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© Todos os direitos reservados ®Cosmetologia Natural

Tálitha Moreira Eloy

Ourinhos-SP
1ª Edição
12/2018

© Todos os direitos reservados ®Cosmetologia Natural


O que é um Shampoo Sólido?

Os shampoos sólidos são barras de xampu compostas por surfactantes


em pó, óleos, emulsionantes, manteigas, óleos essenciais e ativos.
Alguns podem conter água, para que os ingredientes se unam e
quando a água evapora, as partículas de surfactante se aglutinam
em uma massa.

Fazem sucesso por renderem mais lavagens evitando desperdícios,


dispensam embalagens e são práticos na hora de levar na mala. Se
tornaram muito populares por causa da Lush, no entanto a marca usa
como ingrediente principal de seus shampoos sólidos o Lauril
Sulfato de Sódio (SLS), surfactante sintético extremamente
agressivo que pode desencadear reações alérgicas na pele e nos
olhos, além do que a ação do lauril pode aumentar a perda de água
transdérmica e levar a rachaduras e inflamações na epiderme.
Embora considerado seguro segundo os padrões da indústria
cosmética o potencial de irritação do SLS é bem conhecido e
documentado, especialmente quando utilizado em concentração mais
altas, a partir de 2%. Portanto quanto maior a concentração do
mesmo maior o risco de reações alérgicas. Um estudo do Instituto
de Química da Unicamp de 2013 mostrou que a imersão do cabelo em
LSS a 5% é capaz de promover uma perda proteica nos fios duas
vezes maior que a imersão em água.

O que são tensoativos?

Um surfactante ou tensoativo são substâncias que apresentam uma


cabeça hidrofílica, que se une a água, e uma cauda lipofílica que
pode unir água e óleo. Essa estrutura química dá aos surfactantes
a capacidade de atuar na interface entre ar/água ou entre
sólidos/água alterando a forma como a água interage com os grupos
hidrofóbicos pela diminuição de sua tensão superficial.

Ao se conectar à gordura e à água ao mesmo tempo, os surfactantes


arrastam as moléculas de gordura em uma solução aquosa e promovem
a limpeza de nossa pele e cabelos. Surfactantes são capazes de
fazer isso de maneira organizada através de estruturas denominadas
micelas.

Os tensioativos podem ser classificados como:


 Catiônicos: são agentes tensioativos que ao se ionizar em
solução aquosa, fornece íons orgânicos carregados
positivamente.

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 Aniônicos: são agentes tensioativos que possuem um ou mais
grupamentos funcionais e ao se ionizar em solução aquosa,
fornece íons orgânicos carregados negativamente.

 Não-iônicos: são agentes tensioativos que possuem grupos


hidrofílicos sem carga
 Anfóteros: são agentes tensioativos que quando em solução
aquosa exibem características aniônicas ou catiônicas
dependendo das condições de pH da solução.

O tamanho das micelas pode determinar a suavidade de um produto.


Quanto maiores as micelas, mais suave o limpador. Quanto menores
as micelas, mais irritante é o limpador. Os surfactantes aniônicos
ou carregados negativamente têm micelas mais pequenas e mais
esféricas do que os agentes tensoativos não iônicos.
Os tensoativos são ingredientes usados na preparação de shampoos,
gel de banho e vários outros produtos. Eles tem a propriedade de
limpar e gerar espuma. O tensoativo é o ingrediente principal de
um shampoo sólido que pode corresponder de 50 a 80% do peso total
da fórmula do shampoo.

 SLS Sodium Lauryl Sulfate: surfactante aniônico, solúvel em


água, Ph entre 10 a 12, origem vegetal ou sintética.
Agressivo, pode causar alergias em peles sensíveis. É
certificado pelo Ecocert
 SCS Sodium Coco Sulfate: surfactante aniônico, solúvel em
água, pH entre 10 a 12 . Origem vegetal. Uso 10 a 80%. Tem a
mesma origem do SLS, mas menos irritante. É certificado pelo
Ecocert
 SLSA Sodium Lauryl Sulfoacetate: surfactante aniônico,
solúvel em água pH entre 5 a 7,5. Origem vegetal ou
sintética. Uso: 1 a 20%. Não é certificado pelo Ecocert, mas
é uma alternativa ao uso do SLS, pois não costuma causar
alergias e nem é considerado agressivo.
 SCI Sodium Cocoyl Isethionate: surfactante aniônico, solúvel
em água, pH de 6 a 8, pode ser de origem vegetal ou
sintética. Uso: até 50% em produtos enxaguáveis e 17% em
produtos sem enxágue de acordo com o CIR
https://online.personalcarecouncil.org/ctfa-
static/online/lists/cir-pdfs/pr89.pdf
https://online.personalcarecouncil.org/ctfa-
static/online/lists/cir-pdfs/PR550.pdf

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Dos tensoativos mencionados acima, o SLS por ser agressivo não
indico o uso. O único vendido no Brasil é o SCI (Sodium Cocoyl
Isethionate), o SLSA é uma boa alternativa e pode ser usado em
conjunto com o SCI, pois é ideal é que se tenha uma mistura de
surfactantes em pó para ficar dentro da concentração limite de
cada ingrediente. No entanto, o SLSA não existe no Brasil para
venda mas existe a possibilidade de importação no site Cremas
Caseras, já comprei lá e é seguro, enviam rápido, algumas fórmulas
trabalharei com os dois surfactantes e outras somente com o SCI.
O SCI é um isetionato de ácido graxo e os isetionatos são
considerados muito suaves para a pele, cabelo e olhos, e são
tolerantes à água dura. Além de deixarem a pele e cabelos com uma
ótima sensação sedosa. Eles criam uma espuma densa e cremosa. O PH
está entre 5,5 a 6,6. Pode ser usado como o tensoativo principal
e único mas tomando o cuidado para não deixar seu shampoo com pH
inferior a 5 porque o SCI perde sua função em ambientes ácidos. A
concentração máxima recomendada pelo CIR é de 50% em um produto
com enxágue, apesar de o mesmo não ser tóxico e não ser
cancerígeno. Para consultar concentrações e estudos consulte o
site do CIR.
Alguns SCI tem o INCI de Sodium Cocoyl Isethionate e outros tem um
INCI de Sodium Cocoyl Isethionate and Stearic Acid. Isso significa
que o ácido esteárico foi adicionado à mistura para transformar o
SCI em macarrão ou floco.
Ele pode ser vendido com nomes comerciais diferentes:

 Hostapon 85 - INCI: Sodium Cocoyl Isethionate, 85% de matéria


ativa
 Hostapon 65 – INCI: Sodium Cocoyl Isethionate and Stearic
Acid , 65% de matéria ativa. Use 0.5-80 %.
 Jordapon CI Powder – INCI: Sodium Cocoyl Isethionate em pó,
cerca de 94% de matéria ativa

Atenção os tensoativos em forma de pó necessitam cuidados ao


manuseá-lo pois uma fina névoa é dispersa no ar, portanto deve-se
usar mascara, pois pode causar irritação ao aparelho respiratório.
Não inalar! Não respirar!
Usar SEMPRE máscara e luvas para manusear este ingrediente

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TENSOATIVOS LÍQUIDOS
 Decyl Glucoside (Plantarem 2000) – tensoativo primário não
iônico limpador suave. Dosagem aplicação: 4,0 a 12%

 Lauryl Glucoside (Plantarem 1200) – tensoativo não iônico,


origem vegetal, compatível com catiônicos, aniônicos,
anfóteros, atua como tensoativo primário ou secundário.
Concentração de 4 a 12%

 Coco-Glucoside (and) Glyceryl Oleate (Alquilpoliglucosídeo) -


Repositor da camada lipídica, utilizado como
sobreengordurante em preparações surfactantes de limpeza,
pode ser usado em processos a frio e a quente, Baseado em
matérias-primas vegetais (Óleo de coco, óleo de palmiste,
óleo de girassol, milho), aprovado pela ECOCERT, NATRUE e
COSMOS. Dosagem de Aplicação : 1,0 – 5,0 %, dependendo da
formulação.

 Amisoft (fornecedor Bio Vital, ou comigo) – Aniônico,


produtos Amisoft são derivados de ácido glutâmico, obtido
pela fermentação de melaço de cana e amido de batata com óleo
de palma. Dois dos tipos têm certificação Ecocert, o CS-22 e
o HS-11, sendo reconhecidos como naturais. Atuam tanto como
tensoativo primário como secundário

 Cocoamidopropil betaína, é um tensoativo secundário,


certificado, usado para melhorar as propriedades da base
tensoativa e otimizar o desempenho do produto final com
relação à capacidade espumante, de espessamento, detergência
e redução da irritação da pele. Uso de 3 a 5%, usada como
surfactante secundário

 Sodium Cocoamphoacetate - tensoativo anfotérico, permitido,


suave com características de baixa irritabilidade. Compatível
com tensoativos aniônicos, catiônicos e não iônicos. Dosagem
de aplicação: 3,00 % a 6,00 %, dependo da formulação.

 Goma Guar Quaternizada– é permitida na cosmética natural e o


nome comercial certificado pelo ECOCERT é Dehyquart da
Empresa BASF. Polímero catiônico derivado de vegetais ,
considerado agente de condicionamento e espessamento, promove
maciez aos cabelos, sem engordurá-los. Dosagem aplicação:
0,20 a 0,80% .

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EXTRATOS VEGETAIS
Os extratos vegetais têm por finalidade extrair os princípios
ativos das ervas, dentre eles flavonóides, taninos e saponinas.
Princípio ativo é uma substância química, ou constituinte
estruturado em pequenas moléculas químicas naturais, existente na
planta medicinal que pode trazer benefícios para a saúde e para o
corpo. Os princípios ativos não se distribuem na mesma quantidade
e concentração em diferentes partes de uma mesma planta. A
distribuição é desigual. Há casos em que os princípios ativos
estão em todas as partes da planta, sejam folhas, talos, flores,
e há casos em que estão somente numa parte como a raiz, por
exemplo.

Os extratos vegetais são definidos como preparações de


consistência líquida, sólida ou viscosa. Como regra, eles são
obtidos por maceração (extração até o equilíbrio com água ou
álcool) ou percolação (extração até a exaustão com água ou
álcool). Um fator chave na produção é a seleção do agente de
extração. Os constituintes solúveis em água (hidrofílicos) podem
ser extraídos com água, enquanto os constituintes solúveis em
gordura (lipofílicos) são extraídos de uma parte específica da
planta com álcool ou outros solventes.

Extrato Glicólico - são obtidos por processo de maceração, infusão


ou percolação de uma erva em um solvente hidroglicólico (água +
glicol), geralmente em propileno glicol que é proibido na
cosmética natural, portanto ao comprar verifique com o fornecedor
o solvente usado. Os extratos glicólicos são indicados para a
aplicação em soluções aquosas, géis, emulsões água/óleo e
tensoativos (sabões, banhos de espuma, shampoos).
Extrato Glicerinado - processo de extração a partir da glicerina e
álcool, podendo ser usado amplamente na cosmética natural. São
usados em Shampoos, condicionadores, cremes, loções cremosas,
géis, e outros produtos de banho e cosméticos.
Tintura – a tintura é uma maceração de ervas com álcool de
cereais. Ela mantêm os nutrientes das plantas em uma forma
estável, solúvel e retêm os ingredientes voláteis e semi-voláteis.
Modo de preparo: 70% álcool de cereais, 30% ervas secas. Deixe em
um ambiente escuro agitando de vez em quando, por 30 dias, coar.

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Óleo Macerado – Na maceração em óleo os princípios ativos de uma
planta são extraídos para o óleo. Modo de preparo: 1 parte de erva
para 5 partes de óleo. Armazene em um recipiente por no mínimo 30
dias, em ambiente escuro, agitando de vez em quando. Coe.

Extrato Glicerinado – maceração em álcool, água ou glicerina.


Modo de preparo I - 20% álcool, 10% de água destilada, 70%
glicerina (solvente) + 10% ervas secas. Misture e armazene em um
recipiente limpo e esterelizado Deixar repousar por 30 dias
agitando de vez em quando, coar.
Modo de preparto II - 70% glicerina + 30% ervas secas. Misture e
armazene em um recipiente limpo e esterelizado. Deixar repousar
por 30 dias agitando de vez em quando, coar.

Infusão – imersão das ervas em água quente. Modo de preparo: 2


gramas de ervas + 1 litro de agua. Deixar a água ferver, desligue
o fogo e adicione as ervas, tampe e espere esfriar. Coe e armazene
em um recipiente limpo e esterilizado.
Decocção – consiste em manter um material vegetal em contato
durante certo tempo com um solvente (normalmente água) em
ebulição. É usado para as partes duras da planta como a raiz
caule, casca. Modo de preparo: 2 gramas erva + 1 litro de água.
Leve ao fogo as ervas e água no mesmo recipiente, deixar ferver de
10 a 30 min. Coar. Armazene em um recipiente limpo e esterilizado.

