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A veia porta é formada pela VMS e veia esplênica. A VMI drena para a veia esplênica. As veias gástricas
esquerda e direita recebem sangue do esôfago e também drenam para a veia porta, juntamente às veias gástricas
curtas. Toda a drenagem venosa do TGI é feita para a veia porta. A veias retais possuem três andares, sendo a
superior e média tributárias da VMI; a veia retal inferior drena para a VCI.
O sangue que chega ao fígado e enfrenta hipertensão portal começa a buscar “atalhos” para chegar ao
pulmão, utilizando-se dos vasos que drenam para a porta, “fugindo” do fígado.
HIPERTENSÃO PORTA
Varizes esofagogástricas
Esplenomegalia
Varizes retais
Cabeça de medusa
Encefalopatia
* A ascite necessita de hipertensão sinusoidal.
Pré-Hepática
Função hepática boa. Ascite não é esperada, mas pode ocorrer por outras causas associadas.
Intra-Hepática
1) Pré-sinusoidal
Esquistossomose: parasita fica no espaço porta; uma infestação importante pode fazer uma reação
granulomatosa que invade os sinusoides e provoca hipertensão sinusoidal, causando ascite.
2) Sinusoidal
Cirrose → mais comum de todas!
Pós-Hepática
- Doenças cardíacas (+ comum da pós)
ICC, pericardite constritiva
A profilaxia primária deve ser feita com β-bloqueador não-seletivo (é a escolha) ou ligadura elástica por
EDA (é alternativa). O β-bloqueador deve ser feito com a maior dose tolerada pelo paciente.
Diagnóstico
- Gradiente Albumina Soro – Albumina Ascite (GASA)
GASA ≥ 1,1 → Hipertensão portal GASA < 1,1 → Neoplasia, BK, pâncreas,
o PTN < 2,5g/dl: Cirrose síndrome nefrótica
o PTN > 2,5g/dl: IC, Budd-Chiari o PTN < 2,5g/dl: Síndrome nefrótica
o PTN > 2,5g/dl: Neoplasia, BK,
pâncreas (BK → pedir
ADA)
- Análise do líquido ascítico
Aspecto macroscópico
o Seroso (cirrose) / Hemorrágico (acidente de punção, neoplasia) / turvo (infecção)
Citometria: PMN ≥ 250 → PBE ou PBS
Bioquímica: PTN total, glicose e LDH diferenciam PBE e PBS
Gram e cultura: PBS é polimicrobiana
Tratamento
Restrição de sódio: 2g Na (4-6g sal)/dia
Restrição hídrica: 1 a 1,5 L/dia se Na < 125
Diuréticos VO: espironolactona e furosemida → E:F 100:40
o Espironolactona: iniciar com 100, máximo 400mg/dia
o Furosemida: iniciar com 40, máx 160mg/dia
o Aumentar doses a cada 3-5 dias
o Objetivo: ↓ 0,5kg/dia ou ↓ 1kg/dia com edema
Paracentese de alívio: indicado na ascite sintomática (tensa / dificuldade respiratória)
Tratamento da Ascite Refratária – falência, recorrência precoce ou azotemia, Na < 120, K > 6
- Não invasivo: considerar suspender β-bloqueador
Midodrina VO
- Em caso de falha: paracenteses terapêuticas seriadas
Se paracentese de grande volume (> 5L) → repor 6-10g de albumina por litro retirado
Outras opções: TIPS, shunt peritônio-venoso, transplante hepático
PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA
Profilaxia da PBE
1) Primária
a) Aguda: no sangramento varicoso → Ceftriaxone ou norfloxacino por 7 dias
b) Crônica: se PTN ascítica < 1-1,5 + creat > 1,2 ou Na ≤ 130 ou BT ≥ 3 ou CHILD ≥ 9 → Norfloxacino 400mg/dia
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA
O hepatopata tem tendência à vasodilatação, pelo aumento de NO. Ocorre naquele hepatopata quando o
“rim se suicida”. A vasodilatação esplâncnica diminui a perfusão renal, e os rins fazem vasoconstrição intensa para
compensar, sofrendo com isto. Em resumo, é uma vasodilatação periférica + vasoconstrição renal.
É um diagnóstico de exclusão!
Hepatopata grave + HP + IRA ou Creatinina > 1,5 que não melhora com retirada do diurético / uso de
albumina
Sem choque, sem droga nefrotóxica e;
USG e EAS normais
Tratamento
Albumina + Noradrenalina ou Terlipressina
± Hemodiálise
Se não der certo: transplante hepático!
SÍNDROME HEPATO-PULMONAR
Cursa com vasodilatação periférica + vasodilatação pulmonar! O aumento do diâmetro do capilar impede a
oxigenação adequada das hemácias distantes do alvéolo.
Diagnóstico
Hepatopata grave com HP e;
Platipneia (dispneia ao levantar – sangue fica apenas na parte de baixo do pulmão)
Ortodeóxia (dessaturação ao levantar)
A bile deixa o fígado através dos ductos hepáticos direito e esquerdo, que se juntam para formar o ducto
hepático comum, o qual une-se ao ducto cístico para formar o ducto colédoco. O ducto pancreático principal une-se
ao colédoco para desembocar na segunda porção do duodeno, chamada de Ampola de Vater (esfíncter de Oddi –
possui músculo liso). O represamento de bile neste local gera um quadro de colestase (icterícia, colúria, acolia e
prurido). Em condições normais, a bile produzida encontra o esfíncter fechado, retornando à vesícula e ficando
armazenada.
O triângulo de Calot é limitado pela borda hepática inferior, o ducto hepático comum e o ducto cístico; sua
importância está na artéria cística, que passa por dentro e deve ser ligada durante a colecistectomia.
- Cólica biliar: 15% dos casos podem ter cálculos impactados no infundíbulo, cursando com dor.
Dor de duração ≤ 6h.
- Pancreatite aguda: cálculo fica impactado mais abaixo, obstruindo o ducto pancreático.
TIPOS DE CÁLCULOS
Tipos Particularidades Fatores de Risco
Mulher, estrogênio,
Mais comum (80%)
Amarelo idade, obesidade,
Não pigmentado
↓ emagrecimento rápido,
Colesterol / vesícula
Associado ao estrogênio drogas (fibratos), doenças
Radiotransparente
ileais (DC, ressecções)
2º mais comum (15%)
Preto Pigmentado / vesícula Hemólise crônica
Bilirrubinato de cálcio
Mais raro (5%)
Colonização bacteriana,
Castanho Pigmentado / Via biliar
tumor, parasitas
Bilirrubinato de cálcio
Cálculo amarelo: o emagrecimento rápido faz com que o colesterol seja perdido através da bile,
favorecendo a formação de cálculos. As doenças ileais impedem a recirculação êntero-hepática adequada,
impedindo a reabsorção de sais biliares e favorecendo a formação de cálculos.
Cálculo preto: prótese valvar metálica pode causar hemólise crônica, favorecendo a formação de cálculos.
Diagnóstico
USG abdominal → imagens hiperecóicas com sombra acústica posterior
Tratamento
Colecistectomia videolaparoscópica (CVL) → indicada nos pacientes sintomáticos
Assintomático Sintomático
Indicações cirúrgicas Não operar se
Vesícula em porcelana Elevado risco cirúrgico
Cálculo > 2,5 – 3cm Recusa do paciente
Anemia hemolítica Tratar a doença sintomática
Pólipo (> 1cm, > 60 anos, ↑) clinicamente
↓
Vesícula dupla Dissolução farmacológica com ácido
ursodesoxicólico (cálculos < 15mm)
COLECISTITE AGUDA
Inflamação vesical por cálculo obstruindo a vesícula
Dor > 6h, que não melhora espontaneamente
Febre
Sinal de Murphy: interrupção súbita da inspiração forçada durante a compressão do ponto cístico
Sem icterícia
Laboratorial
Leucocitose + bilirrubinas normais
Diagnóstico
USG abdominal → cálculo impactado + parede espessada (> 3mm)
o Murphy sonográfico: dor ao passar o transdutor sobre a vesícula
Cintilografia biliar: padrão-ouro
o Ausência de contraste na VB
Tratamento
Medidas gerais + antibioticoterapia
o E. coli, Klebsiella, Enterococo
Colecistectomia laparoscópica precoce (até 72h, podendo esperar até 1 semana)
Casos graves (sem condições cirúrgicas) → colecistostomia percutânea
COMPLICAÇÕES
Perfuração Colecistite enfisematosa
Livre: peritonite (febre ↑,
leucocitose ↑↑): cirurgia de
urgência
Localizada: bloqueada (abscesso):
avaliar colecistostomia Gás na parede da vesícula
Fístula: íleo biliar (cálculo ectópico + (Clostridium)
pneumobilia + obstrução de
delgado): passagem do cálculo p/
TGI, impactando e obstruindo o íleo
distal
A complicação mais frequente é a gangrena (necrose) da VB, que pode evoluir com perfuração.
Síndrome de Mirizzi Colecistite alitiásica
Obstrução do hepático comum por
Colecistite acalculosa
cálculo no cístico
Pacientes graves (CTI), grandes
Colecistite + icterícia
queimados, jejum, NPT
Classificação Febre + leucocitose no CTI = USG
I – sem fístula Tratamento
II, III e IV – com fístula
II – até 1/3 do ducto Colecistectomia de emergência ou
III – até 2/3 do ducto colecistostomia
IV – toda a circunferência
COLEDOCOLITÍASE
Cálculo impactado no colédoco.
