Você está na página 1de 75

Infecções Respiratórias

(Vias Aéreas superiores)


X
Imunidade
Flávio Tavares
ROTEIRO:

• Bactérias
• Vírus
• A Resposta Imune
• Hipersensibilidade: Alergia
Infecções da Vias Aéreas Superiores
(IVAS)
Impactos diversos na área da Saúde:
• Enfermidades mais comuns na população.
• Em geral, quadros leves a moderados, além de
autolimitados.
• Consequências econômicas e sociais
importantes.
• Desdobramentos graves: sinusite, meningite,
otite, pneumonia, SRAG.
Trato Respiratório Superior
Cavidade Nasal

Faringe

Laringe

Trato Respiratório Inferior


Traquéia

Brônquios Primários

Pulmões
Infecções – Vias Aéreas Superiores

Agentes Diversos

Vírus
Fungos

Bactérias
Os Agentes Bacterianos
A Parede Celular Bacteriana
A Parede Celular

Dr.T.V.Rao MD 9
A Coloração de Gram
Hans Christian Joachim Gram
Bacteriologista Dinarmaquês

11
Corantes da Coloração de Gram

12
Hans Christian Joachim Gram
Bacteriologista Dinarmaquês

13
Constituintes da Parede Celular

Dr.T.V.Rao MD 14
Coloração e Tonalidade
⚫ Gram positiva: cor
púrpura / Violácea.

⚫ Gram negativa: Vermelha

15
Os Agentes Virais
Vírus – Características Gerais

➢ Vírus → Não se divide por fissão binária ou mitose.

➢ Incapaz de realizar síntese protéica e de produzir

energia → características intrínsecas.

➢ Depende de outras células (parasita intracelular).

➢ Ampla diversidade na natureza


Vírus – Características gerais

Alguns agentes virais encontram-se entre as

principais causas de morbidade e mortalidade

humanas no globo terrestre.


Os vírus podem ser classificados pelas seguintes
características:

➢ Tipos de material genético


➢ Forma do capsídeo
➢ Número de capsômeros
➢ Tamanho da partícula viral
➢ Presença ou não de envelope
➢ Hospedeiro infectado
➢ Tipo de doença causada
➢ Célula alvo
➢ Propriedades Imunológicas
Vírus → dimensões subcelulares
Estrutura Viral

Estrutura Básica
Componentes de um vírus maduro (vírion):
Capsídeo → Proteína de revestimento formada por
muitas subunidades protéicas (capsômeros).
Lembrando: Proteínas do capsômero podem ser
idênticas ou diferentes.
Material Genético → RNA ou DNA, mas não ambos.

Nucleocapsídeo = Material Genético + capsídeo

Adicionalmente, alguns vírus possuem:


Envelope → Formada por proteínas, glicoproteínas,
lipídeos do hospdeiro (lembrar que é produzido por
maquinário celular do hospedeiro).
Morfologia do Capsídeo:
• Helicoidal: proteínas em forma de fita em espiral em
torno do ácido nucléico. Possui grau de rigidez ou
flexibilidade variáveis.
➢Virus da enfermidade do mosaico do tabaco
➢Virus Ebola
Morfologia do Capsídeo:
• Poliédrica: Apresenta muitos lados. A forma mais
frequente é a icosaédrica. Nesta, apresenta 20 faces e 12
vértices (triângulares).
Exs:
➢Poliovirus
➢Herpesvirus Herpesvirus
Morfologia do Capsídeo:
• Virus Complexos: formas não usuais
➢ Bacteriófagos podem apresentar espículas e fibras na
porção helicoidal.
➢ Poxvirus apresentam várias camadas de cobertura ao
redor do capsídeo nucléico.

Poxvirus
Bacteriófao
Morfologia do Capsídeo:
• Virus Complexos: formas não usuais
➢ Bacteriófagos podem apresentar espículas e fibras na
porção helicoidal.
➢ Poxvirus apresentam várias camadas de cobertura ao
redor do capsídeo nucléico.
Exemplos de Morfologia do Capsídeo
Os vírus podem ser classificados pelas seguintes
caraceterísticas:

➢ Tipos de material genético


➢ Forma do capsídeo
➢ Número de capsômeros
➢ Tamanho da partícula viral
➢ Presença ou não de envelope
➢ Hospedeiro infectado
➢ Tipo de doença causada
➢ Célula alvo
➢ Propriedades Imunológicas
Material genético viral
Material genético pode ser de fitas simples ou dupla:
➢ DNA virus de fita simples (ssDNA):
• Parvovirus
➢ DNA virus de fita dupla (dsDNA):
• Herpesvirus
• Adenovirus
• Poxviruses
• Hepadnavirus* (parcialmente de fita dupla)
➢ RNA virus de fita simples (ssRNA): pode ser positivo (+)
ou negativo (-) :
• Picornavirus (+)
• Retrovirus (+)
• Rhabdovirus (-)
➢ RNA virus de fita dupla (dsRNA):
• Reovirus
Replicação Viral
Ciclo de Vida – DNA vírus
IVAS x Imunidade
Inflamação
Microrganismos Morte Celular/
Invasores Lesão Tecidual

CÉLULAS SENTINELAS

Moléculas Citocinas
Vasoativas

Respostas
Alterações Sistêmicas
Vasculares
Células
Fagocíticas

Primeiros leucócitos na I.A. /


NEUTRÓFILOS
Eliminação inicial do agente invasor

Reparo tecidual / Conexão com Eliminação dos microrganismos


MACRÓFAGOS
Imunidade Adquirida restantes / cél. necróticas
Imunidade Inata contra
Bactérias
II- Rolamento
I - Marginação (rolling) III - Adesão

FAGOCITOSE IV – Diapedese (= transmigração)

V - Migração
Imunidade Inata contra
Vírus
FASE EFETORA DA RESPOSTA IMUNE CELULAR

IL-12

MHC I

Célula Tc

CD8

Peptídeo CD3 TCR


Inflamação
Microrganismos Morte Celular/
Invasores Lesão Tecidual

CÉLULAS SENTINELAS

Bactérias Vírus

INFLAMAÇÃO
Apresentação
de
Antígenos
Apresentação do antígeno aos
linfócitos
Ativação dos linfócitos

Ativação da célula T; Proliferação e


Apresentação do expressão de Ativação da célula B diferenciação
antígeno à célula T moléculas co- por citocinas das células B
auxiliar estimulatórias -
Prod. de Ac
Anticorpos
➢ Resumo das classes de imunoglobulinas
Anticorpos
➢ Resumo das classes de imunoglobulinas
O Sistema Imune e as
Hipersensibilidades
Hipersensibilidade
do Tipo I
Gel and Coombs classification of hypersensitivities.

Tipo I Tipo II Tipo III Tipo IV

IgE-Mediada IgG/IgM IgG-Mediada Célula T


Mediada
Doença
Alergia Clássica de Hipersensibilidade
Ex: lise de He Complexo Do tipo tardia
Ag-Ac
Hipersensibilidade do Tipo I Alergia
Clássica

◆Mediada por IgE - ligada a mastócitos.

◆ Sintomas resultantes das respostas alérgicas


clássicas podem incluir sintomas respiratórios,
dérmicos, no TGI e sistêmicos.
Alérgenos

◆Alérgenos: Ag não parasitários/ não


microbianos que podem estimular uma
resposta de hipersensibilidade do tipo I.

◆ Ligam-se a IgE e disparam a degranulação


de conteúdo de mastócitos e basófilos
(especialmente de mediadores
inflamatórios).
Atopia
◆Atopia é o termo usado para a tendência
genética a ter predisposição para anafilaxia
localizada.

◆ Indivíduos atópicos tem níveis mais altos de


IgE e de eosinófilos.
Predisposição Genética
Hipersensibilidade do tipo I

◆ Genes envolvidos incluem:


* Gene promotor de IL-4
* Receptor de IL-4
* Receptor de IgE (FcRI)
* Componentes do MHC classe II (presente em
pepetídeos promotores de resposta Th2)
* Genes relacionados a mediadores inflamatórios
Mecanismos de resposta alérgica
Sensibilização

Exposição repetidas a alérgenos inicia a


resposta imune que gera o isótipo IgE.

Células de perfil Th2 produzem IL-4 para


promover a mudança de isótipo para IgE.
Mecanismos de resposta alérgica Sensibilização
Interação Th2/cél. B

IL-4
IL-4R
CD40

Mudança em célula
B

Ativação e
mudança de isótipo
Busse and Lemanske NEJM Feb 2001. 344:350 para IgE
Mecanismos de resposta alérgica Sensibilização

◆ A IgE pode se aderir ao mastócito pelo


receptor Fc, que aumenta a meia vida da
IgE.

