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Unidade II
5 IMPACTO DA VIOLÊNCIA NA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
O ECA, em seu artigo 5º, estabelece que: “nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punindo na forma da
lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais” (BRASIL, 1990).
Todavia, existem muitas crianças e adolescentes sofrendo vários tipos de violência: de natureza
física, sexual e psicológica, negligência e abandono (BRASIL, 2010a).
O Ministério da Saúde adota o conceito de violência utilizado pela Organização Mundial da Saúde:
Já a violência infantil é definida pelo Ministério da Saúde como “quaisquer atos ou omissões dos
pais, parentes, responsáveis, instituições e, em última instância, da sociedade em geral, que redundam
em dano físico, emocional, sexual e moral às vítimas (BRASIL, 2010a, p. 28).
O esquema a seguir indica os diferentes tipos de violência que são realizadas contra crianças e adolescentes:
Tipos de violência
Figura 15 – Tipos e natureza das principais violências que atingem crianças e adolescentes
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POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
Ao falarmos sobre violência e seu impacto social, sobretudo entre crianças e adolescentes, é preciso
compreender melhor quais são as formas e apresentações da violência em nossa sociedade.
Observação
Em seu artigo A Violência Social sob a Perspectiva da Saúde Pública, Minayo (1994) fez reflexões
importantes sobre a violência, fazendo que compreendamos como esse fenômeno se estabelece e
fragiliza a sociedade. Em seu estudo, ela ressalta as formas de violência: estrutural, de delinquência e
de resistência:
Violência estrutural:
Violência de resistência:
Violência de delinquência:
O quadro a seguir acentua os principais tipos de violência a que são acometidas crianças
e adolescentes:
Quadro 6
Todo ato violento com uso da força física de forma intencional, não acidental,
praticada por pais, responsáveis, familiares ou pessoas próximas da criança ou
adolescente, que pode ferir, lesar, provocar dor e sofrimento ou destruir a pessoa,
deixando ou não marcas evidentes no corpo, e podendo provocar inclusive a morte.
Física
Pode ser praticada por meio de tapas, beliscões, chutes e arremessos de objetos, o que
causa lesões, traumas, queimaduras e mutilações.
Apesar de subnotificada, é a mais identificada pelos serviços de saúde.
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POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
Observação
Saiba mais
Conforme esse documento, as causas externas (acidentes e violências) foram responsáveis por
124.935 óbitos em 2006, representando 13,7% do total de óbitos por causas definidas. É a terceira
maior causa de mortalidade na população geral. Apresenta-se como a primeira causa de morte entre as
crianças a partir de um ano e os adolescentes (BRASIL, 2010a).
Os dados ressaltados nessa publicação (BRASIL, 2010a) demonstram que a mortalidade por causas
externas – acidentes e violências entre crianças de 0 a 9 anos – distribuem-se assim:
• 22,7%: afogamentos;
Entre os adolescentes de 10 a 19 anos, as violências lideram o ranking, com 52,9%, seguidas pelos
acidentes de transportes, 25,9%, e afogamentos, com 9%.
O acolhimento às crianças vítimas de violências é feito na maioria das vezes pelos profissionais da
saúde, em especial pela equipe de enfermagem, pois possuem recursos para reconhecer um caso de
violência. Além de evitar o agravamento da situação em que a vítima se encontra, a enfermagem é
quem lança o dos protocolos adequados para cada caso em primeira instância.
Para tanto, esses profissionais devem se preparar para atuar de modo assertivo. Habilidades técnicas
são exigidas, é claro, mas é vital que haja sensibilização diante de crianças ou adolescentes inseridos
em um contexto de violência. Segundo Valera et al. (2015), o trabalho e intervenção do corpo de
enfermagem não se reduz ao acolhimento, pois atuam como mediadores sociais para o processo de
interrupção desses abusos.