Icterícia flutuante: varia com a mobilização do cálculo no interior do colédoco.
Vesícula não palpável: como a obstrução é intermitente, a vesícula não chega a se distender de tal forma a
tornar-se palpável.
Diagnóstico
USG: 1º exame a ser realizado
Confirmação: CPRE, colangio RNM
o CPRE: invasivo (cateteriza-se a via biliar); mas confere a vantagem de potencial terapêutico
Sempre que estivermos diante de um paciente com indicação de colecistectomia por cálculos, devemos pensar se há
também coledocolitíase!
Solicitar: USG ABDOMINAL / HEPATOGRAMA
Tratamento
CPRE: papilotomia endoscópica
o Se descoberto no pré-operatório
Exploração cirúrgica (VLP ou aberta)
o Se descoberto no per-operatório
o Dreno de Kehr → diminui risco de estenose pós-op
Derivação bíleo-digestiva
o Casos refratários, mas com colédoco dilatado; cálculos intra-hepáticos, múltiplos cálculos
COLANGITE AGUDA
Obstrução e infecção do trato biliar, caracterizada pelos sintomas cardinais (tríade de Charcot).
A causa mais comum é a coledocolitíase.
GRAVE
NÃO GRAVE
(SUPURATIVA)
(NÃO SUPURATIVA)
Sepse de origem biliar
TRÍADE DE CHARCOT PÊNTADE DE REYNOLDS
Febre com calafrios Tríade de Charcot
Icterícia Hipotensão
Dor abdominal Queda do sensório
Tratamento
ATB + drenagem biliar ATB + drenagem biliar
(eletiva) (imediata)
Drenagem biliar
Obstrução baixa: CPRE
Obstrução alta: drenagem transhepática percutânea
TUMORES PERIAMPULARES
Qualquer neoplasia que se desenvolve ao redor da ampola de Vater
Ca de cabeça de pâncreas, Ca de ampola de Vater, colangiocarcinoma e Ca de duodeno
Clínica
Icterícia colestática progressiva (colúria, acolia, prurido)
Vesícula de Courvoisier: palpável, mas indolor (distensão lenta)
Emagrecimento
Tratamento:
Curativo (raro): cirurgia de Whipple (duodenopancreatectomia)
Tumores de Klatskin
Colangiocarcinoma peri-hilar
Icterícia colestática progressiva + vesícula impalpável
USG: vesícula murcha + dilatação de via biliar intra-hepática
Confirmação: colangio RNM e/ou TC
Classificação de Bismuth
INFECTO I
Pneumonia e suas complicações
RAIO-X
TÍPICA ATÍPICA
Broncopneumonia (+ comum no Brasil) Broncopneumonia
Pneumonia lobar Intersticial
Sempre pedir raio-x; embora o diagnóstico seja clínico, a radiografia auxilia no diagnóstico e principalmente
determinar a presença de complicações.
AGENTES ETIOLÓGICOS
1) Pneumococo (típico)
2) Micoplasma (atípico)
3) Vírus (atípico)
4) C. pneumoniae (atípico)
5) Haemophilus (típico)
O agente etiológico deve ser procurado quando o paciente com PAC receberá tratamento hospitalar! Visa conhecer
o perfil de sensibilidade dos agentes etiológicos comunitários.
Tratamento ambulatorial → não procurar
Tratamento hospitalar → procurar!
PECULIARIDADES - TÍPICOS
- Streptococcus pneumoniae (diplococo gram +)
Agente mais comum em todas as faixas etárias
Pode causar: derrame pleural, pneumonia redonda (pseudotumoral)
PECULIARIDADES - ATÍPICOS
- Mycoplasma pneumoniae
Entre 5 e 20 anos de vida
Síndrome gripal arrastada
Miringite bolhosa (otalgia)
Anemia hemolítica (autoimune) → aumento de IgM (crioaglutininas)
Lesões cutâneas: Stevens-Johnson
Raynaud; Guillain-Barrè
- Vírus Influenza
Síndrome gripal: febre + tosse ou dor de garganta + “algias”
Síndrome Respiratória Aguda e Grave (SRAG): síndrome gripal + dispneia / satO 2 < 95% / ↑ FR / ↓ PA / piora
na doença de base
Diagnóstico: secreção nasofaríngea, PCR, sorologia...
Tratamento: até 48h → Oseltamivir / Zanamivir
o SRAG ou alto risco
o Alto risco → idade (< 5a, ≥ 60a) / imunodeprimido (dça crônica ou drogas) / indígena / IMC ≥ 40 /
gestante e puérpera
PECULIARIDADES – ANAERÓBIOS
- Pode ocorrer uma infecção polimicrobiana (metronidazol nesse caso não terá uma boa cobertura e penetração):
Peptostreptococcus, Prevotella, Fusobacterium
Dentes em mau estado (hálito fétido) + macroaspiração
o Alcoólatra, ↓ consciência, distúrbios da deglutição
Evolução lenta
MACROASPIRAÇÃO
Mais comum do lado direito (segmento posterior – lobo superior / segmento superior – lobo inferior)
o Segmentos pulmonares 1, 2 e 6
Horas: pneumonite química (não tratar)
Dias: PNM necrosante / abscesso / polimicrobiana
Tratamento: clindamicina ou amoxclav
ABORDAGEM
PORT CURB-65 PAC GRAVE (UTI)
C Confusão mental 1
U Ureia ≥ 43 (50) 1 CURB-65 0 ou 1 → ambulatório
R FR ≥ 30 1 CURB-65 = 2 → considerar internação
B Baixa PA (PAS < 90 ou PAD ≤ 60) 1 CURB-65 ≥ 3 → internação
65 ≥ 65 anos 1
INTERNAÇÃO
CONSIDERANDO CTI
UTI se 1 MAIOR ou 2 MENORES
CRITÉRIOS MAIORES CRITÉRIO MENORES
PaO2/FiO2 < 250
Ventilação mecânica
invasiva Multilobar
PAS < 90
Choque séptico
PAD < 60
TRATAMENTO
β-lactâmico ou macrolídeo
Hígido (ambulatorial)
Amoxicilina ou azitromicina/claritromicina
β-lactâmico + macrolídeo
Comorbidades; ATB prévio ou internação (amoxi, cefa 2ª/3ª*) + (azitro/claritro)
em enfermaria* Quinolonas respiratórias
(moxi / levo)
β-lactâmico + (...) macrolídeo
Internação em CTI
(ampi/sulbactam, cefa 3ª) quinolona resp.
COMPLICAÇÕES
Derrame pleural + PNM
Saber se é puncionável, qual o diagnóstico e a conduta!
(1) Puncionável?
Ocupa > 20% do hemitórax em radiografia (perfil) → altura > 5 cm
Lawrell → altura > 1 cm
Derrame não “correu”→ USG!
Septado/loculado → pleuroscopia
Abscesso
Tratamento com clindamicina ou amoxclav ou oxacilina
Drenagem: se não melhorar em 5 dias ou > 6 – 8 cm
PNEUMONIA NOSOCOMIAL
História Natural
Fase aguda: mononucleose-like → febre, rash cutâneo
A soroconversão (janela imunológica) dura em média 4 semanas
o Nesta fase, exames imunológicos serão negativos!
A partir do 10º dia a carga viral pode ser detectada
Fase assintomática:
Após a soroconversão, o paciente torna-se portador e sua contagem de CD4 cai em torno de 50 céls/ano.
Linfadenopatia generalizada persistente
o ≥ 2 + cadeias extrainguinais > 3 meses
O set-point viral é o valor de carga viral que resulta do balanço entre a infecção e a resposta do hospedeiro.
É o principal marcador prognóstico da infecção.
o O indivíduo com set-point baixo terá pior prognóstico e vice-versa.
Fase sintomática
Caracterizada por doenças definidoras de AIDS; pode ser precoce ou quando CD4 muito baixo
CD4 < 200
AIDS - definição
Infecção pelo HIV +
CD4 < 350 cél/mm³ ou;
Infecções
Diagnóstico
Vírus: carga viral (HIV-RNA)
≤ 18 meses
2-HIV RNA
Anticorpo: imunoensaio (IE) ou Teste Rápido (TR)
Tradicional: 2 IE
Situações especiais: TR1 + TR2
> 18 meses Utilizar 2 testes rápidos (TR) de 2 kits (2 fabricantes
diferentes)
Vírus: HIV-RNA
IE ou TR (-): amostra não reagente
IE ou TR (-), mas suspeito: repetir em 30 dias
Testes discordantes: Western Blot ou Imunoblot
Tratamento
TARV não é emergência médica
o Exceto: estupro, acidente ocupacional
Ao iniciar, não deve mais parar a medicação
Tratamento com no mínimo 3 drogas
Indicação e objetivo
Todo HIV (+)
Atingir carga viral indetectável (6 meses após início)
Principais drogas
Inibidores da Transcriptase Reversa
Tenofovir (TDF), Lamivudina (3TC), Efavirenz (EFV), Zidovudina (AZT)
- EFV: efeitos neuropsiquiátricos → depressão, sonhos vívidos
- AZT: primeira droga antirretroviral
Inibidores de Integrase Inibidores de Protease
Atazanavir/ritonavir (ATV/r)
Dolutegravir (DTG)
- O Ritonavir potencializa o efeito do IP
Esquema inicial
3TC + TDF* + DTG
o TDF → nefrotoxicidade
Tuberculose grave (CD4 < 100 / outra infecção oportunista / internação / TB disseminada)
3TC + TDF + Raltegravir
Infectante: sangue (ou tudo o que contenha sangue → hematêmese, hematúria, etc), secreção genital,
líquidos compartimentalizados (serosa, líquor, líquido amniótico...)
o Obs.: saliva, urina e fezes não transmitem!
