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UNIDADE IV

Propedêutica e Processos de
Cuidar da Saúde da Criança
e do Adolescente
Profa. Dra. Lidiana Costa
Doença na infância

Estudos realizados em 2017, pela UNICEF/OMS, relataram os níveis e tendências


na mortalidade infantil no mundo:

 Crianças de 5 a 14 anos: 7,5 mortes/1000 crianças.


 Crianças menores de 5 anos: 41 mortes/1000 nascidos vivos.

 Mortalidade entre crianças de 5 a 14 anos é considerada baixa (metade em


relação a 1990), mas: 1 milhão de crianças nessa faixa etária ainda morreu
em 2016.
Doença na infância

As principais causas de morte no mundo entre crianças menores de cinco anos em


2016 foram:

 Complicações de parto prematuro.


 Infecções respiratórias agudas.
 Complicações relacionadas ao intraparto.
 Anomalias congênitas.
 Diarreia.
 (UNICEF/OMS, 2017)
Doença na infância

 Os óbitos neonatais foram responsáveis por 46% das mortes de menores de


cinco anos em 2016.

 Aproximadamente 70% dos óbitos que estão associadas à diarreia ocorrem


durante os dois primeiros anos de vida.(UNICEF/OMS, 2017)
Doença na infância

Brasil:
O número de óbitos para menores de 5 anos reduziu:

1990: 191.505 2015: 51.226

 Causas de morte: doenças transmissíveis, afecções maternas neonatais


e nutricionais.
 (FRANÇA, 2017)
Doença na infância

 O fim das mortes infantis evitáveis é um desafio mundial.

Pode ser superado:


 Melhorando o acesso a profissionais de saúde qualificados no pré-natal;
 Promovendo a amamentação;
 Disponibilizando políticas de acessos aos medicamentos a preços acessíveis;
 Desenvolvimento e promoção de melhorarias da qualidade e o acesso à água
potável e ao saneamento básico;
 (UNICEF, 2017).
Doença na infância

Principais doenças que acometem crianças menores de cinco anos no Brasil:

 Diarreia.
 Infecções Respiratórias Agudas.
 Anemia.
 Desnutrição.
 Doenças imunopreveníveis.
 Podemos citar ainda: as parasitoses intestinais,
meningites, tuberculoses, malária e também a violência.
 (BRASIL, 2017)
Doença na infância

O enfermeiro deve saber reconhecer a criança/adolescente doente e,


para tal, deverá:
 Identificar e avaliar sinais e sintomas de doenças e possíveis complicações.
 Realizar a consulta de enfermagem de forma objetiva, com ênfase na história
de saúde e no exame físico.
 Avaliar o estado nutricional e de vacinação da criança.
 Avaliar a complexidade da doença e do estado clínico da criança e, se estiver
atuando na atenção básica de saúde, saber referenciá-la de maneira adequada.
 (BRASIL, 2017)
Diarreia na infância

 Definição: alteração do conteúdo líquido das fezes, devido à disfunção intestinal,


com perdas excessivas de nutrientes, principalmente água e eletrólitos, traduzindo
um desequilíbrio entre os processos de absorção e secreção do intestino.

Geralmente é acompanhada de:


 aumento da frequência,
 aumento do volume,
 diminuição da consistência das fezes.
Poderão estar presentes, dependendo da causa:
 vômito, dor abdominal, febre, presença de sangue,
 muco ou pus, podendo levar à desidratação e,
 consequentemente, à morte.
Diarreia na infância

Doença facilmente evitável, quando os ambientes de exposição da criança recebem


atenções de saúde públicas adequadas:

 Saneamento básico (disponibilização de água potável)


 Redução da poluição do ar
 Imunizações recomendadas
 Oferta de alimentação saudável, como a amamentação exclusiva até os
6 meses de idade.
Diarreia na infância

 Uma das principais doenças responsáveis pela mortalidade infantil, representando


aproximadamente 8% de todas as mortes de crianças menores de 5 anos em
todo o mundo (OMS, 2016).
 No mundo, mais de 1.300 crianças morrem/dia.
 A maioria das mortes por diarreia ocorre entre crianças com menos de 2 anos de
idade que vivem no sul da Ásia e na África subsaariana (OMS, 2016).
 A maioria delas vive em países de baixa e média renda.

