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CASOS CLÍNICOS

Capítulo 4  Envelhecimento e Periodonto


Caso clínico 4.1

Paciente:  Homem de 72 anos de idade.


Queixa principal:  “Minha gengiva está regredindo.”
História patológica pregressa:  O paciente deixou de fumar há
20 anos, ele nega quaisquer condições sistêmicas e só faz uso de
suplemento de ferro. Ele bebe três xícaras de café por dia. Ele informa
que a última limpeza dos dentes em consultório odontológico ocorreu
há três anos. Ele nega uso de fio dental, mas escova os dentes uma vez
ao dia. Ele também informa consumo diário de suco de laranja.
Exame odontológico atual:  A profundidade de sondagem varia de
2 a 7 mm; sangramento à sondagem de 47% e a higiene oral não é
satisfatória.

Questões baseadas no caso clínico Solução e Explicação


1. Com base na história relatada por esse paciente, qual Resposta: A
das seguintes opções NÃO seria uma causa provável do Explicação:  Com exceção do consumo de suco de laranja, todas as
escurecimento observado nos dentes dele: outras opções, se realizadas por longos períodos de tempo, provocam
Consumo de suco de laranja coloração (marrom a preta) dos dentes.
Consumo de café
Ingestão de suplementos de ferro
Tabagismo

2. O envelhecimento influencia a microbiologia da placa dentária? Resposta: B


A. Sim Explicação:  As evidências científicas indicam que o envelhecimento
B. Não exerce influência mínima na microbiologia da placa dentária.

3. O envelhecimento é um fator de risco para doença periodontal? Resposta: B


A. Sim Explicação:  O envelhecimento não parece ser um fator de risco
B. Não verdadeiro para o desenvolvimento de periodontite.
2 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 5  C
 lassificação de Doenças e Condições que
Afetam o Periodonto
Caso clínico 5.1

Paciente:  Homem de 63 anos de idade, ex‑tabagista (1 maço/dia


durante 20 anos).
Queixa principal:  Comparece para consulta trimestral de manutenção
pré‑agendada.
História patológica pregressa:  O paciente foi tratado com sessões
repetidas de raspagem e aplainamento raiz (limpeza profunda),
bem como cirurgia de retalho periodontal há alguns anos. Desde então
ele tem comparecido fielmente às consultas trimestrais de manutenção.
Exame odontológico atual:  A avaliação intraoral revela perda de
inserção clínica de 2 a 7 mm em toda a dentição, com profundidade
de sondagem variando de 1 a 3 mm. O registro de controle da placa
foi de 20% e foi observado sangramento localizado distal ao dente 7
e lingual ao dente 30. O diagnóstico foi gengivite localizada em
periodonto reduzido.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Se a cooperação do paciente se tornar errática e houver recidiva Resposta: D
da periodontite, como você classificaria a condição desse Explicação:  No caso de periodonto reduzido, é crucial levar em
paciente? conta a magnitude da perda preexistente de inserção dos dentes.
Gengivite Essa perda de inserção é definitiva e a progressão adicional pode
Periodontite leve influenciar negativamente o prognóstico dos dentes.
Periodontite moderada
Periodontite grave

Caso clínico 5.2

Paciente:  Homem de 55 anos de idade, não fumante.


Queixa principal:  “Minha gengiva está retraindo e está sangrando.”
História patológica pregressa:  O paciente tem queixas estéticas
associadas a retração gengival e exposição das raízes dos dentes
incisivos centrais superiores. O paciente também relata sensibilidade e
sangramento ocasionais na área.
O paciente foi tratado com sessões repetidas de raspagem e
aplainamento raiz (limpeza profunda), bem como cirurgia de retalho
periodontal há alguns anos. Desde então ele tem comparecido
fielmente às consultas trimestrais de manutenção.
Exame odontológico atual:  Foram observadas estriações brancas na
gengiva facial aos dentes 9 e 10. Durante o exame clínico, a fricção
delicada da mucosa coronal com o dedo no dente 9 resultou em
esfoliação do epitélio.

QUESTÕES BASEADAS NO CASO SOLUÇÃO E EXPLICAÇÃO


1. Você esperaria que a limpeza profunda corrigisse essa condição? Resposta: B
A. Sim Explicação:  Essa lesão mucocutânea foi biopsiada e o diagnóstico de
B. Não líquen plano foi confirmado após avaliação clínico e o achado de
sinal de Nikolsky positivo. O tratamento apropriado com
corticosteroide resultou em remissão.
  Casos Clínicos 3

Caso clínico 5.3

Paciente:  Mulher de 62 anos de idade, pós‑menopausa.


Queixa principal:  “Notei halitose e minhas gengivas estão
sangrando.”
História patológica pregressa:  A paciente informa que não consegue
escovar os dentes porque suas gengivas estão dolorosas há 6 meses.
Exame odontológico atual:  Ocorreu descamação gengival após a
aplicação de um swab de algodão.

QUESTÕES BASEADAS NO CASO SOLUÇÃO E EXPLICAÇÃO


1. Qual é o diagnóstico mais provável? Resposta: C
A. Gengivite necrotizante aguda Explicação:  Anticorpos imunofluorescentes são usados como
B. Abrasão provocada pela escova de dentes marcadores de complexos antígeno/anticorpo na membrana basal,
C. Penfigoide de mucosa onde a reação autoimune provoca degeneração da lâmina basal,
D. Sarcoidose hemidesmossomas e fibrilas de ancoragem, resultando assim em
descamação do epitélio.
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Caso clínico 5.4

Paciente:  Homem de 28 anos de idade.


Queixa principal:  “Meus dentes anteriores inferiores estão moles.”
História patológica pregressa:  Retração progressiva de toda a
dentição nos últimos 2 anos. Recentemente apresenta retração
dolorosa de evolução rápida na parte anterior da mandíbula.
Exame odontológico atual:  Papilas escavadas, ulcerações na gengiva
com exposição do osso interproximal.

QUESTÕES BASEADAS NO CASO SOLUÇÃO E EXPLICAÇÃO


1. Quando você solicita o parecer do médico assistente desse Resposta: C
paciente, qual é o diagnóstico clínico mais provável? Explicação:  Periodontite ulcerativa necrotizante pode ser observada
A. Osteoporose em pacientes HIV‑positivos com contagens de linfócitos T CD4+
B. Diabetes melito muito baixas (AIDS) e pode manifestar‑se como ulcerações
C. AIDS localizadas e necrose do tecido gengival com exposição do osso.
D. Osteonecrose da mandíbula relacionada ao uso de medicação

Caso clínico 5.5

Paciente:  Mulher de 59 anos de idade, pós‑menopausa.


Queixa principal:  “Minha mandíbula está sempre dolorida.”
História patológica pregressa:  O primeiro molar inferior foi extraído
há aproximadamente 4 meses.
Exame odontológico atual:  Osteonecrose da mandíbula relacionada
ao uso de medicação (ONMRM) com exposição do osso alveolar.
Achados radiográficos:  Dentro dos limites da normalidade.

QUESTÕES BASEADAS NO CASO SOLUÇÃO E EXPLICAÇÃO


1. Qual é o diagnóstico mais provavelmente associado a ONMRM? Resposta: C
A. Osteopenia Explicação:  Os bisfosfonatos inibem a reabsorção óssea mediada
B. Osteoporose por osteoclastos. Os bisfosfonatos são usados no manejo de distúrbios
C. Mieloma maligno osteolíticos como osteoporose, doença de Paget, cânceres ósseos
D. Osteomielite localizada metastáticos e mieloma múltiplo.
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Caso clínico 5.6

Paciente:  Menino de 6 anos de idade.


Queixa principal:  “Meus colegas na escola implicam comigo e eu
tenho dificuldade para mastigar minha comida e para falar.”
História patológica pregressa:  Paciente já recebeu um
transplante renal.
Exame odontológico atual:  Hipertrofia substancial da gengiva.
Achados radiográficos:  Dentro dos limites da normalidade.

QUESTÕES BASEADAS NO CASO SOLUÇÃO E EXPLICAÇÃO


1. Todas as categorias de fármacos abaixo já foram associadas a Resposta: A
hipertrofia gengival com EXCEÇÃO de qual opção? Explicação:  Fenitoína, nifedipino e ciclosporina já foram associadas
A. Antiarrítmico, digoxina a hipertrofia gengival, enquanto a digoxina não foi associada a
B. Anticonvulsivante, fenitoína hipertrofia da gengiva.
C. Bloqueador dos canais de cálcio, nifedipino
D. Imunossupressor, ciclosporina
6 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Caso clínico 5.7

Paciente:  Mulher de 27 anos de idade.


Queixa principal:  “Existe um nódulo na minha gengiva que sangra
quando eu escovo os dentes e passo o fio dental.”
História patológica pregressa:  A lesão surgiu há aproximadamente
2 meses.
Exame odontológico atual:  Biopsia mostrada na imagem abaixo.
Achados radiográficos:  Dentro dos limites da normalidade.

QUESTÕES BASEADAS NO CASO SOLUÇÃO E EXPLICAÇÃO


1. Qual é o diagnóstico mais provável? Resposta: D
A. Fibroma Explicação:  A biopsia revelou infiltrado de células inflamatórias no
B. Abscesso periodontal lateral tecido conjuntivo e numerosos capilares ingurgitados com eritrócitos.
C. Epúlide fissurada
D. Granuloma piogênico
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Capítulo 7  Patogênese Periodontal


Caso clínico 7.1

Paciente:  Homem de 56 anos de idade. Exame odontológico atual:  Profundidade de sondagem generalizada
Queixa principal:  “Mau hálito e sangramento gengival quando de 5 a 8 mm com sangramento à sondagem (escore de 70%).
escova os dentes.” Perda de osso alveolar generalizada (> 50% do comprimento
radicular) em toda a dentição, com perda óssea mais avançada
História patológica pregressa:  Nada digno de nota em termos de (> 80%) nos molares superiores. Mobilidade do dente incisivo central
doenças clínicas. Ex‑tabagista (parou há 6 meses, fumou 20 cigarros direito superior (grau I).
por dia durante 15 anos). Acompanhamento odontológico irregular,
sem história pregressa de tratamento periodontal. Usuário de escova
de dentes manual, duas vezes ao dia, durante no máximo 1 minuto
por vez.

Questões baseadas no caso clínico Solução e Explicação


1. Qual é a explicação mais provável para o elevado escore de Resposta: C
sangramento à sondagem nesse paciente? Explicação:  Higiene oral insatisfatória e a existência de biofilme
A. História pregressa de tabagismo subgengival resultam em inflamação nos tecidos gengival e
B. O fato de ter parado de fumar periodontal. A sonda periodontal penetra facilmente no epitélio
C. Inflamação induzida pela placa dentária juncional inflamado, provocando sangramento durante a sondagem.
D. Fatores oclusais Observação: o tabagismo exerce efeito inibitório na microvasculatura,
de tal forma que os tabagistas, quando abandonam a prática,
apresentam frequentemente aumento do sangramento gengival
quando a vasculatura se recupera (ver Capítulo 12).

2. Qual é a etiologia mais provável da periodontite nesse paciente? Resposta: D


A. Bactérias na placa (p. ex., Porphyromonas gingivalis) Explicação:  Todos os fatores são, provavelmente, relevantes nesse
B. Inflamação nos tecidos periodontais caso. Higiene oral insatisfatória e a existência prolongada de biofilme
C. Tabagismo bacteriano resultam em inflamação crônica nos tecidos periodontais.
D. Todas as opções acima A resposta imune–inflamatória é de natureza protetora, contudo,
provoca a lesão tecidual que é reconhecida clinicamente como
periodontite. Tabagismo é um fator de risco importante para
periodontite e exacerba o processo mórbido, resultando em
periodontite mais grave.

3. Qual é o diagnóstico periodontal específico nesse caso? Resposta: B


A. Gengivite Explicação:  O paciente apresenta perda óssea generalizada (portanto,
B. Periodontite crônica trata‑se de periodontite, não gengivite). Tendo em vista a idade do
C. Periodontite agressiva (localizada) paciente, sua história de tabagismo e a existência de fatores locais
D. Periodontite agressiva (generalizada) (tais como, depósitos generalizados de biofilme), este é um caso de
periodontite crônica. Diz‑se que ocorre periodontite agressiva em
pacientes mais jovens (tipicamente < 35 anos de idade), sem outros
problemas de saúde, com progressão rápida do processo mórbido e
história familiar positiva de periodontite (ver Capítulo 28).
Continua
8 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Caso clínico 7.1 — Continuação


4. Por que a perda de osso é mais avançada nas regiões molares Resposta: C
maxilares do que em outras partes da dentição? Explicação:  Pode ser difícil explicar o motivo de determinadas
A. Acesso difícil para limpeza regiões apresentarem acometimento mais avançado do que
B. Dentes com múltiplas raízes/anatomia complexa outras. Os dentes molares superiores (maxilares) apresentam,
C. A e B com frequência, perda óssea mais avançada, provavelmente por causa
D. História pregressa de periodontite agressiva localizada da dificuldade de acesso para limpeza dessas regiões com a escova de
dentes (sobretudo limpeza interproximal). A limpeza se torna ainda
mais difícil quando ocorre envolvimento da bifurcação, resultando
em progressão adicional da doença nesses locais.

5. Além de orientação sobre higiene oral e motivação do paciente, Resposta: A


qual é a provável terapia inicial nesse caso? Explicação:  A terapia inicial dá ênfase a modificação
A. Desbridamento da superfície dentária comportamental e promoção da motivação do paciente, além de
B. Cirurgia de acesso suporte para possibilitar um padrão elevado de controle da placa pelo
C. Gengivectomia paciente. Isso é acompanhado por tratamento periodontal não
D. Regeneração periodontal cirúrgico para romper e reduzir o biofilme subgengival e remover
fatores retentores da placa dentária (p. ex., tártaro). O controle do
biofilme é crucial para reduzir a inflamação nos tecidos periodontais
com consequente diminuição do volume dos tecidos graças a
resolução do processo inflamatório. Também ocorre redução da
profundidade da sondagem, facilitando a limpeza e a manutenção.
  Casos Clínicos 9

Capítulo 8  Biofilme e Microbiologia Periodontal


Caso clínico 8.1

Paciente:  Mulher de 32 anos de idade.


Queixa principal:  Dor intensa nas gengivas há três dias. A paciente
não consegue dormir nem escovar os dentes por causa da dor.
História patológica pregressa:  A paciente não apresenta doença
sistêmica. A última limpeza profissional dos dentes foi há 4 anos.
A paciente fuma atualmente 20 cigarros por dia. Ela foi despedida
recentemente do emprego e está passando por dificuldades financeiras.
Exame odontológico atual:  Material amarelo‑acinzentado na margem
gengival. Aspecto em saca‑bocado. Sangramento espontâneo.
A sondagem não é possível por causa da dor.

Questões baseadas no caso clínico Solução e explicação


1. Qual das seguintes opções representa esse material Resposta: C
amarelo‑acinzentado? Explicação:  Essa paciente apresenta doença periodontal necrotizante.
A. Placa dentária Ver Capítulo 29.
B. Matéria alba
C. Tecido necrótico
D. Resquícios alimentares

2. O que seria observado na amostra da placa dentária à microscopia Resposta: D


de contraste de fase? Explicação:  Tipicamente nas doenças periodontais necrotizantes são
A. Cocos bacterianos encontradas bactérias filamentosas e espiraladas móveis ao exame
B. Bactérias filamentosas microscópico. Isso está relacionado com a microbiologia específica
C. Combinação de bacilos móveis e cocos dessas doenças.
D. Combinação de bactérias filamentosas e espiraladas móveis

3. Quais bactérias específicas poderiam ser encontradas em uma Resposta: C


amostra das lesões? Explicação:  Embora todas as bactérias mencionadas sejam
A. P. gingivalis e P. intermedia encontradas na amostra, haverá predominância de F. nucleatum
B. P. gingivalis, T. denticola e T. forsythia (filamentosa) e treponemas (bactérias espiraladas e móveis).
C. F. nucleatum e T. denticola Essa combinação é uma característica microbiológica de doenças
D. F. nucleatum e P. gingivalis periodontais necrotizantes.
10 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Caso clínico 8.2

Paciente:  Homem de 68 anos de idade, edêntulo e usando prótese


removível nas arcadas superior e inferior.
Queixa principal:  Sem queixas.
História patológica pregressa:  O paciente não apresenta doença
sistêmica. Atualmente o paciente fuma 10 cigarros por dia. Ele não se
queixa de dor e usa as próteses durante o dia e a noite.
Exame odontológico atual:  Material branco‑amarelado sobre
superfície inflamada avermelhada. O material recobre toda a base da
prótese e pode ser retirado com swab.

Questões baseadas no caso clínico Solução e explicação


1. Qual é a origem mais provável desse material branco‑amarelado? Resposta: A
A. Infecção microbiana Explicação:  O material pode ser removido por swab.
B. Reação alérgica
C. Câncer
D. Palato de tabagista

2. Qual seria o achado no esfregaço desse material quando Resposta: B


examinado por microscópio de contraste de fase? Explicação:  Este é tipicamente um caso de estomatite provocada por
A. Primariamente células epiteliais prótese dentária. Provavelmente seriam encontrados grandes
B. Primariamente microrganismos filamentosos microrganismos filamentosos.
C. Primariamente bactérias móveis
D. Primariamente bactérias imóveis

3. Quais microrganismos específicos seriam provavelmente Resposta: B


encontrados em uma amostra das lesões? Explicação:  Embora bactérias e células epiteliais sejam observadas
A. F. nucleatum e T. denticola na amostra, também haverá células elipsoidais alongadas e hifas.
B. C. albicans
C. T. tenax
D. F. nucleatum e P. gingivalis
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Caso clínico 8.3

Paciente:  Homem de 23 anos de idade.


Queixa principal:  Tumefação dolorosa no lábio há 24 horas.
História patológica pregressa:  O paciente não apresenta doença
sistêmica. O paciente não é tabagista, mas está exausto por causa das
provas da faculdade. Sua saúde oral e sua higiene oral são excelentes.
Exame odontológico atual:  Edema e vesículas dolorosas na borda do
lábio .

Questões baseadas no caso clínico Solução e explicação


1. Qual é a origem mais plausível das vesículas? Resposta: C
A. Infecção bacteriana Explicação:  Todas as outras opções não resultam, tipicamente,
B. Câncer em vesículas.
C. Infecção viral
D. Infecção fúngica

2. Qual seria o achado no material coletado por biopsia de aspiração Resposta: B


quando examinado por microscópio de contraste de fase? Explicação:  Não é possível visualizar vírus ao microscópio de
A. Partículas virais contraste de fase porque são muito pequenos. O líquido conterá
B. Células inflamatórias células inflamatórias. Habitualmente ocorrerá superinfecção por
C. Bactérias bactérias se a vesícula não se romper.
D. Líquido claro

3. Qual vírus específico você esperaria encontrar? Resposta: D


A. Picornavirus Explicação:  HSV‑1 é a causa mais comum de herpes labial.
B. EBV
C. HPV
D. HSV‑1
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Capítulo 10  Resolução da Inflamação


Caso clínico 10.1

Paciente:  Homem de 30 anos de idade. O índice de higiene oral (IHO) do paciente é médio. Ele evita
Queixa principal:  “Minha gengiva está inflamada.” a escovação dos dentes e a inflamação e o sangramento persistem.
Ele gostaria que a gengiva ficasse “saudável” antes do tratamento
História patológica pregressa:  Paciente saudável com dentes ortodôntico.
apinhados apresenta placa dentária localizada e inflamação
generalizada. O paciente está fazendo pós‑graduação e relata que o Exame odontológico atual:  A profundidade de sondagem ficou na
estresse está prejudicando seu sono. faixa de 2 a 3 mm e o IHO foi 42%. Foi observada retração gengival
na altura do dente canino inferior esquerdo, do dente incisivo lateral e
dos dentes incisivos centrais.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Qual é a etiologia mais provável da margem gengival eritematosa RESPOSTA: A
do dente canino inferior esquerdo (22)? Explicação:  A margem gengival bucal do dente canino inferior
A. Inflamação induzida por placa dentária esquerdo (22) apresenta gengivite induzida por placa dentária.
B. Puberdade Vermelhidão, edema e sangramento à sondagem são sinais de
C. Placa dentária apenas inflamação.
D. Estresse A região é mais propensa ao acúmulo de placa dentária em
E. Tratamento ortodôntico decorrência da retração gengival adjacente, da anatomia do dente e
apinhamento dos dentes. Estresse e influências hormonais impactam
a magnitude da gengivite, mas não são fatores etiológicos primários.

2. Todas as seguintes condições modulam gengivite EXCETO: RESPOSTA: D


A. Dieta Explicação:  Perda óssea não é um achado característico de gengivite.
B. Inflamação Gengivite é um mecanismo inflamatório reversível que é modulado
C. Biofilme por hormônios, fatores genéticos, medicamentos e fatores ambientais.
D. Perda óssea Quando o estímulo etiológico é retirado, ocorre resolução do
E. Medicamentos processo inflamatório com retorno do tecido ao estado sauável.

3. Todas seguintes opções são mediadores da resolução do processo RESPOSTA: E


inflamatório, EXCETO: Explicação:  As prostaglandinas são mediadores pró‑inflamatórios
A. Resolvinas derivados de COX‑2 que são responsáveis por aumento do processo
B. Protectinas inflamatório. Mediadores lipídicos pró‑resolução são lipídios ativos
C. Lipoxinas responsáveis pela ativação de células para retorno à homeostase.
D. Maresinas Os lipídios, após se ligarem às células, conseguem promover a
E. Prostaglandinas fagocitose e ativar a eliminação de células mortas e microrganismos.
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Capítulo 11  Odontologia de Precisão: Risco Genético e


Tratamento da Doença Periondontal
Caso clínico 11.1

Paciente:  Homem de 17 anos de idade. plantares (Figura B). O paciente não fazia uso de medicação.
Queixa principal:  “Perdi todos os meus dentes primários e, agora, Ele relatou escovar os dentes uma vez ao dia, mas não fazia uso de
estou perdendo rapidamente meus dentes permanentes.” fio dental. As radiografias de toda a dentição, realizada um ano antes
da avaliação periodontal, mostravam perda óssea generalizada e
História patológica pregressa:  Quando procurou o setor de substancial (Figura C).
odontologia para avaliação periodontal, o paciente já era parcialmente
edêntulo e já tinha perdido muitos dentes permanentes (Figura A). Exame odontológico atual:  As profundidades à sondagem estavam
O paciente não era tabagista e relatava ter apresentado lesões na faixa de 2 a 10 mm; sangramento à sondagem de 39% e a higiene
dermatológicas nas palmas das mãos e nas regiões oral era razoável.

A B

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Com base nos achados orais e dermatológicos, qual é o Resposta: B
diagnóstico mais provável? Explicação:  Os achados orais e dermatológicos nesse paciente são
A. Síndrome de Gardner característicos da síndrome de Papillon–Lefèvre. A síndrome de
B. Síndrome de Papillon–Lefèvre Gardner é caracterizada por osteomas, múltiplos tumores de tecidos
C. Síndrome de Peutz–Jeghers moles e pólipos gastrintestinais (GI), enquanto os pacientes com a
síndrome de Peutz–Jeghers apresentam, tipicamente, pólipos GI e
máculas hiperpigmentadas nos lábios e na mucosa oral.

2. Mutações em qual gene causam essa síndrome? Resposta: D


A. COL1 A1 (colágeno) Explicação:  O gene da catepsina C codifica uma cisteína protease
B. Polipose colônica adenomatosa (APC) lisossomial. É crucial na regulação de serina proteinases nas células
C. Osteopontina imunes e inflamatórias. Catepsina C ativada degrada componentes da
D. Catepsina C matriz extracelular, provocando lesão tecidual e inflamação crônica.

3. A ceratodermia palmar–plantar (lesões dermatológicas) é Resposta: B


encontrada apenas nessa síndrome? Explicação:  Com exceção da síndrome Papillon–Lefèvre, a
A. Sim ceratodermia palmar–plantar também ocorre em várias outras
B. Não síndromes, tais como a síndrome de Huriez e a síndrome de Olmsted.

4. Qual dos seguintes distúrbios genéticos não se acompanha de Resposta: D


doença periodontal? Explicação:  Com exceção da síndrome orofacial–digital, doença
A. Síndrome de Down periodontal é um achado comum em todas as condições arroladas.
B. Neutropenia cíclica
C. Hipofosfatasia
D. Síndrome orofacial–digital
E. Síndrome de Ehlers–Danlos
Imagens clínicas de cortesia de Dr. Robert J. Gorlin, Minneapolis, Minnesota.
14 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 12  Tabagismo e Doença Periodontal


Caso clínico 12.1

Paciente:  Homem de 62 anos de idade. O paciente vai ao dentista com regularidade, é edêntulo há 10 anos
Queixa principal:  “Sinto dor em torno dos implantes dentários que e tentou usar uma prótese dentária superior completa. Ele usa pasta de
foram colocados há 1 ano e já observei sangramento durante a dente em pó duas vezes ao dia para escovar em torno dos implantes.
escovação.” Exame odontológico atual:  (1 ano após a colocação dos implantes):
História patológica pregressa:  O paciente tinha história de profundidade de sondagem generalizada de 5 a 6 mm em torno de
hipertensão arterial e hipotireoidismo. Atualmente ele fuma 10 a todos os implantes. Sangramento à sondagem, 80%. Evidências de
15 cigarros por dia, enrolados manualmente. Ele fuma de modo perda óssea radiográfica de 2 e 4 mm em relação aos registros basais.
intermitente há mais de 40 anos. Ele conseguiu parar por algum tempo Higiene oral insatisfatória.
quando da colocação dos implantes dentários, mas voltou a fumar
recentemente.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Tabagistas que recebem implantes dentários correm risco Resposta: D
aumentado de qual das seguintes condições? Explicação:  O tabagismo tem inúmeros efeitos adversos que
A. Fracasso da osteointegração influenciam o prognóstico de um implante dentário, tanto a curto
B. Peri‑implantite prazo como a longo prazo. E, de modo semelhante aos efeitos
C. Complicações na cicatrização da ferida observados na periodontite, tabagistas com implantes dentários
D. Todas as opções acima apresentam efeitos adversos na sua vasculatura, nas suas respostas
imunes e inflamatórias e na microbiologia.

