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Doenças Infecto-Contagiosas

Vírus

01-Maedi-Visna
-Introdução: Maedi é uma pneumonia intersticial de evolução progressiva e
lenta, produzindo emagrecimento e caquexia e termina com a morte dos animais. E
Visna é uma meningite de desenvolvimento muito lento.

-Hospedeiros: ovinos e caprinos

-Divisão:

-Família: Retroviridae

-Subfamília: Lentivirinae

-Gênero: Lentivirus

-Estrutura: RNA fita dupla, extremidades LTR (usadas para se integrar ao DNA
do hospedeiro), GP135 e P28 (proteínas importantes para o diagnóstico).

-Localização: monócitos/macrófagos

-Transmissão: secreção e excreção de células infectadas

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Ex.: colostro, leite e aerossóis.

-Patogenia: possui período de incubação longa (até vários anos). A infecção é


caracterizada por uma evolução progressiva muito lenta. É uma doença do sistema
linforreticular que afeta a totalidade do organismo

-Sinais Clínicos: 4 formas clínicas

-Nervosa: incoordenação, andar em círculos, nistagmo, paresia e


paralisia, mantém o apetite mas há perda de peso (não muito comum).

-Articular: claudicação e aumento de volume articular

-Respiratória: dispnéia, emagrecimento e pneumonia secundária

-Mamária: mamite, endurecimento do úbere, presença de nódulos e


diminuição na produção de leite.

-Patologia:

-Pulmão: não há colapso completo, aumento do peso e presença de focos


acizentados, lesões em todos os lobos.

-Tecido Nervoso: não há alterações macroscópicas, apenas infiltrado


mononuclear (microscopicamente)

-Articulações: artrite não supurativa, edema e hiperemia

-Glândula Mamária: endurecimento e presença de nódulos

02-CAEV (Vírus da Artrite Encefalite Caprina)


-Introdução: é uma doença infecciosa específica dos caprinos. Geralmente
apresenta-se de forma crônica, caracterizando-se por um longo período de incubação e
uma evolução clínica lenta e progressiva. Os animais infectados passam a ser portadores
permanentes do vírus. O vírus pode estar presente em todos os líquidos biológicos do
corpo.

-Hospedeiros: caprinos

-Divisão:

-Família: Retroviridae

-Subfamília: Lentivirinae

-Gênero: Lentivirus

-Estrutura: semelhante ao MVV

-Localização: monócitos/macrófagos

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-Transmissão: através da ingestão do colostro e do leite de animais infectados. O
contato direto entre os animais, bem como toda a forma de contato indireto com os
líquidos corporais (principalmente o sangue), também são importantes meios de
transmissão do vírus.

-Patogenia: O vírus a artrite encefalite caprina (CAEV) infecta as células das


linhagens monócito-macrofágicas com localização em macrófagos do líquido sinovial,
pulmões, sistema nervoso central e glândula mamária. Grandes quantidades de
anticorpos neutralizadores não relacionados aos vírus são produzidos pelos linfócitos
associados macrófagos infectado pelo vírus. Estes grandes complexos imunes são
supostamente a base para as alterações inflamatórias crônicas observadas nos tecidos
associado

-Patologia:

-Articular: lesão inflamatória, degenerativa, aumento de volume e


presença de fibrina e coagulo no líquido sinovial.

*O CAEV compartilha características genéticas, morfológicas e patológicas com outros


lentivírus, incluindo o vírus maedi-visna (MVV). Freqüentemente CAEV e MVV são
denominados de lentivírus de pequenos ruminantes (LVPR), por possuírem
características patogênicas, epidemiológicas e organização genômica semelhantes.

-Diagnóstico Diferencial:

Diferenciar de Mycoplasma, Chlamydia e Listeria e também de


poliencefalomalácia e mastite bacteriana.

-Diagnóstico (MVV e CAEV): principalmente por Imunodifusão em Agar Gel.


Mas pode-se usar também: ELISA, IFI, WB, PCR (detecção de antígenos), isolamento
viral (verificar o efeito citopatogênico).

-Importância Econômica (MVV e CAEV): diminuição da vida produtiva, da


produção, predisposição à infecções secundárias e restrições comerciais.

*MVV/CAEV causam sincício (junção de núcleos).

-Material para Laboratório:

-Soro (sorologia)

-Sangue + Heparina, leite ou sêmen (PCR)

-Sangue, articulações, pulmões, encéfalo e glândula mamária


(isolamento).

