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FACULDADE DE ENFERMAGEM SÃO VICENTE DE PAULA

CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM

Juciane Lucia Tavares de Oliveira


Tatiane Pinheiro dos Santos

TÉTANO

JOÃO PESSOA
2023.1
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................3

TRANSMISSÃO ...............................................................................................4

SINTOMAS.......................................................................................................5

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO...................................................................6

PROFILAXIA....................................................................................................7

CUIDADOS DA ENFERMAGEM.....................................................................8

CONCLUSÃO..................................................................................................9

REFERÊNCIAS.............................................................................................10
Introdução

O tétano é uma doença infecciosa causada pela toxina secretada pelo


Clostridium tetani, denominada tetanopasmina. A termologia tétano tem origem
grega e possui como significado rigidez, sendo esse um dos principais sinais
da doença infecciosa, não contagiosa e imunoprevenível denominada tétano. E
o corpo humano atua como uma potente neurotoxina, estimulando contrações
persistentes dos músculos esqueléticos (CAVALCANTE, 2016).

Essa substância age no sistema nervoso central, levando a sua


hiperexcitação, resultando em contrações espamódicas (COSTA et al.,2015;
TAPAJOS, 2011).

Além do mais, ocorre uma desordem neurológica, caracterizada pela


presença de espasmos e hipertonia muscular decorrentes da ação da
neurotoxina envolvida. Ela realiza o bloqueio dos neurotransmissores inibitórios
nos neurônios motores, enriquecendo as fibras musculares (MATTOS et al.,
2003).

Portanto, existem duas formas clínicas de tétano: o acidental, que é


resultante da contaminação de ferimentos ou por outras lesões que quebrem a
solução de continuidade.
Transmissão

O agente etiológico clostridium tetani produz toxina por uma bactéria


gram- positiva e anaeróbica, esse microrganismo é considerado a doença do
tétano e tem a capacidade de formar esporos, permitindo sua sobrevivência
nas condições ambientais mais diversas, sendo geralmente encontrado em
solos férteis e coloniza de forma transitória o trato gastrointestinal de diversos
animais, incluindo o homem (MURRAY, ROSENTHAL, PFALLER, 2014).

O clostridium tetani infecta o organismo humano a partir de soluções de


continuidade na pele e mucosa, como ferimentos, queimaduras, uso de drogas
injetáveis entre outras. A partir dessa porta de entrada, os esporos tetânicos
podem encontrar condições favoráveis para o seu desenvolvimento e ocorre a
colonização do leito da ferida e assim a liberação da toxina tetanopasmina
(MURRAY, ROSENTHAL, PFALLER, 2014).

Essa toxina é liberada após a lise da célula bacteriana, passando por um


processo de ativação, e após esse a tetanopasmina atua sobre as vesículas
sinápticas, especialmente na membrana plasmática pré-sináptica e suprime a
função de neurônios inibitórios. A disseminação da toxina no organismo pode
ocorrer por três formas: através da migração por transporte vesicular dentro
das células nervosas; pela corrente sanguínea ou ainda através da rede
linfática (CAVALCANTE, 2016).

Com a propagação da toxina pelo organismo, essa passa agir sobre os


neurônios motores e interneurônios inibitórios, promovendo a redução da
liberação de neurotransmissores que viabilizam a inibição de sinais neurais,
ocasionando assim a contratura muscular, por excitação no arco reflexo da
medula, sem a modulação dos reflexos levando dessa forma ao aumento do
tônus muscular, a rigidez e espasmos (CAVALCANTE, 2016).
Sintomas

As manifestações clínicas mais comuns da doença são febre baixa ou


ausente, hipertonia muscular mantida, ou seja, que ocorre uma hiperatividade
muscular que mantém os músculos esqueléticos contraídos, além dessas pode
ocorrer a hiperreflexia profunda como também eventos de espasmos ou
contraturas paroxísticas (OHAMA et al., 2019).