2. Se esse paciente estivesse fumando ativamente na época da Resposta: C


colocação dos implantes dentários, ele teria corrido risco Explicação:  Existem numerosas revisões sistemáticas sobre esse
aumentado de fracasso do implante dentário? assunto. Os estudos mostraram que os tabagistas correm
A. O risco não aumentaria aproximadamente o dobro do risco de fracasso do implante dentário
B. Aumento de 1,5 vez em comparação com não tabagistas. Os pacientes devem ser
C. Aumento de 2 vezes conscientizados desse risco aumentado e todos os esforços devem ser
D. Aumento de 5 vezes envidados para apoiar a abstinência do tabagismo.
E. Nenhuma das respostas acima
Continua
  Casos Clínicos 15

Caso clínico 12.1 — Continuação


3. Se o paciente conseguir parar de fumar, quanto tempo deve‑se Resposta: D
esperar para colocar os implantes dentários? Explicação:  Não há evidências suficientes para se afirmar com
A. 1 semana segurança qual é o intervalo de tempo entre o abandono do tabagismo
B. 2 meses e a colocação dos implantes dentários. Alguns protocolos mais
C. 2 anos antigos sugeriam abstinência por 1 semana antes e 8 semanas depois
D. Desconhecido da colocação dos implantes dentários. Esse esquema promovia
desfechos significativamente melhores do que os dos indivíduos não
tabagistas.7 Estudos mais contemporâneos sugeriram que um ponto de
corte de 2 anos é mais útil, com os pacientes que recebem implantes
dentários antes de transcorrido 2 anos desde a abstinência correndo
um risco 2,7 vezes maior de fracasso do implante dentário em
comparação com pacientes que se abstiveram do tabagismo por
mais de 2 anos.144 Pesquisa adicional é necessária para esclarecer
esse tópico.

4. Qual seria a recomendação para usuários de cigarros eletrônicos Resposta: E


(ex‑tabagistas) que estão cogitando tratamento de implante Explicação:  Os cigarros eletrônicos são uma invenção popular
dentário? recente (ver Boxe 12.5). Ainda não foram realizados estudos sobre
A. Interromper imediatamente o uso de eles e não existe uma orientação oficial. Todavia, é muito provável
cigarros eletrônicos. que o aerossol dos cigarros eletrônicos seja bem menos deletério que
B. Considerar a redução do uso dos cigarros eletrônicos a fumaça do tabaco. Portanto, seria mais adequado orientar o paciente
C. Usar cigarros eletrônicos sem nicotina. de modo individualizado. Por exemplo, um paciente que
D. Trocar o sabor dos cigarros eletrônicos. recentemente abandonou o tabagismo após fumar 20 cigarros ao dia e
E. Usar uma abordagem individualizada. está usando cigarro eletrônico não deve a abandonar imediatamente
o cigarro eletrônico pelo receio da retomada do uso de cigarros.
Na verdade, o uso prolongado dos cigarros eletrônicos pode ser um
fator protetor contra a recaída do tabagismo convencional (taxas de
recaída de 70% podem ser esperadas em 4 a 52 semanas). Visto que
os pacientes respeitam as opiniões dos profissionais de saúde, é
importante fornecer as recomendações mais atualizadas e baseadas
em evidências.
16 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 13  O Papel do Cálculo Dental e de Outros


Fatores Predisponentes
Caso clínico 13.1

Paciente:  Homem de 42 anos de idade.


Queixa principal:  “Meus dentes precisam ser limpos e tenho
mau hálito.”
História patológica pregressa:  O paciente é um tabagista ativo (fuma
um maço de cigarros por dia), nega condições sistêmicas, não faz uso
de medicamentos e não apresenta alergias conhecidas a medicamentos.
A última limpeza dos dentes ocorreu há 10 anos. O paciente não faz
uso de fio dental e escova os dentes uma vez ao dia.
Exame odontológico atual:  A profundidade de sondagem estava na
faixa de 2 a 4 mm; dificuldade na sondagem das áreas bucais
mandibulares por causa de substancial depósito de tártaro.
Sangramento à sondagem de 55% e higiene oral insatisfatória.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. O tártaro em si provoca inflamação gengival? Resposta: B
A. Sim Explicação:  O tártaro não provoca, em si, inflamação gengival,
B. Não mas funciona como fator de retenção (nicho) da placa dentária
(como se vê na imagem acima), que provoca inflamação gengival.

2. A retirada completa do tártaro subgengival é exequível Resposta: B


com limpeza profunda em bolsões com mais de 6 mm de Explicação:  Até mesmo a limpeza profunda deixa alguns resquícios
profundidade. de tártaro subgengival na superfície da raiz, sobretudo nos bolsões
A. Verdadeiro mais profundos.
B. Falso

3. Qual das seguintes opções NÃO é um fator de retenção associado Resposta: C


aos dentes (como o tártaro) que consegue reter a placa dentária e Explicação:  Cavitação aberta (decorrente de cárie) na superfície
provoca inflamação gengival? oclusal de um dente pode acumular restos de alimentos e placa
A. Margens abertas da coroa dentária, mas está muito longe da gengiva para induzir inflamação.
B. Restauração excessiva No caso das opções A, B ou D, a proximidade da gengiva com a
C. Cárie oclusal placa dentária (que é retida) inicia inflamação.
D. Envolvimento da bifurcação
Imagem de cortesia de Dr. Gustavo Avila-Ortiz, University of Iowa College of Dentistry, Iowa City, Iowa.
  Casos Clínicos 17

Capítulo 14  Influência de Condições Sistêmicas


Caso clínico 14.1

Paciente:  Homem caucasiano de 38 anos de idade. Exame odontológico atual:  O exame revelou sangramento moderado
Queixa principal:  “Minha gengiva está inchada e sangrando muito.” generalizado à sondagem. Há placa dentária e tártaro moderado a
substancial. A profundidade generalizada das bolsas à sondagem foi
História patológica pregressa:  O paciente observou tumefação de 3 a 6 mm profundidade localizada de 7 a 9 mm em torno dos
gengival três meses após começar a ingerir fenitoína (500 mg/dia) por dentes posteriores. Envolvimento de classes 1 a 2 das bifurcações
causa de crises convulsivas. O diagnóstico inicial de epilepsia ocorreu dentárias, mobilidade dos dentes das classes 1 a 3 de Miller e
há 16 anos. Ele escova os dentes uma vez ao dia e não usa fio dental. retração gengival moderada localizada também foram encontrados no
exame. Existem áreas localizadas com eritema moderado a intenso,
edema e hipertrofia gengival, sobretudo na área mandibular anterior.

Questão baseada no caso Solução e explicação


1. A hipertrofia gengival fármaco‑induzida é mais notável: Resposta: B
A. Nas áreas edêntulas Explicação:  Hipertrofia gengival pode ser encontrada em toda a boca,
B. Na região anterior contudo, tende a ser mais acentuada nas regiões anteriores (maxilar e
C. Na região pré‑molar mandibular).
D. Na região molar
18 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 15  Impacto da Infecção Periodontal na


Saúde Sistêmica
Caso clínico 15.1

Paciente:  Mulher de 38 anos de idade. uma a duas vezes ao dia, mas não usa fio dental. Também informa que
vai de modo irregular ao dentista e a última limpeza dentária feita por
Queixa principal:  “Minha gengiva está inchada e dolorida.” profissional foi há cerca de três anos.
História patológica pregressa:  A paciente não é tabagista, mas não Exame odontológico atual:  As profundidades à sondagem foram,
controla de modo satisfatório o diabetes melito (HbA1c = 8,4). em geral, na faixa de 2 a 4 mm com profundidades localizadas de
A paciente apresenta sobrepeso. Ela informa que escova os dentes 5 a 7 mm, o índice de sangramento à sondagem foi de 43%.

QUESTÕES BASEADAS NO CASO SOLUÇÃO E EXPLICAÇÃO


1. O fato de a paciente ser diabética implica em risco aumentado de Resposta: A
periodontite? Explicação:  Existe aumento da prevalência de periodontite em
A. Sim pacientes com diabetes melito, sobretudo se o controle do mesmo
B. Não não for satisfatório.

2. Essa paciente precisa de terapia periodontal não cirúrgica. A Resposta: A


terapia periodontal melhoraria o controle glicêmico? Explicação:  Embora os resultados de diferentes estudos sejam
A. Sim conflitantes, numerosas revisões sistemáticas e metanálises já
B. Não mostraram de modo consistente que a terapia periodontal está
associada a melhora estatisticamente significativa e clinicamente
relevante do controle glicêmico em pacientes diabéticos com
periodontite.

3. Qual das seguintes opções são complicações do diabetes melito? Resposta: D


A. Retinopatia Explicação:  Entre as complicações do diabetes melito estão
B. Nefropatia retinopatia, nefropatia, neuropatia, doença macrovascular, alteração
C. Doença periodontal da cicatrização de feridas e doença periodontal.
D. Todas as opções acima
E. A e B
  Casos Clínicos 19

Caso clínico 15.2

Paciente:  Mulher afro‑americana com 49 anos de idade. Ela relata que escova os dentes duas vezes ao dia, mas com frequência
não usa fio dental porque fere a gengiva.
Queixa principal:  “Eu tenho sentido desconforto na gengiva. Minha
gengiva sangra quando escovo os dentes e sempre está dolorida.” Exame odontológico atual:  Profundidade à sondagem generalizada
variando de 2 a 7 mm. Sangramento à sondagem de 52% e a
História patológica pregressa:  A paciente é tabagista, hipertensa paciente exibe higiene oral insatisfatória (controle de biofilme).
(bem controlada) e diabética (não controlada de modo satisfatório Os tecidos gengivais estão eritematosos, edemaciados e dolorosos à
com HbA1c de 7,8). Atualmente faz uso de metoprolol e metformina. manipulação.

QUESTÕES BASEADAS NO CASO SOLUÇÃO E EXPLICAÇÃO


1. Qual das seguintes doenças está ligada (influenciada de modo Resposta: D
adverso) à doença periodontal? Explicação:  A doença periodontal tem sido associada a todos esses
A. Doença da artéria coronária processos mórbidos, contudo, estudos de causalidade ainda precisam
B. Diabetes melito ser realizados. Esses estudos são de difícil realização porque esses
C. Infarto do miocárdio processos mórbidos compartilham muitos fatores de risco.
D. Todas as opções acima Portanto, a associação pode ser com os fatores de risco e não com as
doenças em si.

2. A doença periodontal é uma das seis complicações do diabetes Resposta: A


melito. Explicação:  Sim. A doença periodontal, juntamente com retinopatia,
A. Verdadeiro nefropatia, neuropatia, doença macrovascular e comprometimento da
B. Falso cicatrização de feridas é oficialmente reconhecida pela American
Diabetes Association como uma complicação comum em pacientes
com diabetes melito mal controlado.

3. A terapia periodontal exerce efeito benéfico no controle Resposta: A


glicêmico. Explicação:  Isso é verdade nos pacientes com controle glicêmico
A. Verdadeiro insatisfatório e destruição periodontal mais avançada. Pacientes cuja
B. Falso saúde periodontal é promovida pelo tratamento também apresentam
melhora do controle glicêmico.
20 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 16  Mecanismos de Defesa da Gengiva


Caso clínico 16.1

Paciente:  Mulher de 62 anos de idade. noite e seu consumo de bebidas alcoólicas é mínimo (etilista social).
A paciente informa rinite alérgica e faz uso de anti‑histamínicos e
Queixa principal:  “Tenho dificuldade para adormecer porque minha descongestionantes de venda livre.
boca e minha garganta estão ressecadas.”
Exame odontológico atual:  Profundidades à sondagem na faixa de
História patológica pregressa:  A paciente é uma tabagista pesada e 3 a 4 mm, sangramento à sondagem foi 38% e a higiene oral da
tem dificuldade para adormecer. Ela dorme apenas quatro horas por paciente era precária.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Qual é etiologia mais provável dessa condição? Resposta: A
A. Xerostomia Explicação:  A paciente apresenta ressecamento da cavidade bucal,
B. Síndrome de boca seca insônia e higiene oral insatisfatória. Xerostomia é a causa primária
C. Gengivite dessa condição. A ausência de fluxo salivar normal se reflete em
D. Envelhecimento inflamação das mucosas. A xerostomia nesse caso é secundária à
E. Síndrome de Sjögren síndrome de Sjögren.

2. Todas as seguintes condições se acompanham de xerostomia Resposta: E


EXCETO: Explicação:  PMM, antes conhecido como penfigoide cicatricial,
A. Síndrome de boca seca é uma condição autoimune. Autoanticorpos contra antígenos da
B. Síndrome de Sjögren membrana basal atacam o tecido, provocando doença.
C. Amiloidose
D. Sarcoidose
E. Penfigoide de membranas mucosas (PMM)

3. Todas as seguintes opções são estimulantes de saliva EXCETO Resposta: D


qual? Explicação:  Saliva artificial é um substituto da saliva, não um
A. Pilocarpina estimulante dela. Saliva artificial ou substitutos da saliva
B. Cevilemelina podem ser usados para umidificar e lubrificar a cavidade oral.
C. Anetol tritiona Os estimulantes da saliva como a pilocarpina atuam como agentes
D. Saliva artificial parassimpaticomiméticos colinérgicos com ação predominantemente
muscarínica M3 que estimula glândulas exócrinas com função
residual.
  Casos Clínicos 21

Capítulo 18  Características Clínicas da Gengivite


Caso clínico 18.1

Paciente:  Mulher com 37 anos de idade.


História patológica pregressa:  A paciente não apresenta condições
clínicas subjacentes que poderiam comprometer sua saúde oral.
Sua última limpeza dentária por odontólogo foi há seis anos.
A paciente não faz uso de fio dental e escova os dentes uma vez ao
dia. Relata aumento da sensibilidade durante a escovação dos dentes.
Exame odontológico atual:  Profundidades à sondagem foram na
faixa de 2 a 3 mm, sangramento à sondagem foi 43%, higiene oral
insatisfatória.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Qual é a causa mais provável dessa condição gengival? Resposta: B
A. Restaurações substanciais Explicação:  Nessa paciente sem condições sistêmicas conhecidas
B. Placa dentária que apresenta placa dentária extensiva e higiene oral insatisfatória,
C. Lesão química a placa dentária parece ser a causa primária.
D. Diabetes melito não controlado

2. Gengiva eritematosa é observada em todas as seguintes condições Resposta: B


sistêmicas EXCETO: Explicação:  Na doença de Addison ocorre pigmentação marrom da
A. Leucemia gengiva consequente a produção aumentada de melanina, em vez
B. Doença de Addison de eritema gengival.
C. Respiração bucal
D. Líquen plano

3. Qual seria o tratamento que provavelmente solucionaria essa Resposta: A


condição gengival? Explicação:  A retirada da placa dentária e a orientação da paciente
A. Profilaxia dentária/desbridamento da placa dentária para melhorar a higiene oral resultarão em resolução da gengivite.
B. Limpeza profunda
C. Retalho cirúrgico
D. Regeneração periodontal
22 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Caso clínico 18.2

Paciente:  Homem de 44 anos de idade.


Queixa principal:  “Quando escovo os dentes sinto dor na gengiva na
região anterior inferior e ocorre sangramento.”
História patológica pregressa:  O paciente não apresenta condições
sistêmicas subjacentes que comprometam sua saúde oral. A última
limpeza dentária por odontólogo foi realizada há 3 anos. O paciente
informa que escova os dentes pelo menos uma vez ao dia, mas não faz
uso de fio dental. O paciente relata aumento da sensibilidade e
sangramento gengivais no sextante anterior mandibular durante a
escovação dos dentes.
Exame odontológico atual:  Profundidade à sondagem foram na faixa
de 2 a 3 mm, sangramento à sondagem de 37%, higiene oral
insatisfatória.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Os sinais iniciais de inflamação gengival que precedem gengivite Resposta: D
localizada estabelecida incluem quais das seguintes opções? Explicação:  Supuração (ou seja, secreção purulenta) à sondagem
A. Aumento da produção do líquido do sulco gengival delicada é um achado inicial incomum de gengivite. Supuração indica
B. Sangramento do sulco gengival à sondagem delicada infecção ativa e é um sinal comum de abscesso gengival ou
C. Supuração à sondagem delicada periodontal.
D. A e B apenas
E. Todas as opções acima

2. Gengivite marginal localizada normalmente Resposta: A


A. Estende‑se a partir da margem gengival para a prega Explicação:  Tipicamente, a gengivite marginal localizada é limitada
mucobucal em áreas limitadas à margem gengival de um lado e à prega mucobucal do outro lado em
B. Estende‑se a partir da margem gengival para a prega áreas localizadas da dentição.
mucobucal em toda a boca
C. Estende‑se apenas de modo interpapilar
D. Estende‑se apenas nas superfícies linguais

3. A irrigação sanguínea da gengiva nos locais bucais na parte Resposta: D


anterior da mandíbula inclui qual das seguintes opções? Explicação:  A gengiva bucal é irrigada por todos os grupos de vasos
A. Vasos supraperiosteais sanguíneos.
B. Vasos provenientes do ligamento periodontal
C. Irrigação sanguínea proveniente do processo alveolar
D. Todas as opções acima
  Casos Clínicos 23

Capítulo 19  Aumento Gengival


Caso clínico 19.1

Paciente:  Mulher de 25 anos de idade.


Queixa principal:  “Meus dentes estão móveis e minha gengiva
está tumefeita.”
História patológica pregressa:  A paciente não faz uso de
medicamentos antiepilépticos, anti‑hipertensivos ou
imunossupressores que sabidamente provoquem alterações fibróticas
na gengiva. Possíveis doenças sistêmicas como leucemia foram
descartadas após avaliação do médico assistente e exames
laboratoriais de amostras de sangue periférico. Não foram encontrados
fatores locais, como respiração bucal ou restaurações excessivas.
Exame odontológico atual:  O exame intraoral revela hipertrofia
gengival moderada a grave, sobretudo nas regiões anteriores maxilar
e mandibular. Foram observadas profundidades à sondagem
periodontal significativas e generalizadas e perda óssea generalizada
grave. Os membros da família imediata da paciente, sua mãe e seu
irmão, foram examinados e ambos apresentavam hipertrofia gengival
clinicamente significativa. Além da hipertrofia gengival, o irmão da
paciente apresentava perda óssea significativa entre os dentes
incisivos e os primeiros molares. Foi elaborado um heredograma.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Qual seria o diagnóstico preliminar da hipertrofia gengival? Resposta: B
A. Hipertrofia gengival fármaco‑induzida Explicação:  Fibromatose gengival hereditária é uma forma fibrótica
B Fibromatose gengival hereditária não fármaco‑induzida de hipertrofia gengival com forte caráter
C. Hipertrofia gengival idiopática familiar.

2. Levando em conta a idade, os achados clínicos e a magnitude da Resposta: A


perda óssea, qual seria o diagnóstico preliminar de periodontite? Explicação:  A perda óssea é substancial e sugere que a perda óssea
A. Periodontite agressiva periodontal é agressiva.
B. Periodontite crônica

3. O plano terapêutico incluiria qual das seguintes opções para Resposta: F


manutenção a longo prazo dos desfechos? Explicação:  Este é um caso complexo de fibromatose gengival
A. Remoção cirúrgica da hipertrofia gengival hereditária e periodontite agressiva. Os desfechos terapêuticos devem
B. Tratamento regenerativo ser mantidos por uma abordagem multidisciplinar.
C. Tratamento anti‑infeccioso
D. Tratamento ortodôntico
E. Implantes
F. Todas as opções acima
De Casavecchia PM, Uzel I, Kantarci A, et al.: Hereditary gingival fibromatosis associated with generalized aggressive periodontitis: a case report. J Periodontol 75:770–778, 2004.
24 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Caso clínico 19.2

Paciente:  Homem de 37 anos de idade.


Queixa principal:  “Minha gengiva está inchada e não consigo me
alimentar. Não consigo ver meus dentes.”
História patológica pregressa:  O paciente faz uso de fenitoína por
causa de epilepsia do tipo grande mal. Ele não fuma e não apresenta
outra condição sistêmica. Ele já fez procedimentos restauradores
mínimos (ou seja, restauração de cáries dentárias).
Exame odontológico atual:  O exame intraoral revela hipertrofia
gengival extensa nos segmentos anteriores maxilar e mandibular.
Os tecidos gengivais apresentavam inflamação discreta com placa
dentária mínima. Existiam pseudobolsões de 4 a 6 mm sem sinais de
perda óssea. O paciente foi tratado com gengivectomia e
gengivoplastia e foi realizada biopsia do tecido para análise
histológica. Foram agendadas consultas de acompanhamento a cada
6 meses para esse paciente.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Qual das seguintes opções é o principal achado histopatológico? Resposta: B
A. Infiltração extensa por células inflamatórias Explicação:  A hipertrofia gengival induzida por fenitoína é
B. Feixes de fibras de colágeno e fibroblastos caracterizada por fibrose acentuada e nível baixo de infiltração por
células inflamatórias.

2. Qual das seguintes opções é verdadeira em relação à camada Resposta: C


epitelial? Explicação:  A camada epitelial da gengiva apresenta espessamento
A. Tecido escamoso espesso e estratificado com extensões epiteliais, que se acredita estar associado a transição
B. Extensões epiteliais longas e delgadas para o tecido conjuntivo epitélio‑mesênquima.
C. Todas as opções acima
  Casos Clínicos 25

Capítulo 20  Infecções Gengivais Agudas


Caso clínico 20.1

Paciente:  Homem de 38 anos de idade.


Queixa principal:  “Sinto dor na gengiva que piorou subitamente.”
História patológica pregressa:  O paciente nega doenças graves,
mas relata estresse substancial recentemente. Ele nega tabagismo,
atual ou prévio. Ele escova os dentes diariamente e usa fio dental
ocasionalmente. Não vai ao dentista há anos e não consegue lembrar
quando fez limpeza dos dentes por um profissional.
Exame odontológico atual:  Os tecidos gengivais estavam dolorosos
demais para serem sondados efetivamente. Há eritema marginal
generalizado e edema com necrose localizada do tecido entre os
dentes incisivos centrais inferiores.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Esse paciente apresenta gengivite necrotizante ulcerativa? Resposta: A
A. Sim Explicação:  A gengivite necrotizante ulcerativa (GNU) é
B. Não caracterizada por instalação abrupta de sintomas associados a típicas
depressões crateriformes, em saca‑bocado, na papila interdental.

2. Esse paciente deve ser avaliado a procura de outras doenças Resposta: A


sistêmicas? Explicação:  A participação do comprometimento da resposta do
A. Sim hospedeiro na GNU é conhecida há muito tempo. Todos os fatores
B. Não predisponentes de GNU estão associados a imunossupressão.
O odontólogo deve determinar os fatores predisponentes que resultam
em imunodeficiência nos pacientes com GNU para corrigir a
suscetibilidade continuada do paciente e para determinar se existe
uma doença sistêmica subjacente.
26 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 21  Doenças Gengivais na Infância


Caso clínico 21.1

Paciente:  Menino de 8 anos e 3 meses de idade.


Queixa principal:  “A gengiva do meu filho está roxa e inchada.”
História patológica pregressa:  A criança é acompanhada pelo
dentista desde os 3 anos de idade. Não há condições clínicas dignas
de nota nem história de alergias medicamentosas. As lesões são
assintomáticas.
Exame odontológico atual:  As lesões estão localizadas nas
áreas dos incisivos centrais superiores. As lesões são flutuantes,
lisas, grandes e azuladas.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Qual é o diagnóstico diferencial desse paciente? Resposta: C
A. Hematoma secundário a traumatismo Explicação:  Esse quadro clínico é típico de cisto de erupção. A lesão
B. Abscesso dentário é bem‑delimitada, translúcida, lisa e edemaciada que está diretamente
C. Cisto de erupção associada a coroa dos dentes incisivos centrais permanentes em
D. Hemangioma processo de erupção.
E. Melanoma maligno

2. Esse paciente precisa de terapia cirúrgica para essa queixa Resposta: B


principal? Explicação:  A maioria dos cistos de erupção é assintomática e
A. Sim desaparece sem tratamento. Em algumas situações, os cistos
B. Não interferem na mastigação e a criança pode se beneficiar de uma
pequena incisão na mucosa para possibilitar a drenagem do
conteúdo hemorrágico.
Imagens de cortesia de Dra. Daniela R. Silva, UCLA School of Dentistry.
  Casos Clínicos 27

Caso clínico 21.2

Paciente:  Menina de 6 anos e 5 meses de idade. Exame odontológico atual:


Queixa principal:  “Minha filha sente muita dor na boca e não • Temperatura corporal de of 38,7 °C e a criança não está se
consegue comer ou beber nada.” sentindo bem
• Linfadenopatia cervical bilateral
História patológica pregressa:  A criança não apresenta condições • Gengiva edemaciada, inflamada e eritematosa
clínicas dignas de nota nem história de alergias medicamentosas. • Múltiplas ulcerações na gengiva marginal, na mucosa e no
Ela foi submetida a tratamento restaurador abrangente há 14 meses e a palato mole
consulta atual é de emergência. • A língua apresenta cobertura branca sólida com ulcerações na ponta

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Qual é o diagnóstico diferencial dessa paciente? Resposta: C
A. Ulcerações herpetiformes Explicação:  A criança apresenta mal‑estar, anorexia, irritabilidade,
B. Herpangina febre, linfadenopatia e halitose. Os tecidos gengivais estão
C. Gengivoestomatite herpética primária hipertrofiados, dolorosos e eritematosos. As vesículas estão
D. Mononucleose infecciosa localizadas nas mucosas móveis (ou seja, na cavidade bucal e no
E. Gengivite necrotizante ulcerativa aguda palato mole) e fixas.

