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INSTITUTO POLITÉCNICA DE SAÚDE DE MOÇAMBIQUE-LICHINGA

4º GRUPO

Febre Hemorrágica
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Gildo Tomas Munguambe

Gildo Gil Tadeu

Lídia Arcanjo

Laura Albertina Correia

Leonelia Julio Celestino

Febre Hemorrágica

Trabalho da cadeira de Doenças


Infeciosas, a ser Apresentado na
sala de aula para fins avaliativos a
pedido do:

Formador: Brito Manuel Pinto


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Índice
1 Introdução..........................................................................................................................3

1.1 Metodologia...............................................................................................................3

2 Febre Hemorrágica............................................................................................................4

2.1 Causas das febres hemorrágicas.................................................................................4

2.2 Tipos de Ocorrência das febres hemorrágicas...........................................................4

2.3 Febres Hemorrágicas Virais (FHV)...........................................................................6

2.3.1 Etiologia da (s) FHV (s).....................................................................................6

2.3.2 Quadro Clínico das FHV....................................................................................7

2.3.3 Complicações das (s) FHV (s)............................................................................7

2.3.4 Exames Alternativos e Diagnóstico....................................................................7

2.3.5 Diagnóstico da (s) FHV (s).................................................................................7

2.3.6 Conduta ou Tratamento da (s) FHV (s)..............................................................8

2.3.7 Prevenção da (s) FHV (s)...................................................................................9

3 Conclusão........................................................................................................................10

Bibliografia.............................................................................................................................11
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1 Introdução

A febre hemorrágica (FH) ocorre em surtos epidêmicos, geograficamente bem


definidos, com etiologia variada e evolução predominantemente, aguda. É caracterizada por
síndrome febril, púrpura, em especial petequial, além de outros sangramentos, associando-se
ao aparecimento de insuficiência de órgãos principais (rim, pulmão, sistema nervoso central)
e choque. Os seus principais agentes são os RNA-vírus, especialmente, os arbovírus
(Bunyviridae, Flavoviridae, Togaviridae) e os não-arbovírus (Filoviridae, Arenoviridae)3,
com elevada infectividade e transmissibilidade. Pode evoluir em surtos epidêmicos rápidos,
de difícil controle e com alta letalidade. Representa significativo problema de saúde pública
pela ausência de imunobiológicos protetores e de antivirais eficazes para muitas das doenças
que assim se comportam. Sua evolução é aguda, com sintomatologia inespecífica e variada,
desde hemorragia febril devido à fragilidade capilar e extravasamento de líquido
intravascular para o interstício, até o choque agudo grave e alto índice de morbimortalidade.

1.1 Metodologia

Para a concretização deste trabalho recorreu-se:

 Informações eletrónicos através da internet; e


 A consulta bibliográfica.
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2 Febre Hemorrágica

Segundo Yuill (2020), as febres hemorrágicas são síndromes que, como o nome


indica, apresentam como característica marcante a ocorrência de febre e manifestações
hemorrágicas. Essas doenças podem ser consideradas um grave problema de saúde pública,
uma vez que apresentam alta letalidade. A febre-amarela, a malária, a febre hemorrágica da
dengue e a leptospirose são exemplos desse tipo de ocorrência.

2.1 Causas das febres hemorrágicas

A febre hemorrágica pode apresentar diversos agentes causadores, como:

 Vírus;

 Bactérias; e

 Protozoários.

2.2 Tipos de Ocorrência das febres hemorrágicas

Fazem parte da febre hemorrágica as seguintes doenças:

a) Febre-amarela
b) Febre hemorrágica da dengue
c) Febre hemorrágica brasileira
d) Febre tifoide 
e) Leptospirose
f) Malária 
g) Febre-amarela.

a) Febre-amarela

É uma doença viral transmitida por meio da picada de mosquitos em áreas urbanas
ou silvestres. Nas áreas silvestres, a transmissão ocorre por mosquitos do
gênero Haemagogus ou Sabethes; na área urbana, a transmissão é feita pelo
gênero Aedes. São sintomas da febre-amarela:
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 Febre alta;
 Dor de cabeça;
 Dor muscular;
 Vômito;
 Fadiga; e
 Fraqueza.

A doença pode levar a complicações comoicterícia (coloração amarelada da pele e


mucosas) e hemorragia.

b) Febre hemorrágica da dengue

A dengue é uma doença viral transmitida pela picada do mosquito Aedes


aegypti contaminado. Ela apresenta duas formas clínicas principais, a chamada dengue
clássica e a febre hemorrágica da dengue. Dentre os sintomas da doença estão:

 Dores musculares;
 Dor de cabeça;
 Prostração;
 Dor atrás dos olhos;
 Febre; e
 Manchas na pele.

