Você está na página 1de 25

Medicina Veterinária

Virologia e Imunologia Veterinária – ARA1269


Professora: Danielle Misael

Família Poxviridae
Poxviridae
As principais propriedades dos poxvírus são
• Presença de lesões de pele. Em aves ocorre de forma proliferativa

• Possuem vírions grandes e complexos

• Nucleocapsídeo de estrutura complexa (não possui simetria icosaédrica ou helicoidal da maioria


dos vírus

• Os vírions possuem a forma de um tijolo arredondado

• Envelope lipoproteico envolve duas estruturas laterais (corpos laterais) e o núcleo


• Um envelope adicional é adquirido pelo brotamento através da membrana plasmática; os vírions
desprovidos do envelope adicional são liberados por lise celular.

• O genoma consiste de uma molécula de DNA de fita dupla;

• Realizam a sua replicação inteiramente no citoplasma.


Os vírions intracelulares desprovidos
do envelope adicional são
denominados IMV (intracellular
mature virions), e os extracelulares
com o duplo envelope são chamados
de EEV (extracellular enveloped
virions).
Propriedades
• Os vírions são estáveis sob temperatura ambiente em condições de ambiente
seco, mas sensíveis ao calor, detergentes, formaldeído e agentes oxidantes.
• Infectam diversas espécies de invertebrados e vertebrados, incluindo o homem
Poxviridae
Duas subfamílias:
Entomopoxvirinae - insetos

Chordopoxvirinae - vertebrados
• Orthopoxvirus
• Capripoxvirus
• Suipoxvirus
• Leporipoxvirus
• Avipoxvirus
• Molluscipoxvirus
• Yatapoxvirus
• Parapoxvirus
Poxvírus de interesse veterinário
Humano
- vírus da varíola e o vírus do Molluscum contagiosum
Gênero Orthopoxvirus

Vírus da varíola bovina


(cowpox)

Ocorrência: Europa.

Os hospedeiros naturais: roedores silvestres - Reservatórios silvestres.

Maior incidência no outono - população de roedores é maior.


Características
• Vacas leiteiras - tetos.
• Gatos - animais que vivem em áreas rurais - caça.
• Dentro do rebanho:
-mãos dos ordenhadores
-ventosas das ordenhadeiras.

A penetração dos vírus se dá por soluções de continuidade em lesões pré-existentes nas tetas e
úbere das vacas
• Entre fazendas: introdução de animais doentes no rebanho
- ordenhadores que entram em contato com animais doentes em outras propriedades
- manipulação de latões de leite contaminados
- presença de roedores silvestres que podem funcionar como reservatórios do vírus são citados
Sinais clínicos

• Nos gatos - pequenas pápulas na


cabeça e membros anteriores,
podendo ulcerar, seguido pela
formação de crostas.

• Formação de crostas geralmente é


seguida por resolução completa em
cerca de seis semanas.

• Lesões secundárias na pele


desenvolvem-se em alguns gatos, e
poucos animais mostram sinais clínicos
de coriza ou da conjuntivite.
Raramente, pneumonia e exsudação
pleural têm sido descritas.
Diagnóstico
• Histopatologia, microscopia eletrônica ou isolamento do vírus e o diagnóstico diferencial.

• Doenças causadas pelo VV, vírus da mamilite herpética (herpesvírus bovino tipo 2 – BoHV-2),
Gênero Avipoxvirus
• Varíola aviária - Vírus da bouba aviária
• Espécies específicas de aves
• Os vários vírus deste gênero também apresentam patogenicidade diferente de
acordo com as espécies de aves
• Patogenicidade diferente de acordo com as espécies de aves
• Lesões - Proliferativas de pele e lesões diftéricas no trato digestivo superior e no
trato respiratório.
Epidemiologia
• Aves domésticas, inclusive frangos e perus

• A varíola aviária tem distribuição mundial.

• O Avipoxvírus de galinhas é altamente infeccioso para galinhas e perus,


raramente para pombos e nada para os patos e canários. Já o poxvírus de perus é
virulento para os pato.

• Importância econômica – Relação com número de vetores


Patogenia e sinais clínicos
• Transmissão:
Contato direto ou indireto, mas a transmissão mecânica por insetos é geralmente a
mais importante.
A transmissão mecânica por artrópodos é o provável mecanismo de transmissão e
disseminação dos diferentes avipoxvírus para as diversas espécies de aves.

