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RAIVA

•Família Rhabdoviridae
•Gênero: Lyssavirus

7 genótipos:
- Clássica (genótipo 1)
- Lagos bat virus
- Mokola virus
- Duvenhage virus
- European bat virus 1 & 2
- Australian bat virus

Vesiculovirus 
vírus da estomatite vesicular
- New Jersey
- Indiana
Histórico

Presente há mais de 4000 anos. Descrição de casos desde a


idade média
1804: Zinke  infecção natural através da saliva de cães
raivosos
 1881: Pasteur  demonstrou o neurotropismo
 1885: Pasteur  vacina da raiva
O vírus

•Genoma constituído de RNA


fita simples com polaridade
negativa de 11-15 kb.
Características físico-química

• viável por até 4 horas a 40 ºC, até 35 segundos a 60 ºC, até 24 horas
na saliva
e por vários dias a 4 ºC

• resiste à dessecação, ao congelamento e descongelamento e em pH


entre 5 e 9.

Condições de inativação viral

• pH<4 e pH>10

• Agentes oxidantes

• Solventes orgânicos, pasteurização detergentes, enzimas


proteolíticas Radiação ultravioleta
Replicação: citoplasma
1. Adsorção: glicoproteína G e receptor celular
2. Penetração: Fusão dependente de pH
3. Decapsidação
4. Replicação:

RNA pol RNA dep


RNAm
subgenômicos

proteínas virais N P M G L
Síntese das proteínas N, P, M e L: ribossomos livres
Proteína G: síntese e glicosilação no RER e Complexo de Golgi 
membrana plasmática

5. Montagem: formação do complexo RNP: genoma se associa às


proteínas N, P e L e migra para a região da membrana onde as
glicoproteínas virais estão inseridas.
Proteína M: migra para a face interna da membrana
6. Liberação: brotamento da membrana plasmática
Replicação
Distribuição
Ocorrência quase universal.
O único continente livre da doença é a Oceania.

Europa raposa.
Estados Unidos e Canadá animais silvestres.
América Latina, Caribe, África e Ásia
Cão e Morcegos hematófagos
Formas de disseminação
Formas de disseminação
Ciclo urbano: cães, gatos

Ciclo Rural: morcegos, macacos, bovinos,


equinos, suínos, caprinos, ovinos

Ciclo Silvestre: Animais silvestres – reservatórios

Ciclo aéreo: Morcegos


 Reservatórios silvestres do vírus da raiva no Brasil

- Canidae (cães, raposas, “raccoon-dog”, cachorro do mato, “raposinhas” etc.),


Procyonidae (guaxinim); Mustelidae (gambá)

- Ordem Chiroptera : morcegos hematófagos (Desmodus rotundus) e outras 35 sp

- Saguis (Callithris jacchus)

cachorro-do-mato ou guaraxaim

www.terradagente.com.br -
morcegosdobrasil.blogspot.com www.biolib.cz

Brasil: 165 espécies de morcegos entre os insetívoros, frugívoros e hematófagos


Raiva em caninos e felinos (Maio 2015)
Raiva em morcegos e canídeos selvagens (Maio 2015)
Raiva em animais de produção (Maio 2015)
Raiva em humanos (1986-2015)
Raiva (2015-2017)
via transplacentária

transmissão inter-humana (saliva)


Patogênese

Infecção  Mordida de um animal (saliva)


vírus no músculo estriado e tecido conectivo


vírus atinge nervos periféricos


Propaga-se através dos axônios


FORMA CENTRÍPETA

vírus no SNC

CÉREBRO
Período de incubação:
Homem: 2 – 10 semanas (média = 45 dias)
Cães e gatos: 21 dias a 2 meses

Período de transmissibilidade: (vírus na saliva)


__________ 0 __________
5 4 3 2 1 1 2 3 4 5

sinais clínicos
Em herbívoros:
Forma paralítica, dificuldade para defecar, engasgo e andar
cambaleante

Em equinos:
Depressão, anorexia, andar em círculos, ataxia, demência,
disfagia e paralisia facial

Em canídeos e felinos:
Mudança de hábitos (agitação ou agressividade); Mudança de hábitos
alimentares; paralisia das cordas vocais, dificuldade de deglutição, salivação
abundante, paralisia e óbito
Sinais clínicos em humanos
Infecção e proliferação local
Células musculares
POSSIBILIDADE DE PROFILAXIA

Migração pela placa mioneiral até axônios


Migração centrípeta até células ganglionares e da medula
12 a 24 dias
Encefalite com escassa resposta inflamatória
Raiva

Diagnóstico Laboratorial

 Animais: post-mortem
Coleta de material: cabeça do animal, encéfalo inteiro ou fragmentos
do tecido cerebral (córtex, cerebelo e hipocampo)
Equino: enviar também medula espinhal
Morcegos: encaminhar inteiros para identificação da espécie
Conservação do material:
- até 24 horas: 4oC; mais de 24 horas: -20oC
Na falta de refrigeração: solução salina com glicerina a 50%
Testes laboratoriais

-Esfregaços ou impressões do tecido nervoso: Corpúsculos


de Negri
Testes laboratoriais:

- Imunofluorescência direta a partir de tecido nervoso

Imunofluorescência
Teste biológico: inoculação intracerebral em camundongos lactentes
ou adultos
Diagnóstico da infecção pelo vírus da Raiva por RT-PCR