Risco: percutânea, mucosa, pele não íntegra, mordedura com sangue
Manifestações Neurológicas
Meningite (criptocócica), encefalite (lesão focal / difusa)
Meningite
A principal causa é criptocócica (Criptococcus neoformans)
Clínica: subaguda, febre, cefaleia, confusão mental (PIC muito alta)
Diagnóstico: punção lombar (TC antes p/ evitar herniação uncal)
o TC com desvio da LM, distorção anatômica → não puncionar
Tratamento: anfotericina B
o Punção de alívio → P > 25 cmH2O
o A demora para melhora do quadro deve-se à elevada PIC (não há resistência à AnfoB)
PROTOZOÁRIOS
Entamoeba hystolitica e Giardia lamblia
Cisto “Não causam” eosinofilia!
↓ Ingestão Tratamento
Trofozoíta Sec
↓ Intestino Metro ...NIdaz
Cisto ol
Fezes Tini
AMEBÍASE
A ameba destrói tecidos e é hematófaga; adentra a mucosa e submucosa do cólon, parando na camada muscular
Diagnóstico: EPF
Habitat: cólon → invasão tecidual Fezes endurecidas → Cisto
Diarreia → Trofozoíta
Tratamento:
Clínica: diarreia baixa invasiva (colite amebiana)
Leve: Secnidazol (dose única)
Quadro crônico: assintomático
Grave: Metronidazol 750mg 3x/dia (10 dias)
Quadro fulminante (crianças, imunodeprimidos,
Atenção: erradicar formas intraluminais
idosos)
o Teclosan (5 a 10 dias)
Extraintestinal → abscesso hepático amebiano
Dor QSD, febre, sinal de Torres-Homem (dor HD à palpação), homem jovem, lesão única, achocolatada, em
lobo direito
Diagnóstico: USG / TC / RNM, sorologia (ELISA)
Não drenar → é um quadro leve!
Outras amebas
Entamoeba coli, Iodamoeba butschlii, Endolimax nana → não tratar, são comensais!
GIARDÍASE
A giárdia atapeta a mucosa duodenal, causando uma síndrome disabsortiva
Habitat: delgado (duodeno) → não é invasiva Diagnóstico
EPF (3 amostras podem ser negativas!)
Causa um “atapetamento” intestinal
Aspirado duodenal
Clínica: diarreia alta não invasiva
Quadro crônico: Disabsorção / Atrofia de Tratamento:
vilosidades “Nidazol” (dose única)
Hipogamaglobulinemia por IgA → quadros Alternativa: albendazol (5 dias)
graves
HELMINTOS
Nematelmintos & Platelmintos
Ovo / Larva Causam eosinofilia
↓ Ingestão / Pele (Inflamação do intestino, fígado, pulmão...)
Verme
Tratamento
↓ Intestino
Nemat → ... BENdazol
Ovo / Larva
Plat → Praziquantel
Fezes
ASCARIDÍASE
Ascaris lumbricoides
Habitat: delgado (jejuno) / Lombriga
O ovo ingerido torna-se larva, que invade o Diagnóstico:
pulmão e então chega ao esôfago; no intestino EPF (ovos)
vira verme
Tratamento:
Clínica: intestinal inespecífica / Löffler
... BENdazol
Tropismo por orifícios → colangite, cólica biliar,
Pamoato de Pirantel → paralisia espástica
pancreatite...
O albendazol atua bem no lúmen intestinal, porém o
Exposição crônica → suboclusão intestinal
verme pode estar em vias biliares, por exemplo.
Ciclo de Loss (Síndrome de Löffler)
Tosse seca, infiltrado pulmonar migratório, eosinofilia Suboclusão intestinal
S – Strongyloides stercoralis Suporte: SNG + hidratação
A – Ancylostoma duodenale Piperazina + óleo mineral
N – Necator americanus o Causa paralisia flácida e elimina!
T – Toxocara canis Após eliminação → “BENdazol”
A – Ascaris lumbricoides
ANCILOSTOMÍASE
(Ancylostoma duodenale / Necator americanus) → “Hookworm infection”
Habitat: delgado / Larva migrans cutânea Diagnóstico: EPF
Clínica: intestinal inespecífica / Löffler Tratamento:
Anemia ferropriva ... BENdazol
Larvas famosas
Migrans cutânea (homem) → A. duodenale
Migrans cutânea (cão) → A. braziliensis
o Bicho geográfico
Migrans visceral → Toxocara canis
Currens → Strongyloides stercoralis
ESTRONGILOIDÍASE (Strongyloides stercoralis)
Habitat: delgado / Larva currens Diagnóstico: EPF (Baermann – Moraes)
Clínica: intestinal inespecífica / Löffler Tratamento:
Lesão cutânea Tiabendazol
Síndrome ulcerosa Albendazol (3 dias)
A larva rabditoide nas fezes torna-se filarioide quando no solo; esta adentra a pele e chega ao pulmão (Ciclo de
Löffler) e ganha o intestino. Larvas que habitam o intestino há muito tempo podem tornar-se filaroides.
Podem ainda perfurar a região perianal e completar seu ciclo, sendo que esta autoinfestação possui risco de sepse
(por gram negativos), principalmente em imunodeprimidos.
OUTROS NEMATELMINTOS
Enterobíase (Enterobius vermicularis) Tricuríase / Tricocefalíase (Trichuris trichiura)
Prurido anal noturno / corrimento vaginal na infância
Prolapso retal
Diagnóstico: fita gomada (Graham)
INFECTO IV
Síndromes Febris
Arboviroses – Dengue, Febre amarela, doenças transmitidas por artrópodes
Bacterianas – Leptospirose, Febre tifoide
Protozooses – Calazar, Malária
DENGUE
Doença infecciosa viral causada pelo vírus da família Flavivírus. Possui 5 sorotipos, sendo que o sorotipo 5 não existe no
Brasil. O indivíduo que adquire dengue torna-se imune contra aquele sorotipo específico.
O indivíduo quando adquire dengue pela segunda vez pode apresentar uma resposta imune intensa e desenvolver a
forma grave da doença.
O vetor da dengue no Brasil é o mosquito Aedes aegypti. O período de incubação é de 3 a 15 dias.
3 APRESENTAÇÕES CLÍNICAS
DENGUE
Febre (2 a 7 dias) + ≥ 2 “problemas”
P - Petéquias
R - Rash
O – OrBital (dor retrorbitária)
L - Leucopenia
E – Êmese
M - Mialgia
A – Artralgia
S - Cefaleia
DENGUE GRAVE
Aumento GRAVE da permeabilidade vascular
Disfunção orgânica GRAVE
Plaquetopenia GRAVE
CONDUTA
1) Notificar + sintomáticos (evitar AAS e AINES → optar por dipirona ou paracetamol)
2) Classificar (A, B, C, D) e hidratar
Prova do laço → afere a fragilidade capilar e identifica o risco de hemorragia
Prova do laço: a partir da média da PA (PAs + PAd ÷ 2); insuflar o manguito no valor obtido por 5 minutos no adulto (3 min na
criança) e desenhar um quadrado de 2,5 cm de lado
Positiva: ≥ 20 adultos e ≥ 10 em crianças
FEBRE AMARELA
Doença infecciosa viral causada pelo vírus da família Flavivírus. Incubação de 3-6 dias!
Ciclo silvestre
o Vetor: mosquito Haemagogus
o Hospedeiro: macaco
Ciclo urbano
o Vetor: mosquito Aedes aegypti
o Hospedeiro: homem
o O risco de FA urbana existe... em 2017 todos os casos no Brasil foram silvestres!
QUADRO CLÍNICO
AUTOLIMITADA (90%): “dengue” + sinais de Faget
Sinal de FAgeT: dissociação pulso-temperatura (também ocorre na febre tifoide)
Diagnóstico
Isolamento / ELISA IgM
Conduta
Notificar + suporte
Profilaxia
Vacina – dose única
o Moradores de áreas endêmicas
o Visitantes: vacinar 10 dias antes
LEPTOSPIROSE
Seu agente etiológico é a Leptospira interrogans. Sua incubação é de 1 a 30 dias. Possui como reservatório
ratos e camundongos, e durante o contato com a urina do animal ocorre a transmissão da bactéria, geralmente em
enchentes ou esgotos. A bactéria penetra pela pele dos membros inferiores.
Sua patogênese baseia-se na vasculite infecciosa, e pode cursar em duas formas clínicas principais.
