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MENINGITE

A meningite é uma inflamação das meninges, que são as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. A
doença pode ser desencadeada por vários tipos de agentes, sendo os principais, vírus e bactérias. No Brasil, a meningite
é considerada uma doença endêmica, ou seja, casos são esperados ao longo de todo o ano, sendo mais comum a
ocorrência das meningites bacterianas no inverno e das virais, no verão. A meningite bacteriana, mais frequente em nosso
país, é causada por uma bactéria vulgarmente denominada de meningococo. Trata-se de uma doença grave, que envolve
o sistema nervoso central e pode levar à morte. A meningite atinge pessoas de todas as idades, sendo as crianças menores
de cinco anos, adolescentes e idosos normalmente os mais afetados.

Sintomas

Os sintomas da meningite começam, normalmente, com mal-estar geral, febre, dor de cabeça, náuseas e vômitos. Em
crianças pequenas, há também o inchaço da moleira (topo da cabeça). Após o início da febre e dor na garganta, surgem
dores nas articulações e nos músculos. Entre o primeiro e o segundo dia de doença, surgem lesões hemorrágicas com
rápida disseminação por toda a pele.

Diagnóstico

O diagnóstico da doença é feito a partir da suspeita clínica e confirmado através de exames de sangue e da análise do
líquido cefalorraquidiano, um fluído biológico. O paciente deve ser isolado e a doença deve ser notificada à autoridade
local de saúde.

O diagnóstico precoce reduz o agravamento da doença, sobretudo nas formas bacterianas, onde a administração do
antibiótico de forma precoce pode diminuir as complicações e a mortalidade.

Prevenção

A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção da meningite bacteriana. As vacinas disponíveis no calendário de
vacinação da criança do Programa Nacional de Imunização são:

• Vacina meningocócica C (conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C. Deve ser
aplicada aos 3 e 5 meses de idade, com reforço aos 12 meses de idade.
• Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus
pneumoniae, incluindo meningite. A primeira dose deve ser aplicada aos 2 meses de idade, a segunda dose aos 4
meses de idade, e uma dose de reforço aos 12 meses de idade ou até os 4 anos de idade.
• Vacina meningocócica ACWY (conjugada): também conhecida como vacina conjugada quadrivalente, protege contra
os quatro sorogrupos de meningococos responsáveis pelas doenças meningocócicas: A, C, W e Y. Deve ser aplicada
uma dose para adolescentes de 11 e 12 anos de idade. Contudo, até junho de 2023 o Calendário Nacional de
Vacinação do Ministério da Saúde oferece o imunizante também para adolescentes entre 13 e 14 anos.
• Pentavalente: protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B, como
meningite, e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B. O esquema básico corresponde a 3 doses,
administradas aos 2, aos 4 e aos 6 meses de idade, com intervalo de 60 dias entre as doses. São necessárias, ainda,
doses de reforço com a vacina DTP aos 15 meses e aos 4 anos de idade.

Tratamento

Devido à gravidade do quadro clínico, os casos suspeitos de meningite sempre são internados nos hospitais, por isso, ao
se suspeitar de um caso, é urgente a procura por um pronto-socorro hospitalar para avaliação médica. Para tratamento
das meningites bacterianas, faz-se uso de antibioticoterapia em ambiente hospitalar, com drogas de escolha e dosagens
terapêuticas prescritas pelos médicos assistentes do caso. Recomenda-se ainda o tratamento de suporte, como reposição
de líquidos e cuidadosa assistência.

Para as meningites virais, na maioria dos casos, se faz tratamento com medicamentos antivirais. Em geral, as pessoas
são internadas e monitoradas quanto a sinais de maior gravidade, e se recuperam espontaneamente. Porém, alguns vírus
como herpes vírus pode vir a provocar meningite com necessidade de uso de antiviral específico. A devida conduta sempre
é determinada pela equipe médica que acompanha o caso.

Transmissão

Em geral, a transmissão é de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da
garganta, como tosse, espirro e troca de saliva. A transmissão fecal-oral (ingestão de água e alimentos contaminados e
contato com fezes) é de grande importância para a meningite viral. O período de incubação varia de acordo com o tipo de
meningite, mas é em média de 2 a 4 dias.
TUBERCULOSE

A tuberculose é uma doença infectocontagiosa transmitida pelas vias aéreas e provocada em grande parte dos casos pela
bactéria Mycobacterium tuberculosis (também conhecida como bacilo de Koch), podendo ser causada também, embora
mais raramente, por outras espécies de agentes como a Mycobacterium bovis, M. africanum e M. microti. A doença afeta
principalmente os pulmões e pode atingir outros órgãos do corpo como rins, meninges e ossos.

Sintomas

A doença tem como principais sintomas emagrecimento acentuado, tosse com ou sem secreção por mais de três semanas,
febre baixa geralmente à tarde, sudorese noturna, cansaço excessivo, falta de apetite, palidez e rouquidão. Recomenda-
se que toda pessoa com sintomas respiratórios por um período maior do que três semanas seja investigada para
tuberculose

Diagnóstico

O diagnóstico da tuberculose é realizado com radiografia do tórax, tomografia omputadorizada, além de exames
laboratoriais e escarro do paciente (baciloscopia).