ÓLEOS E MANTEIGAS VEGETAIS


Os óleos vegetais são hidratantes da pele, tratam manchas rugas,
espinhas, cabelos. Os óleos devem ser puros e de preferência
prensados a frio. O Brasil possui uma vasta gama de óleos
vegetais. No shampoo os óleos agem como sobreengordurante
devolvendo ao cabelo os lipídios perdidos durante a lavagem. Os
óleos possuem em sua composição:

 Acido Palmítico (c16) forma um filme oclusivo

 Acido Esteárico (C18) melhora a retenção de umidade da ,


flexibilidade

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 Acido Oléico (C18:1) hidratação, promove regeneração
celular , anti-inflamatória

 Acido Linoleico (C18:2) ajuda a barreira protetora,


antioxidante

Manteiga de Cacau (Cocoa butter )

 Possui de 100 a 300 ppm de tocoferóis

 Possui de 0,3 a 0,4 fitosteróis

 Possui polifenóis catequinas que tem ação antioxidante e


taninos que são reptelizantes, protetores e cicatrizantes. É
oclusivo e com nota 4 na escala de comedogenia

Manteiga de Manga (Mango Butter)

 Possui quercetina um flavonóide natural que possui


propriedades Anti-inflamatória, anticarcinogênica, antiviral,
antioxidantes

 Possui Mangiferina que é um eficaz antioxidante, antifúngico,


e anti inflamatório. Acido Cafeico que é umeficaz e
antioxidante e reduz vermelhidão na pele, fungicida.

Manteiga de Karité (Shea butter)

 Possui tocoferóis, fitoesterois e polifenóis

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Óleo de Argan (Argan Oil)

 Possui tocoferóis, muito usado nos cabelos

Babaçu (Babassu Oil)

 Tem um ponto de fusão próximo da temperatura da pele e um


toque mais seco

Óleo de Abacate

 O óleo de abacate contém uma grande quantidade de vitamina B,


bem como vitamina A e vitamina E. A vitamina B pode ajudar
com a reparação de danos a pele, proteção e regeneração
celular. É facilmente absorvido pelo cabelo e pele,
tornando-se uma boa escolha para produtos de cuidado de
cabelo.

 Possui Carotenóides - luteína (248 ppm), alfa e beta-


caroteno, vitamina B 2, biotina, ácido fólico, tiamina,
riboflavina

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Óleo de Calêndula

 Possui ação anti-inflamatória, anti-séptica, antimicrobiana

Óleo de Ricíno

 Possui ácido ricinoleico que é um ácido gordo solúvel em


álcool encontrado apenas em óleo de rícino. É um umectante, e
oferece antibacteriana, antifúngica e propriedades
analgésicas. (Isso não significa que ele é um conservante)

Óleo de Coco

 Possui ácido ferúlico e catequinas que oferecem excelentes


propriedades anti-oxidantes bem como propriedades anti-
inflamatória e anti-comichão. O óleo de coco tem sido usado
amplamente na pele e no cabelo, penetra no fio reduzindo
proteínas perdidas.

 Óleo de Prímula - Um óleo leve e seco contribui com a


reparação da barreira da pele bem como diminuir a perda de
água transepidérmica, aumenta a hidratação da pele e
flexibilidade. Possui fitoesteróis que são anti-
inflamatórios, reduzindo vermelhidão e prurido. Também possui
catequinas que oferecem propriedades antibacterianas. Usado
para tratamento de dermatite atópica

 Óleo de jojoba – não comedogênico, possui taninos que


oferecem propriedades antioxidante e adstringentes. Penetra
na pele através dos folículos pilosos e forma uma camada não-

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oclusiva em nossa pele e cabelo. Suaviza a pele, penetrando-
a. Contém octacosanol (C28), um álcool graxo que pode acalmar
a pele muito seca.

 Óleo de Romã - oferece regeneração celular, anti-


inflamatória, e propriedades antimicrobianas. Ajuda a
aumentar a elasticidade e a reparar a pele danificada pelo
sol ou pelo tempo. Possui ácido elágico pode oferecer uma
redução na destruição de colágeno, um aumento na regeneração
de células e espessamento da pele. Os fitosteróis do óleo
romã são muito elevados e oferecem benefícios anti-
inflamatórios que reduzem prurido e vermelhidão.

 Óleo de Gérmen de Trigo - Contém 0,1% a 0,7% de esqualeno,


oferecendo suporte para a pele danificada pelo tempo e
regeneração de células. Possui fitosteróis que oferecem
propriedades anti-inflamatória, anti-prurido, e suporte a
reparação da barreira da pele. Os carotenóides oferecem
qualidades protetoras , bem como UVB calmante pele
danificada.

 Óleo de girassol - Rico em ácidos graxos essenciais, o ácido


linoleico e vitamina E um antioxidante natural. Graças a
estes componentes podem ser usados para manter a pele em bom
estado, evitando o aparecimento de rugas ou estrias. Também é
utilizado em terapia de massagem, além disso, pode ser
utilizado para a maceração, arnica ou erva de São João, por
exemplo.

 Óleo de Neem - Anti-séptico, anti-inflamatória, hidratante e


antifúngicos. Rico em proteínas, vitaminas A, B e E. Pode ser
usado sobre a pele e cabelo.Muito popular como repelente de
insetos. A árvore de neem é nativa da Índia e é
tradicionalmente utilizada na medicina Ayurveda. Ao contrário
de repelentes químicos óleo de neem não mata os insetos, mas
os impede de se reproduzir e inibe o apetite, de modo que os
insetos acabam abandonando o organismo hostil. Dosado até 2-
3% em um creme pode ajudar em casos de eczema, acne,
cicatrização de feridas, assaduras etc.

