O documento discute como diagnosticar cólera e outras enterocolites bacterianas. A cólera é causada pelo Vibrio cholerae e causa diarreia aquosa severa. Outras bactérias como Salmonella, Shigella, E. coli e Campylobacter também podem causar diarreia e sintomas gastrointestinais. O documento fornece detalhes sobre os sintomas e tratamentos associados a esses patógenos.
O documento discute como diagnosticar cólera e outras enterocolites bacterianas. A cólera é causada pelo Vibrio cholerae e causa diarreia aquosa severa. Outras bactérias como Salmonella, Shigella, E. coli e Campylobacter também podem causar diarreia e sintomas gastrointestinais. O documento fornece detalhes sobre os sintomas e tratamentos associados a esses patógenos.
O documento discute como diagnosticar cólera e outras enterocolites bacterianas. A cólera é causada pelo Vibrio cholerae e causa diarreia aquosa severa. Outras bactérias como Salmonella, Shigella, E. coli e Campylobacter também podem causar diarreia e sintomas gastrointestinais. O documento fornece detalhes sobre os sintomas e tratamentos associados a esses patógenos.
Quando suspeitar clinicamente que o paciente possa apresentar cólera? Qual a
diferença das outras enterocolites bacterianas?
A cólera é uma doença infecciosa intestinal aguda, transmissível,
caracterizada, em sua forma mais evidente, por diarréia aquosa súbita, cujo agente etiológico é o Vibrio cholerae, bactéria Gram-negativa. É transmitida principalmente pela contaminação fecal da água, de alimentos e outros produtos que podem ser levados à boca.A infecção pode ser leve ou ocorrer sem sintomas (75%). Em cerca de 5% das pessoas infectadas o quadro pode ser grave, manifestando-se por diarreia líquida e profusa, com aspecto de “água de arroz”, vômitos e cãibra nas pernas. Pode causar óbito devido à intensa perda de líquidos do corpo (desidratação) e choque, e por isso requer tratamento, o mais rápido possível. É considerada uma doença de extrema virulência. Os sintomas podem aparecer após contato com a fonte de infecção, de poucas horas até cinco dias, em geral, de dois a três dias.Toda suspeita de cólera deve ser notificada imediatamente (dentro de no máximo 24 horas) para que se garanta adequada investigação clínico-laboratorial e epidemiológica dos casos e de seus comunicantes e se estabeleçam medidas sanitárias para controle e prevenção de novos casos.
As manifestações clínicas da infecção, muitas vezes, pode ser leve ou sem
sintomas, porém, em cerca de 5% das pessoas infectadas o quadro pode ser grave, caracterizado por intensa diarreia líquida (com aspecto de “água de arroz, sem sangue), costumeiramente afebril, acompanhada de vômitos e cãibra musculares. A cólera clássica corresponde a casos de súbita e intensa diarreia líquida (fezes com aspecto de “água de arroz”, sem sangue), acompanhada ou não de vômitos e cãibras musculares. Geralmente não há dor abdominal na cólera, mas é frequente a mialgia e a sede intensa. Inicia-se com aumento de peristaltismo, sensação de plenitude e borborigmos no abdome, geralmente seguido de diarreia. As primeiras evacuações ainda não têm aspecto de água de arroz. Na ausência de tratamento adequado, ocorre rápida perda de água e eletrólitos que conduz a um estado de profunda desidratação, determinando os sinais clássicos de olheiras profundas e “mãos de lavadeira”. Há queda de pressão arterial, anúria acidose e colapso circulatório (choque hipovolêmico). É frequente uma evolução fulminante dentro de 6 horas, porém, pode demorar de 18 a 24 horas. Os casos de diarreia mais leve, que correspondem a 90% dos casos, são indistinguíveis clinicamente de outras gastrenterites. Esses quadros ocorrem em crianças que podem apresentar febre, sendo imprescindível a confirmação laboratorial, devido ao quadro menos característico. O óbito pode ocorrer devido à intensa perda de líquidos do corpo (desidratação) e choque, se não se instituir tratamento, o mais rápido possível.
ASPECTOS CLÍNCIOS ENTRE OS AGENTES ETIOLÓGICOS
Ingestão de frutos do mar: em especial ostras, induz a pesquisa de Vibrio parahaemolyticus, e virus Norwalk.