Prevenção

Para prevenção da tuberculose, é aplicada a vacina BCG em crianças, a qual previne somente a forma grave da doença.
O contágio também pode ser evitado com tratamento e orientação dos infectados além de melhorias nas condições de
vida da população, já que a enfermidade está associada à pobreza e à má distribuição de renda.

Tratamento

O tratamento da tuberculose dura no mínimo seis meses, é gratuito e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
São utilizados quatro medicamentos para o tratamento dos casos de tuberculose que utilizam o esquema básico:
rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. A tuberculose tem cura quando o tratamento é feito de forma adequada,
até o final. O papel dos profissionais de saúde em apoiar e monitorar o tratamento da tuberculose, por meio de um cuidado
integral e humanizado, é muito importante. Uma das principais estratégias para promover a adesão ao tratamento é o
Tratamento Diretamente Observado (TDO).

O TDO consiste na observação da tomada do medicamento pela pessoa com tuberculose sob a observação de um
profissional de saúde ou por outros profissionais capacitados, como profissionais da assistência social, entre outros, desde
que supervisionados por profissionais de saúde. Esse regime de tratamento deve ser realizado, idealmente, em todos os
dias úteis da semana, ou excepcionalmente, três vezes na semana. O local e o horário para a realização do TDO devem
ser acordados com a pessoa e com o serviço de saúde. A pessoa com tuberculose necessita ser orientada, de forma clara,
quanto às características da doença e do tratamento (duração e esquema do tratamento, recomendações sobre a
utilização dos medicamentos, eventos adversos).

Logo nas primeiras semanas do tratamento, a pessoa se sente melhor e, por isso, precisa ser orientada pelo profissional
de saúde a realizar o tratamento até o final, independentemente do desaparecimento dos sintomas. É importante lembrar
que o tratamento irregular pode complicar a doença e resultar no desenvolvimento de tuberculose multirressistente.

Vacinação com BCG

A vacina BCG (bacilo Calmette-Guérin), ofertada no Sistema Único de Saúde (SUS), protege a criança das formas mais
graves da doença, como a tuberculose miliar e a tuberculose meníngea. A vacina está disponível nas salas de vacinação
das unidades básicas de saúde e em algumas maternidades.

Essa vacina deve ser ministrada às crianças ao nascer, ou, no máximo, até os quatro anos, 11 meses e 29 dias.

Tratamento da Infecção Latente pelo Mycobacterium tuberculosis

A ILTB ocorre quando uma pessoa se encontra infectada pelo Mycobacterium tuberculosis, sem manifestação da doença
ativa. As pessoas com ILTB possuem um risco de adoecimento, uma vez que o bacilo pode ser reativado caso a resposta
imunológica esteja alterada. Dessa forma, diagnosticar e tratar a ILTB é uma importante estratégia de prevenção para
evitar o desenvolvimento da forma ativa da doença, especialmente para:

• Contatos domiciliares de pessoas diagnosticadas com TB;


• Crianças;
• Infecção pelo HIV;
• Pessoas em uso de tratamentos imunossupressores.

Para isso, é importante que a equipe de saúde realize a avaliação dos contatos de pessoas com tuberculose e ofereça o
exame para diagnóstico da ILTB aos grupos populacionais citados acima, mediante critérios para indicação do tratamento
preventivo. Manter ambientes bem ventilados e com entrada de luz solar, proteger a boca com o antebraço ou com um
lenço ao tossir e espirrar (higiene da tosse), e evitar aglomerações são orientações gerais para minimizar o risco de
transmissão da tuberculose no domicílio e em ambientes públicos. Em serviços de saúde e instituições com ambientes
fechados e/ou aglomerados, é importante que sejam planejadas ações de controle de infecção, considerando medidas
administrativas/gerenciais, medidas ambientais e as medidas de proteção respiratória.

Transmissão

A transmissão da tuberculose acontece por via respiratória, pela eliminação de aerossóis produzidos pela tosse, fala ou
espirro de uma pessoa com tuberculose ativa, sem tratamento; e a inalação de aerossóis por um indivíduo suscetível.
Calcula-se que, durante um ano, em uma comunidade, uma pessoa com tuberculose pulmonar e/ou laríngea ativa, sem
tratamento, possa infectar, em média, de 10 a 15 pessoas.

A transmissão da tuberculose por objetos compartilhados, pode ocorrer mais em menor incidência. Bactérias que se
depositam em roupas, lençóis, copos e talheres dificilmente se dispersam no ar e, por isso, não têm papel importante na
transmissão da doença.

Com o início do tratamento, a transmissão tende a diminuir gradativamente, e em geral, após 15 dias, o risco de
transmissão da doença é bastante reduzido.

A bactéria responsável pela tuberculose é sensível à luz solar e a circulação de ar possibilita a dispersão das partículas
infectantes. Por essa razão, ambientes ventilados e com luz natural direta diminuem o risco de transmissão. A etiqueta da
tosse, que consiste em cobrir a boca com o antebraço ou lenço ao tossir, também é uma medida importante a ser
considerada na prevenção da doença.

SARAMPO

Sarampo é uma doença infecciosa grave, causada por um vírus, que pode levar à morte. Sua transmissão ocorre quando
o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas. A maneira mais efetiva de evitar o sarampo é por meio
da vacinação.

