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Metodos De Diagnostico Em Saude

Imaginologia
Estudo de estruturas, órgãos e sistemas por meio de imagens com o intuito de diagnosticar patologias,
dentre os quais podemos destacar: Raios-X convencional, Tomografia Computadorizada, Ressonância
Nuclear Magnética, Ecografia, Hemodinâmica, Coronária, Periférica e Cerebral.
Posição anatômica
Posição de referência para a descrição de qualquer órgão ou região do corpo humano, para que os termos
direcionais sejam claros e possam ter correspondência correta.
Nesta posição o indivíduo encontra-se de pé olhando o observador, com os membros superiores ao longo do
tronco e com as palmas da mão viradas para frente (em supinação). Por isso, esta posição é também
designada por posição vertical de supinação.
Planos corpóreos, cortes e linhas
Termos de posicionamento que descrevem os ângulos do raio central (RC) ou as relações entre as partes do
corpo relacionadas aos planos imaginários que passam através do corpo em posição anatômica.
Plano: superfície em linha reta que une dois pontos
Tipos: sagital, coronal, horizontal (axial) e oblíquo
Plano sagital
Qualquer plano longitudinal que divide o corpo em parte, direito e esquerdo.
Plano coronal
Qualquer plano longitudinal que divide o corpo em parte anterior e posterior.
Plano horizontal (axial)
Qualquer plano transverso que passa através do corpo em ângulo reto ao plano longitudinal. Divide o
corpo em porções superior e inferior.
Plano oblíquo
Plano longitudinal ou transverso que está angulado ou inclinado e não paralelo aos planos sagital,
coronal ou horizontal.
Planos e eixos do corpo:
Corte: uma superfície de "corte" ou "fatia"
Tipos: longitudinais e transversais ou axiais
Cortes longitudinais
Feitos longitudinalmente na direção do eixo longitudinal do corpo ou de qualquer uma de suas partes (pé ou
deitado). — Sagital, coronal e oblíquo.

Cortes transversais ou axiais


Feitos em ângulo reto ao longo de qualquer ponto do eixo longitudinal do corpo ou de qualquer uma
de suas partes – sagital, coronal e axial.
Incidências Radiográficas
Termo de posicionamento – descreve a direção ou trajetória do raio central (RC) da fonte quando
atravessam o paciente, projetando uma imagem no filme.
Termos comuns de incidência
Incidência póstero-anterior (PA) – incidência do RC de trás para frente

Incidência antero-posterior (AP) – Incidencia do RC de frente para tras.

Incidência Obliqua AP ou PA
Incidência médio-lateral e látero-medial

Perfil
Praticas de Proteçã o radioló gicas
A exposição do corpo humano à radiação possui alguns riscos. Os efeitos biológicos da radiação ionizante
modificam a constituição química das células, causando lesão e mutação celular e
promovendo carcinogênese. Os efeitos determinísticos como eritema, síndrome de radiação aguda e
redução da fertilidade, ocorrem após a pessoa receber grandes doses de radiação. Os efeitos cumulativos ou
tardios da radiação incluem radiocarcinogênese e efeitos genéticos.  O ser humano mais radiossensível é o
embrião durante o primeiro trimestre de gravidez, e, portanto, neste caso, devem-se tomar precauções
especiais.
Medidas de segurança
Devem-se tomar algumas precauções para proteger pacientes, visitantes e equipe da exposição
desnecessária à radiação:
Devem-se rever o prontuário do paciente e verificar história de radioterapia.
Imagens de alta resolução minimizam a exposição e repetição de exame.
 Uso de colimadores (obturadores), cones ou diafragmas de chumbo podem assegurar o tamanho
apropriado da área de exposição aos raios X.
A fluoroscopia emite maior dose que as radiografias estáticas ou tomografias. Deve ser obtida uma redução
significativa da dose.
As gônadas devem ser protegidas em ambos os sexos e idades, exceto se o exame envolver o abdome ou
região das gônadas.
A equipe do setor de radiologia deve usar aventais de chumbo (e luvas, se indicado), quando não estiver
dentro de um abrigo protegido durante as exposições aos raios-X. O paciente deve ser protegido
apropriadamente, de acordo com o permitido pelo procedimento.
O compartimento do tubo de raios-X deve ser examinado periodicamente para detectar vazamento de
radiação e para indicar quando são necessários reparos ou ajustes.
Proteção do paciente ou usuário
Reduzir a exposição do paciente à radiação em quantidade mínima (êxito do exame). O posicionamento
deve proteger as gônadas, além dos cuidados especiais para crianças e gestantes, e manter distância mínima
de 25 cm entre o foco e a pele.
Precauções com gestantes
As mulheres em idade fértil no primeiro trimestre de gravidez não devem ser submetidas a exames
radiológicos do tronco ou das regiões pélvicas. Deve-se obter história menstrual e, se for possível, deve-se
realizar teste de gravidez antes do exame radiológico. É necessário evitar exames radiológicos independente
do trimestre, e, em casos de indicação absoluta, deve-se usar proteção de chumbo na região abdominal e
pélvica. 
Tipos de radiação e seus efeitos
Os principais tipos de radiação usados em medicina são citados a seguir. Seu poder de penetração e a
blindagem típica associada variam com o tipo de radiação e sua energia.
Partícula: não consegue penetrar nem 0,1 mm na pele, no entanto, sua inalação ou ingestão podem ser
muito danosas.
Blindagem típica: folha de papel
Radiação: seus efeitos são superficiais.
Blindagem típica: acrílico
Radiação e X: seus efeitos ocorrem de maneira mais distribuída devido ao seu grande poder de penetração.
Blindagem típica: chumbo
Nêutrons: têm alto poder de penetração.
Blindagem típica: parafina
Blindagem: Adequada ao tipo de radiação:
Chumbo para Gama
Acrílico para Beta
Materiais hidrogenados para nêutrons. A eficiência da blindagem depende da energia da radiação incidente.
Meios de contraste
Muitas técnicas radiológicas utilizam os contrastes naturais e as densidades variáveis existentes nos tecidos
que representam ar, água, gordura ou osso. Quando não podem ser mostrados, os detalhes podem ser
realçados pela presença de meios de contrastes na área. O meio de contraste ideal deve ser relativamente
inócuo, não interferir em quaisquer funções fisiológicas e permitir dosagem elevadas e repetida, a um custo
moderado.
Definição
Meios de contraste radiológicos são compostos que, uma vez dentro de estruturas orgânicas, conseguem
dar a essas melhores definições de imagem nos distintos métodos de diagnóstico por imagem.
Os mais utilizados são agentes iodados hidrossolúveis. Devemos sempre estar em alerta à possibilidade de
reações adversas ao meio de contraste. Consequentemente, deve haver suprimentos de emergência em
local de fácil acesso quando se usam esses agentes.
Meios de contrastes rotineiramente utilizados em exames radiológicos
Meios de contraste para o canal alimentar:
Meios hidrossolúveis (Gastroview, Hypaque).
Meios não hidrossolúveis (sulfato de bário).
Gases (gás CO2, citrato de cálcio e citrado de magnésio).
Meios de contrastes injetáveis:
Contraste iodado aniônico (Omnipaque).
Contraste iodado (Renal).
Reações adversas aos meios de contrastes
Reações leves que não exigem tratamento: sensação de calor, náusea, vômito, urticária local, exantema,
tonteira, atordoamento, arritmia transitória, dor no local da injeção, palidez leve, prurido, edema facial.
Reações intermediárias que exigem tratamento, mas não hospitalização, e que não acarretam risco de vida:
vômito, urticária extensa, broncoespasmo, desmaio, dispneia, dor torácica leve, cefaleia, calafrios e febre.
Reações graves que exigem hospitalização e acarretam o risco de vida: síncope, edema laríngeo e pulmonar,
hipotensão, convulsões, colapso circulatório, edema pulmonar, angina grave, infarto do miocárdio, arritmia
cardíaca, coma, parada respiratória.
Considerações clínicas quando são usados meios de contrastes iodados
Conhecer a idade e a condição de saúde do paciente: se portadores de asma ou reação alérgica, diabetes
mellitus, hipertensão, doença renal ou hepática, mieloma múltiplo, hipertireoidismo, doença falciforme,
doenças pulmonares obstrutivas, gravidez, sífilis, uso de esteroides, feocromocitoma, desidratação grave e
farmacoterapia nefrotóxica. Devem ser avaliados devido às possíveis contraindicações, os meios de
contrastes aniônicos tendem a produzir menos efeitos colaterais.
Pacientes alérgicos devem ter suas informações anotadas e toda equipe ciente.
Verificar se o paciente está em jejum.
A equipe deve estar qualificada para atendimentos de emergência, administrar anti-histáminico por
orientação médica e avaliar o efeito do fármaco.
Se apropriado para o paciente, incentivar o consumo de grande quantidade de líquido por via oral.
Atentar e implementar uso de pré-medicações profiláticas.
Avaliar função renal níveis de creatinina > 1,4mg/dL correm maior risco. E reavaliar após uso de meio de
contrastes 24 a 48 horas.
Suspender ou orientar quanto ao uso hipoglicemiante via oral (metformina). O paciente não deve tomar no
dia e 48 horas após a injeção de contraste.
As provas de funções tireoidianas são afetadas adversamente durante várias semanas.
Alertar quanto a reações tardia (2 a 3 dias após o procedimento).
Considerações clínicas quando são usados meios de contraste com bário
O uso do bário pode interferir em muitos outros exames, os quais devem ser marcados antes ou após alguns
dias de outros exames.
Enfatizar que deve ser tomado laxante após o procedimento e incentivar consumo de líquidos via oral.
Em pessoas idosas e inativas deve-se verificar se há impactação fecal pela não defecação dentro de um
período razoável após o procedimento com bário. O primeiro sinal de impactação em uma pessoa idosa é o
desmaio.
Observar e registrar informações referentes à coloração e consistência das fezes durante, pelo menos, dois
dias, para determinar se o bário foi eliminado. As fezes serão claras até que todo bário seja eliminado.
Se possível evitar narcóticos com codeína, porque podem reduzir a motilidade intestinal.
Paciente ostomizado: o preparo e o procedimento devem ser determinados pelo profissional responsável do
serviço de radiologia. Na maioria dos casos. São necessárias restrições habituais de alimentação e
medicamentos, mas também podem ser necessárias modificações envolvendo limpeza intestinal mecânica e
fisiológica. Comunicar o serviço de radiologia que paciente com ostomia. Aconselhar ou oferecer bolsas
adicionais de ostomia.

