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Rhabdoviridae

Família: Rhabdoviridae
Possui 134 espécies
Possui 19 gêneros
Mamíferos são os hospedeiros
Gêneros: Vesiculovirus e Lyssavirus
Rabdo = bastão
Possui forma de projétil
Com envoltório
Nucleocapsídeo helicoidal
RNA de fita única negativa

 Lyssavirus é o gênero mais importante, responsável pelo vírus da raiva

Proteínas
 Há apenas proteínas estruturais;
 gG – glicoproteína espículas
 M – proteína de matrix
 N – nucleoproteína
 L – transcriptase
 P ou NS – fosfoproteína

Proteína G
 Responsável pela adesão e liberação por brotamento
Proteína M
 Responsável pela montagem e brotamento
Proteína L
 Responsável pela transcrição
Proteína P
 Responsável pelo transporte axonal do vírus
Proteína N
 É a principal proteína estrutural do vírus
 Protege o RNA da digestão por ribonucleases
 Mantém o RNA em configuração apropriada para transcrição.
Inativação
 Extremos de concentração de pH;
 Formol (1%), cresol (2%)
 Solventes orgânicos
 Detergentes e desinfetantes
 UV
 Calor

Multiplicação
 Ocorre no citoplasma
 A proteína G se adere na célula hospedeira e a penetração ocorre por endocitose;
 Ocorre o desnudamento
 A transcrição produz 5 RNAm que geram 5 proteínas virais;
 A liberação ocorre por brotamento.

Lyssavirus

Possui 7 genótipos
Tipo 1
 Clássico
 Possui distribuição mundial
É uma encefalite aguda progressiva
Mamíferos domésticos e silvestres são transmissores
É uma antropozoonose* (doença que é primária em animais que pode ser transmitida a humanos)
* O humano é hospedeiro acidental e não transmite
Possui grave evolução fatal
Tipos de zoonose:
 Antropozoonose
 Anfixenose : doença circula indiscriminadamente entre humanos e animais.
 Enzoose: doença exclusiva de animais.
Transmissão

 É por meio de mordedura de animais infectados (transmissão transdérmica)


 Secreções contaminadas em contato com mucosas ou pele lesada
 Via trato-respiratório – aerossóis
 A transmissão inter-humana de raiva é rara, mas já houveram casos: 8 casos devido à
transplante de córnea, 1 caso via transplacentária, 2 casos pela saliva, 4 casos por
transplante de órgãos
 Não há transmissão indiretamente

Ciclo epidemiológico

 Ciclo aéreo: morcegos hematófagos


 Ciclo urbano: animais domésticos
 Silvestres: animais silvestres (depende da fauna da região
 Rural: equinos, bubalinos (Búfalo) e bovinos

Patogenia

 A disseminação é neurológica;
 Período de incubação: de 2 a 10 semanas em ser humano, de 21 a 2 meses em cão,
variável em animais silvestres.
 Comprometimento extenso do SNC
Fatores que influenciam o risco da infecção e o período de incubação

 O tipo da lesão
 Gravidade das lacerações
 Inóculo (concentração das partículas virais)
 Distância até o cérebro (proximidade dos troncos nervosos)
 Idade do hospedeiro
 Estado imunológico do paciente.
Fases
 Fase assintomática – período de incubação
- Baixo título, vírus no músculo
 Fase prodrômica
- Tempo: 2-10 dias
- Sintomas: Febre, náusea, vômito, anorexia, cefaleia, letargia
- Baixo título, vírus no SNC e cérebro
 Fase neurológica
- Tempo: 2-7 dias
- Hidrofobia, espasmos na barriga, hiperatividade, ansiedade, depressão. No SNC: perda
de coordenação, confusão e delírios.
- Alto título, vírus no cérebro e em outros locais
- Status imunológico: detectável no soro e SNC
 Coma e morte
- Parada cardíaca, hipotensão, hipoventilação, infecções secundárias e parada cardíaca.

Quadro clínico no ser humano

Os surtos de agressividade são raros

Tratamento no ser humano

Isolamento do paciente – quarto com pouca luz, ruído, ar


Tratamento de suporte
Protocolo de Milwaukee
 Sedação – coma induzido, ventilação mecânica
 Medicação
- Para indução do coma: Quetamina (anestésico com efeito hipnótico e analgésico),
Midazolam (hipnótico, anticonvulsionante e ansiolítico), Fenobarbitúricos
(antiepilépticos).
- Antivirais específicos: Ribavirina, Amantadina e Quetamina
 Casos de cura
- 5 no total
- 2 nos EUA
- 2 no Brasil
- 1 na Colômbia
- Há sequelas

Diagnóstico clínico
 História
 Sinais e sintomas
 Diagnóstico diferencial: tétano e tularemia, botulismo, síndrome de Guillain-Barré

Diagnóstico laboratorial

 Coleta de espécimes em seres humanos


 Em vida: saliva, impressão córnea, biópsia de pele e líquor.
 Após óbito: encéfalo
 Microscopia: pesquisa Ag
 Material biológico
 Microscopia óptica: pesquisa Ag viral, corpúsculo de Negri (imunofluorescência), anti-
mortem
 Biologia molecular (PCR)
 Sorologia: não é muito útil porque os anticorpos demoram a aparecer
 Isolamento do vírus - biossegurança nível 3
Profilaxia
 Pré-exposição: vacinação de transmissores e grupo de risco
 Profilaxia pós-exposição: limpeza do ferimento com água, sabão ou outro antisséptico
(inativação do vírus na porta de entrada)
 Soro antirrábico
 Vacina antirrábica
Epidemiologia
 59,000 mortes/ano
Prevenção e controle
 Vacinação anual de animais
 Captura de animais errantes
 Não tocar nos animais silvestres caídos no chão
 Vacinação de grupos de risco
 Profilaxia pós exposição.

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