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Introdução......................................................................................................................1
Exame geral...................................................................................................................2
Tipos de febre................................................................................................................2
Linfadenopatias..............................................................................................................7
Exame do tórax..............................................................................................................7
Exame do abdómen........................................................................................................8
Exame neurológico........................................................................................................9
Anamnese.....................................................................................................................10
Sintomas Inespecíficos................................................................................................10
Exame Físico................................................................................................................11
Considerações Finais...................................................................................................14
Bibliografia..................................................................................................................15
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Introdução
O exame físico minucioso do doente é de grande importância na complementação da
observação clínica, conduzindo muitas vezes, por si só, ao diagnóstico. O exame físico é
uma sequência de procedimentos técnicos realizados no paciente com ou sem ajuda de
alguns instrumentos e aparelhos simples. É realizado através de quatro procedimentos
básicos: inspecção, palpação, percussão e ausculta. Pode ser dividido em duas etapas:
1. Exame físico geral ou ectoscopia ou somatoscopia;
2. Exame dos diferentes sistemas ou aparelhos (exame físico especial).
O exame físico geral é realizado pela inspecção e palpação. Para a realização de um
exame físico geral adequado é necessário: local adequado, iluminação correcta, posição
do paciente, a parte a ser examinada deve estar descoberta e dispor dos instrumentos e
aparelhos rotineiros.
A realização de um bom exame físico exige dos médicos habilidades específicas que só
a prática constante e em diferentes situações pode desenvolver. Não é fácil fazer do
estetoscópio uma extensão do aparelho auditivo ou dotar as mãos de sensibilidade para
“ver e sentir”, principalmente se levar em consideração que nesse momento sistemas da
memória processam um volume considerável de dados, informações e experiências
passadas. A aquisição dessas e de outras habilidades necessárias exigem do indivíduo
dedicação e paciência por serem práticas cuja técnica é repetitiva.
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Exame Físico Das Doenças Infecciosas
O exame físico complementa os achados da anamnese, e constitui uma etapa não menos
importante da história clínica em doenças infecciosas, podendo fornecer informações
úteis quanto ao estado de gravidade da doença infecciosa, os sistemas afectados,
determinando que exames complementares auxiliarão no diagnóstico definitivo e qual a
via de administração do antimicrobiano.
Exame geral
O exame geral poderá fornecer valiosas informações sobre a gravidade da doença
infecciosa para o paciente e determinar a conduta clínica a seguir. Os principais
aspectos a observar são descritos abaixo:
4.1.1 Sinais vitais
Os sinais vitais (temperatura, pulso e frequência cardíaca, frequência respiratória e
tensão arterial) podem orientar o diagnóstico inicial e o acompanhamento da evolução
do quadro clínico originado pela doença infecciosa.
A. Febre
A febre é o sintoma e sinal mais frequente de doenças infecciosas. Praticamente todas
doenças infecciosas cursam com febre. Ela é acompanhada de outros sintomas como
calafrios e sudação pós redução da temperatura.
Tipos de febre
A febre exibe vários padrões, cujo reconhecimento, pode sugerir doenças infecciosas
específicas, a saber:
o Febre contínua – é aquela em que a temperatura (Ta axilar > 37º C) é continuamente
elevada, com variação diárias até 1º C. exemplo: febre tifóide, pneumonia.
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Figura 1. Febre contínua
O Febre remitente – é aquela em que a temperatura apresenta uma variação diária,
superior a 1ºC, mas sem atingir a normalidade. Exemplo: infecções urinárias, sépsis
O Febre intermitente – é aquela febre com períodos cíclicos de apirexia (terçã, quartã ou
quotidiana). Exemplo: febre terçã ou quartã na malária (corresponde ao ciclo vital do
parasito) e tuberculose.
Febre recorrente ou ondulante – é aquela que tem períodos de vários dias com febre
contínua, seguindo-se de um período de vários dias de apirexia. Exemplo: brucelose,
borreliose, leptospirose.
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Febre héctica – é aquela que é absolutamente irregular e não segue qualquer padrão,
podendo apresentar, inclusive, dois ou mais “picos” diários. Exemplo: septicémia, fase
avançada da tuberculose.
B. Pulso e frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR) e tensão arterial (TA)
Estes parâmetros, auxiliados pela febre, determinam e monitoram a gravidade de uma
doença infecciosa.
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Nem sempre, a febre se correlaciona com uma taquicárdia. Por exemplo, em
pacientes com febre, em que a FC se encontra anormalmente diminuída em
relação a temperatura, a chamada dissociação pulso x temperatura (sinal de
Faget) é sugestivo de febre tifóide ou febre-amarela.
Peso
Certas patologias infecciosas crónicas cursam com a perda de peso e anorexia.
Causas de perda de peso
O HIV, tuberculose, brucelose, giardíase, schistosomíase, tripanossomíase
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Pele
Muitas doenças infecciosas se apresentam com febre e manifestações cutâneas, sendo
importante conhecer as formas de manifestação cutânea para o diagnóstico diferencial.
Igualmente, sinais de inflamação (calor, tumor, rubor, dor) podem estar presentes.
Linfadenopatias cervicais
Exame do tórax
O exame do tórax pode revelar doenças infecciosas do foro respiratório ou cardíaco.
À inspecção um paciente que se coloca em posição de “prece maometana” pode
ser indicativo de uma pericardite de etiologia tuberculosa
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Abolição do murmúrio vesicular – derrames pleurais de origem infecciosa
(tuberculose, pneumonias bacterianas) ou empiemas
Exame do abdómen
No abdómen é importante verificar o aumento das vísceras (fígado, baço), ou outras
massas anormalmente visíveis ou palpáveis, a presença de líquido peritoneal e reacções
de defesa que possam sugerir uma patologia infecciosa.