 Óleo de rosa mosqueta - Dá firmeza e regenera tecidos de pele


madura, queimada ou danificada pelo sol. Contém vitaminas,
ácidos graxos essenciais e flavonóides antioxidantes. É usado
para tratar cicatrizes, rugas, acne, eczema, unhas
quebradiças. O óleo de rosa mosqueta contém uma taxa muito
elevada de vitamina C. É amplamente utilizado durante a

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gravidez para prevenir as estrias. Também atenua cicatrizes e
manchas de pigmentação

Cabelos secos: 8% a 10 % de óleos e manteigas


Cabelos normais: 5% a 8% de óleos e manteigas
Cabelos oleosos: adicionar até 5% de óleos manteigas
Cabelo Seco - abacate, argan, amêndoa, coco, manteiga de karité,
manteiga de manga, oliva, jojoba, rícino
Cabelo Oleoso - alecrim, coco, jojoba cabelo

ATIVOS E ERVAS

Os ativos ser dissolvidos previamente em água ou em óleo de acordo


com as indicações. As ervas usadas podem ser secas ou em pó.
Também pode ser usado óleos essenciais para as propriedades
curativas e para o aroma.

Sugestão de ativos e ervas:

MEL – restauração, brilho

PROTEÍNA DE SEDA ( INCI: water, hidrolyzed silk, potassium


sorbate) – hidratação e brilho – 1% a 5%

PROTEÍNA DE TRIGO ( INCI: Hydrolyzed wheat protein) – hidratação,


volume, brilho, reparador – 0,5% - 3%

CERÂMIDAS (INCI: Ceramide III) – suavidade, fechamento das escamas


capilares - 0,05 – 1%

PANTENOL (B5) (INCI: Panthenol) – regeneração, hidratação - 0,5


a 5%

INULINA (INCI: Inulin) – origem vegetal, condicionante, suavidade,


brilho, solúvel em água - 1 - 3%
ARGILAS – verde, vermelha, branca e etc - 1% a 5%
ERVAS - cavalinha, extrato de pracaxi, alecrim, urtiga, lavanda,
calêndula, Shikakai, Amla, extratos secos e etc

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Extrato de bambu (INCI: Aqua (e) Glicerina (e) Bambusa Vulgaris
(Bambu) Extrato da Haste, Benzonato de Sódio, Sorbato de Potássio,
Ácido Cítrico) - contém muita sílica, que pode ajudar a
fortalecer o cabelo e alisar a cutícula para aumentar o brilho e
reduz emaranhados e atrito entre os fios. Uso 0,5 a 5%
Extrato de cavalinha - O extrato de cavalinha é recomendado como
um adstringente e antioxidante que oferece maior cicatrização de
feridas, melhor circulação e retenção de tecido conjuntivo, como
colágeno e elastina. O principal componente do extrato de
cavalinha é a sílica, e isso ajuda a melhorar a qualidade da unha
e do cabelo, além de ajudar a reter o colágeno e a elastina. Uso
de 1 a 10%

Proteínas hidrolisadas hidratam e formam um filme na superfície do


cabelo. Aquelas com baixo peso molecular podem penetrar no fio de
cabelo, enquanto aqueles com pesos moleculares mais altos podem
formar filmes e hidratar.

CALÊNDULA (INCI: Calendula officinalis) - Com suas propriedades


anti-inflamatórias a calêndula tem sido usado para ajudar a
acalmar e curar por gerações. Esta planta é popular entre
os ervanários como uma ajuda para acalmar e acalmar a pele e
ajudar a curar abrasões e infecções. Calendula é ideal para couro
cabeludo sensível

LAVANDA ()INCI: Lavendula Angustifolia


Simplesmente não há como negar as propriedades suavizantes e
calmantes de lavanda. Ciência continua a confirmar o que a
história já mostrou. Lavanda é não só uma adição bem tolerada e
eficaz para qualquer tipo de produto de limpeza, o seu aroma
fresco inerentemente proporciona uma agradável elemento perfumado.

HORTELÃ PIMENTA (INCI: Mentha Piperita) – A Hortelã Pimenta tem um


teor natural de mentol que ajuda a acalmar couro cabeludo sensível
e coceira e faz com que seja um ótimo complemento para produtos de
cabelo.

ALECRIM (INCI: Rosmarinus Officinalis) - estimulante,


antiinflamatório e botânico de regenerativa celular. Alecrim
contém cânfora, ácido rosmarínico, ácido caféico.

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PH SHAMPOO SÓLIDO

O pH é uma característica de todas as substâncias determinado pela


concentração de íons de Hidrogênio (H+). Quanto menor o pH de uma
substância, maior a concentração de íons H+ e menor a concentração
de íons OH-. O manto hipolipídico protetor da nossa pele é
levemente ácido, de pH por volta de 5,0, destinado a manter um
ambiente menos propício para o desenvolvimento de micro-organismos
que possam nos causar mal. Para uma suavidade na limpeza da pele,
devemos optar por formulações com pH nessa faixa ou próximo dela,
isto é, pH entre 4,5 e 6,0. O PH da pele varia de acordo com o
local do corpo.
Os sabonetes em barra são formulados por meio da saponificação com
soda cáustica e enriquecida com glicerina e outros compostos
emolientes, sendo alcalinos e estando em uma faixa de pH entre 9,0
e 10,5. Nosso organismo é tão perfeito que repõe as substâncias
protetoras da pele aproximadamente 30 minutos depois da lavagem,
restaurando a condição de equilíbrio, assim não há problema nenhum
com o PH alcalino do sabão saponificado sendo usado na pele. Além
disso, os sabonetes em barras naturais possuem um superfat
(gordura a mais) que amenizam o efeito da lavagem e hidratam a
pele.
O PH de uma substância varia entre O e 14 e é determinada da
seguinte forma:

 As soluções que tem o pH abaixo de 7 são definidas como


ácidas.

 As soluções que tem o pH acima de são definidas como


alcalinas.

 As soluções que tem o pH igual a 7 são definidas como neutras.

Nos cabelos, quando usamos algo alcalino, as escamas da cutícula


de cada fio de cabelo não se fecham, o que pode levar a problemas
de atrito, bem como a embaraços que podem rasgar as escamas do
cabelo para sempre, deixando o a estrutura interna do cabelo
(córtex) suscetível a danos exteriores
O sabão, que é um detergente aniônico, em contato com a água,
deixa um resíduo alcalino que é muito prejudicial ao cabelo e que
se precipita na forma de sais de cálcio que se acumulam nos fios,
deixando-os opacos e embaraçados. Fonte:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4387693/

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A cutícula é coberta por uma fina camada de lipídios
covalentemente ligados, o que ajuda a repelir a água. Os lípidos
incluem ácidos gordos (palmítico, esteárico e oleico) e ésteres de
cera. Os produtos alcalinos podem remover esta camada lipídica,
tornando o seu cabelo menos lipofílico (gordura) e hidrofóbico
(água). Quando seu cabelo foi danificado de alguma forma, ele se
torna mais hidrofílico, pois os ácidos graxos do lado de fora são
removidos. Isso significa que seu cabelo gosta de água e permitirá
que mais agua entre na estrutura interna causando excesso de
umidade mais atrito e embaraço.