-Controle:

-Não existem vacinas

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-Realizar 1/2 testes por ano

-Separação e eliminação dos positivos

-Manejo (tratamento do leite – 56ºC por 30 minutos).

03-Anemia Infecciosa Eqüina


-Introdução: é uma doença viral do sangue e órgãos hematopoiéticos.

-Hospedeiros: eqüinos

-Divisão:

-Família: Retroviridae

-Subfamília: Lentivirinae

-Gênero: Lentivirus

-Estrutura: proteínas do gene env GP90 e GP35 (alvos da resposta imune) e


proteínas do gene gag P26 (principal para diagnóstico).

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-Transmissão:

-Insetos hematófagos (tabanídeos, stomoxys e culicóides) e são vetores


mecânicos

-Iatrogênico

-Sêmen

-De cavalo para cavalo (mordedura em brigas).

-Depende:

-Da população de insetos e o habito alimentar (inseto não termina


a alimentação num só animal, passando para outro)

-Densidade populacional de animais

-Quantidade de sangue transferida

-Nível de vírus no sangue do animal infectado.

-Histórico:

-1843 – 1ª descrição (França)

-1904 – determinada a etiologia

-1961 – primeiro isolamento viral

-Similaridade genética e antigênica com o HIV

-Epidemiologia:

-O animal sobrevive em torno de 4 dias na infecção aguda

-Vírus resiste bem a luz UV

-Vírus rapidamente inativado por desinfetantes comuns (porque o vírus


possui envelope) e pH ácido (<3) e pH alcalino (>11).

-Patogenia:

A anemia é resultante da hemólise e fagocitose, mediada pela presença


de eritrócitos recobertos pelas proteínas do complemento (C3) e, concomitantemente,
pela redução da eritropoese.

-PI: 7 a 30 dias

-Atinge macrófagos, onde ocorre a viremia.

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-Infecção aguda: febre que chega a 41ºC, respiração rápida,
abatimento e cabeça baixa, debilidade nas patas, inapetência, trombocitopenia e perda
de peso. Se o animal não morre em três a cinco dias, a doença pode tornar-se.

-Infecção inaparente: portador assintomático

-Infecção crônica: observa-se ataques febris com intervalos


variáveis de dias, semanas ou meses. Quando o intervalo é curto, em geral a morte
ocorre depois de algumas semanas. Com ataques há grande destruição dos glóbulos
vermelhos do sangue, o que resulta em anemia. Também há a perda de peso, febre e
edema de membros

-O macrófago infectado libera citocinas (TNF e IL-1) que são as


principais causadoras da febre e do enfraquecimento do endotélio vascular.

*TNF: trombocitopenia

*IL-1: febre

-Sinais Clínicos:

-Anemia hemolítica (proteínas virais ligam-se à membrana da hemácia


do hospedeiro e o sistema imune causa a lise desta hemácia)

-Há formação de imunocomplexos causando uma possível


glomerulonefrite e/ou uma vasculite.

-Forma Superaguda:

-Morte em 2/3 dias

-Atinge animais muito debilitados

-Há febre alta e diarréia

-Forma Aguda:

-Ocorre no primeiro mês pós-infecção

-Verifica-se letargia, febre, diarréia, edema e anemia.

-Os sinais clínicos regridem em 5 dias

-Ocorre a morte em 2 a 3 semanas.

-Forma Crônica:

-Viremias recorrentes (6 episódios febris ao ano)

-E está relacionado ao estresse e medicamentos


supressores do sistema imune.

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-Forma Inaparente:

-Hipertermia, diminuição do peso, edema, icterícia e


hemorragias.

*A diferença entre a infecção pelo EIAV daquelas causadas por outros lentivírus é o
fato de o EIAV desencadear picos de viremia, que não são observados em infecções
pelo CAEV, MVV e FIV.

-Imunidade:

3 tipos de anti-corpos

-Neutralizantes: drifts antigênicos (o vírus não é destruído porque


se encontra dentro do macrófago e também sofre pequenas alterações genéticas)

-Precipitantes: utilizado para o diagnóstico (p26)

-Fixadores de complemento

-Diagnóstico:

-IDGA (Imunodifusão em Ágar Gel)


Ac para p26
-Elisa

-Isolamento viral (vírus não induz o efeito citopatogênico);

-Inoculação em susceptíveis

*Proteína recombinante: usa-se bactérias para a produção de uma parte do vírus


específica.

