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Apostila

de
Prótese Total

Curso de Odontologia
Disciplina de Prótese Total

São José dos Campos


2020
Apostila
'Prótese Total " – UNESP – ICT/São José dos Campos (Baseada em
Cerveira Netto , H)

Autores
HENRIQUE CERVEIRA NETTO
Prof. Assistente Doutor Aposentado do D.M.O.P. da F.O. Campus de São José dos
Campos - UNESP.
Prof. Titular de Prótese Dentária da F.O. de Santos – UNIMES e UNIP-São Paulo

1ª ed.
O presente trabalho têm por finalidade orientar o estudo teórico das Próteses Totais
Mucosuportadas.
Não se trata de um trabalho completo sobre o assunto, nem dispensa o estudo mais
profundo nos livros didáticos.
Queremos deixar bem claro que nossa intenção foi compilar um roteiro didático que
oriente, cronologicamente, os diversos pontos de interesse no estudo da matéria.

2ª ed. (1996)
Mantendo o mesmo espírito original, foi nossa intenção atualizar alguns conceitos e
apresentar variações técnicas que se impuseram no transcorrer desses anos.
Espero que esta compilação continue sendo útil e facilite o aprendizado da Prótese Total,
despertando o prazer latente e o orgulho do trabalho bem executado.
H.C.N.
3ª ed. (2012)
Disciplina de Prótese Total - Depto de Materiais Odontológicos e Prótese FOCSJC -
UNESP Atualizado pelo Prof. Tarcisio J A Paes Jr

4ª ed. (2015)
Disciplina de Prótese Total - Depto de Materiais Odontológicos e Prótese ICT - UNESP

5ª ed. (2020)
Disciplina de Prótese Total - Depto de Materiais Odontológicos e Prótese ICT - UNESP

Professores:

Alexandre Luiz Souto Borges


Estevão Tomomitsu Kimpara
Paula Carolina Komori de Carvalho
Rubens Nisie Tango
Tarcisio José de Arruda Paes Junior

Alunos de Pós Graduação:

Ana Beatriz Gomes de Carvalho


Cristiane Mayumi Inagati
Leonardo Jiro Nomura Nakano
Natália Inês Gonçalves
Natália Rivoli Rossi
INTRODUÇÃO
ÍNDICE
Prefácio
1. Introdução ao Estudo da Prótese Total
1.1. Edentulismo no Brasil e no Mundo
1.2. Finalidades do tratamento
1.3. Desafios e índice de satisfação
2. Meios de Retenção e estabilidade em Prótese Total
2.1. Meios Físicos e Princípios biomecânicos
2.2. Planos Inclinados
3. Anamnese e Exame clínico
3.1. Ficha clínica
3.2. História médica
3.3. Exame extra-bucal
3.4. Exame da boca
3.5. Exames complementares
3.6. Exames do modelo de estudo
4. Estudo das moldagens
4.1. Limites da área chapeável
4.2. Músculos para-protéticos
4.3. Introdução ao Estudo das moldagens
4.4. Moldagem anatômica
4.5. Confecção da moldeira individual
4.6. Moldagem funcional
5. Planos de orientação
5.1. Base de Prova
5.2. Plano de orientação Superior (Corredor bucal, projeção dos
incisivos, altura do sorriso, Planos de Frankfurt e Camper)
5.3. Plano de orientação Inferior (DV, técnicas e maneiras para a sua
determinação)
6. Montagem em Articuladores
6.1. Articuladores
6.2. Montagem do modelo superior
6.3. Curva individual de compensação
6.4. Relação Central (manipulado, montagem, registro extra oral)
6.5. Montagem do modelo inferior
6.6. Individualização do articulador
7. Montagem de dentes
7.1. Escolha de dentes
7.2. Prova estética
7.3. Prova funcional
7.4. Ceroplastia
8. Fases Laboratoriais
8.1. Inclusão
8.2. Caracterização
8.3. Acrilização
8.4. Acabamento e polimento
9. Instalação e cuidados posteriores
9.1. Inspeção
9.2. Provas funcionais
9.3. Recomendações
9.4. Consultas de controle e alta clínica (consertos, questionamentos
de satisfação)
10. Remontagem e moldagem de boca fechada
11. Prótese total imediata
12. Overdentures
Índice remissivo
1. Introdução ao estudo da Prótese Total

O que é prótese? Peça artificial que substitui um órgão ou parte do corpo


que apresenta deficiência grave, assegurando suas respectivas funções, ou
que ajuda ou proporciona melhora em uma função natural. (Dicionário
Michaelis)
“A prótese total é o ramo da Prótese que se propõe a restaurar de maneira
total o paciente desprovido de dentes”.

As próteses totais são uma necessidade terapêutica não só na


reabilitação do sistema estomatognático, como também na reabilitação
psicossocial. Atualmente, a aspiração estética tem sido uma das maiores
motivações dos pacientes, e deve ser atendida com ponderação, coadjuvada
com a compreensão do paciente. Nesta questão, o cirurgião-dentista deve
ser um educador para seu paciente, explicando os detalhes que compõem o
tratamento, tais como a forma e distribuição dos dentes, postura labial, forma
do rosto, sorriso, idade, sexo, e muitos outros fatores que podem ser
analisados, os quais juntos formarão um conjunto que ajudará a compor a
personalidade do paciente, individualizando-o em seu meio. É necessário
também que o profissional use de um vocabulário coerente e evite uma
linguagem requintada ou termos técnicos que o paciente não consiga
entender.
O paciente idoso, nos dias atuais, participa coerentemente durante sua
reabilitação, tentando colaborar com a sua melhoria estética e funcional com
opiniões importantes. É papel do cirurgião-dentista ouví-lo e compreendê-lo o
máximo que puder, pois quanto maior a ajuda, maior o sucesso de seu
tratamento. Além disso, o profissional deve se apoiar em técnicas precisas e
conhecimentos científicos plenos para traduzir clinicamente as informações
recebidas e conseguir alcançar o sucesso esperado.

