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Anemia Infecciosa Equina (AIE) .............................

A Anemia Infecciosa Equina (AIE) é uma doença viral crônica, restrita à equinos, asininos e muares, causada por um vírus da
família Retroviridae, gênero Lentivirus, que se caracteriza por episódios recorrentes de febre, anemia hemolítica, icterícia,
depressão, edema e perda de peso. A AIE embarga o trânsito de equídeos, bem como eventos esportivos equestres, quando há
animais positivos ou falta de exames que comprovem o negativo, visto isso, é uma doença de relevância econômica para o mercado
da equideocultura. A transmissão é mais comum em épocas quentes, regiões úmidas e pantanosas. O teste IDGA (Imunodifusão em
Gel de Ágar) é o teste considerado padrão ouro no Brasil, e laboratórios e técnicos que se interessem em realizar o exame devem
ser cadastrados no Ministério da Agricultura. Animais que testam positivo devem ser sacrificados, conforme estabelecido pelo
Programa Nacional de Sanidade de Equídeos do Ministério da Agricultura (PNSE).

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#EPIDEMIOLOGIA Além da anemia, os equídeos infectados podem desenvolver


A distribuição da doença é mundial, exceto no continente do glomerulonefrite.
Ártico. Áreas endêmicas podem ter 70% dos animais
acometidos. segundo o MAPA (Ministério da Agricultura, #QUAIS SÃO OS SINAIS CLÍNICOS?
Pecuária e Abastecimento), estudos no Brasil mostram que Doença Aguda | Febre (38.5ºc a 40.5ºc) com letargia e
a presença do vírus na população equina teve o número de
focos confirmados entre 1999 e 2007 aumentado, mas o diminuição do apetite, baixa trombocitopenia transitória e
número de animais soropositivos diminuído. anemia. O animal pode ir a óbito de duas a três semanas.

#ETIOLOGIA Cavalos que se recuperam da fase aguda podem não ter


O agente etiológico é um vírus da família Retroviridae, gênero sinais clínicos adicionais e sim recorrentes, devido ao
Lentivirus, e são agentes virais envelopados. Os responsáveis fenômeno Antigenic drift.
pela transmissão em primeiro lugar são os Tabanídeos
(Tabanus sp) e as Moscas dos estábulos (Stomoxys Doença Crônica | Febre, perda de peso, edemas
calcitrans), ambos atuam como vetores mecânicos, visto que a
gravitacionais, letargia e depressão. Se apresentam anêmicos,
replicação viral não ocorre em insetos.
com trombocitopenia, hipo e hiperalbuminemia, podendo
ocorrer hemorragia petequial e epistaxe.
A transmissão se torna mais comum em épocas quentes do
ano, regiões úmidas e pantanosas.
Alguns animais podem se apresentar assintomáticos.
A infecção iatrogênica merece um sinal de alerta, visto que
#TEM ALGUM TIPO DE DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL?
ocorre devido ao uso de agulhas ou instrumentos
Por ser facilmente confundida com outras enfermidades que
contaminados, transfusões sanguíneas e equipamentos
causam febre, existem diagnósticos diferenciais na doença
esterilizados incorretamente. Pode ser passado de égua para
aguda e crônica.
o potro durante a gestação, pela ingestão de leite ou a
inseminação artificial realizada com semên contaminado,
ainda que estas vias de transmissão não ocorram tão Doença Aguda | Púrpura hemorrágica, babesiose,
rotineiramente.
erliquiose granulocítica equina, arterite viral equina, anemia
hemolítica auto imune, leptospirose e trombocitopenia
O período de incubação do vírus pode chegar até três
idiopática.
semanas.

#PATOGENIA Doença Crônica | Infecção metastática por Streptococcus


As células alvo para o vírus são os macrófagos e monócitos, equi, doenças inflamatórias crônicas, neoplasias.
consequentemente os órgãos mais afetados são o fígado,
baço, linfonodos, pulmões e rins. O vírus é liberado na #DIAGNÓSTICO
corrente sanguínea por brotamento da membrana da célula A prova de Imunodifusão em Gel de Ágar (IDGA),
infectada, podendo ser absorvido por eritrócitos de equinos, e conhecido por “Teste de Coggins” é o padrão ouro para
quando o sistema complemento é ativado pela reação do IgG diagnóstico da doença no Brasil. Ele detecta o antígeno viral a
ou IgM, induzindo assim a hemólise intra e extravascular, que partir do p26. O resultado positivo é imediatamente
resulta em anemia. Inicialmente a medula óssea é responsiva, comunicado à Defesa Sanitária Animal da Jurisdição, que irá
mas entra em exaustão pouco tempo depois. adotar as medidas previstas em lei.

A hemólise, eritrofagocitose aumentada e eritropoiese Laboratórios e técnicos que desejam realizar o exame no
diminuída são responsáveis pela anemia em equinos Brasil, são cadastrados no Ministério da Agricultura e
cronicamente infectados. submetidos a treinamento.
C-ELISA e SA-ELISA são testes que têm sido utilizados para serão introduzidos na tropa, controle de vetores e não
a detecção sorológica de anticorpos anti-vírus da AIE. compartilhamento de seringas, agulhas e utensílios que
possam ser veículos de infecção. Todas as medidas citadas
O teste de Immunoblot detecta anticorpos contra múltiplos acima ajudam a reduzir o risco de novas infecções.
antígenos, e é o indicador sorológico mais sensível e
específico.

#QUAIS SÃO AS MEDIDAS DE PREVENÇÃO E


CONTROLE?
As ações de controle e profilaxia se baseiam em testes
sorológicos de rotina e remoção de animais reagentes do
plantel (ISSEL & COGGINS), além da restrição de
deslocamento dos animais, testes para novos indivíduos que

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Referência: Franco MMJ, Paes AC. ANEMIA INFECCIOSA EQUINA. RVZ [Internet]. 19º de outubro de 2022 [citado 1º de agosto de
2023];18(2):197-20. Disponível em: https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/1101

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