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RESUMO: Este artigo fala sobre a violência contra a mulher. Nele vemos como a mulher é
tratada dês da antiguidade, e como isso influência como as mulheres são tratadas atualmente,
vemos também que esse maltrato pode virar violência, e essa violência pode acarretar em morte,
o feminicídio.
ABSTRACT: This article talks about violence against women. In it we see how women are
treated from antiquity, and how it influences how women are treated today, we also see that
this mistreatment can become violence, and that violence can result in death, femicide.
1 INTRODUÇÃO
*
Aluna do curso de direito da Faculdade Maringá. marcondesroquefer@outlok.com.
**
Advogada, mestra e professora da Faculdade Maringá, mpj1anonoturnoavaliacao@gmail.com.
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Pode-se ver claramente que a mulher é considerada culpada por qualquer coisa,
desde a narrativa bíblica da perda do paraíso causada por Eva. Isso acontece também com
Pandora que abre a caixa com todos os males do mundo. Com isso as mulheres começam a
ser rotuladas como frácas, curiosas (pelo próprio sexo), frágeis fisicamente e
psicologicamente.
A primeira base de sustentação da ideologia de hierarquização masculina em
relação à mulher, e sua consequente subordinação, possui cerca de 2.500 (dois
mil e quinhentos) anos, através do filósofo helenista Filon de Alexandria, que
propagou sua tese baseado nas concepções de Platão, que defendia a ideia de
que a mulher pouco possuía capacidade de raciocínio, além de ter alma inferior
à do homem. Ideias, estas, que transformaram a mulher na figura repleta de
futilidades, vaidades, relacionada tão-somente aos aspectos carnais”
(CAMPOS; CORRÊA, 2007, p. 99).
Na atualidade a situação das mulhes não é tão diferente, os autores Diniz e Angelim
(2003) mostram que diversos estudos têm demonstrado o quanto, de fato, os valores culturais
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Pode-se ver que mesmo antes de existir uma sociedade, a mulher já era culpada pelos
mares sofridos. Com o passar do tempo, e com as grandes civilizações, a mulher ainda é
culpada pelas tragédias, e a cultura machista ainda mais forte traz a grande conseguência que
é a agreção, que no ano de 2020 anda crescendo, por conta da quarentena trazida pelo
COVID-19.
Nagib Slalibi (2003) escreveu que juridicamente, a violência é uma forma de coação,
ou de constrangimento, posto em prática para vencer a capacidade de resistênciado outro.
Também pode ser entendido como a capacidade do próprio corpo de exercer a força através de
um impulso. A violência pode ser física - força física, agressão - ou moral – ameaça, medo,
intimidação.
A violência contra mulher é praticada em sua maioria entro de casa, e os agressores
geralmente são seus familiares.Tais crimes acabam por colocar sob várias situações de risco
as pessoas que convivem no contexto intrafamiliar, incapacitando-as para o trabalho, o estudo
e a vida em sociedade, podendo inclusive levá-las à morte [...] (AGUDELO, 1990 apud
MINAYO, 1994, on-line).
O grande mal da violência contra mulher é que o agressor, em sua maioria, justifica seu
ato como um ato de amor e carinho, confindindo a mulher, e fazendo com que ela,
inconscientemente, confuda o abuso e a agressão, com o amor.
As mulheres são, nesse contexto, atingidas tanto pela violência física, quanto
pela violência psicológica, sofrendo graves danos psíquicos. Nele, o cenário
social se converte em cenário familiar, onde o amor, o ódio, a rivalidade, a
culpa e a dependência se endereçam às figuras edipianas ou pré-edipianas.
(BARUS-MICHEL, 2004, on-line).
Pode-se concluir que a violência conta mulher é o ato físico ou moral, que decrine e
deixa marcas pelo seu agressor, o qual geralmente é um ente familiar, e que sempre justifica
sua agressão. Com isso vemos que devemos sempre estar em alerta, porque tauvez estejamos
em uma situação parecida.
Munevar (2012) escreve que para fazer frente aos femicídios, é preciso realizar as
ações de nomear, visibilizar e conceituar as mortes violentas de mulheres, o que constitui o
exercício material do direito a ter direitos.