Incubação: O período de incubação da enfermidade varia entre 4 e 10 dias para


galinhas, perus e pombos.
BOUBA AVIÁRIA
Patogenia e sinais clínicos
• Forma diftérica ou cutânea ou ambas
• Forma diftérica – surtos
• Nas aves afetadas - poucos sinais
sistêmicos = depressão, redução leve
ou moderada do ganho de peso e
produção de ovos.
• Lesões – pápulas, vesículas, pústulas e
crostas, dependendo do momento da
observação.
Patogenia e sinais clínicos

• A forma diftérica se caracteriza por lesões na parte superior do trato respiratório e


digestivo, que podem resultar em dispneia, inapetência, descarga nasal e ocular. As
lesões nas mucosas caracterizam-se por placas salientes de coloração amarelada,
principalmente na boca. Essas lesões geralmente acompanham as lesões cutâneas,
mas podem ocorrer isoladamente em alguns indivíduos.

• Resposta imunológica humoral e celular pode ser detectada após a recuperação da


infecção, mas os anticorpos maternos não são capazes de proteger a progênie.
Diagnóstico e controle

❑Histopatologia - inclusões citoplasmáticas


❑Isolamento viral
❑O diagnóstico diferencial - laringotraqueíte infecciosa, micotoxicose T-2 e deficiência de biotina e
ácido pantotênico.
❑Vacina:
❑Em regiões e épocas do ano mais propensas à ocorrência da doença, os pintos devem ser
vacinados já no primeiro dia de vida, por via subcutânea, no incubatório, ou in ovo no 18° dia de
incubação.
❑Os poxvírus de canários e de pombos são naturalmente atenuados para galinhas e também têm
sido utilizados como vacina.
❑O controle da população de insetos.
❑Tratar
Gênero Leporipoxvirus

• Vírus do mixoma dos coelhos - Mixomatose

• Doença generalizada e fatal em coelhos

• Características da doença – formação de edema subcutâneo gelatinoso que se


desenvolve nos animais infectados.
• o vírus causa fibromas benignos em coelhos selvagens

• Vírus introduzido - Austrália


Epidemiologia

• Os hospedeiros naturais do vírus são as espécies de coelhos das Américas, Sylvilagus


brasiliensis, na América do Sul, e S. bachmani na América do Norte.

• Nesses hospedeiros, o vírus causa um fibroma cutâneo benigno. Contudo, nos coelhos da
Europa (Oryctolagus cuniculus), o vírus causa uma doença generalizada que é geralmente
fatal.

• 1950 - o vírus foi introduzido na população de O. cuniculus da Europa, Chile e Austrália


para o controle biológico - cepas de vírus atenuadas + populações de coelhos resistentes

• Aumento da população de artrópodes vetores + presença de muitos coelhos jovens


susceptíveis. – epidemias sazonais
Patogenia e sinais clínicos
Transmissão: do agente pode ocorrer por secreções respiratórias, mas é mais comum
através de artrópodes, como mosquitos, moscas, carrapatos, pulgas e piolhos.

O vírus replica nos tecidos próximos à picada do inseto e nos linfonodos regionais. A
viremia que se segue está associada às células, principalmente aos linfócitos.
Patogenia e sinais clínicos
O edema gelatinoso, que é mais evidente na cabeça e ao redor da área anogenital, e a
blefaroconjuntivite, com secreção ocular opalescente, dão aos animais uma aparência leonina.

Os coelhos infectados ficam febris e muito apáticos, alguns podendo morrer em menos de 48 horas.
A maioria dos animais infectados, no entanto, morre em até 12 dias.

A progressão e morte pode ser rápida. Nos coelhos que sobrevivem por mais tempo, o edema
subcutâneo ocorre em todo o corpo dentro de 2 a 3 dias.

Agravantes do quadro:
infecção secundária - Pasteurella multocida
Temperaturas baixas
Virulência da cepa
Nódulos nas orelhas em torno dos olhos e da boca, num caso de mixomatose. À direita, imagem microscópica com degenerescência
balonizante das células da epiderme e edema da derme (H&E, 40x).

http://www.fmv.ulisboa.pt/atlas/pele/paginas_pt/pele_061.htm
Patogenia e sinais clínicos
Diagnóstico
• Clínica
• Isolamento - inoculação na membrana corioalantóide de ovos embrionados de galinha ou em
cultivos de células de coelhos ou galinhas.
Controle
• Vacina
Vacina viva com uma cepa do vírus do mixoma atenuado ou com o vírus do fibroma dos coelhos, um
vírus relacionado aos Leporipoxvirus
Redução de artrópodes vetores
Cuidado nos criatórios evitando assim os vetores
Gênero Parapoxvirus
Os três Parapoxvírus mais importantes em veterinária são:
• o vírus do ectima contagioso dos ovinos
• o vírus da pseudovaríola bovina
• o vírus da estomatite papular bovina

Características
As lesões causadas pelos Parapoxvírus tendem a ser localizadas e proliferativas.
iniciam com pápulas, que aumentam e se tornam granulosas e crostosas, podendo persistir por
várias semanas antes de regredir.
Infecta animais aquáticos e terrestres
Essas três espécies são zoonóticas – ocupacional – em humanos nas mãos e autolimitante

Você também pode gostar