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Apostila Biocosméticos com Martina

Boas Práticas
A partir de agora no curso vamos adentrar a presença de água em nossas
formulações, higiene e boas práticas são sempre necessárias, mas quando a água faz
parte da fórmula os cuidados devem ser redobrados e faz se necessário uso de
conservantes.

Não existe normatização para Biocosméticos Artesanais no Brasil, mas nas nossas
boas práticas agimos como se tivesse:

 Trabalhar em ambiente limpo e organizado; Criar um fluxo de materiais, inicio -


fim 
 Higienizar e sanitizar bancadas, utensílios e equipamentos; 
 Minimizar exposição ao ar e possíveis contaminações cruzadas; 
 Usar EPI:  luvas, máscara, avental, cabelo preso.
 Estudar as matérias primas, suas interações e restrições.

Exemplos: 

O óleo essencial (O.E) de alecrim não é indicado para hipertensos, óleos essenciais
cítricos são fotossensibilizantes, O.E capim-limão e gerânio são irritantes para pele
sensível, O.E de canela e cravo são dermocaústicos, uso prolongado de gerânio e
sálvia esclaréia pode desestabilizar os hormônios etc.

O conservante Benzoato de sódio com ácido cítrico gera benzeno.

Equipamentos
Equipamentos necessários para produção de biocosméticos: 

 Bacias de vidro ou inox (alumínio não usamos diretamente, esmaltada


qualquer ranhura compromete seu uso) 
 Talheres, bastão e espátulas de qualidade, em vidro, inox e silicone. 
 Balança (com pelo menos 1 dígito após a vírgula) 
 Fonte de calor (fogão elétrico) 
 Termômetro, à laser de preferência.
 Fitas de PH
 Frasco spray álcool 70 e papel toalha

Matérias primas
OLEOSAS = LIPOFÍLICAS = APOLARES = NÃO POLARES
 Óleos e gorduras 
 Ceras 
 Óleos essenciais 
 Agentes de consistência 
 Álcoois graxos

AQUOSAS = POLARES 
 Água destilada, deionizada, da chuva, osmose reversa…
 Hidrolatos  
 Glicerina
 Extratos glicerinados
 Babosa

EMULSIONANTES OU TENSOATIVOS
Possuem uma porção hidrossolúvel e uma porção lipossolúvel. 

Os emulsionantes são os compostos da fórmula que fazem a mistura de água


e óleo permanecerem misturados, em emulsão estável e não se separar em duas
fases como naturalmente acontece.

Emulsionantes tem caráter anfifílico, ou seja, interagem com água e óleo, as


emulsões podem ser água em óleo (A/O) ou óleo em água (O/A).

 Emulsionantes podem ser não iônicos ou iônicos que por sua vez podem ser
aniônicos ou catiônicos. 

Não iônicos são os emulsionantes mais suaves, indicados para peles


sensíveis por possuírem baixo grau de irritabilidade, são compatíveis com diversas
substâncias e à alterações de PH. 

 Iônicos são os que possuem carga, podem ser eles Aniônicos (= carga
negativa) ou catiônicos (= carga positiva). 

Aniônicos: ionizam se em ambiente aquoso liberando ânions, carga negativa,


são os emulsionantes mais baratos, favorecem a absorção de ativos, possui
característica limpante e alta penetração cutânea. Faixa de PH restrita.

Catiônicos: Compostos catiônicos adsorvem aos fios de cabelos, neutralizam


cargas negativas e assim aumentam a lubrificação dos cabelos e diminuem a força
necessária para pentear os fios, ou seja, menos quebra e menos eletricidade estática
na superfície do fio. 

Anfóteros: são substâncias que podem se comportar de maneira diferente


dependendo do pH do meio, por exemplo algum emulsionante que é catiônico apenas
em meio ácido.

ESTEARATO DE GLICERILA AUTO EMULSIONÁVEL GLYCERYL


STEARATE SE
Conhecido também por cera de coco. Contém uma pequena porção de
estearato de sódio, portanto é um emulsionante aniônico, ou seja possui carga
negativa. É derivado de matérias primas vegetais e sintetizado por saponificação e
aceito em cosmética natural. 

Para a estabilidade da emulsão, o pH deve se manter entre 5 e 9, pois a


estabilidade da emulsão depende da estabilidade do estearato de sódio, um sabão de
ácido esteárico, que é a parte hidrofílica aniônica desse emulsionante. Ponto de fusão
~57° à 65°C.