O cabelo é aniônico ou carregado negativamente. Quando


condicionamos nosso cabelo, optamos por ingredientes de carga
positiva ou catiônicos que carregarão o cabelo positivamente. Além
disso, o pH alcalino pode aumentar a carga elétrica negativa da
superfície da fibra capilar e, portanto, aumentar o atrito entre
as fibras. Isso pode levar a danos às cutículas e quebra das
fibras. Fonte: https://europepmc.org/abstract/med/25210332

O shampoo sólido produzido com tensoativos diferentemente do


shampoo saponificado, permitem o ajuste do PH para um ph
compatível com o do cabelo. O cabelo virgem tem um pH de 3,7 e é
carregado negativamente. Quanto mais danificado ou quimicamente
tratado, maior o pH e maior a carga negativa, portanto, quanto
mais danificado seu cabelo, mais carregado negativamente ele está.

Resultados esperados em cada faixa de PH


pH 2,0: duro; suave; não resiliente; quebra facilmente
pH 6.0: não tão difícil; suave; muito resiliente; resiste a
quebrar
pH 10,0: rugoso; não muito resiliente; tende a quebrar facilmente
pH 12,0: muito rugoso; não resiliente; tende a quebrar muito
facilmente
Fonte: http://sciencenetlinks.com/lessons/the-chemistry-of-hair-
care/

De acordo com estudos o Ph adequado para um shampo seria de ≤


5,5. Fonte: http://www.schwarzkopf-
professionalusa.com/skp/us/en/home/education/ask/essential-
skills/0614/what-is-the-ph-of-the-hair-and-scalp.html

O SCI tem um Ph por volta de 6 a 7.

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Cabelo normal a oleoso - pH final deve ser de 5,2 a 6,2
Cabelo normal a seco – ph de 6,2
Cabelo Seco - o pH deve ser 6 a 7

PREPARANDO SOLUÇÃO CORRETORA DE PH

Para baixar o PH de uma formulação devemos usar ácido cítrico


(50%) ou ácido láctico (85%). A solução de ácido láctico você
encontra pronta para compra facilmente (Engenharia das Essências,
Poly Comercial). Já a solução de ácido cítrico você mesmo deve
prepará-la.
Em um recipiente de vidro, lavado e esterilizado com álcool pese
50 gramas de água destilada. Separadamente pese 50 gramas de ácido
cítrico e misture com a água. Dissolva bem e armazene em vidro
conta-gotas.
A solução deve ser adicionada de gota em gota quando necessário.
Isto é, pingue uma gota homogenize e verifique o PH. Repita esse
processo até chegar ao PH adequado.

VERIFICANDO O PH
Eu sugiro que você verifique o PH antes de moldar o shampoo.
Depois de misturado todos os ingredientes prepare uma diluição de
10% da massa do shampoo em 90% água destilada a 25o C (10 g de
produto para 90 gramas de água destilada). Meça o pH com uma fita
indicadora de pH . Ajuste o pH como recomendado pelo seu
fornecedor de conservantes. Para reduzir o pH, você precisa
adicionar um ácido (como ácido cítrico ou ácido lático).

Posso testar o PH de um produto anidro que não dissolve na água?


A reposta é Não! Quando falamos de pH, estamos falando de medir a
concentração de íons de hidrogênio na água, que você pode ver
referida como solução aquosa. Como os óleos não se dissolvem na
água, eles não podem fazer parte de uma solução aquosa, portanto,
não é possível medir o PH de um produto anidro baseado em óleos e
cera. Isso não quer dizer que produtos sólidos não possam ter o PH
aferido. Por exemplo, barras de massagem com emulsionante na
fórmula, condicionador sólido, shampoo sólido, possuem

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ingredientes solúveis em água como por como, por exemplo,
emulsionantes, tensoativos, proteínas hidrolisadas, e polímeros
catiônicos.

COSMETIC INGREDIENT REVIEW (CIR)

Criado em 1976, pela associação comercial do setor (então a


Associação de Cosméticos, Higiene Pessoal e Fragrâncias, agora
Conselho de Produtos de Cuidados Pessoais), com o apoio da
Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA e da Federação
dos Consumidores da América. Embora financiado pelo Conselho, o
CIR e o processo de revisão são independentes do Conselho e da
indústria de cosméticos.

O CIR opera sob um conjunto de procedimentos. O Cosmetic


Ingredient Review (CIR) estuda compostos químicos individuais, da
forma como são usados em produtos cosméticos. O CIR se baseia
fortemente na Nomenclatura Internacional de Ingredientes
Cosméticos (INCI) ao identificar os ingredientes a serem
avaliados. A política geral e a direção são dadas por um Comitê
Diretivo de 7 membros presidido pelo Presidente e CEO do Conselho,
com um dermatologista representando a Academia Americana de
Dermatologia, um toxicologista representando a Sociedade de
Toxicologia, um representante do consumidor representando a
Federação dos Consumidores da América, um cientista do setor (o
atual presidente do Comitê CIR do Conselho), presidente do Painel
de Especialistas do CIR e vice-presidente executivo do Conselho
para a Ciência.

O CIR avalia, estuda e publica as concentrações de segurança e


toxicologia para cada ingrediente cosmético, portanto uma simples
consulta no EWG não serve como parâmetro de segurança pois o mesmo
não informa, em quais concentrações, se determinado ingrediente
possa ser tóxico ou não. Para consultar a avaliação de segurança
de um ingrediente cosmético consulte e leia o estudo em
https://www.cir-safety.org/ingredients

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CONSERVAÇÃO

A maioria dos cosméticos levam água em sua formulação, sendo um


ambiente propício para a proliferação de bactérias e fungos.
Levando isto em consideração os cuidados com a higiene devem ser
redobrados e também o uso de um bom sistema conservante (aceito
pela cosmética natural).

Por que colocar conservante num produto anidro?


Produtos anidros como o shampoo sólido mesmo não tendo água em sua
composição necessitam de conservante pois entrarão em contato com
a água durante o uso.