-Diagnóstico Diferencial:

-Babesiose;

-Leptospirose;

-Influenza eqüina

-Controle:

-Interdição de movimentação de animais;

-Isolamento dos suspeitos e soro positivos;

-Proibir participação em feiras;

-Eliminação dos positivos;

-Controle de vetores;

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-Reteste a cada 60 dias (30 dias para incubação e 30 dias para a produção
de anticorpos);

-Não existem vacinas;

-Legislação:

-Exame feito apenas por laboratórios credenciados (notificação


obrigatória);

-Sacrifício dos positivos;

*CIDASC

-GTA (guia de trânsito animal)

-Exame de AIE

-Vacinação (atestado) contra a influenza eqüina

04-Vírus da Leucose Bovina


-Hospedeiros: bovinos, zebuínos, búfalos e capivaras

-Divisão:

-Família: Retroviridae

-Sub-família: Oncovirinae

-Gênero: Deltaretrovirus

-Estrutura: RNA +, envelope, 10kpb, transcriptase reversa

-Local: linfócitos B. Leva o aparecimento de tumores e não possui oncogênes


(apenas TAX).

-Transmissão: se dá de forma horizontal e vertical. Esta primeira se dá através


do contato físico prolongado de bezerros susceptíveis com animais portadores do vírus;
através do consumo de água com sangue infectado. O contágio de animal-animal requer
um íntimo e prolongado contato físico, não havendo a transmissão em animais
separados a mais de dois metros. Pode haver também transplacentária (menos de 10%).

-Replicação: o vírus apresenta proteínas regulatórias (TAX e REX) cuja função


está relacionada com a regulação da expressão gênica desse vírus. A TAX está
relacionada ao aparecimento de tumores (alta taxa de mutação).

-Doença:

-Linfossarcoma: tumor mais comum

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-Linfocitose persistente

*Diferenciar de Leucose Esporádica Bovina: 3 formas (juvenil, tímica e cutânea) mas


não são causadas por vírus.

-Padrão de Resistência associado ao MHC:

MHC II bovino chamado de BoLA. E animais com diferentes expressões


no gene BoLA DRB 3.2 apresentam uma baixa manifestação de linfocitose persistente.

-Patogenia: o BLV infecta principalmente linfócitos B, nos quais produz uma


infecção persistente, mas pode também infectar linfócitos T. Os animais infectados por
este retrovírus tornam-se portadores pelo resto da vida. Normalmente cursa de forma
assintomática, mas uma pequena parcela de animais irá desenvolver a forma clínica da
doença. E a enfermidade caracteriza-se pela produção de tumores de origem linfóide,
como linfossarcomas ou linfomas malignos, em diversos órgãos.

-Sinais Clínicos:

-Muito variáveis;

-Aparecimento de tumores (esôfago, pulmões)

-Perda de peso, diminuição na produção, linfoadenopatia (aumento de


linfonodo), anorexia, linfócitos anormais.

-Títulos sorológicos são vistos 2 a 8 semanas após a infecção.

-Diagnóstico:

-IDAG (Imunodifusão em Ágar Gel) – detecção de anticorpos contra


GP51.

-Anticorpos colostrais podem interferir no teste até 6 meses.

-ELISA

-PCR (a partir de leucócitos);

-Interpretação do Teste:

Resultado Idade Contato com + Interpretação


+ <7 meses Mãe infectada Impossível distinguir,
testar após 7 meses ou
usar PCR
+ <7 meses Mãe sadia Animal Infectado
+ >7 meses ---------------- Animal Infectado
- <3 meses Contato com + Retestar após 3 meses
- >3meses ---------------- Animal não Infectado

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-Controle:

-Não existem vacinas;

-Uso de testes sorológicos a cada 6 meses;

-Manejo

-Medidas de higiene;

-Separar terneiros antes de mamarem o colostro

-Aquecer o leite à 56ºC por 30 minutos

-Fatores de Risco:

-Intervenções cirúrgicas, tatuagens, brincos, vacinações, coleta de


sangue, palpação retal e transfusão sanguínea.

05-Encefalopatia Espongiforme Transmissível (TSE)


-BSE em bovinos

-SCRAPIE em ovinos

-Causa: príon (proteína infecciosa) – resistente à detergentes, calor e


proteinases.