Na febre hemorrágica da dengue é caracterizada por febre alta, hemorragia e


aumento anormal do fígado.

Figura 1: Mosquito Aedes aegypti responsável pela transmissão de viros da dengue

Fonte: https://www.biologianet.com/doencas/febre-hemorragica.htm
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c) Febre hemorrágica brasileira

Doença provocada pelo vírus da família Arenaviridae que pode ser transmitida pela
inalação de partículas formadas a partir da saliva, fezes e urina de pequenos mamíferos
contaminados ou pelo contato prolongado e próximo com o doente por meio de suas
secreções ou excreções. São sintomas: febre, dores no corpo, dor de cabeça, manchas
vermelhas, sensibilidade à luz e sangramento de mucosas. À medida que a doença avança,
pode-se observar confusão mental, convulsões e alterações comportamentais.

d) Febre tifoide

Doença contraída, principalmente, por meio de água e alimentos contaminados pela


bactéria Salmonella enterica sorotipo Typhi. Dentre os sintomas atribuídos à febre tifoide,
podemos citar febre alta, dor de cabeça, retardamento do ritmo cardíaco, manchas no corpo,
aumento do baço e tosse seca. A febre tifoide pode apresentar complicações, sendo a
hemorragia intestinal a principal delas.

e) Leptospirose 

É contraída a partir do contato com urina de animais contaminados com a


bactéria Leptospira interrogans. São sintomas: febre, dor de cabeça, dor muscular, calafrios,
vômito, icterícia. Na forma grave da doença, observa-se uma manifestação clássica
(síndrome de Weil) com a presença da tríade icterícia, hemorragia e insuficiência renal.

f) Malária

Doença causada por um protozoário transmitido por meio da picada de um mosquito


do gênero Anopheles infectado. Seus principais sintomas são dores de cabeça, febre alta,
calafrios, sudorese, cansaço e vômito. Nos quadros graves da doença, o paciente pode
apresentar hemorragias, convulsões, falta de ar e alterações de consciência, (Santos, 2017).

2.3 Febres Hemorrágicas Virais (FHV)

Febre Hemorrágica Viral (FHV) – é um termo usado para descrever doenças febris
que podem estar associadas a hemorragia causada por vírus RNA que pertencem a 4
famílias: Arenaviridae, filoviridae, Bunyaviridae e Flaviviridae.

2.3.1 Etiologia da (s) FHV (s)


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A etiologia da FHV é variável e depende do vírus em causa. Alguns exemplos de


causas e doenças provocadas por estes vírus são:

 Família Filoviridae – vírus da Ébola e Marburg que causa Febre hemorrágica de


Ébola e Marburg, respectivamente
 Família Bunyaviridae – vírus da Febre do Vale de Rift que causa a doença Febre do
Vale de Rift
 Família Flaviviridae – vírus da Febre-amarela que causa a doença Febre-amarela

2.3.2 Quadro Clínico das FHV

Qualquer síndrome de FHV qualifica-se por febre e distúrbios hemorrágicos


associados consoante os seguintes termos:

 Dão início com febre e mialgia, geralmente de início abrupto


 Avançam para cefaleia, agravamento da prostração, vertigem, fotofobia,
hiperestesia, dor abdominal ou torácica, anorexia, náuseas ou vómitos.
 Aglomeração das conjuntivas, edema periorbitário, petéquias (frequentemente
melhor visualizadas nas axilas) ou sangramento franco (hematemeses, melenas,
hemorragia gengival, epistaxis, otorragia, entre outras), rubor na cabeça e tórax,
sensibilidade à palpação dos músculos ou do abdómen, taquicardia.

2.3.3 Complicações das (s) FHV (s)

As febres hemorrágicas podem complicar-se e evoluir para sangramento multifocal,


com choque, envolvimento do sistema nervoso central, dos rins, fígado e nos casos mais
severos pode haver falência multiorgânica, coma e morte.

2.3.4 Exames Alternativos e Diagnóstico

São feitos os seguintes exames auxiliares:

 O hemograma pode revelar leucopenia, anemia, trombocitopenia;


 A bioquímica mostra elevação das enzimas hepáticas (AST, ALT);
 A urina II revela proteinúria, hematúria microscópica.

2.3.5 Diagnóstico da (s) FHV (s)


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O diagnóstico de FHV é sugestivo pela sintomatologia clínica e história de viagem


para uma área endémica.