ANICTÉRICA (90%)
Síndrome febril (12 dias) + sufusão conjuntival + dor em panturrilhas
Após penetrar no membro inferior, através dos vasos a bactéria chega primeiro na panturrilha, causando dor
muscular. Os vasos conjuntivais também são afetados, causando a sufusão conjuntival.
Causa icterícia e hemorragia alveolar! A icterícia chama-se rubínica pois combina o vermelho da sufusão
conjuntival com o amarelo da bilirrubina!
DIAGNÓSTICO
Inespecífico
o ↓Plaquetas, ↑CPK, lesão renal aguda com ↓K+
Específico
o Cultura
o Microaglutinação (padrão-ouro)
CONDUTA
Notificar + ATB
Formas graves
Penicilina cristalina
Alternativa: cefalosporina 3ª G (Ceftriaxone)
Diálise
Formas leves
Doxiciclina
FEBRE TIFOIDE
Seu agente etiológico é a Salmonella typhi. A transmissão ocorre por água ou alimentos contaminados. A
patogênese depende da passagem gástrica, portanto ocorre mais em indivíduos com hipocloridria. Uma vez
absorvida no intestino, a bactéria se concentra nas Placas de Peyer.
QUADRO CLÍNICO
1ª semana → fase bacterêmica
o Dengue + diarreia ou constipação
4ª semana → convalescença
o Paciente vai melhorando...
DIAGNÓSTICO
Inespecífico
o Leve desvio à esquerda + linfomonocitose relativa
o Leucopenia paradoxal
o VHS normal (próxima de zero)
CONDUTA
Notificar + ATB
Antibióticos
MS: Cloranfenicol
Pode ser usado ceftriaxone / ciprofloxacino / azitromicina
Choque + alteração de consciência → corticoide!
QUADRO CLÍNICO
Baixa patogenicidade: a maioria não adoece
↓ Imunidade celular: apenas esta é capaz de conter o Calazar, precisa estar ↓ para desenvolver a doença
Disseminação arrastada: ocupa locais de macrófagos (sistema retículo-endotelial → baço, fígado e MO)
o Febre, hepatoESPLENOMEGALIA e pancitopenia
↑ Imunidade humoral
o Achado clássico (eletroforese) → hipergamaglobulinemia policlonal
DIAGNÓSTICO
Aspirado de MO (S = 70%): preferencial
Parasitológico
Punção esplênica (S = 95%): risco de sangramento
Teste rápido
Sorológico IFI (Imunofluorescência Indireta)
rK39
Reação de Montenegro Negativa (baixa imunidade celular)
CONDUTA
Notificar + ATB
Primeira escolha Glucantine (antimonial Pentavalente)
Gestantes e graves
Insuficiências
Anfotericina B lipossomal (5 – 7 dias)
Imunodeprimidos
Idade < 1 ano / > 50 anos
MALÁRIA
O agente etiológico é o Plasmodium
Vivax (+ comum)
Falciparum (+ grave) Febre terçã
Ciclo
2 etapas: hepática – eritrocitária
Mosquito: ciclo sexuado
Homem: ciclo assexuado
Forma hipnozoíta: P. vivax
O ciclo da malária envolve um estágio no fígado, e após é liberado então para parasitar as hemácias.
QUADRO CLÍNICO
Caracteriza-se por um parasitismo eritrocitário com posterior hemólise!
Anemia hemolítica + crises febris (eclosão eritrocitária)
A malária por P. falciparum é mais grave pois causa maior parasitemia, atingindo também hemácias jovens.
Também acomete proteínas de aderência, causando obstrução e disfunção. Causa hipoglicemia e
hiperlactatemia por consumo!
DIAGNÓSTICO
Gota Espessa Exame de escolha
Teste Rápido Região não endêmicas
TRATAMENTO
Cloroquina (3 dias) + primaquina (7 dias)
P. vivax * Primaquina: mata hipnozoíta
* Gestantes: Primaquina é contraindicada!
P. falciparum Artesunato + Mefloquina (3 dias) + Primaquina (1 dia)
INFECTO III
Endocardite infecciosa, Erisipela e Celulite, Meningites
ENDOCARDITE INFECCIOSA
Infecção do endotélio cardíaco
CLASSIFICAÇÃO
ENDOCARDITE AGUDA ENDOCARDITE SUBAGUDA
Clínica: MUITO toxêmico Clínica: quadro ARRASTADO
Agente: S. aureus Agente: S. viridans e
Enterococos
Fisiopatologia
Normalmente há um processo dentário ou algo que cause bacteremia concomitante à uma lesão cardíaca
prévia, para que o agente consiga infectar o coração.
Bacteremia + lesão cardíaca prévia → endocardite
O S. aureus consegue causar endocardite sem lesão cardíaca prévia!
Bacteremia → hemocultura
Lesão cardíaca prévia → ecocardiograma
Vegetação valvar → sopro
Etiologia
- Válvulas nativas
Streptococcus viridans
Enterococcus faecalis & faecium SUBAGUDO
Streptococcus bovis
o O grande fator de risco para bacteremia por S. bovis é lesão colônica (Ca colorretal, pólipos, DII)!
o Pedir colonoscopia!
Usuários drogas EV
S. aureus (agudo)
Vegetações grandes
Fungos (subagudo) Embolizam
Localização
1) Mitral
2) Aórtica
3) Mitro-aórtica
4) Válvulas à direita
Diagnóstico
Padrão-ouro → diagnóstico patológico!
Mais usado → critérios da Duke University
o Definitivos!
A causa de morte da endocardite infecciosa geralmente é a complicação mecânica → a vegetação pode travar a
válvula, o abscesso pode causar insuficiência mitral aguda... ou até mesmo romper para o saco pericárdico!
Tratamento
VÁLVULA NATIVA
“Não quero errar”
Cobrir S. aureus, S. viridans e Enterococo
Oxacilina + Penicilina + Gentamicina
Usuário de drogas EV
MRSA (?), Pseudomonas, Enterococos
Vancomicina + Gentamicina
A infecção da válvula artificial < 1 ano é considerada infecção hospitalar, e geralmente são germes da pele!
S. epidermidis & aureus
Vancomicina + Gentamicina + Rifampicina VO (atua na prótese)
Cirurgia
Indicações precisas
ICC com disfunção mitral / aórtica
Endocardite em prótese INSTÁVEL
Endocardite fúngica ou agente resistente
Mantém febre e/ou bacteremia > 5-7 dias
Vegetações móveis > 10mm
Profilaxia
Paciente de ALTO RISCO: válvula artificial, endocardite prévia, transplantados
Para quem?
cardíacos com valvulopatias, algumas cardiopatias congênitas*
Manipulação gengival ou da região periapical dos dentes ou perfuração da
Quais procedimentos? mucosa (extração, abscesso, limpeza de tártaro); trato respiratório
(amigdalectomia, adenoidectomia ou biópsia da mucosa)
Amoxicilina 2g VO (1h antes do procedimento)
Quais antibióticos? Incapaz de ingerir →Ampicilina ou Cefazolina ou Ceftriaxone
Alérgicos → Clindamicina (VO, IM ou EV) ou Azitromicina/Claritromicina (VO)
ERISIPELA E CELULITE
ERISIPELA CELULITE
Profundidade Superficial Subcutâneo
Coloração Vermelhidão Rósea
Bordas Bem definidas Imprecisas
Sensibilidade Dor intensa Dor
S. aureus ou
Agente S. pyogenes
S. pyogenes
Tratamento Cefalosporina 1ª G /
Penicilina
(10 - 14 dias) Oxacilina
MENINGITE
Infecção meníngea e do espaço subaracnoide
Fisiopatologia
Aquisição e colonização oro-nasofaríngea
Invasão da corrente sanguínea
Pode haver meningite com ou sem sepse, e sepse sem meningite!
Etiologia
Bacterioscopia
Diplococo gram (-) → Meningococo
Diplococo gram (+) → Pneumococo
Bacilo gram (-) → Haemophilus
Bacilo gram (+) → Listeria
FAIXAS ETÁRIAS
Neonatos 4 semanas a 3 meses 3 meses até 55 anos
Meningococo
Pneumococo
> 55 anos, gestantes,
E. coli E. coli, GBS, Listeria imunossuprimidos: meningococo,
Streptococcus agalactie (GBS) Pneumococo pneumococo e Listeria
Listeria Haemophilus Após neurocx, infecção de shunt:
S. aureus, S. epidermidis,
Pseudomonas e enterobactérias,
Listeria
Clínica
Febre, cefaleia, vômitos, fotofobia, diminuição do nível de consciência (75%)
Rigidez de nuca → neonatos não!