Sinais e sintomas

Os principais sinais e sintomas do sarampo são:

• Exantema (manchas vermelhas) no corpo e febre alta (acima de 38,5°) acompanhada de um ou mais dos seguintes
sintomas:
• Tosse seca;
• Irritação nos olhos (conjuntivite);
• Nariz escorrendo ou entupido;
• Mal-estar intenso;

Em torno de 3 a 5 dias é comum aparecer manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas que, em seguida, se espalham
pelo restante do corpo. Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar
gravidade, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade.

Transmissão

A transmissão do vírus do sarampo ocorre de pessoa a pessoa, por via aérea, ao tossir, espirrar, falar ou respirar. O
sarampo é tão contagioso que uma pessoa infectada pode transmitir para 90% das pessoas próximas que não estejam
imunes.

A transmissão pode ocorrer entre 6 dias antes e 4 dias após o aparecimento das manchas vermelhas pelo corpo.

Prevenção

O sarampo é uma doença prevenível por vacinação. Os critérios de indicação da vacina são revisados periodicamente
pelo Ministério da Saúde e levam em conta: características clínicas da doença, idade, ter adoecido por sarampo durante
a vida, ocorrência de surtos, além de outros aspectos epidemiológicos. A prevenção do sarampo está disponível em
apresentações diferentes. Todas previnem o sarampo e cabe ao profissional de saúde aplicar a vacina adequada para
cada pessoa, de acordo com a idade ou situação epidemiológica.

Os tipos de vacinas são:

• Dupla viral - Protege do vírus do sarampo e da rubéola. Pode ser utilizada para o bloqueio vacinal em situação de surto;
• Tríplice viral - Protege do vírus do sarampo, caxumba e rubéola;
• Tetra viral - Protege do vírus do sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora).
As vacinas tríplices viral e tetraviral, em geral, causam pouca reação. Os eventos adversos mais observados são febre,
dor e rubor no local da administração e exantema. As reações de hipersensibilidade são raras.

Por se tratar de uma doença altamente transmissível, outra forma de prevenção é o isolamento de casos suspeitos e
confirmados, para reduzir o risco de dispersão e interromper a circulação do vírus.

Assim, a pessoa com suspeita ou confirmação de sarampo deve evitar a ida ao trabalho ou escola por pelo menos 4
(quatro) dias, a partir da data de aparecimento do exantema, além de evitar o contato com pessoas que são mais
vulneráveis à infecção, como crianças pequenas e mulheres grávidas, enquanto estiver com a doença.

As medidas de prevenção de doenças de transmissão respiratória também são válidas, e os profissionais devem orientar
a população sobre:

• Limpeza regular de superfícies


• Isolamento domiciliar para a pessoa que estiver com suspeita no período de transmissão
• Medidas de distanciamento social em locais de atendimento de pessoas com suspeita da doença
• Cobrir a boca ao tossir ou espirrar
• Uso de lenços descartáveis e higiene das mãos com água e sabão, e/ou álcool em gel.

Nos ambientes de saúde, ao identificar uma pessoa com suspeita de sarampo, é necessário o isolamento, além de outras
medidas de biossegurança individuais e coletivas.

Possíveis complicações

O sarampo é uma doença grave que pode deixar sequelas por toda a vida ou até mesmo causar a morte. A vacina é a
maneira mais efetiva de evitar que isso aconteça. Algumas das complicações do sarampo são:

• Pneumonia (infecção no pulmão) - Cerca de 1 em cada 20 crianças com sarampo pode desenvolver pneumonia, causa
mais comum de morte por sarampo em crianças pequenas;
• Otite média aguda (infecção no ouvido) - Ocorre em cerca de 1 em 10 crianças com sarampo e pode resultar em perda
auditiva permanente;
• Encefalite aguda (inflamação no cérebro) - 1 a 4 em cada 1.000 crianças podem desenvolver essa complicação e 10%
destas podem morrer;
• Morte - 1 a 3 a cada 1.000 crianças doentes podem morrer em decorrência de complicações da doença.

Diagnóstico

O diagnóstico pode ser clínico (pessoas que apresentam os sinais e sintomas da doença), no entanto, o ideal é que seja
laboratorial, por sorologia (amostra de sangue), e também por biologia molecular (amostras de secreção de orofaringe,
nasofaringe, urina).

Tratamento

Não existe tratamento específico para o sarampo. Os medicamentos são utilizados para reduzir o desconforto ocasionado
pelos sintomas da doença. Não faça uso de nenhum medicamento sem orientação médica e procure o serviço de saúde
mais próximo, caso apresente os sintomas descritos acima.

Não existe tratamento específico para a infecção por sarampo. O uso de antibiótico é contraindicado, exceto se houver
indicação médica pela ocorrência de infecções secundárias. Para os casos sem complicação, devem-se manter a
hidratação e o suporte nutricional, e diminuir a hipertermia. Muitas crianças necessitam de quatro a oito semanas para
recuperar o estado nutricional.

Recomenda-se a administração do palmitato de retinol (vitamina A), mediante avaliação clínica e/ou nutricional por um
profissional de saúde, em todas as crianças com suspeita de sarampo, para redução da mortalidade e prevenção de
complicações pela doença.