Radiografias Simples
Histórico
Os princípios físicos dos raios-X foram descobertos por Wilhelm Conrad Roentgen em 1895; essa
descoberta marcou o início de uma nova era de diagnóstico na Medicina. William Crookes havia
desenhado o tubo que Roentgen utilizou para produzir os raios-X. Esses raios foram chamados de "X"
pois não era conhecido este tipo de radiação, que atravessava madeira, papel, e até o corpo humano.
Obtenção da imagem de raio-X
A imagem de radiografia convencional depende dos fótons resultantes da interação com o
objeto que dependem, por sua vez, da espessura do objeto e da capacidade desse de absorver
raios-X.
Efeitos biológicos do raio-X
No início da descoberta dos raios-X, não eram conhecidos os seus efeitos biológicos e não eram
tomados os cuidados de proteção radiológica. Muitos foram os casos de dermatite actínica, e mesmo
outras doenças como leucemia e aplasia de medula.
O efeito biológico dos raios-X sobre as células vivas inclui um efeito letal sobre elas (entre várias
formas de lesões menores, como mutação). Este efeito é utilizado na radioterapia para o controle de
tumores e está relacionado especialmente a altas doses de radiação.
Há ainda efeitos comprovados de teratogênese devido a mutações, efeitos sobre os órgãos genitais,
olhos, tiroide e medula óssea. O efeito da radiação é cumulativo e pequenas doses são acumuladas ao
longo da vida, por isso, limites de exposição devem ser respeitados e a superexposição deve ser
evitada.
Wilhelm Conrad Roentgen realizou a primeira radiografia em 22 de dezembro de 1895, da mão da sua
esposa, Dona Bertha. A aliança pode ser visualizada .
Radiografia de tórax
A radiografia de tórax fornece um registro do progresso sequencial ou do desenvolvimento de uma
doença. Devem ser realizadas após a inserção de drenos, sondas ou cateteres para determinar sua
posição anatômica e também detectar possíveis alterações na parte óssea, tecido pulmonar e área
cardíaca.
Radiografia de tórax normal
Estruturas do tórax a ser avaliados: caixa torácica (todos os ossos presentes, alinhados e simétricos),
tecidos moles, mediastino, pulmões, pleura, coração e arco aórtico.
Procedimento
As radiografias em posição ortostática são preferidas e extremamente importantes porque radiografias
feitas em decúbito dorsal não demonstram níveis de liquido.
O paciente deve despir o tórax até a cintura. É permitido apenas o uso de aventais descartáveis ou de tecido,
sem botões e colchetes. Retirar os adornos e joias do tórax. Cuidar para que cabos de monitorização e
acessórios de fixação não encubram a área torácica, se possível.
Instruir o paciente a inspirar profundamente e expirar; depois inspirar profundamente mais uma vez e
prender a respiração enquanto se faz a radiografia. Após a conclusão da radiografia, o paciente pode respirar
normalmente.
Esse procedimento leva apenas alguns minutos.

Fatores que interferem


Os principais fatores que interferem no exame são: obesidade, movimentos, falta de colaboração do
paciente, artefatos metálicos, dor, intensa fibrose dos tecidos pulmonares e insuficiência cardíaca
congestiva.
Cuidados pré-exame
Não é necessário cuidado especial. Explicar brevemente o objetivo e o procedimento, assegurando-lhe que
não haverá desconforto. Pesquisar gravidez.
Retirar todas as joias e outros enfeites da área do tórax antes da radiografia.
Lembrar o paciente sobre a necessidade de permanecer imóvel e de seguir todas as instruções respiratórias
durante o procedimento.
Cuidados pós-exame
Interpretar os resultados e monitorizar doença pulmonar e distúrbios cardíacos. Explicar modificações do
tratamento baseadas nos resultados da radiografia.
Observações
Pode-se levar um aparelho de raios-X portátil à unidade, se não for possível transportar o paciente. A
equipe de enfermagem deve ajudar a equipe de radiologia no posicionamento do paciente. Nestes
casos, o técnico de radiologia deve retirar do campo de radiação todas as pessoas desnecessárias,
antes da exposição. 
Exemplos de Radiografia de tórax
Radiografia ortopédica: ossos, articulações e estruturas de sustentação
Examina um osso específico ou um grupo de ossos ou uma articulação. O sistema ósseo apresenta
cinco funções de significado radiológico: suporte estrutural do corpo, locomoção, armazenamento da
medula óssea; cálcio e proteção de tecidos moles e órgãos subjacentes.
Procedimento
Informar ao paciente que não são necessárias restrições alimentares.
Colocar o paciente nas posições mais favoráveis para capturar as melhores imagens, considerando o grau de
mobilidade e a condição física do paciente. Caracteristicamente, as estruturas anatômicas estudadas são
examinadas de vários ângulos e posições. Isso pode exigir que o examinador manipule fisicamente a área do
corpo.
Estar ciente que joias, zíperes, botões de metal, cabos de monitorização e objetos semelhantes interferem
na visualização. A radiografia de crânio exige retirada das próteses dentárias totais ou parciais.
 Retirar as estruturas (órteses) usadas para estabilizar uma área traumatizada. Isso só deve ser realizado sob
orientação do médico responsável.
Indicações clínicas
As principais indicações clínicas para radiologia ortopédica são: fraturas, luxações, artrite, gota, osteoartrite,
osteoporose, acromegalia, mieloma, e tumores ósseos.
Cuidados pré-exame
Explicar o objetivo e o procedimento do teste. Pesquisar gravidez.
Assegurar que o procedimento é indolor. Entretanto, a manipulação do corpo pode causar desconforto. Se
apropriado, pode-se administrar medicação analgésica antes do procedimento.
Enfatizar a importância de não movimentar durante o procedimento.
Cuidados pós-exame
Interpretar os resultados dos testes e monitorizar fraturas, luxações e outros distúrbios ortopédicos.
Aconselhar sobre a necessidade de procedimentos de acompanhamento e tratamento.

Exemplos de Radiografia ortopédica

Radiografia do abdome
É realizado para ajudar no diagnóstico de distúrbios gastrointestinais. Pode ser a etapa preliminar na
avaliação do trato gastrointestinal, da vesícula biliar ou do trato urinário. Esse tipo de radiografia
fornece informações sobre o tamanho, o formato e a posição dos órgãos intra-abdominais.
Procedimento
O paciente deve usar um avental hospitalar. Todos os objetos metálicos devem ser retirados da região
abdominal.
O paciente deve ficar em decúbito dorsal sobre a mesa de raios-X.
Obter várias imagens e uma seriografia abdominal para avaliar níveis hidroaéreos.
Indicações clínicas
Depósitos de cálcio nos vasos sanguíneos e linfonodos; cistos, tumores ou cálculos.
Os ureteres não são claramente definidos, embora os cálculos possam ser visualizados nos ureteres.
A bexiga frequentemente pode ser identificada pela sombra, principalmente na presença de urina com alta
densidade específica.
Tamanho, formato e posição anormais do rim.
Corpos estranhos.
Grandes tumores e massas.
Distribuição gasosa anormal associada à perfuração ou obstrução intestinal.
Rins em ferradura.
Fatores que interferem
O bário (contraste) pode interferir na boa visualização. Portanto, esse exame deve ser realizado antes dos
estudos baritados.
Cuidados pré-exame
Explicar o objetivo e o procedimento do teste. É permitido dieta normal, exceto se contraindicado. Assegurar
ao paciente de que o procedimento é indolor.
Retirar cintos, zíperes e joias da região abdominal.
Instruir o paciente a permanecer imóvel e a seguir instruções respiratórias.
Cuidados pós-exame
Não existe um cuidado especial após este tipo de exame. O enfermeiro deve ficar atento em relação
aos resultados dos exames.
Exemplo de radiografia abdominal
Radiografias com contrastes
Esse tipo de radiografia é utilizado para visualizar vísceras internas ocas, e, por conta disso, administra-se o
contraste para realçar a estrutura. É necessário o sequenciamento cuidadoso de múltiplos exames. Como
regra geral, deve ser seguidas as instruções de sequenciamento apresentadas a seguir:
Realizar radiografia simples antes dos estudos contrastados dos intestinos.
Realizar exames da parte inferior do intestino (enema baritado) 1 ou 2 dias antes dos exames gastrintestinais
altos.
Realizar exames que necessitam de injeção de contraste iodado, antes de quaisquer estudos como bário.
Consultar o serviço de radiologia para informações especificas sobre sequenciamento.
Tomar cuidado especial ao administrar meios de contraste.
Usar fluoroscopia para exame de estruturas diagnósticas como aquelas do canal alimentar.
Usar fluoroscopia para localizar tumores para biópsia e drenagens, orientar o cateter ou posicionar
endoprótese com filtro, e para monitorizar o enchimento vascular para fins diagnósticos e terapêuticos.
Radiografias Esôfago-Estômago- Duodeno (EED)
Visualiza a forma, a posição, as pregas mucosas, a atividade peristáltica e a motilidade do estômago e do
trato gastrointestinal alto. São utilizados os meios de contraste orais, como sulfato de bário, que realçam a
visualização dos distúrbios.
Procedimento
O paciente deve trocar de roupa e vestir um avental hospitalar. Retirar adornos do pescoço e do tronco.
Instruir o paciente a ingerir o bário após posicioná-lo apropriadamente na frente do aparelho de
fluoroscopia. Podem ser necessárias algumas mudanças de posição durante o procedimento. Uma mesa
motorizada passa o paciente da posição ortostática para o decúbito dorsal quando apropriado. A
fluoroscopia permite visualização e filmagem da atividade em tempo real.
O paciente precisará interromper a respiração durante cada exposição.
Informar ao paciente que o tempo total de exame pode ser de 20 a 45 minutos.
Indicações clínicas
As principais complicações são as anomalias congênitas: úlcera gástrica, carcinoma de estomago, gastrite,
corpos estranhos, estenose pilórica, refluxo e hérnia de hiato, divertículos gástricos e pólipos gástricos.
Fatores que interferem
Se o paciente estiver debilitado, pode ser difícil fazer o exame apropriadamente e pode ser impossível
chegar a visualizar o estômago de forma adequada. Os alimentos e líquidos retidos também interferem na
nitidez da imagem.
Cuidados pré-exame
Explicar o objetivo e o procedimento, instruções escritas sobre os cuidados pré-exame são úteis para o
paciente. Pesquisar gravidez.
Informar ao paciente que é necessário jejum completo de alimento e líquidos durante um período mínimo
de 8 horas antes do procedimento. Os medicamentos orais necessários podem ser tomados com um
pequeno gole de água. Informar ao serviço de radiologia, pois as pílulas podem ser visualizadas durante o
estudo.
Instruir o paciente a permanecer imóvel e a seguir as instruções respiratórias durante o procedimento.
Cuidados pós-exame
Podem-se reiniciar a dieta e atividade anteriores ao exame. Fornece alimentos e líquidos em boa
quantidade.
Administrar laxantes, conforme prescrição.
Observar e registrar a coloração e a consistência das fezes. Monitorizar a evacuação do bário.
Radiografia do intestino delgado
Geralmente são marcados junto da seriografia, são realizados para diagnosticar doenças do intestino
delgado, inicia-se na válvula duodeno jejunal e terminal na válvula ileocecal.
Procedimentos
São os mesmos do EED, porém após a ingestão do contraste, serão realizadas radiografias a cada 30 minutos
até visualizar a válvula ileocecal radiopaca.
Indicações clínicas
As principais indicações para este procedimento são: atresias, neoplasias, enterite regional, hérnia intra-
abdominal e anomalias do intestino delgado.
Fatores que interferem
Retardo na motilidade do intestino delgado: geralmente está associada ao uso de morfina ou diabetes grave
ou mal controlada.
O aumento na motilidade do intestino delgado pode ser causado por medo, ansiedade, excitação, náusea,
patógenos, vírus e dietas ricas em fibras.
Cuidados pré-exame
Explicar o objetivo e o procedimento do exame. Pesquisar estado de gravidez.
Manter jejum absoluto de 08 a 10 horas.
Não administrar laxantes ou enemas a um paciente com ileostomias.
Instruir o paciente sobre a necessidade de permanecer imóvel e de seguir as instruções respiratórias durante
o procedimento.
Cuidados pós-exame
Reiniciar a dieta e a atividade prévias. Ajudar o paciente quando necessário.
Administrar laxantes, se prescritos. Se administrado sulfato de bário, o paciente deve tomar um laxante, não
administrar em paciente com ileostomia.
Monitorizar a coloração e a consistência das fezes.
Orientar o paciente sobre distúrbios da motilidade e outras anormalidades do intestino delgado.

