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UNIVERSIDADE PAULISTA

LIDIANE BRITO SILVA RA: 2009735

IVONE SANTOS DE OLIVEIRA MACHADO RA: 2077484

MARIA LÚCIA LESSA PINHEIRO RA: 1977861

VANILDA NAZARÉ CARDOSO DE MORAES RA: 0537634

INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL EM CASOS DE VIOLÊNCIA CONTRA


MULHER

(Identificando familias em situações de vulnerabilidade e combatendo o


feminicidio)

ANANINDEUA

2023
LIDIANE BRITO SILVA RA: 2009735

IVONE SANTOS DE OLIVEIRA MACHADO RA: 2077484

MARIA LÚCIA LESSA PINHEIRO RA: 1977861

VANILDA NAZARÉ CARDOSO DE MORAES RA: 0537634

INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL EM CASOS DE VIOLÊNCIA


CONTRA MULHER

(Identificando familias em situações de vulnerabilidade e combatendo o


feminicidio)

Trabalho de conclusão de curso para


obtenção do título de graduação em
Serviço Social apresentado a

Universidade Paulista – UNIP.

Orientador: Prof.

ANANINDEUA

2023
Resumo

O objetivo desta pesquisa é abordar a questão da violência contra as mulheres, suas


causas e medidas de prevenção. Destaca-se a importância do conhecimento em
serviço social para prestar assistência de qualidade e identificar mulheres em
situação de vulnerabilidade. O trabalho também abordou o feminicídio, políticas
públicas, tipos de violência e estratégias para combater os abusos contra as
mulheres.

Palavras-chaves: mulher, violência e feminicídio.


Summary

The objective of this research is to address the issue of violence against women, its
causes and prevention measures. The importance of knowledge in social work is
highlighted to provide quality assistance and identify women in vulnerable situations.
The work also addressed feminicide, public policies, types of violence and strategies
to combat abuse against women.

Keywords: woman, violence and femicide.


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Introdução

O feminicídio é o ato máximo da violência, ou seja, a consequência de


inúmeros abulsos, que precederam o desfecho porém é importante saber que uma
considerável parcela desses casos poderiam ter sido evitados, sendo este é o
ponto principal deste estudo, que tem como objetivo mostrar de forma minuciosa os
vários tipos de violência existentes e também intervir de forma social colaborando
com o bem-estar físico e psicológico das famílias

De acordo com Arendt (2013), a violência tem caráter instrumental e é


através da coerção que são constituídas a dominação e a obediência, dessa
maneira, a dominação através do uso da violência está vindo de onde o poder está
sendo perdido. Em suas palavras diz “e o poder, ao que tudo indica, é um
instrumento de domínio, enquanto o domínio, assim nos é dito, deve a sua
existência a um ‘instinto de dominação’. (ARENDT, 2013, p.52) Ainda segundo
Arendt (2013) é necessário o respeito para se conservar a autoridade, trazendo seu
pensamento para o que tange a violência contra a mulher, há uma relação de poder,
onde o homem impõe seu controle sob a mulher, e no momento que sente
ameaçado com relação a essa questão, faz uso da violência para efetivar o seu
domínio. Completando o que diz a autora, como maior inimigo dessa autoridade do
poder está o desprezo, no caso de o homem imaginar que a mulher possa deixá-lo
é como se ele estivesse perdendo sua autoridade sobre ela. Corroborando com
Arendt, destaca-se a afirmação de Saffioti (2015)2
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CAPÍTULO 1: VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA AS MULHERES

De acordo com a Lei nº 11.340 de 07 de agosto de 2006 - Lei Maria da


Penha, a violência contra a mulher se configura como qualquer ação ou conduta,
baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou
psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado. Incluem-se a
agressão física, sexual, psicológica e econômica.