2. Qual é o tratamento para essa criança? Resposta: E


A. Anestésicos tópicos e agentes selantes Explicação:  O tratamento é de suporte para eliminar dor e febre e
B. Aciclovir (elixir, 200 mg/5 mL durante 7 a 10 dias) hidratação da criança. O uso de aciclovir na forma de elixir depende
C. Antipiréticos e analgésicos da gravidade da condição. No caso de crianças imunocomprometidas,
D. Ingestão de muito líquido; dieta pastosa fria é preconizado o uso de aciclovir sistêmico. A formulação tópica do
E. Todas as respostas acima aciclovir é indicada apenas para crianças imunocompetentes.
Imagens de cortesia de Dra. Daniela R. Silva, UCLA School of Dentistry.
28 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 22  Gengivite Descamativa


Caso clínico 22.1

Paciente:  Mulher branca de 65 anos de idade. controladas com tratamento farmacológico apropriado. As lesões
orais surgiram há 12 meses com piora progressiva dos sintomas.
Queixa principal:  “Tenho aftas na boca e não consigo escovar os A paciente já consultou vários dentistas e especialistas sem melhora
dentes.” do quadro.
História patológica pregressa:  A paciente apresenta história Exame odontológico atual:  A paciente apresenta eritema doloroso
patológica pregressa importante com hipertensão arterial, proeminente e erosão da gengiva e da mucosa fixa nos tecidos moles
hipercolesterolemia, ansiedade e lombalgia. Essas condições são maxilares e mandibulares.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. A próxima etapa no tratamento dessa paciente seria a prescrição Resposta: B
de antibióticos? Explicação:  A etapa seguinte seria o estabelecimento de um
A. Sim diagnóstico definitivo. Visto que o quadro clínico é compatível com
B. Não gengivite descamativa, está justificada a realização de biopsia com
coloração por hematoxilina‑eosina (H‑E) e com coloração
imunofluorescente direta (IFD).

2. A coloração com H‑E revelou hiperqueratose, degeneração das Resposta: D


células basais do epitélio, cristas interpapilares serrilhadas e Explicação:  Os achados clínicos, histopatológicos e na coloração
infiltrado superficial em faixa na lâmina própria. Os estudos com IFD falam a favor do diagnóstico de líquen plano erosivo.
IFD revelaram sinal linear irregular de fibrina na interface do
tecido epitelial com o tecido conjuntivo. Qual é o diagnóstico?
A. Pênfigo vulgar
B. Penfigoide de membrana mucosa
C. Estomatite ulcerativa crônica
D. Líquen plano erosivo
E. Carcinoma espinocelular

3. Após a retirada do tártaro, qual seria o principal elemento do Resposta: B


tratamento dessa paciente? Explicação:  Após ser feito o diagnóstico, o principal elemento do
A. Esteroides sistêmicos tratamento é a prescrição de esteroides tópicos como gel ou pomada
B. Esteroides tópicos de fluocinonida a 0,05% (aplicar quatro vezes ao dia).
C. Medicamentos poupadores de esteroides
D. Antibióticos
  Casos Clínicos 29

Capítulo 23  Bolsa Periodontal


Caso clínico 23.1

Paciente:  Homem de 37 anos de idade.


Queixa principal:  “Minha gengiva está inchada e sangra quando
escovo os dentes.”
História patológica pregressa:  O paciente é hipertenso e informa que
faz uso de anlodipina há 5 anos e tem mantido os níveis tensionais sob
controle com esse medicamento. Não é tabagista. Nega outra condição
sistêmica além da hipertensão arterial. Além disso, não refere
alergias medicamentosas. A última limpeza dentária por profissional
foi há dois anos, escova os dentes duas vezes ao dia e não faz uso
de fio dental.
Exame odontológico atual:  As profundidades à sondagem estavam
na faixa de 3 a 7 mm. Sangramento à sondagem de 55% com
higiene oral moderada. As radiografias revelaram níveis normais de
osso alveolar.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Com base nas informações apresentadas, que tipo de bolsa é esta? Resposta: A
A. Gengival Explicação:  A bolsa gengival ocorre quando a margem gengival
B. Periodontal migra no sentido coronal para as bordas incisais, aumentando as
profundidas à sondagem, mas sem modificações evidentes no nível
ósseo. Inflamação significativa da gengiva ou hiperplasia gengival
fármaco‑induzida pode provocar essa bolsa gengival.

2. Quais dos seguintes fármacos provocam frequentemente Resposta: D


hiperplasia gengival? Explicação:  Todas as classes de medicamentos mencionadas podem
A. Bloqueadores dos canais de cálcio provocar hiperplasia gengival. Como essa condição pode ser induzida
B. Ciclosporina por fármacos, é comum a recidiva após tratamento cirúrgico,
C. Anticonvulsivantes se o paciente continuar a usá‑los.
D. Todas as opções acima

3. Qual das seguintes opções é o tratamento cirúrgico apropriado Resposta: A


para essa condição? Explicação:  Gengivectomia consiste na excisão cirúrgica do excesso
A. Gengivectomia de gengiva. As opções B e C são usadas no tratamento de bolsas
B. Regeneração tecidual guiada periodontais associadas a defeitos ósseos e, portanto, não são
C. Cirurgia de ressecção óssea aplicáveis nessa situação.
D. Todas as opções acima
Imagem de cortesia de Drs. M. Cenk Haytac e Onur Ozcelik.
30 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 24  Perda Óssea e Padrões de Destruição Óssea


Caso clínico 24.1

Paciente:  Homem de 54 anos de idade. Exame odontológico atual:  O paciente apresenta periodontite crônica
Queixa principal:  “Minha gengiva sangra e estou com mau hálito.” moderada a avançada. Ele recebeu tratamento periodontal de fase I
que consiste em higiene oral e limpeza profunda. Na consulta de
História patológica pregressa:  O paciente negligenciou os cuidados reavaliação os tecidos gengivais do segmento esquerdo inferior
orais por aproximadamente 10 anos e só procurou tratamento quando apresentam aumento da profundidade das bolsas e sangramento à
apresentou sinais/sintomas. Há alguns anos ele observa sangue na sondagem. A área foi tratada cirurgicamente e o perfil ósseo na
escova de dentes durante a escovação. Mais recentemente a esposa elevação do retalho é mostrada adiante.
percebeu que o hálito dele estava fétido. O paciente se descreve
como uma pessoa “intensa” que não consegue evitar o hábito de
ranger os dentes.

A B

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Qual é o efeito do traumatismo proveniente da oclusão na taxa de Resposta: C
perda óssea e desenvolvimento de defeitos intraósseos como se vê Explicação:  O traumatismo proveniente da oclusão não desencadeia
nesse caso? perda de inserção clínica. Quando existe reação inflamatória induzida
A. Nenhum pelo biofilme bacteriano, o traumatismo proveniente da oclusão pode
B. Primário acelerar a perda óssea e a perda da inserção clínica, induzindo a
C. Secundário formação de defeitos verticais/angulares.

2. O primeiro dente molar e o segundo bicúspide apresentam Resposta: B


contatos prematuros nos movimentos mandibulares. Se o ajuste Explicação:  O efeito é mínimo, caso ocorra. O fator primário na
oclusal for o único tratamento instituído, qual seria o efeito na progressão da perda óssea e da perda de inserção clínica é a
progressão da perda de inserção clínica e da perda óssea? inflamação causada pelo biofilme bacteriano. Portanto, o tratamento
A. Nenhum deve ser focalizado na eliminação dos fatores locais e no controle da
B. Leve formação de biofilme. Sem tratamento local, a correção da oclusão
C. Significativo provavelmente terá pouco efeito na progressão da doença.

3. Traumatismo consequente à oclusão pode modificar a evolução da Resposta: A


destruição óssea pelo redirecionamento da trajetória do processo Explicação:  Ao alargar o espaço do ligamento periodontal, os
inflamatório para o espaço do ligamento periodontal em vez de grandes vasos sanguíneos correm para o osso esponjoso em vez de
supraperiosteal. para a lâmina cortical. Como a inflamação acompanha o trajeto dos
A. Verdadeiro vasos sanguíneos mais calibrosos, pode contribuir para a formação de
B. Falso defeitos verticais/angulares.
  Casos Clínicos 31

Caso clínico 24.2

Paciente:  Mulher de 45 anos de idade. Exame odontológico atual:  A paciente fuma 5 a 10 cigarros por dia e
Queixa principal:  “Eu não tenho queixas, mas durante uma limpeza sua higiene oral é adequada, embora não seja ideal. O tecido gengival
dentária de rotina, o novo dentista observou que tenho bolsas.” é fundamentalmente fibrótico, com profundidade de bolsas
pós‑tratamento fase I variando de 3 a 6 mm. 50% de sangramento
História patológica pregressa  A paciente recebeu cuidados do à sondagem dos dentes posteriores no sextante direito inferior.
dentista da família por mais de 10 anos. Ele mudou de endereço e foi Envolvimento incipiente de furca foi detectado com a sonda
encaminhada para um novo dentista que instituiu tratamento periodontal. A fotografia à direita mostra o perfil ósseo durante a
periodontal de fase I. Todavia, ele não ficou satisfeito com os cirurgia periodontal.
resultados e encaminhou a paciente para um periodontista.

A B

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Como pode ser descrita a perda óssea observada nos dentes Resposta: A
molares e segundo pré‑molar direito inferior? Explicação:  A distância média entre a junção cemento‑esmalte é
A. Horizontal 2 mm, embora exista variação substancial. A fotografia à direita
B. Vertical mostra que a distância é de aproximadamente 4 a 5 mm, observada
C. Angular uniformemente em torno dos dentes. Esta é uma apresentação típica
de perda óssea horizontal. Não existe defeito intraósseo. Perda óssea
vertical ou angular implicaria em áreas nas quais a base do defeito
ósseo seria apical às paredes ósseas circundantes.

2. Os defeitos de furca na face lingual dos dentes molares são de Resposta: A


qual grau? Explicação:  A fotografia à esquerda mostra profundidade de bolsa
A. I de 5 mm na furca lingual do primeiro molar. Na exposição cirúrgica,
B. II as áreas de furca dos dois molares mostram perda óssea incipiente,
C. III que é classificada como grau I. Observar também que a perda óssea
incipiente nas áreas de furca é de natureza horizontal, na qual não há
parede bucal de osso.

3. Os envolvimentos de furca são mais bem diagnosticados por qual Resposta: B


das seguintes opções? Explicação:  A inserção de uma sonda periodontal ou de Nabers na
A. Imagens radiográficas área de furca é a forma correta de diagnosticar um envolvimento de
B. Exploração com sonda periodontal ou de Nabers furca, que é graduado pela avaliação da destruição do tecido duro e
C. Exposição cirúrgica da perda da inserção clínica no sentido horizontal, usando a entrada
da furca como referência. Na maioria dos casos, os envolvimentos
de furca de grau I não são observados nas radiografias. Além disso,
pode ser difícil visualizar nas radiografias bidimensionais os
envolvimentos de furca interproximais por causa da superposição das
imagens. A exposição cirúrgica é uma modalidade terapêutica para os
envolvimentos de furca, mas não deve ser utilizada como método de
diagnóstico de perda de inserção e de perda óssea nas áreas de furca.
32 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 25  Resposta Periodontal às Forças Externas


Caso clínico 25.1

Questão baseada no caso


Um paciente com uma forma grave de periodontite e traumatismo consequente
a oclusão vai ao seu consultório. Para evitar perda adicional de inserção, qual
seria a prioridade? Corrigir o traumatismo consequente à oclusão ou tratar a
periodontite por meio de eliminação/minimização do biofilme?

Solução e explicação
Para evitar perda adicional de inserção, a prioridade deve ser a eliminação do
biofilme.
  Casos Clínicos 33

Capítulo 26  Distúrbios do Sistema Mastigatório que


Influenciam o Periodonto
Caso clínico 26.1
Uma paciente telefona para o dentista no dia seguinte a um de alteração do formato da cabeça condilar ou da relação com a
procedimento de restauração extenso com várias horas de duração. fossa articular, nem houvesse história pregressa de desarmonia
Ela ligou para relatar seu estado geral. Embora não houvesse história oclusal, a paciente informa dor na região da orelha direita e os dentes
pregressa de distúrbios da articulação temporomandibular (ATM), posteriores do lado direito não se tocam. A dentição é completa dos
não apresentasse evidências nas radiografias panorâmicas recentes dois lados.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Qual é a origem do desconforto da paciente e da incapacidade de Resposta: A
os dentes posteriores entrarem em contato? Explicação:  O disco articular da ATM direita da paciente está
A. Deslocamento (luxação) anterior do disco articular da ATM deslocado anteriormente em decorrência do esforço muscular
direita sustentado durante o tratamento dentário sem compensação adequada
B. Deslocamento (luxação) da ATM esquerda fazendo com que pelo dentista na forma de suporte ou descanso. A cabeça condilar é
os dentes do lado esquerdo se toquem primeiro mantida fora da fossa articular pelo edema do tecido retrodiscal,
C. Infecção otológica comprometendo a função do côndilo afastando os dentes posteriores à direita, e a rica inervação do tecido
direito, resultando em evitação inconsciente do contato dos retrodiscal e a reação inflamatória são responsáveis pela dor sentida
dentes no lado direito pela paciente, sobretudo quando ela tenta aproximar os dentes
posteriores à direita.

2. Como o dentista poderia prevenir a ocorrência desse quadro? Resposta: B


A. Informar a paciente no início da sessão de tratamento Explicação:  Tratamento dentário prolongado pode resultar em
demorada que ela deve sentir dor e imobilidade mandibular espasmo muscular, desarmonias da ATM e dor facial, mesmo
por alguns dias após a manipulação em pacientes sem história pregressa de problemas. O dentista precisa
B. Solicitar que a paciente relate qualquer desconforto ou fadiga colaborar com a paciente para reduzir complicações potenciais desse
dos músculos mandibulares durante a sessão terapêutica, tipo com suporte e pausas compatíveis com a dificuldade dos
oferecer suporte para a mandíbula sempre que o procedimento procedimentos a serem realizados. Se houver história pregressa de
permitir e fazer algumas pausas durante a sessão. distúrbios do sistema mastigatório (relatada e documentada), seria
C. Completar os procedimentos o mais rápido possível porque necessário mais cuidado para proteger a paciente de fadiga muscular
resultados discretamente imperfeitos são preferíveis a dor e excessiva ou da abertura prolongada da boca.
disfunção na ATM ou nos músculos da mastigação.

Pré‑requisitos essenciais
A avaliação clínica de todos os pacientes no tocante a condição
e função da ATM, das relações oclusais e quaisquer desconfortos
sentidos é da competência do odontólogo.

Fato crucial
A massa dos músculos levantadores é significativamente maior que a Essa diferença, juntamente com a vantagem mecânica, entre o
dos músculos depressores justapostos, que incluem a cabeça inferior fechamento e a abertura da boca é responsável pela intensidade da
do músculo pterigóideo lateral, o ventre anterior do músculo força da mordida e pela reação dos mecanorreceptores no ligamento
digástrico anteriores e os músculos inseridos no osso hioide. periodontal.

Aplicação clínica fundamental


A avaliação da interação das vertentes dos dentes posteriores
em contato durante movimentos é um componente essencial
do diagnóstico acurado de pacientes com distúrbios do sistema
mastigatório.
34 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 27  Periodontite Crônica


Caso clínico 27.1

Paciente:  Mulher de 46 anos de idade.


Queixa principal:  “Meus dentes incisivos inferiores estão moles.”
História patológica pregressa:  Essa paciente é tabagista (20 cigarros
por dia há 30 anos) e tem hipertensão arterial controlada. Ela nega
outras condições sistêmicas. Atualmente a paciente faz uso de
lisinopril para controle da hipertensão arterial e faz exames clínicos
uma vez ao ano. A paciente escova os dentes uma vez ao dia, mas não
utiliza dispositivos de limpeza interdental. Há dois anos ela percebeu
mobilidade dos dentes incisivos inferiores.
Exame odontológico atual:  As profundidades à sondagem estavam
na faixa de 5 a 8 mm, 65% de sangramento à sondagem, higiene oral
insatisfatória.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Que tipo de tratamento periodontal não cirúrgico é mais efetivo na Resposta: D
redução das profundidades à sondagem periodontal e na melhora Explicação:  De acordo com uma revisão sistemática atual da
do nível de inserção clínica em pacientes com periodontite Cochrane Collaboration, nenhuma modalidade terapêutica periodontal
crônica? não cirúrgica é superior às outras no tocante à sua eficácia na redução
A. Limpeza profunda de todo o quadrante da profundidade à sondagem de bolsas, ganho de inserção clínica e
B. Raspagem de toda a boca redução do sangramento à sondagem.44
C. Desinfecção de toda a boca
D. Todas as opções acima

2. A administração adjuvante de antibióticos sistêmicos é benéfica Resposta: B


para a redução da profundidade à sondagem periodontal em Explicação:  Uma revisão sistemática atual e uma metanálise não
tabagistas com periodontite crônica generalizada, em adição ao mostraram benefícios em tabagistas após tratamento adjuvante de
tratamento periodontal não cirúrgico? antibióticos sistêmicos. A maioria dos estudos constata que os
A. Sim tabagistas se beneficiam da administração local de antibióticos.73
B. Não

3. Tabagismo é um fator de risco bem conhecido para periodontite Resposta: B


crônica. O risco de periodontite crônica é modificado em Explicação:  O risco de doença periodontal após o abandono do
pacientes que abandonam o tabagismo em comparação com tabagismo cai continuamente. Nos primeiros anos após o abandono
pacientes que continuam fumando? do tabagismo o risco varia entre o risco dos tabagistas e o risco das
A. O risco de doença periodontal futura imediatamente após o pessoas que nunca fumaram.9 Três anos após parar de fumar, o risco
abandono do tabagismo é comparável ao dos não fumantes. de doença periodontal é três vezes maior que o risco de pessoas que
B. O risco diminui de modo contínuo e 11 anos após o abandono nunca fumaram. Após 11 anos o risco de doença periodontal é
do tabagismo é comparável a das pessoas que nunca fumaram. semelhante nos ex‑tabagistas e nas pessoas que nunca fumaram.32
C. O risco de doença periodontal não é modificado após o
abandono do tabagismo.
Imagem clínica de cortesia de Prof. Dommisch, Charité–Universitätsmedizin, Berlim, Alemanha.
  Casos Clínicos 35

Caso clínico 27.2

Paciente:  Homem de 48 anos de idade.


Queixa principal:  “Minha gengiva está sangrando muito.”
História patológica pregressa:  Esse paciente é diabético e não é
tabagista. O valor da hemoglobina glicada (HbA1c) dele variou de
8,5% a 9,3% nos últimos 10 anos. Ele faz uso de 500 mg de
metformina três vezes ao dia. Ele também relata hipertensão arterial e
não faz uso de medicamentos anti‑hipertensivos. O paciente relata que
escova os dentes duas vezes ao dia e não utiliza dispositivos de
limpeza interdental.
Exame odontológico atual:  As profundidades à sondagem estavam
na faixa de 4 a 7 mm, 72% de sangramento à sondagem, higiene oral
insatisfatória.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Que percentual de alteração da hemoglobina glicada (HbA1c) Resposta: A
pode ser esperada 3 meses após tratamento periodontal não Explicação:  Uma revisão sistemática recente e uma metanálise
cirúrgico em pacientes com diabetes melito e periodontite detectaram uma melhora de 0,48% (intervalo de confiança de 95%:
crônica? 0,18% a 0,78%) dos níveis de hemoglobina glicada (HbA1c) 3 meses
A. Aproximadamente 0,5% após tratamento periodontal não cirúrgico em pacientes com diabetes
B. Aproximadamente 1% melito. A administração adjuvante de antibióticos sistêmicos não
C. Mais de 1% resultou em melhora adicional da redução da hemoglobina A1c.44

2. A administração local de antibióticos em combinação com Resposta: B


tratamento periodontal não cirúrgico resultou em redução Explicação:  Os dados atuais indicam melhora dos parâmetros
da profundidade das bolsas periodontais em pacientes com periodontais clínicos (profundidade à sondagem das bolsas e nível de
periodontite crônica e diabetes melito? inserção clínica), sobretudo em pacientes com diabetes melito bem
A. Sim, independente do controle glicêmico, existe redução da controlado.73
profundidade à sondagem periodontal.
B. Sim, sobretudo os pacientes com diabetes melito bem
controlado se beneficiam com a administração local de
antibióticos.
C. Não, os parâmetros periodontais não melhoram após a
administração local de antibióticos em pacientes diabéticos.

3. Os pacientes diabéticos com periodontite crônica se beneficiam da Resposta: A


administração adjuvante de antibióticos sistêmicos? Explicação:  O uso adjuvante de antibióticos sistêmicos pelos
A. Sim pacientes diabéticos promove benefício adicional pequeno, mas
B. Não mensurável, em termos de redução da profundidade média de bolsas
periodontais e da porcentagem média de sangramento à sondagem.9
Imagem clínica de cortesia de Dr. Hoedke, Charité–Universitätsmedizin, Berlim, Alemanha.
36 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 28  Periodontite Agressiva


Caso clínico 28.1

Paciente:  Homem de 26 anos de idade, oriundo do Norte da Ele não se consultou com um dentista há mais de 10 anos e só
África. foi ao ambulatório de periodontologia após perder um dente (FDI
[notação da World Dental Federation] 22/no. 10) em uma briga de bar;
Queixa principal:  “Eu tenho mau hálito e, às vezes, minha gengiva
esse dente foi substituído por um implante.
sangra.”
Exame odontológico atual:  Nível 4 no PSR (Periodontal Screening
História patológica pregressa:  Esse paciente é um imigrante do and Recording) em todos os sextantes; exame periodontal
Norte da África. Ele é saudável, contudo, fuma 20 cigarros ao dia nos subsequente revelou perda substancial de inserção com profundidades
últimos 10 anos. à sondagem de 4 em 8 mm em todos os dentes.

Questões baseadas nos casos Solução e explicação


1. Qual é o diagnóstico periodontal para esse paciente? Resposta: D
A. Periodontite crônica Explicação:  Os critérios primários para o diagnóstico de periodontite
B. Gengivite agressiva são; (1) perda rápida de inserção em (2) indivíduos
C. Periodontite agressiva saudáveis sistemicamente com (3) agregação familiar. O critério 2 é
D. Possível periodontite agressiva; são necessários outros exames preenchido nesse caso e o critério 1 é provável, com base na idade do
E. Periodontite juvenil generalizada paciente. São necessários outros dados (radiografias antigas, história
familiar) para confirmar o diagnóstico de periodontite agressiva.