MONOESTEARATO DE GLICERILA GLYCERYL STEARATE


O monoestearato de glicerila ou monoestearina é um monoglicerídeo de ácido
esteárico, com ações co-emulsionantes e emolientes. É classificado como um
surfactante não-iônico, dessa forma sua afinidade com a água é devido a alguns
grupamentos hidrofílicos livres da glicerina. 

Largamente utilizado na indústria cosmética, é utilizado como agente de


consistência e emulsionante auxiliar. Pode ser usado em combinação com outros
espessantes e emulsionantes proporcionando excelentes resultados Devido a glicerina
possuir 3 ligações OH, o monoestearato de glicerila é uma mistura de mono, di e
triésteres, predominando o monoéster, por estar na concentração maior que 40%. É
um excelente emoliente, agente estabilizante e doador de consistência para emulsões
cosméticas. Produto de origem vegetal. Ponto de fusão ~80°C.

Pode ser utilizado em: sabões, detergentes, velas, cremes e loções. O ácido
esteárico é um ácido graxo saturado com 18 carbonos, presente em óleos e gorduras
animais e vegetais, de fórmula química CH3(CH2)16COOH. À temperatura ambiente
ele é sólido, se parecendo com uma cera microgranulada. Não iônico. Ponto de fusão
69°C.

ESTEARATO DE SÓDIO
Emulsionante aniônico 100% ativo produzido pela saponificação da estearina
ou ácido esteárico e pode ser facilmente feito em casa. Deve ser usado na fase
aquosa do preparado. 

É um emulsionante aniônico que também tem poder de limpeza, pode ser


usado em esfoliantes de banho espumosos, limpadores faciais, géis semi sólidos,
hidratantes, desodorantes, cremes e sólidos. 

A fórmula para fazê-lo está na apostila de sugestões de fórmulas.

Cera BTMS 25 ou 50 ( BEHENYL TRIMONIUM METHOSULFATE


(AND) CETEARYL ALCOHOL ) 
É uma cera auto emulsionante, mistura de um agente catiônico derivado de
vegetal e um alcool graxo.
 É um surfactante de amônio quaternário, não pode ser considerado 100%
natural, mas é derivado de fontes renováveis. Suave e gentil, se comparado com
outros agentes catiónicos quaternários. Por ser quaternário é biocida e não facilmente
biodegradável, alguns estudos mostraram danos oculares em exposição ao produto.
Usado para fazer condicionador por ter a característica catiônica, carga
positiva, que neutraliza a carga eletrostática dos cabelos proporcionando efeito
desembaraçante e diminuindo frizz e quebra. Pode ser BTMS 50 ou 25, referente à
concentração de matéria ativa catiônica em relação ao álcool cetoestearílico, ou seja,
é uma matéria prima diluída. 
Ponto de fusão 55 a 65°C. Não ultrapassar 75°C. 

Os surfactantes de amônio quaternário (quats) têm riscos potenciais


associados a eles que podem ser transferidos para as formulações. A toxicidade
ambiental tornou-se uma preocupação crescente com os surfactantes de amônio
quaternário porque eles demonstram um forte potencial para toxicidade aquática e
persistência ambiental. 

Além disso, os quats não são possíveis de fabricar como composições 100%
derivadas de plantas porque os grupos de cabeça de amônio quaternário requerem
algum conteúdo de carbono derivado de produtos petroquímicos. BTMS não deve ser
usada na pele, pois pode sensibilizar e prejudicar a biota natural de pele por sua
característica biocida.

ÁLCOOL CETOESTEARÍLICO
Agente de consistência. É uma mistura de dois álcoois graxos, o cetílico e o
estearílico, pode ser usado o álcool cetílico puro para os mesmos fins e na mesma
proporção. 

Derivados de matérias-primas de origem vegetal de fontes renováveis, são


utilizados em quase todas as formulações cosméticas de cremes, loções,
bronzeadores e condicionadores capilares.

Devido a sua compatibilidade com a pele, e por ser um produto extremamente


suave, ele produz emoliência quando usado em formulações cosméticas e aplicado
sobre a pele e cabelos. Composto não Iônico, sem carga. Ponto de Fusão ~50°C.

EMULSENSE HC BRASSICYL ISOLEUCINATE ESYLATE &


BRASSICA ALCOHOL
É um sistema catiônico natural adequado para cuidados com os cabelos,
particularmente condicionadores naturais. Do tipo Esilato, derivado de fermentação e
materiais vegetais, usando princípios sustentáveis de química verde. Pode ser usado
como agente antiestático primário e emulsionante em fórmulas condicionadoras. 