HEPATITE B

A hepatite B é uma doença infecciosa causada pelo vírus B (HBV), resultando na inflamação das células do fígado
(hepatite). Como o HBV está presente no sangue, no esperma e no leite materno, a hepatite B é considerada uma doença
sexualmente transmissível.

Entre as causas de transmissão estão:

 Relações sexuais sem o uso de preservativos com uma pessoa infectada;


 Da mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação (conhecida como transmissão vertical);
 Compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos), de higiene pessoal (lâminas de
barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam) ou de confecção de
tatuagem e colocação de piercings;
 Hemodiálise;
 Transfusão de sangue contaminado.

A probabilidade de transmissão pelo HBV é bem maior do que pelo vírus da AIDS – aproximadamente 30%.

Tipos

A hepatite B pode se apresentar como uma hepatite aguda (duração inferior a seis meses) ou crônica.

Na forma aguda, que representa a maioria dos casos, o período de incubação varia entre 30 e 180 dias, sendo mal-estar,
dores no corpo, falta de apetite e febre os primeiros sintomas; que são seguidos por icterícia (pele amarelada), coceira no
corpo, urina escura e fezes claras. Tais manifestações cessam em aproximadamente seis semanas, ficando o paciente
imune a este vírus, na maioria dos casos.

A evolução para a forma crônica depende da idade na qual ocorre a infecção e da imunidade da pessoa. As crianças são
as mais afetadas. Naquelas com menos de um ano, esse risco chega a 90%; entre um e cinco anos, varia entre 20% e
50%. Em adultos, o índice cai para 5% a 10%. Além disso, é observada, mais comumente entre aqueles que ingerem
bebidas alcoólicas e imunocomprometidos. Na forma crônica normalmente não existem sintomas.

Diagnóstico

O diagnóstico da hepatite B é feito por meio de exame de sangue específico (sorologia viral), além da contagem viral. Após
o resultado positivo, o médico indicará o tratamento adequado. Nas formas crônicas pode ocorrer a evolução para a cirrose
(formação de cicatriz no fígado com prejuízo de sua função que decorre nesse caso pela inflamação crônica pelo vírus da
hepatite B, ou secundária a várias outras causas, como uso de álcool, hepatite C, hepatite auto-imune, etc) e para o
aparecimento de câncer. Nesses casos, pode ser necessário complementação com outros exames como imagens do
fígado (tomografia ou ultrassom de abdome) ou até biópsia do fígado. Atualmente testes não invasivos que determinam a
quantidade de fibrose, como a elastografia por Fibroscan® ou a elastografia por ressonância, entre outros, também podem
ser usados, evitando ou postergando a biópsia.

Prevenção

A melhor maneira de prevenir a hepatite B é pelo uso da vacina. A vacina é dada àqueles que ainda não desenvolveram a
doença. A vacina contra a hepatite B é segura e eficaz e geralmente é administrada em 3-4 doses durante um período de
6 meses. Depois de receber as três doses, a vacina contra hepatite B fornece mais de 90% de proteção para bebês,
crianças e adultos. Todas as crianças devem receber a primeira dose da vacina contra a hepatite B no nascimento e devem
completar a série de três doses até os seis meses de vida. Adultos que não foram vacinados devem atualizar suas vacinas.
Pessoas com alto risco de contaminação, incluindo profissionais da saúde e aqueles que moram com alguém que tem
hepatite B também precisam se vacinar. Recém-nascidos cujas mães estão infectadas com hepatite B devem receber uma
imunização especial, que inclui imunoglobulina contra hepatite B e vacinação contra hepatite B nas primeiras 12 horas de
vida. A triagem de todo o sangue doado tem reduzido as chances de contaminação por hepatite B na transfusão de sangue.
A notificação obrigatória da doença permite que os profissionais da saúde acompanhem pessoas que foram expostas ao
vírus. A vacina ou a imunoglobulina contra a hepatite B (HBIG) pode ajudar a prevenir a infecção se aplicada até 24 horas
após a exposição.

As orientações de prevenção às hepatites virais devem ser compartilhadas com os contatos domiciliares e parceiros
sexuais. A prevenção requer atitudes e práticas seguras – como o uso adequado do preservativo e o não compartilhamento
de instrumentos perfurocortantes e objetos de higiene pessoal, como escovas de dente, alicates de unha, lâminas de
barbear ou depilar. A Organização Mundial da Saúde recomenda às mães portadoras de hepatite B crônica que
mantenham a amamentação (na dúvida consulte o especialista).

Tratamento

Para o tratamento das formas agudas, além dos medicamentos (quando necessário), indica-se interromper o consumo de
bebidas alcoólicas e remédios para aliviar sintomas como vômito e febre.

As indicações para tratamento nas formas crônicas dependem na presença ou ausência de cirrose, da presença da
replicação viral (multiplicação do vírus no sangue) e das condições clínicas do paciente. Atualmente, existem várias
medicações disponíveis, conhecidos como antivirais (entre eles: interferon, lamivudina, tenofovir e entecavir), na maioria
das vezes de uso oral (com exceção do interferon que é de uso subcutâneo), que podem ser usadas e sendo
disponibilizadas pelo SUS. Nas formas mais graves quando a cirrose já está instalada ou existe o aparecimento de câncer,
pode ser necessário um transplante de fígado.