1.1 Edentulismo no Brasil e no mundo

Há alguma décadas, os conceitos de higiene e prevenção oral não


eram muito difundidos entre a população. É muito comum encontrarmos na
clínica pacientes idosos relatando que tiveram seus dentes extraídos
enquanto ainda eram jovens, por diversos motivos.
Ao invés de tratamentos
tratamentos restauradores e conservadores, a extração
dentária era o tratamento mais comum e acessível naquela época.
Com o passar do tempo, houve uma grande difusão dos conceitos de
higiene, preservação e prevenção, tanto pela ação governamental, bem como
ações promovidas por organizações privadas, que, por meio de doações e
recursos próprios, financiam trabalhos por todo o Brasil.
Como exemplo temos o “Brasil Sorridente”, que é uma política do
governo federal com o objetivo de ampliar o atendimento e melhorar as
a
condições de saúde bucal da população brasileira. O “Instituto Sorrir Para a
Vida” é uma organização não governamental criada para garantir o
tratamento odontológico de pessoas com câncer e com deficiências, em
situação de vulnerabilidade social. Já o “Dentista
“Dentista do Bem” é o principal
projeto da TdB (Turma do Bem), e conta com o trabalho voluntário de
cirurgiões-dentistas
dentistas que atendem em seu próprio consultório crianças e
jovens de baixa renda entre 11 e 17 anos, proporcionando-lhes
proporcionando lhes tratamento
odontológico gratuito
ratuito até que completem 18 anos. Atualmente, é a maior rede
de voluntariado especializado do mundo.
De 1980 a 2010, no Brasil, houve expressiva redução no valor do
CPOD da população. Nosso país apresentava uma prevalência muito alta de
cárie dentária em 1980 (CPOD = 7,3), e passou para uma baixa prevalência
(CPOD = 2,1) em 2010. As principais causas para esta redução foram o
aumento no uso de compostos fluoretados na água de abastecimento, nos
dentifrícios e na aplicação tópica dos dentes; maior acesso da população aos
serviços odontológicos; aumento das ações de promoção de saúde e
prevenção em saúde bucal.
Gráfico retirado do artigo “Variação do índice CPOD do Brasil no período de 1980 a 2010”
(Rev. bras. Odontol. 2015).

Entretanto, mesmo com a redução do índice de CPOD, o edentulismo


ainda afeta boa parte da população brasileira e mundial. Segundo o artigo “O
edentulismo no Brasil: epidemiologia, rede assistencial e produção de
próteses pelo Sistema Único de Saúde” publicado em 2016, 53,9% dos
pacientes analisados entre 65 e 74 anos apresentam ausência total de
dentes. Além disso, este artigo afirma que quanto maior a idade do paciente,
maior sua perda dentária; e quanto menor sua escolaridade e sua renda,
também há maior perda dentária. Porém, este índice de edentulismo
considerável não ocorre apenas no Brasil, visto que um dado publicado em
2000 mostra que países considerados desenvolvidos como Finlândia e
Inglaterra também apresentam uma quantidade considerável de indivíduos
edêntulos, sendo 41 e 46%, respectivamente, para as mesmas faixas etárias
(WHO Global Oral Health Data Bank and WHO Oral Health Country/Area
Profile Programme, 2000).

1.2 Finalidades do tratamento

"Na construção de próteses totais, o objetivo principal é a preservação


dos rebordos alveolares; os objetivos secundários serão a eficiência
mastigatória e a estética". TRAPOZZANO, V.R. (1959)
"Devemos ter sempre em mente que o campo sobre o qual apoiamos
nossos aparelhos protéticos, não é estável ou fixo, porém sujeito a contínuas
alterações, no espaço e no tempo."- ALDROVANDI, C. (1960)

As principais finalidades do tratamento com próteses totais são:


1- Restaurar a função mastigatória: sabe-se que, com a ausência dos
dentes, a mastigação é prejudicada. Sendo assim, as próteses totais
devem ter como finalidade devolver o conforto e a função mastigatória ao
paciente, dentro das possibilidades e considerando as limitações do
tratamento;
2- Restaurar as medidas e contornos da face segundo a estética: o
paciente desdentado sofre algumas alterações no contorno facial, tais
como redução da dimensão vertical, e consequentemente o aparecimento
do chamado “perfil de polichinelo”. A confecção de próteses totais
adequadas tem como finalidade restabelecer na medidas do possível as
dimensões perdidas ao longo do tempo, e também melhorar outros
contornos faciais, tais como o suporte labial e sulco naso-labial, por
exemplo;
3- Corrigir os defeitos da fonética devido à perda dos dentes: além
das outras condições já citadas, a perda dos dentes também causa
alterações na fonética do paciente devido a dificuldade de pronunciar
fonemas línguo-dentais e lábio-dentais. Uma prótese bem confeccionada
conseguirá corrigir e melhorar este aspecto tão importante;
4- Restaurar sem produzir lesões ao paciente: este conceito é
fundamentalmente biológico, pois é essencial que nossas próteses, ao
restaurar algumas funções, não prejudiquem outras além de manter
tecidos bucais saudáveis.

1.3 Desafios e índice de satisfação

Um dos grandes desafios no tratamento com prótese total é a


expectativa do paciente, pois muitas vezes o paciente associa o tratamento
com prótese total a um artesanato: ele acredita que o dentista toma as
medidas, prova e entrega a prótese. É dever do cirurgião-dentista
desconstruir esta ideia dos pacientes, explicando com cautela e paciência as
limitações, os procedimentos, e adequando suas expectativas ao tratamento.
A adaptação de uma prótese é difícil, e o profissional deve ser claro e
realista para explicar ao paciente que não é uma questão de material, mas
sim, um tratamento biológico. Neste tratamento, várias modificações ocorrem
e o paciente precisa entender que as próteses totais devem ser substituídas
em um prazo médio de cinco anos.
As causas mais frequentes de falhas das Próteses Totais são:
1- Comprometimento psíquico;
2- Estudo prévio insuficiente e/ou mau preparo da boca;
3- Pouco cuidado na tomada das impressões (moldagens);
4- Falha no estabelecimento da OC;
5- Pressões desequilibradas quando da tomada dos registros;
6- Falha na delimitação das bordas;
7- Nível oclusal incorreto;
8- Estética insuficiente;
9- Falhas no ajuste oclusal e desgastes. ROWE, A.T. (1935)

Prognóstico

Baseia-se na coleta de todos dados citados. O prognóstico deve ser


informado ao paciente para que ele saiba das limitações da prótese, antes
mesmo da confecção da mesma.