 Doença que pode ser evitada...

 Dados epidemiológicos referentes à morbidade?


Diarreia na infância

No Brasil, uma mudança positiva ocorreu:

Diarreia como uma das principais causas de morte entre menores de 5 anos:

1990: 2ª posição
2015: 7ª posição

 Expressiva redução nas taxas (FRANÇA, 2017).


O enfermeiro e o atendimento da criança com diarreia

 Identificar o início do quadro (em horas/em dias).


 Verificar o número de evacuações: nas últimas 4 horas e o perfil desse número
nos últimos dias.
 Perguntar ao cuidador se existe presença de muco ou sangue nas fezes.
 Verificar se ocorreu/ocorre febre, náuseas e vômitos (quanto tempo, número de
episódios diários e nas últimas 4 horas).
 Perguntar se os amiguinhos da escola, alguém da família ou conhecidos próximos
que mantiveram contato com a criança estão com os mesmos sintomas.
 Investigar hábitos e condições de higiene e de
saneamento básico da família.
 Verificar se as vacinas estão em dia com o calendário de
vacinação.
O enfermeiro e o atendimento da criança com diarreia

 Uma criança com diarreia pode desidratar facilmente.


 Neonatos, lactentes e desnutridos: rapidamente a desidratação se instala.

O enfermeiro, durante o exame físico, deverá avaliar a criança quanto as condições


de hidratação:
 verificando se criança está ativa, com mucosas úmidas, com diurese presente e
clara, e se os sinais vitais (FC, FR e PA) estão adequados à idade.
Interatividade

Diarreia é a alteração do conteúdo líquido das fezes, devido à disfunção intestinal,


com perdas excessivas de nutrientes, principalmente água e eletrólitos, traduzindo
um desequilíbrio entre os processos de absorção e secreção do intestino. Dessa
forma, pode-se dizer que:
a) Geralmente, é acompanhada de aumento da frequência, aumento do volume
e diminuição da consistência das fezes.
b) Nunca estará presente, associada ao vômito ou à dor abdominal.
c) Nunca estará presente, associada à febre
e à presença de sangue.
d) Geralmente pode levar à desidratação mas nunca
à morte.
e) O enfermeiro não deverá se preocupar quando atender
uma criança com diarreia, pois ela é autolimitada.
Resposta

Diarreia é a alteração do conteúdo líquido das fezes, devido à disfunção intestinal,


com perdas excessivas de nutrientes, principalmente água e eletrólitos, traduzindo
um desequilíbrio entre os processos de absorção e secreção do intestino. Dessa
forma, pode-se dizer que:
a) Geralmente, é acompanhada de aumento da frequência, aumento do volume
e diminuição da consistência das fezes.
b) Nunca estará presente, associada ao vômito ou à dor abdominal.
c) Nunca estará presente, associada à febre
e à presença de sangue.
d) Geralmente pode levar à desidratação mas nunca
à morte.
e) O enfermeiro não deverá se preocupar quando atender
uma criança com diarreia, pois ela é autolimitada.
Tipos de diarreia

De acordo com a duração e agentes causadores:

1. Aguda;

2. Persistente;

3. Crônica.

 Brasil, 2017 p. 11 ; Oliveira, 2005 p. 315-16.


Diarreia aguda (conhecida como gastroenterocolite)

 Autolimitadas;
 Duração: horas até 7-13 dias;
 Mortalidade: relacionada à desidratação (neonatos e lactentes), e potencializada
com o estado nutricional da criança (células intestinais, diminuídas e
morfologicamente alterados, dificultando ainda mais a absorção dos nutrientes
e a regeneração desse epitélio);
 Problemas de Saúde Pública: importante em populações carentes, áreas de
saneamento básico deficitárias (tratamento de água e esgoto inexistentes);
 Geralmente na forma aquosa, com secreção ativa de água
e eletrólitos. Brasil, 2017 p. 11 ; Oliveira, 2005 p. 315-16.
Diarreia aguda

Causas:

Principal causa é infecciosa:


 Agentes virais: rotavírus, Norwalk.
 Bactérias: Vibrio cholerae, Escherichia coli, Clostridium difficile, Salmonella,
Shigella.
 Protozoários: Entamoeba hystolitica, Giardia lamblia e Criptosporidium sp.
 Ingestão de toxinas: intoxicações alimentares.
 Brasil, 2017 p. 11 ; Oliveira, 2005 p. 315-16.
Diarreia persistente

 Prolongamento do quadro diarreico por mais de 14 dias.