O componente ativo é um surfactante catiônico com cadeias


predominantemente C22. 65% do ingrediente catiônico esilato de isoleucinato de
brassicil (Ativo) e 35% de álcool de brássica, Possui um desempenho de
condicionamento similar aos de cadeia behênica amplamente utilizados em produtos
de cuidados pessoais. Para usá-lo em cremes é necessário ajustar o PH com Arginina,
pois ele deixa a fórmula muito ácida ph~3,5. Ponto de Fusão ~58°C. Produto
certificado pela Ecocert.

ÁLCOOL CETOESTEARILICO ETOXILADO CETEARETH – 20


É um emulsionante clássico para cremes. Não Iônico e estável em amplo
espectro de pH, compatível com agentes catiônicos, faz emulsão com partículas de
tamanho extremamente reduzido e homogêneo. 

Proporciona elevada estabilidade à formulação, mesmo em com eletrólitos,


meio alcalino ou ácido. O produto é constituído por álcoois graxos etoxilados obtidos
pela reação de álcoois cetílico, cetoestearílico e oleico de origem natural com óxido de
etileno (EO). Trago este emulsionante a título de conhecimento, pela etoxilação ele
não é aceito em cosmética natural, mas é bem tolerado e recomendado para peles
sensíveis.

OLIVEM 1000 OLIVATO DE CETEARILA, OLIVATO DE


SORBITANO
É um componente auto emulsionante multifuncional, sua composição química é
semelhante à composição lipídica do estrato córneo. Oferecem hidratação profunda e
boa espalhabilidade. É totalmente seguro, não irritante, hipoalérgico e biocompatível.

Emulsionante derivado de uma mistura de ácidos graxos do óleo de oliva


esterificados, com sorbitol e álcool cetoestearilico, não Iônico. Com certificação
ECOCERT. Ponto de Fusão ~70°C.

AMIDET APA 22 BEHENAMIDOPROPYL DIMETHYLAMINE


Emulsionante anfótero que em pH ácido se comporta como catiônico. É uma
amidoamina biodegradável, promove um excelente condicionamento sensorial e
proteção da cor. 

Melhora a penteabilidade a seco e a úmido, composto de 100% matéria ativa,


sem agentes de consistência ou diluentes. O pH do creme/barra precisa estar ácido
para ele atuar como catiônico, o fabricante recomenda ácido lático até pH ~4,5. Ponto
de Fusão ~80°C. 

 Em condicionadores: 1-5% 
 Em condicionadores sólidos: 5-24% 
 Em shampoos: 0,5% 
 Em leave-on: 0,5-3% 

É necessário adicionar Ácido lático na fase aquosa para ativar as propriedades


catiônicas da cera antes da emulsão. Acrescentamos entre 0,24- 0,30 de ácido lático
solução 90-80%, por cada 1 g de cera, ou acidificamos o pH da fase aquosa em 4,5-5.
Aceito em cosméticos orgânicos pela AIAB (Italian Association for Organic Agriculture).
O produto é facilmente biodegradável e com baixa toxicidade para peixes e algas.

ALQUILPOLIGLUCÓSIDIOS

Porque o alquilpoliglicosídeo é feito de matérias-primas naturais, prontamente


biodegradável, seguro e ecológico, suave, pouco tóxico, pouco irritante para a pele,
propriedades de umectação superiores, baixa tensão superficial, boa compatibilidade
com todos os outros tipos de surfactantes. Os produtos de surfactantes alquil
poliglicosídeos estão se tornando populares a cada dia e a demanda por seu uso está
aumentando em todo o mundo.

Decil Poliglucosideo, Lauryl Glucoside e Coco Glucoside


São surfactantes não iônicos suave usados em fórmulas cosméticas, incluindo
shampoo e sabonetes líquidos em produtos para pessoas com pele sensível. Muitas
empresas de cuidados pessoais naturais usam esse limpador porque é derivado de
plantas, biodegradável e suave para todos os tipos de cabelo. 

Em cosméticos e produtos para cuidados pessoais, Decyl Glucoside, Lauryl


Glucoside e Coco Glucoside funcionam como surfactantes – agentes de limpeza.
adequado para produtos para bebês, produtos de banho, produtos de limpeza,
produtos para cuidados com a pele, maquiagem para os olhos e produtos para os
cabelos, incluindo tinturas e cores de cabelo.

Eles são todos formados pela reação de álcoois naturais (que variam de
acordo com o comprimento da cadeia de carbono) com uma forma cíclica de açúcar,
glicose ou polímeros de glicose. O comprimento da cadeia de carbono fez diferentes
glicosídeos:

Lauryl Glucoside (C12-C14), 


Decyl Glucoside (60% C8-C10, 40% C12-C14),
Coco Glucoside (40% C8-C10, 60% C12-C14),

Estabilidade de de espuma: Lauryl Glucoside > Coco Glucoside > Decyl Glucoside.