"Como alguém pode esperar, preparar seu paciente psicologicamente


e acompanhá-lo durante o período de sua volta à normalidade, sem o
profundo conhecimento da anatomia, fisiologia e patologia
envolvidas?".MONSON, G.S. (1922)

O prognóstico está diretamente ligado ao perfil psicológico do


paciente, que pode ser dividido em receptivo, cético, histérico, e
indiferente. O paciente receptivo geralmente é calmo, equilibrado, motivado
e confia no profissional. O prognóstico para este paciente tende a ser
favorável, pois por mais que tenha uma certa dificuldade no caso, ele é
colaborativo e entende as limitações do tratamento. O paciente cético é
sistemático e de difícil satisfação, aquele que tenta comandar o tratamento.
Neste caso, o prognóstico é duvidoso, pois o paciente geralmente não confia
no profissional como deveria, subestimando seu conhecimento. Já o paciente
histérico é inquieto e nervoso, geralmente tem saúde bucal precária e tem
histórico de já ter feito diversos tratamentos mal-sucedidos. O prognóstico
tende a ser desfavorável pelo mesmo motivo do paciente anterior. Por fim, o
paciente indiferente normalmente é despreocupado com sua aparência e é
levado ao tratamento por insistência de outros (como familiares, por
exemplo). Não se incomoda com a ausência de dentes, e o prognóstico é
duvidoso.
O prognóstico também é dependente da motivação do paciente, que
funciona como um índice da cooperação que poderemos esperar de sua
parte. Costuma-se classificar as diversas motivações como sendo por
familiares e amigos, estética, dor e saúde, sendo a estética e a dor as
principais motivações da grande maioria dos pacientes. Segundo José Ceratti
Turano, no livro Fundamentos de Prótese Total (2010), estas são as
motivações que levam o paciente a procurar o tratamento com próteses:
1) Por dor: os pacientes que procuram o dentista apenas em caso
de dor são, geralmente, aqueles que cuidam mal de seus
dentes e que, desesperados correm ao consultório porque a dor
escolhe sempre o pior momento para aparecer. Estes
pacientes possuem uma ideia errônea do que é a prótese total,
porque o paciente sofre bastante, inevitavelmente, em todo o
processo de adaptação da prótese total. Não devemos aceitar a
dor como motivação para adaptação de uma prótese total.
Exemplo: paciente que chega ao consultório com dor e pede
para o cirurgião-dentista extrair todos os dentes e fazer uma
prótese total.
2) Por outro indivíduo: pacientes que são motivados por outros
pacientes. Neste caso, devemos fazer o paciente assumir a
responsabilidade de instalar a prótese total, sem que esta
responsabilidade seja passada a pessoa a qual o levou ao
consultório, como a/o esposa/o, por exemplo.
3) Por estética: já é um caso mais favorável, pois demonstra que o
paciente se importa mais com sua aparência. Porém, existe
uma diferença entre a aspiração estética do paciente e as
limitações dentro da possibilidade do tratamento com prótese
total.
4) Por prevenção: são os pacientes que sempre procuraram tratar
seus dentes, e que agora, necessitam de prótese total. Mesmo
assim, é necessário que o profissional saiba orientá-lo frente ao
seu novo comportamento, diante das dificuldades e limitações
que envolvem este tipo de prótese.
5) Fatores socioeconômicos: independente da condição
socioeconômica do paciente, ele necessita repor seus dentes
perdidos.

"A construção de próteses totais se inicia no momento em que o


paciente se apresenta. O protesista imediatamente, estima ou
classifica por análise criteriosa, o tipo, caráter e atitude mental
do indivíduo". PATERSON (1923).

Questões:
1- Quais são as finalidades do tratamento por próteses totais?
Explique.
2- Quais são as causas mais frequentes de falhas no tratamento
com próteses totais, e como evitá-las?
3- Qual o papel do cirurgião-dentista no sucesso do tratamento
com próteses totais?

Princípios Biomecânicos que regem as Próteses Totais

2. Meios de Retenção e Estabilidade

RETENÇÃO é a capacidade da prótese de resistir às forças extrusivas


que tendem a deslocá-la de sua posição.
Como fator de retenção podemos citar a atividade muscular exercida
inconscientemente pelo próprio paciente, mantendo a adaptação dos tecidos
circunjacentes às bordas da prótese. É evidente que não poderemos contar
com esta capacidade do paciente ao confeccionarmos próteses, e sim
devemos criar as condições necessárias para que isso ocorra. Portanto,
vamos utilizar meios físicos de retenção:

a) Gravidade: força que age de maneira positiva para a mandíbula e


negativa para a maxila. Houve uma época em que se utilizava a gravidade
como um auxiliar para a retenção de próteses mandibulares, aumentando
o peso das próteses totais mandibulares. Mesmo não levando em
consideração o desconforto causado ao paciente, o simples conhecimento
das leis de reabsorção já contraindicam o uso da gravidade como fator
auxiliar na retenção de próteses totais mandibulares.
b) Adesão: podemos conceituar a adesão como a força de atração física
entre moléculas diferentes entre si, quando em íntimo contato. Por
exemplo, quando a saliva molha e se adere à superfície da área basal da
prótese e à membrana mucosa da superfície de assento. Para melhor
compreendermos a adesão devemos estudar outra força intermolecular
que é a coesão.

→ Coesão: força inter-molecular existente entre as moléculas de um

mesmo corpo, força esta que mantém a unidade da substância como um


corpo. As forças de coesão que são responsáveis pela TENSÃO
SUPERFICIAL nos líquidos.

Podemos entender o mecanismo da adesão com um esquema:

Há coesão entre as moléculas da fibromucosa e coesão entre as


moléculas da saliva. Se tivermos um íntimo contato entre a saliva e a
fibromucosa, rompendo a tensão superficial da saliva, essa força se exercerá,
em forma de adesão tendendo a manter unidas a película de saliva e a
fibromucosa, como um corpo único.
Por outro lado temos coesão entre as pérolas de resina da base da
prótese total e coesão entre as moléculas da saliva; se mantivermos um
íntimo contato entre as duas, rompendo a tensão superficial da película de
saliva; as forças de tensão superficial da saliva exercerão adesão sobre a
resina da base da prótese total.
Seguindo esse raciocínio, se tivermos um íntimo contato entre a
base da prótese total e a fibromucosa de maneira que reste apenas um
filme de saliva interposto, as forças de tensão de saliva agirão tanto
sobre a base da prótese como sobre a fibromucosa mantendo-as em
contato e impedindo sua separação.
A resistência à penetração do ar entre a mucosa e a base da prótese é
dada pela película de saliva que existe entre elas, denominada lâmina
interfacial. Quando se retira uma prótese total da boca, verifica-se que há
uma lâmina de saliva na superfície interna da prótese e uma lâmina de saliva
na mucosa que estava recoberta pela prótese. Isso se dá porque, ao se
romper a lamina de saliva interposta entre a mucosa e a prótese, a força de
adesão da saliva com a prótese e a saliva com a mucosa é maior do que a de
coesão das suas moléculas.

