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SAÚDE DA CRIANÇA E

DO ADOLESCENTE

DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS NA INFÂNCIA

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 Distúrbios gastrointestinais são aqueles que acometem os órgãos do
sistema digestivo (esôfago, estômago, intestino delgado, intestino
grosso, cólon, reto e ânus) e órgãos acessórios da digestão, como o
pâncreas, o fígado e a vesícula biliar.
 Dentre outros sintomas, tais doenças podem ser acompanhadas de
fortes dores, resultantes da inflamação ou até mesmo deterioração de
alguns dos órgãos do sistema digestivo. O diagnóstico só pode ser
emitido através de cuidadosa análise dos antecedentes do paciente,
visto que através de uma simples consulta, não se pode diagnosticar a
precisão da enfermidade.

Como definimos tal distúrbio?


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DIARREIAS
 A diarreia é um problema muito comum em crianças menores de cinco
anos. Ela é caracterizada pela evacuação de fezes líquidas de forma
frequente e sem controle, com ou sem a presença de causas patológicas:
muco, sangue, ou gordura. A diarreia é a manifestação clínica de um
distúrbio no nosso trato gastrointestinal que leva a alterações no
transporte de água e sais – eletrólitos.

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 O intestino é responsável pela digestão e absorção dos alimentos e
absorção de água. Quando há algum problema com uma dessas funções,
ocorre a diarreia. Muitas vezes ocorre também um aumento da
motilidade intestinal, ou seja, uma aceleração no trânsito intestinal.
 Na maioria dos casos, a diarreia dura alguns dias, porém quando ela
permanece por semanas, pode indicar uma doença grave, como uma
infecção persistente ou uma doença inflamatória intestinal.
 A sua duração é autolimitada, de no máximo 14 dias, mas em média 3 a
7 dias. O aleitamento materno é o principal fator de proteção para a
ocorrência de diarreia entre os lactentes.

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A diarreia pode ser tanto aguda quanto crônica. O fator determinante para
seu diagnóstico é o tempo de duração dos sintomas.

 Diarreia aguda
Caracterizada por episódios diarreicos até 14 dias e dita diarreia
persistente de 14 a 30 dias. A maioria dos casos são de origem
infecciosa como bactérias, vírus e protozoários.

TIPOS
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 Diarreia Crônica
Persiste por cerca de três a quatro semanas e pode indicar desde a
síndrome do intestino irritado (SII) até condições mais graves, como
doença de Crohn e colites ulcerosas. A diarreia crônica é causada
principalmente por doenças inflamatórias e disabsortivas.

TIPOS
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CAUSAS

 As principais causas da diarreia são infecciosas, principalmente as


causadas por vírus. Dentre os diversos vírus que podem causar diarreia,
o rotavírus tem uma grande importância pela frequência e intensidade
da diarreia. Bactérias também podem ser causadoras de diarreia, sendo
uma das principais a Escherichia coli. Outras causas infecciosas que
vale a pena lembrar são a amebíase e a giardíase

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 Erros alimentares
 Alguns medicamentos
 Excesso de alimentos industrializados contendo sorbitol, como maçã e
ameixa
 Excesso de lactose nas pessoas intolerantes
 Estresse

CAUSAS NÃO INFECCIOSAS


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 Infecções Virais: Muitos vírus causam diarreia, incluindo norovírus e
rotavírus . A gastroenterite viral é uma causa comum de diarreia aguda.
 Infecções Bacterianas: Vários tipos de bactérias podem entrar em
seu corpo através de alimentos contaminados ou água e causar diarreia.
Bactérias comuns que causam diarreia incluem Campylobacter ,
Escherichia coli (E. coli), Salmonella e Shigella.
 Infecções Parasitárias: Os parasitas podem entrar em seu corpo
através de alimentos ou água e se instalar no seu aparelho digestivo. Os
parasitas que causam diarréia incluem enterite por Cryptosporidium,
Entamoeba histolytica e Giardia lamblia.

CAUSAS DA DIARRÉIA AGUDA


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 Infecções: Por bactérias e parasitas que causam diarreia não
desaparecem rapidamente sem tratamento. Além disso, após uma
infecção as pessoas podem ter problemas para digerir alimentos.
Problemas de digestão de carboidratos ou proteínas podem prolongar a
diarreia.
 Alergias e intolerâncias alimentares: como leite de vaca, soja,
grãos de cereais, ovos e frutos do mar podem causar diarreia crônica. A
intolerância à lactose é uma condição comum que pode causar diarreia
após comer alimentos ou beber líquidos que contenham leite ou
produtos lácteos.

CAUSA DIARRÉIA CRÔNICA


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 Problemas do aparelho digestivo: Problemas do trato digestivo
que podem causar diarreia crônica incluem doença celíaca, Doença de
Crohn, síndrome do intestino irritável, colite ulcerativa e outros
distúrbios gastrointestinais.
 Cirurgia abdominal: Você pode desenvolver diarreia crônica após a
cirurgia abdominal. A cirurgia abdominal é uma operação no apêndice,
vesícula biliar, intestino grosso , fígado, pâncreas, intestino delgado,
baço e estômago.
 Uso prolongado de medicamentos: Os medicamentos que devem
ser tomados por um longo período de tempo podem causar diarreia
crônica. Alguns medicamentos, como antibióticos, podem alterar a flora
intestinal normal.