Velocidade de espuma: Lauryl Glucoside <Coco Glucoside <Decyl Glucoside

Viscosidade: Lauril glicosídeo > Coco glicosídeo > Decil glicosídeo

Limpeza e detergencia: Lauryl Glucoside > Coco Glucoside > Decyl Glucoside.

COCOAMIDOPROPIL BETAÍNA
A cocoamidopropil betaína é um excelente co-tensoativo, compatível com
tensoativos aniônicos, catiônicos e não-iônicos, o que favorece seu uso em
formulações de sabonetes líquidos para lavagem de mãos. Seu uso em sabonetes
degermantes é bastante frequente, pois a cocoamidopropil betaína tem propriedades
microbiocidas, é eficaz na redução da tensão superficial e atua em sinergia com
tensoativos aniônicos. 

Também conhecida como coco-betaína ou anfótero, trata-se de um surfactante


cuja molécula possui tanto carga negativa quanto positiva em sua estrutura química,
sendo, portanto, considerado um composto eletricamente neutro, o que confere a esse
ingrediente bastante versatilidade em suas aplicações. 

Tem como principal função atuar como agente de limpeza, permitindo a


interação entre água e óleo, ou sujeira, para que essa última possa ser enxaguada.
Além disso, a cocoamidopropil betaína é muito utilizada para aumentar a viscosidade e
a estabilidade da espuma em alguns produtos cosméticos e de limpeza, tais como,
sabonetes líquidos, shampoos e detergentes, promovendo, ainda, mais suavidade e
ligeira emoliência às formulações. 
É considerado um agente de limpeza gentil com a pele, porém estudos
sugerem que pode haver algum potencial irritante devido à possível presença de
subprodutos (impurezas) nocivos em sua composição, caso das amidopropil
dimetilamina e das nitrosaminas. É importante, portanto, selecionar fabricantes de
qualidade para garantir que tais impurezas sejam devidamente removidas durante seu
processo de fabricação.

A cocoamidopropil betaína tanto pode derivar de fontes vegetais, como o óleo


de coco, como também de produção sintética. É considerada segura para uso
cosmético, porém é recomendado restrição em sua utilização, de acordo com estudo
conduzido pelo Cosmetics Ingredient Review (CIR). 

Matéria-prima produzida com ácido graxo de coco e dimetil carboximetil


betaína (sintética), portanto um derivado semissintético, onde uma das partes da
molécula é natural e a outra não. Portanto, não é aceito pelas normas do IBD pela
porção quaternária.

 ATENÇÃO: Contém cátions de amônia quaternária que são biocidas e


potencial risco à saúde e meio ambiente (ação condicionadora neutralizadora de
ânions, antifrizz).

TENSOATIVOS USADOS EM SHAMPOO SÓLIDO

SCI- SODIUM COCOYL ISETHIONATE - ISETIONATO DE SÓDIO


É um ingrediente sintetizado a partir de ácidos graxos vegetais. O Isetionato de
sódio, SCI, é criado pela combinação de sódio com ácido isetionico. Tensoativo
aniônico fraco, seguro e biodegradável, SCI é derivado do óleo de coco, apresentado
na forma de pó granulado, muito bem tolerado pela pele, produz espuma mesmo em
águas duras e tem PH ajustável de 4,5 até 8. Sofre hidrólise em pH abaixo de 4 ou
acima de 12 e perde função. 

Os Isetionatos são obtidos pela condensação de cloreto de ácido laúrico ou


dos ácidos graxos de coco com o sal sódico do ácido isetiônico. O ácido isetiônico é
criado combinando bissulfito de sódio em uma solução aquosa com óxido de etileno. O
óxido de etileno é um conhecido agente cancerígeno. Traços de óxido de etileno
podem permanecer no produto final, junto com 1,4-dioxano cancerígeno. 

O óxido de Etileno, mesmo que presente como resíduo no tensoativo, não


apresenta riscos ao usuário, pois é volátil e não absorve na pele, porém sua cadeia
produtiva e manipulação gera riscos ambientais e laborais. Estes compostos
apresentam poder espumógeno semelhante aos sabões e deixam uma agradável
sensação aveludada na pele.

Pode ser usado como tensoativo único, principal ou secundário, suavizando


fórmulas com tensoativos mais fortes, em xampus sólidos. Pode ser usado em outras
formulações. Manipular sempre com máscara.