“Quanto melhor for a adesão, quanto menor for a película de saliva e


quanto maior a área basal, maior será o efeito retentivo
proporcionado pela coesão.” JOSÉ CERATTI TURANO –
FUNDAMENTOS DE PRÓTESE TOTAL 2010

Podemos visualizar esse fenômeno, por exemplo, quando unimos


duas placas de vidro com água interposta: quanto menor for a película de
líquido mais difícil será a separação das placas.
STANITZ estudou esse aspecto da retenção elaborando a fórmula:
F = força de retenção
A = área de contato
C = coeficiente de tensão superficial
E = espessura do líquido

F= 2A x C/ E
Verifica-se que a força de retenção é diretamente proporcional a 2
vezes a área recoberta e ao coeficiente de tensão superficial da saliva;
indiretamente proporcional à espessura da película líquida interposta.

c) Pressão atmosférica: É do conhecimento geral que se retirarmos o ar


contido entre dois hemisférios em contato será difícil a sua separação.
Isso se dá devido à pressão exercida pela atmosfera. Podemos nos
utilizar dessa força auxiliar e realmente o fazemos, quando da construção
de nossos aparelhos protéticos, procurando o ajuste perfeito entre a base
e a fibromucosa, que reduza a película líquida a um filme e o "selamento
periférico" das bordas da prótese com o intuito de impedir a permanência
de bolhas de ar entre a base da dentadura e a fibromucosa.
Depreende-se que quanto mais íntimo for o contato da base da
prótese total com os tecidos de suporte, menor será a espessura da película
de saliva e maior a força de adesão.
Quanto mais íntimo for o contato das bordas da prótese total com os
tecidos circunvizinhos, menor será a possibilidade de entrada de ar entre as
partes e mais efetiva será a ação da adesão e da pressão atmosférica como
meios de retenção.

2.1 Meios físicos e princípios biomecânicos

1. Adesão
2. Pressão atmosférica
3. Suporte
4. Selamento periférico
5. Biomecânica (fisiologia) dos músculos mastigatórios

1. Adesão: a adesão depende do contato íntimo entre as superfícies da


fibromucosa e da base da prótese total. É o que denominamos "adesão
por contato". A adesão é proporcional às superfícies de contato, sendo
que, quanto maior for a área de contato maior será a adesão.

2. Pressão atmosférica: pressão é força atuando sobre superfície.


Quanto maior a superfície, mais efetiva a ação da pressão atmosférica
sobre a prótese total.

3. Suporte: representado pelas estruturas sobre as quais se assenta o


aparelho protético. Essas estruturas receberão os esforços decorrentes
da mastigação.

4. Selamento periférico: representado pela adaptação das bordas da


prótese total aos tecidos moles e de suporte. O selamento periférico é
devido à adaptação das bordas da prótese total aos tecidos
circunvizinhos, na região do fundo de sulco e limite palato duro/mole.
"A base da prótese total deve recobrir tanto a superfície de suporte e
tecidos circunvizinhos quanto possível, sem interferir nos movimentos dos
músculos e bridas susceptíveis de deslocar o aparelho protético de sua
posição ou causar injúrias ao paciente."

2.2 Planos inclinados

Uma prótese total promove boa distribuição de cargas axiais, ou seja,


cargas resultantes em direção ao longo eixo do rebordo. Planos inclinados
são cargas em quaisquer outras direções, que desviam forças e provocam
instabilidade. O protesista deve procurar sempre forças que atuem em ângulo
reto, e para isto deve considerar nove fatores (Turano 2010):

1) Direção das forças para o fechamento: tanto em dentição natural como


artificial, o paciente leva a mandíbula à posição que lhe ofereça maior
comodidade e eficiência, onde ele sinta maior resistência. De todas as
relações excêntricas, a mandíbula tenderá sempre a voltar para sua posição
cêntrica, e esses movimentos não verticais tenderão a desequilibrar as
próteses totais, seja pela ação muscular não vertical, ou seja pelos planos
inclinados das cúspides dentárias. Por isso, é preciso orientar os pacientes
no sentido de se habituarem a executar movimentos simples de abertura e
fechamento a fim de minimizar os planos inclinados.
2) Ação dos músculos sobre os dentes e superfícies das próteses totais:
a disposição dos dentes e a superfície polida da prótese podem propiciar
zonas que atuam como planos inclinados, estabilizando ou deslocando as
próteses totais, de acordo com o desequilíbrio que há nestas superfícies. A
pressão exercida pelas bochechas e lábios sobre a superfície vestibular das
próteses pode atuar, também, melhorando ou não a estabilidade das
mesmas. Dessa forma, a força centrífuga exercida pela língua e a força
centrípeta exercida pelas bochechas e lábios para colocar e manter o bolo
alimentar na superfície oclusal dos dentes sugere que a posição ideal dos
dentes seria em ponto neutro em relação a estas forças.
3) Efeitos da terceira Lei de Newton: Para cada ação de uma força há uma
reação igual e de sentido oposto. O sistema de oclusão das próteses totais
deve ser orientado de tal modo que o paciente se sinta mais inclinado a
mastigar com movimentos verticais do que horizontais (de lateralidade).
A reação igual e oposta produzida como resultado dos movimentos de
mastigação em lateralidade é mais prejudicial aos tecidos de suporte e
favorece a instabilidade das próteses.
4) Superfície articular da ATM: estabelecer um padrão oclusal
harmônico entre altura de cuspide e angulacao da cavidade articular -
(individualização)
5) Ângulo de abertura formado pelas superfícies de oclusão: quanto
mais paralelas forem as superfícies oclusais superior e inferior, melhor será a
estabilidade da prótese. Planos oclusais divergentes forçam as próteses a se
deslocarem no sentido anteroposterior.
6) Ação de alavanca: a inclinação do plano oclusal pode determinar
uma ação de alavanca, causando instabilidade na prótese total. Além disso, a
magnitude das forças mastigatórias, quando há discrepância entre os lados
direito e esquerdo, também pode ser um fator causador de ação de alavanca.
7) Ângulos formados pelos planos oclusais: as superfícies das
cúspides no plano oclusal devem se engrenar de forma que possam
estabelecer um “bloqueio” das próteses totais em função, impedindo seu
deslocamento.
8) Compressão do tecido de suporte: o rebordo sobre o qual as
próteses totais estão adaptadas não é rígido nem compressível de modo
uniforme. Sua forma não é estável, e pela ação e pressão mastigatória
intermitente ele muda de forma gerando, também, ações de alavanca. Estas
ações são impossíveis de remover, uma vez que são características
inerentes ao tecido, porém podemos controlá-las regularizando a área basal
e propiciando maior extensão da área basal das próteses no sentido de
aproveitar um melhor apoio ósseo.
9) Efeitos dos alívios: em algumas ocasiões o alívio não é conveniente
e por isso não está indicado. É necessário que o cirurgião-dentista seja
criterioso quanto a eleição das zonas de alívio para que não sejam criadas
novas áreas de instabilidade.