Estudos mostram que, pelo menos uma em cada três mulheres já foi
espancada, coagida ao sexo ou sofreu alguma outra forma de abuso durante a vida,
onde o companheiro apresenta-se como o agressor mais frequente. A violência
contra mulheres sempre existiu historicamente, principalmente no ambiente
doméstico, afirmando a relação de poder entre gêneros7. Somente na década de
1980 que esse fenômeno ascendeu no meio social, sendo organizado por
movimentos feministas na busca do reconhecimento dos direitos das mulheres e a
efetivação de políticas públicas de justiça de gênero (OLIVEIRA et al., 2015 apud
ACOSTA et al., 2015). Ainda assinala a autora que o feminicídio encontra-se em
todas as sociedades qualificado de extrema violência dada a uma cultura de
dominação e inferiorização da mulher frente ao homem. Nesse mesmo pensamento
Meneghel e Portella (2017) afirmam que: O feminicídio, assim, é parte dos
mecanismos de perpetuação da dominação masculina, estando profundamente
enraizado na sociedade e na cultura. São expressões deste enraizamento a
identificação dos homens com as motivações dos assassinos, a forma seletiva com
que a imprensa cobre os crimes e com que os sistemas de justiça e segurança
lidam com os casos. O fato das mulheres, muitas vezes, negarem a existência do
problema é atribuído à repressão ou negação produzida pela experiência traumática
do próprio terrorismo sexista, além da socialização de gênero, em que a ideologia
de gênero (ideologia considerada.

Como vemos, a violência doméstica é um tema presente no cotidiano do


assistente social, cabe a esse profissional identificar e conhecer as formas de
violência que se desenvolve dentro do ambiente familiar. Os casos de violência
doméstica, que tem na mulher sua vítima mais comum, não se limitam apenas a
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agressão corporal, vai além, sendo composta por outras formas de violência que
agravam ainda mais a situação de vulnerabilidade da mulher.

1.1 Lei do Feminicídio

A Lei do Feminicídio, foi incluído no Código Penal entre os tipos de homicídio


qualificado, definido como o assassinato de mulheres por razões da condição de
sexo feminino, quando o crime envolve violência doméstica e familiar, ou
menosprezo e discriminação contra a condição de mulher. O crime foi, assim
adicionado ao rol dos crimes hediondos, tal qual, estupro, genocídio e latrocínio. A
pena prevista para o homicídio qualificado é de reclusão de 12 a 30 anos

O conceito de feminicídio foi utilizado pela primeira vez por Diana Russel em
1976, diante do Tribunal Internacional Sobre Crimes Contra as Mulheres, que
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aconteceu em Bruxelas, para caracterizar o assassinato de mulheres pelo fato de


serem mulheres, definindo-o como uma forma de terrorismo sexual ou genocídio.

Logo, o conceito a ser especificado: Feminicídio é o assassinato de


mulheres em razão da condição de ser mulher, ou seja, de gênero decorrente da
violência contra a mulher e principalmente das mazelas do patriarcado enraizado na
sociedade

desde o período colonial até a contemporaneidade, só diferencia a conjuntura de


períodos, mas o poder patriarcal ainda permanece em diversos lares.

1.2 Tipos de violência

O conceito de violência contra as mulheres é bastante amplo e compreende


diversos tipos de violência: a violência doméstica (que pode ser psicológica, sexual,
física, moral e patrimonial), a violência sexual, o abuso e a exploração sexual
mulheres adolescentes/jovens, o assédio sexual no trabalho, o assédio moral, o
tráfico de mulheres, a violência institucional. A Política Nacional de Enfrentamento à
Violência contra as Mulheres reconhece os diversos tipos de violência, entretanto
centra suas ações nas seguintes expressões de violência: Violência Doméstica –
entendida como qualquer ação ou omissão baseada no gênero que cause à mulher
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial no
âmbito da unidade doméstica, no âmbito da família ou em qualquer relação íntima
de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida,
independentemente de coabitação (Lei 11.340/2006). A violência doméstica contra
a mulher compreende ainda:

1.2.1 violência física

É aquela entendida como qualquer conduta que ofenda integridade ou saúde


corporal da mulher. É praticada com uso de força física do agressor, que machuca a
vítima de várias maneiras ou ainda com o uso de armas, exemplos: Bater, chutar,
queimar. cortar e mutilar
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1.2.2 A violência psicológica

É entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e


diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio
que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;

