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‭DOENÇA:‬‭Tuberculose‬

‭ETIOLOGIA‬ -‭ Enfermidade infectocontagiosa granulomatosa, de evolução crônica, caracterizada por lesões de aspecto nodular, principalmente em‬
‭linfonodos e pulmões, que acomete várias espécies de animais, constituindo-se uma grave zoonose.‬
‭- Família: Mycobacteriaceae;‬
‭- Gênero: Mycobacterium‬
‭- Espécie tipo CMT - Mycobacterium tuberculosis;‬
‭- Espécies: Mycobacterium bovis, Mycobacterium caprae;‬
‭M. tuberculosis - TB humana‬

‭* Elas têm 99,9% de semelhança no seu DNA, o que muda é o seu tropismo por espécie, e a capacidade de causar doença na espécie afim.‬

‭ ubalinos, suínos, caprinos, ovinos, cães, gatos, equinos (rara).‬


b
‭- Reservatórios: Mamíferos silvestres.‬

‭ PIDEMIOL‬
E -‭ Potenciais transmissores brasileiros: coati e capivara;‬
‭OGIA‬ ‭- Maior prevalência em países em desenvolvimento, erradicada ou em erradicação em alguns países desenvolvidos;‬
‭- Ampla distribuição mundial: facilidade de contágio e transmissão‬
‭Criação do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT).‬

-‭ Fonte de infecção primária: animais doentes, infectados e sintomáticos;‬


‭- Animais infectados assintomáticos: reservatórios na propriedade que passam despercebidos;‬
‭- Animais silvestres são resistentes, não manifestam sinais de infecção.‬
‭- Aeróbios estritos (explica o tropismo ao pulmão);‬
‭- Crescimento lento;‬
‭- Habilidade de sobreviver em meio hostil‬
‭* Resistência: Em instalações, fezes, solo e pastagens - 2 anos; Água - 1 ano; Carcaça 10 meses.‬
‭Não tomar leite cru: uma das formas de infecção.‬
‭- Espécies suscetíveis: humano, bovinos e‬

-‭ Vias de eliminação:‬‭Gotículas e secreções respiratórias;‬‭Leite e colostro (bezerro lactente, zoonose (leite cru)); Sêmen; Excretas: fezes e‬
‭urina.‬
‭- Vias de transmissão:‬‭Respiratória:‬‭aerossóis > 95%;‬‭Digestiva:‬‭pastagens, água, alimentos, leite, colostro.‬
‭ ovino-bovino: via aerógena (principal) via entérica (leite/bezerros)‬
B
‭Bovino-cão, gato, caprino, homem;‬
‭Principalmente enterica, pela ingestão do leite cru;‬
‭M bovis‬‭causa doença importante no homem;‬
‭Reinfecção de bovinos ocasionalmente por via aerógenas: contenção segurando a narina do animal.‬
‭- Transmissão depende:‬‭frequência de excreção do bacilo;‬‭susceptibilidade do hospedeiro (bovinos > bubalinos > caprinos); período de‬
‭comunicabilidade entre animais - doente x sadio; densidade populacional; dose infectante‬
‭-‬ ‭Doença‬ ‭no‬ ‭rebanho:‬ ‭Participação‬ ‭de‬ ‭eventos:‬ ‭animais‬ ‭de‬ ‭diferentes‬ ‭propriedades‬ ‭interagem,‬ ‭podendo‬ ‭ser‬ ‭infectado;‬‭Entorno‬‭do‬‭animal:‬
‭deveria‬ ‭isolar‬ ‭e‬ ‭fazer‬ ‭teste,‬‭quarentena;‬‭Na‬‭aquisição‬‭de‬‭animais:‬‭exigir‬‭exames‬‭para‬‭tuberculose,‬‭brucelose,‬‭e‬‭outras‬‭doenças‬‭importantes;‬
‭Confirmar‬‭o‬‭estado‬‭sanitário‬‭da‬‭fazenda‬‭de‬‭origem;‬‭Animais‬‭domésticos,‬‭homem,‬‭animais‬‭silvestres‬‭podem‬‭infectar‬‭rebanho;‬‭Homem‬‭que‬‭anda‬
‭em‬ ‭várias‬ ‭fazendas‬ ‭diferentes‬ ‭pode‬ ‭carrear‬ ‭a‬ ‭doença‬ ‭entre‬ ‭elas;‬ ‭Homem‬ ‭doente‬ ‭pode‬ ‭transmitir;‬ ‭Animais‬ ‭silvestres‬ ‭são‬ ‭de‬ ‭difícil‬ ‭controle‬
‭propriedades próximas a florestas e matas; Animais domésticos podem passar através de cercas e interagir com os animais da propriedade.‬
‭●‬ ‭Propagação e manutenção:‬
‭- Tipo de exploração: Leite ou corte‬
‭Corte:‬‭criação extensiva, vivem pouco, muitas vezes‬‭não chegam a desenvolver a doença;‬
‭Leite:‬ ‭criação‬ ‭intensiva,‬ ‭vivem‬ ‭muito,‬ ‭alta‬ ‭densidade‬ ‭de‬ ‭animais,‬ ‭vive‬ ‭uns‬ ‭10‬ ‭anos,‬ ‭em‬ ‭média,‬ ‭doença‬ ‭crônica,‬ ‭o‬ ‭tempo‬ ‭permite‬ ‭o‬
‭ esenvolvimento pleno da doença.‬
d
‭- Tamanho do rebanho/densidade populacional;‬
‭-‬ ‭Práticas‬ ‭sanitárias‬ ‭e‬ ‭zootécnicas‬ ‭(Entrar‬ ‭no‬ ‭programa‬ ‭de‬ ‭controle‬ ‭e‬ ‭erradicação‬ ‭é‬ ‭muito‬ ‭importante‬ ‭para‬ ‭dificultar‬ ‭a‬ ‭propagação‬ ‭e‬
‭manutenção da doença);‬
‭-‬‭Evolução‬‭crônica‬‭(demora‬‭para‬‭desenvolver‬‭a‬‭doença,‬‭sinais‬‭clínicos‬‭surgem‬‭devagar,‬‭permitindo‬‭que‬‭a‬‭transmissão‬‭ocorra‬‭por‬‭muito‬‭tempo‬
‭de forma despercebida).‬