Questões:
1- O que são planos inclinados? Cite 3 formas de minimizá-los.
2- Explique o mecanismo de adesão e coesão que mantém a
retenção da prótese total.
3. Anamnese e Exame clínico

A anamnese e o exame da boca do paciente são de grande


importância pois é a partir deles que o planejamento é feito, e
consequentemente a determinação do prognóstico do caso. Também é de
suma importância a avaliação do estado mental/psíquico do paciente, que
também pode influenciar no tratamento.
Logo na primeira consulta, o paciente geralmente demonstra estar
preocupado com quatro aspectos do exame: a estética, a ausência de dor, a
eficiência mastigatória e o baixo custo. Por isso, o profissional deve explicitar
a importância da compreensão e colaboração do paciente durante e após o
tratamento. Por exemplo, na fase de adaptação com a prótese total, o
dentista deve explicar que o paciente deve usá-la a maior parte do tempo que
puder, para promover acomodação e adaptação dos tecidos bucais; também
que pode haver dor, e que ela é importante para orientar a conduta clínica
nas consultas de ajuste após a instalação da prótese.
Na anamnese, além dos dados pessoais do paciente devemos ficar
atentos ao estado físico do mesmo, pois ele é importante na determinação do
prognóstico do tratamento. A idade e o estado físico do paciente são fatores
que podem influenciar a reação do organismo frente ao estímulo causado
pela prótese. Sendo assim, a idade avançada associada a bom estado físico
é uma indicação para o uso de próteses, da mesma forma que a senilidade,
por si só, já é uma contraindicação.
Algumas perguntas também podem ser feitas num primeiro momento,
a fim de o profissional poder compreender mais a fundo quais são as
expectativas do paciente, e como se encontra sua condição
psicológica/emocional atual:
1- O paciente está insatisfeito com sua prótese atual?
2- O paciente compreendeu as possíveis limitações estéticas e
funcionais do seu caso?
3- O paciente está informado dos custos envolvidos no tratamento?
4- O paciente está avisado que serão necessários ajustes
subsequentes a instalação da prótese?
5- O paciente foi avisado que o sucesso da reabilitação depende do
estabelecimento e do cumprimento de um programa de
manutenção após a instalação da prótese?
Seguindo para o exame clínico, podemos dividi-lo em exame intra e
extra-oral, e também em visual, táctil, radiográfico e exame dos modelos de
estudo. Todos estes exames se completam, e é assim que visualizamos
todas as estruturas, palpamos os tecidos, e compomos sobre os modelos a
realização prática do caso.

3.1 Ficha clínica

A ficha clínica é onde o dentista vai anotar todos os dados do paciente,


desde dados pessoais como endereço e telefone para contato, até dados
sobre o tratamento. É de extrema importância para o seguimento do
tratamento (desde o início até os controles posteriores), uma vez que deve
conter as observações, limitações e etapas do caso clínico.
A ficha clínica deve conter:
a) local para anotar dados pessoais;
b) local para registro dos dados obtidos no exame clínico;
c) esquema de PENDLETON com descrição das áreas;
d) local para diagnóstico e prognóstico;
e) local para anotações durante o tratamento e controles posteriores.

3.2 História médica

Com relação à história médica do paciente, há algumas alterações que


são frequentes em pacientes idosos, e que devemos ter atenção. São elas:
redução do fluxo salivar ou xerostomia, infecções fúngicas (como
candidíase), osteoporose, edema causado pela retenção de líquido e
hiperplasia fibrosa inflamatória.
A saliva é fundamental tanto para indivíduos dentados quanto para
desdentados. Suas principais funções são promover ação antibacteriana e
antifúngica no meio bucal, iniciar a digestão, lubrificar e proteger a mucosa,
entre outros. Além disso, em pacientes desdentados, promove a retenção
das próteses totais por meio da força de adesão, em que uma fina película de
saliva se interpõe entre a superfície da prótese e o rebordo. A secreção diária
de saliva atinge normalmente 800mL a 1500mL, e a redução desse fluxo
pode influenciar diretamente a reabilitação do paciente, causando perda de
retenção, formação de ulcerações traumáticas devido ao contato direto da
prótese com a mucosa, e dificuldades na mastigação.
A redução do fluxo salivar ou a ausência de saliva podem ser
causadas por doenças como a Síndrome de Sjörgren; tratamentos de
radioterapia em região de cabeça/pescoço; pelo uso de alguns
medicamentos (ansiolíticos, broncodilatadores, anticonvulsivantes,
antidepressivos, entre outros); e pelo desequilíbrio hormonal comum na
menopausa. Mais uma vez vê-se a importância da anamnese, em que o
profissional deve perguntar quais os tipos de medicamentos usados pelo
paciente, histórico de doenças anteriores e se notou alguma alteração no
fluxo salivar no decorrer dos últimos anos.
Nestes casos, recomenda-se que o paciente coloque pequenas
quantidades de água na boca durante o dia (sem engolir), para promover
hidratação da mucosa, e nos casos mais severos recomenda-se o uso de
saliva artificial.
Infecções fúngicas também são relativamente comuns em pacientes
usuários de próteses totais, e isso se deve principalmente pela má higiene
(que permite a proliferação de microorganismos), e uso contínuo da prótese
(especialmente à noite, quando a produção de saliva diminui). A principal
infecção fúngica que acomete estes pacientes é a candidíase eritematosa.
Nestes casos, o tratamento mais eficaz é orientar o paciente para que
consiga uma melhoria na higienização das próteses e reforçar a importância
de permanecer um período sem utilizá-las, especialmente a noite. O uso
tópico de substâncias antimicrobianas como nistatina e clorexidina 0,12%
também pode colaborar, porém age como um coadjuvante uma vez que o
paciente precisa seguir as medidas citadas anteriormente. Em casos graves
ou persistentes indica-se o uso de medicação sistêmica.
A osteoporose é uma alteração que pode influenciar
significativamente a reabsorção do rebordo residual, e uma manifestação
clínica importante dessa alteração é a diminuição da densidade óssea,
observada através de exames por imagem, como a radiografia. A
osteoporose pode ser dividida em dois tipos, sendo o tipo I consequência da
redução hormonal causada pela menopausa e que afeta osso trabecular. Já
o tipo II é resultante do processo de envelhecimento das funções intestinais,
renais e hormonais, que afeta tanto osso trabecular quanto cortical. Mulheres
são mais propensas a serem afetadas pela osteoporose, uma vez que estão
sujeitas aos dois tipos. É válido ressaltar que a reabsorção óssea influencia a
reabilitação pela instabilidade e falta de retenção das próteses, bem como
pelo deslocamento de estruturas anatômicas importantes.
Por fim, a hiperplasia fibrosa inflamatória é uma lesão que surge na
mucosa como resposta à presença de uma irritação crônica associada a má
adaptação da prótese ou pelas chamadas “câmaras de sucção”, recurso
utilizado de forma errônea, na "tentativa" de se aumentar a retenção das
próteses totais. O tratamento para esta alteração tecidual consiste na
redução da região sobre estendida da base da prótese para melhor
adaptação ou confecção de uma nova prótese, e em alguns casos remoção
cirúrgica da lesão.