 Infecção continuada de um agente, danificando as vilosidades e levando à
instabilidade hidroeletrolítica;
 Ocorre geralmente em crianças desnutridas pelas mesmas causas da diarreia
aguda, em que a regeneração dos enterócitos é inadequada;
 Maior causa de desidratação que evolui para óbito;
 Pode apresentar-se sob a forma de diarreia aquosa ou disenteria (sangue);
 O enfermeiro deverá avaliar o estado nutricional da
criança: desnutridos = mais grave;
 Brasil, 2017 p. 11; Oliveira, 2005 p. 315-16.
Diarreia persistente

Causas:

 Infecções potencializadas pela desnutrição

Agentes infecciosos:
 Giardia lamblia, Cryptosporidium,
 Escherichia coli enteropatogênica clássica,
 Escherichia coli enteroagregativa.
 Brasil, 2017 p. 11 ; Oliveira, 2005 p. 315-16.
Diarreia persistente

Fatores de Risco:
 Desnutrição;
 Primeiros meses de vida;
 Baixo peso ao nascer;
 Desmame precoce;
 Higienização inadequada das mamadeiras;
 Baixa escolaridade dos pais;
 Usos abusivo de antibióticos.
 Brasil, 2017 p. 11 ; Oliveira, 2005 p. 315-16.
Diarreia crônica

 Duração maior que 30 dias.

Causas:
 Inflamações crônicas,
 Alergia a alimentos,
 Cólon irritável,
 Parasitoses intestinais não tratadas ou resistentes,
 Tuberculose,
 Intolerância alimentar
(enteropatia por glúten e/ou lactose).
 Brasil, 2017 p. 11 ; Oliveira, 2005 p. 315-16.
Tratamento da criança com diarreia

Tratamento
Plano A Hidratada
Plano B
Desidratada
Plano C
Brasil, 2017
Tratamento da criança com diarreia

Tratamento
Plano A Hidratada:
ativa, com mucosas úmidas, com diurese presente e clara e
se os sinais vitais (frequência cardíaca, pressão arterial e
frequência respiratória) estão adequados à idade.

Plano B
Desidratada
Plano C
Brasil, 2017
Tratamento da criança com diarreia

Plano A – criança sem desidratação

Orientação e dispensa da criança: o tratamento será em casa


 Terapia de Rehidratação Oral – TRO: administrar líquidos adicionais
(Leite Materno, Soro de Rehidratação Oral – SRO após cada episódio diarreico).
 Continuar a alimentar: alimentos constipantes e não laxativos devem ser
preparados (exceto em casos de vômitos).
 Orientar quanto aos sinais de piora (desidratação, febre, diarreia, vômitos em
jato): retornar à unidade de saúde.
Tratamento da criança com diarreia

 Certificar-se de que a mãe compreendeu as orientações.

 Suplementação de Zinco (14 dias). Brasil, 2017.


Tratamento da criança com diarreia

Plano A – criança sem desidratação


Manter os alimentos que mais gosta e tolera, sendo evitados:

 Sólidos: feijão, frutas, verduras, doces, chocolate, abóbora, abobrinha e cenoura.

 Líquidos: leite de vaca, iogurte, refrigerantes gasosos. Brasil, 2017.