Sinais de KERNIG e BRUDZINSKI
o BRUDZINSKI: paciente em decúbito dorsal → o examinador tenta encostar o mento no tórax do paciente →
fletir a coxa sobre o abdome e a perna sobre a coxa → sinal de irritação meníngea
o KERNIG: paciente em decúbito dorsal → elevar o membro inferior fletido → o examinador irá estender a perna
do paciente → dor na região posterior → sinal indicativo de possível irritação meníngea
Convulsão (20 – 40%)
o Pode ser: FEBRIL ou MENINGOENCEFALITE ou ABSCESSO
SIADH
DOENÇA MENINGOCÓCICA
Meningite 55%
Meningite + Meningococcemia 30%
Meningococcemia 15%
Síndrome de Waterhouse-Friderichsen
Destruição hemorrágica das adrenais → choque por falência adrenal
Causas: sepse por meningococo ou Pseudomonas em crianças
Coleção subdural
Meningite pneumocócica
Diagnóstico
Punção lombar (L3-L4 ou L4-L5)
o TC antes da punção se: convulsão / papiledema / déficit focal / imunodeprimido
Evidenciar lesão expansiva (punção de risco) → indicar punção lombar guiada por
raquimanometria
o Contraindicação absoluta: infecção em sítio de punção
Líquor
Aumento de PMN + glicose baixa → bacteriana
Aumento de PMN + glicose normal → caxumba (pode ser bacteriana)
o Bacteriana + glicorraquia normal: punção precoce ou ATBterapia
Aumento de LMN + glicose baixa → fúngica ou BK
o Paciente HIV (+) lembrar de criptococo
Aumento de LMN + glicose normal
o Viral: lesão temporal = HERPES
o Leptospirose ou BK
Tratamento
Neonatos 4 semanas a 3 meses 3 meses até 55 anos
E. coli E. coli, GBS, Listeria
Meningococo
Streptococcus agalactie (GBS) Pneumococo
Pneumococo
Listeria Haemophilus
CEFOTAXIMA + AMPICILINA CEFTRIAXONA + AMPICILINA CEFTRIAXONA ± VANCOMICINA
Dexametasona
Só para Haemophilus e Pneumococo
Antes da 1ª dose de ATB
Manter por 2 – 4 dias
Profilaxia
Meningococo e Haemophilus
DOENÇA MENINGOCÓCICA
Todos os contatos familiares e íntimos; profissionais de saúde (se IOT/aspiração VA sem máscara)
o Escolas, creches, orfanatos
o 4 horas por 5 a 7 dias
Rifampicina 600mg - 12/12h por 2 dias
Ceftriaxona 250mg IM (1x) → escolha para grávidas nos EUA
Ciprofloxacino 500-750mg (1x)
Não fazer vacinação de bloqueio! Apenas em surtos ou epidemias!
Isolamento
Isolamento respiratório (gotícula → máscara cirúrgica) nas primeiras 24h do tratamento. A gotícula é uma
molécula grande/pesada, assim, a gravidade rapidamente a joga para baixo, de modo que ela alcança
distâncias de até 1m (já o aerossol é uma molécula pequena, capaz de subir e se espalhar de forma muito
mais fácil no ambiente.
O isolamento só tem benefício para Haemophilus e Meningococo
NEFRO I
Os rins medem 11 – 12 cm, pesando cerca de 150g. Seu parênquima possui córtex, mais externo, e medula,
mais interna. Envolvendo o rim está uma membrana de tecido conjuntivo, a cápsula renal.
A urina começa a ser formada no córtex, passando para as pirâmides renais, que terminam na papila renal,
indo para os cálices menores e destes para os cálices maiores, que formam a pelve renal, que é a porção superior e
dilatada do ureter.
A papila renal é a última parte do parênquima renal, a qual pode sofrer isquemia e, assim, necrose de papila;
por exemplo, pelo uso de AINES, podendo o tecido necrosado obstruir os cálices, assim como na nefropatia
diabética e até na infecção urinária
O córtex renal contém os glomérulos, enquanto que a medula renal é formada pelas pirâmides de Malpighi
O rim pode ser dividido esquematicamente em lobos, cada um contendo uma pirâmide de Malpighi. As
saliências das pirâmides são as papilas renais, que possuem abertura para passagem da urina formada
Néfron
A unidade funcional do rim é o néfron; temos 5 milhões de néfrons que formam o rim
É uma estrutura microscópica formada pelo corpúsculo de Malpighi, contendo o tufo glomerular com o
sistema tubular
Responsável pela produção do filtrado glomerular nos corpúsculos de Malpighi e o processamento deste
filtrado no sistema tubular
O corpúsculo de Malpighi, os TC proximal e distal são corticais; já a alça de Henle e maior parte do ducto
coletor são medulares
Glomérulo
Os glomérulos são nossos filtros; estão envolvidos pela cápsula de Bowman, que possui dois folhetos,
visceral e parietal. Entre os folhetos está o espaço capsular, que recebe o filtrado glomerular e direciona o
filtrado para ser transformado em urina nos túbulos renais (TC distal, alça de Henle, TC distal e tubo coletor).
Em contato íntimo com as alças capilares há o folheto interno, que é um epitélio que abraça cada alça e é
formado pelos podócitos, os quais possuem prolongamentos que delimitam as fendas de filtração.
Entre o endotélio (fenestrado) e os podócitos existe a membrana basal, a única estrutura contínua do
glomérulo.
Como os podócitos possuem fendas de filtração e o endotélio é fenestrado, a única estrutura contínua que
separa o sangue glomerular do espaço de Bowman é a membrana basal das alças glomerulares.
O tecido conjuntivo entre as alças dos capilares glomerulares e que dá sustentação ao glomérulo é o
mesângio, o qual é atingido em varias condições, como LES, DM, doença de Berger – levam à hematúria
Todo tufo capilar glomerular é preenchido por uma matriz denominada mesangial
Depósitos subendoteliais ou subepiteliais e anticorpos anti-membrana basal podem atingir o glomérulo – o
exame que é capaz de visualizar depósitos imunológicos é a imunofluorescência, que determina dois
padrões (granular, subendoteliais (subepiteliais), e o linear, o qual está depositado na membrana basal)
Após passar nas alças glomerulares, o filtrado passa então pelo sistema tubular, composto pela TC proximal
(onde cerca de 65% do filtrado é reaborvido), alça de henle, TC distal e túbulo coletor
O aparelho justaglomerular é formado pelas células justaglomerulares e pela mácula densa (TCD),
fundamental para permitir um meio de comunicação entre o fluído tubular e a arteríola aferente.
Vascularização
As artérias se ramificam, não pela perfusão renal, mas para a principal função do rim; excreção/filtração. O
trajeto respeita os lobos renais.
A. renal → A. interlobares (entre os lobos renais) → A. arciformes → A. interlobulares → A. aferentes (córtex)
→ Alças dos capilares glomerulares → A. eferentes (deixa o glomérulo) → Vasa reta (irriga a medula renal)
A vascularização começa do córtex e vai para a medula.
A partir das arteríolas eferentes que se nutre o parênquima renal. Quanto mais contraída essa arteríola,
maior pressão glomerular e maior volume do filtrado.
A medula tem alta osmolaridade e pouca vascularização, que vem dos vasos retos, sendo a papila a última a
receber sangue, por isso é mais suscetível à necrose.
Mecanismos de controle da TFG
O filtrado glomerular é formado pela pressão hidrostática no interior das alças capilares em oposição a outras
forças; após passar pelo corpúsculo e ser originado, este filtrado irá para os túbulos renais.
Vasoconstrição da eferente: ↓ fluxo → ↑ ATII
Vasodilatação da aferente: ↓ fluxo → ↑ PGE2, NO, cininas
Feedback tubuloglomerular: aparelho justaglomerular
Retenção hidrossalina + natriurese: aldosterona + PNA
Etiologia: pós-infecciosa (glomerulonefrite pós ou não pós-estreptocócica), doenças sistêmicas (LES, doença de
goodpasture) e primárias do glomérulo (doença de Berger, GN membranoproliferativa)
70% dos casos de GNDA são decorrentes de deposição glomerular de imunocomplexos
DIAGNÓSTICO
1 Questionar faringite / piodermite recente
2 Verificar período de incubação compatível
3 Documentar infecção estreptocócica
Demonstrar queda do complemento mais específico, queda
4
transitória pela via alternativa (queda C3 e CH50 por até 8 semanas)
Prognóstico
Muito bom! 95-99% evoluem sem sequela renal
1 – 5% evoluem com lesão renal grave (adultos na maioria)
Laboratório
↑ IgA sérica (50%) + normocomplementenemia
Depósitos cutâneos de IgA (50%)
Biópsia: confirmação da doença depósitos mesangiais de IgA
Prognóstico - variável
60% evolução benigna
30 – 40% IRC ao longo de 20 anos
< 5% remissão completa
< 5% rápida disfunção renal
Mau prognóstico → idade↑, sexo masculino, HAS, proteinúria > 1g/d, Cr > 1,5
Associação com cirrose, doença celíaca e HIV
Tratamento
Se hematúria / assintomático → acompanhar
Se HAS ou proteinúria > 1g/dia → iECA ou BRA (nefroproteção)
Se retenção azotêmica e fatores de mau prognóstico → corticoterapia
Púrpura de Henoch-Schonlein: artrite, dor abdominal, púrpura de MMII, depósito de IgA no mesângio
Etiologias GNRP
Depósitos Ac anti-MBG (10%)
I
Goodpasture, GN anti-MBG idiopática
Depósitos de imunocomplexos (45%): GNPE, LES,
II
berger
Pauci-imunes (45%): Wegener, poliangeíte
III
microscópica
Síndrome de Goodpasture
Tipo mais raro de GNRP, adultos jovens (20-40 anos), 6H:1M, associado ao tabagismo
Anticorpo anti-MBG específicos contra a cadeia α-3 do colágeno tipo IV, encontrada nos glomérulos e
alvéolos pulmonares
Clinica de glomerulonefrite e hemorragia pulmonar (síndrome pulmão-rim)
100% evoluem com crescentes, levando a um quadro renal grave!