Radiografia colônica: defecografia (DEF); enema baritado; exame contrastado com ar


(portografia de eliminação)
Esse exame fluoroscópico e filmado do intestino grosso (cólon) permite a visualização da posição,
enchimento e movimento do meio de contraste no cólon.
Procedimento
Colocar o paciente em decúbito dorsal para radiografia preliminar.
Colocar o paciente em decúbito lateral enquanto o bário é administrado por enema retal (até a válvula
ileocecal).
Obter radiografias convencionais após fluoroscopia, que inclui diversas seriografias. Após a conclusão, o
paciente tem permissão para expelir o bário. Após a evacuação é feita outra radiografia.
Estar ciente de que a defecografia e o exame contrastado com ar são estudos contrastados da função do
ânus e do reto durante a evacuação. Frequentemente usado em pacientes jovens para avaliar retoceles ou
prolapso retal, requer que o paciente evacue em aparelho especial enquanto é examinado
fluoroscopicamente.
Indicações clínicas
As principais indicações clínicas para este procedimento são: lesões ou tumores, obstrução, megacólon,
colite ulcerativa, hérnias, pólipos, divertículos e fístulas.
Fatores que interferem
A limpeza inadequada do intestino é o fator de interferência mais comum. As fezes interferem na
visualização precisa e completa. Portanto, é fundamental que a limpeza intestinal apropriada seja realizada
de forma meticulosa ou poderá ser necessário repetir o procedimento.
Cuidados pré-exame
Explicar o objetivo e o procedimento do exame a ser feito, pois os pacientes podem estar apreensivos ou
constrangidos. Incluir um parente nesse processo. Explicar a necessidade de cooperar para acelerar o
procedimento. Enfatizar que é bem curto o tempo de exame quando o cólon estiver cheio.
Um lembrete por escrito sobre os seguintes aspectos pode ser útil para o paciente:
Antes do exame, deve ser seguida uma dieta apenas líquidos claros.
É necessário o uso de amolecedores das fezes, laxantes e enemas para assegurar a limpeza intestinal
necessária para visualização ideal.
Explicar a importância do jejum de líquidos e alimentos antes do exame. A partir das 0h do dia do exame,
não se deve comer nem beber nada até o fim deste. Os medicamentos orais também devem ser
temporariamente interrompidos, exceto em caso de indicação contrária específica.
Cuidados pós-exames
Reiniciar a atividade e a dieta anteriores. Ajudar o paciente se necessário. Esse exame do intestino pode ser
muito cansativo. Os pacientes podem estar fracos, com sede, com fome e cansados. Proporcionar um
ambiente calmo e de repouso para o retorno à condição normal.
Administrar laxantes durante, no mínino, 2 dias após esses exames ou até que as fezes retornem ao normal.
Observação
Atentar para desidratação e distúrbios eletrolíticos.
Pacientes com dor abdominal aguda cautela na administração do contraste.
Em suspeita de megacolon, deve evitar a administração de grande quantidade de água, devido risco de
hipervolemia.
Na suspeita de perfuração de alças, obter pela administração de contraste iodado.
Verificar se o paciente não é alérgico a látex.
Informar ao setor de radiologia se realizou sigmoidoscopia ou colonoscopia.
Urografia intravenosa, urografia excretora ou pielografia intravenosa (PIV)
Solicitados com maior frequência em casos de suspeita de doença renal ou disfunção urinária. É injetado um
contraste iodado radiopaco por via intravenosa, que se concentra na urina. Após essa injeção, é feita uma
série de radiografias a intervalos predeterminados, durante 20 a 30 minutos. Uma radiografia é realizada
após a micção.
Procedimento
Fazer uma radiografia preliminar, em decúbito dorsal, assegurar que o intestino esteja limpo.
Instruir o paciente que pode sentir calor, rubor facial, gosto salgado e náuseas, necessidade de respiração
lenta e profunda.
Injetar o contraste intravenoso. 2 a 5 minutos após a injeção, o contorno do rim aparece na radiografia; na
segunda radiografia, pode-se visualizar a pelve renal. Em seguida, os ureteres e bexiga, e não deve ser
encontrada evidência de urina residual na radiografia após micção.
Indicações clínicas
As principais indicações clínicas para estes exames são: hidronefrose, cálculos renais, aumento dos rins,
tumores, alteração no tamanho, formato e posição dos rins, ureteres e bexiga.
Fatores que interferem
A presença de fezes ou de gases intestinais, e o bário retido podem prejudicar a visualização dos rins.
Cuidados pré-exame
Explicar o objetivo e o procedimento. Pesquisar gravidez. Atentar ao paciente diabético.
Observar precauções para exame com contraste iodado. Pesquisar alergias e determinar se já apresentou
reação alérgica. Determinar nível de creatinina.
Jejum após a refeição noturna e abster-se de líquidos.
Instruir o paciente a tomar laxante na noite anterior do exame e alertá-lo que poderá ser submetido a um
enema na manhã do exame.
Cuidados pós-exame
Reiniciar dieta prescrita e a atividade após o exame, orientar e incentivar o paciente a beber líquido
suficiente para repor a perda. Explicar a importância do repouso após o exame, observar as reações adversas
do paciente e comunicar ao médico.
Outros exames usados para avaliar o sistema urinário
Cistografia: a bexiga é opacificada por um meio de contraste através do canal uretral.
Cistouretrografia retrógada: após cateterização, a bexiga é cheia, até sua capacidade máxima com meio de
contraste.
Cistouretrografia miccional: após instilação de meio de contraste na bexiga, são feitas radiografias durante o
ato miccional.
Radiografia contrastada do intestino grosso (Enema opaco):

Exame radiográfico do intestino feito com contraste de bário:


Tomografia computadorizada
Definição
É um método diagnostico no qual são utilizados feixes colimadores de raio-X, muito finos, acoplados a
computadores que favoreçam imagens detalhadas de seguimentos corporais.
Considerações sobre tomografia computadorizada
Produz radiação ionizante e são feitas num sistema de scanner especial. Os raios atravessam o corpo e
produzem a imagem. Podem ser usados agentes para delineação dos vasos sanguíneos, opacificação de
tecido, demonstração de intestino e outros.
Convencionou-se examinar a TC produzida como se estivesse olhando para ela de baixo para cima (a partir
dos pés do paciente), assim é importante lembrar que as estruturas vistas a sua direita são aquelas do lado
esquerdo do corpo do paciente.
Os scanners de TC espiral podem produzir até 16 fatias de imagem simultaneamente, podendo aplicar
técnicas de pós-processamento aos conjuntos de dados.
Densidade da tomografia computadorizada
Área transparente, clara na imagem: hiperdenso;
Áreas escuras na imagem: hipodenso;
Mantêm a mesma tonalidade de cinza: isodenso.

Tomografia craniana: área hirperdensa: AVEH

Tomografia craniana: área hipodensa: atrofia cerebral com dilatação ventricular


Tomografia computadorizada axial, helicoidal ou espiral
Axial: imagens em um plano transversal ao objeto a partir de um giro de 360º do feixe de raios-X em torno
de si (mesa estática).
Helicoidal ou espiral: rotação contínua da ampola de raios-X acoplada em movimento contínuo e regular
em torno do paciente em cima da mesa (aquisição volumétrica), com cortes de 1,0 a 10,0 mm de espessura.
Reconstrução em planos diversos do transversal é também mais fidedigno.
Tomógrafo

Tomografia computadorizada helicoidal


Contraste na TC
Os contrastes utilizados na tomografia podem ser administrados por via oral (VO), endovenosa (EV) e via
retal (VR).
Por via oral ou via retal, os contraste são hidrossolúvel (a base de iodo) ou baritado diluído. Eles servem para
aumentar a atenuação entre as estruturas (análise de vísceras ocas).
Quando a administração for por via oral, deve ser administrada cerca de 1 hora antes do exame. Por via retal
(CLISTER OPACO), é a administração é realizada na sala de procedimento (para doenças pélvicas).
O contraste endovenoso é administrado para o realce das estruturas vasculares e para aumentar o contraste
entre as estruturas parenquimatosas: vascularizadas, hipovascularizadas e avascularizadas.
O contraste iodado não iônico vem progressivamente aumentando, devido à diminuição de número de
reações alérgicas adversas, comparado ao iônico.
Podem ser feitas imagens por TC de praticamente qualquer parte do corpo e podem isolar praticamente
qualquer órgão abdominal:
Abdome: fígado, pâncreas, vesícula biliar, rins, suprarrenal, baço, retroperitônio, e vasos sanguíneos
abdominais.
Pelve: bexiga, útero, ovários, parte distal do cólon e próstata.
Coluna vertebral.
Cabeça, seios, órbitas, mastoides, canais auditivos internos, ossos da face, pescoço.
Tórax: pulmões, mediastino e coração.
Articulações e ossos específicos; Biópsia guiada por TC.
Limitação da TC
Mulheres grávidas;
Pessoas muito obesas (superior a 200 kg);
Pessoas alérgicas ao contraste (só se submete a fase sem contraste);
Pessoas que se submeteram a exames contrastados recentemente com a utilização de sulfato de bário;
Distúrbios neurológicos (Parkinson ou outras afecções que causam movimentos involuntários. Neste caso,
faz-se o uso de anestésico);
Distúrbios psiquiátricos;
Crianças ou adultos senis (dificuldade de compreensão quanto à necessidade de imobilização prolongada).
TC de crânio e pescoço, encéfalo, olhos e seios da face
Os resultados formam imagem em cortes, da estrutura anatômica da cabeça.
Procedimento
Durante o exame, colocar o paciente deitado, absolutamente imóvel, sobre a mesa, com a cabeça
confortavelmente imobilizada. A mesa é deslocada para interior de uma estrutura anular determinada
de Gantry.
Injetar um meio de contraste radiopaco iodado se for desejado realce da densidade tecidual para
esclarecimento de uma área suspeita.
Estar ciente de que, durante e após a injeção intravenosa, o paciente pode sentir calor, rubor facial, gosto
salgado ou náuseas. Incentivar o paciente a respirar profundamente. Deve haver uma bacia (cuba rim)
disponível para vômito.
Observar outros sinais indesejados.
Indicações clínicas
As principais indicações clínicas da TC de crânio e pescoço, encéfalo, globo ocular e seios da face são: as
massas tumorais ósseas e de tecido moles, como meningiomas, hemagioma, astrocitomas, aneurisma,
infarto, infecção, sinusite e corpos estranhos, dentra outras.
Fatores que interferem na tomografia computadorizada
Os movimentos do paciente afetam negativamente a qualidade e a precisão da imagem.
Cuidados pré-exame
Explicar o objetivo e o procedimento teste. Fornecer instruções por escrito. Reforçar os conhecimentos
adversos da exposição à radiação e o meio de contraste.
Pesquisar se durante a gravidez, a paciente fez uso de hipoglicemiantes e determinar valores de nível de
creatinina.
Em geral jejuar 2 a 3 horas antes do exame.
Verificar alergias.
Administrar analgésicos e sedativos, principalmente para minimizar a dor e o movimento necessário.
Cuidados pós-exame
Verificar se foi usado meio de contraste iodado. Monitorar e anotar as reações adversas, e, se presente
comunicar médico e avaliar efeitos dos anti-histamínicos.
Exemplo de tomografia craniana
Hematoma extradural:

TC coluna vertebral, tórax, membros, abdome e pelve


Usada para avaliar doenças neoplásicas e inflamatórias, a aquisição de dados por TC pode ser rapidamente
sequenciada para avaliar fluxo sanguíneo e determinar a vascularização de uma massa.
Procedimento
Instruir o paciente a beber uma preparação de contaste especial alguns minutos antes da TC abdominal. Esse
meio de contraste delineia o intestino.
Colocar o paciente em decúbito dorsal sobre a mesa, e instruir a seguir as solicitações de respirações
durante o procedimento.
Injetar meio de contraste iodado e obter mais imagens.
Orientar o paciente das sensações quando administrado o meio de contraste iodado.
Observar sinais indesejados, caso necessário, interromper o exame e estar prontamente para prestar
assistência, lembrando que a necessidade de equipamento e drogas de ressuscitação em local de fácil
acesso.
Indicações clínicas
As principais indicações clínicas para a tomografia computadorizada de coluna vertebral, tórax, membros,
abdome e pelve são: tumores, nódulos, cistos, linfoma, aneurisma de aorta abdominal, derrame pleural,
câncer de pâncreas, fraturas, cirrose hepática, lesões dos tecidos moles ou de ligamentos.
Fatores que interferem
O bário retido pode encobrir órgãos na parte superior e inferior do abdome e a imobilidade do paciente são
fatores que interferem a TC.
Cuidados pré-exame
Explicar o objetivo e o procedimento do exame e pesquisar risco de gravidez.
Pessoas alérgicas ao contraste (só se submete a fase sem contraste).
Avaliar se há risco para reações adversas.
Orientar quanto a cólicas abdominais.
Um dia antes do exame, alimentar-se de sólidos. E no dia, de líquidos claros 2 horas antes do exame.
Informar dos sintomas quando administrado meio de contraste iodado.
Lembrar o paciente que sedativos e analgésicos podem ajudar a permanecer deitado, imóvel, durante o
exame.
Cuidados pós-exame
Observar e registrar as reações ao contraste iodado, comunicar ao médico e avaliar efeitos dos anti-
histamínicos.
Os anti-histamínicos são medicamentos utilizados no tratamento de alergias.
Exemplos de imagens tomográficas

Formação de massa na parte superior do pulmão direito (lado esquerdo da figura).


Tomografia de abdome sem contraste, evidenciando ascite Peri-hepático, com nódulo hepático.

Grande cisto no pâncreas

Metástase múltipla de fígado


Ressonancia nuclear magnetica (RNM)
Definição
RNM é um método de imagem que se obtém após a ressonância de prótons de átomos de hidrogênio
submetidos a um campo magnético, ou seja, é uma técnica que estimula o corpo a produzir um sinal de
radiofrequência e usa antena ou bobina de recepção para medir este sinal.
Princípios físicos
Submetem-se os átomos de hidrogênio de um segmento do corpo humano a um campo magnético após a
transmissão de radiofrequência. Desta forma, esses átomos geram, por sua vez, um campo magnético que é
captado por um receptor e convertido em imagem.
Aparelho para realização da ressonância magnética
O cubo de um aparelho comum deve ter 2m de altura x 2m de largura x 3m de comprimento. Há um tubo
horizontal que atravessa o magneto (ímã) da parte dianteira até a traseira. Esse tubo é uma espécie de vão
do magneto. Assim que a parte do corpo que deve ser examinada atinge o centro exato ou isocentro do
campo magnético, o exame inicia.

As intensidades de sinais nas imagens por RNM dependem de três fatores:


1. As propriedades magnéticas inerentes dos tecidos (isto é, dos átomos nas moléculas que compõem estes
tecidos, a grande maioria na água e nas moléculas de gordura) são evidenciadas por:
T1 (tempo de magnetização)
T2 (tempo de desmagnetização)
2. Fluxo
Coleção líquida estática = sinal muito elevado (água)
Coleção líquida móvel (sangue e do líquor) = núcleos de H+ magnetizados movem-se para fora do volume de
tecido examinado = sinal de menor intensidade (medir débitos sanguíneos).
3. TR (tempo para magnetizar) e TE (tempo para desmagnetizar)
Avaliação da ressonância
As intensidades de sinais nas imagens por RNM dependem de três fatores:
1. As propriedades magnéticas inerentes dos tecidos (isto é, dos átomos nas moléculas que compõem estes
tecidos, a grande maioria na água e nas moléculas de gordura) são evidenciadas por:
T1 (tempo de magnetização)
T2 (tempo de desmagnetização)
2. Fluxo
Coleção líquida estática = sinal muito elevado (água)
Coleção líquida móvel (sangue e do líquor) = núcleos de H+ magnetizados movem-se para fora do volume de
tecido examinado = sinal de menor intensidade (medir débitos sanguíneos).
3. TR (tempo para magnetizar) e TE (tempo para desmagnetizar)
Área bem clara da imagem RNM: Hipersinal
Área escura, sem resposta de sinal: Hipersinal
Área com a mesma tonalidade de cinza, intensidade de sinal: Isosinal
Líquido: hipointenso em T1 e hiperintenso em T2
Sólido: hipo/isointenso em T1 e hipo/isointenso em T2
Gordura: hiperintensa em T1 e iso/hiperintensa em T2
Sangue: hiperintenso em T1 e hipo/iso/hiperintenso em T2 (depende do tempo de sangramento)
 Calcificação/Metal: ausência de sinal em T1 e T2
(ausência de prótons de hidrogênio)
Comparação: raio-X e CT ? RNM
As intensidades de sinais nas imagens por RNM dependem de três fatores:
No raio-X e CT: O contraste funciona impedindo que os fótons (unidade de energia dos elétrons) do raio-X
passem pela área em que estão localizados e atinjam o filme. Isso causa diferentes níveis de densidade no
filme.
Na RNM: O contraste funciona alterando o campo magnético local do tecido que está sendo examinado.
Tecidos normais e anormais não irão reagir da mesma maneira a essa pequena alteração e criarão sinais
diferentes.
Cuidados especiais com a sala de exame
Antes que um paciente ou membro da equipe entre na sala onde está o equipamento, ele passa por uma
verificação completa em busca de objetos de metal. A equipe deverá ter cuidado com fragmentos metálicos
no olho, marca-passo, e clipes de aneurismas.
Alguns implantes dentários, próteses ortopédicas (estão dentro do osso) e alguns metais (tecido cicatricial)
não apresentam perigo.
O local do aparelho de tomografia por ressonância magnética pode ser um lugar perigoso se não tomarmos
precauções muito severas.
Objetos de metal podem se tornar projéteis perigosos se forem levados à sala de exames. Esses objetos
podem ser puxados de bolsos e do corpo de repente, voando para a abertura do magneto (onde o paciente
fica) a velocidades muito altas, ameaçando qualquer um que esteja na sala.
Cartões de crédito, cartões de banco e qualquer outra coisa com tarjas magnéticas terão seus dados
apagados pela maioria dos sistemas de ressonância magnética.
Indicações
Diagnosticar esclerose múltipla.
Diagnosticar tumores na glândula pituitária e no cérebro.
Diagnosticar infecções no cérebro, medula espinal ou articulações.
Visualizar ligamentos rompidos no pulso, joelho e tornozelo.
Visualizar lesões no ombro.
Diagnosticar tendinite.
Avaliar massas nos tecidos macios do corpo.
Avaliar tumores ósseos, cistos e hérnias de disco na coluna.
Diagnosticar isquemias em seus estágios iniciais
Vantagens (RNM)
Não utiliza radiação ionizante.
O contraste utilizado tem uma incidência de efeitos colaterais muito pequena.
Possui capacidade de gerar imagens de qualquer plano. Permite cortes axiais, sagital e coronal ou qualquer
nível entre esses? o paciente não precisa fazer nenhum movimento.
Os magnetos gradientes permitem que o aparelho de ressonância escolha a parte exata do corpo da qual se
quer gerar uma imagem e oriente o corte das "fatias".
Desvantagens
Tempo de aquisição relativamente prolongado podendo gerar artefatos em razão dos movimentos.
Próteses podem gerar artefatos.
Dificuldades com pacientes claustrofóbicos.
Impossibilidade de uso em pacientes com implantes metálicos ou marca-
-passos.
Cuidados de enfermagem pré-RNM
Explicar o propósito, o procedimento, os benefícios e os riscos do exame.
Avaliar contraindicação do exame (obter história quanto a quaisquer dispositivos implantados como valvas
cardíacas, clipes cirúrgicos e de aneurisma, placas, parafusos e hastes ortopédicas internas e marca-passos).
Explicar que o paciente pode ficar de olhos fechados durante o exame a fim de evitar sensações
claustrofóbicas.
Recomendar não fazer refeição abundante por pelo menos 1 hora antes do exame (conforme prescrição
médica).
Incentivar o paciente a relaxar, orientando-o a permanecer o mais imóvel durante o exame.
Orientar o não uso de álcool, nicotina, cafeína.
O paciente deve fazer jejum absoluto por 2 horas.
Promover repouso em decúbito dorsal por 10 minutos.
Cuidados de enfermagem pós-RNM
Monitorizar quanto a efeitos colaterais do meio de contraste da RNM.
Avaliar o local de injeção de contraste para verificar se há sinais de inflamação, equimose, irritação ou
infecção.
Exemplos de ressonância magnética
Introducao aos exames laboratoriais
Em especial para o profissional enfermeiro, os exames laboratoriais contribuem no processo de enfermagem
em todas as suas fases, pois trazem não só informações terapêuticas como também respostas do cliente
frente ao tratamento e ao cuidado instituídos que nem sempre podem ser identificados pela anamnese e
exame físico.
Nesta primeira aula estudaremos sobre a importância dos exames laboratoriais e o papel do enfermeiro em
todas as fases que permeiam o preparo do cliente, a otimização do ambiente e dos materiais destinados à
coleta, à coleta em si e ao acondicionamento adequado até a análise, além da uma condução dos resultados
na assistência de enfermagem. Os exames laboratoriais se utilizam de amostras biológicas em suas análises e
podem ser solicitados para suprir objetivos vários, dentre eles: o rastreamento básico de doenças em
populações sadias, estabelecimento de diagnósticos iniciais e diferenciais e avaliação da gravidade da
doença e da melhora do paciente (Fischbach, 2007 p.1-2).
Independente dos objetivos direcionados aos exames laboratoriais, é necessária a organização e
coordenação deste processo, de modo que a presença do enfermeiro colabora com intervenções pré, trans e
pós-teste laboratorial.
Intervenções de enfermagem pré-teste laboratorial
Nas intervenções de enfermagem pré-teste estão a apreensão de informações sobre exames laboratoriais
anteriores, a explicação e indicação do teste para o cliente e o preparo do cliente.
As informações sobre exames laboratoriais anteriores são de suma importância, principalmente quando há
condução de um tratamento ou quando se pretende avaliar a evolução do cliente. A orientação prestada
pelo enfermeiro frente ao exame e o preparo do cliente para ele determina o sucesso na análise da amostra
e a colaboração do cliente no processo.
Intervenções de enfermagem trans-teste laboratorial
Nas intervenções de enfermagem trans-teste estão a retomada das informações do exame através da
descrição do procedimento, de maneira clara e objetiva, identificando materiais a serem utilizados e
condutas profissionais preconizadas, a coleta em si e o transporte da amostra, além da avaliação de clientes
em situações de risco.
Os materiais utilizados na coleta dependem do material a ser obtido e do cliente. Quando há necessidade de
se invadir locais do corpo isentos de colonização microbiana para se conseguir estes materiais, os
profissionais envolvidos necessitam estar aptos no uso da técnica asséptica e de materiais estéreis, além do
conhecimento sobre Swab.
Intervenções de enfermagem pré-teste laboratorial
Nas intervenções pós-teste estão os cuidados com cliente que abrangem a conduta imediata pós-coleta até
o laudo final do exame, as precauções especiais no caso de clientes em situação de risco e a interpretação
dos resultados.
Trata-se de um período em que a condução da ansiedade do cliente é essencial para a qualidade da
assistência de enfermagem. Além disso, o cliente muitas vezes necessita se restabelecer dos preparos
instituídos na pré-coleta, como o jejum ou a suspensão temporária de um medicamento em uso, ou ainda
dos desconfortos causados por procedimentos na trans-coleta, sendo necessária uma condução profissional
que respeite o grau de independência do cliente.
Quando possível, as amostras dos materiais devem ser coletadas entre 7 e 9 horas da manhã, pois a
concentração plasmática de várias substâncias tende a flutuar, além disso, as eliminações de fezes e urina
também sofrem mudanças no decorrer do dia. O ritmo biológico também pode ser influenciado pelo ritmo
individual, no que diz respeito à alimentação, exercícios e horas de sono. Por esse motivo, é necessário
sempre anotar o momento exato da coleta na solicitação ou identificação da amostra.
Biossegurança: é um conjunto de medidas necessárias para a manipulação adequada de agentes biológicos,
químicos, genéticos, físicos (elementos radioativos, eletricidade, equipamentos quentes ou de pressão,
instrumentos de corte ou pontiagudos, vidrarias), dentre outros, para prevenir a ocorrência de acidentes e,
consequentemente, reduzir os riscos inerentes às atividades desenvolvidas, bem como proteger a
comunidade, o ambiente e os experimentos.

