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FARINGOAMIGDALITE BACTERIANA
FARINGOAMIGDALITE BACTERIANA
Introdução.......................................................................................3
Morfofisiologia e relações
clínicas.................................................5
Faringoamigdalite no SUS.............................................................6
Consequências...............................................................................10
Referências....................................................................................12
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INTRODUÇÃO:
Faringoamigdalites ou faringotonsilites são doenças inflamatórias e infecciosas que envolvem
a faringe, tonsilas palatinas e tonsilas faríngeas. São um dos distúrbios mais frequentes na clínica
otorrinolaringologista. Sua transmissão ocorre via oral, a partir do contato de gotículas de saliva com
presença da bactéria Streptococcus grupo A vinda de um paciente infectado tendo seu período de
incubação 1 a 4 dias após o contato. As anginas estreptocócicas normalmente ocorrem após os 3 anos
de idade, com pico de incidência entre 5 a 10 anos de idade, mas podem ocorrer em crianças menores
de 3 anos e em adultos maiores de 50 anos.
Seu diagnóstico pode ser realizado com testes rápidos para detecção do estreptococo, usando
como métodos o ELISA, imunoensaios ópticos (OIA) ou sondas (Probes) de DNA, apresentam a
vantagem do diagnóstico rápido. O princípio do ELISA consiste na reação de um antígeno
estreptocóccico (polissacarídeo de parede) com anticorpos específicos. Essas provas se apresentam
em formas de kits e podem ser realizadas em consultório, requerendo menos de 15 minutos. No
Brasil, sua realização não é habitual. Comparada à cultura de orofaringe, a prova rápida apresenta
sensibilidade de 30 a 90% e especificidade de 95%, tendo, portanto, um valor elevado de falsos
negativos. Ao exame físico é observado hiperemia e edema tonsilar, com exsudato purulento e
adenomegalia em cadeia jugulo-digástrica. Sinais que sugerem maior envolvimento das vias aéreas
superiores, como secreção nasal e espirros, não são comumente encontrados.
Os sintomas da faringite estreptocócica variam de leve a intensos. A clínica costuma ter início
mais abrupto do que a da infecção viral. Há dor de garganta, febre de graus variados, mal-estar geral
e cefaleia. Dor abdominal, náuseas e vômitos são comuns, principalmente em crianças. Eritema,
edema faríngeos, com ou sem exsudato, estão habitualmente presentes. A presença de petéquias no
palato sugere infecção pelo Streptococcus B hemolítico do grupo A. Os linfonodos cervicais
anteriores ficam aumentados e dolorosos. Pode ocorrer rash cutâneo escarlatiforme. Sintomas
sugestivos de infecção viral, como rinorreia, conjuntivite, tosse, rouquidão e diarreia, não são
esperados.
O tratamento em torno da faringoamigdalite bacteriana é desenvolvido a partir dos sintomas
desenvolvidos por cada paciente que de forma comum implica no uso de analgésicos simples e anti-
inflamatórios. Além disso, por se tratar de uma doença de origem bacteriana são usados
antibacterianos para conter a ação desse microrganismo.
Portanto, o manejo da faringoamigdalite bacteriana é iniciado a partir da Penicilina G
Benzatina devido o mecanismo de ação desenvolvido por ele que inibe a síntese da parede celular
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bacteriana através do bloqueio da síntese da camada de peptidoglicano da parede celular. O fármaco
deve ser administrado por 10 dias de terapia oral, assim como o seu substituto Amoxicilina ( o que
desfavorece a continuidade do tratamento devido a melhora e pausa do paciente antes do prazo
necessário) ou uma injeção de penicilina benzatina intramuscular com 50.000 unidades/Kg dose
única para crianças até 10 anos e 1,2 a 2,4 milhões unidades/dia dose única para pacientes acima
dessa idade. Todavia, é necessário avaliar as contraindicações que dentre elas está a
hipersensibilidade às penicilinas desenvolvida por alguns indivíduos que pode levar a substituição
por eritromicina e as cefalosporinas de primeira geração. Assim como, os principais efeitos adversos
que incluem cefaléia, monilíase oral, náusea, vômito, diarreia, monilíase vaginal e/ou vulvar.