Opções de conservante:

 Nipaguard® SCE (INCI-Name: Sorbitan Caprylate, Propanediol,


Benzoic Acid) é um agente antimicrobiano de amplo espectro
que compreende uma mistura sinérgica de ácido benzóico e
Propanediol; é certificado pela Ecocert. Fornece atividade
contra bactérias gram positivas e gram negativas, leveduras e
bolores. Tem 100% de matéria ativa, liquido, uso de 0,5-1,5%,
PH de atuação de 4 a 8

 Geogard Ultra - Mistura de D-Glucono-1,5-Lactona (74,25%),


Benzoato de Sódio (24,75%) e Gluconato de Cálcio (1,0%). É
uma mistura preservativa projetada para oferecer proteção de
amplo espectro. A gluconolactona é derivada do milho através
do processo de fermentação e não é derivada de culturas
geneticamente modificadas. Os microrganismos utilizados no
processo de fermentação não são geneticamente modificados. É
aceito pela ECOCERT como conservante em cosméticos orgânicos
certificados. É compatível com uma ampla variedade de
ingredientes de formulação, bem como com a maioria dos tipos
de sistemas catiônicos, não-iônicos e aniônicos. É usado em
produtos de cuidados com o cabelo, como xampus,
condicionadores, enxaguantes; produtos de cuidados da pele
como sabonetes líquidos, géis de banho, loções para a pele
sensíveis, hidratantes, cremes frios; loções e cremes de
protetores solares, surfactantes, xampus, condicionadores,
etc.O Geogard ™ Ultra pode ser usado em 1,0 a 2,0% como um
sistema conservante autônomo, mas também pode ser utilizado
com sucesso em níveis mais baixos (0,25% a 1,0%) quando
combinado com outros conservantes naturais, preferencialmente
bons bactericidas. Solúvel em glicerina, dispersável em água,
compatível com uma ampla variedade de ingredientes de
formulação, bem como a maioria dos tipos de sistemas
catiônicos, não-iônicos e aniônicos. Geogard ™ Ultra pode ser
usado efetivamente em um amplo intervalo de pH de 3 a 6 e
pode ser adicionado tanto na sala quanto temperaturas,
preferencialmente na fase aquosa da formula. A adição do
Geogard ™ Ultra pode levar a uma diminuição do pH

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HIGIENE E SEGURANÇA

 Esterilizar com álcool 70º todos os utensílios que serão


usados antes e depois da manipulação;
 Lavar e esterilizar o local de preparo;
 Usar luvas, mascara facial e óculos de proteção; A máscara
deve ser colocada de modo a cobrir completamente a boca e o
nariz. A luva deve ser calçada após lavagem e assepsia das
mãos, devendo ser trocada em casos de furos ou rasgos.
 Avental ou jaleco limpos;
 Touca ou lenço para os cabelos; A touca deve cobrir
completamente o couro cabeludo
 A matéria prima deve ser manuseada com mãos limpas;
 Produza seus cosméticos longe de crianças e animais;
 Lave bem as mãos e os antebraços com sabonete antiséptico e
faça assepsia das mãos com álcool 70o antes de iniciar o
trabalho, após usar o banheiro e etc. Repita esta operação
quantas vezes forem necessárias.
 Frequentemente borrifar nas luvas a solução de álcool 70º
 Mantenha as unhas curtas e limpas e os cabelos presos.
 É proibido comer, beber e mascar chicletes, bem como fumar,
pentear o cabelo ou espirrar.
 O recipiente utilizado na pesagem dos componentes de uma
fórmula devem ser lavados e esterilizados no fim de cada
procedimento, não devendo ser reaproveitado para pesagem de
outros ingredientes. O mesmo deve ser feito com as espátulas,
não devendo ser usada a mesma para a pesagem de matérias-
primas diferentes.

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EQUIPAMENTOS E MATERIAL DE APOIO

 Béqueres de vidro e plástico


 Balança de precisão
 Mixer, batedeira
 Fouet
 Espatula de silicone
 Colheres
 Termômetro
 Medidor de ph (fita Merck)
 Fogão ou placa aquecedora
 Papel filtro ou tecido limpo para filtrar os extratos
 Peneira
 Recipientes esterilizados para armazenar produto pronto. A
embalagem deve ser limpa previamente com álcool 70º
 Rotular. O rótulo deve conter: nome do produto, quantidade,
data de fabricação e validade, componentes, uso externo ou
interno e modo de usar.

PESAGEM

A balança é o principal equipamento. As mais utilizadas são as


balanças eletrônicas de precisão e sensibilidade 0,001g (3 casas
após a vírgula). A unidade de medida é sempre em grama (g).É
importante respeitar o peso mínimo e máximo de cada balança.

Passo a Passo para pesagem:


1. Colocar recipiente sobre o prato.
2. Tarar a balança
3. Colocar a matéria – prima até atingir o valor a ser pesado
4. Tarar novamente a balança

* Tarar significa fazer com que o display indique zero antes de


colocar o objeto a ser pesado, sobre o prato. Desta forma, o peso
do recipiente em que está a amostra será descontado, e a balança
somente indicará o peso do material.
* A balança deve ser limpa entre uma pesagem e outra com álcool
70º

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COMO CALCULAR
Não recomendo que você faça mais de 100 gramas na primeira vez que
fizer seus produtos, primeiro porque você está experimentando, e
você não quer perder matéria-prima, e segundo que 100 gramas é uma
quantidade razoável.
Para calcular a quantidade das fórmulas é simples basta aplicar a
regra de três.
Para 100 gramas de produto, calcular a fórmula abaixo:

80% de SCI – 80% de 100 gramas = (80%) x 100gramas dividido por


100% = 80 gramas
18% óleo – 18 gramas
1% vitamina E (opcional) – 1 grama
1% óleo essencial – 1 grama

Como o sabão artesanal é feito

Sabonetes artesanais são feitos misturando óleos (gorduras ou


óleos vegetais) e líquidos (na maioria das vezes água) com um
álcali (soda). O álcali e os óleos reagem e desencadeiam um
processo químico chamado saponificação. A saponificação é o ato de
transformar óleos, líquidos e álcalis em sabão.

Para fazer sabão em barra, o álcali usado é o hidróxido de sódio,


também conhecido como lixívia. Não há restos de soda no sabão
feito corretamente pois todos os ingredientes foram convertidos em
sabão.

SYNDETH

O Syndet é um híbrido das palavras "sintético" e "detergente".