É fato que o atendimento desse público carece de uma rede de atendimento interdisciplinar, por isso
é ainda mais importante o preparo e o constante aprimoramento dos enfermeiros.
Em seu estudo, Valera et al. (2015) apontam que são nos espaços de saúde em que se faz possível
identificar e prevenir a continuidade dos casos de violência de crianças e adolescentes. Pode-se constatar
não apenas as situações de risco à integridade física, mas também à emocional. Os autores destacam na
tabela a seguir estudos científicos que se debruçaram sobre essa temática.
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POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
Com o fito de adotar medidas específicas para a prevenção da violência, os profissionais de saúde devem:
Saiba mais
Bater para ensinar a não bater foi um tema muito discutido – Lei da
Palmada – e que alterou o ECA. A legislação estabelece o direito da criança
e do adolescente de ser educado e cuidado sem o uso de castigos físicos ou
de tratamento cruel ou degradante. Leia:
Durante o atendimento a esse público, o profissional deve estar atento para identificar sinais e
sintomas da violência infantil, por exemplo, a síndrome de Munchausen. Vejamos sua definição:
Existe também a síndrome de Munchausen by self, quando a criança assume o papel de doente. Ela
acaba perpetuando esse tipo de violência, praticando os mesmos atos consigo mesma para chamar a
atenção de outras pessoas.
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Unidade II
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Observação
É difícil para a criança e o adolescente revelar que sofreu ou está sofrendo
violência, pois teme represálias dos agressores e de ser afastado do lar.
Lembrete
É fundamental identificar as formas de manifestação da violência que
mais afetam as crianças e os adolescentes para oferecer cuidado e proteção
social, especialmente na rede pública de saúde.
O profissional da saúde também deve ficar atento quando a criança ou adolescente apresentar os
seguintes sinais:
– Lesões que não podem ser explicadas pelo acidente relatado: fraturas
de fêmur em crianças abaixo de 4 anos referidas como consequência
de queda de bicicleta, [sabendo-se que elas] não teriam capacidade
de andar em uma bicicleta tão alta, [com uma] queda que [pudesse
causar] um trauma tão intenso a ponto de provocar uma fratura.
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Unidade II
Para atender de forma integral esse público em situação de violência, foi instituída no SUS a linha
de cuidado para a atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de
violências, que compreende as dimensões: acolhimento, atendimento, notificação e seguimento para a
rede de cuidados e de proteção social. O esquema a seguir identifica detalhadamente quais condutas
devem ser tomadas por cada tipo de instituição:
Seguimento na rede de
Acolhimento Atendimento Notificação
cuidado e de proteção social
1
Caps: Centros de Atenção Psicossocial; 2 Capsi: Centro de Atenção Psicossocial Infantil; 3 Cras: Centro de Referência de Assistência
Social; 4 Creas: Centro de Referência Especializado de Assistência Social; 5 CTA: Centro de Testagem e Aconselhamento; 6 SAE: Serviço de
Atenção Especializada
Figura 16
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Antes do ECA, crianças e adolescentes carentes não eram diferenciados das crianças e dos adolescentes
autores de atos infracionais, todos ficavam em uma mesma instituição. Em geral, eram confinados em
abrigos e internatos, sem direitos reconhecidos nem assegurados, pois não havia a preocupação com o
estado de seu desenvolvimento. Era a chamada Doutrina da Situação Irregular.
Com o advento do Estatuto, nos anos 1990, entra em cena a Doutrina da Proteção Integral. Nela,
crianças e jovens passam a ter os direitos garantidos e são considerados prioridade legal, uma vez que
estão em um período da vida que é essencial para a sua evolução enquanto seres humanos.
Desse modo, ficou oficializado que é papel da sociedade e do Estado, por meio de ações e recursos
financeiros, executar essas ações, protegendo os direitos de crianças e adolescentes em situação de
vulnerabilidade e risco social. A lei deve reconhecê-los como sujeitos de direito, mas a realidade é bem
distinta, o Estado tem se valido de organizações sem fins lucrativos, instituições chamadas “abrigos”. Tais
espaços assumem papel alternativo para viabilizar o atendimento social (DIAS; SILVA, 2012).