Noçoes gerais sobre o tecido sanguineo e o


eritrograma
O hemograma é subdividido em eritrograma, ou série vermelha, envolvendo a contagem e análise das
hemácias ou eritrócitos, e leucograma, ou série branca, envolvendo a contagem e análise dos leucócitos. No
hemograma também se realiza a contagem das plaquetas.
Nesta segunda aula abordaremos as características gerais do tecido sanguíneo, os tipos de coleta de sangue
e a avaliação do eritrograma, bem como os cuidados de enfermagem que o permeiam.
O tecido sanguíneo e sua composição
O sangue é um tecido composto por uma parte líquida predominante e uma parte sólida, onde se
evidenciam as células. Um adulto possui em média cinco litros de sangue, sendo que proporcionalmente:
Dois litros são compostos por células.
Três litros são compostos por plasma.
O sangue é produzido na medula óssea vermelha ou também chamado tecido hematopoiético e tem como
funções o transporte de nutrientes para as células, a condução das toxinas para excreção, a condução dos
gases respiratórios e proteção.
As células que compõem a parte sólida do sangue são: as hemácias, também chamadas eritrócitos ou
glóbulos vermelhos, os leucócitos, também chamados glóbulos brancos e plaquetas ou trombócitos. As
hemácias são responsáveis pelo transporte de oxigênio e dióxido de carbono e são o maior grupo de células
em número do sangue. Os leucócitos são responsáveis pela defesa celular e humoral e as plaquetas pela
coagulação.
Vários exames se utilizam do sangue como substrato de análise e a forma de coleta é invasiva, através de
sangue obtido por punção capilar, venosa ou arterial. Em qualquer uma das formas de coleta, as normas de
biossegurança devem ser respeitadas e o profissional envolvido deve dominar a técnica, também se deve
observar a aptidão legal para a coleta prevista pelos órgãos de classe, uma vez que nem todas as formas de
punção são previstas para o enfermeiro.
Hemograma: noções gerais
O hemograma analisa cada elemento celular do sangue quanto à quantidade, além de trazer informações
sobre a série vermelha e a série branca. Numa análise de hemograma simples realiza-se a contagem de
hemácias, leucócitos e plaquetas, determina-se a hemoglobina, hematócrito e índices hematológicos. Já
num hemograma completo, além das análises mencionadas também se faz a contagem dos diferenciais de
leucócitos.
Para a realização do hemograma simples ou completo é necessária uma amostra de sangue venoso ou
arterial em frasco de tampa roxa, que contém EDTA. A quantidade de sangue depende do frasco, do tipo de
paciente e do fabricante. Normalmente vem ilustrada no rótulo. Nos frascos destinados a indivíduos adultos
a amostra é geralmente de cinco mililitros.
As intervenções de enfermagem pré-teste consistem em explicar o procedimento ao paciente e considerar
que não é necessário jejum e que a desidratação ou hiperidratação podem alterar os resultados.
As intervenções pós-teste consistem em comprimir o local da punção e avaliar local da punção.
O eritrograma
O eritrograma constitui a análise do número de hemácias, todos os índices hematológicos, a hemoglobina e
o hematócrito.
A contagem de hemácias é feita em índices que envolvem sua quantidade em mm 3 (milímetros cúbicos) ou
Litros (L) e pode ser diferenciado pelo sexo e a idade. Outros fatores também influenciam a contagem das
hemácias como a desidratação, a estase venosa prolongada durante a punção, o estresse, a altitude, a
gravidez, o uso de drogas, o volume de sangue inadequado da amostra e a coagulação da amostra.
(Fischbach, 2007 p.29-30).
A hemoglobina (Hb) é o principal componente dos eritrócitos, tem como função ser veículo de transporte
para o oxigênio e dióxido de carbono (gás carbônico). O líquido extracelular também serve como importante
tampão, ligando-se ao hidrogênio.
O hematócrito (Ht) mede indiretamente a massa de hemácias através da separação do sangue. O valor é
medido em percentagem de hemácias por volume.
Os índices hematológicos definem tamanhos da hemácia e conteúdo de hemoglobina das hemácias, são
eles: o Volume Corpuscular Médio (VCM), a Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM) e a
Hemoglobina Corpuscular Média (HCM).
Disturbios da serie vermelha: terminologias
e tipos de anemias
Dentre as alterações do eritrograma estão as alterações do número de hemácias. A partir de um valor de
referência estipulado segundo cada instituição e cada cliente (vide aula 2 em textos complementares),
podemos encontrar variantes abaixo do valor de referência e acima dele. Em cada um desses casos existem
nomenclaturas especiais que serão discriminadas no laudo deste eritrograma.
O conhecimento destas nomenclaturas é de grande importância para o enfermeiro, pois a articulação do
cuidado pode ser mais apurada quando o mesmo já identifica estes distúrbios no laudo ou quando se
comunica com a equipe que analisa o eritrograma.
Quando o número de células está acima do valor de referência para normalidade, utiliza-se o sufixo CITOSE,
associado ao grupo celular envolvido.
No caso do eritrograma: ERITROCITOSE.
A eritrocitose está associada a várias patologias e pode ser primária, secundária ou relativa. Na eritrocitose
primária, a produção das hemácias na medula óssea vermelha está desordenada e torna o número de
hemácias acima do normal. Na eritrocitose secundária, existem causas intrínsecas como doenças e
extrínsecas como grandes altitudes, que são causadoras do aumento das hemácias em número. Já na
eritrocitose relativa há a diminuição do volume plasmático, trazendo uma desproporção patológica entre a
parte líquida e a parte sólida do sangue (vide aula 2), muito frequente na desidratação.
A palavra POLICITEMIA, também pode ser utilizada como sinônimo, porém ressalta-se que ao utilizá-la, a
análise deve estender-se a outros elementos do eritrograma, como a hemoglobina e o hematócrito. Neste
caso, tanto o valor da hemoglobina quanto do hematócrito estarão acima do valor referencial de
normalidade.
Quando o número de células está abaixo do valor de referência para normalidade, utiliza-se o sufixo PENIA,
associado ao grupo celular envolvido.
No caso do eritrograma: ERITROPENIA.
A palavra anemia também pode ser utilizada como sinônimo, porém ressalta-se que ao utilizá-la, a análise
deve estender-se a outros elementos do eritrograma como a hemoglobina e o hematócrito. Nesse caso,
tanto o valor da hemoglobina quanto do hematócrito estarão abaixo do valor referencial de normalidade.
A partir da análise do eritrograma voltado aos índices hematológicos, podemos classificar a anemia quanto à
uniformidade e tamanho das células envolvidas (VCM), e quanto à concentração e distribuição da
hemoglobina na célula (CHCM e HCM).
O VCM (Volume Corpuscular Médio) indica que a partir desta análise podem-se classificar as hemácias em
normocíticas, macrocíticas e microcíticas. As hemácias normocíticas apresentam-se dentro do valor de
referência estipulado, as microcíticas estão abaixo e as macrocíticas estão acima.
As hemácias de tamanhos diferentes podem ser designadas com a palavra ANISOCITOSE. A anisocitose é
uma variação no tamanho das hemácias no mesmo esfregaço sanguíneo analisado.
A CHCM (Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média) e a HCM (Hemoglobina corpuscular média)
indicam que a partir desta análise podem-se classificar as hemácias em normocrômicas, hipocrômicas e
hipercrômicas. As células normocrômicas encontram-se com as concentrações e cálculos de hemoglobina
dentro do valor de referência estipulado, as hipocrômicas estão abaixo e as hipercrômicas estão acima.
Embora as nomenclaturas encontradas para designar o eritrograma indiquem eritropenia, anemia,
eritrocitose e policitemia, quando o enfermeiro coleta dados por meio do exame físico ele não deve se
utilizar destas terminologias laboratoriais para designar características ao cliente. Nos casos em que os
valores do eritrograma indicam a eritropenia e anemia, por meio da inspeção no exame físico o enfermeiro
pode encontrar um cliente descorado ou hipocorado. Quando o eritrograma indica eritrocitose e policitemia,
por meio da inspeção no exame físico, o enfermeiro pode encontrar um cliente pletórico.
A avaliacao do leucograma
Os leucócitos são as células incolores do sangue circulante e seus precursores no tecido hematopoiético. São
essenciais nos mecanismos imunológicos do organismo e, além disso, são as únicas células nucleadas no
sangue dos mamíferos, perfazendo no adulto de 5.000 a 9.000 células/mm³ ou mais, no 1º ano de vida.
Os leucócitos dividem-se em elementos mielóides, ou seja, que se desenvolvem na medula óssea, e
elementos linfóides, que se desenvolvem nos tecidos linfóides como timo e linfonodos.
Os leucócitos mielóides são chamados granulócitos ou polimorfonucleares, pois essas células apresentam
com numerosos grânulos específicos e núcleo com considerável alteração de forma.
Os leucócitos polimorfonucleares são subdivididos em neutrófilos, eosinófilos e basófilos.
Os leucócitos linfoides são chamados de agranulócitos ou mononucleares, pois estas células estão envolvidas
na atividade de defesa humoral e celular, ou seja, na produção de anticorpos e na apresentação de
antígenos. Os leucócitos mononucleares são divididos em linfócitos e monócitos.
As terminologias utilizadas no leucograma
Os distúrbios do leucograma iniciam-se com alterações no número de leucócitos totais. A partir de um valor
de referência estipulado segundo cada instituição, pode-se encontrar variantes abaixo do valor de referência
e acima dele. Em cada um destes casos existem nomenclaturas especiais, que serão discriminadas no laudo
desse leucograma.
O sufixo CITOSE, associado à nomenclatura, designa a elevação do número total de leucócitos acima dos
valores de referência. No caso do leucograma: LEUCOCITOSE. Pode ser devido ao aumento de um, dois, até
três tipos de células, sendo as mais importantes, neutrófilos, linfócitos e eosinófilos, além disso, trata-se da
resposta esperada para uma invasão microbiana.
Ressalta-se que, no hemograma simples, esta descrição encerra-se neste momento, porém, no hemograma
completo, encontram-se discriminados cada grupo de leucócitos e seus diferenciais numéricos e em
percentagem. Sendo assim, quando se trata de diferenciais de leucócitos, o sufixo utilizado é FILIA, porém
nos casos de aumento de linfócitos e monócitos utiliza-se respectivamente LEUCOCITOSE e MONOCITOSE.
O sufixo PENIA, associado à nomenclatura, designa a diminuição do número total de leucócitos abaixo dos
valores de referência. No caso do leucograma: LEUCOPENIA. Este sufixo é utilizado nos diferenciais de
leucócitos, mas apresenta-se como LINFOCITOPENIA, no caso dos linfócitos.
Os desvios do leucograma
Embora os desvios do leucograma envolvam de certa forma todas as formas de leucócitos, os desvios tomam
os neutrófilos como referência para a análise. Portanto, observam-se em primeiro momento os neutrófilos
em suas formas maduras, segmentados, e formas jovens, bastões ou bastonetes. (Miller, 2003).
O desvio à esquerda
Consiste no aparecimento de elementos situados à esquerda dos segmentados, ou seja, formas imaturas ou
o aumento de bastões além dos valores de referência. O desvio será mais intenso quanto maior o número
desses elementos imaturos no sangue periférico. Este fenômeno ocorre principalmente nos processos
infecciosos agudos, indicando o início do processo. (Miller, 2003).
O desvio à direita
Consiste no aumento dos segmentados e no aparecimento de elementos situados à direita dos
segmentados, ou seja, os hipersegmentados. O desvio a direita indica um caráter de cronicidade e pode
definir prognóstico, uma vez que a redução do desvio indica evolução.
Fases da Resposta Leucocitária Nos processos tóxicos e infecciosos, os neutrófilos são os primeiros que
reagem seguidos pelos monócitos e, por fim, os linfócitos, caracterizando assim as fases: neutrofílica ou de
luta, monocítica ou de defesa e linfocítica ou de cura. A fase neutrofílica ou de luta é o período inicial e
agudo da infecção, onde se observa: leucocitose, neutrofilia, desvio à esquerda, anaeosinofilia,
monocitopenia e linfocitopenia. A fase monocítica ou de defesa, caracteriza-se pelo período de vencimento
da infecção, onde ocorre a diminuição da leucocitose, da neutrofilia e do desvio à esquerda, o
reaparecimento dos eosinófilos, linfócitos diminuídos ou normais e monocitose. A fase linfocítica ou de cura
é também conhecida como período de convalescença, e verifica-se: diminuição ou desaparecimento da
leucocitose, diminuição da neutrofilia, desaparecimento do desvio à esquerda, linfocitose, eosinofilia e
monócitos normais ou aumentados. (Fischbach, 2007)

