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PATOLOGIA

PERIODONTAL
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O tecido gengival é constantemente submetido a agressões mecânicas e
bacterianas. A saliva, a superfície epitelial e os estágios iniciais da resposta
inflamatória fornecem resistência a essas ações.
Fluido sulcular

O fluxo do fluido sulcular gengival (FSG) é fisiológico, proveniente do plexo gengival dos vasos
sanguíneos, subjacente ao revestimento epitelial. Aumenta em resposta à inflamação provocada pelo biofilme.
Assim como a sua intensidade varia em função da inflamação gengival, observa-se mudanças na sua
composição durante a progressão das doenças periodontais. É reconhecido como um grande reservatório de
informações moleculares e como uma importante ferramenta de diagnóstico para as doenças periodontais.
Os marcadores biológicos do fluido podem ajudar a determinar o risco e a gravidade das doenças
periodontais.
Composição
Os componentes do FSG podem ser caracterizados de acordo com as proteínas
individuais, anticorpos específicos, antígenos e enzimas de várias especificidades. O FSG também contém elementos
celulares.
Muito empenho em pesquisas tem sido feito na tentativa de usar os componentes
do FSG para detectar ou diagnosticar doença ativa ou para predizer pacientes em
risco para doença periodontal. Até agora, mais de 40 componentes encontrados no
FSG foram analisados, porém suas origens não são conhecidas com exatidão. Esses
compostos podem ser derivados do hospedeiro ou produzidos pelas bactérias no sulco
gengival, mas sua fonte pode ser difícil de ser elucidada; exemplos incluem a βglicoronidase, (uma enzima lisossômica), e a
desidrogenase ácida lática, (uma enzima
Citoplasmática). A fonte para colagenases podem ser fibroblastos ou leucócitos
polimorfonucleares (PMNs, neutrófilos), ou colagenases podem ser secretadas pelas
bactérias. As fosfolipases são enzimas lisossômicas e citoplasmáticas, mas também
produzidas por microrganismos. A maioria dos elementos do FSG detectados até
hoje foram enzimas, embora haja igualmente substâncias não enzimáticas.
Elementos Celulares

Os elementos celulares encontrados no FSG incluem bactérias, células epiteliais descamadas e leucócitos
(PMNs, linfócitos, monócitos/macrófagos), que migram através do epitélio sulcular.

Eletrólitos

Potássio, sódio e cálcio foram estudados no FSG. A maioria dos estudos demonstrou uma correlação positiva
entre as concentrações de sódio e cálcio, e a razão entresódio/potássio com a inflamação
Saliva
As secreções salivares são protetoras por natureza, pois mantêm os tecidos orais em
um estado fisiológico. A saliva exerce grande influência sobre a placa por meio da limpeza mecânica das
superfícies orais expostas, através do tamponamento de ácidos produzidos por bactérias, e pelo controle da
atividade bacteriana.

Papel da saliva na saúde Oral


Fatores Antibacterianos

A saliva contém numerosos fatores inorgânicos e orgânicos que influenciam as


bactérias e seus produtos no ambiente oral. Os fatores inorgânicos incluem íons e
gases, bicarbonato, sódio, potássio, fosfatos, cálcio, fluoretos, amônio e dióxido de
carbono. Os fatores orgânicos incluem lisozima, lactoferrina, mieloperoxidase,
lactoperoxidase e aglutininas como as glicoproteínas, mucinas, β2-macroglobulinas,
fibronectina e anticorpos.
Anticorpos Salivares

Como ocorre com o FSG, a saliva contém anticorpos reativos a espécies de bactérias
orais. Apesar de as imunoglobulinas G (IgG) e M (IgM) estarem presentes, a imunoglobulina preponderante
encontrada na saliva é a imunoglobulina A (IgA). Contudo, a IgG é a mais prevalente no FSG. As glândulas
salivares maiores e menores contribuem com toda a IgA secretória (sIgA) e com quantidades menores de IgG e
IgM. O FSG contribui com a maior parte de IgG, complemento e PMNs, que, em conjunção com a IgG ou IgM,
inativam ou opsonizam as bactérias.