Tratamento da criança com diarreia

 Plano A – criança sem desidratação

Oferta de líquidos (SRO) a cada dejeção líquida:


 Até 2 anos: 50-100 ml (LM se amamentando).
 Crianças de 2 anos ou mais:100-200 ml.
 Pode oferecer mais SRO se a criança aceitar.
 É importante demonstrar como administrar a solução de
SRO: oferecer com frequência pequenos goles de
líquidos usando copo ou colher.
 Na falta do SRO, pode-se utilizar o soro caseiro ou
solução sal açúcar (SSA), porém o SRO é a melhor
escolha.
 Brasil, 2017.
Tratamento da criança com diarreia

Plano A – criança sem desidratação

Suplementação de Zinco (dose única/dia por 14 dias):

 Até 6 meses: 10 mg.


 Crianças de 6 meses ou mais: 20 mg.
 Brasil, 2017.
Diarreia aguda de repetição

 Ocorre quando a criança manifesta, em curtos períodos


de tempo, diversos quadros diarreicos agudos.

 Expolia os nutrientes aos poucos: desnutrição.


Exposição
 Avaliar a causa e interferir: Tratamento ao
patógeno
Hábitos de higiene, cuidados maternos,
cuidados na creche, condições de habitação.

Diarreia aguda
Interatividade

O enfermeiro deve saber conduzir casos de crianças com diarreia, principalmente


pela facilidade e rapidez com que essa doença pode levar a desidratação e muitas
vezes ao óbito. Alguns cuidados com a criança com diarreia sem desidratação,
consiste em basicamente, exceto:

a) Administrar líquidos adicionais, principalmente após as ejeções líquidas.


b) Se a criança estiver em regime exclusivo de leite materno, amamentar com
frequência e por tempo mais longo a cada vez.
c) Caso a criança não esteja em regime exclusivo de leite
materno, oferecer o Soro de Rehidratação Oral – SRO.
Interatividade

d) Administrar, frequentemente, pequenas frações de líquidos (SRO).

e) Suspender a alimentação.
Resposta

O enfermeiro deve saber conduzir casos de crianças com diarreia, principalmente


pela facilidade e rapidez com que essa doença pode levar a desidratação e muitas
vezes ao óbito. Alguns cuidados com a criança com diarreia sem desidratação,
consiste em basicamente, exceto:

e) Suspender a alimentação.
Tratamento da criança com diarreia

Tratamento
Plano A Hidratada
Plano B
Desidratada
Plano C
Brasil, 2017
Desidratação

 A desidratação pode ocorrer, dentre outras causas, de uma complicação da


diarreia, que, se não tratada, poderá levar ao choque hipovolêmico e
consequentemente à morte.

 O exame físico é um importante recurso para avaliar a presença de desidratação.


Desidratação

A criança (principalmente RN e lactentes) são mais predisponentes à desidratação.


Composição Corporal – Líquidos
Adultos Crianças
60% 80%
LIC: 40% LIC: 20%
LEC: 20% LEC: 60%
Desidratação

A desidratação pode ocorrer por:

 Déficit de volumes dos líquidos corporais,


denominados de desidratação volumétrica.

 Das alterações na composição dos líquidos corporais, por motivos dos distúrbios
da osmolaridade, como nos casos da hiponatremia e da hipernatremia,
denominadas de desidratação quantitativa.
Desidratação

Tipos de desidratação:

 Leve.
 Moderada (transição).
 Grave.
Principais sinais para avaliação do grau de desidratação na infância, da
criança com diarreia
DESIDRATAÇÃO
HIDRATADO
LEVE GRAVE
Prostrado, hiporeativo,
Estado geral Ativo Sede, irritabilidade
comatoso
Enoftalmia pronunciada,
Olhos Normais Enoftalmia
tensão ocular diminuída
Umidade das
Normal Reduzida Reduzida, quase seca
mucosas
Fonte: Adaptado de Turgor de pele Normal Alterado Turgor pastoso
Oliveira (2005, p. 316).
Ausentes ou
Lágrimas Presentes Ausentes
diminuídas
Fontanela Plana Deprimida Muito deprimida
Sede Normal Evidente Intensa
Cheios, Normais, pouco Finos, difícil palpação
Pulsos
normais finos dos periféricos
Principais sinais para avaliação do grau de desidratação na infância, da
criança com diarreia

DESIDRATAÇÃO
HIDRATADO
LEVE GRAVE

Perfusão Normal
3 a 6 segundos > 10 segundos
periférica (> 3 segundos)