Coagulograma e exames da hemostasia


O hemograma como já estudado nas aulas anteriores, traz informações sobre as hemácias e leucócitos,
enquanto dimensionamento e estudos diferenciais. Além disso, o hemograma também traz a contagem das
plaquetas ou trombócitos.
O sufixo "-citose", associado à nomenclatura, designa a elevação do número total de plaquetas acima dos
valores de referência. No caso do coagulograma: trombocitose.
O sufixo "-penia", associado à nomenclatura, designa a diminuição do número total de plaquetas acima dos
valores de referência. No caso do coagulograma: trombocitopenia ou plaquetopenia.

Exames da hemostasia e da coagulação


A hemostasia e a coagulação possuem algumas finalidades, como a proteção da integridade dos vasos, a
manutenção do estado líquido do sangue e no equilíbrio da coagulação e da fibrinólise. Os mecanismos da
hemostasia implicam o espasmo vascular, a formação do tampão plaquetário, a coagulação sanguínea em si
e a regeneração do tecido.
Além do coagulograma, outros exames que envolvem a coagulação também colaboram no sentido de
identificar o tempo aproximado de ativação em determinados elementos da cascata de coagulação. Neste
caso, utiliza-se de uma amostra biológica sanguínea de quatro mililitros, em frasco contendo
anticoagulante citrato de sódio, que é o frasco de tampa azul, ou trabalha-se com um teste chamado Tempo
de Sangramento (TS), que não envolve frasco. No TS, realiza-se uma punção no lobo da orelha ou no
antebraço e registra-se o tempo de sangramento em segundos.
Dentre os exames que podem ser identificados com a análise deste frasco estão o Tempo de Protrombina
(TP) e o Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPA). O TP detecta distúrbios hepáticos e depende de
absorção adequada de vitamina K.  Valores Normais: 11 a 13 segundos. Alguns laboratórios se utilizam do
INR (Razão Normalizada Internacional), que é um cálculo feito a partir dos valores do cliente dividido pelos
valores internacionais.
O TTPA detecta deficiências no sistema intrínseco de coagulação, anticoagulantes circulantes e monitora
tratamentos com heparina. Valores Normais: 21 a 35 segundos.
Nomenclaturas e implicações clínicas
 No TP prolongado, encontra-se o aumento dos valores de TP, em relação aos valores de referências, como
na deficiência de protrombina, vitamina K, hepatopatia e no tratamento com anticoagulante.
Cuidados: Quando em tratamento com anticoagulantes, evitar ingestão de vegetais verdes e folhosos
(espinafre, brócolis), pois aumentam os níveis de vitamina K e aumentam o TP.
No TTPA prolongado, encontra-se o aumento dos valores de TTPA, em relação aos valores de referência,
como encontrado nos hemofílicos, em clientes durante o tratamento com heparina, estreptoquinase,
uroquinase e varfarina. Pode ser apresentado déficit de vitamina K, nas hepatopatias e coagulação
intravascular disseminada.
No TTPA diminuído, encontra-se a diminuição dos valores de TTPA, em relação aos valores de referência,
como em clientes oncológicos e na pós-hemorragia aguda (Fischbach, 2007).
Bioquimica
Eletrólitos: conceito
Os sais são compostos químicos simples formados de átomos que possuem uma carga elétrica positiva e
negativa. Quando um sal dissolve na água, os seus componentes existem separadamente como partículas
carregadas denominadas íons. As cargas positivas são chamadas cátions e as negativas são chamadas íons.
Essas partículas carregadas e dissolvidas são coletivamente conhecidas como eletrólitos.
Os eletrólitos são dissolvidos nos dois principais compartimentos de água corpórea: o intracelular e o
extracelular. Por sua vez o espaço extracelular é subdividido em interstício, que é o espaço entre as células e
o sangue.
No sangue, os eletrólitos se distribuem no soro do sangue, que é composto pela parte líquida do sangue sem
as proteínas plasmáticas. Para que as bombas celulares (bomba de sódio-potássio e bomba de cálcio)
funcionem adequadamente, mantendo as distribuições adequadas de água nos compartimentos intra e
extracelulares, há um equilíbrio entre as concentrações de eletrólitos dentro da célula e nos líquidos fora
dela e também um sistema de filtragem (sistema renal e pressão coloidosmótica) e ingesta (sistema
digestório) precisos de água e eletrólitos que garantam este controle.
Alguns hormônios também estão envolvidos nesta regulação. Dentre eles, estão o hormônio
antidiurético (ADH), produzido pela hipófise posterior e o hormônio aldosterona, produzido pelo córtex das
glândulas suprarrenais. Estes dois hormônios antagonizam a distribuição e a excreção do sódio e da água no
corpo.
Os frascos envolvidos nos níveis séricos de eletrólitos
As concentrações de eletrólitos no sangue podem ser mensuradas em uma amostra de sangue, venoso ou
arterial, em tubo seco (não possui nenhum conservante ou anticoagulante), padronizado com a tampa
vermelha, ou tubo com gel, que possui a tampa amarela. O gel tem a finalidade de facilitar o processo de
análise, uma vez que separa o soro dos demais componentes sanguíneos.

