ou dispneia, taquicardia ou
bradicardia, hipo ou hipertensão transitória

Tratamento

Exige tratamento conforme a sintomatologia

Juchem BC, Dall´Agnol CM, Magalhães AMM, 2004

Graves

Requerem suporte terapêutico de emergência e o

paciente é hospitalizado para acompanhamento. Os
sintomas de reações graves incluem arritmias com
repercussão clínica, hipotensão, broncoespasmo severo,
convulsão, edema pulmonar, síncope, fibrilação atrial ou
ventricular e parada cardiorrespiratória
Tratamento

Usualmente ocorrem nos 30 primeiros minutos

Devem ser reconhecidas e tratadas imediatamente

Juchem BC, Dall´Agnol CM, Magalhães AMM, 2004

 Tempo das Reações

Agudas: ocorrem em até 30 minutos após injeção

Tardias: ocorrem depois de 30 minutos/ dias após
injeção
 Fatores de Risco

Reexposição ao meio de contraste em curtos intervalos

Alergia ao meio de contraste
Insuficiência Renal
Cardiopatia Graves
Feocromocitoma
Cirrose
 Prevenção à Reações
Aspecto Emocional: Podendo gerar um desconforto do
desconhecido, tornando o paciente vulnerável, menos
colaborativo, podendo interferir na qualidade desejável.

Relatos do paciente (anamnese): Importante a coleta de

dados correlacionados a processos alérgicos ao meio de
contraste.
Intervalo entre exames: São necessários pelo menos 48
horas, para promover uma recuperação renal, sendo
recomendado pelo menos 5 dias.

Temperatura do Contraste: Aquecer o contraste em

temperatura corporal reduz a viscosidade e aumenta a
solubilidade, tornando assim o contraste mais tolerável.
 Dosagem de Contraste: Quanto menor o volume de
contraste necessário para o exame, menor será o risco
de reações. O tomografista/Médico radiologista
determina o volume a ser injetado, considera o tipo de
estudo que se pretende e as condições do paciente.
Exames com foco no fígado, pâncreas e
angiotomografias exigem injeção de grandes volumes de
contraste, de maneira contínua e uniforme, com alto
fluxo (3 a 5 ml/s). A necessidade de grandes doses
justifica o uso de agente não iônico. O conhecimento do
peso exato do paciente é uma medida que contribui
para determinar a quantidade ideal de contraste.
 Velocidade de injeção do contraste: Alguns sintomas
como náuseas e vômitos são mais frequentes quando o
contraste é administrado com maior velocidade.
Injeções mais lentas de contraste diminuem a incidência
de possíveis cefaleia e a sensação de gosto metálico na
boca.
Fluxos de 3 ml/s ou mais aumentam a probabilidade do
paciente experimentar maior sensação de calor.
 Tipos de Injeção
INJEÇÃO MANUAL.
Utiliza-se quando não for possível o uso da injetora de
contraste, procurando injetar com a maior velocidade
possível, normalmente utilizado em protocolos
pediátricos.

Injeção descontínua
Velocidade Oscilante
Velocidade Máxima

https://www.youtube.com/watch?v=KBKz-sB7Kbw
Prof. Wellington Leite
INJETORA DE CONTRASTE
Utiliza-se quando necessitamos de fases específicas que
não conseguimos adquirir em uma injeção manual.

Injeção Contínua
Velocidade Programada
Adequada via de Acesso
Calibre do jelco ideal
Google Imagens
Riscos de Injeção

CONARAD 2020 E Prof. Rodrigo Turri

 Fases de Contraste
Fase que antecede a injeção do meio de contraste,
sendo de grande importância para programação da fase
contrastada, auxiliando no estudo de calcificações.
PRÉ CONTRASTE
CONTRASTE ORAL
POSITIVO (+)

Prof. Eric
VO NEGATIVO (-)

Ganesh HS, Platt JF. CT Enterography

FASE ARTERIAL

Simulador de TC – iNtuition
FASE PORTAL (VENOSA)

Site Dr. Pixel

FASE DE EQUILÍBRIO

Dr. Jezreel
FASE EXCRETORA
Indicações e Finalidade
TUMORES

Dr. Jezreel
http://anatpat.unicamp.br
radiopedia.org
LESÕES HEPÁTICAS

Dr. Jezreel
Scielo
ANEURISMAS

radiopadia.org
Auxilia no estudo morfológico
Auxilia no estudo morfofuncional
Auxilia na diferenciação de lesões
Análise e auxilio de regiões vasculares
Dissocia os intestinos de
órgãos adjacentes
TERMINOLOGIAS TOMOGRÁFICAS
 Planos e Delimitações
Os planos de referência derivam das dimensões do
espaço e se encontram formando ângulos retos, na
tomografia são usados para descrever posições
estruturais. Tendo assim três tipos de plano:
FOV (Field View – Campo de Visão)

NERSISSIAN, D.Y. TC - Tecnologia e funcionamento dos equipamentos.