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Unidade II
IV – abrigo;
V – liberdade assistida;
VI – semiliberdade;
5.5.1 Abrigos
Abrigo, por definição, é o local que se destina a proteger, amparar. São instituições públicas ou
privadas que acolhem crianças e adolescentes em situação de risco ou vulnerabilidade.
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POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
Saiba mais
Conheça o Plano Decenal de Atendimento Socioeducativo do Estado de
São Paulo e um pouco mais da história da Fundação Casa:
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Medidas Socioeducativas Casa.
Fundação Casa. São Paulo, 2014. Disponível em: <http://www.fundacaocasa.
sp.gov.br/View.aspx?title=medidas-socioeducativas&d=12>. Acesso em:
3 mar. 2018.
Analisando a tabela, concluímos que uma pequena parcela dos adolescentes estão em um sistema
socioeducativo no Brasil e que as regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste são as de maior prevalência.
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Unidade II
5.5.3 Orfanato
Orfanato é uma palavra que deriva do termo grego orphanus, “privado de pais”. Em geral, é
uma instituição pública que se dedica a cuidar de crianças menos favorecidas que perderam seus
pais (órfãs) por custódia ou por qualquer outro motivo. Pode haver participação de entidades
privadas ou religiosas. Em alguns casos, quando não há possibilidade de retorno à família original,
as crianças ficam à espera de adoção. Ao atingir a maioridade, o interno pode sair da instituição
onde reside.
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Observação
É o local onde a criança ou adolescente fica até que seja possível sua reintegração familiar. É usada
como último recurso, e seu intuito é manter o jovem lá o menor tempo possível.
Funciona como moradia transitória de crianças e adolescente de 0 a 17 anos e 11 meses e tem como
objetivo amparar e garantir proteção integral à criança e ao adolescente em situação de risco pessoal,
social e de abandono.
Os espaços podem ser cedidos, próprios ou locados e são administrados por organizações sem fins
lucrativos. Apresentam características residenciais, sem placa de natureza institucional e endereço
sigiloso para a preservação da identidade e integridade do público atendido, destinado a grupos de até
vinte crianças e adolescentes.
No Brasil, uma das primeiras condutas para promover o aleitamento foi o Programa Nacional de
Incentivo ao Aleitamento Materno (PNIAM). Criado em 1981, recebeu destaque em todo o país, com a
contribuição de diversos profissionais da saúde, com atendimento individualizado nas unidades básicas
de saúde, materiais informativos e campanhas publicitárias. O SUS é o grande fomentador dessas ações
em todas as esferas – regionais, municipais, estaduais e federais.
Diversos grupos de apoio à amamentação originados na sociedade civil foram e têm sido
atores importantes dessa campanha. O Brasil possui regulamentação da publicidade para consumo
infantil, controlando a propaganda de alimentos voltados à criança em idade de aleitamento
para que o uso indiscriminado de fórmulas não substitua e desestimule o aleitamento materno.
Como exemplo, citamos o Instituto Alana e o Movimento Infância Livre do Consumo, criados pela
sociedade civil.
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Unidade II
– Amamente seu filho por até dois anos ou mais. Nos primeiros seis
meses, dê somente leite materno.
Para auxiliar as empresas a receber a mãe que amamenta de modo apropriado, o Ministério da
Saúde disponibilizou um guia para orientar os empregadores na adequação de um local específico para
o aleitamento materno.
