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Escola de Enfermagem São Vicente de Paula

Disciplina: Microbiologia

Professor: Marbyn Guerra

Turno: Manhã

Turma:2023.1

Alunas: Patricia Daniely Araújo Silva


Jacqueline de Melo Granja

Assunto:

Tuberculose
Tuberculose

A Tuberculose (TB) é uma doença infecciosa que afeta principalmente o parênquima


pulmonar. Ela também pode ser transmitida para outras regiões do corpo, incluindo as meninges ,
rins, ossos e linfonodos. A TB é um problema de saúde pública mundial, e as taxas de mortalidade e
morbidade continuam a se elevar . Estima-se que o M. tuberculosis infecta um terço da população
mundial e permanece como a principal causa de mortalidade por doença infecciosa no mundo. A
Organização Mundial de Saúde estima que a TB é a causa de morte de 11% de todos os pacientes com
AIDS. A Tuberculose está intimamente associada à pobreza, desnutrição, aglomeração, alojamento
em condições deficientes e cuidados de saúde inadequados.

Agente Etiológico

Em 24 de março de 1882, foi anunciada por Robert Koch a descoberta do agente etiológico
causador da TB, o Mycobacterium tuberculosis, trazendo a luz a real causa da TB conhecida por tanto
tempo. Vale destacar que a TB pode ser causada por outras espécies que integram o complexo
Mycobacterium tuberculosis, sendo estas: M. tuberculosis, M.bovis, M. africanum, M. canetti, M.
microti, M. pinnipedi e M.caprae. Entretanto na saúde pública o foco de atenção é o Bacilo de Koch,
o M. tuberculosis.

As micobactérias do M. tuberculosis são bacilos retos ou ligeiramente curvos. Essas bactérias


são imóveis, não esporuladas e desprovidas de cápsulas, sendo também aeróbios estritos. Neste
sentido, dificilmente o método Gram positivos pelas características da sua parede celular. As bactérias
do complexo M. tuberculosis são denominadas como micobactérias não pigmentadas com um
crescimento muito lento. Além destas definições, uma característica importante é o agrupamento dos
bacilos que se unem em forma de ramos conhecidos como cordas.

Figura 1- Apresentações das colônias de BK ao microscópio.

1-Mycobacterium tuberculosis com aparência compacta e rugosa de colônia.


2- Inicio de uma colônia com crescimento em cordão.
3- Colônia do Mycobacterium oportunista em um paciente portador de AIDS.
Conforme autores e resultados de cultivos , afirma-se que o aparecimento de agrupamentos em forma
de cordas na baciloscopia é uma indicação de bactérias do complexo de M. tuberculosis. O BK
apresenta um grande conteúdo lipídico compondo sua parede celular responsável por importantes
efeitos biológicos , como a indução da formação de granuloma.

Sintomas

O principal sintoma da Tuberculose é a tosse na forma seca ou produtiva. Por isso,


recomenda-se que todo sintomático respiratório que é a pessoa com tosse por três semanas ou mais,
seja investigado para Tuberculose.
As pessoas com Tuberculose podem apresentar:
• Dores locais: Peito;
• Tosse: com sangue ou crônica;
• No corpo: Fadiga, Febre, Perda de apetite e Suor noturno;
• No peso: Perda de peso não intencional e severa;
• Também é comum: Catarro ou inchaço dos gânglios.

Transmissão

A transmissão da Tuberculose acontece por via respiratória, pela eliminação de aerossóis


produzidos pela tosse, fala ou espirro de uma pessoa com tuberculose ativa, sem tratamento; e a
inalação de aerossóis por um individuo suscetível. Calcula-se que, durante um ano,em uma
comunidade, uma pessoa com Tuberculose Pulmonar e/ou Laríngea ativa sem tratamento possa
infectar, em média, de 10 a 15 pessoas.A Tuberculose não se transmite através de objetos
compartilhados. Bactérias que se depositam em roupas, lençóis, copos, talheres dificilmente se
dispersam no ar e, por isso, não têm papel importante na transmissão da doença. Com o inicio do
tratamento a transmissão tende a diminuir gradativamente, em geral, após 15 dias, o risco de
transmissão da doença é bastante reduzido. A bactéria responsável pela Tuberculose é sensível à luz
solar e a circulação de ar possibilita a dispersão das partículas infectantes. Por essa razão, ambientes
ventilados e com luz natural direta diminuem o risco de transmissão.

