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Índice

Introdução......................................................................................................................................2
Objectivo.........................................................................................................................................2
Leptospirose.....................................................................................................................................3
Tratamento da leptospirose..............................................................................................................5
Prevenção da leptospirose................................................................................................................6
Conclusão........................................................................................................................................7
Referencias Bibliográficas.............................................................................................................8
Introdução

A leptospirose é uma das zoonoses de maior distribuição geográfica presente em praticamente


todo o planeta. Estima-se que a cada ano ocorram 1,03 milhão de casos e 58.900 mortes, o que
torna a leptospirose uma das zoonoses mais prevalentes no mundo. 

A doença é causada por espiroquetas invasivos pertencentes ao género Leptospira, sendo o


ambiente contaminado a fonte de infecção indirecta para o homem e outros mamíferos. A
leptospirose humana torna-se epidémica nas estações chuvosas, quando podem ocorrer
enchentes, sobretudo em cidades com condições inadequadas de saneamento básico, como
esgoto a céu aberto e lixões.

A eficácia do tratamento para a leptospirose depende principalmente do diagnóstico precoce da


doença, o que tem levado à busca por técnicas laboratoriais mais modernas que ofereçam um
resultado rápido e confiável, permitindo que a terapia antimicrobiana seja iniciada em tempo
hábil para garantir sua eficiência.

Objectivo

Este trabalho foi desenvolvido com o objectivo de reunir conceitos actualizados sobre a
leptospirose humana e as principais técnicas de diagnóstico laboratorial empregado, ampliando a
compreensão a respeito da doença e do seu agente, além de fornecer informações importantes
sobre a escolha do melhor método diagnóstico levando em consideração a característica bifásica
da doença em humanos.

 
Leptospirose
A família das espiroquetas distingue-se pela forma helicoidal das bactérias. As espiroquetas
patogênicas são Treponema, Leptospira e Borrelia. Tanto Treponema como Leptospira são
muito finas para serem visualizadas usando microscopia de campo claro, mas são claramente
vistas usando microscopia de campo escuro ou de fase. Borrelia são mais espessas e também
podem ser coradas e visualizadas usando microscopia de campo claro.
Leptospirose, uma zoonose que ocorre em muitos animais domésticos e selvagens, pode
provocar doença inaparente ou grave, até mesmo doença fatal em seres humanos. Infecções
humanas são raras nos EUA.

Leptospirose é uma infecção causada por um dos diversos sorotipos patogénicos da


spirochete Leptospira. Os sintomas são bifásicos. Nas duas fases ocorrem episódios febris
agudos; a segunda fase às vezes inclui comprometimento hepático, pulmonar, renal e meníngeo.
O diagnóstico é por cultura e sorologia. O tratamento é com antibióticos
como doxiciclina ou penicilina.Leptospirose, uma zoonose que ocorre em muitos animais
domésticos e selvagens, pode provocar doença inaparente ou grave, até mesmo doença fatal em
seres humanos. Infecções humanas são raras nos EUA.

Leptospira sobrevivem na natureza pela infecção renal crónica dos animais portadores —


comumente ratos, cães, gado, cavalos, ovelhas, cabras e porcos. Esses animais eliminam
leptospiras na urina durante anos. Cães, gado, porcos, camundongos e ratos são outras
prováveis fontes comuns da infecção humana.
Infecções humanas são adquiridas por meio do contacto directo com urina ou tecidos
infectados, ou indirectamente por contacto com água ou solo contaminado. Pele lesionada e
mucosas expostas (conjuntiva, nasal, oral) são as portas de entrada habituais. A inalação por
aerossol de núcleos de gotículas é um modo de entrada menos comum.

Sinais e sintomas da leptospirose


O período de incubação vária de 2 a 20 dias (normalmente, 7 a 13 dias).