2.3.5.1 Diagnóstico Diferencial

Segundo Muxfeldt (2017), são diferentes métodos utilizados por um profissional de


saúde no estabelecimento de um diagnóstico. Nestes casos, a obtenção de um diagnóstico
diferencial designa a realização de exames clínicos e laboratoriais aprofundados que
possibilitem a um médico confirmar qual condição está afetando seu paciente e, a partir daí,
definir o tratamento mais adequado para ele.

O diagnóstico diferencial das febres hemorrágicas inclui epidemiológico,


especialmente, o dengue hemorrágico, a febre-amarela, a leptospirose e outras causas. Os
dados mais significativos que permitem a diferenciação entre todas estas entidades são:
 Na leptospirose;
 O antecedente epidemiológico de contato com águas suspeitas;
 A leucocitose com neutrófila;
 O desvio para esquerda; e
 O comprometimento renal.
I. Malária - cruzando com febre, na malária a febre é intermitente com períodos
cíclicos de apirexia e ausência de distúrbios de coagulação como: petéquias
(frequentemente melhor visualizadas nas axilas) ou sangramento franco
(hematemeses, melenas, hemorragia gengival, epistaxis, otorragia, entre outras),
rubor na cabeça e tórax.
II. Sigilos - caracterizada por febre alta (t° de 40-41°C), transitória, diarreia aquosa
limitada, que pode se tornar sanguinolenta.
III. Febre tifoide - caracterizada por febre alta e prolongada, que pode durar ate 4
semanas, diarreia que pode ser sanguinolenta, presença de exantema maculopapular
(as roséolas tíficas no tórax e abdómen).

2.3.6 Conduta ou Tratamento da (s) FHV (s)

O reconhecimento precoce das FHV é importante devido à necessidade de tratamento


específico para a infecção viral e medidas de suporte.
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É importante referir estes casos imediatamente para uma unidade sanitária com
médico e proceder a notificação3 urgente do caso suspeito aos oficiais de saúde pública pela
via mais rápida (rádio, telefone)

2.3.7 Prevenção da (s) FHV (s)

a) Controlo dos Animais e dos Sectores

 Educação sanitária sobre o manuseio dos animais e seus produtos biológicos;


 Educação sobre a importância de uso de equipamento de proteção individual
aquando do manuseio de produtos biológicos dos animais;
 Consumo de leite tratado (fervura ou pasteurizado) e consumo de carne bem cozida;
 Proteção contra o mosquito (febre amarela, febre do vale do Rift): eliminação dos
criadores de mosquito, uso de redes mosquiteiras, pulverização, uso de repelentes,
uso de roupas protetoras (manga comprida e calças).

b) Medidas de Higiene Hospitalar

 Uso de equipamento de proteção individual;


 Cuidados no manuseio de secreções e excreções dos pacientes infectados;
 Manuseio cauteloso das amostras de pacientes colhidas para exames laboratoriais.

c) Vacinação

 A vacinação contra a FA é uma medida muito importante para a prevenção da


doença.
 Para prevenção de surtos epidémicos, uma cobertura de pelo menos 60 a 80% da
população em risco deve ser alcançada. Indivíduos que viajam de uma área endémica
devem ter a vacinação efectuada e apresentar o certificado de vacinação contra a FA.
Estas medidas fazem parte do regulamento sanitário internacional e devem ser
implementadas no âmbito de sanidade internacional.
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3 Conclusão

Pós feito o trabalho, pode-se concluir que, o diagnóstico precoce da Febre Escaro-Nodular e
a instituição de tratamento em tempo útil evita a evolução para quadro clínico grave.
As medidas de prevenção são estratégias úteis para diminuir o risco da doença.
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Bibliografia

Cardoso Joana. (2017). Febre da carraça (Febre escaro-nodular).Disponível em:


http://metis.med.up.pt/index.php/Febre_da_carraça. A cessado no dia 14 de outubro de 2021

Ministério da Saúde. (2013). Para Técnicos de Medicina Geral: Doenças Infeciosas, República
de Moçambique.

Muxfeldt  Pedro. (2017). Diagnóstico diferencial – Definição. Disponível


em: https://saude.ccm.net/faq/908-diagnostico-diferencial-definicao. A cessado no dia 14 de
outubro de 2021.

Santos Vanessa Sardinha. (2017). Febres hemorrágicas. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/doencas/febres-hemorragicas.htm. acesso em Maio de dia 14 de
2021

Yuill Thomas M. (2020). Dengue (Febre quebra-osso, Dandy Fever). Disponível em :


https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doenças-infecciosas/arbovírus-arenavírus-e-
filovírus/dengue . A cessado no dia 14 de outubro de 2021

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