Conforme dados do IBGE, 43% dos trabalhadores brasileiros são mulheres, e o Ministério da
Saúde afirma que existem no País cerca de 140 mil mulheres beneficiadas com as duzentas salas
de apoio à amamentação. Essa estratégia teve início em 2010 para amparar a mulher que volta da
licença‑maternidade e deseja continuar amamentando o filho. Com essas informações, fazemos a
seguinte reflexão: considerando os mais de 5 mil municípios brasileiros, esse número está bem abaixo
das necessidade das mães trabalhadoras, e o número de duzentas salas é inviável para alocar 140 mil
mulheres (BRASIL, 2017a).
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Unidade II
Figura 17
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POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
Saiba mais
Outro ponto de destaque nas ações do Ministério da Saúde foi a proposta para as empresas ampliarem
a licença-paternidade de 5 para 20 dias, dentro do programa Empresa Cidadã, desde que comprovado o
envolvimento do pai nos cuidados ao recém-nascido.
Saiba mais
<https://avasus.ufrn.br>.
A imagem a seguir incentiva a participação dos pais nos cuidados ao recém-nascido, é mais uma
forma de apoio ao aleitamento materno:
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Unidade II
Figura 18
Para celebrar os inúmeros benefícios da amamentação para a saúde de mães, de bebês e do planeta,
a World Alliance for Breastfeeding Action (Waba – Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno)
promove a Semana Mundial de Aleitamento Materno desde 1992, que é comemorada anualmente em
mais de 150 países. Durante o evento, é lançado para a sociedade um desafio temático, em especial para
os profissionais de saúde (CARVALHO, 2013).
A 1ª Semana Mundial de Aleitamento Materno (1992) não foi organizada no Brasil, e o tema foi
Baby-Friendly Hospital Initiative – Iniciativa Hospital Amigo da Criança (CARVALHO, 2013).
O quadro a seguir apresenta os temas da SMAM definidos pela Waba desde 1992:
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Ano Tema
1992 Iniciativa Hospital Amigo da Criança
1993 Amamentação: direito da mulher no trabalho
1994 Amamentação: fazendo o Código funcionar
1995 Amamentação fortalece a mulher
1996 Amamentação: responsabilidade de todos
1997 Amamentar é um ato ecológico
1998 Amamentação: o melhor investimento
1999 Amamentar: educar para a vida
2000 Amamentar é um direito humano
2001 Amamentação na Era da Informação
2002 Amamentação: mães saudáveis, bebês saudáveis
2003 Amamentação: trazendo paz num mundo globalizado
2004 Amamentação exclusiva: satisfação, segurança e sorrisos
Amamentação e introdução de novos alimentos a partir dos 6 meses de vida. Do peito à comida caseira:
2005 saúde a vida inteira!
2006 Amamentação: garantir este direito é responsabilidade de todos. O Código salva vidas – atuemos já!
2007 Amamentação na primeira hora, proteção sem demora
2008 Amamentação: participe e apoie a mulher! Se o assunto é amamentar, apoio à mulher em primeiro lugar!
2009 Amamentação em todos os momentos: mais carinho, saúde e proteção
Amamente. Dê ao seu filho o que há de melhor. Amamentar é muito mais que alimentar a criança. É um
2010 importante passo para uma vida mais saudável
Amamentar faz bem para o bebê e para você. Até os 6 meses, o bebê só precisa de leite materno. Depois,
2011 ofereça alimentos saudáveis e continue amamentando até os 2 anos ou mais. Informe-se, prepare-se. Torne
essa experiência completa
2012 Amamentar hoje é pensar no futuro
2013 Tão importante quanto amamentar seu bebê é ter alguém que escute você
2014 Amamentação: um ganho para a vida toda
2015 Amamentação e trabalho. Para dar certo, o compromisso é de todos
2016 Amamentação: faz bem para o seu filho, para você e para o planeta
2017 Trabalhar juntos para o bem comum
Saiba mais
Para saber quais os caminhos que percorremos para ter no Brasil a
Semana Mundial de Aleitamento Materno, leia:
IBFAN. Proteger a amamentação. In: SEMANA MUNDIAL DE ALEITAMENTO
MATERNO (SMAM) 2017. Disponível em: <http://www.ibfan.org.br/site/
wp-content/uploads/2017/07/SMAM-2017-FOLDER-TRADUZIDO-3.pdf>.