2. Os pacientes oriundos do Norte da África sabidamente albergam Respostas: B e C


uma estirpe específica de patógeno implicada na periodontite Explicação:  Em um grande estudo longitudinal, constatou‑se que a
agressiva. Qual das seguintes opções descreve essa opção? estirpe JP2 (extremamente leucotóxica) de A. actinomycetemcomitans
(Marcar todas as que se aplicam.) (sorotipo b), que apresenta uma deleção de 530 pares de bases em seu
A. Sim, é denominada Tunesia forsythia JP2. óperon do gene de leucotoxina) e resulta na produção 10 a 20 vezes
B. A estirpe produz substancialmente mais leucotoxina. maior de leucotoxina está diretamente relacionada com a ocorrência de
C. Portadores adolescentes da estirpe correm um risco 18 periodontite agressiva localizada em crianças no Norte da África.
vezes maior de perda adicional de inserção do que os não Especificamente, a odds ratio de futura perda de inserção em
portadores. portadores da estirpe JP2 foi 18,0 em comparação com 3,0 em
D. Essa estirpe também é detectada frequentemente na portadores de estirpes não JP2 de A. actinomycetemcomitans.30 Existem
Dinamarca. achados semelhantes em países da África Ocidental (p. ex., Gana) em
E. A estirpe JP2 é endêmica em todos os países da África. contraste com as regiões orientais da África nas quais nenhum estudo
relatou clone de estirpe JP2 em pacientes com periodontite.18

3. Esse paciente recebeu um implante para substituir o incisivo Respostas: A, B e D


lateral perdido. Qual das seguintes opções descreve essa Explicação:  Pacientes com história de periodontite correm risco
condição? (Marcar todas as opções que sejam adequadas.) aumentado de complicações biológicas peri-implante. Indivíduos
A. Pacientes com periodontite podem ser tratados com implantes com história pregressa de periodontite agressiva parecem correr risco
dentários após tratamento periodontal bem‑sucedido. ainda maior do que os pacientes com periodontite crônica ou
B. Indivíduos com história pregressa de periodontite correm risco que os indivíduos sem história pregressa de doenças periodontais.
aumentado de complicações biológicas dos implantes dentários. Os mecanismos subjacentes a esse perfil de risco não são plenamente
C. Implantes são seguros em pacientes com periodontite porque compreendidos.
não são afetados por cáries dentárias. Há relatos de que polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) em
D. Os pacientes com periodontite agressiva possivelmente correm genes codificadores de citocinas como IL‑1a, IL‑1b, IL‑6 e outras
risco maior que os pacientes com periodontite crônica. estão associados a periodontite agressiva. Todavia, com base no
E. O risco aumentado de complicações biológicas é mediado por conhecimento atual, é possível que esses achados sejam espúrios
um polimorfismo de nucleotídeo único (SNP) no lócus de IL‑1 porque todas as associações com genes candidatos “clássicos” não
que correlaciona periodontite agressiva e peri-implantite. puderam ser replicadas em estudos maiores e mais bem controlados.
Imagem clínica de cortesia de Moritz Kebschull, University of Bonn, Alemanha.
  Casos Clínicos 37

Caso clínico 28.2

Paciente:  Mulher branca de 28 anos de idade. sua saúde geral é boa. Nega sangramento gengival, mobilidade
anormal dos dentes ou halitose.
Queixa principal:  “Eu vim para um exame de rotina.”
Exame odontológico atual:  Nível 4 no PSR (Periodontal Screening
História patológica pregressa:  Essa paciente procurou o consultório and Recording) nos quatro sextantes; o exame periodontal
odontológico para exame de rotina. Ela informa que vai ao dentista a subsequente revelou perda substancial de inserção com profundidade
cada 2 anos para fazer radiografias dos dentes. A paciente é tabagista e à sondagem de 4 a 10 mm na maioria dos dentes.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Qual é o diagnóstico periodontal dessa paciente? Resposta: D
A. Periodontite crônica porque pode ser identificado tártaro Explicação:  A perda proeminente de inserção nessa paciente jovem
subgingival nas radiografias. sugere que o diagnóstico de perda rápida de inserção precisa ser
B. Periodontite agressiva localizada por causa da degradação confirmado pelo exame de radiografias antigas realizadas pelo
pronunciada nos primeiros molares. dentista anterior. Além disso, é preciso avaliar a história familiar para
C. Periodontite agressiva generalizada porque mais de 30% dos determinar se há agregação da doença.
locais estão afetados. O achado de tártaro subgengival não descarta periodontite agressiva
D. Possível periodontite agressiva generalizada, mas são — a “inconsistência de fatores etiológicos e a destruição observada”
necessários exames adicionais. são manifestações secundárias que nem sempre são encontradas em
E. Não há evidências de perda óssea. casos de periodontite agressiva.

2. Essa doença pode ser diferenciada de periodontite crônica Resposta: B


pela contagem de Aggregatibacter actinomycetemcomitans Explicação:  Periodontite agressiva e periodontite crônica não pode
subgengival. ser diferenciada com base apenas no achado de patógenos
A. Verdadeiro. periodontais isolados. É correto que na periodontite agressiva
B. Falso. localizada, mas não na periodontite agressiva generalizada, existe a
C. Verdadeiro, mas apenas nos pacientes que apresentam participação significativa de microrganismos específicos,
polimorfismo de IL‑1. principalmente A. actinomycetemcomitans. Todavia, a periodontite
D. Verdadeiro, mas apenas nos pacientes tabagistas. agressiva localizada (PAgL), como todas as formas de periodontite,
E. Verdadeiro, todos os pacientes com a estirpe JP2 apresentam não é uma monoinfecção por A. actinomycetemcomitans embora esta
periodontite agressiva. bactéria seja encontrada no biofilme polimicrobiano. Além disso,
existem relatos de casos confirmados de periodontite agressiva
localizada sem infecção por A. actinomycetemcomitans.

3. Qual das seguintes opções descreve a epidemiologia dessa Respostas: A e E


condição? (Assinalar todas as opções pertinentes.) Explicação:  Homens apresentam prevalência mais levada de
A. Periodontite é, em geral, mais frequente em homens do que periodontite que as mulheres. É difícil estudar a prevalência de
em mulheres. periodontite agressiva em um estudo epidemiológico, contudo todas
B. Periodontite é, em geral, mais frequente em mulheres do que as informações disponíveis sugerem prevalência significativamente
em homens. mais elevada dessa condição em africanos ou afro‑americanos em
C. Não existe diferença na prevalência de doença em homens e comparação com caucasianos.
mulheres.
D. Caucasianos apresentam prevalência mais elevada de
periodontite agressiva que os afro‑americanos.
E. Há poucos estudos epidemiológicos sobre a periodontite
agressiva porque a definição de 1999 do World Workshop é
difícil de ser adotada.
Imagem clínica de cortesia de Moritz Kebschull, University of Bonn, Alemanha.
38 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 29  Periodontite Ulcerativa Necrosante


Caso clínico 29.1

Paciente:  Homem caucasiano com 38 anos de idade. pneumonia recorrente nos últimos 12 meses. Ele é tabagista
Queixa principal:  “Existe um espaço grande entre meus dentes. Sinto (um maço ao dia há 28 anos).
dor e meus dentes estão moles.” Exame odontológico atual:  A profundidade à sondagem generalizada
História patológica pregressa:  Esse paciente HIV‑positivo é variou de 2 a 4 mm. Existe regressão localizada significativa com
classificado como tipo C3. Sua contagem de linfócitos T CD4 é necrose e ulceração dos tecidos interproximais entre os dentes canino
150/mL e sua carga viral é indetectável. Ele nega alergias e pré‑molar direitos superiores. Há biofilme localizado moderado a
medicamentosas. O paciente apresentou múltiplos episódios de substancial associado a eritema gengival moderado a grave.

A B

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. O que significa quando um paciente é classificado pelo Centers Resposta: D
for Disease Control and Prevention (CDC) como C3? Explicação:  De acordo com o CDC, pacientes HIV‑positivos podem
A. Sintomático com contagem de linfócitos T CD4 $ 500/mL ser classificados no grupo A (assintomático), B (sintomático) ou
B. Sintomático com contagem de linfócitos T CD4 , 200/mL C (condição indicadora de AIDS) com base nos achados clínicos.
C. Condição indicadora de AIDS com contagem de linfócitos T O número é determinado pela contagem de linfócitos T CD4:
CD4 $ 500/mL 1. $ 500/mL
D. Condição indicadora de AIDS com contagem de linfócitos T 2. 200 a 499/mL
CD4 , 200/mL 2. , 200/mL

2. Qual é o diagnóstico periodontal? Resposta: C


A. Gengivoestomatite herpética aguda Explicação:  Os sinais clássicos de dor, necrose e ulceração nas
B. Gengivite ulcerativa necrosante papilas interdentais definem a condição ulcerativa necrosante.
C. Periodontite ulcerativa necrosante Nesse caso a destruição da inserção periodontal e do osso é
D. Nenhuma das opções acima compatível com um diagnóstico de gengivite ulcerativa necrosante.
O imunocomprometimento predispõe o paciente à doença necrosante.

3. Qual é a provável etiologia? Resposta: E


A. Espiroquetas apenas Explicação:  A etiologia da periodontite ulcerativa necrosante ainda
B. Flora bacteriana mista (fusiformes‑espiroquetas) não foi determinada, contudo, como ocorre na gengivite ulcerativa
C. Imunocomprometimento necrosante, é provável que a flora bacteriana mista
D. Todas as respostas acima (fusiformes‑espiroquetas) seja importante. Acredita‑se que o
E. B e C imunocomprometimento seja um fator predisponente. A participação
isolada das espiroquetas é inconsequente.
  Casos Clínicos 39

Capítulo 32  Exame e Diagnóstico Periodontal


Caso clínico 32.1

Paciente:  Mulher de 49 anos idade procura avaliação periodontal Exame odontológico atual:  Paciente não vai ao dentista há
antes de tratamento ortodôntico. aproximadamente 10 anos devido a uma “experiência ruim anterior
História patológica pregressa:  Paciente informa que é saudável e o com um dentista.” Ela só retornou agora por causa do tratamento
último exame médico foi há 6 meses. Não faz uso de medicamentos e ortodôntico.
nega alergias medicamentosas.


  
Questões baseadas no caso Solução e explicação
1. A distância entre a junção cemento‑esmalte (JCE) e a crista Resposta: C
alveolar (mesial e distal) do dente número 4, o segundo pré‑molar Explicação:  Em pessoas saudáveis a distância entre a junção
inferior, é de 8 mm. Qual é a magnitude da perda óssea no dente cemento‑esmalte (JCE) e a crista alveolar é , 2 mm. Perda óssea no
número 4? dente número 4 é 6 mm (8 mm − 2 mm). Perda óssea é classificada
A. Leve da seguinte maneira: leve 5 1 a 2 mm, moderada 5 3 a 4 mm,
B. Moderada grave $ 5 mm.
C. Grave

2. Pressuponha que toda a boca apresenta a mesma gravidade de Resposta: C


doença do quadrante direito inferior. Com base na perda óssea Explicação:  Com base na distância radiográfica entre a crista
radiográfica e no quadro clínico, qual é o diagnóstico periodontal? alveolar e a junção cemento‑esmalte, a perda óssea é generalizada e
A. Gengivite induzida por placa dentária com história de grave. Com base no achado de tártaro supragengival e radiográfico e
periodontite crônica nos sinais clínicos de inflamação, a doença é periodontite crônica.
B. Periodontite crônica generalizada moderada Combinando os quadros radiográfico e clínico, o diagnóstico final
C. Periodontite crônica generalizada grave seria periodontite crônica generalizada grave.
D. Periodontite crônica localizada grave
40 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 33  Auxílio Radiográfico no Diagnóstico de


Doença Periodontal
Caso clínico 33.1

Paciente:  Homem de 52 anos de idade. Exame odontológico atual:  As radiografia panorâmica (A) e
periapical (B) sugerem alteração do osso trabecular em torno das
História patológica pregressa:  Mobilidade classe II do dente
raízes do dente de número 31. Não há alargamento do espaço do
número 31 (submetido a tratamento ortodôntico).
ligamento periodontal na área apical do dente número 31.

Questões baseadas no caso


Assinalar se cada uma das afirmativas abaixo é verdadeira ou 3. Alargamento do ligamento periodontal que se estende para a
falsa. Os cortes sagital (C), coronal (D) e axial (E) da tomografia crista alveolar e perto da área periapical
computadorizada de feixe cônico (TCFC) do dente de número 31 4. Fraturas horizontal nas raízes distal e mesial (setas finas)
revelaram: 5. Alteração da dimensão do canal mandibular que está alargado
1. Uma grande cárie na superfície distal do dente de número 30 anteriormente e estreitado posteriormente (setas espessas)
(ponta de seta)
2. Alargamento perirradicular do espaço do ligamento periodontal,
mais proeminente ao longo das superfícies mesial, bucal e distal

Solução e explicação
1. Falso. A área radiotransparente representa um artefato de 4. Falso. Embora uma fratura vertical de raiz dentária seja
endurecimento do feixe devido a coroa no dente de número 31. fortemente sugerida pelo padrão de perda óssea, não há
Comparar com a mesma área nas radiografias panorâmica e evidências disso nas radiografias. Todas as setas finas apontam
periapical. para artefatos lineares em decorrência de endurecimento do feixe
2. Verdadeiro. Observa‑se substancial perda óssea perirradicular. A adjacente ao material de restauração endodôntica ou posterior ao
perda óssea parece estar subestimada nas imagens bidimensionais. mesmo.
3. Verdadeiro. O padrão de perda óssea é característica de uma lesão 5. Falso. A “alteração” das dimensões do canal mandibular é
periodontal–endodôntica ou fratura vertical da raiz do dente. consequente à direção oblíqua do corte sagital em relação ao
Observe também a oclusão próxima do dente de número 31 com trajeto do canal.
o dente de número 2, sugerindo possível traumatismo periodontal.
  Casos Clínicos 41

Caso clínico 33.2

Paciente:  Homem de 18 anos de idade. História patológica pregressa:  O paciente refere astenia, mas não há
Queixas principais:  Aparecimento rápido de mobilidade de classes II nada digno de nota em termos de doenças clínicas.
e III da maioria dos dentes superiores e inferiores, com instalação Exame odontológico atual:  Os achados mais importantes nessa
rápida de mordida aberta anterior (nos 2 a 3 meses anteriores). radiografia panorâmica são os seguintes:

Questões baseadas no caso


Assinalar se cada uma das afirmativas abaixo é verdadeira ou falsa: 4. Fratura das coroas da maioria dos dentes superiores posteriores
1. Perda óssea periodontal significativa, sobretudo nos dentes (pontas de seta)
inferiores posteriores 5. Alteração da trabeculação das cristas alveolares maxilar e
2. Obliteração completa dos seios maxilares direito e esquerdo mandibular, com perda da lâmina dura em torno das raízes de
3. Fratura bilateral dos colos condilares direito e esquerdo, vários dentes
provavelmente explicando a mordida aberta anterior (setas) Pense um pouco nos diagnósticos diferenciais.

Solução e explicação
1. Parcialmente verdadeiro. O que parece ser perda óssea 5. Verdadeiro. A arquitetura trabecular da parte posterior da
periodontal é, na verdade, esfoliação dos dentes por um processo mandíbula e da parte posterior da maxila direita está modificada.
extremamente infiltrativo de crescimento rápido. A esfoliação dos Além disso, existe desaparecimento de estruturas normais,
dentes posteriores explica a mobilidade dos dentes e a instalação inclusive o assoalho do seio maxilar direito e o padrão cortical
rápida de mordida aberta. Todavia, também existe alguma perda dos canais mandibulares.
óssea periodontal. Embora uma das queixas principais do paciente seja a mobilidade
2. Falso em relação ao seio maxilar esquerdo. Verdadeiro para dos dentes que poderia ser diagnosticada incorretamente como doença
o assoalho do seio maxilar direito. O processo mórbido que periodontal, a instalação rápida do quadro fala contra esse diagnóstico.
provocou as modificações no periodonto erodiu o assoalho da O paciente acabou sendo diagnosticado com linfoma de Burkitt, um
parede posterior do seio maxilar direito. tipo de linfoma não Hodgkin de linfócitos B (alto grau). O linfoma de
3. Falso. As setas apontam para a superfície superior da nasofaringe. Burkitt é tido como o que apresenta a mais elevada taxa de proliferação
4. Falso. As pontas de seta apontam para o dorso da língua. de todos os processos malignos nos seres humanos. Isso é compatível
com a evolução rápida das alterações clínicas e ósseas nesse paciente.
42 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 34  Avaliação de Risco Clínico


Caso clínico 34.1

Paciente:  Homem de 55 anos de idade. alergias medicamentosas. Sua última limpeza dentária por odontólogo
Queixa principal:  “Eu tenho mau hálito e minha gengiva sangra foi há quatro anos, ele escova os dentes uma vez ao dia e não faz uso
quando escovo os dentes.” de fio dental.
História patológica pregressa:  O paciente tem diabetes melito do Exame odontológico atual:  A profundidade à sondagem foi na faixa
tipo 2 (último valor de HbA1c foi 8%) e é ex‑fumante. O paciente faz de 2 a 7 mm, 47% de sangramento à sondagem e higiene oral
uso de agentes hipoglicemiante oral para o diabetes melito e nega insatisfatória.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Qual é o principal fator de risco de doença periodontal nesse caso Resposta: B
clínico? Explicação:  Diabetes melito não controlado é um fator de risco
A. Restaurações extensas significativo de doença periodontal.
B. Diabetes melito não controlado
C. Uso de medicação
D. Tabagismo atual

2. Qual é o efeito do controle do diabetes melito no desfecho do Resposta: A


tratamento periodontal? Explicação:  Já foi constatado em vários estudos que os pacientes
A. Melhora o desfecho com níveis glicêmicos controlados (HbA1c # 7) respondem à terapia
B. Não modifica o desfecho periodontal, assim como os pacientes não diabéticos.
C. Piora o desfecho

3. Nos pacientes com diabetes melito (bem controlado com Resposta: B


medicação), qual condição clínica comum deve ser antecipada e Explicação:  Hipoglicemia é uma ocorrência comum em pacientes
o dentista deve se preparar para controlar durante o tratamento com diabetes melito bem controlado. Uma anamnese meticulosa e o
periodontal? questionamento de quando ocorreu a última refeição são medidas
A. Síncope importantes antes de iniciar um procedimento odontológico. Acesso
B. Hipoglicemia rápido a suplementos de açúcar ou suco de frutas é crucial no manejo
C. Parada cardiovascular da condição.
D. Todas as respostas acima
  Casos Clínicos 43

Capítulo 38  Sedação Consciente


Caso clínico 38.1

Paciente:  Homem de 45 anos de idade. Exame odontológico atual:  Antes de iniciar o tratamento, o paciente
Queixa principal:  “Medo de dentista.” recebeu sedação moderada com uma dose média do sedativo
tipicamente utilizado nesses casos. Embora todos os sinais vitais
História patológica pregressa:  O paciente teve uma experiência ruim (p. ex., oximetria de pulso, frequência respiratória, coloração,
durante um tratamento odontológico. Ele tem medo e não procura pressão arterial) estivessem normais, o paciente adormeceu e
assistência odontológica. O paciente apresenta doença periodontal que não respondia aos comandos verbais.
exige tratamento cirúrgico.

Questão baseada no caso Solução e explicação


Qual seria sua conduta? Resposta: D
A. Continuar o tratamento enquanto os sinais vitais do paciente Explicação:  O paciente deve ser capaz de responder aos estímulos
estiverem normais. verbais ou físicos durante a sedação moderada. O nível de sedação
B. Iniciar imediatamente a administração de oxigênio sob pressão está profundo demais. É preciso focalizar na superficialização da
positiva. sedação até um nível moderado.
C. Interromper o procedimento e iniciar o processo para
superficializar a sedação.
D. Administrar imediatamente agentes para reverter a ação do
sedativo.

Caso clínico 38.2

Paciente:  Mulher de 36 anos de idade. Exame odontológico atual:  Essa paciente jovem e saudável recebe
Queixa principal:  “Desejo melhorar o aspecto do meu sorriso. sedação moderada com oxigênio suplementar via cânula nasal.
Eu não gosto dos meus dentes porque eles são compridos. Ela para de respirar.
Tenho medo da cirurgia e gostaria de anestesia.”
História patológica pregressa:  A paciente apresenta retração
gengival com sorriso gengival alto. A retração gengival está na classe
I de Miller, que pode ser corrigida com enxerto de tecido conjuntivo.

Questão baseada no caso Solução e explicação


Quanto tempo leva para a oximetria de pulso cair abaixo de 90% da Resposta: D
saturação de oxiemoglobina arterial? Explicação:  No caso de um paciente saudável e bem oxigenado,
A. Um minuto poderiam transcorrer até 7 ou 8 minutos para o valor da oximetria de
B. Dois minutos pulso cair abaixo de 90%. Capnografia consegue detectar a parada
C. Três minutos respiratória em questão de segundos.
D. Quatro minutos ou mais
44 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 39  Tratamento Periodontal de Pacientes


Sistemicamente Comprometidos
Caso clínico 39.1

Paciente:  Mulher de 45 anos de idade. Exame odontológico atual:  Foi identificada profundidade à
Queixa principal:  “Meu dente superior direito está mole e está sondagem generalizada de 3 a 6 mm, com profundidade à sondagem
doendo há alguns dias. Minha gengiva está muito dolorida nesse localizada de 12 mm no dente número 3M, 9 mm no dente de número
local. Eu fiz bochecho com água com sal, mas não melhorou.” 3B, 7 mm no dente 14D e 4 a 7 mm em torno do dente 19.
Foi encontrado envolvimento de furca de grau II no dente 19.
História patológica pregressa:  Diabetes melito foi diagnosticado há Sangramento generalizado foi induzido pela sondagem. O tecido
quatro anos. A paciente faz uso de metformina que foi prescrita pelo gengival tinha aspecto inflamado, eritematoso e edemaciado. Havia
médico assistente dela. O valor da última hemoglobina glicada um abscesso na superfície bucal do dente 3, associado placa dentária
(HbA1c), há 2 semanas, foi 10,2%. Ela não apresenta outras generalizada moderada e acúmulo de tártaro. As radiografias
condições sistêmicas, tais como acidose diabética não cetótica. revelaram perda óssea horizontal generalizada (leve a moderada)
Nega tabagismo, etilismo ou uso de substâncias ilícitas. Nunca foi com perda óssea vertical localizada (moderada a grave) nos dentes
realizada limpeza profunda nessa paciente. Ela não vai ao dentista 3M e 14D. A higiene oral da paciente era inadequada
com regularidade, mas fez uma limpeza dentária em uma clínica (ou seja, o controle do biofilme não era satisfatório).
odontológica da comunidade há 10 dias.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. O dente de número 3 precisa ser extraído para aliviar a dor. Resposta: D
A glicemia de jejum no dia da extração era 120 mg/dL. Explicação:  A HbA1c reflete o controle glicêmico nos 2 a 3 meses
Qual é o significado desse valor? anteriores. A glicemia em jejum é uma medida do controle glicêmico
A. Uma glicemia de jejum de 120 mg/dL indica que o diabetes no momento da consulta. O valor da glicemia em jejum flutua
melito está bem controlado. bastante e não indica que a glicemia tenha se mantido estável nas
B. A glicemia de jejum determinada no dia da extração é mais últimas semanas ou meses.
importante que o valor da HbA1c porque este último é de
duas semanas atrás.
C. Uma glicemia de jejum de 120 mg/dL no dia da extração
significa que o paciente está seguro e estável para a extração.
D. O valor da HbA1c é um indicador mais importante do controle
glicêmico da paciente nos últimos meses do que a glicemia
em jejum.

2. Embora o controle glicêmico da paciente não seja satisfatório, Resposta: A


a extração do dente 3 é considerada necessária para aliviar a dor. Explicação:  Pacientes com diabetes melito mal controlado são muito
Deve‑se considerar a prescrição de antibióticos profiláticos antes mais suscetíveis à infecção e a cicatrização da ferida não é boa.
da extração. O uso de antibióticos é uma medida preventiva apropriada.
A. Verdadeiro Uma medida sensata é entrar em contato com o médico assistente da
B. Falso paciente. É importante o acompanhamento após um procedimento
invasivo para determinar se cicatrização é apropriada e para pesquisar
sinais de infecção.

3. Todas as seguintes opções são aspectos importantes a serem Resposta: C


considerados sempre que um paciente diabético é submetido a um Explicação:  Antibióticos não são prescritos rotineiramente para
procedimento cirúrgico, EXCETO: pacientes diabéticos como medida profilática.
A. Limitar as dimensões do campo cirúrgico de modo que a
paciente se sinta confortável o suficiente para retomar uma
dieta normal imediatamente e assim evitar a ocorrência de
hipoglicemia.
B. Programar a cirurgia bem cedo pela manhã.
C. Prescrever rotineiramente antibióticos profiláticos
D. Hipoglicemia potencialmente fatal é a complicação
em pacientes diabéticos submetidos a procedimentos
odontológicos.
  Casos Clínicos 45

Capítulo 40  Distúrbios Respiratórios do Sono


Caso clínico 40.1

Paciente:  Mulher de 55 anos de idade. História patológica pregressa:  A paciente trouxe uma fotografia de
Queixa principal:  “Meus dentes anteriores superiores se moveram, quatro anos antes da consulta que mostra seus dentes anteriores
com aumento dos espaços entre os dentes e modificando minha superiores sem aumento do espaço entre eles e alinhamento completo
mordida.” com os dentes anteriores inferiores.

Exame odontológico atual:  A avaliação clínica revela doença (B) Foi solicitado que a paciente vocalizasse “Ahhh”. Como
periodontal mínima sem perda de inserção, inclusive nos dentes apenas o palato e a língua são visualizados, isso indica limitação
anteriores. A paciente não acredita que ronque, mas não tem certeza. das dimensões das vias respiratórias. (C) Solicita‑se que a paciente
Ela ganhou peso nos últimos quatro anos e observou ressecamento engula em seco. Ela projeta a língua para fora da boca e existem
progressivo na boca, embora não esteja fazendo uso de medicação fissuras rasas na língua nessa região, indicando espaço inferior ao
nova. Foram observadas fissuras profundas na língua e os dentes ideal para a língua. (D) Modelos foram feitos há 4 anos para um
posteriores inferiores estão inclinados no sentido lingual e desgastados, molde de clareamento para essa paciente e mostraram extrema
sugerindo bruxismo. (A) Imagem do sextante anterior direito superior proximidade da cúspide e do incisivo lateral naquela época, que é
mostra um espaço que a paciente informa ter surgido recentemente. compatível com as observações dessa paciente.