Frequência Taquicardia Taquicardia


Normal
cardíaca discreta significativa
Fonte: Adaptado de
Oliveira (2005, p. 316). Volume Reduzida,
Normal Ausente
urinário concentrada

Perda de peso Até 3% do De 3 a 10% do Acima de 10% de


(decorrente da peso ou até peso ou de 30 a peso ou acima de
perda líquida) 30 mL/kg 100 mL/kg 100 mL/kg
Tratamento da criança com diarreia

Tratamento
Plano A Hidratada
Plano B
Desidratada
Plano C
Tratamento da criança com diarreia – plano B

Tratamento
Plano A Hidratada
Plano B Desidratação leve
Reidratação com SRO – duração = 4 horas
Supervisão do enfermeiro
Concluída a reidratação = iniciar realimentação sob supervisão
Reavaliação clínica = reclassificação da desidratação
Quando hidratada: (avaliar sinais e sintomas) encaminhar para casa
com as orientações do Plano A
Fonte: Brasil, 2017.
Tratamento da criança com diarreia

Tratamento
Plano A Hidratada
Plano B
Plano C Desidratada
Fonte: Brasil, 2017.
Tratamento da criança com diarreia

Tratamento
Plano A Hidratada
Plano B
Plano C Desidratação grave:
Terapia IV: reparação venosa e fase
de manutenção

Fonte: Brasil, 2017.


Diarreia e desidratação – plano C

Indicações para hidratação IV na criança com diarreia e desidratação grave:

 Falha na TRO;
 Vômitos incontroláveis e frequentes (>4/h);
 Íleo paralítico;
 Choque;
 Depressão neurológica;
 Perdas gastrointestinais intensas (>15 mL/kg/h).
Diarreia e desidratação – plano C

 Hidratação IV

1ª etapa: reparação venosa (fase rápida):


 Objetivo: expandir o LEC e restaurar a volemia;

 SF 0,9% + SG5% (1:1) – 20 mL/kg a cada 20 minutos até reidratação completa.


Repetir até presença de 2 micções espontâneas claras e abundantes.
Diarreia e desidratação – plano C

 Hidratação IV

2ª etapa: fase de manutenção

A reposição líquida (IV) é feita em 24 horas, com soluções compostas de:

 SG 5% e íons de sódio e potássio.


Diarreia e os planos básicos de tratamento

DESIDRATAÇÃO
HIDRATADO
LEVE GRAVE
PLANO A PLANO B PLANO C

Manter oferta Reparação com Reparação


Plano básico
de líquidos soro oral ou com venosa urgente,
de tratamento
(TRO) e manter soro venoso para expansão do
alimentação. quando a via oral LEC, manutenção
é impossível. dos eletrólitos.
Fonte: Adaptado de Oliveira (2005, p. 316).
Desidratação

Ações do enfermeiro no monitoramento da criança com desidratação:

 Avaliar as condições clínicas da criança e a evolução da desidratação: melhora ou


piora do quadro clínico.
 Deve estabelecer uma contínua vigilância.
 Monitorar o balanço hídrico, os sinais vitais, como a temperatura, a presença e a
localização dos pulsos periféricos, FC e FR e PA.
 Atentar-se ao comportamento (agitado, sedento ou apático).
 Identificar a perfusão periférica, hidratação das mucosas,
prega cutânea e ao controle do peso corporal.
 Verificar as fontanelas (lactentes).
Interatividade

Uma criança com 8 meses, atendida em um estabelecimento de saúde apresenta-


se prostrada, anúrica, enoftálmica, taquicárdica, hipotensa, com mucosas secas,
turgor de pele pastoso e fontanelas deprimidas, diagnosticada, portanto, com
desidratação. A mãe relata que a criança apresentou 6 episódios de diarreia nas
últimas 2 horas. De acordo com relatos desse caso, assinale a alternativa correta:

a) A criança está com desidratação leve e, portanto, o enfermeiro deve iniciar


as orientações contidas no Plano Básico de Tratamento A.
b) A criança está com desidratação grave e, portanto,
o enfermeiro deve iniciar as orientações contidas
no Plano Básico de Tratamento B.
c) A criança está com desidratação leve e, portanto,
o enfermeiro deve iniciar as orientações contidas
no Plano Básico de Tratamento C.
Interatividade

d) A criança está com desidratação grave e, portanto, o enfermeiro deve iniciar as


orientações contidas no Básico de Tratamento Plano C.