A leptospirose é caracteristicamente bifásica, embora alguns pacientes apresentem apenas uma


doença monofásica fulminante.
A fase septicémica começa abruptamente, com cefaleia, mialgia intensa, calafrios, febre,
tosse, faringite, dor no peito e, em alguns pacientes, hemoptise. Sufusão conjuntival
normalmente aparece no 3º ou 4º dia. Esplenomegalia e hepatomegalia não são comuns. Essa
fase dura 4 a 9 dias, com calafrios e febre recorrentes que muitas vezes aumenta para> 39 ° C.
A defervescência ocorre a seguir.
A 2ª fase, ou imunitária, ocorre entre o 6º e o 12º dia da doença, correlacionando-se com o
aparecimento de anticorpos no soro. A febre e os sintomas iniciais reaparecem e meningite
pode se desenvolver. Iridociclite, neurite óptica e neuropatia periférica ocorrem raramente. O
envolvimento dos pulmões pode ser grave, com hemorragia pulmonar. Essa fase normalmente
dura de 4 a 30 dias.
Se adquirida durante gestação, a leptospirose pode provocar abortamento, até mesmo durante o
período de convalescença.

A síndrome de Weil  (leptospirose ictérica) é uma forma grave, com icterícia causada por
hemólise intravascular e, geralmente, azotemia, anemia, diminuição de consciência e febre
contínua. O início é semelhante para as formas menos graves. Porém, manifestações
hemorrágicas, que incluem epistaxes, petéquias, púrpura e equimoses decorrentes de dano
capilar, aparecem e raramente progridem para hemorragia subaracnoide, adrenal, ou
gastrintestinal. Trombocitopenia pode ocorrer. Sinais de disfunção hepatocelular e renal
aparecem do 3º ao 6º dia. Anormalidades renais incluem proteinúria, piúria, hematúria e
azotemia. O dano hepático é mínimo e a cura é completa.
A mortalidade é nula em pacientes anictéricos. Na icterícia, a taxa de casos fatais é de 5 a 10%
(até 40% nos casos graves); é mais alta em pacientes >  60 anos.

Diagnóstico da leptospirose
 Hemoculturas

 Exames sorológicos

 Às vezes, reação em cadeia da polimerase (PCR)

Sintomas semelhantes podem resultar de meningoencefalites virais, febre hemorrágica com


síndrome renal decorrente do hantavírus, outras infecções por espiroquetas, gripe e hepatite. A
história de doença bifásica pode ajudar a diferenciar a doença.
Deve-se considerar a leptospirose em qualquer paciente com febre de origem indeterminada se
pode ter sido exposto a leptospiras (p. ex., inundação de água doce).
Para pacientes com suspeita de leptospirose, devem ser realizadas culturas no sangue, dosagens
de anticorpos na fase aguda e convalescente (3 a 4 semanas), hemograma completo, exames
bioquímicos no soro e testes de função hepática.

Punção lombar é obrigatória quando são encontrados sinais de irritação meníngea; a contagem
de células no líquido cerebrospinal permanece entre 10 e 1.000 células/microL (0,01-1 × 10 9/L)
e normalmente  < 500 células/microL (< 0,5 × 10 9/L), com predomínio de mononucleares. A
glicose no líquido cerebrospinal é normal; a proteína é < 100 mg/dL (1 g/L).
Em geral, a contagem de leucócitos é normal ou ligeiramente elevada no sangue periférico,
mas pode alcançar 50.000/microL (50 × 10 9/L) em pacientes gravemente enfermos com
icterícia.
O diagnóstico também é confirmado por:

 O título de anticorpos de aglutinação para Leptospira aumenta em ≥ 4 vezes (teste de


aglutinação microscópica em amostras pareadas obtidas ≥ 2 semanas de intervalo).
 Quando apenas uma única amostra está disponível, o título é ≥ 1:800 em pacientes com
sinais e sintomas típicos (ou ≥ 1:200 ou até ≥ 1:100 em regiões onde a prevalência da
leptospirose é baixa).