Barras de sabão Syndet são feitas de surfactantes sintéticos que
são feitos de óleo, gorduras mas que são processados de outras
maneiras que não a saponificação tradicional.
Tecnicamente SYNDETH diferente do sabão saponificado é um produto
de limpeza feita pela ligação de diferentes detergentes e que
possibilitam regular o PH para um mais próximo com o ph da pele ou
do cabelo.
Os produtos syndeth podem conter óleos, emulsificantes,
sobreengordurantes, agentes de consistência, espessantes,

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polímeros, gorduras, ceras, estabilizadores, pigmentos,
antioxidantes, conservantes, hidrotrópicos, óleos perfumados,
corantes e semelhantes como auxiliares adicionais e aditivos.

Na cosmética natural é permitido o uso de Syndeths desde que os


ingredientes tenham origem natural, não passem por processos
proibidos ou sejam certificadas

Método a frio

No método a frio, os ingredientes são misturados em temperatura


ambiente, não é necessário aquecer o SCI e demais ingredientes a
não ser que você use uma manteiga dai é necessário o aquecimento
apenas para tornar a manteiga mais líquida. A melhor forma de se
trabalhar a frio é com o SCI em pó, mas também é possível com o
SCI em grânulos, mas na minha experiência pessoal prefiro a versão
em pó. Eu particularmente não uso nada pra dar cor além das cores
das plantas como hibisco em pó por exemplo, mas se você preferir
pode usar mica para dar cor, cerca de 0,5 gramas.
Se você usar mais que 15% de óleo ou manteiga na formulação mais
tempo o shampoo demorará pra secar.

Modo de preparo do Shampoo Sólido a frio

 Calcule o peso da sua produção, faça pastilhas de 50 gramas,


portanto 100 gramas de massa rendem duas pastilhas
 Limpe seu local de trabalho, desinfetar todos os materiais
com álcool.
 Use proteção: máscara facial e luvas
 Use a balança para pesar os ingredientes
 Pese os tensoativos
 Pese os óleos e manteigas
 Pese os ativos
 Pese o conservante
 Derreta as manteigas, caso use, em banho-maria
 Adicione os óleos e manteigas derretidos no recipiente com
SCI e misture bem

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 Adicione a água borrifando aos poucos, somente se necessário
para dar ponto na massa pois alguns ativos já possuem água na
composição
 O ponto da massa é parecido com farofa que ao apertar com a
mão os ingredientes permaneçam unidos
 Como molde você pode usar cortadores de biscoito ou molde de
hambúrguer, de modo que a massa seja pressionada fortemente,
pois é compressão que faz com que os ingredientes se unam

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Pesando o tensoativo em pó

Pesando o conservante

Pesando os ativos

Ponto da massa

Caso você passe o ponto da massa não se preocupe, se estiver


utilizando SCI em pó ao adicionar água as particulas se aglutinam.
Coloque a massa que estiver mais mole na forma de silicone e deixe
na geladeira até endurecer.

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FORMULA BASE (SCI + SLSA)

50 a 80% de tensoativos em pó
10 a 30% de ervas
10 a 20% de óleos ou manteigas
5% ativos
1% conservante
Água QSP (quantidade suficiente para)

FÓRMULA BASE (SCI)

50 a 70% de SCI
10 a 30% de óleos ou manteigas
5% ativos
Água QSP
1% conservante

Shampoo Solido Hibisco e Pracaxi

60% de SCI
10 % óleo de pracaxi
20% de hibisco em pó
2 % de D Pantenol
1% Nipaguard SE
2% Proteína do Arroz
QSP Água

Shampoo Solido Amla e Shikakai

40% SCI
30% SLSA
5% de Amla
5% de Shikakai
8% de óleo de coco
1% Georgard Ultra *
1% glicerina
* dissolva o Geogard Ultra na glicerina

Shampoo Sólido Andiroba

60 % de SCI
5% de óleo de castanha do Pará
5% de manteiga de Murumuru
25% de extrato seco de Andiroba
1% conservante
2% Proteína do Trigo

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QSP Água

A água pura destilada serve para umedecer e facilitar a mistura,


podendo ser substituída por hidrolato ou infusão de ervas. A
adição de água é deixada para o final pois alguns ativos são
líquidos e já umedecem a massa. A água é adicionada somente para
alcançar o ponto da massa.
Meça e corrija o PH se necessário, como o SCI tem um ph mais
baixo, raramente você precisará corrigir.

MÉTODO A QUENTE

No método a quente os tensoativos, manteigas e alguns outros


ingredientes necessitam passar por aquecimento em banho maria. O
modo de preparo passa por duas fases, uma aquecida e a outra
termolábil para os demais ingredientes e no caso de ingredientes
sensíveis a temperatura.
Algumas versões de SCI (flocos ou macarrão) possuem ácido
esteárico e precisam de aquecimento para fusão. Se você estiver
usando SCI em pó, você não precisa aquecê-lo, pois é fácil
misturá-lo com outros ingredientes.
Ao derreter o SCI, você pode adicionar alguns ingredientes para
aumentar a solubilidade e o tempo de fusão como surfactantes
aniônicos, surfactantes anfotéricos, como as betaínas ou
adicionar alguns surfactantes não-iônicos como alquilglucósidos
(como decilglucósideo). A cocoamidopropil betaina, aumenta a
suavidade da mistura de surfactantes por isso costuma ser minha
primeira opção.

Modo de preparo do Shampoo Sólido a quente

• Calcule o peso da sua produção, faça pastilhas de 50 gramas,


portanto 100 gramas de massa rendem duas pastilhas
• Limpe seu local de trabalho, desinfetar todos os materiais que
vai utilizar com álcool
• Use proteção máscara facial e luvas
• Use a balança para pesar os ingredientes
• Pese os tensoativos
• Pese os óleos e manteigas
• Pese os ativos
• Aqueça a fase oleosa ou seja as manteigas, óleos, ceras,
emulsionantes, e etc em banho-maria separadamente
• Aqueça o SCI em banho maria sempre com algum tensoativo liquido,
de preferência com Cocoamidopropil Betaina em um recipiente
separado e só depois una com as manteigas e óleos.
• Como molde você pode usar formas de silicone

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Fórmula Básica 1

50 a 65% tensoativo em pó
10 a 26% de tensioativos líquidos
2 a 7% de agentes endurecedores como ácido esteárico, o álcool
cetílico, ou lactato de sódio (líquido)
1 a 3% de emulsionantes (Cera de Coco, Montanov 82) opcional
2 a 7% de agente condicionador opcional
2 a 3% manteigas - manteiga de karité, manga, cacau
1 a 2% de proteínas hidrolisadas
1 a 4% ervas
0,5 a 2% pantenol
1 a 2% fragrância ou óleos essenciais
0,5% a 1% de conservantes

O uso de esteárico, lactato de sódio ou cetílico é opcional se


você estiver usando SCI com ácido esteárico mas se você estiver
usando SCI sem ácido esteárico você precisará de algum agente de
endurecimento para fazer uma barra dura.

