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Funções farmacotécnicas e possível concentração dos veículos

Ácido cítrico

Trata-se do ácido mais utilizado pela indústria alimentícia e de bebidas, uma


vez que apresenta propriedades antioxidantes, acidulantes, flavorizantes,
sequestrantes e reguladoras de acidez. Nos laticínios, por exemplo, atua como
estabilizante; ajuda a manter o pH ideal de doces.

Propriedades:

 Aumenta a efetividade de sistemas antioxidantes;

 Agente acidificante;

 Tamponante;

 Agente quelante;

 Preservante;

 Potencializador de sabor.

Na indústria farmacêutica é aplicado à produção de medicamentos


anticoagulantes (para transfusões de sangue) e efervescentes; realça o sabor
dos refrigerantes e “rouba” para si os íons metálicos que modificam a cor do
líquido (especialmente o ferro, principal elemento responsável pelas turvações);
age como conservante combatendo o desenvolvimento de microrganismos; no
preparo de peixes e frutos do mar é usado para combater o surgimento de
manchas, cheiros e sabores indevidos; é adicionado à salmoura da carne para
acelerar a cura e manter a cor. De um modo geral, preserva o sabor de bebidas
e alimentos industrializados, regulando o pH, mascarando o gosto
desagradável de alguns compostos, neutralizando o paladar doce e
acidificando o sabor.

Concentração: Solução tampão: 0,1 a 2,0 %; potencializador de sabor: 0,3 a


2,0 % ; agente sequestrante: 0,3 a 2,0 %.
Benzoato de sódio

Ácido benzóico é um pó cristalino incolor aplicado como conservante, que


possui propriedade antifúngica e antibacteriana.

A principal atividade é antifungal, mas apresenta também alguma atividade


contra bactérias; é fraco contra pseudomonas. O ácido benzóico é inativado
por agentes não-iônicos e, obviamente, por aumento do pH.

É usado na concentração de 0,05 – 0,1%. É ativo em pH igual ou inferior a 4. A


forma de sal, benzoato de sódio, é mais solúvel em água.

Em preparações farmacêuticas, incluindo preparações orais, utiliza-se em


concentrações de 0,05% a 1%. Em cosméticos utilizam-se concentrações de
0,05% a 0,5%. A concentração máxima permitida pela legislação cosmética é
0,5% (expresso como ácido).

Essência de cereja e pêssego

Aromatizantes (flavorizantes). Esses ingredientes são usados para melhorar o


sabor dos medicamentos. Flavorizante é qualquer substância que confere ou
intensifica o sabor e o aroma dos alimentos.

Os flavorizantes podem ser naturais (óleos essenciais extraídos de plantas e


sabores naturais de frutas) ou artificiais (álcoois aromáticos, aldeídos,
bálsamos, fenóis, terpenos, etc.).

Concentração aroma (líquido):

 Cereja e Pêssego: 0,1% a 0,3%

Glicerol

O glicerol (propano-1,2,3-triol) é uma pequena molécula orgânica que tem um


papel bastante importante nas células. À temperatura ambiente (25° C)
apresenta-se como um líquido viscoso incolor e inodoro. Quimicamente, o
glicerol apresenta três grupos hidroxilo, o que lhe confere uma grande
solubilidade em água.

O glicerol puro pode ser aplicado na indústria de cosméticos, farmacêutica,


detergentes, na fabricação de resinas e aditivos e também na indústria de
alimentos. Ele resulta da reação de saponificação de ácidos graxos presentes
em óleos, azeites ou sebo com hidróxido de sódio ou de potássio.

Elevadas concentrações de xarope, glicerol e etanol têm a propriedade


conservante. O teor de conservante de aditivos como o xarope preservado
deve ser levado em consideração quando a concentração total de conservante
numa formulação for calculada.

GLICERINA A glicerina é um líquido viscoso, transparente e doce. É miscível


em água e álcool. Como solvente, é comparável ao álcool, mas, devido a sua
viscosidade, o processo de dissolução dos solutos é lento, a menos que a
viscosidade seja reduzida pelo aquecimento. A glicerina tem propriedades
conservantes, e muitas vezes usadas como estabilizante e como solventes
auxiliar em misturas com álcool e água.

Propriedades: A glicerina é um umectante eficaz e hidratante que atrai a água


para o espaço intercelular da pele.

Funções: Desnaturante, Condicionante de cabelo, Umectante, Cuidado oral,


Perfume, Protetor da pele, Regulador de viscosidade.

Usos e aplicações: O uso mais comum varia de 2 a 5% em todo tipo de


fórmula, principalmente emulsões, mas há produtos para os cabelos com até
60% de glicerina. Todos os tipos de produtos de cuidados da pele, produtos
para os cabelos, maquiagem, sabonetes em barra.
Propilenolicol

PROPILENOGLICOL É um líquido viscoso miscível em água e álcool. Trata-se


de um solvente útil que tem muitas aplicações e frequentemente é usado em
lugar da glicerina nas modernas fórmulas farmacêuticas.

tem como principal função a ação umectante, o que significa que essas
substâncias higroscópicas possuem elevada afinidade com a água,
melhorando, portanto, os níveis de hidratação da pele quando presente em
formulações cosméticas e farmacêuticas.
Além da função umectante, o propilenoglicol também é muito empregado como
veículo para solubilização de fragrâncias em preferência ao álcool, já que por
não ser volátil, é capaz de promover uma uniformização melhor dos aromas.

O percentual indicado em formulações é de 0,5% a 10%.

Sacarose

Adoçantes (edulcorantes). Pode-se definir “edulcorante” como uma substância


orgânica, não glicídica, que tem como função principal fornecer o sabor doce
aos alimentos nos quais ele está inserido (ANVISA, 1998).

A sacarose tem baixo custo, não deixa gosto residual e pode agir como
conservante e antioxidante, além de melhorar a viscosidade dos medicamentos
líquidos. Suas desvantagens são: a cristalização durante a estocagem do
medicamento - o que pode entupir a tampa do frasco - e a restrição ao uso por
pacientes diabéticos.

ÁGUA

Veículo. A água pura é empregada na indústria farmacêutica para produção de


medicamentos sendo utilizada como excipiente e diluente. Livre de
contaminantes e minerais ela não compromete a qualidade e
as funções esperadas de cada substância, porque não altera sua composição
química.
Concentração: qsp 100%

Balbani, Aracy Pereira Silveira, Stelzer, Lucilena Bardella e Montovani, Jair


Cortez. Excipientes de medicamentos e as informações da bula. Revista
Brasileira de Otorrinolaringologia [online]. 2006, v. 72, n. 3 [Acessado 30 Abril
2022]

Rowe R.C. - Handbook of pharmaceutical excipients – 6ª. Ed. – Pharmaceutical


Press

Fiume MM, Heldreth BA, Bergfeld WF - Safety Assessment of Citric Acid,


Inorganic Citrate Salts, and Alkyl Citrate Esters as Used in Cosmetics. Int J
Toxicol.

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