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Deontologia em Higiene Oral

Curso de Higienistas Orais


ANÁLISE DO CASO

1. Factos relevantes para a análise do caso


2. Princípios éticos envolvidos
3. Artigos do código implicados na análise do caso
4. Presença de conflito entre princípios e/ou artigos
5. Alternativas possíveis
6. Justificação da alternativa escolhida

CASO 1 –

João trabalha num consultório dentário há 5 anos. O ambiente de trabalho e o salário é muito
bom. O número de pacientes tem aumentado e foi necessário contratar mais um higienista. A
pessoa contratada é uma higienista recém formada. Ao observar o trabalho da colega o João
verifica que ela se esquece de fazer a história médica e dentária dos pacientes novos ou de rever
a dos recalls. Apercebe-se igualmente, quando efectua consultas de manutenção de alguns
pacientes da colega, da presença de cálculos sub- gengivais. À parte de isto a colega chega
todos os dias atrasada aumentando o tempo de espera dos pacientes. O João tem sido tolerante
reservando para si a opinião sobre a colega mas a partir de uma conversa com a colega começou
a tratar mal a colega e a ameaça-la de denúncia ao director clínico.

CASO 2 –

Sou higienista oral e trabalho para o Dr. Mendes há 1 mês. Na semana passada observei pela
primeira vez um paciente do Dr. Mendes que tem vindo às suas consultas de 6 em 6 meses nos
últimos 5 anos. Ao efectuar status periodontal verifiquei diversas áreas com bolsas profundas
que não tinham sido diagnosticadas anteriormente. O status radiográfico revelou reabsorção
óssea vertical e horizontal. Mostrei as radiografias ao paciente bem como a presença de
hemorragia e exudado purulento proveniente de algumas bolsas. O paciente ficou espantado já
que há 6 meses atrás estava tudo bem. Falei-lhe no plano de tratamento previsto incluíndo a
possível necessidade de cirurgia e o paciente mostrou-se interessado em resolver o seu
problema. Em seguida chamei o Dr. Mendes para o pôr ao corrente do que se passava. O Dr.
Mendes olhou de relance para as radiografias e disse: “Os seus dentes vão durar toda a vida...no
entanto tem que ter cuidado com essa gengivite... A sua gengiva sangra com muita facilidade
mas depois do higienista fazer a limpeza e o ensinar a fazer o fio tudo vai passar”.

O paciente pareceu muito confuso mas eu verifiquei que a confiança depositada no dentista
prevalecia aos meus avisos.

CASO 3 –

No consultório onde trabalha a higienista oral Alexandra é remunerada segundo uma


percentagem por cada tratamento efectuado. Um bónus adicional por cada paciente observado
além dos oito diários é igualmente oferecido. Desta forma ela consegue aumentar os seus
rendimentos simplesmente trabalhando mais rápido, ou seja, “despachando pacientes”.

Para aumentar ainda mais o seu ordenado Alexandra resolve começar a fazer um maior número
de radiografias, a colocar selantes e a fazer aplicações tópicas de flúor mesmo em utentes livres
de cárie.

Ao ser confrontada com esta situação por outro colega Alexandra defende-se dizendo que no
seu caso faria o mesmo.
CASO 4 –

O higienista oral Paulo Gomes está a realizar o recall anual de um paciente com 16 anos. O
paciente pertence a uma família que é seguida pelo higienista há já alguns anos.
Ao examinar a boca do paciente observa várias desmineralizações cervicais com cáries
incipientes nos molares. A gengiva nestas áreas está inflamada não havendo no entanto placa
bacteriana em quantidade que justifique a inflamação. O higienista questiona o paciente acerca
da sua dieta, o consumo de hidratos de carbono e hábitos de higiene oral. O paciente nega todos
estes factores. A história médica do paciente também não revela alterações de importância a
não ser uma perda de peso recente de 8 kg. O higienista oral sugere então que talvez fosse
melhor referenciar ao médico assistente para excluir a hipótese de um problema de saúde geral.

Nesta altura o paciente refere que este problema pode ser devido ao uso de drogas à base e
anfetaminas e cocaína que coloca no vestíbulo. O paciente diz que a família não sabe e requer
confidencialidade.

CASO 5 –

A higienista Joana trabalha numa clínica com quatro dentistas generalistas. Três dos médicos
fazem trabalhos muito bons e esforçam-se por prestar os melhores tratamentos possíveis. No
entanto, o outro dentista faz uns tratamentos de muito má qualidade, nomeadamente, margens
de coroas defeituosas, restaurações que partem e caem entre outras coisas. Este dentista está
formou-se há 10 anos e desde então não tem feito muitas atualizações, ao contrário dos outros.

A questão que se coloca é qual é a obrigação ética com pacientes? Deve o HO afastá-los da sua
agenda? Deve algo ser dito ao director clínico?

CASO 6 –

Pedro Lemos é um amigo de infância. O seu pai João tem 80 anos é viúvo e vive num Lar de 3a
idade. O Sr. Lemos sofre de osteoartrose, doença cardíaca isquémica e apresenta estados de
confusão passageiros.

Uma tarde o Pedro telefona-lhe a perguntar se não se importa de observar o seu pai que está
com dor de dentes e o seu dentista habitual está de férias.

Ao efectuar a observação oral, além de um dente cariado que está a provocar a dor, o higienista
observa uma úlcera de forma ovóide com bordos endurecidos e irregulares no pavimento bucal
com 9mm de comprimento e 5 mm de largura. O Sr Lemos diz-lhe que é uma ferida que já tem
há algum tempo e que tem crescido ultimamente e que já falou nela ao dentista mas que este
lhe disse que era uma irritação provocada pela prótese e mandou- o bochechar com um elixir.

O higienista suspeita da lesão, chama o dentista que confirma os seus receios decidindo-se
encaminhar a lesão para biópsia. O resultado é um carcinoma espinocelular em estado muito
avançado. O Sr. Lemos acaba por falecer uns dias mais tarde. Pedro acha que se a lesão tivesse
sido detectada a tempo o seu pai poderia ter tido mais tempo de vida e decide processar o
dentista por negligência. Pede-lhe para testemunhar no processo.
CASO 7 –

Filipa Santos é uma nova utente do consultório, tem 45 anos e é enfermeira num hospital de
Lisboa. A última vez que fez tratamentos dentários foi há 10 anos.

Ao efectuar a história médica verifica que a utente tem uma cardiopatia congénita grave, não
havendo mais nada a salientar. Os exames clínicos e radiográficos revelam que tem dentes
cariados, raízes residuais e uma periodontite moderada.
Ao explicar o plano de tratamento à doente o higienista explica a necessidade de profilaxia
antibiótica para prevenir a endocardite bacteriana antes de cada consulta. Ao ouvir a sua
explicação a utente diz que se recusa a tomar qualquer antibiótico para tratamentos dentários.
Diz como enfermeira sabe os riscos que corre e que assinará um papel a livra-lo de qualquer
problema. Acrescenta ainda que já fez vários tratamentos dentários e que nunca foi preciso. Ao
perguntar-lhe porque é que ela é contra este procedimento ela respondeu: “ O meu pai morreu
por uma reacção alérgica a um antibiótico e se não me trata como eu quero vou a outro
consultório e omito a informação”

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