◆ A meia vida da molécula de IgE aderida ao


receptor FcRI é aumentada para meses.
Mecanismos de resposta alérgica
Receptores Fc  (FcR)

FcR1

◆ Receptor de alta afinidade encontrado em


mastócito, basófilos e eosinófilos ativados.

◆ Alérgeno ligado a IgE fixo em FcR1


dispara a liberação de grânulos da célula.
Mecanismos de resposta alérgica
Estágio Efetor

Exposição secundária ao alérgeno

◆ Mastócitos são sensibilizados com IgE na sua


superfície

◆ Alérgeno se liga a IgE e produz uma ligação


cruzada para ativar fosforilação (via receptor
tirosina-quinase), influxo de cálcio, degranulação e
liberação de mediadores.
Alérgenos

Exemplo: Der P1

Alérgeno facilmente
transportado por aerosóis e
inalado.

Der P1 quebra
componentes das junções
Dermatophagoides pteronyssinus
de oclusão que ajuda a
(common dust mite) quebra da mucosa.
Der P1 Allergen
Mediadores de hipersensibilidade do Tipo I
Efeitos Rápidos

◆ Histamina
– Constrição de músculo liso
– Constrição Bronquiolar = sibilos
– Constrição intestinal = cólicas / diarréia
– Vasodilatação com fluido aumentado em tecidos
causando edema em mucosa
– Enzimas ativadas – dano tecidual
◆ Leucotrienos
◆ Prostaglandinas
Mediadores de hipersensibilidade do Tipo I
Mediadores Primários
Pré-formados nos grânulos

◆ Histamina
◆Citocinas: TNF-, IL-1, IL-6.
◆ Quimioatração para Neutrófilos e
eosinófilos
◆ Enzimas
– triptase, catepsinas, etc
– Mudanças na matriz conectiva tissular, dano
tecidual.
Mediadores de hipersensibilidade do Tipo I
Mediadores Secundários
Formados após a ativação

◆ Leucotrienos

◆ Prostaglandinas

◆ Citocinas de perfil Th2: IL-4, IL-5, IL-13,


GM-CSF
Mediadores de hipersensibilidade do Tipo I
Mediadores Secundários
Formados após a ativação

◆ Leucotrienos

◆ Prostaglandinas

◆ Citocinas de perfil Th2: IL-4, IL-5, IL-13,


GM-CSF
Continuação do ciclo de sensibilização

◆ Mastócitos comandam a resposta imediata.

◆ Eosinófilos e neutrófilos direcionam


resposta tardia ou crônica.

◆ Produção extra de IgE é dirigida pela


ativação de mastócitos, eosinófilos e
basófilos.
Mastócito Mastócito ativado

alérgeno
Seqüência de eventos
1. sensibilização do indivíduo;
2. produção de IgE específica ao alérgeno;
3. ligação de IgE específica em mastócitos e
basófilos;
4. novo contato com o mesmo antígeno;
5. desgranulação de mastócitos ou
basófilos;
6. liberação de mediadores inflamatórios;
6. sintomas
- Decorrente da atividade da histamina e prostaglandinas

Secreção de muco

Permeabilidade vascular

Edema

Contração de musculatura lisa /


Broncoconstrição

Prurido e Rash (Exantema)


- Decorrente da liberação de leucotrienos, quimiocinas, citocinas e enzimas pelos
mastócitos

- Produção de muco, remodelagem tecidual

- Responsável pela cronicidade de doenças respiratórias alérgicas (asma)


Trato Respiratório Superior
Cavidade Nasal

Faringe

Laringe

Trato Respiratório Inferior


Traquéia

Brônquios Primários

Pulmões
Bibliografia:

• ROBBINS, Stanley L; COTRAN, Ramzi S; KUMAR, Vinay. Robbins &


Cotran: patologia - bases patológicas das doenças. 8. ed. RJ Janeiro:
Elsevier, 2010.

• Abbas AK, Lichtman AH, Pilla S. Imunologia Celular e Molecular. 7ª


Ed. Elsevier, Rio de Janeiro, 2012.

• HAMMER, Gary D; McPHEE, Stephen J. Fisiopatologia da doença:


uma introdução à medicina clínica. 7. ed. McGraw Hill, 2016.

Você também pode gostar