A B

C D

Continua
46 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Caso clínico 40.1 — Continuação

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Qual seria a hipótese diagnóstica ou explicação que poderia ser Resposta: C
oferecida a essa paciente? Explicação:  O relato e o quadro clínico dessa paciente contêm
A. Ela apresenta afastamento dos dentes como resultado de muitos sinais de distúrbio respiratório relacionado ao sono.
bruxismo (ranger os dentes durante o sono e durante o dia).
B. Ela desenvolveu intolerância aos medicamentos que usa há
pelo menos 10 anos.
C. Distúrbio respiratório relacionado ao sono pode explicar os
sinais/sintomas da paciente e as alterações dentárias podem
ser consequentes a necessidade de empurrar a língua para
frente com força para abrir as vias respiratórias e possibilitar o
aporte adequado de oxigênio.

2. Quais seriam suas recomendações se você atribuísse a condição Resposta: A


da paciente a um distúrbio respiratório relacionado ao sono? Explicação:  Não levar em conta a importância do diagnóstico
A. Você explicaria a paciente que os dentistas não têm completo e acurado da gravidade do distúrbio respiratório relacionado
competência para fazer o diagnóstico final de distúrbio ao sono coloca a paciente em risco de complicações clínicas graves
respiratório relacionado ao sono, mas existem muitos indícios ou potencialmente fatais. Prescrever uma medida de alívio do ronco
dessa condição. Como existem complicações clínicas sérias sem um diagnóstico completo é uma conduta igualmente
do distúrbio do sono relacionado ao sono não tratado, você irresponsável. Enfatizar a necessidade de procurar um médico para
recomenda com veemência que ela busque avaliação de um fins de diagnóstico e tratamento é a única atitude responsável.
médico.
B. Você sugere que a paciente pergunte ao marido se ela ronca
durante o sono. Caso ela não apresente ronco durante o sono,
você orienta a paciente a relatar as alterações dentárias quando
for à consulta com seu médico assistente.
C. Caso o cônjuge da paciente confirmar a ocorrência
de ronco durante o sono, você sugere um aparelho para
reduzir o ronco.
  Casos Clínicos 47

Capítulo 41  Terapia Periodontal em Pacientes do


Sexo Feminino
Caso clínico 41.1

Paciente:  Mulher branca de 33 anos de idade. Exame odontológico atual:  Edema e eritema gengivais moderados
Queixa principal:  “Minha gengiva dói e sangra com facilidade.” generalizados associados a hipertrofia gengival moderada nos locais
interproximais anteriores. Há sangramento marginal importante e
História patológica pregressa:  Paciente relata que escova os dentes generalizado. Placa dentária discreta generalizada na parte distal dos
uma ou duas vezes ao dia com escova elétrica e usa fio dental à noite. segundos molares superiores.
Nega tabagismo. A paciente informa também que está no quinto mês
de gravidez. Ela começou a cochilar durante o dia por causa de
fadiga. Ela não escova os dentes antes desses cochilos.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Doença periodontal na gestante tem efeitos adversos no feto, Resposta: A
inclusive risco aumentado de prematuridade e baixo peso ao Explicação:  A gravidez exacerba a doença periodontal. As pesquisas
nascimento. mostram que a doença periodontal pode comprometer a saúde
A. Verdadeiro sistêmica da paciente, inclusive com efeitos adversos in utero no feto.
B. Falso

2. Qual é o diagnóstico mais provável para essa paciente? Resposta: B


A. Gengivite induzida pela placa dentária Explicação:  Gengivite da gravidez ocorre em 30% a 100% das
B. Gengivite da gravidez mulheres. Kornman e Loesche constataram que durante o segundo
C. Gengivite crônica moderada generalizada trimestre da gravidez a gengivite e o sangramento pioram sem
D. Periodontite crônica leve generalizada aumento associado dos níveis de placa dentária (biofilme).70

3. Essa doença periodontal pode manifestar‑se clinicamente como Resposta: D


A. Tumor da gravidez Explicação:  Todas essas manifestações estão associadas a gengivite
B. Hiperplasia gengival da gravidez. As opções A e C são iguais.
C. Granuloma piogênico
D. Todas as respostas acima
48 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 42  Tratamento Periodontal para Idosos


Caso clínico 42.1

Paciente:  Homem de 75 anos de idade.


Queixa principal:  “Minha gengiva na parte anteroinferior dói e
sangra quando escovo os dentes.”
História patológica pregressa:  O paciente não é tabagista e tem
hipertensão arterial controlada. Ele nega outras condições sistêmicas.
Ele faz uso de lisinopril para a hipertensão arterial e vai ao médico
uma vez ao ano. Informa que escova os dentes uma vez ao dia, mas
não usa fio dental. Também relata que costumava escovar os dentes
com força no passado e que se submeteu à limpeza dentária com
odontólogo há dois anos.
Exame odontológico atual:  A profundidade à sondagem ficou na
faixa de 2 a 7 mm. O grau de sangramento à sondagem foi de 47%.
A higiene oral do paciente não é satisfatória.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. A idade do paciente é um fator de risco para retração gengival? Resposta: B
A. Sim Explicação:  A idade em si não é um fator de risco verdadeiro para
B. Não retração gengival. O efeito cumulativo de traumatismo e periodontite
resulta em retração gengival.

2. Esse paciente precisa de tratamento periodontal não cirúrgico para Resposta: B


eliminar fatores locais antes de ser abordada sua preocupação Explicação:  O envelhecimento tem pouco ou nenhum efeito nos
(ou seja, tração frenular alta). A idade desse paciente influencia desfechos do tratamento periodontal.
significativamente o desfecho do tratamento?
A. Sim
B. Não

3. Qual das seguintes opções é importante quando se faz o Resposta: D


planejamento de cirurgia periodontal em pacientes mais velhos? Explicação:  As condições clínicas de um adulto mais velho podem
A. A realização de uma anamnese meticulosa ser contraindicações a realização de um procedimento periodontal.
B. A avaliação das habilidades cognitivas As habilidades cognitivas e motoras também devem ser avaliadas
C. A avaliação das habilidades motoras antes do planejamento de cirurgia em pacientes mais velhos.
D. Todas as opções acima
Imagem de cortesia de Dr. Robert Swenson, University of Iowa.
  Casos Clínicos 49

Capítulo 43  Tratamento da Periodontite Agressiva e


Formas Atípicas de Periodontite
Caso clínico 43.1

Paciente:  Mulher asiática de 21 anos de idade. Exame odontológico atual:  Eritema e edema localizados entre o
Queixa principal:  “Meu dentista disse que tenho perda óssea.” dente incisivo lateral e o dente canino inferiores (números 26 e 27)
com placa dentária e tártaro discretos. Profundidade à sondagem
História patológica pregressa: geral de 2 a 3 mm com 6 mm localizados na superfície mesial do
• Nenhuma condição clínica sistêmica dente canino (número 27) e 9 mm na superfície distal do dente
• Medicamentos: faz uso de contraceptivo oral incisivo lateral (número 26), com sangramento à sondagem.
• Nega tabagismo, etilismo ou consumo de substâncias psicoativas As radiografias revelaram um defeito vertical localizado na face
• Cuidados dentários infrequentes ao longo da vida distal do dente incisivo lateral. Com exceção desse achado, os níveis
ósseos estavam normais.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Qual das seguintes opções é o tratamento apropriado? Resposta: D
A. Extrair os dentes 26 e 27 porque a resposta ao tratamento é Explicação:  A resposta da periodontite agressiva é imprevisível,
imprevisível. contudo, pode e deve ser tratada. Antibióticos sistêmicos
B. Fornecer orientações de higiene oral e remarcar a paciente comprovadamente melhoram os resultados nos casos atípicos e
para daí a três meses para monitorar a evolução da doença. refratários de periodontite, mas só o fazem se forem associados a
C. Fornecer orientações de higiene oral, prescrever antibióticos e desbridamento mecânico.
remarcar a paciente para daí a três meses.
D. Fornecer orientações de higiene oral, prescrever antibióticos
associados a limpeza profunda e reavaliar em 4 a 6 semanas.

2. Qual microrganismo foi implicado na periodontite agressiva e Resposta: B


reduz a resposta ao tratamento convencional? Explicação:  Estudos já mostraram que A. actinomycetemcomitans
A. Porphyromonas gingivalis consegue penetrar nos tecidos, impedindo sua retirada pelo
B. Aggregatibacter actinomycetemcomitans tratamento convencional e possibilitando a reinfecção contínua do
C. Prevotella intermedia ambiente da bolsa.
D. Fusobacterium nucleatum

3. Implantes não são uma opção apropriada para substituir um Resposta: B


dente perdido quando o paciente tem história prévia periodontite Explicação:  Embora qualquer forma de doença periodontal ativa seja
agressiva. uma contraindicação à implantoterapia, há relatos de implantes
A. Verdadeiro bem‑sucedidos em pacientes com periodontite agressiva
B. Falso tratada/solucionada.
50 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 44  Tratamento da Doença Gengival Aguda


Caso clínico 44.1

Paciente:  Homem de 24 anos de idade.


Queixa principal:  “Dói quando eu mordo e minha gengiva está
inchada na parte posterior da boca.”
História patológica pregressa:  O paciente não é tabagista, apresenta
sobrepeso mas nega doença clínica importante. Ele escova os dentes
quase todos os dias. Não faz uso de fio dental e nunca foi ao dentista.
Exame odontológico atual:  O exame revela um retalho de tecido
sobrejacente a face distal dos terceiros molares bilateralmente.
Não há tecido inserido queratinizado e pouquíssima profundidade
vestibular. Existe inflamação generalizada das margens gengivais.
Profundidade à sondagem na faixa de 2 a 4 mm com áreas
localizadas de 5 a 7 mm. Sangramento à sondagem de 84%.
Higiene oral insatisfatória.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Esse paciente parece estar sofrendo de pericoronite? Resposta: A
A. Sim Explicação:  Pericoronite consiste em inflamação do retalho de tecido
B. Não mole excessivo sobrejacente à coroa de um dente irrompido de modo
incompleto, mais frequentemente um terceiro molar inferior.

2. O tratamento inicial de pericoronite aguda consiste em excisão do Resposta: B


retalho de tecido mole excessivo. Explicação:  A simples excisão da parte oclusal do retalho
A. Verdadeiro pericoronal sem manejo do tecido distal deixa como sequela uma
B. Falso bolsa periodontal profunda, que predispõe a recidiva do processo
pericoronal agudo.

3. O tratamento da pericoronite depende de qual dos seguintes Resposta: E


fatores? Explicação:  Vários fatores precisam ser levados em consideração
A. Intensidade da inflamação quando se planeja o tratamento da pericoronite, inclusive todas as
B. Características dos tecidos circundantes opções arroladas e a conveniência de conservar ou extrair o dente
C. Risco de complicações sistêmicas parcialmente irrompido.
D. Consideração da possibilidade de extrair o dente
E. Todas as opções acima
  Casos Clínicos 51

Capítulo 45  Tratamento do Abscesso Periodontal


Caso clínico 45.1

Paciente:  Homem de 35 anos de idade. O restante dos molares apresenta lesões de furca de classe II. Tártaro
subgengival substancial é observado em toda a dentição e os tecidos
História patológica pregressa:  Paciente sem doenças clínicas gengivais estão fibroedemaciados, em parte por causa de tabagismo
comparece à consulta com diagnóstico de periodontite crônica, pesado. O dentista recomenda limpeza de toda a boca nessa primeira
avançada e generalizada, com bolsas periodontais (5 a 7 mm de consulta e tenta abordagem terapêutica não cirúrgica. No dia seguinte
profundidade) em toda a dentição. O paciente tem todos os dentes, o paciente retorna com um abscesso periodontal flutuante em torno
com exceção dos terceiros molares. da lesão de furca (bucal) de classe II do primeiro molar inferior.

Questão baseada no caso


Esse abscesso periodontal é, provavelmente, consequente a qual das 3. A área de furca de classe II representa um problema de acesso
seguintes opções? singular, tanto por causa da dificuldade de remoção do biofilme
1. A limpeza subgengival não foi completa e o tártaro residual, pelo paciente como por causa da dificuldade de limpeza profunda
localizado profundamente nas bolsas periodontais, não foi pelo dentista. Assim, abscesso periodontal ocorre frequentemente
removido. A parte coronal da bolsa profunda foi retirada com nessas áreas de furca.
facilidade, mas a parte subgengival não poderia ser alcançada por 4. A tentativa de limpeza profunda de toda a boca do paciente na
causa da profundidade e da natureza fibroedemaciada do tecido primeira consulta não é possível e o tratamento será incompleto.
gengival, que é parcialmente consequente ao tabagismo. O tratamento incompleto cria, com frequência, um ambiente
2. A margem gengival dessa bolsa periodontal profunda foi acessada propício para abscessos periodontais.
e descamada com facilidade, provocando retração e contração 5. Tabagismo é um fator de risco para abscessos periodontais.
da margem gengival em torno do dente. O exsudato da infecção 6. Todas as opções acima.
que persiste na área subgengival em decorrência do tártaro que
não pode ser retirado deixa de drenar devido ao fechamento da
margem gengival coronalmente localizada.

Solução

Resposta: 6
52 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 46  Lesões Endoperiodontais: Considerações sobre


Patogênese, Diagnóstico e Tratamento
Caso clínico 46.1

Paciente:  Homem na sexta década de vida.


Queixa principal:  “Dor no lado direito na boca durante a
mastigação.”
História patológica pregressa:  O paciente é saudável e nega
tabagismo. Não apresenta condições sistêmicas. O paciente relata dor
à mastigação no quadrante superior direito e aponta para uma área
entre os dentes 3 e 4. Ele também menciona algum desconforto com
edema gengival em torno do dente número 3.
Exame odontológico atual:  (A) Não há alterações dignas de nota na
radiografia periapical; o dente número 3 apresenta uma grande
restauração coronal que está intacta e um espaço de canal radicular
extremamente calcificado e o dente número 4 já recebeu tratamento
endodôntico prévio sem periodontite apical discernível. O paciente
não relata sensibilidade térmica e o dente número 3 é vital.
(B) a gengiva em torno dos dentes 3 e 4 é saudável, exceto por uma
fístula diretamente palatal à cúspide distobucal do dente número 3.
(C) Guta‑percha (GP) assinalou a área mediorradicular do dente
número 4. A profundidade à sondagem em torno dos dentes 3 e 4 é
normal, exceto lingualmente ao dente 4, que apresentava um defeito
à sondagem de 7 a 9 mm.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Qual é a etiologia mais provável do sintoma desse paciente? Resposta:
O paciente apresenta, mais provavelmente, uma fratura vertical na
raiz do dente número 4, como foi revelado pela guta‑percha que
aponta diretamente para a parte média da raiz do dente número
4. Além disso, o estreito defeito à sondagem no dente número 4
quase confirma a existência de fratura vertical da raiz. (D) Acesso
endodôntico através de uma coroa de porcelana fundida com metal.
Portanto, é provável que existisse uma fratura vertical na época que
foi realizado tratamento endodôntico no dente número 4 e não foi
detectada com acesso através da coroa. Quando possível, a retirada
da coroa é preconizada para exame da integridade do restante da
estrutura do dente.

2. Como um defeito ósseo vertical associado com fratura da raiz é Resposta:


diferenciado de doenças periodontais? De modo geral, as doenças periodontais se manifestam como um
largo defeito ósseo que afeta múltiplas superfície de um dente ou
uma superfície de múltiplos dentes. Por outro lado, fratura vertical
de raiz dentária resulta em defeitos periodontais estreitos em torno da
fratura em decorrência do biofilme microbiano na fratura. Portanto, o
defeito à sondagem é um determinante muito importante na avaliação
da extensão apical da fratura vertical da raiz.

3. Quais dos seguintes dentes estão frequentemente ligados a Resposta: D


fraturas verticais de raiz? Explicação:
A. Superfície mesial dos primeiros molares superiores Fraturas verticais de raiz são encontradas, com frequência, na
B. Superfície distal dos segundos molares inferiores superfície mesial dos primeiros molares superiores e a superfície
C. Dentes submetidos a tratamento endodôntico distal dos segundos molares inferiores, independente do fato de
D. Todas as opções acima esses dentes serem vitais, necróticos ou já terem sido submetidos
a tratamento endodôntico. De modo geral, dentes submetidos a
tratamento endodôntico são mais suscetíveis a fraturas verticais de
raiz que os dentes vitais. Todavia, a literatura indica que a fragilidade
da dentina não é modificada pelo tratamento endodôntico. Portanto,
uma incidência mais elevada de fraturas nos dentes submetidos a
tratamento endodôntico está associada primariamente a perda de
estrutura dentária e não a alterações substanciais na própria dentina.
Tudo isso justifica uma abordagem conservadora de limpeza profunda
dos canais radiculares durante o tratamento endodôntico.
Imagem clínica de cortesia de Dr. Mo K. Kang, UCLA School of Dentistry, Los Angeles, Calif.
  Casos Clínicos 53

Capítulo 48  Controle de Placa no Paciente Periodontal


Caso clínico 48.1

Paciente:  Mulher de 49 anos de idade procura avaliação periodontal Exame odontológico atual:  A paciente não vai a um dentista há
antes de tratamento endodôntico. cerca de 10 anos por causa de uma “experiência odontológica”.
História patológica pregressa:  A paciente afirma ser saudável. Só procurou agora por causa do desvio dos dentes.
O último exame médico foi há seis meses. Não faz uso de
medicamentos. Nega alergias medicamentosas conhecidas.

Questão baseada no caso Solução e explicação


1. Com base na fotografia à direita, o melhor dispositivo de limpeza Resposta: B
interdental é: A limpeza interdental com uma escova interdental é o método mais
A. Fio dental efetivo de retirada do biofilme interproximal quando existem espaços
B. Escova interdental interdentais e a escova interdental se encaixa nesses espaços.
C. Ponta de borracha As escovas interdentais estão associadas a níveis mais altos de
D. Escova de dentes retirada de biofilme em comparação com fio dental e o uso de palitos
E. Colutório antimicrobiano de madeira por causa das concavidades nas superfícies das raízes.
Todavia, quando não há perda de inserção interproximal e os espaços
interdentais estiverem ocluídos por tecidos moles, o uso das escovas
interdentais pode ocasionar perda das papilas interdentais e
formação de triângulos pretos. Nesses casos deve ser considerado o
uso de fio dental.
54 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 49  Halitose


Caso clínico 49.1

Paciente:  Mulher de 63 anos de idade. Exame odontológico atual:  Sangramento generalizado à sondagem e
Queixa principal:  A paciente se queixa de sangramento gengival. bolsas . 5 mm. No teste organoléptico o escore do odor da
O marido dela informa que ela tem mau hálito. respiração nasal da paciente foi 2 e os escores do odor da cavidade
oral e da saburra lingual foram 5. O Halimeter® forneceu um escore
História patológica pregressa:  A paciente é alérgica à penicilina. de 250 ppb de compostos sulfurados voláteis (CSVs).
Medicamentos: ácido acetilsalicílico 80 mg/dia e omeprazol 20 mg/dia.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Qual é a causa mais aceitável da halitose dessa paciente? Resposta: D
A. Saburra lingual Saburra lingual e doença periodontal são as causas mais frequentes
B. Periodontite de halitose. Nessa paciente, as duas são evidentes. Condições
C. Condições gástricas gástricas raramente são causa de halitose. Embora essa paciente use
D. Saburra lingual e periodontite omeprazol, este é prescrito para proteção contra úlceras gástricas
E. Condições gástricas e periodontite porque ela usa ácido acetilsalicílico.

2. Qual seria sua conduta? Resposta: D


A. Explicação da halitose É importante explicar para todos os pacientes que se queixam de
B. Orientação sobre higiene oral halitose a etiologia da mesma e fornecer orientações sobre higiene
C. Tratamento periodontal oral (a higiene oral da maioria das pessoas é subótima). Como essa
D. Todas as opções acima paciente apresenta saburra lingual, ela deve ser orientada a usar
raspador de língua. A paciente apresenta periodontite que também
precisa ser tratada.
  Casos Clínicos 55

Caso clínico 49.2

Paciente:  Uma mulher de 25 anos de idade. Exame odontológico atual:  A paciente apresenta boa higiene oral e
Queixa principal:  A paciente se queixa de mau hálito. seus dentes e periodonto são saudáveis. Ao questionar a paciente,
torna‑se evidente que apenas ela pensa ter mau hálito. Ela menciona
História patológica pregressa:  A paciente é saudável. Sua última que o namorado e os irmãos nunca sentiram nada no hálito dela.
avaliação odontológica ocorreu há três meses e ela escova os dentes No teste organoléptico o escore do odor da respiração nasal foi zero e
duas vezes ao dia com escova elétrica e escovas interdentais. os escores do odor da cavidade oral e da saburra oral foram 1.
O Halimeter® forneceu um escore de 36 ppb de compostos sulfurados
voláteis.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Qual é a causa mais provável da halitose dessa paciente? Resposta: D.
A. Saburra lingual Visto que todas as medidas de halitose (teste organoléptico e
B. Periodontite Halimeter®) estão abaixo dos valores limites, essa paciente não
C. Úlcera gástrica apresenta halitose.
D. A paciente não apresenta halitose

2. Qual é o diagnóstico? Resposta: C


A. Halitose intraoral Visto que nenhum odor oral desagradável foi percebido,
B. Halitose extraoral o diagnóstico é pseudo‑halitose.
C. Pseudo‑halitose
D. Halitofobia

3. Qual é o tratamento? Resposta: B


A. Explicação e orientação de higiene oral Quando os pacientes acreditam ter halitose, essa condição pode ser
B. Explicação e orientação de higiene oral, explicação dos dados melhorada pela explicação meticulosa da halitose e dos resultados de
examinados, orientação e tranquilização todos os exames do hálito e da cavidade oral. Todavia, se o paciente
C. Explicação e orientação de higiene oral e profilaxia persistir na crença de que apresenta halitose quando não existem
D. Explicação e orientação de higiene oral e encaminhamento evidências, isso é denominado halitofobia e torna‑se necessário o
para psicólogo encaminhamento para um psicólogo.
56 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Caso clínico 49.3

Paciente:  Mulher de 30 anos de idade. Exame odontológico atual:  A higiene oral da paciente é boa e seus
Queixa principal:  A paciente e as pessoas com as quais convivem dentes e periodonto são saudáveis. Suas tonsilas parecem inflamadas
relatam halitose intermitente. A paciente afirma que o mau hálito e podem ser visualizados cálculos nas tonsilas. Os escores do teste
parece estar relacionado com cálculos brancos oriundos da garganta. organoléptico, do odor da respiração nasal e do odor da saburra
lingual foram 1 e o escore do odor da cavidade oral foi 3.
História patológica pregressa:  A paciente é saudável. Ela escova os O Halimeter® forneceu um escore de 133 ppb de compostos
dentes uma ou duas vezes ao dia e usa dispositivos de limpeza sulfurados voláteis.
interdental uma vez ao dia.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Qual é a causa mais provável da halitose dessa paciente? Resposta: C
A. Saburra lingual Cálculos tonsilares ou tonsilolitos são formados quando restos
B. Periodontite celulares retidos nas criptas das tonsilas calcificam.
C. Cálculos nas tonsilas
D. Condições gástricas

2. Qual seria sua conduta? Resposta: D


A. Explicação da halitose
B. Orientação de higiene oral
C. Tratamento periodontal
D. Encaminhar a paciente para um otorrinolaringologista
  Casos Clínicos 57

Capítulo 50  Raspagem e Alisamento Radicular


Caso clínico 50.1
O paciente é um engenheiro mecânico de 55 anos de idade com Alguns molares apresentam lesões de furca com perda óssea
diabetes melito diagnosticado há 5 anos após seu dentista observar importante, supuração e sangramento à sondagem, mas sem edema
periodontite grave com múltiplos abscessos que foram tratados na significativo na gengiva bucal ou lingual. Ele não fez tratamento
época. Ele faz uso de 20 unidades de insulina pela manhã e também periodontal desde a raspagem há cinco anos e deseja refazer a
usa gliburida, atorvastatina e losartana. Ele apresenta sobrepeso, raspagem. Você constata que ele apresenta higiene oral ruim,
hipertensão arterial e informa sua glicemia é, às vezes, superior a periodontite grave generalizada, profundidade à sondagem de
200 mesmo com a medicação. Sua queixa principal hoje é dor no 4 a 9 mm e tártaro moderado a substancial em toda a boca.
dente número 5 e desconforto à mastigação no dente número 18.