As concentrações dos eletrólitos no sangue são mensuradas para se determinar a presença de alguma
anormalidade e, caso ela exista, os resultados são utilizados para acompanhar a resposta ao tratamento.
Os tipos de eletrólitos envolvidos nos níveis séricos
O sódio (Na+), o potássio (K+), o cálcio (Ca2+) e o magnésio (Mg2+) são os eletrólitos mais envolvidos nos
distúrbios hidroletrolíticos. Além disso, a concentração do cloreto (Cl -) é comumente mensurada. No
entanto, a concentração de cloreto de sódio (NaCl) é geralmente proporcional à concentração de sódio no
sangue. Os fluidos corpóreos possuem, desta forma, uma concentração de NaCl a 0,9%, chamada fisiológica.
Valores de Referência
SâDIO 138 - 145 mEq/L

POTÁSSIO 3,5 - 5,5 mEq/L

CÁLCIO 8,5 - 10,5 mEq/L

MAGNÉSIO 1,8 - 3,0 mEq/L

A distribuição da água no líquido intracelular e extracelular


A água corresponde a 60% do peso corporal de um indivíduo adulto e é essencial às atividades biológicas.
Como já estudado na aula anterior, a água corporal se distribui no líquido intracelular e extracelular. Esta
distribuição faz-se de modo que 40% dos líquidos permanecem dentro da célula e os outros 20% dos líquidos
distribuem-se no interstício e plasma.
Tanto nos processos orgânicos naturais como os patológicos, ocorrem desequilíbrios mediante a ingestão e
perdas de líquidos muito variados no organismo saudável e na doença, sendo necessário um sistema
eficiente que regule a entrada e a saída de água no organismo. Além disso, alguns fatores também
interferem diretamente nesse processo, como a quantidade de gordura corporal, frequência de exercícios
físicos e temperatura do ambiente.
Os distúrbios hidroeletrolíticos: as alterações do sódio, potássio e cálcio
O sódio é o cátion que existe em maior quantidade nos líquidos extracelulares. Ele é importante no
equilíbrio hidroeletrolítico, uma vez que a concentração de sódio direciona o acúmulo de água; é também
fundamental na condução dos impulsos nervosos e na contração muscular.
A hiponatremia é a depleção de sódio maior em relação aos líquidos corpóreos. Neste enfoque da aula, em
relação aos níveis séricos, ocorre quando o sódio sanguíneo está abaixo dos valores de referência. A causa
principal ocorre quando há perda de líquidos corpóreos, como na diarreia. Outras situações podem levar a
hiponatremia como perdas pela pele, conforme queimaduras ou exposição a altas temperaturas, sequestro
no corpo, em caso de obstrução intestinal e insuficiência renal. Dentre os sinais e sintomas estão a cefaleia,
irritabilidade, bradicardia, anorexia, depressão respiratória e apneia. O tratamento consiste na reposição por
meio de soluções hipertônicas e correção do problema de base.
A hipernatremia é a perda de água superior à de sódio. Em relação aos níveis séricos, ocorre quando sódio
sanguíneo está acima dos valores de referência. A causa principal consiste na desidratação por perdas de
líquidos corpóreos como na diarreia e vômitos, associados a reposições hídricas deficientes, erros nas
administrações de soluções repositoras, insuficiência renal, privação de água e dietas hipertônicas. Dentre os
sinais e sintomas estão a sede, coma, confusões mentais. O tratamento consiste na redução de sódio,
administração de diuréticos e uso de repositores hipotônicos.
O potássio é o cátion mais abundante do líquido intracelular. Ele também está envolvido na contração
muscular. Além disso, a retenção de sódio implica eliminação do potássio nos túbulos renais.
Hipopotassemia ou hipocalemia é a perda de potássio e concentração sérica abaixo do valor de
referência. A causa principal consiste em vômitos e diarreias, além de queimaduras. Os sinais e sintomas são
cãibras, mialgia, paresia e bradiarritmias. O tratamento implica reposição do potássio e do uso de diuréticos
poupadores de potássio.
Hiperpotassemia ou hipercalemia é o aumento do potássio nos níveis séricos com base nos valores de
referência. A principal causa parece ser o uso de medicamentos como digitálicos, anti-hipertensivos e anti-
inflamatórios. Os sinais e sintomas incluem fraqueza muscular, náuseas, vômitos, taquiarritmia e parada
cardiorrespiratória. O tratamento implica o uso de resinas trocadoras iônicas, uso de gluconato ou cloreto de
cálcio e uso de soluções polarizantes, como soluções hiperglicosadas.
O cálcio contido no sangue e interstício é regulado pela ação dos hormônios das paratireoides e tireoides. O
hormônio da paratireoide regula o equilíbrio entre o cálcio contido nos ossos, a absorção pelo trato
gastrintestinal e a eliminação pelos rins. O cálcio também desempenha um papel importante na coagulação
do sangue.
Hipocalcemia é a diminuição do cálcio nos níveis séricos a partir dos valores de referência. A principal
causa é a paratireoidectomia. Os sinais e sintomas são radiarritmia, distúrbios do humor e sangramentos. O
tratamento implica a reposição por intermédio de soluções intravenosas e repositores orais, além de
vitamina D.
Hipercalcemia é o aumento do cálcio nos níveis séricos a partir dos valores de referência. As principais
causas são hiperparatireoidismo, tumores e insuficiência das glândulas adrenais. Os sinais e sintomas
implicam em torpor, anorexia, taquiarritmias. O tratamento implica hidratação com soro fisiológico e
administração de diuréticos.
Cuidados de enfermagem com a amostra de eletrólitos
As amostras destinadas a análise de eletrólitos necessitam de alguns cuidados especiais de enfermagem no
que diz respeito ao preparo do cliente, à coleta e acondicionamento nos frascos.
Em relação ao preparo do cliente, é importante sempre discriminar as amostras colhidas de clientes em fase
de reposição ou depleção de eletrólitos. As doenças sistêmicas e que envolvam o equilíbrio hidroeletrolítico,
seja hormonal, celular ou outras devem ser também discriminadas.
O garroteamento prolongado influencia negativamente a análise da amostra, uma vez que causa hemólise,
contribuindo para resultados errôneos, por conta do aumento dos valores séricos. O local a ser escolhido
também é de extrema importância, pois, de preferência, não deve envolver locais destinados a receber
repositores intravenosos e nem cateteres venosos. O calibre dos cateteres predispõe a hemólise e o uso de
um para outros fins prejudica a análise fidedigna da amostra.
No que se trata ao acondicionamento nos frascos, os eletrólitos são sempre a prioridade na coleta, salvo
coagulograma, também priorizados no destino de análise. Além disso, o uso de coleta a vácuo impede as
amostras inadequadas e viciosas, porém quando essa modalidade não é possível, o uso de agulhas para
destinar o material nos frascos também é dispensável.

Marcadores Bioquimicos da Lesao do


Miocardio
O INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO É DEFINIDO COMO A NECROSE DA CÉLULA MIOCÁRDICA RESULTANTE DA DIMINUIÇÃO DA
OFERTA DE OXIGÊNIO AO MÚSCULO CARDÍACO. SEGUNDO A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, A TRÍADE CLÁSSICA PARA A
CONFIRMAÇÃO DIAGNÓSTICA É FORMADA POR: DOR NO PEITO (PRECORDIAL), ALTERAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS E A
ELEVAÇÕES DE MARCADORES BIOQUÍMICOS CÁRDIO-ESPECÍFICOS.
(MOTTA, 2009)
Os marcadores de lesões miocárdicas são macromoléculas liberadas após lesão da membrana do sarcolema
dos miócitos decorrente da necrose. A velocidade do aparecimento dessas macromoléculas na circulação
periférica depende da localização intracelular, do peso molecular, dos fluxos sanguíneos e linfáticos locais e
da taxa de eliminação no sangue (MOTTA, 2009).
Os marcadores mais utilizados na avaliação das lesões do miocárdio são: a creatino-quinase fração MB (CK-
MB), as troponinas I (cTnI) e T (nTnT) e a mioglobulina (MOTTA, 2009).
Creatina cinase (CK)
A creatina cinase (CPK/CK) é uma enzima encontrada em maiores concentrações nos músculos cardíacos,
esquelético e em concentrações muito menores no tecido encefálico. Como a CK é encontrada em
relativamente poucos órgãos, esta é usada como indicadora específica de lesão miocárdica e muscular. A CK
pode ser dividida em três izoenzimas: MM, MB e BB.
O músculo esquelético contém basicamente MM; o músculo cardíaco contém basicamente MM e MB; o
tecido encefálico, o sistema gastrointestinal e o trato geniturinário contêm basicamente a isoenzima BB. Os
níveis normais de CK consistem praticamente de 100% de isoenzima MM.
A elevação da atividade plasmática da CK-MB (igual ou maior a 6% da CK total) é o indicador mais específico
de lesão do miocárdio. A CK- MB eleva-se 4 a 6 horas após o início dos sintomas causados pela lesão
cardíaca, com picos entre 18 e 24 horas e retorno ao normal entre 48 e 72 horas (MOTTA, 2009).
Cuidados de enfermagem durante a coleta de CK-MB
Se o cliente for fazer exame para distúrbios musculoesqueléticos, deve-se orientá-lo a evitar esforços físicos
nas 24 horas antes do exame.
Colher amostra de 5 ml de sangue venoso em um tubo seco.
Coletar a mostra antes da aplicação de injeções IM, ou colher a amostra uma hora após sua aplicação,
porque o traumatismo muscular aumenta o nível da CK total.
Valores de referência:
Normal:
Homens: 38-174 U/L (0,63-2,90 ?Kat/L)
Mulheres: 26-140 U/L (0,46-2,38? Kat/L)
Lactentes: valores 2-3 vezes maiores que no adulto (FISCHBACH,2005)
Isoenzimas:
MM (CK3): 96% -100%
MB (CK2): 0% - 6%
BB (CK1): 0% (FISCHBACH, 2005)
Mioglobina
A mioglobina é uma hemoproteína citoplasmática transportadora de oxigênio presente no músculo cardíaco
e no músculo esquelético.  Lesões celulares durante o infarto agudo do miocárdio liberam mioglobina na
circulação sanguínea (MOTTA, 2009).
Cuidados de enfermagem durante a coleta de mioglobulina:
Orientar o paciente a evitar exercícios físicos intensos antes do exame.
Colher 5 ml de sangue venoso em um tubo seco.
Valores de referência:
Normal:
5-70 ng/mL ou 5 -70 mg/L
Resultado anormal:
No infarto agudo do miocárdio a mioglobina começa a elevar-se entre 1 e 2 horas após o início dos sintomas,
com pico entre 12 e 24 horas (FISCHBACH, 2005).
O teste de troponina é utilizado no diagnóstico precoce de pequenos infartos do miocárdio indetectáveis por
métodos diagnósticos convencionais. Os níveis de troponina cardíaca também são usados na avaliação da
evolução do infarto do miocárdio, pois permanecem elevados por 5 a 7 dias após a lesão. É solicitada coleta
de amostras seriada 0, 4, 8 e 12 horas após dores torácicas para excluir IAM (MOTTA, 2009).
Valores de referência:
Normal:
Negativo (qualitativo)
Troponina I: < 0,35 mg/l
Troponina T: < 0,1
Cuidados de enfermagem durante a coleta:
Colher 5 ml de sangue venoso em um tubo de tampa vermelha
Estar ciente de que podem ser solicitadas amostras seriadas. Anotar a hora e a data da coleta.
 Resultado anormal:
Os níveis positivos ou elevados de troponina I cardíaca indicam pequenos infartos e lesão miocárdica
durante cirurgia.
Troponina T cardíaca positiva ou elevada está relacionada a casos de: IAM, IM peri-cirúrgico, angina instável,
miocardite, insuficiência renal crônica e traumatismo agudo com envolvimento muscular.
Lactato desidrogenase
A lactato desidrogenase (LD, LDH), é uma enzima intracelular amplamente distribuída nos tecidos do corpo,
particularmente no rim, coração, músculo esquelético, encéfalo, fígado e pulmões. O aumento do valor
normal indica morte celular e extravasamento da enzima da célula. (FISCHBACH, 2005).
Valores de referência:
Recém-nascidos: 160-450 U/L
Crianças: 60-70 U/L
Adultos: 140-280 U/L
Cuidados de enfermagem durante a coleta:
Colher 5 ml de sangue venoso em um tubo seco (FISCHBACH, 2005) 
 Resultado anormal:
O aumento de LDH (LD) é observado nas seguintes condições: níveis elevados ocorrem de 36 a 55 horas após
o IAM e persistem por mais tempo que as elevações de CPK; no infarto pulmonar, aumenta 24 após o início
da dor.
Troponinas As troponinas são proteínas contidas nas células musculares do aparelho miofibrilar das células
que formam o sarcômero, que é o núcleo básico do aparato contrátil da fibra muscular esquelética e
cardíaca. Elas formam um complexo com polipeptídeos: troponina I (subunidade inibidora da actina),
troponina C (subunidade ligada ao cálcio e reguladora da contração) e troponina T (subunidade ligada à
miosina – tropomiosina). As formas mais utilizadas para o diagnóstico do IAM são a troponina T (cTnT) e a
troponina I (cTnI). No infarto agudo do miocárdio a troponina começa a elevarse entre 1 e 3 horas após o
início dos sintomas.
Resultados anormais de CK:
Níveis de CK/CPK aumentados da isoenzima MB são observados nas seguintes condições:
1- Infarto do miocárdio
2- Isquemia miocárdica, angina pectoris
3- Distrofia muscular de Duchene
4- Hemorragia subaracnóidea
5- Síndrome de Reye
6- Traumatismo muscular
7- Colapso circulatório e choque
8- Miocardite
9- Insuficiência renal crônica
10- Hipertermia maligna, hipotermia.
11- Polimiose
12- Mioglobunemia
13- Intoxicação por CO
14- Febre maculosa das montanhas rochosas (FISCHBACH, 2005)