Paciente com a prótese total em posição.


Com a remoção da prótese total, é possível observar a hiperplasia na região
da borda da prótese.

Visão mais aproximada da lesão.

Lesão no palato provocada por câmara de vácuo

3.3 Exame extra-bucal

É de fundamental importância que o profissional tenha o conhecimento


sobre a anatomia extra-oral e intra-oral, para assim, saber diagnosticar as
alterações presentes no paciente e propor o melhor tratamento para o
mesmo. Com relação a anatomia extra-oral devem ser analisados:
- Lábios;
- Bochechas;
- Freio labial: músculo Orbicular dos lábios;
- Articulação temporomandibular (ATM).

Além disso, também devem ser observadas a dimensão vertical, o


suporte labial, a linha do sorriso e a altura incisal (no caso do paciente já ser
usuário de próteses totais). Estes quesitos podem ser observados ao longo
da anamnese, enquanto o cirurgião-dentista está conversando com o
paciente, a fim de perceber como estas estruturas e parâmetros se
comportam em repouso, e enquanto o paciente fala.

3.4 Exame intra-bucal

O exame da boca do paciente desdentado pode ser dividido em três


seções: a anatomia do desdentado; o exame da fibromucosa e o exame do
tecido ósseo, bem como a identificação da reabsorção óssea.

3.4.1 Anatomia do desdentado dental

Maxila:
- Rugosidades palatinas
- Rafe palatina
- Tórus maxilar
- Forames palatinos (emergência de nervos)
- Zona glandular do palato mole (não deve ser recoberta)
- Arcos alveolares
- Tuberosidades
- Freio labial: músculo orbicular dos lábios
- Inserção do músculo bucinador
- Fossa pterigomaxilar
- Ligamento pterigomaxilar
Maxila edêntula
Mandíbula:
- Freio labial: músculo Quadrado do mento e músculo Orbicular dos
lábios
- Freio lingual: músculo Genioglosso
- Forames mentonianos (emergência de nervos)
- Inserção do
o músculo Bucinador
- Linha oblíqua externa: inserção do músculo Bucinador e do músculo
Masseter
- Papila (trígono) retromolar - inserção de fibras profundas do músculo
temporal
- Músculo Constritor Superior da Faringe
- Linha oblíqua interna: inserção dos músculos - Milohioideo,
Geniohioideo, Pterigohideo medial
- Língua

Mandíbula edêntula
3.4.2 Fibromucosa

A fibromucosa apresenta-se como uma camada de epitélio escamoso


estratificado repousando sobre outra camada, a túnica própria. Este por sua
vez divide-se histologicamente em camada papilar e camada reticular.
Epitélio e Túnica constituem a MUCOSA que se apoia na SUB-MUCOSA.
Esta é constituída por um retículo de fibras elásticas frouxas e vasos.
O epitélio, por razões de sua função, apresenta-se recoberto por uma
camada córnea de células estratificadas nas regiões do palato duro e
gengivas.
As propriedades da fibromucosa que têm interesse protético são:
· Tonicidade: sua textura ao toque, sua resistência a deslocamentos.
Pode sofrer alterações de acordo com o estado físico do paciente e/ou
devidas a hiperplasias localizadas (edema - conteúdo histamínico).
· Resiliência: propriedade de devolução de esforços. Capacidade da
fibromucosa de voltar ao seu estado primitivo após ter sofrido certa
deformação a uma carga localizada. Está intimamente ligada à tonicidade.

As alterações que ocorrem, tanto em tecidos moles como em tecido


ósseo de suporte, afetam as posições das bases das próteses e portanto a
oclusão. Os tecidos moles respondem rapidamente aos estímulos externos
como pressão, calor, frio e aos estímulos internos como a quantidade de
fluidos que contêm nutrientes, sais e pressão sangüínea.
Um estudo feito em 1967 avaliou 522 pacientes portadores de
próteses e as conclusões obtidas foram (The Etiology of Mucosal
Inflammation Associated with Dentures. LOVE, William D. et alii
J.Pros.Dent.,18(6):515-27, 1967):
1- A adaptação da prótese tem a maior importância na condição da
mucosa de revestimento, mais do que qualquer outro fator.
2- A remoção das próteses à noite reduz, drasticamente, a incidência
de inflamação. Se combinada com a estimulação dos tecidos com uma
escova macia, a inflamação pode ser totalmente eliminada.
3- A idade é um fator importante na etiologia da inflamação. O grupo
MAIS JOVEM é o mais sujeito à inflamação devido ao alto potencial de
resposta aos estímulos.
4- Inflamação severa e hiperplasia papilar, são relativamente menores
na mandíbula do que na maxila.
5- Há necessidade de maior ênfase na educação dos pacientes
quando da instalação de próteses.
6- A etiologia da inflamação é complexa e necessita de mais estudos;
tanto para um tratamento efetivo, quanto para a sua prevenção.

Os tecidos moles variam de espessura, resiliência e na sua tolerância


à pressão, estando em contínua e constante adaptação e modificação de
acordo com os estímulos a que são submetidos. ORTMAN, 1977.

3.4.3 Tecido ósseo

O tecido ósseo é a base profunda de sustentação das próteses, sendo


assim, nos interessa conhecer as alterações que este tecido pode sofrer,
bem como as modificações nos rebordos alveolares quando ocorrem essas
alterações.
Dentre as alterações que o tecido ósseo pode sofrer, a reabsorção
óssea alveolar afeta diretamente o funcionamento das próteses totais.
Segundo Mc Call e Stilman o osso alveolar existe apenas como o
elemento de fixação para os dentes. Assim sendo, a perda dos dentes
resultaria no desaparecimento desse osso por falta de função, ou seja,
ocorreria a reabsorção do mesmo.
Mac Millan, em seus estudos, demonstra que o osso alveolar
comporta-se como qualquer osso do organismo, sofrendo um rearranjo
estrutural devido à perda dos dentes, com a finalidade de adaptação às
novas condições do sistema.
Quando existem rebordos planos, ou seja reabsorvidos, é difícil obter
uma prótese total retentiva e estável. Por isso, a preservação do tecido ósseo
é de suma importância em odontologia, considerando que toda terapêutica
protética pode ter êxito, sempre e quando a base óssea permanecer intacta.