Acesso em: 7 mar. 2018.
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Unidade II
Tal iniciativa tornou-se lei. O Agosto Dourado será comemorado da mesma forma como outras ações
de destaque na saúde, como: Setembro Amarelo (prevenção do suicídio), Outubro Rosa (prevenção do
câncer de mama), Novembro Azul (prevenção do câncer de próstata) e Dezembro Vermelho (prevenção
da transmissão do HIV). Durante todo o mês, prédios públicos federais ficarão iluminados na cor dourada,
a cor da amamentação, já que o aleitamento materno é considerado padrão ouro de alimentação para
crianças pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Presidência da República
Casa Civil
Vigência
Art. 1º. Fica instituído o mês de agosto como o Mês do Aleitamento Materno.
Art. 2º. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 dias de sua publicação oficial.
Michel Temer
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POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
A OMS, em parceria com a Unicef, viabilizou a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (Ihac) no início
dos anos 1990. O compromisso é sensibilizar os profissionais da saúde a serem promotores de ações
que colaborem para a garantia e incentivo ao aleitamento materno. Para conduzir melhor esse projeto,
foi estabelecido um programa chamado Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno, que foi
propiciado pelo Ministério da Saúde em todos os estados e municípios brasileiros.
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Unidade II
Passo 1 Ter uma política de aleitamento materno escrita que seja rotineiramente transmitida a
toda equipe de cuidados de saúde.
Passo 2 Capacitar toda a equipe de cuidados de saúde nas práticas necessárias para
implementar esta política.
Passo 3 Informar todas as gestantes sobre os benefícios e o manejo do aleitamento materno.
Ajudar as mães a iniciar o aleitamento materno na primeira meia hora após o
nascimento. Conforme nova interpretação: colocar os bebês em contato pele a pele
Passo 4 com suas mães, imediatamente após o parto, por pelo menos uma hora e orientar
a mãe a identificar se o bebê mostra sinais de que está querendo ser amamentado,
oferecendo ajuda se necessário.
Passo 5 Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação mesmo se vierem a ser
separadas dos filhos.
Passo 6 Não oferecer a recém-nascidos bebida ou alimento que não seja o leite materno, a não
ser que haja indicação médica e/ou de nutricionista.
Para compreendermos melhor os aspectos que estão contidos em cada passo, bem como sua
aplicabilidade na instituições de saúde, Lopes et al. (2013) destacam os resultados de uma pesquisa
realizada como forma de autoavaliação de um hospital universitário sobre o aleitamento materno:
Passo 3: Para avaliar este passo, entrevistou-se a enfermeira responsável pelo pré‑natal.
Em seguida, as informações foram confrontadas com as respostas das 20 gestantes, no
terceiro trimestre da gravidez, que compareceram a pelo menos duas consultas no serviço. O
hospital possui atendimento de pré-natal. A enfermeira responsável pelo serviço apontou que
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POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
Passo 4: Segundo a Ihac, este passo é interpretado como: “colocar os bebês em contato
direto com a mãe logo após o parto por pelo menos uma hora e incentivar a mãe a identificar
se seu bebê está pronto para ser amamentado, oferecendo ajuda, se necessário”. Dentre as 29
mães que realizaram parto vaginal e cesáreo sem anestesia geral, selecionadas aleatoriamente,
93,3% afirmaram que seus bebês foram entregues a elas imediatamente ou até cinco minutos
após o parto. Uma puérpera (3,3%) permaneceu em contato direto com seu bebê durante 60
minutos. Das mães entrevistadas, uma foi submetida à cesárea com anestesia geral e, assim que
ficou apta a atender às necessidades do seu bebê, foi incentivada pela equipe a amamentar por
pelo menos uma hora. Ainda na sala de parto, 23,3% das mães foram incentivadas a procurar
por sinais de que seus filhos estavam prontos para serem amamentados, sendo auxiliadas
quando precisavam. Das dez mães com bebês internados na Utin, 90% afirmaram que tiveram
a oportunidade de segurar seus bebês em contato pele a pele em qualquer momento do dia.