Exames da Funcao Renal


Os exames da função renal que analisam amostras sanguíneas indicam produtos do catabolismo que
necessitam da corrente sanguínea para a excreção renal. Estes exames podem ser colhidos em tubo seco ou
em tubo com gel, pois na amostra o conteúdo a ser analisado é o soro. Outro ponto importante é trabalhar
com amostras venosas, uma vez que são componentes excretáveis.
Dentre os indicadores da função renal destacam-se a ureia, a creatinina sanguínea e o ácido úrico.
A ureia sanguínea
A ureia é formada no fígado e é produto do metabolismo das proteínas. Trata-se, portanto, de uma forma
hidrossolúvel de produtos das proteínas, desenvolvida na cadeia evolutiva por animais com sistema
excretor.

Logo, a quantidade de ureia excretada é diretamente proporcional à quantidade de proteínas ingeridas. Em


algumas situações sua quantidade de produção pode aumentar, como na febre, em cliente portador de
diabetes mellitus e na hiperatividade da glândula suprarrenal. (FISCHBACH, 2005).
As implicações clínicas dos níveis séricos da ureia
Nos quadros em que os valores de referência da ureia estão acima do valor de normalidade, a nomenclatura
instituída é UREMIA. A uremia, por sua vez, implica em sinais e sintomas como confusão mental,
desorientação e convulsões.
As causas da uremia envolvem o comprometimento da função renal, como nos casos de insuficiência
cardíaca congestiva, choques, estresse e infarto agudo do miocárdio. Porém, a uremia também pode ser
encontrada em glomerulonefrite e pielonefrite, na obstrução do trato urinário, na cetoacidose diabética, no
consumo excessivo de proteínas ou seu catobolismo, e no uso de esteróides anabólicos.
A diminuição da ureia em níveis séricos está associada à insuficiência hepática, uma vez que no fígado ela é
convertida, na desnutrição, principalmente proteica, na síndrome nefrótica e na síndrome da secreção
imprópria do hormônio antidiurético. A nutrição parenteral total pode predispor a diminuição dos níveis
séricos da ureia, assim como clientes do sexo feminino e crianças, pela menor massa muscular que possuem.
A creatinina sanguínea
A creatinina sanguínea é um produto intermediário na degradação do fosfato da creatina muscular
resultante do metabolismo energético, produzida numa velocidade constante, dependente da massa
muscular do cliente, e é excretada primordialmente pelos rins. Desse modo, um distúrbio da função renal
diminui a excreção de creatinina e acarreta no acúmulo da creatinina no sangue, pois sua produção é
constante. Além disso, devido à sua precisão, a creatinina sanguínea permite avaliar aproximadamente a
taxa de filtração glomerular.
As implicações clínicas dos níveis séricos da creatinina
O aumento da creatinina em relação aos níveis séricos de referência implica no comprometimento da função
renal, em doenças renais como a nefrite crônica, na obstrução do trato urinário e em doenças de cunho
muscular como a poliomielite, distrofia muscular e miastenia gravis.
A diminuição da creatinina em relação aos níveis séricos envolve a baixa estatura, a diminuição da massa
muscular, hepatopatia avançada e grave e o consumo inadequado de proteínas.
O ácido úrico sanguíneo
O ácido úrico é formado pela decomposição de ácidos nucleicos, sendo um produto das purinas.
O ácido úrico é transportado pelo plasma, do fígado ao rim, onde é filtrado, e são excretados pelo rim em
70% do total produzido. A ausência da enzima uricase aumenta os níveis séricos de ácido úrico nos líquidos
corporais, e causa uma doença chamada gota, que é caracterizada por artrites, descamação e dores
articulares, sendo a principal implicação clínica do ácido úrico.

Valores de referência ureia sanguínea


Adultos = 6 – 20mg/dl ou 2,1 – 7,1 mmol/L
Pacientes idosos= 8 – 23 mg/dL ou 2,9 – 8,2 mmol/L
Crianças = 5 – 18 mg/dL ou 1,8 – 6,4 mmol/L
Valores de referência creatinina sanguínea
Homens adultos = 0,9 – 1,3 mg/dL
Mulheres adultas = 0,6 – 1,1 mg/dL
Crianças (3-18 anos) = 0,5 – 1,0 mg/dL
Crianças pequenas (0 a 3 anos) = 0,3 – 0,7 mg/dL
Valores de referência ácido úrico sanguíneo
Homens = 3,4 – 7,0 mg/dL
Mulheres = 2,4 – 6,0 mg/dL
Crianças = 2,0 – 5,5 mg/dL

Sorologia para Hepatite


Hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser provocada por vírus, medicamentos e por substâncias
químicas, incluindo o álcool.
Quando os agentes causadores estão associados aos vírus que acometem principalmente o fígado, emprega-
se o termo Hepatite viral. Foram identificados vários agentes biológicos causadores das hepatites virais,
conhecidos como hepatites por vírus A (HAV), hepatites por vírus B (HBV), hepatites por vírus C (HCV),
hepatites por vírus delta (HDV) e hepatites por vírus E (HEV). Recentemente, foram descobertos 3 diferentes
vírus potencialmente envolvidos com quadros de hepatite em humanos: vírus da hepatite G (GBV-C), vírus
TT (TTV) e vírus SEN (SEM-V).
Vírus da hepatite A (anticorpos contra)
Esse exame detecta anticorpos contra o vírus da hepatite A (HAV), que aparecem no soro ou nos líquidos
corporais dos clientes infectados por esse vírus.
Os anticorpos contra o vírus da hepatite A são encontrados no sangue e nas fezes depois do aparecimento
dos sintomas.
Cuidados de enfermagem
Colher 4,5ml de sangue venoso em um tubo com ácido etinelodiaminotetracético (EDTA) ou tubo seco.
Resultado Normal
O soro é negativo para anticorpos contra o vírus da hepatite A (anti-HAV).
Resultado anormal
Um único resultado positivo pode indicar exposição pregressa ao vírus, mas como esses anticorpos
persistem por muito tempo na corrente sanguínea, apenas a elevação progressiva dos títulos de anticorpos
anti-HAV confirma que o vírus é causa da infecção atual ou muito recente.
A hepatite A tem um período de incubação de 2 a 7 semanas após a infecção. A presença de anti-HVA (IgM)
é a primeira resposta à infecção e persiste por um período de 4 meses ou mais. O anti-HAV (IgG) aparece
logo após a detecção do anti-HAV (IGM) e persiste em quantidades mensuráveis por toda a vida, conferindo
imunidade contra a doença.
Vírus da hepatite B (anticorpos contra)
A hepatite por vírus B (HBV) é uma enfermidade mais séria que a hepatite A e pode estar associada a
complicações a longo prazo. O HBV está presente no sangue de indivíduos infectados tanto na fase aguda da
doença como na recuperação e nas formas crônicas.
A média de incubação é de 6 a 8 semanas a partir da exposição inicial ao HBV. Já no período de incubação
ocorre a presença de HBsAG (antígeno de superfície do vírus da hepatite B) no sangue.
Torna-se indetectável sorologicamente nos pacientes com resolução da infecção antes ou logo no início das
manifestações clínicas.
O aparecimento de anti-HBs (anticorpos contra antígenos de superfície do vírus B da Hepatite) ocorre após o
desaparecimento do HBsAg. O anti-HBs é o último marcador sorológico a aparecer indicando recuperação do
estado de infecção e imunidade contra o HBV. O HBeAg é detectado no sangue após o HBsAg, indicando um
prognóstico de gravidade da doença e cronicidade.
Vírus da hepatite delta (anticorpos contra)
O vírus da hepatite delta (HDV) é um vírus hepatotrópico incompleto que necessita do antígeno de superfície
do vírus da hepatite B (HBSAg) como envoltório para sua replicação, ou seja, só é patogênico em caso de
coinfecção com o HBV.
O teste sorológico para indicar a presença de HDV é o anti-HDV (anticorpos contra o vírus D da hepatite
subclasses IgM e IgG).
Vírus da hepatite C (anticorpos contra)
A infecção pelo vírus da hepatite C (HCV) é uma doença crônica e comumente assintomática, que pode
evoluir para cirrose e carcinoma hepatocelular.
O marcador imunológico para o diagnóstico da HCV aguda ou crônica é o anti-HCV (anticorpos contra vírus C
da hepatite subclasses IgM e IgG).
Vírus da hepatite E (anticorpos contra)
A hepatite por vírus E (HEV) apresenta características semelhantes às da hepatite por vírus A.
O diagnóstico laboratorial da HEV é realizado pela demonstração da presença de anti-HEV (anticorpos contra
o vírus E da hepatite subclasse IgG e IgM)
A VACINA CONTRA A HEPATITE B É RECOMENDADA PARA GRUPOS DE ALTO RISCO, COMO PROFISSIONAIS DA SAÚDE COM MAIOR
EXPOSIÇÃO A SANGUE, SECREÇÕES E TECIDOS ORGÂNICOS; CONTACTANTES ÍNTIMOS DE PORTADORES DO VÍRUS B; PACIENTES EM
HEMODIÁLISE; RECEPTORES DE PRODUTOS SANGUÍNEOS; PESSOAS COM ATIVIDADE SEXUAL PROMÍSCUA E USUÁRIOS DE DROGAS
ENDOVENOSAS. A RESPOSTA IMUNOLÓGICA DEVE SER AVALIADA 1 MÊS APÓS A CONCLUSÃO DO ESQUEMA DE VACINAÇÃO
(MOTTA, 2009)

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