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Rinotraqueíte

Viral Felina

Doenças Infecciosas II

Discentes: Ana Beatriz da Silva Santos


e Caio Oliveira Póvoa
Docente: Prof. Dr. Fabio Carvalho Dias
Tópicos a serem
abordados

Introdução Etiologia Epidemiologia

Patogenia Sinais Clínicos Diagnóstico

Diagnóstico Prognóstico Tratamento


diferencial
Profilaxia
Introdução

Definição
A rinotraqueíte viral felina é uma doença infectocontagiosa do trato
respiratório superior de felinos domésticos e selvagens causada pelo
herpesvirus felino 1 e faz parte do Complexo Respiratório Felino junto
com o vírus da calicivirose felina), com a bactéria Bordetella
bronchiseptica e com a bactéria Chlamydophila felis.
Introdução

Sinonímia
Português: Infecção do trato respiratório superior felina, gripe do
gato, gripe felina

Inglês: Feline rhinotracheitis

Espanhol: Rinotraqueítis felina

Abreviatura: RVF
Introdução

Importância
É a causa de 45-50% das afecções respiratórias nos felinos
domésticos;
Doença extremamente contagiosa;
→ Importâncias social e econômica, principalmente em abrigos.
Introdução

Importância
Grande problema para a preservação da fauna brasileira
→ Espécies ja diagnosticadas: Onça-pintada; Onça-parda ou
suçuarana; Jaguatirica; Gato-maracajá); Gato mourisco; Gato-do-mato-
grande; Gato-do-mato pequeno; Gato-palheiro;

Saúde Pública: Não é zoonose;


Introdução

Histórico
1958 - Primeira descrição do vírus por 1969 - Classificação do vírus da
Crandell e Maurer. rinotraqueíte felina na família
Herpesviridae por Wilner.

2012 - Relato de um caso de Dias atuais: Junto com o vírus da


manifestação atípica de RVF causando calicivirose é responsável por 80-90% dos
meningoencefalite em um felino problemas respiratórios dos gatos
doméstico em São Paulo. atualmente.
Introdução

Distribuição Geográfica
Cosmopolita
→ Mais comum em países com clima temperado ou em épocas do ano
com o clima mais frio.
Etiologia

Agente etiológico - Características morfológicas


Vírus

Ordem: Herpesvirales
Família: Herpesviridae
Subfamília: Alphaherpesvirinae
Gênero: Varicellovirus
Espécie: Herpesvírus Felino tipo 1 (FHV-1)
Etiologia

Agente etiológico - Características morfológicas


Diâmetro: 120 a 180 nm;
Núcleo: DNA genoma de fita dupla linear;
Geometria: icosaédrica;
Envelope: lipoproteico;
Etiologia

Agente etiológico - Resistência


Inativado

• 3 horas à temperatura de 37°c


• 5 minutos à temperatura de 56°c
• Desinfetantes comuns: hipoclorito de sódio, formalina.
• 5 minutos em contato com isopropanol ou etanol a 70-80%
Etiologia

Agente etiológico - Resistência


Resistente

• 5 meses à temperatura de 4°c


• 1 mês à temperatura de 25°c
Epidemiologia

Hospedeiros susceptíveis
Membros da família Felidae;
Gato;

Qualquer idade, raça e sexo;


Filhotes de até seis meses idade - sintomatologia mais grave;
Epidemiologia

Fonte de infecção
Animais doentes;
Portador são - portador latente --> felino doméstico
Reservatório - felino doméstico (período latente);
Epidemiologia

Vias de eliminação
Oculares;
Nasais; Secreção
Bucais;

Fezes;
Urina;
Epidemiologia

Meios de transmissão
Direto

Físico
Coito
Transplacentária
Amamentação
Epidemiologia

Meio de transmissão
Indireto

Alimento contaminado → secreções;


Água contaminada → secreções;
Fezes dos animais contaminados;
Fômites → brinquedos do animal;
Aerossóis → gotículas de espirro;
Epidemiologia

Porta de entrada
Mucosas:
Nasal
Oral
Conjuntival
Patogenia
Patogenia

Agentes Etiológico - Aspectos patogênicos

• Infectividade: Alta;
• Patogenicidade: Alta;
• Imunogenicidade: Alta;

• Tropismo: Replicam-se tanto nas células epiteliais da conjuntiva e do


trato respiratório superior como também em neurônios;
Sinais Clínicos

Período de incubação: 2 a 6 dias;

As manifestações clínicas variam de acordo com o estado de saúde


do animal;
Animal com doenças pré-existentes: infecções de trato respiratório
superior, infecções oculares, manifestações dermatológicas,
neurológicas e de trato respiratório inferior;
Sinais Clínicos

Manifestações oculares herpéticas

Secreção ocular;
Sinais Clínicos

Manifestações oculares herpéticas

Blefaroespasmo;
Sinais Clínicos

Manifestações oculares herpéticas

Quemose e hiperemia conjuntival;