Passo 6: O hospital não possui dados que indicam a quantidade de bebês amamentados
exclusivamente com o leite materno. Dos 30 bebês observados, 86,6% não receberam
alimento ou bebida além do leite humano, assim como 83,3% das mães relataram que seus
bebês foram alimentados exclusivamente com o leite materno.
Passo 7: Nas enfermarias pós-parto, 100% dos bebês estavam alojados conjuntamente
com suas mães, não sendo contabilizadas as puérperas cujos bebês se encontravam na Utin.
Confirmando esse critério, 100% das mães afirmaram permanecer 24 horas por dia junto
aos seus lactentes. Apenas 53,3% das mães relataram que seus bebês permaneceram com
elas imediatamente após o nascimento. Das dez puérperas que tiveram parto cesárea ou
outros procedimentos com anestesia geral, 80% ficaram junto aos seus bebês e/ou iniciaram
o alojamento conjunto assim que foram consideradas aptas a atender às necessidades do
recém-nascido.
Passo 9: Todos os bebês observados nas salas/alas de pós-parto receberam cuidados sem
o uso de mamadeiras e chupetas, corroborando o relato de 100% das mães entrevistadas.
Segundo o Portal da Saúde (BRASIL, 2014a), para se tonar Amigo da Criança, o hospital deverá, ainda:
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POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
Esse programa foi gerado pela Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos) em 1990
para a promoção de direitos de crianças e adolescentes. O selo certifica empresas que atuem em prol do
benefício e proteção desse público (PORTAL DA ABRINQ).
Saiba mais
Resumo
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Unidade II
Exercícios
A) À medida que se passam os meses em aleitamento materno exclusivo, o leite passa a ter mais
gordura e proteínas que podem ocasionar diarreia. Se isto ocorrer, a recomendação da OMS é
oferecer ao bebê chás e água em pequena quantidade, porém não interromper o aleitamento.
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POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
B) Não há, até o momento, nenhuma evidência de que o aleitamento materno exclusivo contribua
para o desenvolvimento cognitivo da criança. O que se têm evidências diz respeito à melhor
nutrição, diminuição de alergias e menor chance de obesidade.
E) Não existe uma técnica para amamentar. O importante é a mãe oferecer leite materno ao bebê
quando necessário.
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: o leite materno não passa a ter maior quantidade de gordura e proteína ao longo
dos meses de aleitamento exclusivo. Oferecer alimentos complementares precocemente pode acarretar
prejuízos à saúde da criança, associado a maior número de episódios de diarreia.
B) Alternativa incorreta.
C) Alternativa correta.
D) Alternativa incorreta.
E) Alternativa incorreta.
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Unidade II
I – Estes episódios de violência ocorrem pelo medo de denunciar, principalmente das pessoas que
deveriam proteger as próprias crianças e adolescentes.
II – Existe grande aceitação social da violência contra crianças e adolescentes, uma vez que ela pode
ser utilizada para “educar”.
III – O combate à violência se torna invisível quando os serviços de escuta estão preparados para o
atendimento da criança e do adolescente.
IV – A violência pode gerar problemas sociais, emocionais, psicológicos e cognitivos durante toda a
vida, podendo resultar em comportamentos prejudiciais à saúde.
V – São passos primordiais para a adoção da cultura da paz: adotar postura proativa frente a qualquer
tipo de violência, promover ações de sensibilização e mobilização sobre a cultura da paz.
B) I, II e III.
D) III, IV e V.
E) I, IV e V.
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