e) A criança está com desidratação grave e, portanto, o enfermeiro deve iniciar as


orientações contidas no Plano Básico de Tratamento A.
Resposta

Uma criança com 8 meses, atendida em um estabelecimento de saúde apresenta-


se prostrada, anúrica, enoftálmica, taquicárdica, hipotensa, com mucosas secas,
turgor de pele pastoso e fontanelas deprimidas, diagnosticada, portanto, com
desidratação. A mãe relata que a criança apresentou 6 episódios de diarreia nas
últimas 2 horas. De acordo com relatos desse caso, assinale a alternativa correta:

c) A criança está com desidratação leve e, portanto,


o enfermeiro deve iniciar as orientações contidas
no Plano Básico de Tratamento C.
A criança hospitalizada

 A hospitalização durante a infância é um acontecimento estressante e


traumatizante para a criança, pois ocorre ruptura com o seu meio social, suas
atividades, seus hábitos e costumes.

 As crianças ficam imersas em um ambiente novo, repleto de restrições e rotinas,


com pessoas desconhecidas e, além disso, são submetidas a procedimentos
geradores de medo e dor (SOUSA et al., 2011).
A criança hospitalizada

 O processo de hospitalização é marcado por insegurança e desconforto para a


criança: combinação de anseios e medos por estar rodeada de pessoas
desconhecidas em ambiente hostil (SOUSA et al., 2011).

Fonte: BRASIL, 2012, p. 62.


A criança hospitalizada e as ações positivas

 Apresentar a unidade de internação previamente à família e à criança no caso de


internações eletivas.
 Orientar a criança e a família de modo que entendam o funcionamento e os
procedimentos hospitalares que serão realizados.
 Apresentar as pessoas da equipe que estarão atuando.
 Usar atividades lúdicas que esclareçam sobre o que acontecerá: fantoches para
simular os procedimentos (Ex.: tala gessada, soroterapia); macas em forma de
carros, paredes decoradas com temas infantis (SOUSA et al., 2011).
A criança hospitalizada, a família e o enfermeiro – as ações positivas

 Fundamental participação da família: na maioria das vezes, é a referência da vida


da criança fora do hospital: ela conhece e reconhece o cheiro, o toque
e a fisionomia.

 Na família, a criança busca a força e a segurança necessárias para enfrentar


o medo, a dor e os demais sentimentos gerados em função da doença
e da hospitalização (RIBEIRO et al., 2017).
A criança hospitalizada, a família e o enfermeiro – as ações positivas

Família-participante:
 Acolhida;
 Orientada (horários, funcionamento, alimentação, descanso, regras, custos,
permanência, participação nos cuidados);
 Conhecedora da realidade: acompanhando a evolução, observando a melhora ou
piora do estado de saúde do filho e o empenho da equipe de saúde (SOUSA et
al., 2011);
 Confortada e ouvida (anseios, medos, dúvidas, dificuldades) sobre as implicações
que a doença pode ter no futuro;
 Preparada: alta ou óbito;
 Equipe de apoio: médico, enfermeiro, psicólogo, serviço
social, capelão...
A criança hospitalizada, a família e o enfermeiro – as ações positivas

O enfermeiro deve estimular uma relação salutar entre a família e a equipe,


favorecendo:

 Conhecer melhor a criança.


 Os esclarecimentos das dúvidas.
 Construção de uma rede de confiança.

Fonte: BRASIL, 2012, p. 6


A criança hospitalizada e o enfermeiro

Planejamento das atividades de enfermagem à assistência da criança hospitalizada:

 Embasadas na qualidade e na segurança da criança.