SLS- SODIUM LAURYL SULFATE 


Geralmente conhecido como lauril sulfato de sódio, muito criticado ultimamente
por ser muito irritante à pele e ao cabelo, podendo causar alergias e dermatites em
pessoas com peles sensíveis. Mesmo com todas essas críticas, é o mais usado na
indústria farmacêutica e também em cosmética artesanal por ser muito eficaz e barato.

SCS- SODIUM COCO SULFATE 


 O coco sulfato de sódio tem a mesma procedência do sodium lauryl sulfate
(SLS) só que menos concentrado, bem mais diluído e proveniente diretamente do óleo
de coco puro (com todos os ácidos graxos). Dá uma boa limpeza e muita espuma,
pode sensibilizar peles secas e sensíveis. O ideal é usá-lo para cabelos oleosos e em
sinergia com tensoativos mais suaves.

SLSA- SODIUM LAURYL SULFOACETATE 


Derivado do óleo de coco e de palma. Tensoativo aniônico muito mais suave
que o SLS. Não tem efeito irritante, nem ressecamento da pele e do couro cabeludo,
respeitando a dosagem máxima permitida. 

Como possui moléculas grandes não é absorvido pela pele, por isso não causa
irritação cutânea. Faz uma espuma boa, não abundante, mas suficiente e cremosa. 

É adequado para todos os tipos de pele e cabelo, inclusive as frágeis e


sensíveis. Pode ser usado como tensoativo primário ou em combinação com outros
tensoativos aniônicos ou não-iônicos.

SODIUM LAUROYL METHYL ISETHIONATE


O Lauroil Metil Isetionato de Sódio é um surfactante solúvel em água, derivado
do coco. Não deve ser confundido com lauril sulfato de sódio de som semelhante, este
ingrediente é um surfactante incrivelmente suave e é considerado um dos mais
seguros do mercado. É considerado suave e eficaz. Com uma excelente classificação
do EWG "sem preocupação com a saúde" do GoodGuide, onde não aparece em
nenhuma de suas listas de produtos químicos tóxicos. Ainda não está disponível para
pessoa física no Brasil.

OUTROS INSUMOS

GOMA ESCLEROTIUM
É um homopolissacarídeo não iônico secretado por fungos do gênero
Sclerotium. Em solução aquosa, apresenta uma estrutura linear, rígida e em hélice
tripla. A goma Sclerotium possui vantagens importantes, devido à sua estrutura em
hélice tripla, garante alta segurança e compatibilidade, com capacidade de formar géis
aquosos estáveis em condições extremas, apresentando alta tolerância a temperatura,
pH e eletrólitos. 

Exerce alta capacidade de retenção e reposição de água, pode aumentar a


função de barreira da pele e nutrir a pele seca e áspera, proporcionando uma
sensação suave, macia e fresca às formulações cosméticas.

GOMA XANTANA
Pó branco-creme, solúvel em água e glicerina. É um heteropolissacarídeo
natural de alto peso molecular (2.500.000 daltons) é um importante biopolímero
industrial, comercialmente produzido em fermentação aeróbica do microorganismo
Xanthomonas Campestris em presença de carboidratos e fatores de crescimento. Com
característica aniônica, a molécula de Goma Xantana é composta por unidades de
glucose, manose e ácido glucurônico. 

Estável em uma ampla faixa de valores de pH e temperatura. Não é capaz de


emulsionar, mas produz uma suspensão em forma de gel.

BICARBONATO DE SÓDIO
É um sal composto por íons bicarbonato e íons sódio (NaHCO3). O
bicarbonato de sódio é cristalino, mas geralmente parece um pó fino. Tem
característica alcalina, pH ~9 e é capaz de tamponar o pH, ou seja, manter o pH
estável, por isso, é usado como antiácido, também é usado em limpeza, desodorantes,
culinária e outros usos industriais.

Como desodorante age de duas formas diferentes, neutraliza os ácidos


orgânicos característicos e mantêm ambiente em ph alcalino que inibe o crescimento
de bactérias responsáveis pelo odor dos ácidos orgânicos.

É muito comum relatos de sensibilidade com o uso de desodorantes com


bicarbonato, portanto em qualquer irritação descontinue o uso, use sempre uma dose
pequena de bicarbonato. Ele é muito eficiente mas muito forte, use com moderação.