EMULSIFICANTES são usados caso queremos algo que emulsione todos


os óleos e ingredientes à base de água, então algo como o Glyceryl
Stearate, Montanov 82 ou Olivem funciona bem aqui.
O cocoamidopropil betaína torna o surfactante mais suave, o que
significa menos irritação. O decil glucosídeo pode ter um pH bem
alto por volta de 11, o que é ruim para o cabelo. Se você
pretende usá-lo, por favor, certifique-se de reduzir o pH para um
nível de 4,5 a 6

Meça e corrija o PH se necessário, como o SCI tem um ph mais


baixo, raramente você precisará corrigir.

Shampoo Sólido Cabelos Secos

Fase 1
50% SCI
15% cocoamidopropil betaína

Fase 2
13% ácido esteárico
3% álcool cetílico
13% manteiga dura

FASE DE REFRIGERAÇÃO
2% Pantenol
2% proteína hidrolisada
1% de mistura de óleo essencial

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1% de conservante

Shampoo Sólido 2

FASE 1
30% de SCI *
26% de surfactante líquido

* Se você estiver usando o SCI em pó, pese apenas o SCI e o


surfactante líquido em uma tigela e misture bem com as mãos. Não é
necessário aquecê-lo se estiver na forma de pó.

Fase 2
35% SLSa
3% álcool cetílico
3% de lactato de sódio (líquido)

FASE TERMOLÁBIL
1% de fragrância ou óleo essencial
1% pantenol (líquido ou em pó)
1% conservante
1% proteína de sua escolha

Shampoo Sólido Amido

40% SCI
15% Lauril Glucosideo
8% Óleo
7% Alcool Cetoestearílico
17% Amido
10% Esteárico
Agua qsp

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Shampoo Sólido Hidratante

Fase tensoativo
60% SCI
20% tensoativo liquido de sua escolha

Fase Oleosa
10% óleo de coco, manteiga de tucumã, manteiga de mururu ou
cupuaçu
3% Goma guar quaternizada (dissolver no tensoativo liquido)

Fase termolábil
3% Lactato de Sódio
1,5% Proteína do Trigo
1% Pantenol
0,5% Óleo essencial
1% conservante

Se você estiver usando o SCI em pó:


 misture-o com o tensoativo líquido em uma tigela
 Aqueça o emulsionante de condicionamento e o óleo ou a
manteiga em um recipiente pequeno até derreter.
 Enquanto isso, pese a fase termolábil e misture com o SCI
 Misture a fase oleosa derretida e misture bem com as mãos
 Coloque no molde e espere endurecer

Se você estiver usando SCI em flocos ou macarrão

 Coloque o SCI e o tensoativo líquido num recipiente de vidro


e leve ao banho-maria aqueça até que derreta, leva cerca de
dez minutos
 Num recipiente a parte derreta o emulsionante de
condicionamento e o óleo ou a manteiga em banho-maria.
Quando derreter adicionar ao SCI derretido
 Retire do banho-maria e adicione a fase termolábil

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Shampoo Sólido com ácidos graxos

Fase SCI
60% SCI
25% Tensoativo Liquido

Fase Oleosa
5% ácido esteárico, álcool etílico ou álcool cetoestearilico,
glyceryl stearate
3% goma guar quaternizada ( misturar no tensoativo liquido) agente
condicionador

Fase termolábil
3% Lactato de Sódio
1,5% Proteína do Trigo
1% Pantenol
0,5% Óleo essencial
1% conservante

Podemos usar goma guar catiônica (INCI: Guar


Hydroxypropyltrimonium Chloride) 0,5% a 1% dispersa no tensoativo
líquido para obter um efeito condicionador no shampoo sólido.
Disperse a goma no tensoativo líquido, em seguida, adicione-o à
mistura de tensoativo em pó.

Shampoo Sólido 2 em 1
Fase SCI
55% SCI
22% Tensoativo liquido
2% Goma Guar Quaternizada (misture no tensoativo liquido)
Fase Oleosa
3% BTMS
3% óleo de abacate
10% pó de cavalinha
Fase Termolábil
3% Lactato de Sódio

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1% Proteína Hidrolisada
1% Pantenol

Shampoo Sólido Lavanda

60% SCI em pó
18% Amisoft C22
3% Goma Guar

5% Oléo de Coco
1% Óleo Essencial de Lavanda
2% Botões de Lavanda
1% Conservante
10% Água

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Shampoo de Uva

35 % SCI
26% SLSA

5% Manteiga de Cupuaçu
4% óleo de babaçu

3% Goma de guar quaternizada


7% Farinha de Uva em pó
1% Pantenol
17 % Vinagre de maça
1% óleo essencial
1% Conservante

Shampoo Sólido Rosas

65,50% de SCI

6% BTMS
5% Álcool Cetílico
8% Manteiga de Karité

1% Extrato glicerinado de cavalinha


2% Pétalas de Rosa (seca)
1% Óleo Essencial de Gerânio
1% Conservante

QSP Água

Shampoo Sólido Jasmin


68% SCI

7% Manteiga de Ucuba
2% Álcool Cetílico

3% Goma Guar Quaternizada

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6% Flor de Jasmin em pó
2% Amla em pó
QSP Suco de Laranja
1% Óleo Essencial de Laranja Doce
1% Conservante

Shampoo Sólido Mel e Camomila

70% SCI
4% Flores de Camomila
5% Mel
1% Conservante
0,5 Óleo Essencial
QSP Infusão de camomila

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Fornecedores

1. SCI, Proteínas, Óleos Essenciais – Engenharia das Essências


2. SCI, Glyceryl Stearate, Montanov 82 comigo no Mercado Livre
3. Micas, manteigas vegetais – Paris Essencias
4. Óleos Essenciais – Ferquima
5. SLSA – Cremas Caseras

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