Somado a isso, é importante ressaltar a necessidade de intervenção com Penicilina Cristalina
por via intravenosa, 25.000 a 400.000 unidades/kg/dia para crianças e 4 a 24 milhões unidades/dia
para adultos, divididas em quatro a seis doses em casos de desenvolvimento de casos graves ou o
encaminhamento para remoção de amígdalas quando é apresentado sete ou mais episódios em um
ano; cinco ou mais episódios por ano em dois anos consecutivos; três ou mais episódios por ano em
três anos consecutivos.
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Acesso em: https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/adenoides-tonsilas-faringeas/
https://www.fciencias.com/2018/09/18/faringoamigdalite-espaco-saude/
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Acesso em: https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/otorrino/amigdalite/
FARINGOAMIGDALITE NO SUS:
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A pesquisa de anticorpos antiestreptocócicos reflete eventos imunológicos pregressos e não
serve para o diagnóstico da faringite estreptocócica aguda. O mais comum usado e disponível
comercialmente(ou seja, tem na atenção primária é o exame da antiesptretolisina O (ASLO). Quando
presentes em títulos elevados ou ascendentes, podem ajudar a confirmar um quadro de febre
reumática aguda. Os títulos de ASLO começam a aumentar em uma semana e atingem um pico entre
três e seis semanas após a infecção. O teste pode manter níveis elevados por meses, mesmo após
infecções estreptocócicas não complicadas. O tratamento antimicrobiano iniciado até nove dias do
início das manifestações clínicas é eficaz na prevenção da febre reumática. Outra complicação que
deve ser observada é a evolução para o abscesso periamigdaliano que tem como principais
características: dificuldade de abrir a boca, trismo, voz alterada (voz de batata quente), dor forte e
desvio medial do palato e abaulamento do palato. Nesta condição, o paciente deve ser encaminhado
ao otorrinolaringologista imediatamente para avaliação.
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Considerando que são raros os casos de reação anafilática à penincilina, essa medicação deve ser
administrada na UBS. Contudo, deve-se agir com prudência e tomar as seguintes precauções:
1. Observar se a unidade de saúde possui boas condições para o atendimento dos casos de
anafilaxia (ver capítulo que aborda o assunto).
2. Manter o paciente, pelo menos, 30 minutos em observação na UBS, após a aplicação da
medicação.
3. Orientar o paciente sobre as possíveis reações adversas que possam ocorrer em decorrência da
aplicação da penicilina.
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Fluxograma elaborado pelos componentes do Projeto.
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Fonte: Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica, 2011
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CONSEQUÊNCIAS DESENCADEADAS PELA
FARINGOAMIGDALITE:
Febre reumática é uma doença inflamatória que ocorre após um episódio de amigdalite
bacteriana provocada por Streptococcus, tratada inadequadamente. Pode atingir as articulações, o
coração e o cérebro, deixando sequelas cardíacas graves. A doença pode ocorrer em todas as idades,
porém, a faixa etária de 5 a 15 anos é a mais acometida. Os sintomas são: febre, edema, dor nas
articulações cansaço, falta de ar e sensação de arritmia. Logo após o diagnostico o paciente inicia o
tratamento com anti-flamatórios e uma injeção de penicilina benzatina.
Acesso em :https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/miscelânea-de-infecções-
bacterianas-em-lactentes-e-crianças/febre-reumática
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Acesso em: https://www.listadasaude.com.br/artigo/endocardite-infecciosa-o-coracao-e-a-boca-
endocardite-e-uma-doenca-que-provoca-inflamacao-na-membrana-que-reveste-a-parede-interna-do-
coracao-e-uma-de-suas-causas-e-a-ma-conservacao-dos-dentes.
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REFERÊNCIAS:
BAILEY, Byron J. Otorrinolaringologia Cirurgia de Cabeça e Pescoço - Volume 4: Cirurgia Plástica
Facial,Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Trauma – 16 de abril de 2015.
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