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IMUNODEFICIÊNCIAS: AIDS

IMUNODEFICIENCIA: É um estado de depressão imunológica que impede o organismo humano


de manter-se livre da doença

Podem ser: - Primárias: Devido a defeitos intrínsecos das células do sistema imune,
determinados geneticamente. Ex: Células B, T, fagócitos e complemento

- Secundárias: Resultam de fatores extrínsecos ao organismo. Ex: drogas, infecções, toxinas,


distúrbios metabólicos, nutricionais, neoplasias, etc

COMO SUSPEITAR DE UMA IMUNODEFICIÊNCIA? Infecções graves, crônicas; Infecções


microbianas recorrentes: abcessos, diarréias, infecções cutâneas; Infecções oportunistas ou
por microrganismos incomuns; Desordens hematológicas.

IMUNODEFICIÊNCIAS PRIMÁRIAS

 - Imunodeficiências humorais (linfócitos B): podem resultar em infecções por MO


piogênicos
 - Imunodeficiências celulares (linfócitos T): associada a infecções por fungos,
protozoários, vírus e micobactérias
 - Imunodeficiências do sistema fagocitário (defeitos nos neutrófilos e macrófagos):
Infecções cutâneas profundas, abcessos e osteomielite
 - Imunodeficiências no Sistema do Complemento (defeito nas proteínas do
complemento)

DIAGNÓSTICO DAS IMUNODEFICIÊNCIAS PRIMÁRIAS

 Indireto pelo acesso limitado aos locais de imunidade ativa como linfonodos, baço e
focos infecciosos
 Feito, portanto, pelo sangue por meio da verificação da presença ou ausência de Ig, Ac
monoclonais direcionados contra alvos específicos, neutrófilos, outros leucócitos,
proteínas inclusive as do complemento
 - Linfócitos T: avaliada por reações de hipersensibilidade tardia, testes intradérmicos
 -Linfócitos B: determinação dos níveis circulantes de IgA, IgG e IgM (nefelometria) e
contagem dos linfócitos B circulantes (citometria de fluxo onde utilizaza-se Ac
monoclonais contra CD19, CD20 ou Igs de superfície)
 Fagócitos: - Contagem no sangue total, medição da capacidade de fagocitose
(nitroblue tetrazólio) e mediação da capacidade de quimiotaxia
 . Complemento: - Medição dos níveis individuais das proteínas por meio de
imunodifusão radial. - Avaliação do funcionamento de toda a cascata: ensaio de
hemólise pelo complemento (CH50: complemento necessário para hemolisar 50% das
células alvo sendo uma medida arbitrária da capacidade lítica do complemento no
soro)
 . A deficiência de qq componente entre C1 e C9, manifesta-se como CH50 de valor
zeRo

IMUNOENSAIOS

Mede-se os imunocomplexos mediante a dispersão da luz: . Anti-soro específico (monoclonal)


+ soro teste (proteína a ser pesquisada) = Imunocomplexo que será determinado pela
dispersão da luz considerada proporcional à concentração das protéinas na amostra.
IMUNODEFICIÊNCIAS SECUNDÁRIAS

Podem advir de: - Traumas, má nutrição, agentes biológicas ou químicos como os


corticosteróides, ciclosporina A, quimioterapia, radioterapia, dentre outros agentes
imunossupressores.

. Podem ser usados tratamento à base de fatores estimuladores de colônias humano


recombinantes (G-CSF), na neutropenia induzida por drogas ou outros fatores

- Dentre as imunodeficiências secundárias mais importantes destaca-se a: . AIDS ou Síndrome


da Imunodeficiência Adquirida, SIDA do Inglês

- Agente causador: HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana – Human Immudeficiency Virus

HIV E AIDS

 1983: isolamento do vírus da imunodeficiência humana 1 (HIV-1)


 1986: isolamento do HIV-2
 Um paciente pode ser portador de infecção mista, por 2 ou mais subtipos virais
 Pode ocorrer trocas de material genético entre os vírus: formas recombinantes

EPIDEMIOLOGIA

 Modos e risco de transmissão: HIV é isolado de todos os líquidos do corpo, incluindo


sangue, sêmen, secreções vaginais, lágrima, urina, saliva e leite materno.

. Contato sexual; . Via parenteral; . Transfusão de sangue; . Transmissão materno-


fetal; . Amamentação.