*PrPc (proteína normal do hospedeiro)

-Local: concentração 50x maior no SNC

-Codificada por 1 gene e 1 éxon (parte codificadora)

-É normalmente expresso na superfície dos neuronais

-Função: neurotransmissor (ritmo circadiano)

-Príon:

-O animal deve expressar a proteína normal

-A lesão não apresenta resposta inflamatória

-Alta resistência à UV e raios gama.

-Atinge alta concentração de títulos no tecido cerebral

-Forma filamentos: placas nos neurônios afetados

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-Resistência: diminuição da infectividade por NaOH, hipoclorito de
sódio, formaldeído, autoclave, fervura por 1 hora

-Patogenia:

-PrPsc (proteína priônica) muda a conformação da outra proteína do


hospedeiro (PrPc – normal);

-Degeneração espongiforme do cérebro

-Alterações no padrão de ligações químicas

-Alteração na glicosilação que muda a conformação de α-hélices para β-


sheet.

-Há o acúmulo dessa proteína dentro dos neurônios (não sendo


degradado como normalmente) e neurônio não executa mais sua função normal.

-Doenças:

1-SCRAPIE:

-Transmissão:

-Via oral

-Pastagem, equipamentos

-Filhotes (intrauterina, pós-parto)

-Sangue, urina, fezes, sêmen, saliva – NÃO são infecciosos

-Patogenia: após a exposição o príon multiplica-se em células dendríticas dos


linfonodos, faz a penetração no tecido nervoso via duodeno/íleo.

-Sinais Clínicos:

-Incubação 2 a 5 anos

-Inicio agudo da doença

-Excitação, tremores, intenso prurido

-Emaciação, fraqueza, olhos arregalados, ataxia e paralisia de posteriores.

2-BSE:

-Não se tem registro no Brasil.

*Exame BSE:

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-Distúrbios de comportamento (nervosos, movimentos espasmódicos do corpo,
medo, salivação, olhos arregalados, ranger de dentes, fasciculações musculares,
dificuldade de levantar)

-Distúrbios na sensibilidade (sensíveis ao toque, a luz e ao som)

-Distúrbios na locomoção (andar anormal, andar balançando e ataxia)

-Diagnóstico (BSE e SCRAPIE):

-Sinais Clínicos

-Exame Histopatológico do cérebro

-Detecção de placas no tecido nervoso

-Controle:

-Da alimentação (evitar usar carne animal como fonte protéica)

06-Febre Aftosa
-Introdução: doença altamente contagiosa de notificação obrigatória.

-Hospedeiros: biungulados (bovinos, ovinos, caprinos e suínos)

-Divisão:

-Família: Picornaviridae

-Gênero: Aphthovirus

-7 sorotipos: A, O, C, SAT1, SAT2, SAT3 e ASIA

*Infecção por um sorotipo não protege do outro.

-Estrutura: vírus RNA, não envelopado e com replicação no citoplasma. A


proteína VP1 de capsídeo é utilizada para fazer o seqüenciamento do vírus, para
encaixar este num dos sorotipos.

-Transmissão: se dá pelo contato direto, aerossóis, pelo ar (até 60km em terra e


300km no mar), transporte mecânico (humanos e veículos), fômites, produtos de origem
animal (carne, leite, sêmen e embriões).

*É considerada zoonose.

-Resistência:

O vírus é inativado em:

-Temperatura: > 50ºC

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-pH: <6 e >9

-Desinfetantes: hidróxido de sódio e ácido cítrico. Resistente a


iodóforos, quaternários de amônia, hipoclorito de sódio e fenol.

-Epidemiologia:

-Grande eliminação de vírus por secreções e excreções;

-Em humanos que tiveram contato com o vírus podem albergar o vírus
por 24/48 horas no sistema respiratório;

-A eliminação de vírus pode iniciar até 4 dias antes dos sintomas (pela
salivação, fezes, urina, leite e sêmen);

-O pico de eliminação do vírus ocorre quando o animal não apresenta


sintomatologia da doença;

-No solo o vírus resiste até 3 dias no verão e 28 dias no inverno;

-O vírus pode persistir no bovino por até 3 anos (suíno nunca é portador);

-Patogênese:

-Inicia-se pela penetração do vírus pelas vias respiratórias superiores,


seguida de uma multiplicação inicial na mucosa da orofaringe. A seguir, o vírus pode se
disseminar localmente e replicar nas vias aéreas inferiores, inclusive nos pulmões. O
vírus também pode penetrar por outras regiões como pele do focinho, das patas e dos
tetos. Após a replicação inicial o vírus atinge a corrente sanguínea e distribui-se pelo
todo organismo, mas os principais sítios de replicação são: cavidade oronasal, patas,
coração, tetas e glândula mamária.

