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Leptospirose

Características gerais
• A leptospirose é uma zoonose de importância mundial, causada por
leptospiras patogênicas transmitidas pelo contato com urina de
animais infectados ou água e lama contaminadas pela bactéria.
• No meio urbano, os principais reservatórios são os roedores
(especialmente o rato de esgoto); outros reservatórios são os suínos,
bovinos, equinos, ovinos e cães
• A penetração do microrganismo ocorre através da pele com lesões,
pele íntegra quando imersa em água por longo tempo ou mucosas. A
transmissão inter-humana é muito rara e de pouca relevância
epidemiológica.
Histórico
Em 1881, em Praga, o Dr. Adolf Weiss descreveu uma doença denominada "icterus catarrhalis"
que no futuro seria a doença de Weil.

Adolf Weil, em (1882; 1886), fez a primeira descrição de uma doença observada em duas
ocasiões, envolvendo quatro pacientes, em 1870. Os sinais clínicos eram semelhantes e
particulares nestes quatro pacientes. A doença era caracterizada pela icterícia severa, febre e
hemorragia com envolvimento renal

Em 1883, como uma doença ocupacional de trabalhadores de esgotos.


Histórico
• A leptospirose era conhecida com diferentes nomes, incluindo
"Tifo bilioso”. O agente foi isolado, pela primeira vez, no Japão,
em 1915.
• Em 1917, pesquisadores, demonstraram que ratos eram
possíveis carreadores de leptospiras, mostrando que 40% deles
eram portadores renais.
Leptospira
• A leptospirose é classificada como uma antropozoonose direta
que ocorre mundialmente de forma endêmica.
• Ela é causada por espécies de espiroquetas do gênero
Leptospira e considerada, nos últimos anos, como uma doença
emergente que afeta diversas espécies de animais
domésticos/silvestres e o homem: L. interrogans e L. biflexa.
Epidemiologia
Susceptibilidade e imunidade
• A suscetibilidade no homem é geral. A imunidade adquirida pós-
infecção é soroespecífica, podendo um mesmo indivíduo apresentar a
doença mais de uma vez se o agente causal de cada episódio
pertencer a um sorotipo diferente do anterior
Manifestações clínicas
• O período de incubação da doença varia de 1 a 30 dias,
sendo mais frequente entre 5 e 14 dias.
• Os ratos ao se infectarem, não desenvolvem a doença
e tornam-se portadores, albergando a leptospira nos
rins, eliminando-a viva no meio ambiente e
contaminando, dessa forma, água, solo e alimentos.
• A doença apresenta manifestações clínicas variáveis,
desde formas assintomáticas e oligossintomáticas até
quadros clínicos graves associados a manifestações
fulminantes.
• As apresentações clínicas da leptospirose foram
divididas dentro das fases evolutivas da doença: a fase
precoce (leptospirêmica) e a fase tardia (fase imune)
Fase precoce
• A doença se manifesta com início súbito de febre, cefaleia, mialgia,
anorexia, náuseas e vômitos. Podem ocorrer diarreia, artralgia,
hemorragia conjuntival, fotofobia, dor ocular e tosse.
• Essa fase tende a ser autolimitada e regride em três a sete dias sem
deixar sequelas. É frequentemente diagnosticada como “síndrome
gripal”, “virose”
• Sufusão conjuntival é um achado característico da leptospirose e é
observado em cerca de 30% dos pacientes. Esse sinal aparece no final
da fase precoce da doença
• Entretanto, nenhum desses sinais clínicos da fase precoce da doença
é suficientemente sensível ou específico
Fase tardia
• Em 10% a 15% dos pacientes com leptospirose ocorre a evolução para
manifestações clínicas graves, que tipicamente se iniciam após a primeira
semana de doença, mas que podem ocorrer mais cedo.

• A manifestação clássica da leptospirose grave é a síndrome de Weil,


caracterizada pela tríade de icterícia, insuficiência renal e hemorragias,
mais comumente pulmonar. Podem se apresentar concomitantemente ou
isoladamente na fase tardia da doença.

• A síndrome de hemorragia pulmonar é caracterizada por lesão pulmonar


aguda e sangramento pulmonar maciço
Fase tardia
• Enquanto a letalidade geral para os casos de
leptospirose notificados no Brasil é de 10%, a
letalidade para os pacientes que desenvolvem
hemorragia pulmonar é maior que 50%
• A icterícia é considerada um sinal característico
e, tipicamente, apresenta uma tonalidade
alaranjada muito intensa.
• A presença de icterícia é frequentemente usada
para auxiliar no diagnóstico da leptospirose,
sendo um preditor de pior prognóstico
• A hemorragia pulmonar e a insuficiência renal
também pode ocorrer em pacientes anictéricos
Diagnóstico
• A suspeita clínica deve ser confirmada por métodos laboratoriais
específicos. (testes simples de hemaglutinação e ELISA IgM são
utilizados para o diagnóstico rápido de casos humanos)
Tratamento
• A antibioticoterapia está indicada em qualquer
período da doença, mas sua eficácia parece ser
maior na 1ª semana do início dos sintomas.
• Na fase precoce, são utilizados: Doxiciclina ou
Amoxicilina
• Para a fase tardia: Penicilina cristalina,
Penicilina G
“ Lembre-se, até o cheque especial e você não e
até os boletos vencem e você também não”.

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