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E MAXILOFACIAL
Condições
inflamatórias e
degenerativas das
glândulas salivares
Monica Lucia Gomes Dantas
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
Inúmeros processos patológicos podem afetar as glândulas salivares, dentre
os quais estão as condições inflamatórias e degenerativas. Como elas ocorrem
com frequência no cotidiano da clínica odontológica, é essencial conhecermos
suas características a fim de proceder com os corretos diagnóstico e tratamento.
Neste capítulo, você vai estudar as condições de extravasamento de muco,
que são a mucocele e a rânula, e as alterações inflamatórias, que são a sialoli-
tíase, as sialoadenites aguda e crônica e a parotidite epidêmica.
Você vai estudar, também, a sialoadenose, uma condição de natureza não
inflamatória causada por condições sistêmicas, além das alterações glandu-
lares geradas pelas doenças autoimunes, como a síndrome de Sjögren. Além
disso, vai identificar as alterações degenerativas nas glândulas salivares,
2 Condições inflamatórias e degenerativas das glândulas salivares
A sialografia (Figura 6) é outro exame que pode ser empregado para inves-
tigar obstrução do ducto glandular por sialolitos, processos inflamatórios e
tumores. No entanto, esse exame raramente é solicitado, devido ao descon-
forto que pode provocar no paciente e à possibilidade de contaminação da
glândula. Utiliza-se contraste iodado injetado no ducto, a fim de observar o
parênquima, e são realizadas radiografias anteriores à injeção de contrastes
e outras posteriores ao procedimento (TOMMASI, 2014).
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Diabetes
Distúrbios Acromegalia
endócrinos Hipotireoidismo
Gravidez
Desnutrição geral
Condições Alcoolismo
nutricionais Anorexia nervosa
Bulimia
Drogas anti-hipertensivas
Medicações
Drogas psicotrópicas
neurogênicas
Drogas simpatomiméticas usadas no tratamento da asma
Condições degenerativas
Você verá nesta seção as alterações degenerativas que ocorrem no parên-
quima glandular, ocasionadas pelo tratamento por radiação em pacientes
oncológicos, com tumores localizados na cabeça e no pescoço; as atrofias
glandulares presentes na síndrome de Sjögren; e as alterações fisiológicas
causadas pelo processo de envelhecimento.
remoção cirúrgica. Almeida (2016) sustenta que o tecido excisado deverá ser
submetido ao exame histopatológico, com o intuito de exclusão diagnóstica.
O diagnóstico da rânula é clínico, baseado no aspecto da lesão. No entanto,
lesões mais profundas podem apresentar coloração semelhante à da mucosa,
e não o aspecto azulado característico, o que pode dificultar o diagnóstico
diferencial da lesão. O exame mais usado nesse diagnóstico é a ultrassono-
grafia, mas a tomografia computadorizada e a ressonância magnética também
podem ser úteis (ALMEIDA, 2016).
Neville et al. (2016) indica a remoção da glândula sublingual afetada pela
rânula ou o emprego da marsupialização, que é a técnica de remoção de parte
da lesão, indicada, geralmente, apenas para rânulas pequenas.
Tommasi (2014) preconiza a remoção da glândula sublingual como a melhor
forma de tratamento da rânula. No entanto, segundo esse autor, as técnicas
da marsupialização e da micromarsupialização são mais utilizadas por serem
menos invasivas, embora possam ocorrer reincidências.
Referências
ALMEIDA, O. P. Patologia oral. São Paulo: Artes Médicas, 2016.
BATISTA, A. L. A et al. Risk factors associated with tooth loss in the elderly: an integrative
review. Research, Society and Development, v. 10, n. 11, p. e393101119799, 2021.
BORAKS, S. Semiotécnica, diagnóstico e tratamento das doenças da boca. São Paulo:
Artes Médicas, 2013.
NEVILLE, B. W. et al. Patologia oral e maxilofacial. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2016.
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Leituras recomendadas
KIGNEL, S. Estomatologia: bases do diagnóstico para o clínico geral. 3. ed. São Paulo:
Santos, 2020.
REGEZI, J. A.; SCIUBBA, J.; POGREL, M. A. Atlas de patologia oral e maxilofacial. Rio de
Janeiro: Guanabara koogan, 2002.
WOO, S. B. Atlas de patologia oral. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.