Anticorpo Anti-MBG
Proteinúria isolada
Presença de proteinúria com EAS normal e ausência de doença renal ou urológica prévia
Causa mais comum: proteinúria ortostática
Pacientes com proteinúria persistente fixa, < 2g/24h, sem hematúria, doença sistêmica ou alteração da
função renal, não tem indicação de biópsia
Trombose Glomerular
Após um evento infeccioso ocorre lesão do endotélio capilar glomerular, por toxinas bacterianas. Escapa
fibrinogênio que vira fibrina, junto com plaquetas formando um trombo. Também passam hemácias, que se
rompem ao passar na rede de fibrina dentro dos microvasos, e o paciente evolui com anemia.
Assim, o paciente evolui com IR, anemia hemolítica microangiopática e plaquetopenia/trombocitopenia. O
termo então é síndrome hemolítico-urêmica (plaquetopênica).
Síndrome Nefrótica
Fendas de filtração: é uma barreira mecânica, não seletiva para macromolécular. A membrana basal possui carga
negativa, impedindo a saída de albumina, então possui barreira de carga seletiva. Normalmente são filtrados
30mg/dia de albumina. Dos 150mg totais filtrados por dia, 30mg são de albumina.
Quanto mais proteína passa no glomérulo, mais dano renal.
Os iECA são glomeruloprotetores, uma vez que diminuem a pressão glomerular, reduzindo a proteinúria.
Devem ser usados até em pacientes normotensos, afim apenas de proteção renal.
Ao perder proteínas, a quantidade de proteína sérica cai, levando a hipoalbuminemia (<2,5g/dL). Além da
hipoalbuminemia, ocorre perda de outras proteínas, como:
Antitrombina III: anticoagulante endógeno; com sua perda o paciente fica em estado de
hipercoagulabilidade, podendo causar doenças como TEP.
Imunoglobulinas
o As pequenas passam facilmente pelas fendas.
o IgG é a mais perdida, por ser pequena. Predispõe infecções, especialmente por germens
encapsulados - a principal bactéria é o S. pneumoniae.
Transferrina: transportador de ferro. Sem ela, a hematopoese fica prejudicada e o paciente evolui com
anemia ferropriva.
o A anemia ferropriva neste caso é refratária a reposição de ferro, pois não há a proteína que carreia o
ferro
Alfa 2 globulina: é uma proteína grande, não vaza. Esta proteína aumenta enquanto as outras caem durante
a síndrome nefrótica.
Pela queda da pressão oncótica, o paciente também tem tendência a fazer edema em partes moles,
sobretudo edema periorbitário (uni ou bilateral, simétrico ou não) e ascite
O paciente com síndrome nefrótica tem tendência hipotensiva, diferentemente da síndrome nefrítica em
que ocorre hipertensão.
Por fim, temos hiperlipidemia/lipidúria. Ao perder proteínas, o fígado reconhece a perda e aumenta a
produção. Consegue produzir lipoproteínas facilmente, e por isso o paciente tem hiperlipidemia com
achados na urina como corpos graxos ovalados e cilindros lipídicos/graxos.
Um único cilindro lipídico não define doença, pode ocorrer em pessoas normais.
SÍNDROME NEFRÓTICA
Proteinúria Edema
Hipoalbuminemia Hiperlipidemia / lipidúria
Complicações
Hipercoagulabilidade: trombose de veia renal! É o principal local de coagulação!
o Dor lombar por distensão da cápsula (sangue entra mas não sai), hematúria (rompe vaso), piora da
proteinúria e, em homens, varicocele súbita à esquerda
A anatomia vascular renal é diferente em cada lado. O lado esquerdo, quando trombosa, tem vasos
testiculares ingurgitados, levando a varicocele aguda, sendo esta causada por trombose da veia renal ou
câncer renal.
o As principais condições que levam a trombose de veia renal são: Nefropatia membranosa, GN
mesangiocapilar e Amiloidose (as duas últimas + amiloidose)
Infecções
o O principal sítio de infecção pelo S. pneumoniae é o líquido ascético PBE
Aterogênese acelerada
o Hiperlipidemia acentuada
Lesões Mínimas
Causa mais comum de SN em CRIANÇAS
Achado histológico: FUSÃO E RETRAÇÃO PODOCITÁRIA
Doença associada: LINFOMA DE HODGKIN
Precipitada pelos AINES
Períodos de ATIVIDADE / REMISSÃO
Dramática resposta ao CORTICOIDE
Peritonite primária por PNEUMOCOCO
GEFS
Principal causa de síndrome nefrótica em adultos!
O dano é focal porque pega apenas uma parte do rim (um polo ou alguns glomérulos, por exemplo), e
segmentar porque pega apenas uma parte do glomérulo. Mesmo assim vale biopsiar, pois os glomérulos não
acometidos pela GEFS, tinham lesão mínima, não se sabe o por quê.
Pode ser primária (idiopática) ou secundária.
o Pode ocorrer secundário a uma sequela de doença necrosante focal, que leva a sobrecarga dos
glomérulos remanescentes, ou por perda de tecido renal que também gera sobrecarga, ou ainda por
hiperfluxo, o que também gera sobrecarga da filtração glomerular.
É uma síndrome nefrótica com HAS (o que também leva a GESF)!
Se tenta “pril ou sartan” para tratamento, uma vez que não responde a corticoide
GEFS
Principal causa de SN em ADULTOS
Pode ser secundária a VÁRIAS DOENÇAS, exceto Hodgkin / AINES,
Neoplasia oculta / LES/ Captopril / Ouro / D-Pen/ Hep B/ Hep C
Síndrome nefrótica associada a HAS
Consome complemento NÃO
Responde bem a corticoide NÃO
GN Proliferativa Mesangial
Tem hematúria porque tem mesângio no meio! Pode ser dismórfica porque vem do glomérulo.
Nefropatia Membranosa
Segunda mais frequente nos adultos. Pode ser secundária por hepatite B, neoplasia oculta, LES, captopril,
sais de ouro e D-penicilamina.
A lesão é um espessamento da membrana basal glomerular – por isso o nome.
Evolução variável, pode remitir, recidivar ou causar falência renal.
Não responde bem à corticoide. Se faz “pril-sartan” e profilaxia antitrombótica
Nefropatia Membranosa
2ª causa mais comum de SN em ADULTOS
Pode ser causada também pela HEPATITE B/OURO/CAPTOPRIL/D-PEN
Sinal inicial do LES ou NEOPLASIA OCULTA
Complica com TROMBOSE DA VEIA RENAL (50% evoluem com isso)
Consome complemento NÃO
GN Mesangiocapilar (membranoproliferativa)
Parece muito com GNPE! O glomérulo não consegue filtrar, surge oligúria. A lesão mesangial faz hematúria.
Ainda, consome complemento por mais de 8 semanas!!! Além disto, difere pelo proteinúria nefrótica!
Lembrar da síndrome nefrítica, que tinha indicação de bx após 8 semanas, por causa desta doença!!!
O aspecto na MO é de duplo contorno em função da expansão mesangial
Não é necessário fazer profilaxia antitrombótica. Se tenta corticoide e “pril-sartan”
GN Mesangiocapilar
Mecanismo de lesão é EXPANSÃO MESANGIAL
Diagnóstico diferencial com GNPE
Complica com TROMBOSE DA VEIA RENAL
Pode ser causada também por HEPATITE C
Consome complemento SIM (> 8 semanas)
GLOMERULOPATIAS SECUNDÁRIAS
Diabetes Mellitus, LES, HAS, HIV, Nefropatia por Refluxo e Amiloidose Renal
Nefropatia Diabética
O diabético tem risco de 20 a 40% de falência renal em 10 anos. A lesão começa a partir de 5 anos de
doença, mas em 10 anos ele já está em um caminho irreversível
1) Hiperfluxo: a hiperglicemia faz com que mais glicose, sódio e água sejam reabsorvidos, aumentando a
volemia. Todo diabético tem um hiperfluxo renal e, por consequência, os glomérulos filtram 30% a mais
(glicose “puxa” água), o que leva a um espessamento da membrana basal e sobrecarga dos glomérulos,
levando ao aumento do tamanho renal e GEFS (tem hiperfluxo e sobrecarga). Há liberação de PNA, dilatando
a arteríola aferente, aumentando o fluxo glomerular e a natriurese. Surge hipertensão glomerular, que pode
levar a glomeruloesclerose. Os néfrons remanescentes tentam compensar, acelerando o processo.
Nesta fase de hiperfluxo, o tratamento é o controle glicêmico, ainda é reversível.