Quando a agressão é tão extrema que acarreta a morte, é chamado de feminicídio, e
segundo Meneghel (2017, on-line): “O assassinato de mulheres é habitual no regime
patriarcal, no qual elas estão submetidas ao controle dos homens, quer sejam maridos,
familiares ou desconhecidos.”
Depois de muito tempo o feminicídio foi levado a sério. Com a lei Maria da Penha, a
violência deixou de ser considerada como crime de menor potencial ofensivo, foi conceituada
e tipificada, sendo rapidamente conhecida e incorporada no discurso das mulheres do país,
independentemente de posição social. (PORTELLA, 2017, on-line).
As mulheres não são fracas, nem ingênuas, muito menos burras, pelo contrário, elas
são inteligentes, esforçadas, fortes, capasses de tudo. A diferença é que a sociedade desde
sempre, impõem que o homem que deve ter essas características, assim como impõe ao
homem, que a maioria das coisas se resolvem na violência física. Com isso a sociedade,
inconscientemente, enraizou a atitude de agredir uma mulher, e isso tomou uma proporção tão
grande que chegou a morte. É inaceitavel esse comportamento.
A violência contra à mulher pode causar vários donos, o autor Zuma (2005, p. 2)
apresenta:
O uso intencional da força física ou do poder, real ou ameaça, contra si próprio,
contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou
tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico,
deficiência de desenvolvimento ou privação.
Bianchini (2011, on-line) constatou em sua pesquisa que na opinião de 28% dos que
disseram que as mulheres não estavam denunciando mais, a principal razão era por que a
denúncia só fazia aumentar a violência em casa (28% das mulheres, 28% dos homens). Vinte e
cinco por cento disseram que as mulheres não denunciavam para preservar casamento e
família (24% das mulheres, 26% dos homens); 19%, porque não acontecia nada com o
agressor (18% das mulheres, 20% dos homens); 15%, porque a mulher dependia
economicamente do companheiro (18% das mulheres, 12% dos homens); 3%, porque as
mulheres não tinham onde denunciar (3% das mulheres, 4% dos homens); 1%, porque a
família/delegado aconselha a não denunciar (1% das mulheres, 0% dos homens).
Outro motivo para a mulher em uma relação afetiva não denunciar seu parceiro, está
relacionado à dependência financeira. Quanto mais frágil, mais desprotegida e sem recursos é a
mulher, mais dependente se apresenta do marido. (CORDEIRO, 2018, on-line apud MIZUNO;
FRAID; CASSAB. 2010. P. 18).
Em sua matéria Cordeiro (2019, on-line) diz que a promotora de justiça Valéria
Scarance, especializada em Gênero e Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, explica que
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As autoras Oliveira, Viegas, Santos, Silveira e Elias (2014, on-line) mostram que a
partir do momento em que essas mulheres, mesmo estando em dependência financeira ou
emocional com a desestruturação da própria vida e da família, perceberam a situação concreta de
possível morte, surgiu a capacidade de enfrentamento dessa situação, uma vez que tomaram “a
decisão de denunciar após a violência vivida” – terceira temática, uma atitude de mobilização
interna que fez com que procurassem recursos externos como a Delegacia da Mulher e o Centro
de Referência de Atendimento à Mulher.
Quando a mulher for vítima de uma agreção, ela deverá denunciar essa agressão, a
autora Muniz (2016, on-line) explica como funciona.
Vejamos, após sofrer agressão a vítima deve comparecer a Delegacia da
Mulher mais próxima para noticiar a autoridade competente sobre o crime ou
infração (Notitia Criminis) formalizada por meio do boletim de ocorrência
criminal. Posteriormente, o Delegado avaliará se houve ou não o delito diante
do fato típico, realizando diligências, intimando o acusando a prestar
esclarecimentos, etc.
A autora Gomes (2020, on-line) mostra oque acontece depois que a vítima realiza o
boletim de ocorrência. Os boletins de violência doméstica passam por uma triagem e são
encaminhados à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) da região de cada ocorrência. Nas
cidades que não contam com uma DDM, a ocorrência será direcionada a uma delegacia
territorial correspondente à residência da vítima. Em seguida, cabe aos delegados ou delegadas
responsáveis providenciar as diligências e perícias necessárias, assim como entrar em contato
com a vítima, de forma discreta, para saber da necessidade da realização de exames periciais e
de medida protetiva, dentre outros. De acordo com a SSP, é importante que as vítimas guardem
provas em lugar seguro, como fotos, vídeos e diálogos escritos, pois elas são necessárias para
materialidade dos casos e serão requisitados pelos delegados.