Continua
58 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Caso clínico 50.1 — Continuação

Continua
  Casos Clínicos 59

Caso clínico 50.1 — Continuação

Continua
60 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Caso clínico 50.1 — Continuação

Continua
  Casos Clínicos 61

Caso clínico 50.1 — Continuação

Questões baseadas no caso Soluções


1. Os melhores instrumentos para adaptação às furcas e bolsas Resposta: D
profundas e estreitas desse paciente são: Explicação:  Todas as furcas, sejam de classe I, II, III ou IV, são mais
A. Curetas Gracey rígidas bem raspadas com curetas Gracey com minilâminas ou com
B. Curetas Langer microminilâminas porque elas se adaptam melhor aos contornos das
C. Curetas Gracey Curvette Sub‑0 raízes do que outros instrumentos manuais.
D. Curetas Gracey com minilâminas ou microminilâminas

2. A cureta Gracey Curvette Sub‑0 foi descrita como sendo o Resposta: A


instrumento mais efetivo para as bolsas profundas em quais dos Explicação:  A cureta Gracey Curvette Sub‑0 tem uma haste reta e
seguintes dentes? uma lâmina curva muito curta que é projetada para as superfícies
A. Dentes anteriores superiores ou inferiores radiculares estreitas dos dentes anteriores (superiores e inferiores).
B. Furcas em molares superiores
C. Ângulos em molares
D. Pré‑molares superiores
Continua
62 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Caso clínico 50.1 — Continuação

Questões baseadas no caso Soluções


3. Nesse paciente, qual das seguintes curetas seria a mais efetiva Resposta: D
para a raspagem de uma camada fina de tártaro bem‑aderido na Explicação:  Os três tipos de cureta Gracey com minilâmina
bolsa de 6 mm de profundidade na superfície palatal do dente arrolados na opção D são as melhores opções para raspagem de
incisivo central direito superior (dente número 8), que apresenta cálculo bem‑aderido em uma superfície radicular palatal
tecido de consistência muito firme e rígida? profunda com tecido rígido. Todas as outras opções incluem
A. Gracey 7‑8, Gracey 13‑14 curetas Gracey padrões, que seriam grandes demais para uso nessa
B. Gracey 11‑12, Gracey 5‑6, Gracey 7‑8 superfície palatal.
C. Gracey 13‑14, Mini Five 13‑14, Micro Mini 13‑14
D. Gracey Curvette Sub‑0, Mini Five 5‑6 ou Micro Mini 1‑2

4. Qual das seguintes áreas você escolheria para servir como fulcro Resposta: D
extraoral quando são usadas curetas Gracey? Explicação:  Um fulcro extraoral seria melhor para as superfícies
A. Labial dos dentes anteriores superiores com tecido rígido mesiais dos molares superiores. Fulcros intraorais seriam melhores
B. Lingual dos dentes anteriores inferiores com tártaro para as áreas descritas nas opções A, B e C, e essas áreas devem ser
substancial raspadas com curetas Gracey com minilâminas.
C. Bucal de molares inferiores com furcas
D. Mesial de molares superiores com bolsas profundas

5. Para remover um ressalto maciço de tártaro interproximal de Resposta: C


modo mais efetivo, é melhor começar: Explicação:  Sempre abordar primeiro qualquer concreção de tártaro
A. Pelo terço superior com o terço inferior da lâmina de corte para fraturar de modo
B. Pelo terço médio eficiente o tártaro longo do dente. Todas as outras opções muito
C. Pelo terço inferior resultaria em remoção incompleta ou polimento do ressalto.
D. Por todo o comprimento

6. Para remover um ressalto maciço de tártaro interproximal Resposta: A


deve‑se exercer: Explicação:  Movimentos verticais curtos e controlados que visam o
A. Movimento vertical breve, mas com pressão firme ressalto de tártaro com pressão firme são os mais efetivos.
B. Movimento horizontal breve, com pressão moderada O movimento deve ter 1 a 3 mm de comprimento e avançar apenas
C. Movimento vertical longo, com pressão leve 1 mm por vez em uma série de movimentos superpostos para
D. Movimento oblíquo longo com pressão firme remover totalmente o tártaro.

7. Os movimentos finais de alisamento radicular para obter uma Resposta: C


superfície lisa devem ser: Explicação:  Movimentos longos com pressão leve a moderada são
A. Curtos com pressão leve melhores para finalizar o alisamento radicular. Movimentos curtos
B. Curtos com pressão firme superpostos são usados para a retirada de biofilme ou tártaro.
C. Longos com pressão leve a moderada Movimentos longos com pressão firme podem resultar em retirada
D. Longos com pressão firme de cemento ou dentina demais ou traumatismo dos tecidos moles,
bem como hipersensibilidade radicular.

8. A largura máxima do movimento ativo de qualquer instrumento Resposta: A


manual quando é apropriadamente adaptado ao dente ou a Explicação:  Por causa da curvatura do dente ou da superfície
superfície radicular é: radicular, apenas 1 a 2 mm de movimento de qualquer instrumento
A. 1 a 2 mm manual. Isso é verdadeiro seja qual for o desenho do instrumento ou
B. 2 a 4 mm o comprimento da lâmina. É a anatomia do dente que dita a largura
C. 4 a 6 mm (mínima) de cada movimento dos instrumentos.
D. 6 a 8 mm

9. A largura máxima do movimento ativo de qualquer instrumento Resposta: A


ultrassônico quando é apropriadamente adaptado ao dente ou a Explicação:  Apenas 1 a 2 mm de qualquer ponta ultrassônica ou
superfície radicular é: aparelho manual se ajustam ao dente durante qualquer movimento
A. 1 a 2 mm por causa da curvatura do dente ou da superfície radicular.
B. 2 a 4 mm Isso se aplica a todas as pontas ultrassônicas, seja qual for seu
C. 4 a 6 mm formato ou comprimento. A anatomia do dente é que dita a largura
D. 6 a 8 mm extremamente pequena do movimento.

10. Na reavaliação dos resultados da raspagem e do alisamento Resposta: B


radicular após 4 semanas, o melhor indicador de sucesso é: Explicação:  A ausência de sangramento à sondagem é o indicador
A. Redução da profundidade da bolsa mais confiável de sucesso após raspagem e alisamento radicular.
B. Ausência de sangramento à sondagem A ocorrência de sangramento à sondagem é, quase sempre, um sinal
C. Lisura radicular de persistência de tártaro subgengival residual na superfície radicular,
D. Ausência de placa dentária sobretudo em áreas de profundidade da bolsa. A redução da
profundidade da bolsa, lisura radicular e ausência de placa dentária
podem ser desfechos positivos, mas não são considerados
significativos se persistir o sangramento à sondagem.
  Casos Clínicos 63

Capítulo 51  Instrumentação Sônica, Ultrassônica e


Irrigação
Caso clínico 51.1

Paciente:  Mulher de 65 anos de idade. dificuldade em usar fio dental. Ela está preocupada porque sempre
Queixa principal:  Dolorimento e sangramento em torno do implante, tentou cuidar bem dos dentes.
que substituiu o dente número 30. Exame odontológico atual:  A paciente apresenta mucosite em torno
História patológica pregressa:  O dente de número 30 foi extraído há do implante no lugar do dente número 30. O restante da boca exibe
dois anos por causa de uma fratura radicular em um dente que já gengivite moderado em mais de 30% dos locais. Placa dentária leve a
tinha sido submetido a tratamento endodôntico. A paciente está em moderada e sangramento são observados. Discreto acúmulo de
boas condições de saúde geral. O único medicamento que a paciente tártaro. As profundidades à sondagem variaram de 2 a 4 mm,
usa é suplemento de cálcio por causa de osteopenia. Ela se submeteu com a maioria das leituras de 4 mm ocorrendo nos dentes posteriores.
a artroplastia de joelho há nove meses em decorrência de osteoartrite. A paciente recebeu o diagnóstico de gengivite e foi submetida a
Ela informa que sua recuperação foi boa e ela já retornou às suas raspagem terapêutica para restaurar a saúde de seu periodonto.
atividades normais. A paciente também menciona acometimento das Tendo em vista a dificuldade sentida pela paciente em lidar com o
mãos pela osteoartrite e, por causa disso, ela está tendo cada vez mais fio dental, foi recomendado o uso diário de um irrigador oral.

Questões baseadas no caso Soluções e explicações


1. Tendo em vista a história pregressa de artroplastia da paciente, Resposta: B
qual seria a configuração do irrigador oral? Explicação:  Os estudos já constataram que a incidência de bactérias
A. 30 psi provenientes de irrigadores orais varia de 0% a 50%; isso é
B. 60 psi comparável ao fio dental, que apresenta uma incidência de bactérias
C. O uso de um irrigador oral é contraindicado para pacientes em torno de 40%. Portanto, a configuração mais apropriada é aquela
que já se submeteram a artroplastia que já foi comprovada como efetiva clinicamente em implantes
— 60 psi. Os indivíduos que usaram o irrigador oral em 60 psi
durante um período de 30 dias descobriram que o irrigador oral era
duas vezes mais efetivo que o fio dental na redução do sangramento.

2. Como alternativa para o fio dental, constatou‑se que o irrigador Resposta: C


oral foi: Explicação:  Múltiplos estudos já demonstraram que o irrigador oral
A. Tão efetivo quanto este na redução do sangramento e da é mais efetivo na redução do sangramento e da gengivite que o fio
gengivite dental. Muitos fatores provavelmente contribuem para esse desfecho.
B. Menos efetivo que o fio dental na redução do sangramento e Para muitas pessoas o irrigador oral é mais fácil de usar que o fio
da gengivite dental. O irrigador oral comprovadamente reduz as bactérias até
C. Mais efetivo que o fio dental na redução do sangramento e da 6 mm e isso seria benéfico para pacientes com bolsas periodontais ou
gengivite áreas de difícil acesso.

3. Visto que a paciente apresenta acúmulo discreto de tártaro, o uso Resposta: Falso
de dispositivos ultrassônicos não é necessário. Explicação:  Dispositivos com pontas mais finas são ideais para
Verdadeiro retirada da placa dentária e tratamento da gengivite. A consideração
Falso mais importante para essa paciente é o implante. De modo geral,
pontas metálicas são contraindicadas para pacientes com implantes.
Como as ferramentas para raspagem de implantes são aprimorados
continuamente, é melhor verificar com o fabricante do implante e
com o fabricante do dispositivo ultrassônico antes de usá‑lo
em um implante.
64 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 52  Terapia Anti‑Infecciosa Sistêmica para


Doenças Periodontais
Caso clínico 52.1

Paciente:  Mulher caucasiana de 27 anos de idade. Exame odontológico atual:  A profundidade à sondagem estava na
Queixa principal:  “Minha gengiva sangra quando escovo os dentes.” faixa de 1 a 8 mm. A maior profundidade à sondagem (. 6 mm)
estava confinada aos dentes incisivos e primeiros molares superiores
História patológica pregressa:  A paciente não é tabagista e nega (Figura A). A higiene oral era ótima. Nas radiografias foi observado
condições clínicas sistêmicas, mas é alérgica à penicilina. Ela relata defeito vertical mesial a todos os primeiros molares. Um defeito
que a irmã, que tem 32 anos de idade, apresenta condição gengival vertical localizado mesialmente ao dente de número 19 é mostrado
semelhante. A paciente informa que escova os dentes duas vezes ao na Figura B.
dia e usa fio dental três ou quatro vezes por semana.

A B

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Com base no relato e no quadro clínico, qual é o diagnóstico Resposta: C
provável dessa paciente? Explicação:  Considerando a idade, a história familiar, o quadro
A. Periodontite crônica clínico (perda importante de inserção confinada aos primeiros
B. Gengivite ulcerativa necrosante aguda (GUNA) molares e incisivos apesar da boa higiene oral) e os achados
C. Periodontite agressiva localizada radiográficos (perda óssea vertical em torno dos primeiros molares)
D. Periodontite ulcerativa necrosante da paciente, pode ser feito um diagnóstico de periodontite agressiva
localizada.

2. Você poderia prescrever uma associação de amoxicilina e Resposta: B


metronidazol para essa paciente enquanto realiza a raspagem e o Explicação:  Essa paciente é alérgica à penicilina e, como amoxicilina
alisamento radicular? é um derivado de penicilina, não deve ser prescrita para essa
A. Sim paciente. Nesses casos, metronidazol pode ser prescrito como
B. Não monoterapia ou associado a outros antibióticos, como ciprofloxacino
(fluoroquinolona).

3. Na América do Norte, periodontite agressiva localizada é mais Resposta: A


prevalente em afro‑americanos do que em caucasianos. Explicação:  Alguns estudos epidemiológicos indicam prevalência
A. Verdadeiro mais elevada de periodontite agressiva localizada (aproximadamente
B. Falso 10 vezes mais) em afro‑americanos em comparação com caucasianos.
Imagens de cortesia de Dr. Kelsey Tengan.
  Casos Clínicos 65

Capítulo 53  Antimicrobianos de Ação Local e


Liberação Controlada
CASO CLÍNICO 53.1

Paciente:  Homem de 47 anos de idade. Exame odontológico atual:  As profundidades da sondagem estavam
na faixa de 1 a 6 mm. (A) A profundidade da sondagem de 6 mm está
Queixa principal:  “Minhas gengivas do lado inferior direito ainda
localizada do lado distal do no 27 e sangrou na sondagem. Todas as
sangram quando eu passo fio dental.”
outras profundidades da sondagem estavam na faixa de 1 a 4 mm.
História patológica pregressa:  O paciente é fumante (5 a 6 cigarros/ Sua higiene oral melhorou significativamente após a RAR.
dia). Não apresenta condição sistêmica e alergia conhecida a algum Radiograficamente, um defeito ósseo vertical foi visto entre o no 27 e
fármaco. Foi submetido à raspagem e alisamento radicular (RAR) 6 o no 28. (B) O cirurgião‑dentista decidiu realizar uma RAR localizada
meses atrás e agora está em um programa de manutenção periodontal como parte da consulta de retorno e utilizou microesferas de
de 4 meses. Hoje ele tinha uma consulta de retorno periodontal. minociclina como auxiliares.

A B

QUESTÕES BASADAS NO CASO SOLUÇÃO E EXPLICAÇÃO


1. Neste paciente com um defeito vertical entre o no 27 e o no 28 que Resposta: A
é favorável para a regeneração periodontal, os dados sugerem Explicação:  Os estudos clínicos sugeriram outros benefícios clínicos
que adicionar antimicrobianos de ação local e liberação ao adicionar antimicrobianos de ação local e liberação controlada
controlada como parte do protocolo cirúrgico seria benéfico? aos procedimentos regenerativos, mas os dados precisam ser
A. Sim confirmados em outros ensaios clínicos.164,172,211
B. Não

2. A minociclina age ao inibir qual dos seguintes? Resposta: B


A. Ribossomos 50S Explicação:  A minociclina inibe a síntese proteica em micróbios ao
B. Ribossomos 30S ligar‑se aos ribossomos 30S.
C. Síntese da parede celular
D. Síntese do DNA

3. Os antimicrobianos de ação local e liberação controlada a seguir Resposta: C


estão disponíveis nos Estados Unidos, exceto: Explicação:  A fibra de tetraciclina foi introduzida comercialmente
A. Chip contendo clorexidina (PerioChip®) nos Estados Unidos no início dos anos 1990, e foi o sistema
B. Gel de doxiciclina (Atridox®) prototípico. Ela não está mais comercialmente disponível no país.
C. Fibra de tetraciclina (Actisite®)
D. Microesferas de minociclina (Arestin®)
66 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 55  Avaliação e Terapia Oclusal


Caso clínico 55.1

Paciente:  Mulher de 42 anos de idade.


Queixa principal:  “Minha gengiva sangra e dói sempre que tento
passar o fio dental entre os dentes posteriores.”
História patológica pregressa:  A paciente apresenta periodontite
moderada e generalizada que está limitada primariamente aos dentes
posteriores dos quatro quadrantes.
Exame odontológico atual:  Mobilidade de dentes individuais é
observada e registrada. Modalidades terapêuticas não cirúrgicas são
prescritas após um exame abrangente. Após a intervenção e a terapia
domiciliar (realizada pela paciente) produzirem evidências claras de
resposta ideal, não parecia haver inflamação persistente, mas ainda
havia mobilidade mensurável de vários dentes. Na radiografia o
pré‑molar apresentava mobilidade de classe 1, embora a bolsa
de 6 mm em sua face mesial tivesse apenas 4 mm após o tratamento
inicial.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. O que a imagem radiográfica sugere ao dentista sobre a condição Resposta: B
do pré‑molar? Explicação:  As dimensões e o formato da raiz e a perda mínima de
A. O dente está um pouco móvel suporte são muito sugestivos de que o dente pré‑molar está muito
B. O dente está muito estável. estável em decorrência do sucesso do tratamento anti‑inflamatório.
C. O dente está muito móvel.

2. Quais critérios sugeridos na radiografia o dentista pode utilizar Resposta: A


para determinar a estabilidade ou mobilidade esperada? Explicação:  Como não há evidências de outro processo mórbido e a
A. Dimensões e formato da raiz do dente pré‑molar perda óssea na face mesial da raiz do dente pré‑molar é mínima,
B. Evidências de perda óssea significativa e perda de suporte a avaliação do formato (ou seja, não está afunilado) e das dimensões
prévias (ou seja, superfície significada para inserção) do dente devem levar o
C. Evidências de outra patologia contribuinte dentista a concluir que outro fator, traumatismo oclusal, é a causa
provável da mobilidade persistente.
  Casos Clínicos 67

Capítulo 56  Ortodontia: Terapia Interdisciplinar


Periodontal e Implantes
Capítulo 56B 
Ortodontia, Implantes e Interações Periodontais

Caso clínico 56B.1

Paciente:  Homem saudável de 26 anos de idade. Exame odontológico atual:  A posição distoangular do segundo
Queixa principal:  Primeiro molar superior esquerdo não restaurável. e do terceiro molares esquerdos superiores é considerada favorável
para sua protração para as posições de primeiro e segundo molares.
História patológica pregressa:  O paciente está buscando tratamento O uso de dispositivo de ancoragem temporária (DAT) e braço de
ortodôntico por causa de apinhamento dentário de classe I e está força em combinação com alinhamento sequencial realizarão o
solicitando a colocação de um dispositivo de alinhamento dentário. movimento.
Um achado significativo é que o primeiro molar esquerdo superior
não pode ser restaurado por causa de cárie. O segundo e o terceiro
molares esquerdos superiores íntegros são considerados úteis para a
correção da transposição.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. O dispositivo que está sendo utilizado é um exemplo de: Resposta: D
A. Ancoragem implanto‑assistida direta Explicação:  Um miniparafuso é colocado bucalmente entre os dentes
B. Ancoragem implanto‑assistida indireta bicúspides e é usado apenas para facilitação ortodôntica e será
C. Criação de local especial ortodôntico retirado posteriormente. Força é aplicada por uma mola de
D. Aumento do tecido ortodôntico níquel‑titânio aplicada diretamente na cabeça do miniparafuso.
Continua
68 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Caso clínico 56B.1 — Continuação

Questões baseadas no caso Solução e explicação


2. A concepção do dispositivo de mecanoterapia é tal que: Resposta: A
A. O miniparafuso e a mola proporcionam a força necessária e os Explicação:  A aplicação da força é conseguida por ancoragem direta
retentores orientam o movimento. ao miniparafuso imóvel. Uma mola de níquel‑titânio entre o parafuso
B. Os retentores proporcionam a força necessária e o e o braço de força é garantida pela conexão com a superfície bucal do
miniparafuso e a mola fornecem a orientação. molar. Uma sequência de retentores é concebida para orientar o
movimento e conter os dentes molares durante a protração dos
mesmos, impedindo rotações indesejáveis.

3. Movimentos recíprocos são evitados porque: Resposta: D


A. O sistema de ancoragem é independente de outros dentes. Explicação:  A ancoragem extradental, pelo miniparafuso, aplica
B. Os retentores envolvem toda a dentição. força apenas nos dentes conectados ao mesmo. A necessidade de
C. Força é aplicada apenas nos dentes que serão deslocados. planejar para movimento recíproco é evitada e não é pertinente o
D. Todas as respostas acima. controle da ancoragem. Os retentores também são programados para
controlar todos os dentes no arco.
  Casos Clínicos 69

Caso clínico 56B.2

Paciente:  Mulher saudável de 32 anos de idade. Exame odontológico atual:  Há apinhamento da dentição bimaxilar
Queixa principal:  Apinhamento dentário e superposição de incisivos. com retroinclinação dos incisivos maxilares e relação molar de classe
II no lado esquerdo. O movimento distal dos dentes posteriores
História patológica pregressa:  A paciente está procurando esquerdos superiores resultará em uma relação molar de classe I e
tratamento ortodôntico por motivos cosméticos e para saúde abrirá espaço para o movimento bucal do segundo dente bicúspide
prolongada de sua dentição e de seu periodonto. A paciente relata deslocado palatalmente. O movimento distal evita a necessidade de
dificuldade em manter a higiene oral e não se sente feliz com o extração de um dente bicúspide para reduzir o apinhamento.
aspecto de seus dentes. Um DAT é colocado entre os dentes bicúspides e é utilizado para
estabilizar os fios e os dentes bicúspides de modo que a aplicação
de força seja direcionada para os molares.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. O dispositivo que está sendo utilizado é um exemplo de: Resposta: B
A. Ancoragem implanto‑assistida indireta Explicação:  Um miniparafuso é colocado entre os dentes bicúspides
B. Ancoragem implanto‑assistida indireta esquerdos superiores, sendo utilizado para impedir movimento mesial
C. Ancoragem implanto‑assistida direta indesejado do primeiro dente bicúspide por meio de conexão do
D. Ancoragem implanto‑assistida direta mesmo com os fios por uma barra T auxiliar. Uma mola distal
ao dente bicúspide aplica uma força distal ao dente molar. A inserção
indireta do DAT ao dente bicúspide evita movimento recíproco.

2. A concepção do dispositivo de mecanoterapia é tal que: Resposta: E


A. O miniparafuso proporciona ancoragem indireta ao primeiro Explicação:  Todas as opções são verdadeiras e descrevem a
dente bicúspide. mecanoterapia.
B. O dispositivo fixo orienta o movimento.
C. A mola aberta fornece a aplicação de força.
D. O DAT e a barra T impedem movimento recíproco indesejado.
E. Todas as respostas acima.

3. O movimento distal da dentição posterior em casos como este Resposta: D


apresenta quais aspectos adicionais? Explicação:  A utilização de ancoragem indireta nesse caso possibilita
A. Consegue restaurar uma relação molar de classe I. a aplicação de força para impulsionar a dentição posterior distalmente
B. Consegue impedir a necessidade de extração. de modo a restaurar uma relação molar de classe I. Isso, por sua vez,
C. Podem ser conseguidos facilmente sem a inclusão de DAT. aumenta o comprimento do arco e proporciona o espaço necessário
D. A e B apenas para incorporar o dente bicúspide deslocado palatalmente ao arco.
Todavia, sem a fonte extradental de ancoragem indireta, ocorreria
movimento mesial recíproco indesejado, aumentando o overjet anterior.
70 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Caso clínico 56B.3

Paciente:  Homem saudável de 56 anos de idade com ausência se puder ser conseguido alinhamento radicular, a colocação de
congênita do dente incisivo lateral superior. implante no lugar do dente inexistente.
Queixa principal:  Dentição superior feia com espaços e ausência de Exame odontológico atual:  O paciente não tem o dente incisivo
dentes. lateral direito superior e o dente incisivo central adjacente e dos
caninos invadem o espaço radicular necessário para a colocação de
História patológica pregressa:  O paciente foi encaminhado para o um implante. No nível coronal, não há espaço suficiente para um
setor de ortodontia por seu dentista. O paciente busca um aspecto dente incisivo lateral de tamanho normal. O tratamento ortodôntico
mais estético para sua dentição superior. A restauração do dente visou a criação de um local para possibilitar a colocação de um
incisivo lateral ausente exige manejo do espaço, seja para uma implante e restauração. O tempo total do tratamento foi de
prótese fixa com um dente incisivo lateral de tamanho regular ou, 18 meses e incluiu aceleração ortodôntica.

Continua
  Casos Clínicos 71

Caso clínico 56B.3 — Continuação

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Esse caso é um exemplo de: Resposta: C
A. Ancoragem ortodôntica implanto‑assistida direta Explicação:  O tratamento ortodôntico foi utilizado para desenvolver
B. Ancoragem ortodôntica implanto‑assistida indireta um local para a colocação de um implante por movimento apropriado
C. Criação ortodôntica de local especial da raiz do dente incisivo central e dos dentes caninos para possibilitar
D. Aumento tecidual ortodôntico de a colocação do implante. Ao mesmo tempo, foi criado espaço para
restauração no nível coronal e possibilitar a restauração de um dente
incisivo lateral de dimensões normais. A colocação do implante foi
feita ao final do tratamento ortodôntico e o implante não foi usado
para fins de ancoragem em nenhum momento – seu único propósito
foi a substituição do dente.

2. A mecanoterapia ortodôntica: Resposta: E


A. É irrelevante para o desfecho. Explicação:  A conformação e a execução do dispositivo ortodôntico
B. Precisa proporcionar alinhamento radicular apropriado. são cruciais para um desfecho bem‑sucedido. Alinhamento e
C. Deve ser monitorada periodicamente por radiografias. paralelismo radiculares são essenciais para possibilitar a colocação
D. Pode ser facilmente monitorada pela medida da distância final de um implante entre os dentes adjacentes. A medida do espaço
intercoronal em evolução. coronal em desenvolvimento, a medida que o canino e o incisivo
E. B e C apenas central são afastados, não assegura que as raízes estão paralelas.
Monitoramento radiográfico é necessário para garantir que está
ocorrendo o desenvolvimento do local interradicular.