Existe um período de incubação da doença, esse intervalo de tempo


corresponde a exposição do organismo ao patógeno e o início dos primeiros
sintomas, essa fase varia de 3 a 21 dias, geralmente esse período é de 10
dias, mas pode chegar até 30 dias. O intervalo de tempo de incubação está
relacionado inversamente a quantidade de toxina produzida e inoculada no
organismo pela Clostridium tetani. Sendo assim, quanto maior a produção e
transporte da tetanospasmina, menor será o tempo de aparição dos primeiros
sinais do tétano (BRASIL, 2008; KUMATE; GUTIÉRREZ, 2013).

O tétano pode apresentar-se em duas formas: localizado e generalizado.


Nos primeiros quadros os sinais característicos da doença estão situados
próximos ao leito da ferida que foi exposta ao bacilo e ali permanece, essa
forma geralmente possui uma baixa mortalidade, contudo quando essa ferida
está localizada na cabeça e face pode-se desenvolver o tétano cefálico,
mesmo sendo um tétano em uma região localizada, possui maior mortalidade
(KUMATE, GUTIÉRREZ, 2013).

O tétano generalizado é a forma mais comum da enfermidade


apresentando-se com os seguintes sinais/ sintomas: dor, cefaleia, rigidez e
espasmos musculares, podendo levar a obstrução laríngea e dificultar a
passagem de ar através das vias aéreas. Outra manifestação é a grande
sensibilidade aos estímulos externos, como os ruídos, luzes e procedimentos
simples da equipe médica. Além disso, os espasmos frequentes criam no
paciente um estado de angústia e aflição, pois esses acabam ficando em
estado de alerta, à espera de um novo episódio de contração. Outra dificuldade
enfrentada pela pessoa acometida pelo tétano está relacionada a micção e a
eliminação intestinal, o que em muitos casos se faz necessário a utilização de
cateteres e uso de enemas (KUMATE; GUTIÉRREZ, 2013).
A hiperatividade simpática ou parasimpática, enfrentada pelo paciente
está relacionada a exposição a tetanospasmina, podendo gerar complicações e
influenciar diretamente no prognóstico do caso. As complicações mais
frequentes atinge o sistema cardiovascular, com a presença de taquicardia,
distúrbios da condução do estímulo elétrico no coração e alterações dos níveis
pressóricos, problemas no sistema respiratório, além de fraturas vertebrais
ocasionadas pelas fortes contrações. A evolução do caso e seu prognóstico
está diretamente relacionado a gravidade da doença, idade, infecções
conjuntas e condições prévias de saúde (FOCACCIA et al., 2015).

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico do tétano não conta com muito suporte laboratorial, o


cerne desse consiste na avaliação de um conjunto de elementos clínicos e
epidemiológicos, manifestados no caso para subsidiarem o tratamento do
paciente (FOCACCIA et al., 2015).

Isso pode acontecer por um fator ainda presente na sociedade que é a


invisibilidade do homem como sujeito passível a cuidados, isso aliado à crença
de invulnerabilidade do homem, acabam por dificultar o acesso à serviços de
saúde no que tange a prevenção de agravos e promoções de saúde, pois ao
fazer isso o homem estaria demonstrando fraqueza. Fazendo com que esses,
busquem o serviço de saúde tardiamente, quando os sintomas e doenças já se
encontram mais grave e em alguns casos impossibilitados de tratamento bem
sucedido (BOTTON; CÚNICO; STREY, 2017).

Tida como uma doença de alta letalidade, o tétano é considerado um


problema de saúde pública em países em desenvolvimento, pois esse agravo
ainda tem incidência nesses países e costumam apresentar complicações mais
graves de saúde (OLIVEIRA, 2008).

O esquema terapêutico proposto por Brasil (2008) consiste em três etapas,


sendo a primeira neutralização da toxina através da utilização da
Imunoglobulina Humana Antitetânica (IGHAT), em caso de indisponibilidade da
substância é usado o Soro Antitetânico (SAT). A segunda etapa inicia-se com
a erradicação do agente etiológico da doença (C. tetani) mediante a localização
do foco da infecção e o desbridamento do mesmo, sendo realizada a retirada
de corpos estranhos e tecidos desvitalizados. A limpeza da ferida deve ocorrer
com substâncias oxidantes ou antissépticas e mantida aberta, sendo
recomendado que esse processo seja aliado ao uso de antimicrobianos.