Ensaios moleculares, como a PCR, também podem confirmar o diagnóstico rapidamente


durante a fase inicial da doença.

Ensaio de imunoadsorção enzimática (ELISA) detecta infecções em 3 a 5 dias (no início do


curso da infecção quando a antibioticoterapia é mais eficaz), mas deve-se confirmar os
resultados positivos por testes definitivos (p. ex., culturas, teste de aglutinação microscópica,
PCR).

Tratamento da leptospirose
 Penicilina
 Doxiciclina
Terapia antibiótica é mais eficaz quando iniciada no começo da infecção.
Na doença grave, recomenda-se um dos seguintes:
 Penicilina G 1,5 milhões de unidades IV a cada 6 horas durante 7 dias
 Ampicilina 500 mg a 1000 mg IV a cada 6 horas por 7 dias
 Ceftriaxona 1 g IV a cada 24 h por 7 dias

Nos casos graves, cuidados de suporte, incluindo líquidos e terapia eletrolítica e, às vezes,
terapia de reposição renal e/ou transfusão de sangue, também são importantes.

Nos casos menos graves, pode-se administrar um dos seguintes:


 Doxiciclina 100 mg por via oral a cada 12 horas durante 5 a 7 dias
 Ampicilina 500 a 750 mg por via oral a cada 6 horas durante 5 a 7 dias
 Amoxicilina 500 mg por via oral a cada 6 horas durante 5 a 7 dias

O isolamento do paciente não é necessário, mas a urina deve ser manipulada e dispensada
cuidadosamente.

Prevenção da leptospirose
Para prevenir a doença, administra-se doxiciclina, 200 mg, por via oral, 1 vez por semana, 1 a
2 dias antes e durante todo o período de exposição geográfica conhecida.

Conclusão
A leptospirose é uma zoonose de distribuição mundial, que pode levar ao óbito, quando ocorrem
manifestações mais severas. Com o intuito de melhorar o prognóstico dos pacientes e iniciar o
tratamento adequado, muitos estudos têm sido conduzidos para o desenvolvimento de técnicas
mais simples e rápidas, que permitam o diagnóstico precoce e acurado da leptospirose.

Todas as técnicas conhecidas até o momento precisam ser comparadas à MAT, que permanece
como o teste padrão-ouro, reconhecido pela OMS. Contudo, por ser uma técnica complexa e
laboriosa, torna-se inviável em locais sem a infra-estrutura dos centros de referência.

Além disso, o conhecimento das técnicas disponíveis e a viabilidade do uso de cada uma delas,
no contexto logístico do laboratório disponível para o diagnóstico, reflecte um melhor manejo de
insumos, equipamentos e mão-de-obra especializada, o que implicará a rapidez e melhoria do
diagnóstico bem como a brevidade do tratamento deste agravo nos casos positivos, como
também a redução dos índices de óbitos por essa enfermidade em nosso país.

Referencias Bibliográficas
1. Costa F, Hagan JE, Calcagno J, Kane M, Torgerson P, Martinez-Silveira MS, et al.
Global morbidity and mortality of leptospirosis: A systematic review. PLoS Negl Trop
Dis. 2015; 9(9): e0003898.
2. BRASIL. Casos Confirmados de leptospirose de 2007 a 2019. 2020. Disponível em:
<http://antigo.saude.gov.br/images/pdf/2020/fevereiro/07/casos-conf-lepto-2007-
2019.pdf> acessado em: 03/01/2021.
3. Faine S, Adler B, Bolin C, Perolat P. Leptospira and leptospirosis. 2nd ed. Melbourne,
Australia: Medsci; 1999.
4. Casanovas-Massana A, Costa F, Riediger IN, Cunha M, Oliveira D, Mota DC, et al.
Spacial and temporal dynamics of pathogenic Leptospira in surface waters from the urban
slum environment. Water Research. 2018; 130: 176- 184.

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