1.2.3 A violência sexual

entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou


a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação
ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua
sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force
ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação,
chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus
direitos sexuais e reprodutivos;

1.2.4 A violência patrimonial

entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração,


destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos
pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados
a satisfazer suas necessidades;

1.2.5 A violência moral

entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou


injúria. Tráfico de Mulheres: O Tráfico de Mulheres tem por base o conceito de
tráfico de pessoas, que deve ser entendido como o recrutamento, o transporte, a
transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou
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uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso


de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de
pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha
autoridade sobre outra para fins de exploração. A exploração incluirá, no mínimo, a
exploração da prostituição de outrem ou outras formas de exploração sexual, o
trabalho ou serviços forçados, escravatura ou práticas similares à escravatura, a
servidão ou a remoção de órgãos (Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de
Seres Humanos.

1.2.6 Cárcere Privado

homem que mantiver a companheira ou a mulher em cárcere privado pode


ser acusado de tortura. Essa é uma das mudanças na Lei Maria da Penha, que já
foi aprovada pelo Senado e está para ser votada na Câmara. São mudanças que
podem acabar com a impunidade e com histórias tristes de violência.

Desde que a Lei Maria da Penha entrou em vigor, há sete anos, 350 mil
medidas protetivas foram emitidas. Uma média de 50 mil por ano. Mesmo assim,
nesse período, a cada uma hora e meia uma mulher foi assassinada pelo marido ou
pelo companheiro.

Por causa dos números levantados por uma comissão parlamentar de


inquérito, dois projetos de lei já foram aprovados pelo Senado, mas ainda faltam ser
discutidos na Câmara. Eles pedem a qualificação como tortura em casos de cárcere
privado da mulher e a exigência da prisão preventiva quando o agressor não
cumprir a medida protetiva.

Outro grande problema que nós encontramos na maioria dos estados são os
institutos médicos legais que funcionam precariamente. Uma mulher que precisa
fazer corpo de delito e não encontra no IML condições para colher as provas, isso
compromete os processos e compromete a apuração e condenação do agressor,
diz a senadora do PT-ES Ana Rita Esgario.
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1.2.7 Tráfico de pessoas

A Organização das Nações Unidas (ONU), no Protocolo de Palermo


(2003), define tráfico de pessoas como o “recrutamento, transporte,
transferência, abrigo ou recebimento de pessoas, por meio de ameaça ou uso
da força ou outras formas de coerção, de rapto, de fraude, de engano, do abuso
de poder ou de uma posição de vulnerabilidade ou de dar ou receber
pagamentos ou benefícios para obter o consentimento para uma pessoa ter
controle sobre outra pessoa, para o propósito de exploração”.

De maneira geral, o tráfico de pessoas consiste no ato de comercializar,


escravizar, explorar e privar vidas, caracterizando-se como uma forma de
violação dos direitos humanos por ter impacto diretamente na vida dos
indivíduos. Se houver transporte, exploração ou cassação de direitos, o crime
pode ser classificado como tráfico de pessoas, não importa se há supostamente
um consentimento por parte da vítima.

O tráfico de pessoas é, em todo o mundo, o terceiro negócio ilícito mais


rentável, logo depois das drogas e das armas. Essa prática não exclui nenhum
país, nem indivíduos, mesmo que mulheres, crianças e adolescentes sejam as
principais vítimas.

Os países mais vulneráveis ao tráfico de seres humanos e à exploração


sexual são os marcados pela pobreza, instabilidades políticas, desigualdades
econômicas, países que não oferecem possibilidade de trabal.ho, educação e
perspectivas de futuro para os jovens.
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2. Violência e a Questão social

Na atualidade, a questão social se expressa com as contradições do


sistema capitalista, ela é composta de variadas expressões que surgem no
desenvolvimento das relações sociais na contradição Capital versus Trabalho.
Dentro desse contexto marcado por expressões diversas, segundo Iamamoto e
Carvalho (2014). A questão social não é senão as expressões do processo de
formação e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário
político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do
empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da
contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros
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tipos de intervenção mais além da caridade e repressão (IAMAMOTO e


CARVALHO, 2014, p. 83 a 84).