Sinais Clínicos

Manifestações oculares herpéticas

Úlcera de córnea;
Sinais Clínicos

Manifestações oculares herpéticas

Simbléfaro;
Sinais Clínicos

Infecções do Trato Respiratório Superior

Secreção nasal;
Sinais Clínicos

Infecções do Trato Respiratório Superior

Espirros acentuados;
Sinais Clínicos

Infecções do Trato Respiratório Superior

Tosse frequente;
Sinais Clínicos

Infecções do Trato Respiratório Inferior

Pneumonia;
Bronquite;
Inapetência; (Secundário)
Emagrecimento progressivo; (Secundário)
Sinais Clínicos

Infecções dermatológicas herpéticas

Mimetizam picadas por inseto;


Sinais Clínicos

Infecções neurológicas herpéticas (bastante raro)

Meningoencefalite (convulsões, incoordenação motora)


Sinais Clínicos

Lesões

Broncopneumonia (lobos cranianos intensamente vermelhos)


Sinais Clínicos

Lesões

Pneumonia
Sinais Clínicos

Lesões

Exsudato fibrinoso nos alvéolos


Sinais Clínicos

Lesões

Necrose dos epitélios da cavidade nasal, da faringe, da epiglote, da


laringe, da traquéia, das tônsilas.
Diagnóstico

Clínico

Conjunto de sinais clínicos;


- Secreção nasal;
- Secreção ocular;
- Conjuntivite;
Diagnóstico

Epidemiológico

Origem do animal (abrigo);


Idade do animal (pré disposição a animais mais jovens);
Histórico vacinal;
Contato do animal com outros infectados;
Diagnóstico

Laboratorial
Tipos de amostras para testes laboratoriais:
Amostras da orofaringe;
Amostras nasais;
Amostras da conjuntiva;

Obs: Recomendado o uso de suabe ou escova citológica;


Diagnóstico

Laboratorial
Direto

Isolamento viral
Diagnóstico

Laboratorial
Direto

qPCR - Padrão ouro --> maior sensibilidade e especificidade


- Menor chance de falsos negativos;
Diagnóstico

Laboratorial
Direto

PCR
- Detecção do vírus do 1° ao 80° dia;
- Detecção de portadores assintomáticos;
Diagnóstico

Laboratorial
Indireto

Imunofluorescência indireta
- Pesquisa de anticorpos neutralizantes de FHV-1 no soro dos
........animais (pode auxiliar no diagnóstico);
- Não é possível diferenciar animais vacinados dos naturalmente .......
infectados;
Diagnóstico
Diferencial

Chlamydia felis,
Mycoplasma,
Reovírus
Calicivírus
Prognóstico

Infecção aguda - bom a reservado;

Casos crônicos - muito bom;


Tratamento

Não existe terapia específica;

Tratamento de suporte (controle de infecções secundárias)


1. Antibióticos (amoxicilina);
2. Expectorantes para limpeza das secreções naso-oculares;
3. Criação de um ambiente quente e abrigado (sem correntes de
ar ou variações de temperatura);
4. Alimentação de alto valor energético
Tratamento

Não existe terapia específica;

Tratamento de suporte (controle de infecções secundárias)

- Em casos mais graves:


Entubação (alimentação diretamente para o estômago);
Fluidoterapia;
Tratamento

Antivirais:
1. Aciclovir;
2. Idoxuridina;
3. Vidarabina;
Profilaxia
Vacinação - Vacina policalente V3

Recomendação:
----- Primovacinação com 45 a 60 dias de vida;
- Repetição da dose após um mês;
-- -- Terceira dose após 30 dias da segunda dose;
- Realizar reforço anualmente pelo resto da vida;

Obs: Para animais que vivem sem contato com outros animais ou com
o meio externo, a vacinação pode ser realizada num intervalo de três
anos.
Profilaxia
Medidas gerais de bom manejo dos felinos (ex: quarentena de
novos animais em gatis, lar);

Controle do ambiente: temperatura, umidade e ventilação;

Evitar superpopulação;

Prevenção de transmissão por fômites - Higienização e


desinfecção dos espaços, utensílios e pessoas que tiverem em
contato com o paciente acometido;
Referências
MEGID, J. et al. Doenças Infecciosas em Animais de
Produção e de Companhia. 1. ed. Rio de Janeiro: Roca, 2016.

GREENE, C.E. Doenças Infecciosas em Cães e Gatos. 4. ed.


Rio de Janeiro: Roca, 2015.

BAUMWORCEL, NATASHA. HERPESVIRUS FELINO 1:


DETECÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE DNA VIRAL EM GATOS
DE ABRIGO. 2019. Tese de doutorado (Pós Graduação em
Medicina Veterinária) - FACULDADE DE VETERINÁRIA,
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE, [S. l.], 2019.
Referências
NOGUEIRA, REBECA MILFONT. RELATO DE CASO:
Rinotraqueíte viral felina ( Herpes vírus felino tipo-1) em
filhotes de gatos doméstico (Felis catus). 2018. Relatório de
estágio supervisionado obrigatório (Bacharel em Medicina
Veterinária) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido, [S.
l.], 2018.

ROCHA, MARIANA GONÇALVES. PROTOCOLO TERAPÊUTICO


DO HERPESVÍRUS FELINO 1- REVISÃO DE LITERATURA.
2021. Trabalho de conclusão de curso (Bacharel em
Medicina Veterinária) - Centro de Ensino Unificado de
Brasília, [S. l.], 2021.
Obrigado!

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