 - HIV-1: todos os países do mundo


 - HIV-2: principalmente África Ocidental, alguns casos nas Américas e Europa
Ocidental. A infecção por HIV-2 é rara no Brasil

TRANSMISSÃO

 - Sexual: Mulher para homem (1 em 700); Homem para mulher (1 em 200); Homem
para homem (mulher) (1 em 10); Sexo oral (até 6%);
 Parenteral: Transfusão sangüinea (95 em 100); compartilhar agulhas/seringas (1 em
150); Acidente com agulha (1 em 200)
 - Vertical (mãe – filho): – sem AZT (25 – 30%); - Com tratamento (2-3%)
HIV

 Retrovírus
 Tropismo por células que expressam CD4 na membrana: responsáveis pela depleção
dos linfócitos TCD4 auxiliares
 Outra células infectadas: macrófagos alveolares, células dendríticas, células da
micróglia
 O HIV é uma partícula esférica medindo de 100 a 120nm de diâmetro, pertencente ao
gênero Lentivirus e à família Retroviridae;
 Apresenta em seu núcleo duas cópias de RNA de cadeia simples, encapsuladas por
uma camada proteica ou nucleocapsídeo, um capsídeo e um envelope externo
composto por uma bicamada fosfolipídica;
 - O genoma do HIV inclui três principais genes que codificam as proteínas estruturais e
enzimas virais: gag, pol e env.
 A nomenclatura das proteínas virais utiliza a abreviação “gp” para glicoproteína ou “p”
para proteína, seguida de um número que indica o peso molecular em kilodaltons (kd).
O gene gag codifica a p55, a partir da qual quatro proteínas estruturais do capsídeo
são formadas: p6, p9, p17 e p24;
 - O capsídeo que circunda o ácido nucleico viral contém p24, p6 e p9, enquanto a p17
se encontra em uma camada entre o núcleo proteico e o invólucro, denominada
matriz proteica, a qual reveste a superfície interna da membrana viral.

IMUNOPATOGÊNESE DA INFECÇÃO VIRAL


 Protéina do envelope gp120 liga-se ao CD4 e a um co-receptor da família das
quimiocinas, em alta afinidade
 Essa ligação determina uma alteração de conformação em gp41 que expõem uma
região hidrofóbica que se insere na mb celular permitindo a fusão da mb do vírus com
a mb da célula alvo
 Uma vez dentro da célula CD4, o vírus perde seus envoltórios
 RNA viral é transcrito para DNAdf pela transcriptase reversa e penetra no núcleo
 A integrase viral tb penetra no núcleo e catalisa a integração do DNA viral ao DNA da
célula
 O DNA integrado é chamado de próvirus
 DNA dupla fita adquire a forma circular sendo inserido no genoma da célula
hospedeira
 Provírus pode permanecer inativo, em termos de transcrição, durante meses ou anos
com pouca ou nenhuma produção de novas proteínas virais ou vírions ficando a
infecção pelo HIV, latente
 Segue a latência ou replicação viral, dependendo do estado de ativação da célula
 O início da transcrição do gene de HIV nas células T está ligado à sua ativação por Ag
ou citocinas (IL2, TNF, etc)
 IL-1, 3, 6, INF-gama, estimulam a expressão do gene do HIV e a replicação viram em
monócitos e mcrófagos infectados
 A resposta normal de uma célula T, com infecção latente a um microrganismo, pode
ser a via para o término da latência e início da produção do vírus
 Dessa forma as múltiplas infecções que o paciente com HIV adquirem, estimulam a
produção de HIV e a infecção de células adicionais

EXPRESSÃO DOS GENES DO HIV

 Estágio inicial: Genes reguladores são expressos.


 Estágio final: Genes estruturais são expressos e genomas virais completos são
acumulados.
 Proteínas virais são sintetizadas no citoplasma
 A montagem das partículas virais ocorre
 O complexo de núcleo proteína formado é envolvido por um envelope de membrana e
liberado da célula por um processo de brotamento, a partir da mb plasmática
 A taxa de produção de vírus pode alcançar níveis suficientemente altos para causar a
morte celular.
OUTRAS CÉLULAS SUSCEPTÍVEIS A INFECÇÃO

 Células derivadas da linhagem monócito/macrófago com baixos níveis de CD4


superficiais, porém capazes de manter a infecção pelo HIV: Macrófagos alveolares;
Células da Micróglia; Células de Langerhans; Precursores Mielomonocíticos na medula
óssea; Células precursoras dos timócitos; Células dendríticas.

