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1. Marco Histórico:
2 A Lei foi assim chamada em homenagem a Maria da Penha Maia Fernandes, vítima contumaz de
violência doméstica praticada pelo ex-marido, que culminou em tentativa de assassinato. Depois de
repetidas agressões, sobreviveu, permanecendo paraplégica. Atualmente, Maria da Penha luta pelo
combate à violência contra mulher.
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elas não precisariam mais de autorização do marido para trabalhar, receber herança
ou requerer a guarda dos filhos, em caso de separação.
O avanço dos direitos da mulher foi impulsionado pela massiva participação
dos movimentos sociais, com destaque ao movimento feminista e às influências de
intelectuais diversos3. Direitos reprodutivos, sexuais e econômicos são demandas
que aos poucos ingressaram na pauta de reivindicações, buscando superar as
desigualdades adquiridas sociohistoricamente.
2. Conceitos
2.1 Gênero:
3 Entre os intelectuais que influenciaram o pensamento feminista, destacamos: John Stuart Mill;
Simone de Beauvoir; Mary Wollstonecraft, Virgínia Woolf. No Brasil, são importantes referências,
Nísia Floresta, Berta Lutz, Heleieth I. B. Saffioti.
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Portanto, nas relações de dominação com enfoque de gênero, estão
imbricadas relações de poder entre masculino/feminino, que se traduzem em
tratamento desigual, destarte, subalterno:
2.2 Violência
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2.3 Violência Doméstica e Familiar
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Cavalcanti (2014) destaca que a violência de gênero não tem como matriz as
características pessoais do agressor, mas a própria estrutura social que ensina que
a mulher pode ser discriminada pelo simples fato de ser mulher.
Saffioti (1999) comenta que a violência de gênero, inclusive em suas
modalidades familiar e doméstica, não ocorre aleatoriamente, mas deriva de uma
organização social que privilegia o masculino.
Para a autora, a violência de gênero passa por um “projeto de dominação-
exploração de uma categoria sobre a outra” (masculino/feminino). Todavia, a
dominação pode ser exercida por pessoa de outro sexo que não seja o masculino.
Nas palavras da própria autora, (1999, p.83):
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próprio ou a sua personalidade, ou ainda, vise diminuir as suas
capacidades físicas ou intelectuais (GOMES e SANCHES apud RÊGO etti
alli, 2012).
3. Considerações Finais:
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Podemos situar ainda, no conflito entre irmãos, situações em que o homem
avalia ter maior direito sobre o patrimônio familiar em relação às filhas mulheres.
Não sem motivos, a opinião de filhos do sexo masculino tende a ganhar maior peso
nos processos decisórios da família, principalmente nas questões que envolvam a
divisão dos bens ou outras decisões importantes. Nota-se, ainda, que irmãos de
ambos os sexos que convivem no mesmo imóvel apresentam, de modo mais
comum, discussões sobre quem deve assumir as tarefas domésticas e determinar a
rotina do lar, culminando em conflitos visíveis e até agressões.
A família, portanto, para além das relações afetivas e espontâneas, é uma
instituição que reflete tensões e relações de poder, assim como qualquer outra.
Deste modo, importa pensar o lugar ocupado pelas mulheres e sua função ao longo
do tempo, sua resistência e os movimentos em torno da conservação do seu papel
tradicional de cuidadora e de mãe. Assim, o que vier a fugir desta condição, passaria
a ser interpretado como “desvio” ou mesmo “negligência”, como se a condição de
mulher estivesse naturalmente associada a estas funções (Goldani, 2002, apud
Morgado, 2004).
Outra questão a ser destacada diz respeito à condição de gênero e a
sobreposição da velhice. Diversas violências que ocorrem neste contexto são
acentuadas pelo maior grau de fragilidade incorporado pela mulher idosa, que neste
ciclo da vida apresenta restrições de saúde, mobilidade e de autonomia. Além disto,
a velhice carrega consigo muitos estigmas e preconceitos reproduzidos nas relações
sociais e familiares.
De modo mais geral, as mulheres vitimadas podem também traduzir atitudes
de violência com seus pares e filhos, precisando, muitas vezes, de apoio e
acompanhamento da situação sociopsicológica em que se encontram.
Portanto, é fundamental destacar o caráter interdisciplinar da intervenção nas
questões de violência contra a mulher, a qual não se encerra com as determinações
no âmbito da ação judicial. As repercussões e os impactos de tal vivência se
estendem ao longo da convivência familiar e social destas mulheres e podem trazer
danos inclusive aos familiares, como é o caso dos filhos. Daí a importância do
desenvolvimento de um trabalho integrado e em rede, que congregue o
entendimento e a aplicabilidade destes conceitos no cotidiano.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
RÊGO, Nelson Melo de Moraes ett alli. Lei Maria da Penha: O conceito de gênero
como Núcleo Interpretativo. Disponível em
http://www.amma.com.br/artigos~2,3464,,,lei-maria-da-penha-o-conceito-de-genero-
como-nucleo-interpretativo. Acesso em 03/11/2015.
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SANTOS, Graciete; BUARQUE, Cristina. O Que é Gênero?. Caderno gênero e
trabalho. Salvador: REDOR, 2006.
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