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fibrose do fígado pode originar uma ascite com a presença de circulação venosa
colateral vísivel e hepatoesplenomegália.
Exame dos genitais
O exame dos genitais pode evidenciar uma patologia infecciosa como é o caso de
corrimentos uretrais (gonorréia ou uretrite clamídea) ou vaginais (candidíase ou
tricomoníase vaginal, cervicite por gonococco ou chlamydia), ou ainda úlceras de
cancróide ou sífilis. Igualmente podem ser visíveis vesículas de uma infecção por
herpes simplex tipo II, ou condilomas/verrugas de uma infecção por papiloma vírus
humano (HPV). Também pode-se constatar a presença de hidrocelo com linfedema
característico da elefantíase.
Exame neurológico
O exame neurológico do paciente pode auxiliar no diagnóstico de várias doenças
infecciosas.
As alterações do estado mental com agitação, euforia, agressividade, podem ser
sugestivas de raiva, malária cerebral, tripanossomíase, meninigite.
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Anamnese
Dados de identificação: é importante colher os dados de identificação como idade, sexo,
raça, profissão, local de trabalho, estado civil, naturalidade e residência, pois podem
estar relacionados com determinadas patologias.
Exame do tórax: pode revelar achados cardio-pulmonares que possam sugerir uma
doença infecciosa, por exemplo à auscultação cardíaca presença do segundo som
cardíaco hiperfonético e sopro sistólico no foco pulmonar, sugestivo de schistosomíase
pulmonar.
Exame do Abdómen: é necessário pesquisar anormalidades como distensão abdominal,
presença de circulação colateral venosa visível, dor, hepatoesplenomegália, ascite e
efectuar manobras específicas que orientam para um diagnóstico: sinal de Murphy,
Murphy renal (temura do ângulo costo-vertebral), sinais de Rovsing, Blumberg.
Exame dos genitais: é importante efectuar o exame dos genitais, pois este pode
fornecer pistas importantes para o diagnóstico. Verificar a presença de úlceras, vesículas
e corrimento.
Exame neurológico: é necessário avaliar o estado mental e neurológico do paciente,
pesquisar rigidez de nuca, sinal de Kerning e Brudzinsky, efectuar a avaliação dos
nervos cranianos.
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Exame das extremidades: pode revelar um edema gravitacional (com godet) ou edema
duro (linfático), bem como alterações cutâneas tróficas de uma insuficiência arterial
crónica. Pode igualmente revelar dedos em baqueta de tambor, cianose, úlceras ou
varizes.
Caso clínico:
AC, 35 anos, negro masculino, residente em Tete, caçador, trazido pelos familiares, com
história de febre, cefaléia, que progrediu para sonolência intensa durante o dia e
interfere com as actividades diárias. Os familiares referem que AC está doente há 4
semanas, tendo iniciado a sintomatologia pós o regresso da caça.
Faça a anamnese e o exame físico do paciente (no aluno voluntário).
Faça a inspecção do paciente (explique aos alunos que está a ver a pele em busca
lesões cutâneas: exantemas, pápulas, petéquias, – neste caso encontre: um
exantema máculopapular no corpo e fácies em lua cheia)
No exame físico:
Do tórax: faça a inspecção do tórax (neste caso encontre o exantema
maculopapular apenas). Faça a palpação do tórax (neste caso, o frémito toraco-
vocal e expansibilidade torácica estão normais; a palpação do precórdio
identifica apenas um choque de ponta hipercinético). Faça a percurssão do tórax
(neste casos encontre macicez e timpanismo nas áreas correspondentes). Faça a
auscultação (neste caso encontrará uma taquicárdia com galope do 3º som e
discreto sopro sistólico);
Exame da genitália – examine os genitais (este exame pode ser ignorado, por
questões éticas).
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neste caso) e sinais meníngeos (sem rigidez de nuca, kerning e brudzinsky
negativos), encontre uma hiperestésia profunda retardada ao comprimir a crista
da tíbia.
Considerações Finais
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Chegado ao findo do trabalho conclui-se que o exame físico das doenças infecciosas é
um método de abordagem diagnóstica fundamentado na colecta sistemática de dados,
através da história clínica do paciente e de exame físico, que engloba todos os recursos
disponíveis a beira do leito (inspecção, palpação, percussão e ausculta).
O prontuário documenta o exame físico do paciente e demonstra a forma como os
profissionais avaliam o paciente, seus planos em relação a ele, as acções tomadas e
como o paciente responde a seus esforços. O prontuário, sendo preciso, claro e bem
organizado, reflecte e facilita um raciocínio clínico bem embaçado, promovendo uma
boa comunicação entre todos aqueles que participam da assistência ao paciente,
ajudando a coordenar suas actividades. Além disso, serve para documentar os
problemas e a assistência médica dada ao paciente, para fins médico-legais. Hostilidade,
comentários moralizantes e desaprovação não têm lugar no prontuário do paciente, não
importa se descritos com palavras ou reticências. Empregue abreviaturas e símbolos
apenas quando forem de uso comum e compreensível. Alguns médicos podem preferir
um estilo elegante e rebuscado, todavia, a pressão do tempo terminará por exigir
algumas soluções conciliatórias. Registe todas as medidas em centímetros, e não em
termos de frutas ou vegetais, que dão ideias vagas e tornam impossíveis futuras
comparações.
Bibliografia
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Burton G, Engelkirk P. Microbiologia para as ciências de saúde. 7ª Edição.
Guanabara Koogan, Brasil; 2004.
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