 HIV não é citopática para essas células tendo elas o papel de reservatório do vírus

MECANISMOS DE IMUNODEFICIÊNCIA

 Processo de produção do vírus com expressão de gp41 na mb plasmática e brotação


de par´ticulas virais através delas, pode levar a uma maior permeabilidade da mb ao
influxo de Ca² que induz apoptose ou lise osmótica pelo influxo de água
 Produção viral compete com a produção da célula e assim levá-la à morte
 DNA viral não integrado ou grandes qtes de RNA viral não funcional podem ser tóxicos
para as células infectadas
 Formação de sincícios (células gigantes multinucleadas originadas da fusão de TCD4
infectadas com não infectadas, mediado por interações de gp120-CD4
FASES CLÍNICAS DA INFECÇÃO PELO HIV
PATOGENIA

“Imunodeficiência causada por depleção acentuada de linfócitos T CD4+ (helper)”

Também: manifestações clínicas devidas diretamente à infecção de determinados


órgãos/sistemas.

Três Fases:

 Infecção primária ou aguda


 Infecção crônica (assintomática) – “latência clínica”
 AIDS (doença avançada)

 A maioria das infecções pelo HIV-1 ocorre por meio das mucosas do trato genital
ou retal durante a relação sexual.
 Nas primeiras horas após a infecção pela via sexual, o HIV e células infectadas
atravessam a barreira da mucosa, permitindo que o vírus se estabeleça no local de
entrada e continue infectando linfócitos T-CD4+, além de macrófagos e células
dendríticas.
 Após a transmissão do vírus, há um período de aproximadamente dez dias,
denominado fase eclipse G, antes que o RNA viral seja detectável no plasma.
 A partir dessa pequena população de células infectadas, o vírus é disseminado
inicialmente para os linfonodos locais e depois sistemicamente, em número
suficiente para estabelecer e manter a produção de vírus nos tecidos linfoides,
além de estabelecer um reservatório viral latente, principalmente em linfócitos T-
CD4+ de memória.
 A replicação viral ativa e a livre circulação do vírus na corrente sanguínea causam a
formação de um pico de viremia por volta de 21 a 28 dias após a exposição ao HIV.
Essa viremia está associada a um declínio acentuado no número de linfócitos T-
CD4+.

INFECÇÃO PRIMÁRIA

 - Clínica em 50 - 70% dos casos


 - Incubação: 2-3 semanas
 Febre, faringite, eritemas, linfadenopatia,
 Mialgias, diarréia, náuseas, vômitos, cefaléia
 Perda de peso
 Linfopenia e redução de TCD4+
 - Duração média: 3 – 4 semanas
 - Regride com a resposta imunológica
 - Valores de TCD4 + voltam quase ao normal
 Inicia-se com a infecção aguda controlada parcialmente pela resposta imunológica
adaptativa
 Inversão da relação TCD4/TCD8
 Avanço da infecção para os órgãos linfóides periféricos, por meio das células
dendríticas
 Viremia alta
 Variedade de sintomas inespecíficos de muitas doenças virais
 Montagem de repostas humoral e celular que controlam a viremia, em um período de
12 semanas após a exposição primária

INFECÇÃO CRÔNICA
 Longo período de “latência clínica”
 Fadiga, linfadenopatia podem ocorrer
 <1% desenvolvem AIDS em 1 a 2 anos
 50% em 10 anos
 Contagem de CD4+ pode permanecer constante
 Candidíase, herpes zoster e outras condições dermatológicas podem indicar o início da
doença
 Sistema imunológico continua competente para lidar com a maioria das infecções
oportunistas, e poucas ou nenhuma manifestações clínicas da infecção com HIV estão
presentes
 Essa fase é chamada período de latência do HIV
 Baixos níveis do vírus são produzidos
 Céls T no sangue não abriga vírus, em sua maioria
 Destruição de células TCD4 dentro dos tecidos linfóides progride lentamente
 TCD4 circulantes declinam
 Indivíduos continuam susceptíveis a outras infecções e as respostas imunológicas a
elas, via sinalização por citocinas, pode ativar a produção de HIV pelas células
infectadas acelerando a destruição delas

