 Leucose Esporádica bovina

•Rara ocorrência (0,5 a 1,2 casos/ 100.000 animais), e

dificilmente ocorre em mais de um caso por rebanho
•Não transmissível, de etiologia desconhecida;
•Acomete bovinos jovens;
•Curso clínico extremamente rápido;
•Progride para a morte em duas a oito semanas;
•Apresentações clínicas: juvenil, tímica e cutânea –
idade do animal e localização dos tumores.
Leucose Esporádica bovina
Forma juvenil
Linfoma multicêntrico
Linfadenopatia generalizada
Substituição da medula óssea por tecido neoplásico
Invasão do sangue periférico
Fraqueza, anemia hipocrômica microcítica,
linfocitose, depressão e perda de peso

Em geral, acomete bezerros antes dos seis meses de

idade
Figura 1. Leucose juvenil multicêntrica bovina. Linfonodos parotídeo (a), pré-
escapular (b) e pré-crural (c) aumentados de tamanho.

Fonte: Peixoto, T. C. et al. Leucose juvenil multicêntrica bovina - relato de caso. Rev. Bras. Med. Vet., 32(1):58-
62, jan/mar 2010
Figura 2. Leucose juvenil multicêntrica bovina. A. Linfonodos pré-escapulares aumentados
de tamanho; superfície de corte com coloração branco-amarelada homogênea. B.
Linfonodos anorretais aumentados de tamanho e intimamente agrupados com aspecto de
uma massa multinodular ao longo das superfícies lateral e dorsal do segmento distal do
reto. C. e D. Superfície de corte dos linfonodos anorretais com áreas de coloração branco-
amareladas intercaladas com áreas vermelho escuras
Fonte: Peixoto, T. C. et al. Leucose juvenil multicêntrica bovina - relato de caso. Rev. Bras. Med. Vet., 32(1):58-
62, jan/mar 2010
Leucose Esporádica bovina

Forma tímica
Restringe-se ao timo e tecidos adjacentes
Afeta bovinos entre seis meses e dois anos de idade
 Animais da raça Hereford têm maior predisposição
Leucose Esporádica bovina

Forma cutânea
Doença crônica
Desenvolvimento de múltiplos nódulos (2-3 cm)
• Salientes, firmes, frequentemente alopécicos e ulcerados, na pele do
pescoço, espádua, flanco, períneo e membros posteriores.
Podem regredir espontaneamente, mas tendem a reaparecer.
Linfadenopatia,
Edema subcutâneo,
Anemia.
Linfocitose com linfócitos atípicos na circulação
Acomete bovinos com idade em torno de dois anos.
 Definição
Doença infectocontagiosa crônica que se
manifesta em bovinos;
Caracterizada pelo surgimento de neoplasias
linfoides (linfossarcomas) que, geralmente
evolui para a morte do animal;
Acomete animais com mais de 2 anos de
idade;
Não é considerado zoonose
Sinonímias: leucemia bovinas, leucose bovina...
 Etiologia
• Família: Retroviridae
• Gênero: Deltaretrovirus
• RNA fita simples
– Genoma diplóide
– Transcriptase reversa
DNA pró-viral
Inserção no genoma celular
 Características do vírus
• Vírus envelopado
• Sensível: • Inativado:
– Éter – 56ºC/30 min
– Clorofórmio – Pasteurização
– Cloro

• Resistente: • Viável:
– Radiação – 4°C/ 2 semanas
ultravioleta
 Epidemiologia
 Epidemiologia

23,1 %
9,7 %
27,8 %

16,1 %

28,4 %

54,3 %
20,7 %

20,7 %
 Epidemiologia
• Acomete
 Epidemiologia
• Fatores de risco
– Idade do animal
– Grau de intensidade do manejo
– Densidade de animais
– Aquisição do novos animais
– Animais com linfocitose permanente
– Práticas agropecuárias
 Epidemiologia
• Transmissão
– Vertical
– Contato Direto
• Fluido corpóreo
Colostro, leite
Sangue
Secreções respiratórias
Semên https://www.revistale
iteintegral.com.br

• Contato mucosa
– Contato indireto
• Materiais recém-contaminados https://upload.wikimedia.org

• Artrópodes hematófagos (vetores mecânicos)

Uma pequena quantidade – causar doença
  Epidemiologia

brincagem
Palpação retal casqueamento

Leite e colostro Inseminação

  Patogenia
Linfócitos B e T,
Infecção Vias linfáticas macrófagos e Ligação de
neutrófilos gp 51