Tratamento

A Tuberculose pulmonar é tratada principalmente com agentes quimioterápicos (agentes


antituberculosos) por 6 a 12 meses. É necessária uma duração de tratamento prolongada para garantir
a erradicação dos organismos e para evitar a recidiva. A resistência continuada (desde os anos de
1950) e crescente dos M. tuberculosis aos medicamentos para a tuberculose constitui uma
preocupação mundial e um desafio na terapia da tuberculosa. Vários tipos de resistência a
medicamentos devem ser considerados quando se planeja a terapia efetiva:

• Resistência medicamentosa primária: Resistência a um dos agentes antituberculosos de


primeira linha nas pessoas que não receberam tratamento prévio.
• Resistência medicamentosa secundária ou adquirida: Resistência a um ou mais agentes
antituberculosos demonstrada pelos pacientes que se submetem à terapia.
• Resistência a múltiplos medicamentos: Resistência a dois agentes, isoniazida (INH) e
rifampicina. As populações em risco de máximo para a resistência a múltiplas drogas são as
de pessoas HIV-positivas, que estão institucionalizadas ou desabrigadas.

A crescente prevalência da resistência medicamentosa aponta a necessidade de começar o


tratamento da tuberculose com quatro ou mais medicamentos, garantir o término da terapia
e desenvolver e avaliar novos medicamentos antituberculose.

Profilaxia

A vacina BCG (Bacilo Calmette-Guérin), ofertada no Sistema Único de Saúde (SUS), protege a criança
das formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a tuberculose meníngea. A vacina está
disponível nas salas de vacinação das unidades básicas de saúde e maternidades.
Essa vacina deve ser dada às crianças ao nascer, ou, no máximo, até os quatro anos, 11 meses e 29
dias. O emprego do controle de infecção também faz parte das ações de prevenção da doença , tais
com : manter ambientes bem ventilados e com entrada de luz solar; proteger a boca com antebraço
ao tossir ou espirrar( higiene da tosse); e evitar aglomerações. O tratamento da Infecção Latente da
Tuberculose
(ILTB) é uma importante estratégia de prevenção para evitar o desenvolvimento da tuberculose ativa,
especialmente nos contatos domiciliares, nas crianças e nos indivíduos com condições especiais, como
imunossupressão pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), comorbidades associadas ou uso de
alguns medicamentos.

Cuidados da Enfermagem

Desfechos esperados para o cliente ou paciente:


• Manter ventilação adequada;
• Fazer uso dos sistemas de apoio para melhor enfrentar a situação;
• Identificar medidas de prevenção ou redução da fadiga;
• Expressar compreensão da doença;
• Obedecer ao esquema de tratamento.

Intervenções de Enfermagem:
• Administrar a terapia medicamentosa;
• Isolar o cliente em um quarto tranquilo e adequadamente ventilado, e manter as precauções
contra a Tuberculose;
• Proporcionar atividades de diversão;
• Descartar adequadamente as secreções;
• Providenciar períodos adequados de repouso;
• Proporcionar alimentos equilibrados;
• Providenciar refeições pequenas e frequentes;
• Consultar o nutricionista se forem necessários suplementos orais;
• Realizar fisioterapia toráxica;
• Incluir o cliente nas decisões de cuidados.

Monitoração:

• Sinais vitais;
• Balanço hídrico;
• Determinação diária do peso;
• Complicações;
• Reações adversas;
• Provas de função hepática e função renal.

Orientações ao cliente:

• Os fármacos e os efeitos adversos potenciais;


• A necessidade de isolamento;
• Exercícios de tosse e respiração profunda;
• Exames regulares de acompanhamento;
• Possível redução da efetividade de anticoncepcionais hormonais associada ao uso de
rifampicina;
• A necessidade de uma dieta balanceada com alto teor calórico e proteíco;
• Prevenção da Tuberculose.

Plano de alta:
• Encaminhe qualquer pessoa que tenha tido contato com o paciente infectado para exames
diagnósticos e acompanhamento.

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