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Maria Fernanda Foles Veras

Resenhas de Parasitologia- Professora Isabel

Parasitoses intestinais se associam a menores índices de peso e estatura


em escolares de baixo estrato socioeconômico.
Resenha:
As parasitoses intestinais constituem um grave problema de saúde
pública, especialmente nos países subdesenvolvidos, sendo esse problema
associado e agravado por condições sanitárias precárias e falta de informação.
As crianças são mais vulnerável à infestação por parasitas intestinais,
geralmente, não realizam medidas de higiene pessoal de forma adequada e se
expõem ao solo e à água, que são importantes focos de contaminação.
As medidas preventivas e o tratamento são conhecidos, mas não estão
totalmente disponíveis nas áreas mais pobres. Além disso, a indústria tem
menos interesse em desenvolver métodos de diagnóstico mais eficazes e
novos medicamentos. Essas doenças são causadas por agentes infecciosos ou
parasitas e são consideradas endêmicas em populações de baixa renda.
Um estudo transversal foi realizado no município de Osasco
(SP),durante quase um ano.E foram constituídos dois grupos de crianças,as
moradoras em uma favela e matriculadas em uma escola particular. Obtidos
grupos socioeconômicos diferentes.
O primeiro grupo foi formado por crianças residentes em uma favela
localizada em área reconhecidamente sem saneamento básico adequado, nas
proximidades de um aterro sanitário municipal onde vivem famílias de baixo
poder aquisitivo. O segundo grupo foi constituído por 35 crianças que
estudavam em uma escola particular. Essas crianças pertenciam a famílias
com boas condições socioeconômicas e possuíam moradias que dispunham de
saneamento básico adequado. Observou-se que 15,5% crianças da favela
eram anêmicas, não havendo nenhum caso de anemia entre as crianças da
escola particular. Na escola particular, apenas duas 5,9% das 34 crianças
encontravam-se parasitadas, sendo o único parasita verificado, em ambos os
casos, a Giardia lamblia. Por sua vez, no grupo da favela, algum tipo de
parasita intestinal foi encontrado em 60,7% das 84 crianças . No grupo de
crianças moradoras na favela com parasitose intestinal, 62,7% crianças tinham
ao menos um parasita patogênico e 37,3% apenas parasitas não patogênicos.
Em 37,2% crianças, foi caracterizado monoparasitismo, em 35,3%,
biparasitismo e em 27,5%, poliparasitismo, sendo que as associações
parasitárias mais comuns ocorreram entre Entamoeba coli e Endolimax nana,
21,6%, seguida por Giardia lamblia e Entamoeba coli, 7,9%.
Ressalta-se também que apenas duas crianças do grupo da escola
particular apresentavam giardíase assintomática. As crianças estudadas na
favela apresentaram menores valores de peso e estatura.
Esses resultados consideram o chamado “círculo vicioso da pobreza”,
observado em nosso país e caracterizado por condições insalubres de
moradia, por alimentação inadequada tanto em quantidade como em qualidade
e pela ocorrência de processos infecciosos. Na presença das infecções
parasitárias, o estado nutricional pode ser comprometido em decorrência de
redução na ingestão alimentar ou aumento de perda de nutrientes a partir de
vômitos, diarreia ou perda sanguínea.
As crianças demonstram mais saudáveis, após o tratamentodas
infecções parasitárias. É necessário adquirir medidas preventivas, para reduzir
a frequência de infestação por parasitas intestinais, como: tratamento
medicamentoso, que visa reduzir a morbidade pela redução da carga
parasitária, melhoria das condições sanitárias, a fim de controlar a transmissão
por reduzir a contaminação por fezes ou água contaminada e medidas
educativas, estimulando hábitos adequados de higiene.
Para concluir, é importante destacar que o combate às
enteroparasitoses depende do sucesso da implementação de políticas públicas
que, além de promoverem o crescimento econômico, levam à melhoria da
distribuição de renda e ao acesso a serviços de saúde pública de qualidade.
Hipovitaminose A em escolares da zona rural de Minas Gerais