3. Qual das seguintes opções é a sequência apropriada desse tipo Resposta: D


de caso? Explicação:  O tratamento ortodôntico precisa, necessariamente,
A. Colocação precoce do implante para possibilitar ancoragem preceder a colocação do implante por causa da deficiência especial no
do implante local proposto. O implante final é usado simplesmente para substituir
B. Colocação do implante antes do tratamento ortodôntico para o dente inexistente e não tem função de ancoragem.
possibilitar a integração
C. Desenvolvimento do local ortodôntico após a colocação do
implante
D. Desenvolvimento do local ortodôntico seguido por colocação
do implante
72 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 58  Anatomia Cirúrgica Periodontal e


Peri‑Implantar
Caso clínico 58.1

Paciente:  Mulher de 73 anos de idade. Exame odontológico atual:  O exame revela retração gengival
Queixa principal:  “Desejo colocar implante no lugar dos dentes moderada a importante em torno de todos os dentes remanescentes.
que perdi.” O tecido gengival é rosado, de consistência firme, bem adaptado e
saudável. A profundidade à sondagem era, em geral, na faixa de
História patológica pregressa:  A paciente não é tabagista. 1 a 3 mm. Não foi observado sangramento à sondagem e a higiene
Ela nega doenças graves e não faz uso de medicamentos. Ela escova oral é excelente. Todos os dentes remanescentes são estáveis.
os dentes duas a três vezes ao dia e utiliza escovas interproximais.
Ela frequenta com regularidade o dentista, realizando limpeza
profissional.

Questões baseadas no caso Soluções e explicações


1. Existem estruturas anatômicas importantes que devem ser Resposta: A
examinadas como parte da avaliação para possível colocação de Explicação:  O canal mandibular e o forame mentual precisam ser
implante dentário na parte posterior da mandíbula. localizados para identificar a posição do nervo alveolar inferior do
A. Sim nervo mentual em relação às posições potenciais do implante.
B. Não

2. O espaço submandibular não é uma preocupação quando são Resposta: B


colocados implantes na parte posterior da mandíbula. Explicação:  O espaço submandibular está localizado sob os
A. Sim músculos milo‑hióideo e hioglosso e pode ser invadido por
B. Não perfuração inadvertida. Infecções nessa área pode se estender para
espaços sublingual e submentual.
  Casos Clínicos 73

Caso clínico 58.2

Paciente:  Homem asiático de 62 anos de idade. Exame odontológico atual:  O exame clínico revela a ausência dos
Queixa principal:  “Eu gostaria de colocar implantes para substituir dentes 12, 13 e14. O dente de número15 está no lugar. Os outros
meus dentes posteriores esquerdos superiores que perdi.” dentes remanescentes parecem ser estáveis. A crista edêntula
apresenta posição e formato adequados. Existe tecido inserido
História patológica pregressa: queratinizado. A tomografia computadorizada de eixo cônico revela
• Não apresenta doenças sistêmicas importantes seio maxilar pneumatizado com limitado osso alveolar remanescente.
• Não há alergias medicamentosas conhecidas Está indicado procedimento de reforço ósseo lateral do seio
• Não é tabagista paranasal.
• Paciente está usando atualmente próteses parciais maxilares para
substituir os dentes posteriores esquerdos superiores perdidos
(12 a 14).

Questões baseadas no caso Soluções e explicações


1. Qual artéria atravessa o feixe neurovascular (circulada em Resposta: B
vermelho)? Explicação:  A artéria alveolar superior posterior é, com frequência,
A. Artéria palatina descendente encontrada na parede lateral do seio maxilar.
B. Artéria alveolar superior posterior
C. Artéria maxilar
D. Artéria infraorbital
E. Artéria esfenopalatina

2. Qual estrutura anatômica está localizada na parede medial do seio Resposta: C


maxilar? Explicação:  O seio maxilar é uma cavidade preenchida por ar
A. Processo alveolar localizada na parte posterior da maxila acima dos dentes. A parede
B. Parede lateral da maxila lateral da cavidade nasal margeia a parede medial do seio maxilar;
C. Parede lateral da cavidade nasal é limitada superiormente pelo assoalho da órbita e lateralmente pela
D. Assoalho da órbita parede lateral da maxila, pelo processo alveolar e pelo arco
zigomático.
74 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 59  Princípios Gerais da Cirurgia Periodontal


Caso clínico 59.1

Paciente:  Homem branco de 43 anos de idade. Exame odontológico atual:  Eritema marginal generalizado com
Queixa principal:  “Preciso de cirurgia gengival.” sangramento à sondagem. A profundidade das bolsas periodontais à
sondagem variou de 2 a 4 mm, com profundidade localizada de
História patológica pregressa:  O paciente é saudável e não faz uso 5 a 8 mm em locais interproximais entre os molares.
de medicamentos. Ele fuma aproximadamente um maço de cigarros
por dia desde os 25 anos de idade. Ele informa que foi orientado a
procurar um periodontólogo há aproximadamente 5 anos, mas não
seguiu essa recomendação na época.

Questão baseada no caso Solução e explicação


1. Qual procedimento não deve ser realizado para controlar Resposta: 5
hemorragia antes de liberar o paciente quando a cirurgia é Explicação:  A utilização de anestésico local com epinefrina provoca
completada? vasoconstrição. Esse efeito é de curta duração. Não se deve confiar na
1. Compressão indução de vasoconstrição para promover hemostasia prolongada.
2. Aplicação de pressão com gelo
3. Retirada de tecido de granulação
4. Colágeno microfibrilar
5. Anestesia local com epinefrina
6. Nenhuma das opções acima
  Casos Clínicos 75

Capítulo 61  Tratamento do Crescimento Gengival


Caso clínico 61.1

Paciente:  Menina de 7 anos de idade. interferir nos padrões de alimentação e sono. A paciente é
moderadamente cooperativa e já foi realizado trabalho dentário
Queixa principal:  Segundo o relato do pai da paciente, ela não anteriormente sob anestesia geral.
consegue comer e está apresentando dificuldades para falar.
Exame odontológico inicial:  Hipertrofia gengival fibrótica grave e
História patológica pregressa:  A paciente tem uma condição generalizada. O segmento anterior superior é a área mais acometida e
congênita indefinida, que inclui retardo mental leve e crises os dentes incisivos centrais estão completamente recobertos por
convulsivas frequentes. Ela foi medicada com fenitoína tecidos moles. Os dentes incisivos inferiores estão ocluindo contra a
(medicamento anticonvulsivante) desde logo depois do nascimento. mucosa mastigatória superior. A existência de fatores locais (biofilme)
De acordo com os pais da criança, ela sempre teve hipertrofia é mínima e não houve sangramento à sondagem em torno dos dentes
gengival. Mas esta piorou nos últimos dois anos até o ponto de irrompidos.

Questões baseadas no caso Soluções e explicações


1. A primeira etapa no tratamento da paciente é planejar a ressecção Resposta: B
cirúrgica do tecido gengival fibrótico e hipertrofiado. Explicação:  A condição gengival é induzida pela fenitoína.
A. Sim A primeira etapa no manejo desse caso deve incluir a solicitação
B. Não de parecer do pediatra que cuida da paciente para considerar a
possibilidade de trocar a medicação anticonvulsivante dela.
Se isso for possível, a hipertrofia gengival pode ser reduzida ou
desaparecer sem necessidade de terapia cirúrgica.

2. Após determinar que a cirurgia periodontal é a terapia de escolha, Resposta: B


qual das seguintes opções seria a técnica preferida? Explicação:  As vantagens do retalho posicionado apicalmente
A. Gengivectomia em relação a gengivectomia incluem a manutenção do tecido
B. Retalho posicionado apicalmente queratinizado e fechamento primário da ferida. Isso diminui a
intensidade de dor ou desconforto pós‑operatório e minimiza
a possibilidade de sangramento pós‑operatório, que são considerações
importantes em uma paciente pediátrica cuja cooperação com o
tratamento dentário é limitada.

3. A participação dos fatores locais deve ser levada em consideração Resposta: A


no tratamento de hipertrofia gengival fármaco‑induzida. Explicação:  Os fatores locais, tais como biofilme dentário e tártaro,
A. Verdadeiro podem agravar a apresentação clínica de hipertrofia gengival induzida
B. Falso por medicamentos, seja por serem preexistentes ou por se
acumularem após o início da hipertrofia gengival. Esses fatores
devem ser eliminados por tratamento periodontal não cirúrgico antes
de ser tomada a decisão final em relação à abordagem cirúrgica.

Continua
76 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Caso clínico 61.1 — Continuação

Exame odontológico um ano após o tratamento:  Os pais informam alterações inflamatórias mínimas na gengiva marginal dos dentes
que a paciente não apresentou comprometimento da mastigação ou da anteriores superiores. Seis meses antes dessa consulta odontológica,
fala. A higiene oral pode ser realizada normalmente. Existem a paciente passou a usar ácido valproico em vez de fenitoína.

Questões baseadas no caso Soluções e explicações


1. Recorrência da hipertrofia gengival não é uma preocupação Resposta: B
porque o ácido valproico não provoca essa alteração. Explicação:  Embora a prevalência de hipertrofia gengival em
A. Verdadeiro pacientes medicados com ácido valproico seja inferior a dos pacientes
B. Falso em uso de fenitoína, existem relatos de hipertrofia tecidual associada
ao uso de ácido valproico.

2. A recorrência da hipertrofia gengival localizada, como Resposta: A


a observada nas áreas interdentais, pode ser tratada por Explicação:  Gengivectomia e gengivoplastia são técnicas
gengivectomia. terapêuticas viáveis para a hipertrofia gengival leve. Sua realização é
A. Verdadeiro mais rápida do que a do retalho periodontal, embora sempre exista o
B. Falso risco de dor, desconforto e sangramento pós‑operatórios, além de
distúrbios mucogengivais iatrogênicos.
  Casos Clínicos 77

Capítulo 62  Cirurgia Óssea Ressectiva


Caso clínico 62.1 Caso clínico 62.2

Questão: Qual das seguintes opções é útil na determinação de Observe as três ilustrações na eFigura 62.7 e as áreas sombreadas
quantidade de osso a ser ressecada cirurgicamente? nelas. As áreas sombreadas indicam onde o osso foi removido para
A. Sondagem transgengival eliminar as crateras ósseas interdentais.
B. Radiografias
C. Profundidade à sondagem Questão: Qual das três ilustrações (esquerda, centro ou direita)
D. Todas as opções acima apresenta a maior quantidade de osteotomia?
Resposta: D Resposta: Esquerda
78 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 63  Regeneração Periodontal e Cirurgia Reconstrutiva


Caso clínico 63.1

Paciente:  Mulher de 38 anos de idade.


Queixa principal:  “Esse dente (primeiro bicúspide inferior, número
21) sangra quando escovo os dentes e faço fio dental.”
História odontológica pregressa:  A paciente foi encaminhada ao
serviço de periodontologia e lá foi identificado um defeito intraósseo
nesse dente. A área foi desbridada e tratada com fator de crescimento
derivado de plaquetas e beta‑fostato tricálcico. Nove meses após a
consolidação, esse dente foi estrategicamente extraído para fins
ortodônticos. Infelizmente, o osso da área proximal e bucal foi
fraturado de modo traumático. A área recebeu enxerto e o tratamento
ortodôntico prosseguiu sem intercorrências.
Exame odontológico atual:  O local da extração do dente cicatrizou
sem intercorrências. O tratamento ortodôntico foi completado,
resultando em fechamento do local da extração do dente.

Questões baseadas no caso Soluções


Pressuponha que esse dente extraído com fratura óssea circundante foi enviado para o setor de patologia oral para exame.

1. O entalhe observado foi consequente a raspagem agressiva e As respostas estão identificadas na legenda da figura.
alisamento radicular que foi realizado durante o desbridamento;
você consegue identificar os marcos histológicos?

2. Como a cicatrização dessa ferida difere da migração apical do Resposta: C


epitélio juncional longo?
A. O epitélio juncional seria exatamente igual ao da figura.
B. O epitélio juncional seria mais comprido, mas ainda há
cemento novo e osso.
C. O epitélio juncional seria mais comprido e a zona de tecido
conjuntivo seria mais curta, sem cemento ou osso novo.
D. O epitélio juncional seria mais comprido, com uma zona
adjacente de cemento novo.

3. Como a cicatrização por inserção no tecido conjuntivo seria Resposta: D


diferente?
A. A zona de tecido conjuntivo seria exatamente igual à da figura.
B. A zona de tecido conjuntivo seria maior, mas ainda haveria
cemento novo e osso.
C. A zona de tecido conjuntivo seria menor, sem cemento novo e
osso.
D. A zona de tecido conjuntivo seria maior, com uma zona
adjacente de cemento novo.
  Casos Clínicos 79

Caso clínico 63.2

Paciente:  Mulher de 48 anos de idade.


Queixa principal:  “Essa área sangra um pouco, mas eu não sinto dor
nem outra alteração em torno da área. Eu vim aqui porque meu
dentista me encaminhou para você [periodontólogo].”
História patológica pregressa:  A paciente foi encaminhada para um
periodontólogo, que identifica um defeito intraósseo nesse dente.
A área foi desbridada e tratada com fator de crescimento derivado de A
plaquetas e beta‑fosfato tricálcico. Após 18 meses, foi necessário
B
aumento da coroa clínica do dente número 18 (propósito restaurador).
Fotografias cirúrgicas e radiografias são apresentadas.
Exame odontológico atual:  O aumento da coroa clínica do dente
ocorreu sem intercorrências e foi fabricada uma nova coroa.
A área de regeneração tem se mantido estável há mais de 10 anos.

C
D

E F

Questões baseadas no caso Soluções


Usando as fotografias cirúrgicas e as radiografias:

1. Como se determina que existe um defeito intraósseo em três Resposta: C


paredes na parede distal do dente de número 19?
A. Com base na sondagem clínica profunda e no sangramento à
sondagem.
B. Com base na sondagem clínica profunda apenas da parede
distal, que muda para 2 mm no ângulo bucal distal e no ângulo
lingual distal.
C. Com base na sondagem clínica profunda apenas da parede
distal, que muda para 2 mm no ângulo bucal distal e no ângulo
lingual distal, juntamente com evidências radiográficas da
parede mesial do dente de número 18 no nível normal.
D. Com base na radiografia a parede mesial do dente de número
18 e nas áreas de furca do dente de número 19 estão no nível
normal.

2. Quais são os sinais clínicos de que ocorreu cicatrização e a Resposta: D


condição é estável?
A. Com base na melhora da sondagem clínica.
B. Com base na melhora da sondagem clínica apoiada por
evidências radiográficas de defeito de enchimento ósseo.
C. Com base na melhora da sondagem clínica apoiada por
evidências radiográficas de defeito de enchimento ósseo com o
passar do tempo (ou seja, . 2 anos).
D. Com base na melhora da sondagem clínica apoiada por
evidências radiográficas de defeito de enchimento ósseo e
ausência consistente de sangramento à sondagem com o passar
do tempo (ou seja, . 2 anos).
80 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 64  Furca: Envolvimento e Tratamento


Caso clínico 64.1 Caso clínico 64.2

Questão: O dente molar superior típico tem três furcas. Apesar das Na Figura 64.2, o primeiro molar inferior está hemisseccionado
diferenças no comprimento do tronco, qual das seguintes opções é, com coroas separadas colocadas nas raízes mesial e distal. As duas
tipicamente, mais coronal? raízes foram submetidas a tratamento endodôntico.
A. A mesial Questão: O prognóstico em logo prazo para esse dente é
B. A distal questionável e pode ser comprometido pelos seguintes motivos:
C. A bucal A. Doença periodontal recorrente
D. Todas estão na mesma posição relativa. B. Fratura radicular
Resposta: A C. Cárie dentária
D. Fracasso endodôntico recorrente
E. Todas as opções acima
Resposta: E
  Casos Clínicos 81

Capítulo 65  Cirurgia Periodontal Plástica e Estética


Caso clínico 65.1

Paciente:  Homem com 35 anos de idade. Exame odontológico atual:  Existe um enxerto gengival livre
Queixa principal:  O tecido gengival facial aos dentes 20, 21 e 22 apical à junção mucogengival no canino e no primeiro dente
está dolorido ao toque e durante a escovação devido a ausência bicúspide e quase na margem da coroa na gengiva bucal do segundo
de gengiva queratinizada e inserida. dente bicúspide.
História patológica pregressa:  O primeiro dente bicúspide e o
canino esquerdos inferiores têm tecido queratinizado mínimo
na margem gengival bucal. O segundo dente bicúspide tem uma
coroa sem gengiva bucal queratinizada.

A B C

D E F

Questão baseada no caso Solução e explicação


1. O que seria obtido anatomicamente com essa cirurgia e qual Resposta: C
forame e nervo estão próximo a essa área? Explicação:  Todas as outras respostas são de gengiva queratinizada
A. É obtida gengiva queratinizada não inserida (não aderida). não inserida ou gengiva não queratinizada inserida sem mencionar a
Os forame e nervo linguais estão localizados perto dessa área. profundidade vestibular. As respostas A e D descreveram nervos e
B. É obtida gengiva queratinizada não inserida (não aderida). forames e estão incorretas.
Os forame e nervo mentuais estão localizados perto da área.
C. São criadas gengiva queratinizada inserida (aderida) e
profundidade vestibular. O forame e o nervo mentuais estão
localizados próximo à àrea.
D. É obtida gengiva não queratinizada inserida (aderida).
O forame e o nervo palatinos maiores estão localizados
próximo à área.
82 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 66  F ibrina Rica em Leucócitos e Plaquetas:


Propriedades Biológicas e Aplicações
Caso clínico 66.1

Paciente:  Mulher de 53 anos de idade. Atualmente a paciente está ingerindo ibuprofeno por causa do
quadro álgico. Ela vai ao dentista uma vez ao ano e tem algumas
Queixa principal:  “Eu caí da bicicleta e quebrei meu dente. restaurações. Ela caiu da bicicleta e a face atingiu a calçada.
É muito doloroso.”
Exame odontológico atual:  Fratura do canino direito superior.
História patológica pregressa:  A paciente não é tabagista e faz uso O dente não é passível de restauração e precisa ser extraído.
de ácido acetilsalicílico por causa de história de trombose arterial. A higiene oral é razoável.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Por quanto tempo é necessário centrifugar os tubos de sangue Resposta: C
para obter fibrina rica em plaquetas e leucócitos? Explicação:  O tempo de centrifugação normal é 12 minutos;
A. 12 minutos no caso de pacientes em uso de anticoagulante, 15 a 18 minutos são
B. Menos de 8 minutos recomendados por causa da agregação mais lenta.
C. Pelo menos 15 minutos

2. Quando é necessário acrescentar trombina ou anticoagulantes ou Resposta: D


cloreto de cálcio? Explicação:  O sangue não deve ser manipulado e não há
A. Antes da centrifugação anticoagulantes nos tubos. Portanto, não há necessidade de trombina
B. Durante a centrifugação animal nem de cloreto de cálcio para polimerização do cálcio.
C. Depois da centrifugação
D. Nunca

3. É necessário criar um retalho para conseguir fechamento Resposta: B


primário? Explicação:  Uma camada dupla de fibrina rica em plaquetas e
A. Sim leucócitos é colocada entre a parede óssea e o retalho para cobrir o
B. Não alvéolo. A criação de um retalho poderia ter resultados desfavoráveis.
  Casos Clínicos 83

Capítulo 68  Laser na Terapia Periodontal e Peri-Implantar


Caso clínico 68.1

Paciente:  Homem de 56 anos de idade. não é tabagista e é alérgico à penicilina. Ele vai ao dentista com
Queixa principal:  “Eu não gosto do aspecto da minha gengiva. regularidade para manutenção periodontal e escova os dentes duas
Ela está inchada e atualmente cobre a maior parte dos meus dentes. vezes ao dia e usa fio dental uma vez ao dia.
Eu gostaria que meus dentes fossem mais evidentes e com Exame odontológico atual:  O exame revela hipertrofia gengival
aspecto normal.” significativa que recobre metade a dois terços das coroas. Apenas os
História patológica pregressa:  Paciente relata ter sido submetido a terços incisal/oclusal dos dentes do paciente são visíveis. A higiene
transplante hepático. Atualmente faz uso de ciclosporina, um agente oral (controle do biofilme) não é adequada. Obviamente, a hipertrofia
imunossupressor para prevenir rejeição do transplante. O paciente gengival prejudica sua capacidade de realizar higiene apropriada.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. O paciente precisa de redução cirúrgica da hipertrofia Resposta: D
gengival. Quais são as vantagens de usar laser para realizar a Explicação:  Essas sãs as vantagens da laserterapia. Muitos conceitos
gengivectomia? da laserterapia são positivos, contudo, é necessária investigação
A. Controle hemostático adicional.
B. Precisão do corte (incisão)
C. Contração e fibrose mínimas da ferida
D. Todas as opções anteriores

2. Que tipo de laser NÃO DEVE ser usado nesse procedimento? Resposta: C
A. Nd:YAG Explicação:  Cada laser opera em um comprimento de onda diferente
B. Er:YAG que é adequado para diferentes tipos de procedimentos. Argônio é um
C. Argônio tipo de laser que é adequado apenas para clareamento dentário.
D. Diodo

3. Todas as seguintes opções são aplicações periodontais dos lasers Resposta: D


EXCETO: Explicação:  Dependendo do tipo, lasers específicos podem ser
A. Raspagem das superfícies radiculares utilizados na raspagem de superfícies radiculares (remoção de
B. Destruição bacteriana tártaro), na redução da contagem de bactérias e na ablação de tecidos
C. Osteoplastia e osteotomia ósseos. A laserterapia também pode ser utilizada na ablação de
D. Nenhuma das opções acima tecidos moles.
84 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 69  P
 reparo do Periodonto para a
Odontologia Restauradora
Caso clínico 69.1

Paciente:  Mulher de 31 anos de idade.


História patológica pregressa:  A paciente apresenta uma coroa
fraturada no dente de número 7. Ela é saudável e nega alergias
medicamentosas.

Questão baseada no caso Solução e explicação


1. Para realizar a restauração completa da coroa dentária nesse caso Resposta: D
deve ser realizado aumento cirúrgico da coroa. Por quê? Explicação:  Dentes danificados por cárie ou fraturados, após ser
A. Para possibilitar retenção, preparo do dente e impressões considerados passíveis de restauração, podem com frequência
B. Para preservar a “largura biológica” ser mantidos por um procedimento cirúrgico de aumento da coroa.
C. Para manter níveis gengivais estéticos Dentes na zona estética exigem consideração especial. Deve‑se ter
D. Todas as respostas acima cuidado para não aumentar a coroa à custa da estética. Esforços
devem ser envidados para manter um nível gengival que seja
simétrico com os dentes contíguos e os dentes contralaterais.
Caso exista a possibilidade de a cirurgia de aumento da coroa resultar
em um nível gengival não estético, deve ser aventado um tratamento
alternativo, como extrusão ortodôntica.

Caso clínico 69.2

Paciente:  Mulher de 44 anos de idade.


Queixa principal:  Minha gengiva está regredindo e me sinto infeliz
com minha aparência.
História patológica pregressa:  A paciente é saudável e nega alergias
medicamentosas.

Questão baseada no caso Solução e explicação


1. Essa paciente está sendo preparada para tratamento ortodôntico e Resposta: E
restaurador. Por que deve ser aventada a possibilidade de enxerto Explicação:  A retração gengival resulta de uma combinação de
de tecidos moles? deiscência óssea subjacente e inflamação gengival. A exposição
A. Para prevenir retração gengival adicional radicular pode resultar em aumento da sensibilidade dentária, lesão
B. Para proteger as raízes expostas radicular e aparência não estética. O tratamento consiste em enxerto
C. Para reduzir a sensibilidade da dentina de tecidos moles.
D. Para criar comprimento estético dos dentes
E. Todas as respostas acima
  Casos Clínicos 85

Caso clínico 69.3

Paciente:  Homem de 64 anos de idade.


Queixa principal:  “Minha gengiva está inchada.”
História patológica pregressa:  O paciente tem história de cuidados
dentários infrequentes e apresenta hiperplasia gengival assintomática
há alguns anos. Ele é hipertenso e faz uso de anlodipino,
um bloqueador de canais de cálcio (anti‑hipertensivo).

Questão baseada no caso Solução e explicação


1. Quais seriam as medidas a ser adotadas por esse paciente para se Resposta: F
preparar para o tratamento ortodôntico e restaurador? Explicação:  É importante realizar tratamento periodontal completo
A. Solicitar parecer do médico assistente antes do tratamento voltado para o controle de doença ativa antes de ser iniciado o
odontológico para discutir uma possível troca da medicação tratamento ortodôntico e restaurador. Esse paciente faz uso de
visto que o anlodipino pode ser parcialmente responsável pela medicação anti‑hipertensiva que pode provocar hiperplasia gengival.
hiperplasia gengival Essa hiperplasia gengival está, com frequência, relacionada com uma
B. Raspagem completa e alisamento radicular, além de orientação combinação de inflamação associada a placa dentária e os efeitos do
sobre higiene oral anlodipino (bloqueio dos canais de cálcio). A resolução do problema
C. Reavaliação da resolução da hiperplasia gengival após um exige tratamento da inflamação associada a placa dentária e da
período de tempo adequado resposta ao agente anti‑hipertensivo. Após a suspensão do
D. Considerar a possibilidade de tratamento cirúrgico para reduzir medicamento, em conjunto com tratamento periodontal não cirúrgico,
o tecido gengival hiperplásico o resultado seria a resolução completa da hiperplasia gengival.
E. Ingressar em um programa bem planejado de prevenção Se isso não ocorrer, estaria indicada redução cirúrgica.
F. Todas as respostas acima

Caso clínico 69.4

Paciente:  Homem de 55 anos de idade. História patológica pregressa:  O paciente fraturou recentemente o
Queixa principal:  “Fraturei meu dente, mas queria que ele não fosse dente de número 29, próximo à crista óssea. Ele já se submeteu
extraído.” anteriormente a tratamento endodôntico e está assintomático.
O paciente é saudável e nega alergia medicamentosa.