Uma mulher vítima de violência física ou pscológica tem todo um suporte vindo da
delegacia especialista para esses casos, isso não exclui os casos que os agentes da lei não dão
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muita importância para o caso, mais consegue-se ver uma grande mudança nesses casos.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo nasceu da preocupação de alertar, prevenir e buscar colocar limites nos
atos violentos e desmoralizantes contra a mulher. Do desejo de conscientizar as vítimas das
medidas protetivas que lhes dão suporte.
Pelo que foi exposto, a violência contra mulher é antes de tudo um fenômeno social
e do cotidiano inerente ao ser humano. A mulher desde os primórdios da humanidade foi
tratada com desigualdade diante dos homens, eram vistas como inferior, frágil, dentre
outros termos, fato esse ainda atual em algumas partes do mundo.
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Por fim, esse artigo não tem a pretensão de encerrar o assunto, mas pretende ser visto
como incentivo para uma maior discussão acerca desse, precisa ser mais bem aprofundado por
parte dos membros da sociedade para que juntos encontremos caminhos, a fim de que as
mulheres conquistem a equidade entre os sexos e a erradicação da violência praticada contra a
elas.
REFERÊNCIAS
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palavra, a sociedade. Disponível em:
https://professoraalice.jusbrasil.com.br/artigos/121813993/por-que-as-mulheres-nao-
denunciam-seus-agressores-com-a-palavra-a-sociedade. - acesso em: 14 set.2020.
CORDEIRO, Mirella. Por que muitas mulheres têm dificuldade de denunciar violência
doméstica? Medo, vergonha e a crença na mudança do parceiro são alguns fatores. Disponível
em: https://maxima.uol.com.br/noticias/comportamento/por-que-muitas-mulheres-tem-
dificuldade-de-denunciar-violencia-domestica.phtml - acesso em: 14 set. 2020 .
DINIZ, G. R. S. & ANGRLIM, F. P. (2003). Violência doméstica – porque é tão difícil lidar
com ela?. Revista de Psicologia da Unesp.
FILHO, Nagib Filho; CARVALHO, Gláucia. Vocabulário Jurídico. 21ª edição. Rio de
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GOMES, Priscila. O que acontece após a vítima de violência doméstica fazer um B.O. on-
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LEITE, Renata Macêdo; NORONHA, Rosangela Moraes Leite. A violência contra a mulher:
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file:///C:/Users/marco_000/Downloads/959-3132-1-PB%20(4).pdf – acesso em: 02 set. 2020.
psicologicas-da-violencia-domestica-contra-a-
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MINAYO, M. C. de. Violência social sob a perspectiva da saúde pública. Cadernos de Saúde
Pública Print ISSN 0102 – 311X. Cad. Saúde Pública vol.10 suppl.1 Rio de Janeiro 1994.
Disponível em: www.scholar.google.com.br- acesso em: 02 set. 2020.
MIZUNO, Camila; FRAID, Jaqueline Aparecida; CASSAB, Latif Antonia. Violência Contra
a Mulher: Por que elas simplesmente não vão embora. Simpósio sobre Estudos de Gênero e
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MUNIZ, Josiane. As mulheres vítimas de violência doméstica sabem como proceder após a
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15 set. 2020.
PINSKY, Jaime. As primeiras civilizações. 138 ed. São Paulo: Atual, 1994. p. 64.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer primeiramente a Deus que permitio que tudo isso acontecesse.
Gostaria de agradeser também a minha professora e orientadora Debora Goldner Pereira
Oliveira, que me amparou em todos os momentos de dúvida.
Agradeço e muito aos meus pais, meu herois, que me deram a oportudidade de estár fazendo
oque eu gosto, eu amo muito vocês.
Por fim agradeço ao meu namorado e os meus cólegas de durma que sempre estiveram no
meu lado para me apoiar e me incentivar.