-Sinais Clínicos:

-PI: entre 2 e 21 dias (média: 3 a 8 dias);

-Observa-se febre, inapetência, baixa produção de leite, perda de peso;

-Salivação intensa, formação de vesículas (com posterior formação de


úlceras);

-Em animais jovens o vírus pode se replicar no tecido cardíaco causando


morte;

-No pico de eliminação viral pode-se liberar até 1014 partículas virais/dia.

-Vírus não atravessa a barreira placentária, mas causa aborto devido a


febre.

-Animais adultos raramente morrem;

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*Suínos, caprinos e ovinos os sinais clínicos são mais brandos, sendo o principal a
claudicação.

-Diagnóstico:

-Apenas realizado por laboratórios credenciados

-Melhor material para exame são epitélios com vesículas não rompidas
(para o estado de Santa Catarina pode-se usar sorologia, porque os animais na região
não são vacinados). Deve-se colocar o material da coleta em meio de transporte ou
MEM. E também pode-se coletar líquido esofagiano-traqueal para exame.

-ELISA de captura (pesquisa de Ag) – Principal teste;

-PCR;

-Isolamento viral;

-Diagnóstico Diferencial:

-Doenças vesiculares (diarréia viral bovina, rinotraqueíte infecciosa


bovina, estomatite vesicular, doença da língua azul e febre catarral maligna);

-Controle:

-Vacinação;

-Área endêmica: 6 em 6 meses

-Utilizam-se vírus morto, polivalente (sorotipos A,O,C)

-Eliminação de positivos (sacrifício);

-Barreiras sanitárias;

-Instaurado o foco, o serviço sanitário deverá estabelecer áreas


como:

-Área Perifocal: raio de 3km do surto

-Área de Vigilância: 7km de raio a partir dos limites da área perifocal

-Área Tampão: 15km a partir dos limites da área de vigilância.

-Relação dos atributos considerados para classificação das unidades federativas com
base nos seis níveis de risco definidos

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07-Estomatite Vesicular
-Hospedeiros: eqüinos, bovinos e suínos

*Homem pode se infectar (apresenta apenas sinais clínicos de gripe)

-Divisão:

-Família: Rhabdoviridae

-Gênero: Vesiculovirus

-Sorotipos: New Jersey e Indiana (Indiana-1, Indiana-2 e Indiana-3) que


distinguem-se pelos determinantes antigênicos existentes na glicoproteína do vírus.

-Estrutura: RNA

-Transmissão:

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-O vírus da EV já foi isolado de mosquitos do gênero Phlebotomus e
Aedes. Estes fatos sugerem que poderia haver um ciclo do vírus entre animais silvestres
(hospedeiros naturais – cervídeos, suínos silvestres, pássaros, lagartos, roedores e
morcegos) e artrópodes uma vez que a doença ocorre nas estações onde há proliferação
dos artrópodes.

-Transmissão iatrogênica;

-Epidemiologia:

-Os focos ocorrem de forma súbita e simultaneamente em propriedades


bastante distantes uma da outra, geralmente em épocas quentes e chuvosas;

-Os animais adultos são os mais afetados e aproximadamente 10-15%


desenvolvem sinais clínicos;

-Em clima temperado a doença é de ocorrência sazonal (meses da


primavera e do verão) e em áreas úmidas e baixas, de clima tropical e com alta
população de insetos, pode ser enzoótica;

-Sinais Clínicos:

-Semelhante a outras enfermidades vesiculares (febre aftosa e


enfermidade vesicular dos suínos);

-PI: de 1 a 10 dias;

-Os primeiros sinais clínicos são a sialorréia acompanhada de febre alta


(em bovinos e eqüinos) e febre alta e claudicação (nos suínos);

-Após 2/3 dias há o aparecimento de vesículas na mucosa oral, glândula


mamária e no casco (epitélio da banda coronária) que podem se romper liberando um
fluído aquoso rico em partículas virais.

-Diminuição da produção de leite e grande perda de peso;

-O curso da enfermidade é de 8 a 15 dias.