O FOV representa o tamanho máximo da região
anatômica em estudo que ocupará a matriz.
SFOV X DFOV

X
A espessura do corte em TC pode variar de 0,5 a 10mm e
é definido de acordo com tamanho e a suspeita
patológica da região de interesse.
 Scout/Escanograma

É a primeira imagem em um exame de tomografia

computadorizada, se trata de uma radiografia digital da
região a ser estudada, e é por ela que se fará a
programação do exame.
 INTRODUÇÃO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

SCOUT

É a primeira imagem em um exame de tomografia

computadorizada, se trata de uma radiografia digital da
região a ser estudada, e é por ela que se fará a
programação do exame.
 ROI (Range of Interest)
Mede a densidade das estruturas de acordo com a
Escala Hounsfield.
Também utilizado nos protocolos de exames com meio
de contraste iodado.
Escala/Unidade de Hounsfield (HU)
Estruturas anatômicas possuem um
valor pré-estabelecido, a partir do valor zero (água)
Densidades maiores do que a água: valores positivos.
Densidades menores do que a água: valores negativos.
CONTRASTE

SANGUE

HIPERDENSAS
OSSO
Tonalidade BRANCA
Osso
Sangue
Contraste
 HIPODENSAS
Tonalidade PRETA
Ar
Água
Gordura LÍQUIDO

GORDURA

AR
 ISODENSAS
Tonalidade CINZA
FÍGADO
PÂNCREAS BAÇO

RIM

MÚSCULO
Algoritmo de Reconstrução

SOFT Tecidos moles em crianças

Tecidos moles no adulto. Músculos e

STANDART Víceras

Tecidos de densidade intermediária

DETAIL entre músculos e ossos

BONE Ênfase aos tecidos ósseos

Ênfase aos tecidos ósseos com filtro

EDGE mais duro

LUNG Parênquima Pulmonar

STANDART BONE
STANDART LUNG
STANDART LUNG
 Artefatos

Movimento
Anel/Círculo
Endurecimento de Feixe
Volume Parcial
HEMATOMA SUBDURAL?
 ARTEFATO DE
MOVIMENTO EM JANELA
ÓSSEA
Imagem 3D confirmando o artefato de movimento
 Artefato de Anel/Círculo
Quando os detectores estão fora de calibração, obtendo
um erro consistente na sua leitura. Esse artefato se
torna mais crítico caso um detector seja central
Artefato de Endurecimento de Feixe
Ocorrem quando os feixes de raios-x são bloqueados por
materiais com alta densidade, variando de acordo com a
energia dos fótons incidentes
Na região do crânio é mais
convencional, devido a
densidade das estruturas
ósseas muito densas,
deixando esse feixe de
linhas hiperdensas e
hipodensas.
 A: Tomografia pós procedimento cirúrgico de artrodese,
observando artefato como “raios de sol”.
B: Realizada a reconstrução e correção dos artefatos
com filtros, deixando a imagem precisa para diagnóstico.

A B
 Artefato de Volume Parcial
O artefato de volume parcial ocorre quando estruturas
anatômicas não ocupam totalmente a espessura total do
corte. Este tipo de artefato acontece quando os voxels
são relativamente grandes em relação à estrutura
analisada.
 Artefato de volume parcial demonstrando estrias e
sombras na imagem A e na imagem B uma resolução
maior, devido o material estar dentro da área de
escaneamento.
 Atividade

Exame Realizado?
Plano Ortogonal?
Algoritmo de
Reconstrução?
Estrutura
Anatômica?
Fase de Contraste?
 Exame Realizado?
Plano Ortogonal?
Algoritmo de
Reconstrução?
Estrutura Anatômica?
Fase de Contraste?
 Exame Realizado?
Plano Ortogonal?
Algoritmo de
Reconstrução?
Estrutura Anatômica?
Fase de Contraste?
 Exame Realizado?
Plano Ortogonal?
Algoritmo de
Reconstrução?
Estrutura Anatômica?
Fase de Contraste?
 Exame Realizado?
Plano Ortogonal?
Algoritmo de
Reconstrução?
Estrutura Anatômica?
Fase de Contraste?
 “Conheça todas as teorias, domine todas as
técnicas, mas ao tocar uma alma humana seja
apenas outra alma humana”

Carl Gustav Jung

Obrigado!