HIDRÓXIDO DE MAGNÉSIO
O hidróxido de magnésio é um dos produtos mais conhecidos do elemento
químico magnésio (Mg). Apresenta fórmula molecular Mg(OH) , pode ser usado como
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desodorante.
Em temperatura ambiente é um sólido branco. Apresenta solubilidade em água
de 9 mg/L a 18 °C, e disperso em água, em uma concentração de cerca de 7%, forma
uma suspensão com aspecto leitoso, sendo popularmente conhecido como leite de
magnésia.
Estudos demonstraram que o Hidróxido de Magnésio não é absorvido pela
pele. Em vez disso, seu principal objetivo em um desodorante natural é neutralizar
qualquer bactéria causadora de odor na superfície da pele sem afetar a derme – a
camada da pele onde estão contidas as glândulas sudoríparas, poros e folículos
pilosos.

ÓXIDO DE ZINCO
O óxido de zinco é um composto químico de cor branca. Sua fórmula é ZnO, é
pouco solúvel em água, porém muito solúvel em ácidos. 

É utilizado como inibidor do crescimento de fungos em pinturas e como


pomada antisséptica na medicina. 

Na pele é usado como filtro solar, secante e antisséptico para peles oleosas e
com acne. Pode ser usado como coadjuvante em desodorantes, ajudando a proteger a
pele dos agentes alcalinos desodorantes e manter o local mais seco.

ALÚMEN DE POTASSA
O alúmen de potássio, conhecido popularmente como pedra hume, é um
sulfato duplo de alumínio e potássio que possui diversas propriedades e aplicações.
Extraído de um mineral chamado alunita, ele possui ação adstringente, antisséptica e
cicatrizante, equilibra o pH da fórmula para 3,8 e é bacteriostático, sendo comumente
utilizado nas áreas de saúde e beleza. 

O alúmen de potássio pode ser adquirido em formato de pedra, sal, spray ou


pó em lojas de produtos naturais, feiras livres, farmácias de manipulação e alguns
supermercados. Mesmo sendo natural, deve ser utilizado com atenção. Isso porque o
seu uso excessivo pode causar irritações na pele. 

Além disso, algumas pessoas são sensíveis ao Alúmen de Potássio. Por isso,
faça um teste antes de utilizá-lo. Outra dica importante é não ingerir alúmen de
potássio. Caso isso aconteça de forma acidental, procure orientação médica
imediatamente. A ingestão de alúmen de potássio pode causar graves problemas de
saúde e até hemorragia.

HIDRÓXIDO DE SÓDIO
O hidróxido de sódio (NaOH), também conhecido como soda cáustica, é usado
na indústria, principalmente como base química, é o reagente que usamos em
saboaria que transforma óleos em sabão. Em cosméticos podemos usar uma solução
de Soda cáustica para ajustar o pH de algum preparado e para fazer nosso
Emulsionante Estearato de Sódio.

CONSERVANTES

CONSERVANTE LIVRE DEHYDROACETIC ACID (AND) BENZOIC


ACID (AND) BENZYL ALCOHOL
É um conservante de amplo espectro à base de ácidos orgânicos dissolvidos
em álcool benzílico, misturas livre de parabeno e formaldeído. Sua forma líquida torna-
o muito fácil de manipulação, foi desenvolvido para atender à demanda de matérias-
primas cosméticas leves e sem maiores riscos ambientais. Este produto é estável até
80°C. No entanto, a exposição prolongada à temperaturas elevadas, deve ser evitada. 

Concentrações de uso recomendadas para estas misturas variam de 0,6% a 1,2%. 

Faixa de pH de ação abaixo de 5. 

Parcialmente solúvel em água, precisa ser solubilizado.

Deixa cheiro no produto, pH restrito.

NIPAGUARD SCE SORBITAN CAPRYLATE (AND)


PROPANEDIOL (AND) BENZOIC ACID
Porcentual dos componentes presentes no Nipaguard SCE disponível na Engenharia
das essências: 65% Sorbitan Caprylate, 20% Propanediol, 15% Ácido Benzóico. 

Ph de ação:4 a 8 

Uso de 0,5% a 1,5%, pouco solúvel em água, ideal para emulsões.


SORBATO DE POTÁSSIO
É um sal de potássio do ácido sórbico, conservante fungicida e bactericida,
inibidor de crescimento de bolores e leveduras, amplamente utilizado na alimentação
como conservante. O ácido sórbico se encontra em forma natural em alguns frutos,
contudo, geralmente, utiliza-se o Sorbato de Potássio na indústria alimentar, pois é
mais solúvel em água que o Ácido Sórbico. 

O Sorbato de Potássio é feito a partir de uma reação do ácido sórbico com o


hidróxido de potássio. Apesar de classificado como irritante em alguns lugares, esse
conservante é considerado seguro e suave por conta de seu longo histórico de
segurança e perfil não- tóxico. O Sorbato de Potássio é não-irritante e não-
sensibilizante. 