???
PREVENÇÃO E CONTROLE

Áreas livres da doença:


- Quarentena
-Vacinação pós-exposição

Áreas com raiva silvestre:


-Vacinação de raposas com vacina oral

Áreas com casos de raiva urbana:


- Imunização de cães e gatos
- Captura de animais vadios
- Vigilância epidemiológica

Raiva em bovinos:
Controle: pasta anticoagulante (vampiricida) no dorso dos morcegos
ou no local de mordedura nos herbívoros.
IMUNOPROFILAXIA
Soroterapia
Soro antirábico de origem equina
Ig humana antirábica
Vacinas
Inativadas constituídas por cérebro de camundongos infectados pelo vírus da
raiva, inativado por Beta-Propiolactona
Via IM, 4 doses nos dias 0, 2,4 e 28
Glicoproteína G
Indução de resposta humoral

Pré-Exposição
Risco profissional de exposição ao vírus

Pós Exposição
Exposição acidental ao vírus
Avaliação do risco pós infecção

Natureza da exposição
mordedura, arranhadura, lambedura, contato com mucosas, inalação),
profundidade, número e extensão dos ferimentos

Características do animal
Espécie animal
hábitos de vida
condição sanitária do animal,
área de procedência

Alto risco: Morcegos, mamíferos silvestres

Médio Risco: Cães e gatos, herbívoros

Baixo risco: Ratos, cobaio, Hamster e demais roedores


Exposição ao vírus da raiva:
- Lavar o ferimento com água e sabão e desinfecção com álcool ou
soluções iodadas imediatamente após a agressão

Exposição grave:
- agressões por morcegos
- mordidas com lacerações profundas
- mordidas em crianças
- mordida na cabeça, pescoço, membros superiores

Tratamento:
- Soroterapia
- Vacina
- Observação do animal: se permanecer sadio após 10 dias ou for
considerado negativo pelos testes laboratoriais: parar o tratamento
Exposição ao vírus da raiva:
Tratamento Experimental

Milwaukee protocol

Survival after Treatment of Rabies with Induction of Coma


Rodney E. Willoughby, Jr., M.D., Kelly S. Tieves, D.O., George M.
Hoffman, M.D., Nancy S. Ghanayem, M.D., Catherine M. Amlie-Lefond,
M.D., Michael J. Schwabe, M.D., Michael J. Chusid, M.D., and Charles
E. Rupprecht, V.M.D., Ph.D. Volume 352:2508-2514, 2005

We report the survival of a 15-year-old girl in whom clinical rabies


developed one month after she was bitten by a bat. Treatment included
induction of coma while a native immune response matured; rabies
vaccine was not administered. The patient was treated with ketamine,
midazolam, ribavirin, and amantadine.. Lumbar puncture after eight
days showed an increased level of rabies antibody, and sedation was
tapered. Paresis and sensory denervation then resolved. The patient
was removed from isolation after 31 days and discharged to her home
after 76 days. At nearly five months after her initial hospitalization, she
was alert and communicative, but with choreoathetosis, dysarthria, and
an unsteady gait.
Vírus da estomatite vesicular Brasil:
1964 Alagoas: Ind III

1966 Rancharia, SP: Ind II Salto

1979 Ribeirão Preto, SP: Ind II Cocal

1977 Minas Gerais: Ind III

1984 Ceará : Ind III

1986 Vale do Paraíba: Ind III em equinos e bovinos


Vírus da estomatite vesicular (VSV)

 Doença vesicular que acomete bovinos, equinos, suínos,


raramente caprinos, ovinos, e animais silvestres

 Período de incubação: 24 – 72 horas

 Lesões vesiculares na língua, gengiva, lábios, tetos e coroa


do casco

Animais acometidos: queda na produção de leite e carne


Sinais clínicos: sialorréia seguido de febre, formação de vesículas na
língua, interior e exterior dos lábios, patas , tetos
Equinos: lesões na coroa do casco  dificuldade de locomoção

www.agr.state.ne.us

www.vetmed.ucdavis.edu
Transmissão:

Contato direto:
- animais infectados com a doença clínica
- exposição a fômites contaminados com saliva ou fluído das
vesículas
Sandfly Blackfly
Vetores:

edis.ifas.ufl.edu/

 EV tem incidência sazonal: verão em climas temperados e após as chuvas


nas regiões tropicais

 Vírus isolado de mosquitos do gênero Phlebotomus e Aedes


Ac em animais selvagens: porco selvagem, cervos, morcegos, rodedores,
primatas não humanos
Vírus da estomatite vesicular (VSV)

Diagnóstico laboratorial: Detecção de vírus

Amostra clínica: secreções orofaríngeas


Fluidos vesiculares
Epitélios oral e podal
Vírus da estomatite vesicular (VSV)
Diagnóstico laboratorial: Detecção do vírus

- Isolamento em Cultura de células: Vero, BHK-21, IB-RS-2

Identificação:

Imunofluorescência

- Ensaio imunoenzimático - Genoma viral: Reação de RT-PCR

virology-online.com
www.scielo.br/
Vírus da estomatite vesicular (VSV)

Diagnóstico laboratorial: Detecção de anticorpos

Amostra clínica: soro


Teste: ensaio imunoenzimático
Vírus da estomatite vesicular (VSV)

Prevenção e Controle

- Doença de notificação obrigatória


- Quarentena
- Restrição no movimento de animais: 30 dias
- Desinfecção da área

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