Questão baseada no caso Solução e explicação


1. Com base nas fotografias apresentadas, qual opção terapêutica Resposta: B
atenderia ao desejo do paciente de conservar o dente? Explicação:  Fratura dentária é um problema comum na prática
A. Preparo do dente para colocação de coroa com acabamento odontológica. O aumento cirúrgico da coroa oferece a oportunidade
aproximando a crista óssea. para conservar dentes danificados estruturalmente, desde que sejam
B. Aumento cirúrgico da coroa seguido por restauração da coroa. consideráveis passíveis de restauração. Isso possibilita procedimentos
C. O dente não pode ser restaurado; extração e substituição do de restauração e retenção do dente. É preciso ter cuidado e preservar
dente é a única opção terapêutica. espaço para crescimento supracrista de tecidos moles e criar uma
dimensão fisiológica (“largura biológica”). Caso isso não seja feito,
um resultado possível é inflamação gengival crônica e perda óssea.
86 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 70  Inter-Relações Restauradoras


Caso clínico 70.1

Paciente:  Mulher de 41 anos de idade. Exame odontológico atual:  As restaurações metalocerâmicas


Queixa principal:  “Minhas coroas antigas têm um grande espaço preexistentes nos dentes incisivos centrais superiores apresentam
entre elas preenchido por gengiva.” coloração discordante e espaços interdentais abertos. A paciente
escova os dentes e usa fio dental conforme orientação e vai ao
História patológica pregressa:  A paciente tem ASA 1, sorriso alto e dentista duas vezes ao ano. Tratamento de canal no dente incisivo
biótipo tecidual normal. Restaurações metalocerâmicas preexistentes direito superior íntegro.
nos dentes incisivos centrais apresentavam espaços (ameias) abertos.
A profundidade das bolsas está dentro dos limites da normalidade,
não há sangramento à sondagem e a paciente pratica boa higiene oral.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Para o fechamento previsível do espaço interdental aberto com Resposta: B
novas coroas, a extensão apical do ponto de contato deve ser de Explicação:  Segundo Tarnow (1992), pontos de contato 5 mm a
_____ a partir da crista óssea interdental. partir da crista óssea interdental serão completamente preenchidos em
A. 4 mm 98% dos pacientes.
B. 5 mm
C. 6 mm
D. 7 mm

2. A altura aparente da papila entre os dentes centrais é mais Resposta: C


dependente de qual das seguintes opções? Explicação:  A altura do osso interdental é a principal variável na
A. Biótipo tecidual determinação da altura aparente das papilas interdentais. O biótipo
B. Técnica de preparação tecidual também é uma variável, embora menos significativa.
C. Altura da crista óssea
D. Margem profunda

3. Qual risco é criado pelas margens subgengivais observadas nesse Resposta: A


caso? Explicação:  As margens subgengivais aumentam o risco de
A. Inflamação periodontal induzida por cemento inflamação em decorrência do cemento residual. Esse risco aumenta
B. Retenção aumentada da placa dentária de modo proporcional à profundidade subgengival da margem.
C. Preocupações estéticas por causa da raiz escurecida do dente Gengiva saudável e robusta reduz um pouco esse risco.
incisivo central direito
  Casos Clínicos 87

Caso clínico 70.2

Paciente:  Homem de 38 anos de idade. Exame odontológico atual:  As lentes de contato dentais existentes
Queixa principal:  “Minhas lentes de contato dentais estão escuras apresentavam manchas de coloração escura sob as margens, que
nas gengivas.” aparentemente não estão infiltradas. As manchas são, provavelmente,
secundárias ao uso de agentes hemostáticos contendo sulfato férrico
História patológica pregressa:  O paciente tem ASA 1, sorriso durante tratamentos anteriores. Não foram encontradas cáries, há
gengival alto e biótipo tecidual normal. As lentes de contato dentais margens equigengivais e a gengiva é saudável.
preexistentes nos dentes incisivos centrais apresentam manchas
escuras sob as margens. As profundidades das bolsas periodontais
estão dentro dos limites da normalidade, não ocorreu sangramento à
sondagem e o paciente pratica boa higiene oral.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. As margens da restauração na zona estética devem ser profundas Resposta: B
para evitar problemas de manchas. Explicação:  Falso. Todos os materiais em porcelana modernos
A. Verdadeiro possibilitam a colocação de margens equigengivais ou, no máximo,
B. Falso 0,5 mm subgengival. Margens mais profundas aumenta o risco de
retração gengival e dificulta o isolamento apropriado da área
da umidade durante a aplicação da resina plástica.

2. O que possibilita a posição do primeiro fio quando este é Resposta: B


colocado na base do alvéolo dentário? Explicação:  O epitélio juncional está localizado na base do sulco;
A. Inserção de tecido conjuntivo tem em média 1 mm de espessura. O epitélio juncional tem de ser
B. Epitélio juncional tratado com cuidado para evitar lesão durante a colocação do fio,
C. Epitélio sulcular a cementação e a sondagem.

3. A retração dos tecidos moles pode ser causada por traumatismo Resposta: C
resultante de, por exemplo, cirurgia, sondagem agressiva, Explicação:  Biótipos periodontais finos são mais suscetíveis à
colocação agressiva de fio e manipulação agressiva da raiz retração em decorrência de manipulação ou traumatismo.
do dente. Tecidos periodontais com quais das seguintes É crucial exercer extremo cuidado.
características correm maior risco de retração?
A. Pontilhado gengival
B. Redução da altura das papilas interdentais
C. Biótipo periodontal fino
D. Profundidade das bolsas inferior a 2 mm
88 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 72  Tratamento Periodontal de Suporte


Caso clínico 72.1

Paciente:  Mulher de 38 anos de idade. História patológica pregressa:  Os cuidados dentários da paciente
Queixa principal:  “Minha gengiva tem sangrado e meus dentes têm sido irregulares.
estão moles.” Exame odontológico atual:  A paciente apresenta uma forma
avançada de periodontite crônica generalizada.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Os dentes 30 e 31 apresentam profundidades de bolsas Resposta: C
periodontais semelhantes. Foi constatado que o dente de número Explicação:  Ver referência 44.
30 apresenta perda óssea de grau 1 na furca. Como essa perda
óssea de grau 1 na furca influencia o prognóstico do dente 30
em comparação com o dente 31 que não apresenta perda óssea
na furca?
A. O prognóstico do dente 31 é pior
B. O prognóstico do dente 30 é pior
C. O prognóstico é igual para grau 1 e para grau 0
D. O prognóstico é igual para todos os graus de
comprometimento da furca
  Casos Clínicos 89

Caso clínico 72.2

Paciente:  Mulher de 62 anos de idade. Exame odontológico atual:  O dente de número 30 não apresenta
Queixa principal:  Fez exame odontológico e radiografia para bolsas periodontais maiores que 3 mm e não há sangramento à
verificar implante no dente 29 um ano após colocação de coroa. sondagem. Quando a oclusão foi verificada com papel carbono azul,
toda a superfície oclusal ficou azul.
História patológica pregressa:  O implante no dente de número 30
foi restaurado há 38 meses e o implante no dente de número 29 foi
restaurado há 14 meses. A paciente apresenta uma forma grave de
bruxismo, perdeu dentes em decorrência de fraturas e não tem usado
a placa de mordida.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Qual é o melhor diagnóstico? Resposta: D
A. Perda óssea peri‑implante
B. Peri‑implantite
C. Sobrecarga oclusal
D. A e C

2. Qual é o melhor tratamento para o implante no dente de número Resposta: B


30?
A. Cirurgia peri‑implante
B. Ajuste oclusal e reavaliar após quatro meses
C. Antibióticos
D. Apenas tratamento periodontal de suporte
90 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 73  Resultados do Tratamento Periodontal


Caso clínico 73.1

Paciente:  Mulher de 60 anos de idade. doença periodontal avançada com intervenção cirúrgica e fez
Queixa principal:  “Eu me mudei recentemente para cá e gostaria de acompanhamento durante 5 anos.
sua ajuda com meu tratamento periodontal.” Exame odontológico atual:  A higiene oral é boa. Três bolsas
História patológica pregressa:  A paciente está procurando periodontais têm 4 mm de profundidade, mas não houve alteração em
tratamento periodontal de suporte porque mudou‑se recentemente 5 anos. Não houve sangramento à sondagem. A mobilidade dos dentes
para essa região. Ela foi tratada no estudo Lindhe por causa de não se modificou em 5 anos e a paciente consegue mastigar bem.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Qual é o melhor diagnóstico periodontal para esse caso? Resposta: D
A. Periodontite avançada
B. Periodontite agressiva
C. Periodontite refratária
D. Periodonto reduzido, mas saudável
  Casos Clínicos 91

Capítulo 74  Anatomia, Biologia e Função Peri‑Implantares


Caso clínico 74.1

Paciente:  Homem de 47 anos de idade. Exame odontológico atual:  O exame revela boa saúde periodontal
Queixa principal:  “Estou aqui para uma consulta de rotina para meus e peri‑implante. A higiene oral (controle do biofilme) é boa.
dentes e implantes.” Os tecidos são róseos sem sinais de edema ou eritema. A dentição
está íntegra e parece estável. Não há patologia evidente nem
História patológica pregressa:  O paciente relata que se mudou necessidade de reparo/substituição de restaurações. É recomendada
recentemente para esse estado por causa do trabalho. Ele não tem manutenção periodontal/peri‑implante de rotina. A avaliação
queixas, mas deseja acompanhamento odontológico. Ele nega radiográfica dos implantes dos dentes 8 e 9 mostra bom suporte
problemas de saúde sistêmicos, não faz uso de medicamentos e não é ósseo com níveis de crista discretamente abaixo da junção
tabagista. Usa multivitamínicos. Informa que tem implantes que implante‑pilar protético.
substituíram incisivos centrais superiores. Os implantes foram
colocados há aproximadamente 6 a 7 anos.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Qual das seguintes opções medeia a inserção de células na Resposta: B
superfície do implante? Explicação:  Não existe inserção verdadeira de tecido conjuntivo ao
A. Lâmina lúcida implante dentário. A lâmina densa forma um tecido fibrótico em torno
B. Lâmina densa da superfície do implante dentário.
C. Hemidesmossomas
D. Desmossomas

2. O complexo sulcular peri‑implante inclui todas as seguintes Resposta: A


opções EXCETO: Explicação:  O complexo sulcular em torno do implante dentário
A. Osso é considerado um complexo de tecidos moles, que não inclui
B. Epitélio juncional tecidos duros.
C. Inserção de tecido conjuntivo
D. Epitélio sulcular

3. Como podem ser descritas as fibras de tecido conjuntivo em torno Resposta: D


de um implante dentário? Explicação:  Alguns estudos em animais e seres humanos
A. Circulares mostraram que os alinhamentos de fibras do tecido conjuntivo são
B. Alveolar‑gengivais verticais circulares e horizontais.
C. Periosteal‑gengivais
D. Todas as opções acima

4. A extensão apical do epitélio juncional está __________ da Resposta: A


interface implante/pilar protético. Explicação:  Os tecidos moles peri‑implante consistem em tecido
A. Acima conjuntivo recoberto por epitélio. Apical à longa inserção de
B. No mesmo nível epitélio juncional existe uma zona de tecido conjuntivo acima do
C. Abaixo osso de suporte.

5. O que, tipicamente, circunda o topo do implante dentário? Resposta: C


A. Osso e epitélio Explicação:  Nos pacientes saudáveis a face mais coronal do implante
B. Tecido conjuntivo apenas é circundada por osso e tecido conjuntivo.
C. Osso e tecido conjuntivo
D. Apenas epitélio
92 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 75  Avaliação Clínica do Paciente para Implante


Caso clínico 75.1

Paciente:  Mulher com 27 anos de idade. Exame odontológico atual:  O dente canino direito inferior apresenta
Queixa principal:  “Desejo substituir um dente que perdi desvio mesial para fechar o espaço do dente incisivo lateral ausente.
por um implante.” O espaço aberto é distal ao dente canino. A dimensão mesial‑distal do
espaço edêntulo é de 4,5 mm. Uma tomografia da área revela que o
História patológica pregressa:  A paciente apresenta ausência espaço mesial‑distal entre as raízes dos dentes canino e pré‑molar é
congênita do incisivo lateral direito inferior. Ela usa uma prótese de aproximadamente 4 a 4,5 mm.
parcial removível há muito tempo, mas agora deseja algo definitivo.

A B

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Quais são as opções para substituir o dente incisivo ausente? Resposta: D
A. Implante dentário Explicação:  Algumas opções são melhores que outras, mas todas são
B. Prótese parcial fixa dos dentes 27 e 28 possíveis. A opção de implante é desafiadora por causa do espaço
C. Prótese parcial removível limitado.
D. Todas as opções acima

2. Quanto espaço é necessário para substituir um dente nessa Resposta: C


posição? Explicação:  O espaço mesial‑distal mínimo necessário para um
A. 4 mm implante estreito (3,2 a 3,5 mm) é de 6 mm. É desejável manter um
B. 5 mm mínimo de 1 a 1,5 mm de osso em torno de todas as superfícies,
C. 6 mm especialmente entre o implante e o dente adjacente.
D. 7 mm

3. Qual é o espaço interoclusal ideal necessário para a coroa do Resposta: D


implante, o pilar protético e o parafuso? Explicação:  O espaço interoclusal mínimo é, provavelmente, de
A. 4 mm cerca de 4 a 5 mm, mas a unidade restauradora seria muito
B. 5 mm curta. O espaço interoclusal ideal necessário para a coroa do implante
C. 6 mm é de 7 mm.
D. 7 mm
  Casos Clínicos 93

Capítulo 76  Diagnóstico por Imagem para o


Paciente de Implante
Caso clínico 76.1

Paciente:  Homem com 38 anos de idade.


Queixa principal:  “Senti recentemente dor aguda nos meus dentes
posteriores (a direita) após cortar alguns fios de cobre no trabalho.”
História patológica pregressa:  O paciente é um eletricista que foi ao
seu consultório e apresentava profundidade à sondagem estreita de
11 mm localizada no ângulo distobucal do dente de número 3.
Todos os parâmetros clínicos sugerem possível fratura.
Em uma tentativa de salvar esse dente, você solicitou uma
tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) para localizar
quaisquer fraturas.
Exame de imagem:  Um corte coronal da TCFC do dente de número
3 identificou uma estrutura neurovascular (circulada em vermelho)
na parede lateral do seio maxilar.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. A estrutura neurovascular (circulada em vermelho) é identificada Resposta: D
como a _______. Explicação:  Vasos intraósseos são encontrados na maxila e na
A. Artéria palatina descendente mandíbula. É importante identificar a localização, especialmente se
B. Artéria infraorbital for planejado um procedimento cirúrgico na área. A artéria alveolar
C. Artéria maxilar superior posterior atravessa a parede lateral do seio maxilar.
D. Artéria alveolar superior posterior
E. Artéria esfenopalatina

2. A estrutura neurovascular (circulada em vermelho) consiste em Resposta: D


um ramo de qual nervo craniano? Explicação:  O nervo trigêmeo (NC V) é responsável pela inervação
A. Nervo olfatório (NC I) da parte lateral da face.
B. Nervo óptico (NC II)
C. Nervo oculomotor (NC III)
D. Nervo trigêmeo (NC V)
E. Nervo facial (NC VII)

3. O nervo identificado na pergunta anterior se origina no cérebro e Resposta: A


sai do crânio através de quais forames? Explicação:  Ver anatomia.
A. Forame rotundo
B. Forame oval
C. Forames da lâmina cribriforme
D. Fissura orbital superior
E. Forame estilomastóideo
94 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Caso clínico 76.2

Paciente:  Mulher com 68 anos de idade. possibilidade de patologia e para identificar importantes estruturas
Queixa principal:  “Meu dente superior direito foi extraído por causa anatômicas. Os dados da TCFC no formato DICOM para o local
de uma cárie enorme há aproximadamente 5 meses. Eu gostaria de edêntulo de número 4 foram obtidos do dentista que extraiu o dente
colocar um implante o mais cedo possível porque não consigo mais da paciente.
rir por causa do espaço que ficou no local.” Achados no exame de imagem:  A imagem periapical normal
História patológica pregressa:  A tomografia computadorizada de demonstra que o local da extração cicatrizou por completo.
feixe cônico (TCFC) é um exame de imagem importante para avaliar Os cortes sagital e coronal do local do potencial implante
as características, a quantidade e o volume ósseos; para descartar a (onde estava o dente de número 4) são mostrados adiante.

Questão baseada no caso Solução e explicação


1. Identificar a estrutura circulada em vermelho. Resposta: B
A. Estrutura anatômica anormal Explicação:  Ver anatomia.
B. Artéria palatina maior
C. Artéria alveolar superior posterior
D. Padrão normal de trabeculação óssea
E. Nenhuma das respostas acima
  Casos Clínicos 95

Capítulo 85  C
 omplicações e Falhas Relacionadas ao
Implante
Caso clínico 85.1

Paciente:  Homem de 53 anos de idade. Exame odontológico atual:  O exame revela profundidades à
Queixa principal:  “Eu desejo colocar implantes para repor os dentes sondagem generalizada das bolsas periodontais de 2 a 4 mm com
que perdi há anos.” profundidades localizadas de 5 a 6 mm. Existe placa dentária
(i.e., biofilme) generalizada leve a moderada, retração gengival
História patológica pregressa:  O paciente perdeu a maioria dos mínima e discreto eritema gengival marginal. Ele não apresenta
dentes posteriores há mais de 10 anos em decorrência de doença os molares superiores e os terceiros molares inferiores. O exame
periodontal. Ele tem uma prótese parcial superior, mas não a usa. radiográfico revela seios pneumatizados e osso trabecular frouxo na
Ele tem diabetes melito, controlado por dieta e hipoglicemiante oral parte posterior da maxila.
(metformina), e hipertensão arterial, controlada com medicação
(lisinopril). Ele fuma 1 maço a 1,5 maço de cigarros por dia nos
últimos 30 anos.

Questões baseadas no caso Solução e explicação


1. Esse paciente é um candidato a colocação de implante na sua Resposta: B
dentição posterior inferior? Explicação:  Esse paciente apresenta vários fatores de risco que
A. Sim, ele é um candidato ideal. reduzem a probabilidade de sobrevida e do sucesso dos implantes.
B. Sim, mas há preocupações. O tabagismo é o fator mais significativo, sobretudo no caso de
C. Talvez sim, talvez não. implantes na parte posterior da maxila.
D. Não, de jeito algum.

2. Qual das seguintes opções é uma complicação cirúrgica da janela Resposta: C


lateral do procedimento de aumento ósseo no seio maxilar? Explicação:  Várias artérias irrigam o seio maxilar, inclusive a artéria
A. Hemorragia a partir de vasos alveolares inferiores alveolar posterior‑superior, que podem ser encontradas durante a
B. Lesão neuropática (nervo alveolar inferior) abordagem de janela lateral para elevação do seio e aumento ósseo.
C. Hemorragia a partir dos vasos alveolares superiores
posteriores
D. Lesão neuropática (nervo incisivo)

Caso clínico 85.2

Paciente:  Homem branco com 64 anos de idade. Exame odontológico atual:  O exame revela que o implante no lugar
do dente 4 é móvel (ou seja, classe 1). O implante se move com a
Queixa principal:  “Meu implante está frouxo e dói quando escovo o
coroa. Os tecidos moles bucais consistem basicamente em mucosa
local.”
não inserida. A extremidade apical do implante está direcionada para
História patológica pregressa:  O paciente relata que foi colocado um o palato. A coroa do implante é mantida com parafuso, com o acesso
implante no local do dente de número 4 e foi colocada uma coroa do parafuso na cúspide bucal. A dentição natural mostra evidências
única há 5 anos. de bruxismo (ou seja, desgaste importante das facetas).

Questões baseadas no caso Soluções e explicações


1. A posição palatal do implante contribuiu para cargas oclusais não Resposta: D
axiais, causando mais provavelmente qual resultado? Explicação:  Se qualquer implante estiver móvel, seja qual for a
A. Fratura do verniz causa, houve perda da osteointegração, ele não está mais conectado
B. Afrouxamento da prótese ao osso e deve ser removido.
C. Afrouxamento do parafuso
D. Perda da osteointegração

2. Quais parâmetros protéticos são tidos como redutores da carga Resposta: A


oclusal no implante? Explicação:  Uma lâmina oclusal estreita é favorável. Uma grande
A. Lâmina oclusal estreita ponte cantilever resultaria em distribuição desfavorável das forças
B. Aumento da ponte cantilever bucal oclusais. É preferível não ter balanceamento e contatos funcionais e
C. Contatos funcionais maximizados cêntricos mínimos.
D. Contatos cêntricos maximizados

3. Que tipo de tecido em torno do implante pode diminuir o risco Resposta: A


de perimucosite ou peri‑implantite? Explicação:  As características (ou seja, espessura e densidade)
A. Um mínimo de 2 mm de gengiva queratinizada do tecido que circunda a face coronal dos implantes influenciam a
B. Um mínimo de 1 mm de gengiva queratinizada vedação peri‑implante estabelecida e a resistência à inserção e a
C. Uma borda inteira de mucosa independente perda óssea.
D. O tipo ou as características do tecido não influencia o risco
de doença em torno do implante.
96 Newman e Carranza  Periodontia Clínica

Capítulo 86  Tratamento de Suporte ao Implante


Caso clínico 86.1

Paciente:  Mulher de 73 anos de idade. Exame odontológico atual:  O implante no lugar do dente 14 é do
Queixa principal:  A paciente relata dor e sangramento na parte tipo Straumann com 4,8 mm de diâmetro. A paciente apresenta
posterior superior esquerda sempre que escova os dentes. eritema e edema leves a moderados. Não existe tecido queratinizado
bucal e existem 3 mm de retração bucal. A mucosa bucal não está
História patológica pregressa:  A paciente tem hipertensão arterial, aderida e não é bem adaptada. As profundidades à sondagem
hipotireoidismo, depressão e ansiedade. Ela fuma 10 a 15 cigarros peri‑implante são de 4 a 5 mm. O primeiro filamento do implante na
por dia, com intervalos sem fumar, desde os 17 anos de idade. face bucal é detectável com a sonda periodontal. Existe biofilme
Faz uso de lisinopril, levotiroxina e duloxetina. Ela tem uma prótese maciço.
dentária fixa 12 × 14 restaurada há 10 anos. Ela não relata dor ou
desconforto associado aos implantes.

B C

Questões baseadas no caso Soluções e explicações


1. As informações clínicas e radiográficas são adequadas para o Resposta: B
diagnóstico e o tratamento. Explicação:  Embora seja mostrada uma radiografia interproximal
A. Verdadeiro (bite wing) vertical e as cristas ósseas mesial e distal no implante 14
B. Falso sejam visíveis, uma radiografia periapical adicional é necessária para
possibilitar visualização completa do implante antes de poder ser
feito um diagnóstico.

2. Com base nas informações apresentadas, qual é o diagnóstico Resposta: B


provável? Explicação:  Nas radiografias não parece existir perda óssea mesial
A. Mucosite peri‑implante nem distal, mas a existência de biofilme, inflamação, retração e perda
B. Peri‑implantite óssea bucal detectada pela sondagem apoia o diagnóstico de
C. Saúde peri‑implantite.

3. O tratamento tem de ser iniciado com qual das seguintes opções? Resposta: A
A. Orientação geral e instruções de higiene oral do paciente Explicação:  A causa de mucosite peri‑implante e peri‑implantite é o
B. Desbridamento do implante biofilme. Para o tratamento ser bem‑sucedido, a paciente precisa
C. Aumento dos tecidos moles controlar efetivamente o biofilme. Após o efetivo controle do
D. Aumento ósseo biofilme e a resolução do processo inflamatório, o implante pode ser
avaliado em relação à necessidade de aumento dos tecidos moles.
  Casos Clínicos 97

Capítulo 87  Resultados do Tratamento com Implantes


Caso clínico 86.1

Paciente:  Homem de 57 anos de idade. Exame odontológico atual:  O dente de número 9 apresenta retração
Queixa principal:  “Me dente da frente está mole. Isso me aborrece e gengival localizada importante. A mobilidade do dente é de classe
quero colocar um implante.” 2/3. Esse dente está desviado no sentido coronal e facial.
Não há medidas significativas da profundidade à sondagem das
História patológica pregressa:  O paciente relata traumatismo nos bolsas periodontais em torno do dente 9 ou no restante da dentição.
dentes anteriores nos primeiros anos da adolescência. Os dois dentes O paciente é saudável e não tem doenças sistêmicas.
incisivos centrais foram fraturados. Múltiplas restaurações foram
feitas ao longo dos anos. O dente de número 9 tinha um tratamento
de canal e uma coroa. Posteriormente, tornou‑se infectado e foi
necessária apicoectomia. Atualmente o dente está frouxo e migrando.

Questão baseada no caso Solução e explicação


1. É possível colocar um implante no local do dente de número 9? Resposta: A
A. Sim. Implantes podem substituir com sucesso dentes com Explicação:  Provavelmente haverá necessidade de aumento dos tecidos
problemas. moles e duros. A colocação do implante na parte anterior da maxila tem
B. Não. Existe retração gengival excessiva. sido uma opção bem‑sucedida no caso de dente único.
C. Não. Os implantes não são bem‑sucedidos na parte anterior da
maxila.
D. Talvez. Depende das demandas estéticas do paciente.

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