TÉTANO ACIDENTAL

O Tétano acidental é uma doença grave, não contagiosa, causada por uma bactéria (clostridium tetani) que é encontrada
na natureza. A bactéria causadora do tétano acidental pode estar presente na pele, fezes, terra, galhos, plantas baixas,
água suja e poeira. A principal forma de prevenção do tétano é a vacinação, que é gratuita e está disponível em toda a
rede do Sistema Único de Saúde (SUS) e também a utilização de equipamentos de proteção individual (botas, luvas,
capacetes etc.).

Se o tétano acidental não for tratado corretamente, pode matar. As chances de morrer dependem da idade, tipo de
ferimento, além da presença de outros problemas de saúde, como complicações respiratórias, renais e infecciosas.

O tétano acidental pode atingir qualquer pessoa, de qualquer sexo e idade e em qualquer lugar do mundo. A imunidade
permanente acontece por meio da vacinação.

Sinais e sintomas

A toxina produzida pela bactéria ataca, principalmente, o sistema nervoso central, provocando contraturas musculares;
rigidez de membros (braços e pernas); rigidez abdominal; dificuldade de abrir a boca; dores nas costas e nos membros
(braços e pernas). A contratura muscular pode atingir os músculos respiratórios e pôr em risco a vida da pessoa.

Diagnóstico

O diagnóstico do tétano é clínico, ou seja, não depende de confirmação laboratorial. Os exames laboratoriais auxiliam
apenas no controle das complicações e tratamento do paciente. O hemograma habitualmente é normal, exceto quando há
alguma outra infecção. As radiografias de tórax e da coluna vertebral devem ser realizadas para o diagnóstico de infecções
pulmonares e fraturas de vértebras. Hemoculturas, culturas de secreções e de urina são indicadas apenas nos casos de
outra infecção.

Transmissão

O tétano acidental não é uma doença transmitida de pessoa a pessoa. A transmissão ocorre, geralmente, pela
contaminação de um ferimento da pele ou mucosa. O período de incubação (tempo que os sintomas levam para aparecer
desde a infecção) é curto: em média de 5 a 15 dias, mas pode variar de 3 a 21 dias.

Nos casos em que o período de incubação é menor que 7 dias, o prognóstico é pior. Quanto menor for o tempo de
incubação, maior a gravidade e pior o prognóstico.

Tratamento

Sempre que houver lesão da pele/mucosa, a pessoa deve lavar o local com água e sabão e procurar o serviço de saúde
mais próximo para avaliar a necessidade de utilização de vacina ou soro. Se apresentar um dos sinais e sintomas
característicos do tétano, após lesão na pele/mucosas, procure com urgência a unidade ou equipe de saúde mais próxima.
Lembre-se de explicar ao médico como ocorreu e o que causou a lesão.

O doente deve ser internado em unidade assistencial apropriada, preferencialmente em unidade de terapia intensiva (UTI)
onde existe suporte técnico necessário ao seu manejo e suas complicações, objetivando a redução das sequelas e o risco
de morte. Na indisponibilidade de leitos de UTI ou unidades semi-intensivas, a internação deve ocorrer em unidade
assistencial, em quarto individual com o mínimo de barulho, de luminosidade e com temperatura estável e agradável.
Casos graves têm indicação de terapia intensiva.

Os princípios básicos do tratamento do tétano são: sedação do paciente; neutralização da toxina tetânica; eliminação do
C. tetani do foco da infecção; debridamento do foco infeccioso; medidas gerais de suporte.

RUBÉOLA

A rubéola é uma doença aguda, de alta contagiosidade, que é transmitida pelo vírus do gênero Rubivirus, da família
Togaviridae. A doença também é conhecida como Sarampo Alemão. No campo das doenças infectocontagiosas, a
importância epidemiológica da Rubéola está representada pela ocorrência da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) que
atinge o feto ou o recém-nascido cujas mães se infectaram durante a gestação. A infecção por rubéola na gravidez acarreta
inúmeras complicações para a mãe, como aborto e natimorto (feto expulso morto) e para os recém-nascidos, como
malformações congênitas (surdez, malformações cardíacas, lesões oculares e outras).

No Brasil, até o final da década de 80, a magnitude da rubéola era desconhecida. Neste período, os resultados dos estudos
sobre a prevalência de anticorpos contra a rubéola, em alguns grupos populacionais, orientaram a definição e
implementação de estratégias de vacinação. A vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) foi implantada
gradativamente entre os anos de 1992 até o ano 2000. A faixa etária estabelecida foi de 1 a 11 anos de idade, e foi ampliada
gradativamente ao longo dos anos.

Entre 1998 a 2002 foram realizadas campanhas de vacinação para as mulheres em idade fértil (MIF) na faixa etária de 12
a 49 anos de idade, o objetivo dessa vacinação foi de eliminar a SRC no país. A segunda dose da vacina foi implantada
em 2004 para a faixa etária de 4 a 6 anos de idade. Também houve ampliação da oferta da vacina para os homens até 39
anos e mulheres até 49 anos de idade. A vigilância epidemiológica da rubéola e da SRC foi intensificada a partir da
Eliminação do Sarampo, com redução dos casos confirmados de 80% entre 2003 até 2006.
Em 2006 surtos de rubéola passaram a ocorrer nos estados de MG, RJ, CE, PB, MT e MS. Em 2007 foram confirmados
surtos em 19 estados, perfazendo um total de 6.753 casos. A faixa etária mais acometida é a de 20 – 39 anos de idade e
70% dos casos confirmados ocorreram no sexo masculino. Em 2008 foi realizada a Campanha de Vacinação para
Eliminação da rubéola para homens e mulheres de 20 a 39 anos.

Nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Mato Grosso e Maranhão foi acrescida a população
de 12 a 19 anos no grupo alvo para vacinação. A cobertura vacinal geral foi de 97%. Neste ano foram confirmados 2.155
casos em 22 estados. Após 2009 aos dias atuais não foram confirmados mais casos de rubéola no Brasil, indicando a
interrupção da transmissão autóctone do vírus da rubéola.

Sintomas

Os sintomas principais sintomas da rubéola são:

 Febre baixa;
 Linfoadenopatia retro auricular, occipital e cervical;
 Exantema máculo-papular.

Esses sinais e sintomas da rubéola acontecem independente da idade ou situação vacinal da pessoa. O período de
incubação médio do vírus, ou seja, tempo em que os primeiros sinais levam para se manifestar desde a infecção, é de 17
dias, variando de 14 a 21 dias, conforme cada caso.

Transmissão

A transmissão da rubéola acontece diretamente de pessoa a pessoa, por meio das secreções nasofaríngeas expelida pelo
doente ao tossir, respirar, falar ou respirar.

O período de transmissibilidade é de 5 a 7 dias antes e depois do início do exantema, que é uma erupção cutânea.

A maior transmissibilidade ocorre dois dias antes e depois do início do exantema.

Diagnóstico

Para o diagnóstico da rubéola são feitos exames laboratoriais, disponíveis na rede pública em todos os estados, para
confirmação ou descarte de casos, como titulação de anticorpos IgM e IgG para rubéola. Existem muitas doenças que se
manifestam semelhantes à rubéola. As mais importantes são:

 Sarampo;
 Exantema Súbito (Roséola Infantum);
 Dengue;
 Enteroviroses;
 Eritema Infeccioso (Parvovírus B19);
 Rickettsioses.

Na situação atual de eliminação da rubéola, identificar precocemente um caso suspeito e realizar as ações de vigilância
de forma adequada com uma correta investigação epidemiológica, a realização do diagnóstico diferencial é muito
importante para classificar adequadamente qualquer caso suspeito.

Tratamento

Não há tratamento específico para a rubéola. Os sinais e sintomas apresentados devem ser tratados de acordo com a
sintomatologia e terapêutica adequada, conforme cada caso. Os tratamentos são oferecidos de forma integral e gratuita
por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Assim que surgirem os primeiros sintomas, procure imediatamente um médico
para confirmação do diagnóstico e início imediato do tratamento.

Prevenção

A prevenção da rubéola é feita por meio da vacinação. A vacina está disponível nos postos de saúde para crianças a partir
de 12 meses de idade. A vacina tríplice viral (Sarampo, Rubéola e Caxumba) foi implantada gradativamente entre os anos
de 1992 até o ano 2000. A faixa etária estabelecida foi de 1 a 11 anos de idade, que se mantém até a presente data.

Entre 1998 a 2002, foram realizadas campanhas de vacinação para as mulheres em idade fértil na faixa etária de 12 a 49
anos de idade, com objetivo de eliminar a SRC (Sarampo, Rubéola e Caxumba) no Brasil. A segunda dose da vacina foi
implantada em 2004 para a faixa etária de 4 a 6 anos de idade. Para os homens e mulheres a vacina também está
disponível para a faixa etária de 12 a 49 anos para as mulheres e de 12 a 39 anos para os homens.

POLIOMIELITE
Poliomielite (paralisia infantil) é uma doença contagiosa aguda causada por vírus que pode infectar crianças e adultos, por
meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes e, em casos graves, pode
acarretar paralisia nos membros inferiores.

Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos. A doença
permanece endêmica em dois países: Afeganistão e Paquistão, com registro de 05 casos em 2021. Nenhum caso
confirmado nas Américas. Como resultado da intensificação da vacinação, no Brasil não há circulação de poliovírus
selvagem (da poliomielite) desde 1990.

Poliomielite e paralisia infantil são a mesma coisa. A vacinação é a única forma de prevenção da doença. A cobertura
vacinal da poliomielite vem apresentando resultados abaixo da meta de 95% desde 2016. Vacinem as crianças, para que
elas não sofram com as sequelas de doenças que podem ser evitadas.

Causa

A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a
transmissão do poliovírus, causador da poliomielite. As sequelas da poliomielite estão relacionadas com a infecção da
medula e do cérebro pelo poliovírus, normalmente correspondem a sequelas motoras e não tem cura.

Assim, as principais sequelas são:

 Problemas e dores nas articulações;


 Pé torto, conhecido como pé equino, em que a pessoa não consegue andar porque o calcanhar não encosta no chão;
 Crescimento diferente das pernas, o que faz com que a pessoa manque e incline-se para um lado, causando escoliose;
 Osteoporose;
 Paralisia de uma das pernas;
 Paralisia dos músculos da fala e da deglutição, o que provoca acúmulo de secreções na boca e na garganta;
 Dificuldade de falar;
 Atrofia muscular;
 Hipersensibilidade ao toque.