AIDS (doença avançada)

 Fatores determinantes desconhecidos

Contagem de CD4 + carga viral são indicadores

 - Estágio inicial (CD4 <500/mm 3)

- candidíase, listeriose, zoster, rodococcus, EBV

- Estágio avançado (AIDS)(CD4 <200/mm3)

 - Imunodeficiência severa
 - Infecções oportunistas
 - Pneumocistis carinii, M.Avium, M.Tuberculosis
 - Reativações de HSV, VZV
 - HBV, toxoplasma, FLU,

FASE FINAL: AIDS

 Caracteriza-se pela destruição quase completa do tecido linfóide periférico


 Contagem de células TCD4 cai abaixo de 200 células/mm³
 Viremia sobe drasticamente
 E a replicação viral de outros reservatórios acelera-se, sem controle
 Pacientes apresentam uma gama de sintomas graves combinados de infecções
oportunistas, neoplasmas, caquexia, degeneração do SNC
 Essas infecções justificam-se pelo fato das células TCD4 serem imprescindíveis como
mediadoras para a resposta humoral e celular do nosso sistema imunológico

SINAIS SUGESTIVOS:
Perda de peso; Tosse seca; Febre recorrente/suores noturnos; Fadiga profunda/inexplicada;
Linfonodos infartados; Diarréia prolongada; Manchas brancas na língua, boca, garganta;
PneumoniaS; Manchas vermelhas ou rosadas na pele; Perda de memória, demência.

CARACTERÍSTICA DA RESPOSTA HUMORAL

 Respostas de Ac a uma ampla variedade de Ag do HIV, são detectáveis em 6 a 9


semanas após a infecção
 Porém existem poucas evidências de que os Ac tenham qq efeito benéfico sobre o
controle da infecção
 Os Ac são úteis para detecção no diagnóstico
 Eles são caracterizados por moléculas anti-gg120 e anti-gp41 de forma maciça
 Outros Ac no soro dos pacientes infectados são contra p24, transcriptase reversa, gag,
pol
 Ac neutralizadores do vírus tem ação in vitro porém detectados em baixos títulos nos
indivíduos infectados (in vivo), assim com os Ac mediadores de ação citotóxica

TRATAMENTO

 Administração de 3 classes de drogas antivirais, usadas em combinação contra


moléculas virais (para as quais não existem homólogas em humanos)

- São drogas:

 . análogas do nucleosídeo desoxitimidina: 3-azido-3-desoxitimidina: AZT


 . análogas do nucleosídeo desoxicitidina
 . análogas de desoxiadenosina

São eficientes para redução de níveis de RNA plasmático do HIV (meses ou anos), porém não
impedem a progressão da doença devido à mutações de transcriptase reversa e portanto
resistentes à medicação

 Inibidores da protease viral

- bloqueiam o processamento de proteínas precursoras do capsídio e de outras protéinas


básicas para montagem da partícula viral

ASSOCIADOS A

. Inibidores de transcriptase reversa

HAART (Terapia antiretroviral altamente ativa) é muito eficiente para redução do RNA viral
plasmático

NENHUMA TERAPIA É CAPAZ DE PRODUZIR ESTERILIZAÇÃO ----Ainda são de alto custo,


utilizadas em protocolos complicados de adm e com graves efeitos colaterais.

PROTOCOLO PARA DIAGNÓSTICO HIV

 Necessário apresentação de documento oficial para cadastro e coleta da amostra

 Segue-se a classificação de Fiebig et al (2003) para o estagiamento laboratorial da


infecção por HIV

- Infecção Recente: Imunoensaio (4ºg triagem) + TM (complementar)

- Fase Crônica: Imunoensaio (3º ou 4ºg triagem) + TC (WB, IB, IBR ou TM). Obs: mais de
95% dos casos são diagnosticados nessa fase

CONTROLADORES DE ELITE

 Cerca de 1% dos casos positivos:

- Caracterizam por manter uma viremia em nível indetectável em testes moleculares,


devendo ser usados os complementares convencionais

Teste de triagem com imunoensaio de 3º ou 4º g + teste complementar por WB


IMUNOENSAIOS: ELISA

 1º geração:

 Metodologia indireta: Ac do soro são detectados por conjugado antiIgG e na fase


sólida, Ag obtidos de lisado viral de HIV em cultura
 Pouco específicos: Ag obtidos de cultura podendo ter outros componentes da cultura
no lisado
 Pouco sensíveis: Detectam apenas IgG
 Janela de soroconversão: 6 a 8 semanas

(não são mais usados em laboratórios)

 2º geração:
 Metodologia indireta: Ag recombinantes ou peptídeos sintéticos derivados de
proteínas doo HIV
 Mais sensíveis e específicos por conterem maior concentração de epítopos
imunodominantes de relevância
 Janela de Soroconversão: 28 a 30 dias

 3º geração:

 Metodologia : sanduíche ou imunométrico


 Caracterizam-se por utilizar Ag recombinantes ou peptídios sintéticos na fase sólida e
sob a forma de conjugado
 Permite detecção simultânea de Ac anti-HIV IgM e IgG
 Mais sensível por detectar IgM e mais específico pelo fato do Ag do conjugado ligar-se
apenas à valência livre do Ac do complexo imune
 Janela de soroconversão: 22 a 25 dias

 4º geração:

 Detecta Ag p24: Por Ac monoclonal na fase sólida que captura o Ag p24 do soro do
paciente + conjugado com Ac anti-p24
 Detecta Ac anti-HIV por metodologia sanduíche
 Janela de soroconversão: 15 dias
TESTES RÁPIDOS

 São imunoensaios simples, realizados em até 30min


 Possibilita ampliar o acesso ao diagnóstico

TESTES COMPLEMENTARES: WB, IB, IBR

 WB e IB: (alto custo)

 Proteínas do HIV separadas por eletroforese (WB) e transferidas para membrana ou


 Protéinas recombinantes e peptídios sintéticos impregnados diretamente em
membranas (IB)
 As mbs são incubadas com amostras de soro ou plasma
 Os Ac presentes na amostra se ligam especificamente às proteínas imobilizadas nas
mbs de WB ou IB e esses Ac são detectados por Ac secundários conjugados com
enzima, seguido por um substrato que gera produto colorido que precipita onde o
complexo imune está localizado
. IB rápido:

 Metodologia DPP (plataforma de duplo percurso)


 Permite a detecção de Ac em 30 min
 Fase sólida usa-se Ag recombinantes

TESTES MOLECULARES: TM

 Detectam RNA viral ou DNA pró-viral: PCR e outros


 Úteis para diagnóstico de crianças menores de 18 meses e tb na infecção aguda
em adultos
 Nessas crianças não podem ser usados ensaios que detectem Ac pelo fato de
crianças receberem Ac antiHIV passivamente da mãe, por exposição perinatal

Diagnóstico em laboratórios

 Triagem e confirmação de amostras de soro ou plasma


 Confirmação de amostras que derem resultados discordantes nos fluxogramas 1 e 2 de
testagem rápida

IE 4º geração + TM: Permite diagnóstico mais precoce do HIV


 Amostra com resultado não reagente no IE de 4º geração: “AMOSTRA NÃO
REAGENTE PARA HIV”
 Laudo: Persistindo a suspeita de infecção pelo HIV, uma nova amostra deverá ser
coletada 30 dias após a data de coleta dessa amostra”
 . Amostra com resultado reagente no IE 4ºg: realizar o TM
 A amostra com resultado superior a 5000 cópias/ml terá como resultado:
“Amostra reagente para HIV”
 . Laudo: Para confirmação do diagnóstico laboratorial uma 2º amostra deverá ser
coletada e submetida ao primeiro teste do fluxograma, conforme estabelecido
pela portaria nº 29 de 17 de dezembro de 2013
 Resultado da 2º amostra reagente: “ Amostra reagente para HIV
 - Laudo: “Resultado definido pela 2º amostra, conforme definido pela Portaria nº
29, de 17 de dezembro de 2013
 Se o resultado da 2º amostra “Não reagente” : repetir o fluxograma com a 3º
amostra
 Amostra com resultado inferior a 5000 cópias ou indetectável: o resultado não
estará definido devendo ser feito o
 - WB, IB ou IBR e se reagente: “Amostra reagente para HIV”
 . Laudo: Deverá conter o resultado de todas as bandas reativas e conter por
escrito a seguinte ressalva:
 “Para confirmação do diagnóstico laboratorial, uma 2º amostra deverá ser
coletada e submetida ao 1º teste do fluxograma, conforme estabelecido pela
portaria....”
 2º amostra reagente: Amostra reagente para HIV
 Laudo: Resultado definido com 2º amostra, conforme...”
 - WB, IB, IBR não reagente: Amostra indeterminada para HIV e no laudo
“Persistindo a suspeita, repetir dentr de 30 dias....”