‭PATOGENIA‬ ‭- 90% das infecções: via respiratória;‬

-‭ invasão dos alvéolos pelos bacilos ➜ capturado pelos macrófagos ➜ afluxo de mais macrófagos/linfócitos ➜ multiplicação M. bovis dentro‬
‭dos macrófagos ➜ formação de granuloma no foco inicial ➜ desenvolvimento da resposta imune e de hipersensibilidade retardada ➜‬
‭destruição de tecidos pelo próprio hospedeiro (necrose caseosa) ➜ propagação do bacilo para o linfonodo satélite.‬

*‭ Achados Anatomopatológicos:‬
‭- Lesões: pulmões; linfonodos bronquiais, mediastinais, retrofaríngeo, parotídeo, inguinais, mesentéricos.‬
‭- Aspecto: amarelado (bovinos), esbranquiçado (bubalinos), granulomatosa, purulenta, cápsula fibrosa, necrose caseosa, com ou sem‬
‭calcificação.‬
‭- Histopatologia: necrose de caseificação, células epitelióides, células gigantes (Langhans), fibrose.‬
‭Animais infectados assintomáticos; Animais doentes: emagrecimento, hipertrofia ganglionar, dispneia, tosse seca.‬
‭* A cada 1 animal doente tem-se 10 assintomáticos.‬

‭ ontrole e‬
C -‭ Importância na saúde pública; danos para a pecuária; comércio internacional.‬
‭erradicação‬ ‭* Danos para a pecuária:‬
‭- Redução da eficiência produtiva- 10 - 15%; Redução de 4% na produção de leite; Condenação de carcaças no frigorífico; Morte de animais;‬
‭Descarte prematuro de animais; estigma (cicatriz).‬
‭* Comércio internacional:‬
‭- Barreira sanitária adicional à exportação de leite e carne in natura brasileiros (acordo SPS/OMC); Acordo de comércio bilateral entre o Brasil‬
‭e a Comunidade Econômica da Eurásia - Rússia, Cazaquistão e Belarus, 2008; Exigência de certificação sanitária da carne bovina exportada‬
‭in natura.‬

‭ IAGNÓSTI‬
D -‭ testes alérgicos de‬
‭CO‬ ‭tuberculinização intradérmica;‬
‭- Possibilidade de emprego de outros testes diagnósticos desde aprovados nas condições estabelecidas pela Defesa Sanitária Animal (DSA).‬
‭(O exame se baseia na reação de hipersensibilidade tardia, mediada por linfócitos sensibilizados, deflagrada em indivíduos previamente‬
‭expostos ao bacilo tuberculoso (ROXO et al. 1996). O teste apresenta boa sensibilidade e especificidade, sendo considerado pela OIE como‬
t‭écnica de referência (BRASIL, 2006)).‬
‭- Método indireto oficial; teste de rebanho; resposta imunológica celular do animal frente a tubérculo-proteínas (PPD); a intensidade da reação‬
‭não é proporcional à evolução da doença;‬

-‭ Inoculação da tuberculina bovina na prega caudal (0,2ml), 72 horas depois ver se teve reação; Reação alérgica a tuberculina =‬
‭hipersensibilidade do tipo IV; Diferença da espessura da pele entre antes e depois da aplicação diz se o animal é positivo ou negativo.‬

-‭ teste da prega caudal e cervical simples são de triagem,‬‭cervical comparativa é o confirmatório.‬


‭- Triagem em bovino de leite só com cervical simples‬
‭- Faz a prega caudal / cervical simples: se der negativo, libera o animal. Se der positivo fazer a cervical comparativa.‬

*‭ Vantagens tuberculinização:‬‭alta eficiência dos testes padronizados (para bovinos); capacidade de detectar infecções recentes;‬
‭simplicidade de execução dos testes; reagentes produzidos no Brasil;‬
‭* Desvantagens de tuberculinização:‬‭exigência de duas viagens à propriedade; exigência de intervalo mínimo entre os testes (60-90);‬
‭reações falso negativas.‬
‭* Reações falso-negativas: infecção recente; animais anérgicos; dessensibilização: não respeitou intervalo entre 2 testes; tuberculina de baixa‬
‭potência; contaminação bacteriana do frasco; pistola descalibrada e quantidade insuficiente de tuberculina inoculada; pré e pós parto (baixa‬
‭imunidade da vaca); animais caquéticos.‬

‭ ão existe vacina nem tratamento para a tuberculose bovina‬‭, portanto a prevenção da entrada da doença é a‬
N
‭chave do controle.‬

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