Rim x DM
IRC aumenta o rim
Pode causar ITU e necrose de papila
Acidose tubular renal tipo IV – hipoaldosteronismo hiporreninêmico
Nefroesclerose Hipertensiva
Lesão do efeito da HAS sobre os rins, que afeta pequenas artérias, como a arteríola aferente e glomérulos,
gerando isquemia glomerular. São dois tipos, mas é uma GEFS:
1. Nefroesclerose benigna – arterioloesclerose hialina/hipertrofia da camada média
2. Nefroesclerose maligna – arterioloesclerose hiperplásica/ necrose fibrinoide
Ocorre em < 2% dos pacientes após 5 anos, mas como existem muitos hipertensos, há vários renais crônicos
Importante causa de rim terminal
o 1º lugar nos EUA e Europa (negros)
o 2º lugar no Brasil (atrás de nefropatia diabética)
Nefroesclerose Benigna
Estreitamento do lúmen dos vasos, levando a isquemia glomerular → glomeruloesclerose focal global
Caracteriza-se por 2 alterações:
Hipertrofia da camada média
Arterioesclerose hialina
O
Com a perda glomerular, outros devem tomar seu lugar; logo, os glomérulos remanescentes começam a
hiperfiltrar, causando glomeruloesclerose segmentar, surgindo assim a GEFS!
** Alguns pacientes podem ter níveis de proteinúria mais altos, chegando até a faixa nefrótica!
Tratamento
Meta pressórica
o VIII Joint: < 140 x 90 mmHg
o KDIGO: ≤ 130 x 80 mmHg
IECA ou BRA: primeira escolha, podendo associar a um diurético tiazídico + bloqueador de canal de cálcio
Nefroesclerose Maligna
Emergência hipertensiva
Aumento abrupto da PA → pacientes que não se cuidam
PA > 200-220 (sistólica) x 120-30 (diastólica)
Retinopatia grau III ou IV
Edema agudo de pulmão hipertensivo
Encefalopatia hipertensiva
AIDS e o Rim
Glomeruloesclerose focal colapsante
Gera sobrecarga, então é uma causa de GEFS!
Amiloidose Renal
Depósitos de fibrilas amiloides nos tecidos. Pode ser primária (AL) ou inflamação crônica (AA).
Gera síndrome nefrótica!
No RIM: síndrome nefrótica com proteinúria intensa, maior incidência de trombose da VR, IRC com rins de
tamanho aumentado
Coloração do material de biópsia: vermelho do congo
DOENÇAS TUBULO-INTERSTICIAIS
A mais importante função túbulo-intersticial é: reabsorção. Reabsorvem 98% do filtrado!
O interstício é o local do rim onde estão inseridos os túbulos renais.
A TFG normal é de 100ml/min. Ou seja, ao pegar todos os glomérulos formam a cada minuto 100ml de
filtrado. Em 24h, são 1440 minutos; em torno de 140L percorrem todo dia os rins. Nos urinamos, assim,
cerca de 2L/dia.
As doenças glomerulares geralmente têm hematúria dismórfica e proteinúria (nefrítica ou nefrótica).
Causas de NTA
Isquêmicas: choque (qualquer tipo), contraste iodado.
o O contraste iodado pode induzir vasoconstrição renal.
Tóxicas: drogas, mioglobina em excesso (rabdomiólise), contraste iodado.
o Entre as drogas (fármacos), destaca-se os aminoglicosídeos e anfotericina B.
o Estatinas podem induzir a rabdomiólise.
Tratamento
Suporte: recuperação em 7-21 dias
Ideal: prevenção!!!
o Preferir contraste hiposmolar, hidratação com solução salina (mais importante estratégia preventiva
de TTA mediada por contraste), N-acetilcisteína, HCO3.
o Rabdomiólise: hidratação, HCO3, manitol (força a diurese diminuindo o tempo de contato da
mioglobina com o túbulo).
Em provas...
São os pacientes com PA normal que começam a ficar hipotensos e acabam fazendo uma NTA. O paciente
aparece geralmente no meio do caminho, em insuficiência pré-renal. Como identificar se a IR é por
diminuição do fluxo ou se já é NTA?
NECROSE DE PAPILA
A papila é a última estrutura tubular, onde ficam ancoradas as estruturas tubulares. Sua localização é
desfavorável em perfusão, por estar no final. É uma região cronicamente isquêmica. A necrose faz com que a papila
se desprenda do túbulo e caia, ficando no meio da urina, o que parece um cálculo renal.
Manifestações
Febre (pela inflamação do trato urinário)
Dor lombar (“cálculo”) similar a cólica nefrética
Hematúria não dismórifca (a papila pode descer machucando o trato urinário)
Diagnóstico
Urografia excretora – o contraste é filtrado e evidencia falhas de enchimento (“sombras em anel”)
Causas – PROVA!!!
P - Pielonefrite
H – Hemoglobinopatia S (anemia falciforme)
O – Obstrução urinária
D – Diabetes (faz complicações vasculares)
A – Analgésico (uso abusivo, pode causar vasconstrição vascular)
Tratamento
Afastar a causa!
DISTÚRBIOS ESPECÍFICOS
Túbulo Contorcido Proximal (TCP): é onde ocorre a maior parte da reabsorção. Faz 65% de toda a reabsorção!
Reabsorve principalmente glicose, acido úrico fosfato e bicarbonato (HCO3).
Túbulo Contorcido Distal (TCD): reabsorve sódio ou cálcio (nunca os 2 juntos) no córtex.
Ducto coletor: reabsorve mediante estímulos hormonais!
A parte do coletor que fica no córtex age sob estímulo da aldosterona
o Aldosterona faz reabsorção de sódio, trocando por potássio ou hidrogênio (troca alternada).
A parte do coletor que fica na medula age sob estímulo do ADH
o Reabsorve água e concentra a urina.
o O ADH estimula as aquaporinas e permite a saída da água do ducto coletor na medula
Se a alça de Henle não funciona (por medicamento ou doença), ela não concentra a urina; quando a urina
chega no ducto coletor, a água não é reabsorvida e o paciente urina demais!
Se o carreador não funciona, irá sobrar mais sódio dentro do túbulo, que é oferecido para a aldosterona e é
reabsorvido. Quando o sódio é reabsorvido pela ação da aldosterona, o potássio e o hidrogênio são jogados para
fora, e daí vem a hipocalemia e alcalose!
Na ATR tipo I (distal), o problema está no carreador que joga H+ para fora, que não funciona!
Ocorre diminuição da acidificação final da urina!
O pH urinário fica alcalino.
Como o hidrogênio não é excretado, a troca ocorre com o potássio!
Lembrar de Sjögren!
Na ATR tipo IV, ocorre HIPOALDOSTERONISMO! A troca acontece com menos intensidade, pois ainda existe um
pouco de aldosterona.
Diminuição da aldosterona.
Em geral, pH urinário ácido!
Hipercalemia, pois a aldosterona age (pouco).
Lembrar de Diabetes!
No diabetes insipidus nefrogênico o túbulo é resistente ao ADH, que não age! A água fica no túbulo e não é
reabsorvida; a urina fica diluída!
Hipostenúria (urina diluída)
Poliúria (não reabsorve água)
Polidipsia (pois urina muito)
Uma estenose de artéria renal faz com que o sangue perca força e intensidade. O rim fica mal perfundido,
pois o sangue chega no glomérulo com menos intensidade.
Hipofluxo: percebido pelo aparelho justaglomerular, o qual libera renina, ativando o SRAA.
o Renina → Angiotensina I → (ECA) → Angiotensina II → Aldosterona (córtex adrenal)
o Ocorre vasoconstrição sistêmica que aumenta a PA, melhorando a função renal!
o A angiotensina II faz vasoconstricção da arteríola eferente, aumentando a pressão glomerular.
o A aldosterona faz retenção de sódio (Na), ajudando a aumentar a PA, mas com hipocalemia e
alcalose.
o A hipertensão nesse caso é chamada hipertensão renovascular pela vasoconstricção da
arteríola eferentes, na qual a responsável é a angiotensina II! É secundária!
Quando suspeitar que o paciente tem hipertensão secundária à estenose de artéria renal (renovascular)?
HAS inesperada (<30 ou >50 anos)
Grave e refratária (não resolve nunca)
Sopro abdominal
Hipocalemia e alcalose
Diagnóstico
Exames iniciais (rastreio)
o Cintilografia renal (renograma): feito em 2 fases; na primeira é feito captação com radiofármaco e o
rim apresenta-se normal porque está compensado (↑ATII); na segunda fase é administrado iECA, e
o rim para de filtrar, não captando o radiofármaco (↓ATII).
o USG renal com doppler: assimetria / ↓fluxo
Exames confirmatórios (mais específicos para a vasculatura renal)
o AngioTC / AngioRM
o Arteriografia (padrão-ouro; utilizar na dúvida ou para realizar intervenção como angioplastia)
Tratamento: depende da etiologia!
Displasia fibromuscular: angioplastia convencional (sem stent, recorrência é muito baixa)
Aterosclerose: iECA ou BRA-II (pril ou sartan)
o O rim com estenose terá prejuízo, mas o outro saudável trabalhará pelos dois e não haverá HAS!
o NÃO USAR SE ESTENOSE BILATERAL ou ESTENOSE EM RIM ÚNICO (nefropatia isquêmica)!
Neste caso, optar por revascularização (angioplastia com stent ou cirurgia).
Infarto Renal
Quando a artéria renal ou parte de um ramo sofrer oclusão ocorrerá infarto renal.
Causas
A principal causa é a embolia (fibrilação atrial). O trombo no AE pode atingir a vasculatura cerebral,
intestinal, membros inferiores e também renal!