Ph de Ação ácido: 6 a 4, pó solúvel em água.

Uso ~0,5%

VITAMINA E
A vitamina E é um importante antioxidante lipossolúvel e está em uso há mais
de 50 anos na dermatologia. É um ingrediente importante em muitos produtos
cosméticos. Protege a pele de vários efeitos deletérios devido à radiação solar, agindo
como um eliminador de radicais livres.

 Estudos experimentais sugerem que a vitamina E possui propriedades


antitumorigênicas e fotoprotetoras. A vitamina E é sintetizada pelas plantas e deve ser
obtida através de fontes alimentares. As fontes mais ricas são nozes, espinafre, grãos
integrais, azeite de oliva e óleo de girassol. 

Existem oito tipos de vitamina E (α-,β-,γ- e σ-tocoferóis e seus correspondentes


tocotrienóis relacionados). A vitamina E, que ocorre naturalmente nos alimentos na
forma de α-Toc, oxida lentamente quando exposta ao ar. A estabilidade da vitamina E
tópica pode ser aumentada pelo uso de conjugados de vitamina E, que são ésteres de
tocoferol, resistentes à oxidação, mas ainda podem penetrar nas camadas da pele. 

Embora muitos cosméticos contenham vitaminas C e E, muito poucos são


realmente eficazes na aplicação tópica porque a estabilidade é comprometida assim
que o produto é aberto e exposto ao ar e à luz. O efeito antioxidante da Vitamina E
natural é superior ao da sintética.

LACTATO DE SÓDIO
É um umectante natural derivado do sal do ácido lático, um AHA, já visto
anteriormente. Apesar do nome semelhante, o Lactato de Sódio e o Ácido Lático têm
fórmulas químicas muito diferentes; no entanto, o que eles têm em comum são suas
excelentes propriedades umectantes.

PCA DE SÓDIO 
É um sal sódico do PCA (ácido pirrolidona carboxílico), derivado do Ácido
Glutâmico, obtido a partir do melaço da cana-de-açúcar. PCA-Na tem alto poder
umectante e é um dos componentes do fator natural de hidratação (NMF). É
extremamente seguro e, devido a sua biodegradabilidade, é considerado um produto
compatível ecologicamente.

AHA: Alfa Hidroxiácidos: 


Nos últimos anos, formulações cosméticas contendo alfa-hidroxiácidos têm
sido amplamente utilizadas. Estes produtos, se adequadamente preparados, são
utilizados no controle da pele seca, ictiose, acne e outras condições caracterizadas por
hiperqueratose. Aplicados de várias maneiras, os alfa-hidroxiácidos reduzem
significativamente os sintomas da pele fotoenvelhecida

ÁCIDO LÁTICO
É um ácido usado no feitio de condicionador com emulsionantes que
necessitam de ambiente ácido para serem catiônicos. 

Esse ativo também faz parte do grupo dos AHAs, abreviação de alfa-
hidroxiácidos, conhecidos primeiramente por serem esfoliantes químicos, promovendo
a renovação celular. Como você pode imaginar pelo nome, o ácido lático vem
originalmente do açúcar do leite (lactose), mas com a biotecnologia ele pode ser
obtido de outras fontes, como a fermentação de uvas (glicose), açúcar de cana
(sacarose) e amido. 

O ácido lático tem peso molecular intermediário, o que significa que não
penetra tão profundamente nas camadas da pele. Mesmo assim ajuda na limpeza dos
poros e remove suavemente a pele morta, sem irritar. É suave mesmo, amigo da pele
mista e sensível. Uma grande curiosidade e talvez um de seus maiores benefícios, na
verdade, tem tudo a ver com hidratação. 

O ácido lático é parte do Fator Natural de Hidratação (NMF) da nossa pele,


grupo de moléculas umectantes primordiais para a retenção de água na pele. Além
disso, o ácido lático estimula a produção de ceramidas, que são a base para manter a
barreira cutânea restaurada, ajudando que ela fique cada vez mais forte e saudável.

ÁCIDO CÍTRICO
O ácido cítrico é um alfa-hidroxiácido que frequentemente aparece em muitas
formulações de cuidados com a pele, bem como em tudo, desde alimentos a produtos
de limpeza.

