História Há dois mil anos antes do surgimento da terapia cognitivo-comportamental, o grego Epíteto, escreveu que “os homens não se perturbam pelas coisas que acontecem, mas sim pelas opiniões sobre as coisas”
O filósofo persa da antiguidade Zoroastro
baseou seus ensinamentos em três pilares principais: pensar bem, agir bem e falar bem Séculos XIX e XX, filósofos europeus (Kant, Heidegger, Jaspers e Frankl) acreditavam que os processos cognitivos conscientes têm um papel fundamental na existência humana. Frankl, por exemplo, afirmou que encontrar uma sensação de sentido da vida ajudava a servir como um antídoto para o desespero e a desilusão. Nas tradições filosóficas orientais, como o taoísmo e o budismo, a cognição é considerada como uma força primária na determinação do comportamento humano. Dalai Lama escreveu que “se pudermos reorientar nossos pensamentos e emoções e reorganizar o nosso comportamento, então poderemos não só aprender a lidar com o sofrimento mais facilmente, mas, sobretudo e em primeiro lugar, evitar que muito dele surja” - Aaron Beck, psicanalista e professor de psiquiatria da Universidade da Pensilvânia (EUA) - No fim da década 1950 e início da década de 1960: série de experimentos que comprovassem cientificamente para a comunidade médica o conceito psicanalítico de que a depressão é resultante de hostilidade voltada contra si mesmo (Freud acreditava que os pacientes deprimidos teriam necessidade de sofrer) - Investigou sonhos dos pacientes deprimidos: queria mostrar que eles manifestariam mais temas de hostilidade do que os sonhos das pessoas sem depressão - Descobriu que os sonhos dos pacientes deprimidos continham menos temas de hostilidade e muito mais temas relacionados a fracasso, privação e perdas... - Pensamentos sonhando = Pensamentos acordados - Ao questionar os pacientes deprimidos, Beck percebeu que todos eles tinham pensamentos “automáticos” negativos que estavam intimamente ligados às suas emoções - Identificou cognições negativas e distorcidas como característica da depressão e desenvolveu um tratamento de curta duração com o objetivo de testar a realidade do pensamento depressivo dos pacientes - Começou a ajudar seus pacientes a identificar, avaliar e responder ao seu pensamento irrealista e desadaptativo - Melhora nos pacientes - Ensinou os residentes psiquiátricos - Estudos e pesquisas - 1977: terapia cognitiva tão efetiva quanto um antidepressivo comum - Foco do tratamento para depressão: Ajuda aos pacientes para solucionarem problemas, tornarem-se o comportamento uma forma de ativar e identificar, avaliar e responderem ao seu pensamento depressivo, especialmente aos pensamentos negativos sobre si mesmos, seu mundo e seu futuro - Foco do tratamento para ansiedade: Avaliar melhor os riscos das situações que temiam, levar em consideração seus recursos internos e externos, além de aprimorar tais recursos, assim como reduzir, evitar e enfrentar as situações que temiam para poder testar o comportamento de suas predições negativas - Adaptação deste tipo de terapia a populações transtornos e problemas diversos, alterando o foco, as técnicas e a duração do tratamento, mas mantendo os pressupostos teóricos - Criação de uma psicoterapia estruturada, de curta duração, voltada para o presente, direcionada para a solução de problemas atuais e a modificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais (inadequados e/ou inúteis) Dois princípios centrais: 1) Nossas cognições têm uma influência
controladora sobre nossas emoções e
comportamento 2) O modo como agimos ou nos comportamos pode afetar profundamente nossos padrões de pensamento e nossas emoções De acordo com a TC (Terapia Cognitiva) os indivíduos atribuem significado a acontecimentos, pessoas, sentimentos e demais aspectos de sua vida. Com base nisso comportam-se de determinada maneira e constroem diferentes hipóteses sobre o futuro e sobre sua própria identidade. As pessoas reagem de formas variadas a uma situação específica podendo chegar a conclusões também variadas. Em alguns momentos a resposta habitual pode ser uma característica geral dos indivíduos dentro de determinada cultura, em outros momentos estas respostas podem ser idiossincráticas derivadas de experiências particulares e peculiares a um indivíduo. Em todas as formas de TC que foram derivadas do modelo Beck, o tratamento baseia-se tanto em uma formulação cognitiva de um transtorno específico como em sua aplicação à conceituação ou entendimento do paciente individual. O terapeuta busca, por uma variedade de formas, produzir a mudança cognitiva – mudanças de pensamento e no sistema de crenças do paciente, visando promover mudanças emocional e comportamental duradoura. À medida que a terapia comportamental se expandia... Observou-se que a perspectiva cognitiva acrescentava contexto, profundidade e entendimento às intervenções comportamentais. Caso Sally Princípios Básicos da Terapia Cognitiva 1) A terapia cognitiva se baseia em uma formulação em contínuo desenvolvimento do paciente e de seus problemas em termos cognitivos. 2) A terapia cognitiva requer uma aliança terapêutica segura. 3) A terapia cognitiva enfatiza a colaboração e a participação ativa. 4) A terapia cognitiva é orientada em meta e focalizada em problemas. 5) A terapia cognitiva inicialmente enfatiza o presente. 6) A terapia cognitiva é educativa, visa ensinar o paciente a ser seu próprio rerapeuta e enfatiza prevenção de recaída. 7) A terapia cognitiva visa ter um tempo limitado. 8) As sessões de terapia cognitiva são estruturadas. 9) A terapia cognitiva ensina os pacientes a identificar, avaliar e responder aos seus pensamentos e crenças disfuncionais. 10) A terapia cognitiva utiliza uma variedade de técnicas para mudar o pensamento, o humor e o comportamento.