-Imunidade:

-Os 3 principais componentes da resposta imune contra o VSV são:

-Imunidade não-específica ou inata (interferon e óxido nítrico);

-Imunidade humoral (anticorpos): anticorpos neutralizantes contra


a glicoproteína do VSV são produzidas rapidamente.

-Imunidade celular (linfócitos citotóxicos);

-Diagnóstico:

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-O diagnóstico definitivo é ELISA ou vírus-neutralização (detecção de
vírus ou anticorpos);

-Fixação de complemento e imunofluorescência (IFA);

-Materiais para o laboratório: soro (anticorpos), epitélio ou líquido das


lesões da boca e/ou dos cascos (antígeno).

-Importante para diferenciação das outras enfermidade vesiculares.

-Controle e Profilaxia:

-Não existem vacinas

-Controle sanitário (vigilância das regiões afetadas)

-Interdição de propriedades

-Quarentena

-Controle de insetos, limpeza e desinfecção dos recipientes de alimentos


e água, equipamentos de ordenha e utensílios diversos.

08-Ectima Contagioso
-Introdução: alta morbidade com baixa mortalidade. Mortes ocorrem,
geralmente, por invasão das lesões primárias por larvas de moscas (miíases por
Cochlyomia hominivorax) e bactérias, como Fusobacterium necrophorum,
Dermatophilus congolensis e Staphylococcus spp.

-Hospedeiros: ovinos e caprinos. Mas pode atingir bovinos e caninos.

*Homem pode se infectar

-Divisão:

-Família: Poxviridae

-Gênero: Parapoxvirus

-Transmissão: contato direto (através de feridas) ou indireto. O vírus pode


permanecer infectivo por vários anos em pastagens. Normalmente é melhor conservado
em ambientes mais secos como em estábulos, equipamentos e utensílios.

-Epidemiologia:

-Afeta principalmente animais mais jovens;

-Surtos de Ectima podem ocorrer durante todo o ano;

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-Acarretam perdas econômicas importantes pelo considerável retardo no
crescimento;

-Não havendo complicações, as lesões regridem em 25 dias;

-Condições deficientes de higiene, estresse e outras complicações que


causem imunodepressão predispõem a ocorrência de surtos severos.

-Sinais Clínicos:

-PI: entre 2 a 6 dias

-Grande variação (desde imperceptíveis até graves);

-No início há pápulas que progridem para pústulas e então para crostas
(estas crostas quando arrancadas, revelam um tecido de granulação);

-As lesões atingem focinho, fossas nasais e ao redor dos olhos

-Quando mais graves, as lesões podem atingir a almofadinha dental,


palato, língua, esôfago, axila, virilha, vulva, ânus, prepúcio e membros;

-Patologia:

-Necropsia: encontram-se úlceras no trato respiratório superior, esôfago,


rúmen, omaso e no intestino delgado.

-Microscopicamente: tumefação celular aguda e degeneração hidrópica


dos queratinócitos.

-Diagnóstico:

-Sinais Clínicos e epidemiológicos;

-Laboratorial: microscopia eletrônica (realizado diretamente no material


das crostas);

-Diagnóstico Diferencial:

-Língua azul e varíola suína. Mas estas apresentam manifestações


sistêmicas e altas taxas de mortalidade, ao contrário do Ectima Contagioso.

-Controle e Profilaxia:

-Não há tratamento específico;

-Lesões: podem ser tratadas com uso tópico de sulfato de cobre (5%),
iodo (7%) ou vaselina com fenol (3%);

-Infecções secundárias são tratadas com antibióticos

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-Profilaxia: vacinação anual (vírus vivo) e a imunidade ocorre em 3
semanas após a vacinação e dura entre 6 e 8 meses.

*A vacinação não deve ser usada em rebanhos onde nunca ocorreu a doença.

*A imunidade não é passada pelo colostro, da mãe para o filhote, pois não é imunidade
do tipo humoral.

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Referências Bibliográficas

JOACHIM BEER. Doenças Infecciosas em Animais Domésticos. 2 ed. São Paulo:


Editora Rocca, 1999.

Acesso em 01/03/2011: http://www.cpap.embrapa.br/publicacoes/online/CT29.pdf

FLORES, E.F. Virologia Veterinária. 1 ed. Santa Maria: Editora da Universidade


Federal de Santa Maria, 2007.

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