 Derivado, você adivinhou, de frutas cítricas, oferece uma ampla variedade de


benefícios quando usado em todas essas diferentes capacidades 

Por ser um AHA, o ácido cítrico oferece os mesmos tipos de propriedades


esfoliantes que qualquer AHA, mas também tem alguns benefícios adicionais que vale
a pena citar:

 - Atua como um esfoliante químico: todos os alfa-hidroxiácidos, incluindo o


ácido cítrico, atuam ajudando a dissolver a "cola" que mantém as células mortas
grudadas na superfície da pele. Ao promover a renovação celular e ajudar essas
células mortas a se desprenderem, ajuda a desobstruir os poros, uniformizar o tom da
pele e melhorar as texturas gerais, diz Frieling. 

No entanto, vale a pena notar que o que mais separa o ácido cítrico de outros
AHAs é seu tamanho molecular: "As moléculas do ácido cítrico são maiores que as do
ácido glicólico, que é o menor de todos os AHAs, mas também são maiores que as do
ácido lático , ácido pirúvico e ácido tartárico", explica Petrillo. Isso significa que é mais
difícil para a pele absorver o ácido cítrico, o que significa que é mais fraco e menos
potente. Mas o resultado é que pode ser muito mais fácil para alguém tolerar o ácido
cítrico do que o ácido glicólico, acrescenta Petrillo.

 - Contém antioxidantes protetores: o ácido cítrico é único em comparação com


outros ácidos porque também possui benefícios antioxidantes.

Agressores externos, como danos causados pelo sol, podem causar estragos
nas células da pele. Antioxidantes como o ácido cítrico podem ajudar a combater um
pouco desse estresse oxidativo para revelar uma pele mais brilhante.

 - Possui propriedades adstringentes: o ácido cítrico é um adstringente natural,


ajudando a secar o excesso de óleo e deixando a pele com uma sensação agradável e
limpa. Benefícios para os cabelos: reduz o pH dos produtos capilares, o que pode
ajudar a melhorar não apenas o funcionamento da fórmula, mas também a aparência
do cabelo. Manter o seu cabelo no pH ideal ajuda a manter as cutículas do cabelo
seladas. Isso significa que eles podem reter melhor a umidade e refletir a luz para que
o cabelo pareça saudável e brilhante. Existem alguns benefícios para o couro
cabeludo também. Manter esse pH alvo de 4,5 a 5,5 ajuda.

BHA / Ácido Salicílico


Não há diferença entre os dois. O ácido salicílico é um tipo de BHA, muito
conhecido como beta-hidroxiácido.
O ácido salicílico tem sido usado para tratar várias doenças da pele há mais de
2.000 anos. A capacidade do ácido salicílico de esfoliar o estrato córneo o torna um
bom agente para peeling.
 Em particular, a propriedade comedolítica do ácido salicílico o torna um agente
de peeling útil para pacientes com acne. Uma vez considerado um agente
queratolítico, o papel do ácido salicílico como agente desmolítico, devido à sua
capacidade de romper as junções celulares em vez de quebrar ou lisar os filamentos
de queratina intercelulares, agora é reconhecido e discutido aqui. O ácido salicílico
como agente de peeling tem várias indicações, incluindo acne vulgar, melasma,
fotodano, sardas e lentigos.

As partículas de ácido salicílico são relativamente grandes, razão pela qual é


particularmente suave para a pele. 
As células mortas da pele são mantidas juntas por gorduras e lipídios que
entopem os poros, o que pode levar a manchas e acne. Como o ácido salicílico quebra
essas ligações, a renovação celular é promovida e a pele rejuvenescida que pode
absorver melhor outros ativos.. 
Os BHAs também atuam como um agente antibacteriano, pois penetram
profundamente na pele e removem o excesso de sebo dos poros.
Ele ativa suavemente a capacidade da pele de renovar as células para
minimizar linhas finas, rugas e descoloração. A pele fica preenchida e fresca com um
brilho perfeitamente radiante!
Em princípio, o BHA é adequado para todos os tipos de pele. No entanto, é
aconselhável não usá-lo em peles muito sensíveis ou com doenças de pele. Os tipos
de pele com manchas e oleosas, em particular, que dependem do ácido salicílico, têm
grande sucesso.

EXTRATO GLICERINADO

 Como conservar:

Antioxidante ácido cítrico ((0,5 ~1%) + conservante sorbato de potássio (0,5%) 

Antioxidante protege a cor, previne a oxidação dos compostos extraidos.


Conservante previne contaminação biológica do extrato.

Modo de fazer:

Plantas frescas uso glicerina pura.

Planta seca uso < 20% água ou hidrolato

Casos especiais uso 20% de álcool de cereais (aumenta o espectro do extrato e


sanitiza a planta)

Plantas frescas macias: deixo uma semana ou menos macerando, coar e depois
conservar.
Planta mais dura, mais demorada de extrair e menos volumosa, recomendo conservar
já na extração.

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