Viagem a países tropicais: sem leucócitos nas fezes: E. coli enterotoxinogenica
(ETEC), Rotavirus e Norwalk virus, ou parasitas. Com leucócitos nas fezes: Shigella spp., Salmonella spp., E. coli (EIEC), Campylobacter jejuni e Entamoeba histolytica.
Disenteria (muco, sangue e pus, com dor a evacuação): amebíase, shigelose,
E. coli (EIEC).
Fezes com sangue, sem leucócitos fecais: deve-se suspeitar de EHEC
(O157:H7), pode estar acompanhada de síndrome hemolítico-urêmica, principalmente em crianças. Existe a possibilidade de amebíase.
Diarréia sanguinolenta com leucócitos: salmonelose, campilobacteriose,
shigelose e E.coli (EIEC).
Diarréia secretória, cujo quadro importante é a desidratação podendo evoluir
para o choque e cujas fezes apresentam aspecto de água de arroz, sugerindo o diagnóstico de cólera.
Diarréia e vômito significativo, em crianças pequenas sugere Rotavirus.
Diarréia crônica ou subaguda, com ou sem flatulência, pode-se direcionar o
exame para o diagnóstico de giardíase. Outras causas de (>10 dias), com perda de peso, lembrar de ciclosporiase e criptosporidiose. Ou na suspeita de uma síndrome apendicular pode-se sugerir uma yersiniose.
Intoxicação com incubação de curta duração, acompanhado de vômito, pode-
se sugerir uma intoxicação de origem alimentar causada por toxina de Staphylococcus aureus ou Bacillus cereus.
Dor abdominal sugerindo apendicite, lembrar de Yersinia enterocolítica.
Em surtos de gastroenterocolite, deve ser considerada a presença dos
seguintes patógenos: S. aureus, B. cereus, C. perfringens, Cryptosporidium spp., ETEC, Vibrio spp., Salmonella spp., Campylobacter spp., Shigella spp., EIEC e Cyclospora spp. Na toxi-infecção alimentar, a doença resulta da ingestão direta de enterotoxinas pré-formadas no alimento contaminado, sendo os exemplos mais comuns o Staphylococcus aureus enterotoxigênico, B. cereus e C. perfringens.
Gastroenterite viral é a segunda maior causa de doença em países
desenvolvidos, após as infecções virais do trato respiratório; e o Rotavirus é a maior causa de gastroenterite viral em países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Doenças gastrointestinais de origem alimentar (alimentos e água)
Bactérias
Agente etiológico Início dos sintomas Dados clínicos mais Diagnóstico
comuns Bacillus cereus - 1-6 h Vômitos, diarréia Isolamento nas toxina de vômito ocasional; Comum fezes ou no em surtos de alimento: 105 toxiinfecção UFC/g. Bacillus alimentar. cereus (Seletive Medium Oxoid). Bacillus cereus - 6-24 h Diarréia e dor Idem toxina de diarréia abdominal Campylobacter 2-5 até 10 d Diarréia Coprocultura em geralmente meio específico sanguinolenta, dor (Karmali). abdominal e febre. Clostridium 2 h a 8 d média: Disturbios visuais, Pesquisa de toxina botulinum 12-48h fraqueza no soro, fezes, progressiva, com coprocultura. paralisia descendente e bilateral. Sem diarréia. E. coli 1-10 d média: 4-5 d 6% das crianças Isolamento de Enterohemorrágica com sindrome E.coli O157:H7 nas (EHEC) O157:H7 hemolítico- fezes e/ou alimento urêmica, adultos. – (soroaglutinação) Púrpura CHROmagar trombocitopênica e O157. insuficiência renal aguda; diarréia sanguinolenta é característica , fortes cólicas abdominais. E. coli 6-48 h Diarréia, naúseas, Coprocultura para enterotoxinogênica cólicas abdominais. isolamento e testes (ETEC) p/ enterotoxina ST/LT. E. coli Variável Diarréia, febre, Coprocultura para enteropatogênica cólicas abdominais. isolamento e (EPEC sorotipagem. E. coli Variável Diarréia que pode Coprocultura para enteroinvasora se sanguinolenta, isolamento e (EIEC) febre, cólicas sorotipagem. abdominais. Salmonella typhi 3-60 d média: 7-14 Febre, anorexia, Coprocultura em d indisposição, caldo de cefaléia, mialgia, enriquecimento e diarréia e meios seletivos; constipação podem titulos de se alternar. anticorpos específicos REFERENCIA
Sobre Colera, Colera CID10: A00, http://portal.saude.sp.gov.br/resources/cve-