Essas sequelas são tratadas por meio de fisioterapia e da realização de exercícios que ajudam a desenvolver a força dos
músculos afetados, além de ajudar na postura, melhorando assim a qualidade de vida e diminuindo os efeitos delas. Além
disso, pode ser indicado o uso de medicamentos para aliviar as dores musculares e das articulações.

Sintomas

Os sinais e sintomas da poliomielite variam conforme as formas clínicas, desde ausência de sintomas até manifestações
neurológicas mais graves. A poliomielite pode causar paralisia e até mesmo a morte, mas a maioria das pessoas infectadas
não fica doente e não manifesta sintomas, deixando a doença passar despercebida.

Os sintomas mais frequentes são:

 febre
 mal-estar
 dor de cabeça
 dor de garganta e no corpo
 vômitos
 diarreia
 constipação (prisão de ventre)
 espasmos
 rigidez na nuca
 meningite

Na forma paralítica ocorre:

 Instalação súbita de deficiência motora, acompanhada de febre.


 Assimetria acometendo, sobretudo a musculatura dos membros, com mais frequência os inferiores;
 Flacidez muscular, com diminuição ou abolição de reflexos profundos na área paralisada;
 Sensibilidade conservada;
 Persistência de paralisia residual (sequela) após 60 dias do início da doença.

Diagnóstico E Tratamento

O diagnóstico da poliomielite deve ser suspeitado sempre que houver paralisia flácida de surgimento agudo com
diminuição ou abolição de reflexos tendinosos em menores de 15 anos. Os exames de liquor (cultura) e a eletromiografia
são recursos diagnósticos importantes. O diagnóstico será dado pela detecção de poliovírus nas fezes.
Todas as vítimas de contágio devem ser hospitalizadas, recebendo tratamento dos sintomas de acordo com o quadro
clínico do paciente.

Não existe tratamento específico da poliomielite.

Prevenção

A vacinação é a única forma de prevenção da Poliomielite. Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser
vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual. Desde 2016, o esquema vacinal
contra a poliomielite passou a ser de três doses da vacina injetável – VIP (2, 4 e 6 meses) e mais duas doses de reforço
com a vacina oral bivalente – VOP (gotinha). A mudança está de acordo com a orientação da Organização Mundial da
Saúde (OMS) e faz parte do processo de erradicação mundial da pólio.

Polio Em Adultos E Situação Aos Viajantes

Embora ocorra com maior frequência em crianças, a poliomielite também pode ocorrer em adultos que não foram
imunizados. Por isso é fundamental ficar atento às medidas preventivas, como: lavar sempre bem as mãos, ter cuidado
com o preparo dos alimentos e beber água tratada.

A Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações (CGPNI), orienta os serviços de saúde e usuários sobre a
vacinação de viajantes internacionais contra poliomielite, provenientes ou que se deslocam para áreas com circulação de
poliovírus selvagem e derivado vacinal, na Nota Informativa nº 315/2021 - CGPNI/DEIDT/SVS/MS. O Brasil recomenda
ainda, a emissão do Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia para a última dose da vacina contra a poliomielite,
a todo viajante residente no país. Esse certificado é emitido nos Centros de Orientação a Saúde do Viajante da Anvisa e
credenciados.

SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

No Brasil, o último caso de infecção pelo poliovírus selvagem ocorreu em 1989, na cidade de Souza/PB. A estratégia
adotada para a eliminação do vírus no país foi centrada na realização de campanhas de vacinação em massa com a
vacina oral contra a pólio (VOP).

Essa vacina propicia imunidade individual e aumenta a imunidade de grupo na população em geral, com a disseminação
do poliovírus vacinal no meio ambiente, em um curto espaço de tempo.

Chama-se a atenção para o risco de importação de casos de países onde ainda há circulação endêmica do poliovírus
selvagem (Paquistão e Afeganistão).

Com isso, reforça-se a necessidade de manter ações permanentes e efetivas de vigilância da doença e níveis adequados
de proteção imunológica da população.

O primeiro surto causado por um vírus derivado vacinal (PVDV) foi detectado na Ilha de Hispaniola (que pertence ao Haiti
e à República Dominicana), em 2000/2001.

Esse surto teve grande importância no processo de erradicação da Poliomielite, quando foram registrados 21 casos (50%
na faixa etária de 1 a 4 anos).

FEBRE AMARELA

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, imunoprevenível, de evolução abrupta e gravidade variável, com
elevada letalidade nas suas formas graves. A doença é causada por um vírus transmitido por mosquitos, e possui dois
ciclos de transmissão (urbano e silvestre). No ciclo urbano, a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Ae. aegypti)
infectados. No ciclo silvestre, os transmissores são mosquitos com hábitos predominantemente silvestres, sendo os
gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes.

No ciclo silvestre, os primatas não humanos (PNHs) são considerados os principais hospedeiros, amplificadores do vírus,
e são vítimas da doença assim como o ser humano, que, nesse ciclo, apresenta-se como hospedeiro acidental.