Brasil está diante de um aumento de violência contra a mulher. Pesquisa


realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública por meio do Instituto
Datafolha revelou que todas as formas de violência desse tipo cresceram no
período recente. "Foram mais de 18 milhões de mulheres vítimas de violência
no último ano. São mais de 50 mil vítimas por dia, um estádio de futebol
lotado", afirma Samira Bueno, diretora executiva do Fórum. Ao mesmo tempo, o
estudo revela que uma a cada três mulheres brasileiras (33,4%) com mais de
16 anos já sofreu violência física e/ou sexual de parceiros ou ex-parceiros.

Pouco menos da metade dessas mulheres vítimas de violência estão


situadas nas capitais e regiões metropolitanas, e 52% residem no interior. A
gente sabe que equipamentos especializados estão muito concentrados nas
capitais. Então, mulheres que vivem no interior não têm uma rede de
acolhimento como aquelas que vivem em grandes cidades. Menos de 10% dos
municípios brasileiros têm delegacias da mulher, são pouco mais de 600
unidades (em São Paulo, são 140). É um número muito elevado de casos todos
os dias, e, mais do que isso, a gente tem uma distribuição dos serviços
necessários ao acolhimento dessas mulheres que é muito desigual.

Gráfico 1: Nº de Vítimas Mulheres pela Lei Maria da Penha – jan a dez/2020 e


2021
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Em novembro de 2020 o Interior registrou o número máximo de


ocorrências (983 casos). Na capital, este ápice de casos foi observado em
janeiro do mesmo ano (752 casos), enquanto que na RMF, este ápice também
ocorreu em janeiro (312 casos). Não obstante, nas três regiões, observou-se
uma tendência crescente durante o período de abril de 2020 a novembro do
mesmo ano (este crescimento foi mais acentuado na região do interior do
estado). Ao mesmo que, ao final de 2021, foi possível ver uma tendência de
melhora neste indicador com uma queda do número de registros em dezembro:
o interior registrou 780 casos, Fortaleza 648 e RMF 267 casos.

Gráfico 2: Nº de Vítimas Mulheres pela Lei Maria da Penha – jan a dez/2020 e


2021 – Fortaleza, RMF e Interior
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2423 casos registrados de violência contra as mulheres em 2022.

495 deles feminicídios. Um caso de feminicídio foi monitorado a cada 24h.

BA apresentou aumento de 58% de casos e lidera os feminicídios no NE

SP registra um caso de violência contra a mulher a cada dez horas

RJ tem alta de 45% de casos e quase dobra números de estupros

MA é o segundo do NE em agressões e tentativas de feminicídio

PE só fica atrás da Bahia quando se trata de violência contra a mulher no NE

CE deixa de liderar transfeminicídios, mas tem alta de casos de violência sexual


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PI registra 48 casos de feminicídios

A maior parte dos crimes é cometida por companheiros e ex-companheiros, mas


o estado também precisa ser responsabilizado.

Em 2020 o país teve 3.913 homicídios de mulheres, dos quais 1.350 foram registrados
como feminicídios, média de 34,5% do total de assassinatos. A taxa de homicídios de
mulheres caiu 2,1%, passando de 3,7 mulheres mortas por grupo de 100 mil mulheres
em 2019 para 3,6 mortes por 100 mil em 2020. Os feminicídios, por sua vez,
apresentaram variação de 0,7% na taxa, que se manteve estável em 1,2 mortes por grupo
de 100 mil pessoas. Em números absolutos, 1.350 mulheres foram assassinadas por sua
condição de gênero, ou seja, morreram por ser mulheres. No total, foram 3.913 mulheres
assassinadas no país no ano passado, inclusos os números do feminicídio. Esta relação
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indica que 34,5% do total de assassinatos de mulheres foi considerado como feminicídio
pelas Polícias Civis estaduais. O gráfico abaixo apresenta a taxa de cada crime por UF.