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Por ser uma doença muito comum, qualquer pessoa pode apresentar

diarreia. Entretanto, alguns comportamentos de risco podem levar

ao surgimento da diarreia infantil. Observem:

 Desnutrição
 Desmame precoce
 Uso indiscriminado de antibióticos
 Saneamento básico precário.

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SINTOMA DE DIARREIA INFANTIL
Os principais sintomas da diarreia infantil são evacuações mais frequentes
e ou mais amolecidas/líquidas. A diarreia também pode ser acompanhada
por:
 Febre
 Náusea
 Vômitos
 Desidratação
 Dor ou cólicas no abdômen

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 Olhos fundos
 Ausência de lágrimas quando a criança chora
 Boca e língua secas
 Ter muita sede e beber água ou outro líquido muito rápido
 Diminuição da quantidade de urina (para bebês, não molhar a fralda
por três horas ou mais)
 Afundamento da moleira.

SINTOMAS DA DESIDRATAÇÃO
INFANTIL
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 Sonolência ou cansaço - crianças tendem a ser menos ativas do que
o habitual.
 Pele seca.
 Dor de cabeça.
 Prisão de ventre.
 Se a criança apresentar dois ou mais sintomas, pode ser
desidratação. É necessário procurar a unidade de saúde mais
próxima imediatamente para atendimento médico.

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 Quando a diarreia da criança começou?
 Qual é a cor e a consistência das fezes?
 A criança chegou apresentar sangue nas fezes?
 A criança tem expelido uma quantidade muito grande de muco nas fezes?
 Quais outros sintomas além da diarreia a criança apresenta?
 A criança sente dores abdominais ou cólicas fortes com a diarreia?
 A criança tem tido febre ou calafrios?
 Há alguma outra pessoa em casa com diarreia também?
 A criança ingeriu água imprópria para o consumo ou comida estragada?
 A criança ainda é amamentada?

O QUÊ PERGUNTAR NA ANAMNESE


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Intervalo galerinha ...
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 Ao atender uma criança com quadro de diarreia, o enfermeiro deve
investigar as características do episódio diarreico (início, duração,
quantidades de evacuações por dia, presença de sangue nas fezes,
outros familiares com quadros diarreicos ou casos na escola/
creche); hábitos alimentares e alimentos ingeridos recentemente; o
consumo de água; viagens recentes; uso de medicamentos; infecções
anteriores; manifestações de outros sintomas, como febre e vômitos;
histórico de imunizações; peso anterior; e diurese.

Assistência de Enfermagem
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O exame físico da criança deve ser completo atentando
(principalmente) para: o estado de hidratação e de nutrição da
criança, peso, nível de consciência e nível de alerta, sinais vitais e
pulso, palpação das fontanelas, perfusão capilar periférica e
diurese.
* A conduta terapêutica da criança com diarreia se
baseia nas condições clínicas e na classificação da
gravidade da desidratação:

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 Criança acordada, alerta e sem sinais de desidratação grave:
administração de líquidos via oral, em domicílio. Repor perda
hídrica em quatro a seis horas (50 mL/kg em desidratação leve e
100 mL/kg em desidratação moderada). Em casos de diarreia, 10
mL/kg para cada evacuação. Caso a criança não aceite, ofertar de 2
a 3 mL, por uma seringa, com intervalos de minutos, até que aceite
quantidades maiores. Reforçar manutenção da alimentação e
aleitamento materno;

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 Crianças com desidratação moderada a grave: é recomendada a
reidratação venosa: 20 mL/kg em 20 minutos, podendo repetir por
duas vezes até que apresente diurese, aumento da pressão arterial e
diminuição da frequência cardíaca. Após a infusão de 60 mL/kg sem
melhora do quadro, tratar como choque hipovolêmico (refratário à
reposição volumétrica). Isso se aplica a:
 Crianças de todas as idades com sinais de agravo (alteração de nível
de consciência, alterações abdominais etc);
 Criança com vômitos incessantes;
 Em casos de desidratação grave;
 Casos de desidratação moderada em crianças menores de três meses.

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 Em caso de desidratação de causa de difícil manejo (com alteração
de nível de consciência, sem resposta ao tratamento inicial,
desnutrição, com cardiopatias ou nefropatias), a criança deve ser
acompanhada em unidade de terapia intensiva (UTI).

* Dessa forma, as intervenções de enfermagem se


baseiam na:

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 Hidratação oral/venosa de acordo com quadro clínico.
 Promoção do aleitamento materno.
 Identificação e manejo da desidratação.
 Avaliação e cuidados com a pele da região perianal.
 Orientações sobre higiene e preparo dos alimentos.
 Orientações sobre consumo de água.

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Orientar medidas dietéticas, como a exclusão de alimentos que
intensifiquem a diarreia.
Orientar administração de líquidos via oral, no domicílio, com
base no cálculo mL/kg. Se a criança não aceitar, ofertar de 2 a 3
mL, por uma seringa, com intervalos de minutos, até que aceite
quantidades maiores.
Reforçar manutenção da alimentação e aleitamento materno.
Orientar cuidados com a pele perianal.
Orientar retorno à unidade de saúde, se houver piora do quadro

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SEXTOU. Boa Noite!
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