·
Reabsorção óssea

É a eliminação dos componentes inorgânicos do osso pela circulação


sangüínea e linfática.

"A compressão dos tecidos determina uma hiperatividade circulatória,


em determinados pontos do osso, com a consequente mobilização do cálcio,
acompanhada de rarefação óssea." Aldrovandi, C. (1960)

LEI DE LERICHE POLICARDE


Na maxila a reabsorção dá-se, predominantemente, as custas da
tábua óssea VESTIBULAR, assumindo uma forma delgada.
A crista do rebordo residual como que caminha para cima e para o
centro.
Há uma diminuição em LARGURA que acompanha a diminuição em
altura.
Já na mandíbula, a reabsorção envolve tanto a vertente VESTIBULAR
quanto a LINGUAL, havendo uma diminuição mais considerável na ALTURA
do rebordo.

Causas de reabsorção:
a) Senilidade
b) Perda de função
c) Causas mecânicas
d) Estados patológicos: gerais e locais

a) Senilidade

Consideramos três estágios na vida dos indivíduos, relacionados ao


seu metabolismo:
Ascensão: do nascimento até ao redor de 25 anos: é a fase do
organismo em desenvolvimento. Portanto, seu anabolismo ultrapassa de
muito seu catabolismo. Haveria maior formação e retenção do que
eliminação.
Estágio: dos 25 aos 45 anos: quando o organismo entraria em
equilíbrio, conseguindo suprir perfeitamente as suas necessidades de
reposição,
ição, mas com menor capacidade de neoformação.
Declínio: dos 45 anos em diante: quando sua capacidade de reposição
começa a diminuir, rompendo-se
rompendo se o equilíbrio anabolismo/catabolismo, de
maneira cada vez maior.
Notamos que quando o equilíbrio é rompido torna-se
torn se cada vez mais
difícil para o organismo repor, com a mesma intensidade, as estruturas
ósseas que vão sendo perdidas. Em nosso caso o catabolismo envolveria
uma perda de cálcio dos ossos com sua consequente reabsorção.

a) Perda de função

Com a perda dos dentes e consequente perda de função do osso


alveolar, ocorre a reabsorção dos rebordos alveolares. Essa reabsorção é
progressiva, o processo alveolar torna-se
torna se mais arredondado e sua crista
menos pronunciada.
Na maxila a reabsorção dá-se,
dá principalmente,
rincipalmente, às custas da tábua
óssea (vertente) vestibular, persistindo uma forma delgada. Na mandíbula
essa reabsorção dá-se
se às custas tanto da vertente vestibular como da lingual,
havendo uma diminuição mais dramática na altura do rebordo.
O último estágio
tágio da reabsorção óssea da maxila seria uma imagem
plana do rebordo superior e em casos extremos, (geralmente ligados ao uso
de prótese mal adaptada) a projeção do septo nasal (cartilaginoso) na altura
do rebordo alveolar anterior. Essa situação confere ao paciente um perfil
característico conhecido como "perfil de polichinelo".

Foto exemplificando o "perfil de polichinelo" em paciente edêntulo


c) Causas mecânicas

"A compressão dos tecidos determina uma hiperatividade circulatória,


em determinados pontos do osso, com a consequente mobilização do cálcio,
acompanhada de rarefação óssea." Aldrovandi, C. (1960)

"O osso se reabsorve em pontos de excessiva pressão; os tecidos


moles atrofiam-se ou hipertrofiam-se, dependendo do estímulo a que são
submetidos". Grohs (Aldrovandi, C.1960)

"A pressão excessiva da base da dentadura sobre o osso do rebordo


residual, pode gerar insuficiência circulatória que acelera a reabsorção. Um
dos fatores dessa pressão é o tipo de oclusão criado pelo dentista".
ORTMAN (1977)

d) Estados patológicos: gerais e locais

Segundo Page, a reabsorção é devida a influências orgânicas de


ordem geral ligadas a insuficiência do estímulo local. Ele acredita que pode
haver diminuição do processo de reabsorção pela correção de insuficiências
endócrinas e o uso de uma dieta balanceada. Schour e Massler, em estudos
sobre os efeitos das glândulas endócrinas no crescimento do esqueleto
facial, confirmam os estudos deste autor.
Já Key estabelece uma diferença entre ATROFIA, que afetaria todo
um osso ou ossos e REABSORÇÃO óssea, que afetaria partes de um
mesmo osso. Segundo Key, a atrofia é devida ao desuso, inflamação ou
traumatismo enquanto a reabsorção seria devida à pressão, distúrbios
neurotróficos ou atividade celular.

Tecidos móveis e imóveis

Tecidos móveis: fibromucosa e tecidos adjacentes;


Tecidos imóveis: tecido ósseo de suporte.
Esta classificação tem cunho exclusivamente didático pois a
fibromucosa não consiste num tecido eminentemente móvel, assim como o
osso não é absolutamente estável em suas dimensões.
Ainda sobre os exames da boca, o cirurgião-dentista deve realizar dois
exames que complementam o exame clínico, o método de Turner e o exame
de sensibilidade bucal.

MÉTODO DE TURNER - verificação do espaço inter-maxilar: com os


dedos indicadores apoiados ao longo dos rebordos, peça ao paciente para
fechar a boca, teremos a longitude somada das coroas dentais.
As possibilidades encontradas nesse exame são:
a) projeção da mandíbula em relação à maxila: dificuldade na
montagem dos dentes (dentes anteriores montados topo a topo);
b) contato das tuberosidades: geralmente devido a hipertrofias ósseas
das tuberosidades;
c) espaço normal.

Sensibilidade bucal – a sensibilidade bucal ocorre devido a presença


de exteroceptores na fibromucosa, responsáveis pelo limiar de sensibilidade
local. Pode haver sensibilidade exagerada ao toque e náuseas, geralmente
associada à porção mais posterior do palato e base da língua. Nestes casos
indica-se o uso de anestésico tópico para moldagem e manuseio dos tecidos.