Os anticorpos salivares são sintetizados localmente, pois reagem com


cepas de bactérias da boca, mas não com organismos característicos do
trato intestinal. Muitas bactérias encontradas na saliva são recobertas com
IgA, e os depósitos bacterianos nos dentes contêm tanto IgA quanto IgG.
Os anticorpos IgA presentes na saliva da parótida podem inibir a adesão
de espécies de Streptococcus orais a células epiteliais. Os anticorpos nas
secreções podem impedir a habilidade das bactérias de se ligar às
superfícies mucosas ou dentais.
Enzimas
As enzimas normalmente encontradas na saliva são derivadas de glândulas salivares,
bactérias, leucócitos, tecidos orais e substâncias ingeridas; a enzima principal é a
amilase da parótida. Algumas enzimas salivares foram encontradas em concentrações
aumentadas na doença periodontal: a hialuronidase e lipase, β-glicoronidase e
condroitina sulfatase, aspartato aminotransferase e fosfatase alcalina, aminoácido descarboxilases, catalase,
peroxidase e colagenase.
Enzimas proteolíticas na saliva são geradas tanto pelo hospedeiro quanto por
bactérias orais. Essas enzimas foram reconhecidas como contribuintes para o início e
a progressão da doença periodontal.

Leucócitos
Além das células epiteliais descamadas, a saliva contém todas as formas de leucócitos,
dentre os quais as células principais são os PMNs. O número de PMNs varia de pessoa
para pessoa em diferentes momentos do dia e está aumentado na gengivite. Os PMNs
alcançam a cavidade oral através da migração pelo revestimento do sulco gengival.
PMNs vivos na saliva são, algumas vezes, denominados orogranulócitos e sua taxa de
migração para a cavidade oral é conhecida como taxa migratória de orogranulócitos.
Papel na Patologia Periodontal
A saliva exerce uma grande influência no início, na maturação e no metabolismo da
placa. O fluxo e a composição salivares também influenciam a formação do cálculo,
da doença periodontal e da cárie. A remoção das glândulas salivares em animais
experimentais aumenta significativamente a incidência de cárie dental39 e de doença
periodontal46 e atrasa a cicatrização de feridas.
Em humanos, um aumento da doença inflamatória gengival, da cárie dental e da
rápida destruição dentária rápida associada a cáries cervicais e cementárias é
parcialmente consequência da diminuição na secreção das glândulas salivares
(xerostomia)
DOENÇA GENGIVAL
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As mudanças patológicas na gengivite estão associadas à presença de microrganismos orais aderidos ao dente
e, talvez, no sulco gengival ou próximo a ele.

Estágios da gengivite
Gengivite estágio I: A lesão inicial
As primeiras manifestações de inflamação gengival são alterações vasculares consistindo de capilares dilatados e
aumento do fluxo sanguíneo. Essas mudanças inflamatórias iniciais ocorrem em resposta à ativação microbiana
de leucócitos residentes e à estimulação subsequente de células endoteliais. Clinicamente, essa resposta inicial da
gengiva à placa bacteriana. (gengivite subclínica) não é aparente.
Gengivite estágio II: A lesão precoce

A lesão precoce evolui da lesão inicial dentro de aproximadamente uma semana após o
início do acúmulo da placa. Clinicamente, a lesão precoce pode aparecer como gengivite precoce, se sobrepondo à
lesão inicial e evoluindo a partir dela sem uma linha divisória definida. Com o passar do tempo, sinais clínicos de
eritema podem aparecer, principalmente devido à proliferação de capilares e à formação aumentada de alças de
capilares entre as projeções ou pontes conjuntivas ou saliências. O sangramento à sondagem também pode ser
evidente.