 Organizar o trabalho de acordo com as diretrizes norteadoras: ambiente, recursos
tecnológicos e insumos necessários.
 Protocolos de atendimento à criança e à família participante;
 Os recursos materiais e tecnológicos devem atender
à criança e não devem ser providos de adaptações
de recursos disponíveis aos usuários adultos,
pois a criança não é um adulto em miniatura.
A criança hospitalizada e a brinquedoteca

A legislação brasileira regulamenta o funcionamento das brinquedotecas nas


unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação,
determinando:

 “I – os estabelecimentos hospitalares pediátricos deverão disponibilizar


brinquedos variados, bem como propiciar atividades com jogos, brinquedos,
figuras, leitura e entretenimento nas unidades de internação e tratamento
pediátrico como instrumentos de aprendizagem educacional e de estímulos
positivos na recuperação da saúde... (BRASIL, 2005).”
A criança hospitalizada e a brinquedoteca

Enfermeiro deverá:

 Favorecer, idealizar esse espaço;

 Ativar o espaço: equipes de apoio, voluntários


(Ex.: contadores de história);

 Contribuir com as regras de controle de infecção e segurança da criança.


A criança hospitalizada e o enfermeiro – admissão hospitalar

Pré-admissão:

 Antes da internação, designar o quarto com base na idade de desenvolvimento,


gravidade de diagnóstico, transmissibilidade de enfermidade e duração prevista
da hospitalização.

 Organize o prontuário e os materiais e insumos necessários para a admissão.

 Receba a criança e se apresente: referência inicial


para a família e a criança.
A criança hospitalizada e o enfermeiro – admissão hospitalar

 Oriente sobre as principais rotinas e funcionamento do quarto.


 Apresente a unidade de internação: brinquedoteca, áreas de sol.
 Explique os regulamentos: visitas médicas, horários de visitas e refeições.
 Verifique a pulseira de identificação da criança (nome e a unidade corretos).
 Inicie a SAE, verificando os sinais vitais e o peso (deverá ser verificado
diariamente, no mesmo horário, se possível) e altura.
 Entrevista: coleta de dados (histórico e exame físico).
A criança hospitalizada e o enfermeiro – admissão hospitalar

 A prescrição de enfermagem da criança internada deve prever os valores


de referência dos sinais vitais, de acordo com a idade e as condições clínicas.

 Esses valores devem ser consultados em tabelas de referências e adotados


individualmente, para cada fase de desenvolvimento.

 Dica: construa instrumentos para a avaliação da criança e deixe um arquivo para


consultas das tabelas de referenciais esperados (estado nutricional, peso, altura,
FC, FR, PA, T, escalas de dor e adotados individualmente, para cada criança
em específico).
A criança hospitalizada e o enfermeiro – alta hospitalar

 Notifique os órgãos competentes em situações de suspeita de violência


contra a criança.

Faça o planejamento e as orientações para a alta:


 Oriente e certifique-se de que a família está preparada para cuidar da criança em
casa (ostomias, aparelhos gessados, curativos e os recursos necessários).
 Informe a Unidade Básica de Saúde de referência da criança para dar
continuidade (vigilância).
Interatividade

O enfermeiro deve manter as condições de trabalho no ambiente hospitalar dentro


de todos os critérios necessários para primar pela assistência à criança. Sendo
assim, o enfermeiro na assistência à criança hospitalizada deve, exceto:

a) Organizar o trabalho de acordo com as diretrizes para a assistência direta


à criança, no que se refere ao ambiente e aos recursos tecnológicos
e insumos necessários.
b) Orientar a criança e a família de modo que entendam o funcionamento e os
procedimentos hospitalares que serão realizados.
c) Apresentar as pessoas da equipe que
estarão atendendo.
Interatividade

d) Usar atividades lúdicas para amenizar o impacto da hospitalização.

e) Evitar que a família esteja presente em todas as atividades que forem realizadas
com a criança, por medidas de segurança.
Resposta

O enfermeiro deve manter as condições de trabalho no ambiente hospitalar dentro


de todos os critérios necessários para primar pela assistência à criança. Sendo
assim, o enfermeiro na assistência à criança hospitalizada deve, exceto:

e) Evitar que a família esteja presente em todas as atividades que forem realizadas
com a criança, por medidas de segurança.
ATÉ A PRÓXIMA!

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