É importante a elaboração de um tratamento sintomático, com prescrição


de alguns medicamentos sedativos ou miorrelaxantes, e aliado a esse,
medidas para garantir atendimento adequado ao paciente, como a redução de
estímulos auditivos e luminosos no ambiente.

Classificada como uma doença imunoprevenível, tem como medida


principal de controle preventivo a vacinação. Conservar altas coberturas
vacinais na população de risco como portadores de úlceras crônicas e
trabalhadores de risco (agricultores, operários de construção civil e da
indústria, além de donas de casa e aposentados) é garantir uma redução dos
casos confirmados do agravo na região.

Aos imunológicos que agem como imunizante contra o tétano temos: a


vacina tetravalente, essa atuando contra o tétano, difteria, coqueluche e
meningite por Haemophilus influenzae tipo B; a vacinação DTP e a vacina dT.
Cada uma dessas é disponibilizada pelo sistema de saúde público e segue as
recomendações de faixa etária e grupo eletivo para a vacinação preconizadas
pelo Programa Nacional de Imunização (BRASIL, 2008; 2019).
Profilaxia

Em relação à necessidade de imunização ativa e passiva. Manter altas


coberturas vacinais da população de risco: portadores de úlceras de pernas
crônicas, mal perfurante plantar decorrente de Hanseníase e trabalhadores de
risco, tais como agricultores, operários da construção civil e da indústria, donas
de casa, aposentados.
Cuidados da Enfermagem

Nível de consciência

Posicionamento do paciente

Imobilização do paciente

Manutenção da ventilação

Infusões e drenagens

Pele e mucosas

Higiene corporal e oral


Conclusão

Conclui-se que, devem ser trabalhados pelos profissionais de saúde uma


otimização e execução de ações de combate ao tétano, para melhor
assistência a saúde, com orientações sobre outros meios de transmissão, já
que existe a precariedade quanto ao ferimento.
Referências

BOTTON, A.; CÚNICO, S. D.; STREY, M. N. Diferenças de gênero no acesso


aos serviços de saúde: problematizações necessárias. Mudanças- Psicologia
da Saúde, [S. l.], v. 25, n. 1, p. 67, 2017.

BRASIL; MINISTÉRIO DA SAÚDE. Calendário Nacional de Vacinação. [s.l.],


2019. Disponível em:
https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/vacinacao/calendario-
vacinacao#crianca.

BRASIL; MINISTÉRIO DA SAÚDE; SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM


SAÚDE. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 7. ed. Brasília:
Ministério da Saúde, 2008.

CAVALCANTE, N. J. Tétano. In: LOPES, A. C. Tratado de clínica médica. 3.


ed. Rio de Janeiro: Roça, 2016.

COSTA DAV, Aguiar EDS, Coelho EP, França EL, Ribeiro LF, Mota ZS. A
enfermagem no controle e prevenção do tétano neonatal: revisão de
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FOCACCIA, R et al. Tétano. In: Tratado de infectologia. 5. ed. São Paulo:


Editora Atheneu, 2015.

TAPAJOS, R. Trismo, opistótono e riso sardônico: quem se lembra dessa


doença? Rev Bras Ter Intensiva [periódicos na Internet]. 2011 [acesso em 03
Jun 2023]; 23 (4):383-387. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-
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KUMATE, J.; GUTIÉRREZ, G. Infectología clínica Kumate-Gutiérrez. 17. ed.


México, D. F.: Méndez Editores, 2013.

MATTOS LMBB, Caiaffa WT, Bastos RR, Tonelli E. Oportunidades perdidas


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Brasil. Rev Panam Salud Publica [periódicos na Internet]. 2003 [acesso em 05
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https://scielosp.org/article/rpsp/2003.v14n5/350-354/.
MURRAY, P. R.; ROSENTHAL, K. S.; PFALLER, M. A. Microbiologia médica.
7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. E-book

OHAMA, V. H. et al. Tétano acidental em adultos: uma proposta de abordagem


inicial/ Accidental tetanus in adults: an initial approach proposal. Arquivos
Médicos dos Hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa
Casa de São Paulo, v. 64, n. 2, p. 120.

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