Resenha:
A deficiência de vitamina A é um importante problema de saúde, no
Brasil. Foram realizados estudos que tenham identificado prevalências
superiores a 10% de níveis de retinol sérico abaixo de 20µg/dL, condição que
caracteriza a hipovitaminose A como problema de saúde pública.
A deficiência de Vitamina A afeta as estruturas epiteliais de diferentes
órgãos. A Vitamina A é essencial ao crescimento e desenvolvimento do ser
humano. Atua também na manutenção da visão, no funcionamento adequado
do sistema imunológico (defesa do organismo contra doenças, em especial as
infecciosas), mantém saudáveis as mucosas que também atuam como
barreiras de proteção contra infecções. Estudos mais recentes vêm mostrando
que a Vitamina A age como antioxidante .Porém, recomenda-se cautela no uso
de vitamina A, uma vez que, em excesso, ela também é prejudicial ao
organismo.
De acordo com dados compilados pela Organização Mundial de Saúde (OMS),
no Brasil são mais freqüentes as formas subclínicas da deficiência de vitamina
A e, embora os pré-escolares constituam o grupo mais vulnerável para a
hipovitaminose A, sua ocorrência pode seprolongar para a idade escolar e a
fase adulta. Principalmente os da zona rural, que constituem uma importante
parcela da população brasileira em risco de desenvolver essa deficiência
nutricional.
Um estudo foi feito em escolas no município de Novo Cruzeiro, MG,
onde a população a maioria reside na região rural. Neste estudo, os fatores da
hipovitaminose A são representados pela desnutrição, consumo alimentar
inadequado de fontes de vitamina A, baixa renda mensal familiarper capita e a
parasitoses intestinais.
Quanto à distribuição dos níveis séricos de retinol dos escolares
investigados, identificou-se que 29% deles apresentaram níveis inadequados
de retinol (<20µg/dL) . Observou-se que entre os escolares com níveis
séricos de retinol adequados, 22,2% apresentavam déficit de altura/idade e
9,9% apresentavam déficit ponderal.
Verificou-se também que, dos indivíduos com níveis inadequados de
retinol, 25,7% apresentavam déficit de altura/idade e 5,7% déficit ponderal.
Entre os escolares investigados, 63,1% apresentavam ingestão de vitamina A
abaixo do recomendado .Daqueles com níveis séricos adequados de retinol,
62,6% apresentavam ingestão inadequada de vitamina A e 64,3% daqueles
com níveis séricos inadequados de retinol apresentavam ingestão abaixo do
recomendado. 78,8% dos escolares apresentavam algum tipo de parasitose
intestinal. Dentre os indivíduos portadores de níveis séricos de retinol
adequados, 76,6% eram positivos para alguma parasitose.
Os resultados deste estudo colocam em evidência a necessidade de ampliar o
diagnóstico da hipovitaminose A para escolares de outras regiões do país, em
particular para aqueles que estão submetidos a precárias condições de vida.
Os resultados deste estudo reforçam também a importância da ampliação de
medidas de suplementação em populações de risco, incluindo os escolares.
IDENTIFICAÇÃO E TRATAMENTO DE ENDOPARASITOSES EM
PACIENTES DA TERCEIRA IDADE

Resenha:

Os avanços tecnológicos e científicos associados ao maior controle


sobre a saúde, meio ambiente,saneamento básico e melhorias no acesso aos
serviços de saúde, ocorridos nas últimas décadas,contribuíram para o aumento
da expectativa de vida e, consequentemente, com o envelhecimento
Populacional. Essas mudanças modificaram o perfil de saúde da população,
visto que houve redução dos óbitos pelas doenças infecciosas e aumento das
doenças não transmissíveis. Entretanto, apesar da redução significativa da
mortalidade por doenças infecto-parasitárias, ainda persiste um grande impacto
dessas doenças na morbidade.
Infecções parasitárias são provocadas por helmintos e protozoários que
colonizam o intestino de vertebrados, representando um grande problema
de saúde pública. Os idosos apresentam uma maior predisposição a essas
doenças, em comparação à população jovem, devido à dimunuição das
funções do sistema imunológico, que ocorrem naturalmente com o processo de
envelhecimento, e do declinio progressivo da independência para o
autocuidado,
resultando em prejuízo da higiene pessoal e dos alimentos.
Foi realizado um estudo foi do tipo transversal e analítico com
abordagem quantitativa e descritiva, em Campina Grande- PB. . A amostra foi
composta por todos os pacientes portadores de Hipertensão Arterial e/ou
Diabetes Mellitus (HIPERDIA), que participam do Programa de Atenção
Farmacêutica (PROATENFAR) da UEPB.
No estudo, a maior frequência correspondeu ao gênero feminino. Não se
pode afirmar que as parasitoses são mais presentes nas mulheres, o motivo
delas se apresentarem sempre em maior percentual pode estar relacionado ao
comportamento averso por parte doshomens em relação ao auto-cuidado nas
questões de saúde. Em relação à faixa etária dos idosos parasitados, a maior
frequência foi registrada no intervalo de 60 – 69 anos. A maioria dos idosos
eram aposentados, além da renda, a escolaridade, o tipo de alimentação e a
presença de saneamento básico são fatores determinantes para o surgimento
de endoparasitoses.
Os parasitas encontrados foram: E. histolytica , uma vez que ela é
patogênica e invasiva, também é justificado pelo clima tropical da cidade, o que
pode favorecer o seu surgimento. A E. coli é um parasito da cavidade
intestinal, onde se nutre de bactérias e detritos alimentares. A E. nana vive nos
segmentos cólicos do intestino humano, sem causar nenhum mal. A sua
presença é justificada pela literatura da maneira semelhante ao da E. coli. A
giardíase é mais frequente na infância; na população adulta a sua menor
incidência decorre da imunidade adquirida após exposições precoces
resultantes de infecções assintomáticas. Ascaridíase tem prevalência no
mundo, acometendo cerca de 30% da população; os seus sintomas geralmente
ocorrem quando há uma infecção mais numerosa de vermes ou larvas.
Foi concluido que a presença de endoparasitoses evidenciada na
população geriátrica pode estar relacionada à imunidade adquirida com o
avanço da idade ou pelas condições favoráveis oferecidas pelo município.
Portanto, políticas públicas de saúde deverão ser intensificadas, para
assegurar a melhoria e o bem estar da população, favorecendo o aumento da
expectativa de vida, contribuindo assim para uma longevidade mais saudável.

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