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RESUMO DE ZOONOSES

AULA 3 – LEPTOSPIROSE E A IMPORTÂNCIA NA SAÚDE


Características gerais
-Classificada como Antropozoonose
-Ampla distribuição mundial
-Associada ao aumento do índice pluviométrico – Maior incidência no verão – Regiões tropicais
e subtropicais. Devido as mudanças climáticas  Variação da sazonalidade da doença.

Impacto social, econômico e sanitário – Casos de Leptospirose em humanos:


-Relacionado a população de baixa renda.
-O controle consiste na melhoria de saneamento básico, água, esgoto, melhores condições de
moradia, colheita e disposição de lixo.

Agente etiológico - Leptospira spp  Bactéria


-É uma espiroqueta móvel rica em lipopolissacarídeos que se cora com Nitrato de Prata.
-APENAS SE MULTIPLICA NO HOSPEDEIRO!!
-É aeróbia  Crescimento ótimo entre 28-30º C.
-Crescimento em pH neuto/alcalino 7,2 – 7,4 – Sobrevivem na água por 3 semanas.

Na urina – Ácida – Eliminação rápida


Neutra ou Alcalina – Até 24h

Baixa imunogenicidade - É uma bactéria sensível (camada de LPS) e morre em 5 minutos por
ação de: HCL a 2%; Fenóis a 0,5% e Formalina a 0,25%.

-NÃO CONFERE IMUNIDADE CRUZADA


Classificação fenotípica:
Gênero da bactéria - Leptospira. spp - L. interrogans e L.biflex.

Gênero:
-Patogênicos: sorogrupo  sorovares (Icterohaemorragiae)
-Não patogênicos: “saprófita” – geralmente não causam nenhum tipo de lesão - sorogrupo 
sorovares.

Classificação genotípica:
18 espécies de Leptospira  4 grupos:

1 – Espécies patogênicas
2- Patogênicas/Saprófitas
3- Saprófitas/Desconhecidas
4-Saprófitas

-EXISTEM MAIS DE 400 SOROVARES DE LEPTOSPIRA!

Características epidemiológicas
Hospedeiros: Variados – Carnívoros, roedores, primatas, marsupiais, répteis.
-Podem alberguar um ou mais sorovares!
-Sorovares possuem hospedeiros preferenciais – Ex: Icterohaemorragiae o hospedeiro
preferencial é a ratazana.
-NÃO é espécie-específica!

Fonte de infecção: Domésticos e Silvestres


-O estado de portador perdura por seis meses a dois anos.

Porta de entrada: pele, mucosa (oronasal, urogenital)


-Realiza penetração ativa em pele friável/feridas e mucosas.

Manifestações clínicas -Possui manifestações clínicas variáveis!!


Em humanos – o período prodrômico é caracterizado por quadro gripal.
-O sorovar Icterohaemorragiae é o sorovar mais patogênico e causa meningite e leptospiúria
em humanos.
-A transmissão em humanos também está relacionada com a ingestão de alimentos e água
contaminados.
-Não existe vacinação em humanos, sendo assim o controle e profilaxia é realizado através da
orientação.

Patogenia

NOTIFICAÇÃO: Notificação Compulsória


-Imediata na suspeita – Leptospirose em humanos

-Imediata na confirmação laboratorial – Leptospirose em animais


-Mensal
-Semestral

A leptospirose em algumas espécies segundo a instrução normativa é de notificação


obrigatória mensal de caso confirmado (animais).

-Em alguns estados semanal e outros semestral: Notificação em nível - Municipal (Secretaria
Municipal de Saúde) - Estadual (Coordenaria de defesa animal) - Federal (Ministério da Saúde)

-Saneamento de foco! É o hábito de sanear, limpar, higienizar aquela área que aconteceu o
foco em relação a uma determinada doença. Eliminar agente etiológico daquele foco.

LEPTOSPIROSE EM ANIMAIS DOMÉSTICOS


LEPTOSPIROSE CANINA
-Sério problema sanitário e de saúde animal e pública.
-Sorovares comumente associados à leptospirose canina clássica  Icterohaemorragiae e
Canícola.
-Quadros mórbidos ou infecções benignas em cães: Pomona; Castellonis; Pyrogenes e
Copenhageni.
-Alterações respiratórias – Hemorragia Pulmonar

Tipos de infecção: Aguda ou subaguda, crônicas, geralmente ASSINTOMÁTICA!


-Aguda – Septicemia, hepatite, nefrite e hemoglobinúria.
-Subaguda – Sinais clínicos menos agudos.
-Crônicas – Nefrite intersticial e uveíte.

Nos cães, o quadro de leptospirose possui 3 formas clínicas:


-Forma septicêmica
-Forma hepática
-Forma renal

A vacinação de cães contra alguns sorovares de Leptospirose.

Tratamento:
-A efetividade está diretamente relacionada a precocidade do diagnóstico.
-Hidratação
-Antibioticoterapia

Controle: Vacinação!!! V8 (Canícola e Icterohaemorragiae); V10 (Gripotifose; Ponoma;


Canícola e Icterohaemorragiae).

LEPTOSPIROSE EM FELINOS
-São hospedeiros resistentes!
-Os sorovares identificados: Icterohaemorrhagiae, Pomona, Grippotyphosa, Ballum e Canicola.
-Sinais clínicos semelhante ao dos cães.

LEPTOSPIROSE EM ANIMAIS DE CRIAÇÃO


-Leptospirose bovina no Brasil: Pomona; Wolffi; Sejroe e Hardjo.
Em bubalinos - Wolffi; Sejroe e Hardjo.

As manifestações clínicas dependem do sorovar envolvido e da idade do indivíduo:


-Abortamentos, infertilidade, anorexia, pirexia, apatia, icterícia, anemia hemolítica,
hemoglobinúria, mastite e pode levar ao óbito.

Leptospirose nos caprinos


Sorovares: Pomona, Autumnalis, Sejroe, Icterohaemorragiae, Gripotyphosa e Ballum.

-Manifestações Clínicas: abortamento, perda de peso, icterícia, hemoglobinúria, anorexia,


letargia e hipertermia, com duração de 2 a 4 dias.

-Doença aguda: letalidade superior a 40%.

Leptospirose em equinos
-Sem evidência de um sorovar preferencial!  A incidência de cada sorovar varia com as
características regionais.

Manifestações: Depende da vulnerabilidade dos hospedeiro.


-Hemólise intravascular, anemia, icterícia, hemoglobinúria e abortamento.

Leptospirose em suínos
Sorovares: Pomona, Icterohaemorrhagiae, Tarassovi, Canicola.
-Notificação obrigatória MENSAL de caso confirmado.

No Brasil – Uma das principais causas de falha reprodutiva.

DIAGNÓSTICO DA LEPTOSPIROSE
Padrão: Soroaglutinação microscópica (Humano – ELISA - SAM)
-Diluição seriada (Começa em 1:100 para animais) - Reagente
-Testado por sorogrupos

Exemplo:
S1 – 1:1600 - exposição constante – pyrogenes – baixa patogenicidade no cão
S2 – 1:800
S3 – 1:800
-Infecção se 1:25600

Diagnóstico definitivo  Sorologia pareada pela SAM


-Repetir após 15 dias o exame – Confirmação apenas se o valor é 4X maior que o título
anterior.

AÇÕES DE VIGILÂNCIA

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