Gengiva marginal e contorno gengival


irregular
Gengivite estágio III: A lesão estabelecida
Com o tempo, a lesão estabelecida se desenvolve, caracterizada por uma predominância de plasmócitos e
linfócitos B e provavelmente em conjunção com a criação de uma pequena bolsa gengival alinhada com o epitélio da
bolsa.

Placa supragengival marginal e gengivite


GENGIVITE
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O acúmulo de biofilme microbiano nas superfícies limpas dos dentes resulta no
desenvolvimento de um processo inflamatório ao redor do tecido gengival. Foi demonstrado, também, através de
pesquisas, que a inflamação local persiste enquanto o biofilme microbiano estiver presente adjacente aos tecidos
gengivais e que a inflamação pode se resolver após a remoção meticulosa do biofilme.
Em geral, as características clínicas da gengivite são marcadas pela presença de
algum dos seguintes sinais clínicos: tecido gengival vermelho e esponjoso,
sangramento a um estímulo, alterações no contorno da gengiva e presença de cálculo
ou placa sem evidências radiográficas de perda óssea na crista alveolar.
Evolução e duração
A gengivite pode ter início súbito e curta duração, podendo ser dolorosa. Pode ter, também, uma apresentação
mais branda.
A gengivite recorrente reaparece após ser eliminada pelo tratamento ou desaparecer espontaneamente.
A gengivite crônica tem início lento e longa duração. É indolor, a menos que complicada por exacerbações
agudas ou subagudas, e é o tipo observado com maior frequência. A gengivite crônica é uma doença flutuante, na
qual a inflamação persiste ou se resolve e áreas normais se tornam inflamadas.

Gengivite crônica. As gengivas marginal e interdentária são


lisas, edematosas e
apresentam alterações de cor
Descrição
A gengivite localizada é confinada à gengiva de um único dente ou grupo de dentes,
enquanto a gengivite generalizada envolve toda a boca.

A gengivite marginal envolve a margem gengival e pode incluir uma porção da


gengiva inserida contígua.

A gengivite papilar atinge as papilas interdentárias e frequentemente se estende para a porção adjacente da
margem gengival. As papilas são envolvidas com mais constância do que a margem gengival e, em geral, são os
primeiros locais acometidos.

A gengivite difusa afeta a margem gengival, a gengiva


inserida e as papilas interdentárias.
A doença gengival em casos individuais é descrita pela combinação desses termos, da seguinte maneira:

A gengivite marginal localizada é confinada a uma ou mais áreas da gengiva marginal


A gengivite difusa localizada se estende a partir da margem da prega mucobucal, em uma área limitada.
A gengivite papilar localizada é confinada a um ou mais espaços interdentários, em uma área limitada.
A gengivite marginal generalizada envolve as margens gengivais relacionadas com todos os dentes. As
papilas interdentárias geralmente são afetadas.
A gengivite difusa generalizada envolve toda a gengiva. A mucosa alveolar e a gengiva inserida são afetadas,
de modo que, ocasionalmente, ocorre a obliteração da junção mucogengival.
Alterações na Posição da Gengiva

Retração Gengival

A retração gengival é um achado comum. A prevalência, extensão e gravidade da


retração gengival aumentam com a idade e a patologia é mais prevalente em homens.
Aumento gengival

• Aumento inflamatório
• Aumento medicamentoso:
imunossupressores
anticonvulsivantes
bloqueadores dos canais de cálcio
• Aumento gestacional
• Aumento gengival na deficiência de vitamina D
• Granuloma piogênico
• Doenças sistêmicas
Leucemia
Sarcoidose
• Aumento neoplásico
• Fibroma
• Papilomas
• Granuloma Periferico de células gigantes
• Granuloma central de células gigantes
• Leucoplasia
• Cisto

• Aumento neoplásico
carcinoma
melanoma maligno
sarcoma
metástase
• Falso aumento
• Desenvolvimento fisiológico
GENGIVITE
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