DIAGNÓSTICO EM CRIANÇAS MENORES DE 18 MESES

 Transmissão vertical, de mãe infectada


 Anticorpos da mãe, tipo IgG persistem no soro da criança até 18 meses de vida,
devido a passagem transplacentária
 Testes diagnósticos baseados na detecção de Ac não são apropriados
 Padronizado o diagnóstico por testes moleculares, como a quantificação de RNA
viral
 CV colhida com 4 semanas de vida ou 6 semanas caso a criança tenha recebido
profilaxia antiretroviral;
 Se sintomáticos, coleta da CV a qq momento
 Realizar a CV se a criança tenha sido amamentada
 Se 1º CV detectável, realizar a 2º em nova amostra para confirmação
 Se 1º CV indetectável, realizar 2º com 4 meses de vida
 Amostras abaixo de 5000 cópias devem ser analisadas devido ao risco de resultado
falso-reagente

DIAGNÓSTICO UTILIZANDO TESTES RÁPIDOS

 Teste rápido refere-se ao teste de HIV realizado em local que permite fornecer o
resultado durante a visita do paciente, com um resultado em cerca de 30 min
 - Consultórios médicos, unidades móveis de testagem, atendimentos domiciliares, etc
 Caso positivo, o indivíduo deverá ser encaminhado para diagnóstico especializado em
UBS
 O emprego de fluxogramas com TR amplia o acesso ao diagnóstico e permite
antecipação do início do tratamento
 O primeiro TR do fluxograma deve ter uma sensibilidade mínima de 99,5%

2 TR REALIZADOS EM SEQUÊNCIA COM AMOSTRAS DE SANGUE

 Uso de 2 TR diferentes, sequenciais, com amostras de sangue podendo ser punção


digital ou venosa

FUNDAMENTAÇÃO DA INTERPRETAÇÃO DO FLUXOGRAMA 1

 Os TR devem detectar Ac anti-HIV1 e 2 por princípios metodológicos de detecção


diferentes
 Para um TR ser considerado VÁLIDO, a linha do controle deve ter apresentado reação
com o sangue do paciente
 Amostra com resultado não reagente para TR1: “Amostra não reagente para HIV” e no
laudo: “Persistindo a suspeita, uma nova amostra deve ser coletada após 30 dias...”
 A amostra reagente no TR1 deverá ser testada no TR2, confirmando o resultado
reagente: “Amostra reagente para HIV”
 - O laudo deve incluir a obs de definição do resultado conforme fluxograma 1, Port 29
de 17/12/13 e indicar a realização da carga viral
 . Amostras com resultados discordantes entre TR1 e TR2 não terão seu resultado
definido e deverão ser enviadas para testagem em laboratório em punção venosa

ELISA

 Uma enzima, que reage com um substrato incolor para produzir um produto colorido,
é covalentemente ligada a um anticorpo específico que reconhece um antígeno alvo.
 Se o antígeno estiver presente, o complexo anticorpo-enzima irá ligar-se a ele e a
enzima catalisará a reação. Então, a presença de produto colorido indica a presença de
antígeno.
 Trata-se de um método eficiente pois permite detectar quantidades de proteína da
ordem de nanogramas (10-9 g).

 No ELISA, deve-se selecionar um par de anticorpos, que podem ser monoclonais ou


policlonais. O uso de anticorpos monoclonais resulta em maior especificidade.

 Dentre os diversos tipos de ELISA, destaca-se o ELISA SANDUÍCHE. Nesse método, o


anticorpo de um antígeno particular é, inicialmente, adsorvido no well. Depois, o
antígeno (soro, urina ou outra solução contendo o antígeno) é adicionado e se liga ao
anticorpo.