Fusão com a
membrana
celular

Transcriptase
reversa/integrase RNA
Infecção de
DNA pró-viral
Linfocitose novas células -
permanente Sincícios
Período de
incubação Partículas
Produz Integrado Núcleo
anticorpos livres ao GCH CH
Sinais clínicos
• Neoplasia (5%)
•Morte súbita – portadores inaparentes

• Sinais Iniciais
• Redução da produção leiteira
• Disfunção imunológica - Infecções secundárias
• Descarte precoce
Sinais clínicos
• Neoplasia (5%)
• Sistema Linfático : linfadenopatias
• Dificuldade de eructação (L. Mediastínicos)
• Dificuldade de respiralçao (L. Cervicais)
• S. Digestivo
• Diarreia , constipação intestinal, timpanismo e melema

Fonte: JIMENEZ FILHO, D.L. e VALLE, C.R. Leucose enzoótica bovina – revisão. PUBVET, Londrina, V. 7, N. 21, Ed. 244, Art. 1611,
Novembro, 2013.
Sinais clínicos

Figura - Timpanismo https://agrariacad.com/2020/10/31/indigestao-vagal-em-ruminantes-revisao-de-literatura/

 Sinais clínicos
• S. Cardiovascular
• Edema de partes baixas, fraqueza – insuficiência cardíaca

Fig.6. Nódulos e massas branco-amareladas Fig.7. Espessamento transmural do átrio

de diferentes tamanhos e que se projetam direito em um bovino com linfoma. Nessa
para o interior da câmara cardíaca (átrio forma de apresentação, massas e nódulos
direito) em um bovino com linfoma. não ocorrem
Fonte: Panziera, W. et al. Aspectos epidemiológicos, clínicos e anatomopatológicos do linfoma em bovinos: 128 casos (1965-2013). Pesq. Vet.
Bras. 34(9):856-864, setembro 2014
Sinais clínicos
• S. Reprodutivo
• Infertilidade crônica – linfossarcomas palpáveis no útero

Fig.3. Múltiplas massas tumorais que

ocupam a entrada da cavidade pélvica em
um bovino com linfoma.
Fonte: Panziera et al. (2014)
Sinais clínicos
• Nervoso
• Alterações locomotoras ou neurológicas –
compressão dos tecidos nervosos
• Paralisia ou paraplegias – meninges c. medula espinal
• Cegueira, alterações pupilares e comportamentais,
tremores

Fig.4. Linfadenomegalia retrobulbar

em um bovino com linfoma.
Observe que o linfonodo afetado Fig.14. Massa tumoral no interior do canal
tem basicamente o mesmo volume
vertebral em um bovino com linfoma. Note a
do globo ocular
compressão medular exercida pela proliferação
neoplásica. Fonte: Panziera et al. (2014)
 Fig.10. Superfície de corte do abomaso, observe Fig.11. Múltiplos nódulos hemisféricos e
o marcado espessamento da parede do abomaso avermelhados que se projetam através da
por um tecido homogeneamente brancacento. serosa do cólon em um bovino com linfoma.

Fig.12. Nódulo solitário na entrada do Fig.13. Rim difusamente infiltrado por linfócitos
duodeno em um bovino com linfoma neoplásicos em um bovino com linfoma. Fonte: Panziera et al. (2014)
 Diagnóstico
• Clínico
– Linfadenopatia generalizada
– Emagrecimento
– Diminuição da produção
– Sinais inespecíficos ou ausentes
• Diagnóstico diferencial
– Tuberculose
– Linfossarcoma esporádico
 Diagnóstico
• Hematológico
– Linfocitose persistente – linfócitos imaturos (3 exames -1/sem.)
• Sorologia – anticorpos anti-BLV
– Imunodifusão em gel de ágar (IDGA)
– ELISA
• Isolamento viral
• PCR
Controle e profilaxia
•Não tem cura
•Bovinos infectados - reservatórios
•Vacinas ineficientes
•Sorologia
–Periódica
–Aquisição de animais soronegativos
•Fornecer colostro/leite tratado a temperatura de 56°C/30 min.
•Quarentena – 45 dias
•Boas práticas agropecuárias
•Descarte imediato ou paulatino dos animais infectados
luciana.menezes@grupounibra.com