Clínica
Dor súbita em flanco
HAS + febre
↑LDH (inclusive na urina)
Diagnóstico
AngioTC
AngioRM
Arteriografia
Tratamento
O padrão é anticoagulação para a doença não aumentar de tamanho e o próprio organismo recanalizar
Se bilateral → trombolíticos / cirurgia de revascularização
Ateroembolismo
Embolia que ocorre por placas de ateroma, tendo como principal causa os procedimentos vasculares
(aortografia, cateterismo cardíaco p.ex), que podem descolar placas ateroscleróticas e embolizar micro-
ramos da artéria renal:
o RIM → insuficiência renal
Histologia da biópsia renal: fissuras biconvexas (dissolução do colesterol)
o PELE → livedo reticular (áreas intercaladas de palidez, que sofreram embolização pelo colesterol, e
hiperemia, que sofreram vasodilatação compensatória)
Rede vermelha sobre a pele
o EXTREMIDADES → síndrome do dedo azul (cianose por má perfusão)
o RETINA → placas de Hollenhorst (placas de colesterol nos vasos retinianos) - PATOGNOMÔNICO
A resposta compensatória
Acidose metabólica = hiperventilação
o PCO2 esperado = (1,5 x HCO3) + 8 (variação ± 2)
Exemplo:
pH = 7,2
pCO2 = 26
HCO3 = 12
É uma acidose metabólica (pelo HCO3 baixo)
Esta compensada? (1,5x12) + 8 = 26 Acidose metabólica simples/pura/compensada
ACIDOSE METABÓLICA
Causas:
Acidose lática (principal)
Cetoacidose
Uremia (IR)
Intoxicações
Perdas digestivas baixas (diarreia prolongada)
o Perda abaixo do piloro gera acidose pela perda de bases!
Acidoses tubulares renais
Soro fisiológico 0,9%
o É um soro acidificante (o RL é alcalinizante) por causa do cloro (NaCl).
Na acidose metabólica, como o bicarbonato cai, ou aumenta o cloro ou aumenta o ânion gap!
Tratamento
Tratar a condição de base! Lembrar que nas duas principais causas não é rotineiro administrar bicarbonato de sódio.
Acidose lática e cetoacidose: não fazer NaHCO3.
Uremia e intoxicações: fazer NaHCO3.
Hiperclorêmicas: reposição de bases citrato de potássio e/ou suspender SF 0,9%
ALCALOSE METABÓLICA
Diuréticos tiazídicos/furosemida
Hiperaldo primário
Adenoma viloso do cólon (paciente hipopotassêmico pois impede que jogue H+ embora)
HAS reno-vascular
Perdas digestivas altas: vômitos ou SNG, estenose hipertrófica do piloro
o Pelo vômito ocorre perda de H+ e Cl-
o Hipovolemia: queda do H+ e Cl-, K+ também diminui.
Ativa o SRAA, retendo sódio e excretando potássio (pela ação da aldosterona).
Hipocalemia! K+ sérico baixo
No caso de hipovolemia, no TCP, o sódio é reabsorvido, pois traz água consigo, mas não consegue eliminar o
bicarbonato. Assim, a urina fica ácida!
HCO3 urinário: baixo (acidúria paradoxal)
Cl urinário: baixo (< 20 mEq/L)
DISTÚRBIOS DO SÓDIO
Na hipovolemia ocorre ativação do SRAA, com ação da aldosterona, retendo sódio e água e eliminando potássio e
hidrogênio. Também há liberação de ADH, com retenção de água. O balanço final é a retenção maior de água do que
sódio, proporcionalmente.
Água corpórea
Lactente: 75% do peso
Homem: 60% do peso
Mulher: 50% do peso
2/3 intracelular
1/3 extracelular
O valor normal do sódio é entre 135 – 145 mEq/L, e sua maior parte está extracelular.
A osmolaridade plasmática é definida pela fórmula: Osmpl = 2xNa + Gli/18 + U/6 = 285 - 295 mOsm/L
A osmolaridade plasmática efetiva (tonicidade) é dada por: 2xNa + Gli/18
Controle da osmolaridade
O controle da osmolaridade é feito pelo ADH e o centro da sede;
A célula que mais sofre com a variação de sódio é o neurônio;
A intoxicação exógena mais comum é o coma alcóolico, pois o neurônio sofre mais que as outras células. A
osmolaridade está aumentada, e deve ser administrado um soro hipotônico.
HIPONATREMIA
Tipos de hiponatremia:
Hiponatremia hipo-osmolar
Hiponatremia hiperosmolar diabetes; principal complicação da DM2 é EHH!
Pseudo-hiponatremia
Causas de hiponatremia
Hiponatremia hipo-osmolar
Hiponatremia hipovolêmica
o Vômitos, hemorragia, abuso de tiazídicos (furosemida não, gera hipernatremia), hipoaldosteronismo
Tiazídicos inibem o carreador Na/Cl no TCD, perdendo sódio e consequentemente, água. Se
a medula renal for hipertônica, a água é reabsorvida no ducto coletor. Se o paciente evolui
com hiponatremia, significa que a dose está elevada. Ocorre também perda de potássio e
hidrogênio.
Hiponatremia Hipervolêmica – redução do volume circulante efetivo, ativa SRAA e ADH trazendo mais água
que sódio. Mesmo motivo do hipovolêmico, excesso de ADH, mas tem volume
o ICC (mais baixa o sódio, pior a ICC, pois mais água retorna pelo maior excesso de ADH)
o Cirrose hepática
Hiponatremia normovolêmica
SIAD – Síndrome da Secreção Inapropriada de ADH/Sd da antidiurese inapropriada
SIAD
Grande reabsorção de água no coletor → hipervolemia → hiponatremia → liberação de PNA (peptídeo natriurético
atrial) → normovolemia + hiponatremia + natriurese + hipouricemia → sódio urinário alto (> 40 mEq/L =
osmolaridade urinária alta)
Causas
Doenças pulmonares: pneumonia por Leishionella, CA pulmão oat cells
Doenças SNC: TCE, AVE, meningite
Pós-operatório
Drogas: clorpropamida, carbamazepina, opioides, ATD tricíclico, ecstasy
Cuidar com a síndrome cerebral perdedora de sal: libera o peptídeo natriurético cerebral (ventricular) →
hipovolemia → aumento do ADH reabsorção de H2O no coletor → hipovolemia + hiponatremia → sódio
urinário alto (>40 mEq/L)
Clínica: a água do extracelular, na hiponatremia, tende a entrar na célula (neurônio), causando edema celular, que
cursa com cefaleia, vômitos, sonolência, crise convulsiva, torpor e coma. Se o excesso de água ocorrer de forma
rápida, abrupta, em menos de 48h, ocorre edema celular.
Se a hiponatremia for de instalação gradual, o neurônio expulsa soluto e o paciente evolui de forma assintomática.
Hipernatremia
Causas
Diarreia (infância)
Incapacidade de pedir líquidos (coma/RN/idoso)
Diabetes Insipidus (central/nefrogênico)
O quadro clínico caracteriza-se por cefaleia, vômitos, convulsões, sonolência, torpor e coma.
DISTÚRBIOS DO POTÁSSIO
O potássio é um íon que em na sua maioria está dentro da célula, principalmente no miócito. Hiper/hipocalemia
fazem com que a musculatura sofra, como câimbras, fraqueza muscular, parestesias, mas principalmente o músculo
cardíaco e o diafragma.
Hipo: insulina, adrenalina e beta2-agonistas guardam potássio na célula. O hiperaldosteronismo gera perda
urinária de K+, assim como a alcalose, pois ela joga o K + para dentro da célula e tira H +, bem como
aminoglicosídeos e anfotericina B.
Hiper: rabdomiólise e síndrome da lise tumoral tiram K + da célula, por exemplo, assim como a acidose, pois,
ao contrário da alcalose, ela quer manter H + na célula, que é trocado pelo K +. A insuficiência renal e
hipoaldosteronismo, assim como iECA e espironolactona, retêm K+ pelo rim.
Hipercalemia
Aldosterona realiza excreção de potássio no tubo coletor, reabsorvendo o sódio e excretando potássio.
Na acidose, o corpo excreta o hidrogênio e reabsorve o sódio, o potássio permanece no organismo, fazendo
hipercalemia.
IECA → menos aldosterona, mais potássio.
Espironolactona → menor ação da aldosterona, mais potássio.
Hipocalemia
Na alcalose, há pouco hidrogênio, assim o sódio é reabsorvido e potássio excretado.
HAS renovascular tem hipocalemia!
Furosemida/tiazídico fazem perda de potássio, pois há muito sódio sendo excretado.
ECG na hipocalemia
Achatamento da onda T
Onda U proeminente (maior que a onda T)
Onda P apiculada
Tratamento
Se K+ > 3
o Reposição VO xarope KCl 6% - 1 medida VO (15ml) 3-4x/dia (3-6g/dia)
o Se prefere a oral pois todo potássio é absorvido
Se K+ < 3, sintomático, alteração de ECG
o Reposição EV KCl 10% amp 10ml
o 10g KCl --- 100ml
o 1g KCl --- 10ml (1 ampola tem 1g)
o 1g --- 13 mEq de K+
o Velocidade de infusão: 20-40 mEq/h (máximo de 3 ampolas)!
o Salina 0,45% 210ml + KCl 10% 40ml – correr em 4h