Fonte: Secretarias Estaduais de Segurança Pública e/ou Defesa Social; Observatório de Análise Criminal / NAT / MPAC;
Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais – COINE/RN; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);

Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Reforça-se aqui que nos homicídios femininos estão incluídos os feminicídios, mas é
justamente esse olhar para o todo que nos permite compreender quais estados de fato tem
as maiores taxas de feminicídio, e quais potencialmente possuem elevadas taxas, mas não
classificam estes crimes de forma adequada. No Ceará, por exemplo, apenas 8,2% de
todos os assassinatos de mulheres foram classificados como feminicídios, percentual
muito inferior à média nacional de 34,5%. Isso indica que é provável que muitos casos de
feminicídios tenham sido classificados erroneamente apenas como homicídios.
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Fonte: Secretarias Estaduais de Segurança Pública e/ou Defesa Social; Observatório de Análise Criminal / NAT /

MPAC; Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais – COINE/RN; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);

Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Apesar da definição legal, e dos limites impostos pela base de dados, o fato é que 14,7%
dos homicídios femininos tiveram como autor o parceiro ou ex-parceiro íntimo da vítima,
o que deveria torná-los automaticamente um feminicídio. Isto significa dizer que cerca de
377 homicídios de mulheres praticados no ano passado são, na realidade, crimes de
feminicídio.

Já os dados de feminicídio indicam que 81,5% das vítimas foram mortas pelo parceiro ou
ex-parceiro íntimo, mas se considerarmos também demais vínculos de parentesco temos
que 9 em cada 10 mulheres vítimas de feminicídio morreram pela ação do companheiro
ou de algum parente.

Fonte: Análise produzida a partir dos microdados dos registros policiais e das Secretarias estaduais de

Segurança
19

Pública e/ou Defesa Social. Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2020

O local do crime é outra variável útil para compreendermos o contexto da morte violenta. Nos casos de
feminicídio mais da metade das vítimas morreram dentro de casa, ao passo que dentre os demais
homicídios femininos 1/3 ocorreram em via pública.
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Fonte: Análise produzida a partir dos microdados dos registros policiais e das Secretarias estaduais de Segurança Pública e/ou Defesa Social.

Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2020

Jovens, negras e separadas são maior parte das vítimas


Violência por idade:
• 16 a 24 anos (35,2%)

• 25 a 34 anos (28,6%)

• 35 a 44 anos (24,4%)

• 45 a 59 anos (18,8%)

• 60 anos ou mais (14,1%)


Violência por cor:
• Preta (28,3%)

• Parda (24,6%)
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• Branca (23,5%)

Violência por estado civil:

• Separada/Divorciada (35%)

• Solteira (30,7%)

• Viúva (17,1%)

• Casada (16,8%)
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Referencias bibliografias

Lopes, Luciana, A intervenção do profissional de serviço social á mulheres


vítimas de violência doméstica na contemporaneidade, revisão sistêmica,
Paraná, Pág. 1-50, Novembro de 2018.

Silva, Jéssica, Mulheres vítimas de violência doméstica e intervenção do


serviço social nas unidades de pronto atendimento, Recife- PE, pág. 169-177
Setembro de 2020.

Lisboa, Tereza, Intervenção do serviço social junto a questão da violência contra

mulher, Florianópolis SC, pág.: 199-210, Dezembro de 2019. Azmina, Valência


psicológica saiba como evitar, REIF, LAURA São Paulo,

2019, 4 paginas, disponivel em:

https://azmina.com.br/reportagens/violenciapsicologica-saiba-como-identificar)
acesso em 19 de abril de 2023.

Agencia Patricia Galvão, como evitar mortes anunciadas, Campos, Carmem, Santo
Andre, SP, 2019, 20 paginas, disponível em:

https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/feminicidio/capitulos/comoevitarmor
tesanunciadas/acesso em 19 de abril de 2019.

BRASIL. Lei do Feminicídio, Lei 13.104/15. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br.ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm>. Acesso
em: 08 ago. 2023

https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/ acesso em 02 set.


23

2023 https://www.naosecale.ms.gov.br/trafico-de-mulheres/ acesso em 03


set 2023 https://g1.globo.com/google/amp/sp/sao-paulo/noticia/ acesso em
03 set 2023

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