 Finalmente, um segundo e diferente anticorpo ligado à enzima é adicionado. Nesse


caso, a intensidade da reação é proporcional à quantidade de antígeno presente. Logo,
permite mensurar até pequenas quantidades de antígeno.

 Quanto ao método de revelação, pode ser direto ou indireto. No primeiro, a enzima


reveladora encontra-se ligada diretamente ao segundo anticorpo, enquanto no
indireto, a enzima apresenta-se ligada a um anti-anticorpo.

 O ELISA constitui a base do teste para infecção por HIV. Nesse teste, proteínas virais
(os antígenos) adsorvem nos “poços” (wells) da placa de ELISA. Em seguida, é
adicionado soro do paciente contendo anticorpos que se ligam aos antígenos.
Finalmente, anticorpos ligados à enzima ligam-se aos anticorpos humanos,
propiciando a reação enzimática com mudança de cor.

Procedimento para elisa sanduiche

Western blotting (WB)

 Também conhecido como protein blotting ou immunoblotting, é um poderoso e


importante método em biologia molecular utilizado para imunodetecção de proteínas
após a separação destas por eletroforese em gel e transferência para membrana
adsorvente ;
 Esta técnica permite detectar, caracterizar e quantificar múltiplas proteínas
principalmente aquelas que estão em baixas quantidades em determinada amostra;
 Revela a presença de anticorpos contra 9 proteinas do HIV-1: gp160, gp120, gp41, p66,
p51, p55, p24, p17. As tres primeiras são codificadas pelo gene env, as tres seguintes
pelo gene pol e as restantes pelo gene gag.
 Soros que apresentem reatividade contra pelo menos uma proteína de cada um dos
três grupos gênicos são considerados reagentes.
 Soros que apresentem reatividade contra, pelo menos, uma proteína de dois grupos
gênicos diferentes, sendo obrigatoriamente uma delas do env, são considerados
reagentes.
 Soros que apresentem reatividade contra duas proteinas do env são considerados
reagentes;
 Soros que apresentem reatividade contra pelo menos uma proteina de dois grupos,
desde que não sejam do env, são indeterminados;

Dosagem de CD4, CD8 e CD3

 Material e conservação para envio: coletar em heparina. Tubo de tampa verde. Enviar
a temperatura ambiente.
 Instruções para coleta: Há horário crítico para coleta. Por volta de 12:00 horas há uma
diminuição dos valores relativos do CD4. Deste horário em diante, há um aumento
discreto, hora a hora, até o pico das 20:00 horas. Desta forma deve-se recomendar aos
pacientes sempre coletar o sangue para este teste nos mesmos horários.
 Estabilidade da amostra: 48 horas a temperatura ambiente, se coletado em heparina.
 Método: Citometria de fluxo.

 Interferências: Valores elevados : Pacientes submetidos à esplenectomia e infecção


concomitante pelo HTLV-1.

 Valores diminuídos: doenças crônicas e agudas intercorrentes, principalmente as que


causam anergia (tuberculose, sarampo, blastomicose, etc.). Hepatites virais agudas,
citomegalia aguda, Histoplasmose, Corticoterapia crônica, doenças virais e bacterianas
agudas, em geral, grandes cirurgias, Herpes simples, corticoterapia de pulso.

 Indicações: Acompanhamento da terapêutica anti-retroviral para pacientes com HIV.


Avaliação da imunidade celular dos pacientes.

 O CD4 é expressado por 55 a 65 % dos linfócitos T circulantes, principalmente no sub-


tipo de linfócitos auxiliares ou Helpers.

 Reduções maiores que 30% entre duas determinações são altamente determinantes
na decisão de mudanças na terapêutica anti-viral.

 O CD8 é expressado por 25 a 35% dos linfócitos T do sub-tipo supressor/citotóxico.

 Informações importantes: enviar sempre cópia do hemograma junto ao sangue.


Enviar a causa da solicitação do exame em medicação ou intercorrências clínicas
concomitantes.

Citometria de Fluxo
 Tecnologia capaz de analisar simultaneamente diversos parâmetros de células ou
partículas em suspensão.
 Princípio: incidência de uma fonte de luz laser que intercepta cada partícula. A
dispersão de luz fornece dados relativos ao tamanho à granulalidade da partícula.
Moléculas ou estruturas de interesse podem ser estudadas por marcação com
fluorocromos ou anticorpos monoclonais.

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