É uma doença de notificação compulsória imediata, ou seja, todo evento suspeito (tanto morte de primatas não-humanos,
quanto casos humanos com sintomatologia compatível) deve ser prontamente comunicado/notificado, em até 24 horas
após a suspeita inicial, às autoridades locais competentes pela via mais rápida (telefone, email, etc). Às autoridades
estaduais de saúde cabe notificar os eventos de febre amarela suspeitos ao Ministério da Saúde.

Sintomas

Os sintomas iniciais da febre amarela são:

 início súbito de febre;


 calafrios;
 dor de cabeça intensa;
 dores nas costas;
 dores no corpo em geral;
 náuseas e vômitos;
 fadiga; e
 fraqueza.

A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de
horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença.

Depois de identificar alguns desses sintomas, procure um médico na unidade de saúde mais próxima e informe sobre
qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas, e se você observou mortalidade de
macacos próximo aos lugares que você visitou, assim como picadas de mosquito. Informe, ainda, se você tomou a vacina
contra a febre amarela, e a data.

Se você identificar macacos mortos na região onde vive ou está, informe imediatamente as autoridades sanitárias do
município ou estado, de preferência, diretamente para a vigilância ou controle de zoonoses.

Os macacos não transmitem a febre amarela! Eles são importantes sentinelas para alerta em regiões onde o vírus está
circulando. Macacos mortos são analisados em exames específicos para detectar se a causa morte foi Febre Amarela, o
que aciona o alerta de cuidado com as pessoas.

Complicações

Em casos graves, a pessoa infectada por febre amarela pode desenvolver alguns sintomas, como:

 febre alta;
 icterícia;
 hemorragia;
 eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos.

Cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem febre amarela grave podem morrer. Assim que surgirem os primeiros
sinais e sintomas, é fundamental buscar ajuda médica imediata.

Eventos Pós-Vacinação

Os eventos adversos são possíveis reações após a vacinação da febre amarela. Os mais comuns relatados segundo
estudos são: reações de hipersensibilidade, e as manifestações da própria doença com o desenvolvimento dos sinais e
sintomas observados. A ocorrência de morte em até 30 dias após a vacinação deve ser investigada para confirmação se
foi ou não relacionada ao uso da vacina.

Todo evento adverso deve ser investigado e tratado da mesma forma que os casos suspeitos de Febre Amarela. Se
qualquer pessoa vacinada desenvolver os sinais e sintomas comuns para doença em até 15 dias após a vacinação, deve
rapidamente procurar o serviço de saúde mais próximo para atendimento.

Não Deve Se Vacinar

 Crianças Menores De 9 Meses De Idade.


 Mulheres Amamentando Crianças Menores De 6 Meses De Idade.
 Pessoas Com Alergia Grave Ao Ovo.
 Pessoas Que Vivem Com HIV E Que Tem Contagem De Células CD4 Menor Que 350.
 Pessoas Em Tratamento Com Quimioterapia/ Radioterapia.
 Pessoas Portadoras De Doenças Autoimunes.
 Pessoas Submetidas A Tratamento Com Imunossupressores (Que Diminuem A Defesa Do Corpo)

Diagnóstico

O diagnóstico da febre amarela é realizado mediante métodos virológicos (a saber, detecção do genoma viral, de antígenos
virais ou isolamento viral) e/ou sorológicos. Igualmente a qualquer teste laboratorial, os resultados devem ser considerados
de acordo com o contexto epidemiológico e clínico.

Transmissão

Não há transmissão de pessoa a pessoa. O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados.
Apenas as fêmeas transmitem o vírus, pois o repasto sanguíneo provê nutrientes essenciais para a maturação dos ovos
e, consequentemente, a completude do ciclo. Nos mosquitos, a transmissão também ocorre de forma vertical, na qual as
fêmeas podem transferir o vírus para a sua prole, favorecendo a manutenção do vírus na natureza.
A série histórica da doença no Brasil tem demonstrado maior frequência de ocorrência de casos humanos nos meses de
dezembro e maio, como um padrão sazonal. Esse fato ocorre principalmente no verão, quando a temperatura média
aumenta na estação das chuvas, favorecendo a reprodução e proliferação de mosquitos (vetores) e, por consequência o
potencial de circulação do vírus.

Os vetores silvestres têm hábito diurno, realizando o repasto sanguíneo durante as horas mais quentes do dia, sendo os
vetores dos gêneros Haemagogus e Sabethes, geralmente, mais ativos entre às 9h e 16h da tarde.

Há dois diferentes ciclos epidemiológicos de transmissão: silvestre e urbano.

Apesar desses ciclos diferentes, a febre amarela tem as mesmas características sob o ponto de vista etiológico, clínico,
imunológico e fisiopatológico.

No ciclo silvestre da febre amarela, os primatas não-humanos (macacos) são os principais hospedeiros e amplificadores
do vírus e os vetores são mosquitos com hábitos estritamente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes.
Nesse ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata quando não vacinado.

No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a transmissão ocorre a partir de vetores
urbanos (Aedes aegypti) infectados.

A pessoa apresenta os sintomas iniciais da febre amarela de 3 a 6 dias após ter sido infectada.

No Brasil o ciclo da doença atualmente é silvestre, com transmissão por meio dos mosquitos dos gêneros Haemagogus e
Sabethes. Os últimos casos de febre amarela urbana foi registrado no Brasil em 1942 e todos os casos confirmados desde
então decorrem do ciclo silvestre de transmissão.

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