3.5 Exames complementares

"Todo maxilar desdentado é clinicamente suspeito" ALDROVANDI, C. 1960”

Esta frase sintetiza a necessidade do exame radiográfico como meio


auxiliar, não apenas de diagnóstico, mas também, quanto à responsabilidade
que o protesista assume ao iniciar o seu trabalho. Através das radiografias
verificaremos:
- focos de osteíte;
- cistos residuais;
- raízes residuais;
- dentes inclusos;
- instrumentos fraturados;
- estado da reabsorção óssea;
- trabeculado ósseo: disposição e orientação;
- disposição dos foramens em relação à crista óssea residual.
Tipos de radiografia:
Periapical - visualização de pequena área suspeita (p.ex.: localização
de raiz);
Oclusal - visualização da área basal, no plano horizontal;
Panorâmica - visualização de todo o terço inferior do crânio, incluindo
articulações e seios maxilares.

3.6 Exames do modelo de estudo

Exame mais apurado da altura, espessura e regularidade dos


rebordos. Deve ser feita a delimitação prévia da área a ser recoberta pela
futura prótese, e permite a visualização de detalhes que não podem ser bem
visualizados no exame físico.

O QUE DEVEMOS ANALISAR?


a) rebordo: com relação ao volume: normal, alto ou reabsorvido; com
relação a forma: afilado, paralelo ou retentivo; com relação a superfície: liso
ou irregular; com relação ao formato do arco: ovóide, quadrangular ou
triangular. Quando houver muita assimetria, devemos ficar atentos na etapa
de montagem dos dentes, pois esse fator pode comprometer a estabilidade
da prótese;
b) espículas ósseas não reabsorvidas: podem indicar avulsões
recentes, necessitando (ou não) cirurgia reparadora;
c) áreas de grande reabsorção óssea: devidas a causas locais ou
resultantes de tratamentos anteriores – nestes casos há maior dificuldade na
retenção e estabilidade da prótese. O dentista deve comunicar o paciente no
início do tratamento sobre as limitações do uso da prótese;
d) freios e bridas: quando muito volumosos e extensos necessitam
remoção cirúrgica pois podem prejudicar a retenção da prótese;
e) grandes reabsorções/mucosa flácida: quando acompanhada de
hipertrofia indica-se remoção cirúrgica e em alguns casos o "aprofundamento
de sulco" cirúrgico;
f) diferenças de densidade de estrutura óssea devidas à reabsorção:
necessitam de exame de RX e em certos casos, exames histopatológicos
com o intuito de determinar as causas dessa reabsorção;
g) diferenças de reabsorção na maxila e na mandíbula: pela anamnese
verifica-se
se o histórico do uso de prótese mono-maxilar
mono maxilar ou outro tipo de
aparelho removível.

Foto de modelo de estudo maxilar evidenciando rebordo de formato ovóide.

Foto de modelo de estudo evidenciando rebordo de formato quadrangular.

Foto de modelo de estudo evidenciando rebordo de formato triangular.

Questões:
1- Quais são as alterações frequentes que ocorrem em idosos, e
que devemos nos atentar
aten na história médica?
2- Quais são as principais informações que devem conter na ficha
clínica do paciente?
3- Cite e explique as principais causas de reabsorção óssea em
pacientes idosos.
4- Descreva os fatores que devem ser analisados no exame dos
modelos de estudo.

4. Estudo das moldagens

4.1 Limites da área chapeável


Introdução:
Denominamos área chapeável ou área basal, as áreas da maxila e
mandíbula que serão recobertas pela base da prótese total.
Levando em consideração que cada paciente é um caso
caso diferente, não
podemos estabelecer medidas rígidas, mas somos obrigados a nos guiar por
uma série de princípios biomecânicos e fisiológicos que nos orientarão no
reconhecimento e delimitação dessa área.

Limites gerais da área chapeável (basal) da maxila


São os limites gerais que nos orientarão no desenho e confecção da
base de nossas próteses.
● Rebordo alveolar em toda a sua extensão (de tuberosidade a
tuberosidade);
● Paredes vestibulares do rebordo alveolar até o sulco gengivo-labial
gengivo e
geniano;
● Abóbada palatina
latina em toda a sua extensão até sua borda posterior,
limite palato duro/palato mole;
● Contorno das inserções musculares e bridas vestibulares.

Figura: visão oclusal do rebordo superior desdentado.


Dentro desses limites e conforme a magnitude do esforço recebido
pelo tecido de suporte nessas regiões, Pendleton (1928) as dividiu em
zonas:
1. Zona principal de suporte
2. Zona secundária de suporte
3. Zona de selamento periférico
4. Zona de selamento posterior
5. Zona de alívio

1. Zona principal de suporte: é a zona de maxila que irá receber o maior


esforço durante a mastigação. Ela compreende o rebordo alveolar em toda a
sua extensão, incluindo as tuberosidades. Essa região é, também, a que
sofre maiores alterações com o correr do tempo. Notamos intensas
reabsorções ósseas nessa área, principalmente se não foram obedecidos os
princípios biomecânicos que regem a confecção das próteses totais muco
suportadas.

2. Zona secundária de suporte: estende-se por toda a vertente palatina do


rebordo alveolar até a rafe mediana. Para posterior, até o limite do palato
duro e início do véu do paladar.
Essa área é de extrema importância pois contribui tanto na estabilidade da
prótese total maxilar como em sua retenção. Sendo o osso dessa região um
osso compacto, a sua reabsorção é muito mais lenta propiciando uma
sobrevida maior a prótese maxilar.

3. Zona de selamento periférico: localizada vestibularmente aos rebordos


alveolares, apresenta-se como uma zona de transição ou zona marginal
neutra, que denominamos sulco gengivo-labial ou geniano.

4. Zona de selamento posterior: constituída pela faixa de tecido que se


estende desde o fim da abóbada palatina propriamente dita e início do palato
mole ou véu do paladar. Podemos situá-la em uma linha que ligue as
tuberosidades passando ao nível das fóveas palatinas. A esse limite
denominamos borda posterior ou região do post-daming. Determina-se, ao
vivo, por palpação ou fonação, verificando onde se inicia a área vibrátil
correspondente ao palato mole.

5. Zona de alívio: são pontos onde não desejamos executar pressões.


Seriam para a maxila:
● Torus palatino, pois pode funcionar como um fulcro central deslocando
a prótese de sua posição e rompendo o selamento periférico.
perifér Indica-se
a remoção cirúrgica dessa estrutura óssea.
● Pontos de emergência de nervos e vasos que, devido a intensas
reabsorções ósseas podem se encontrar situados na altura da crista
do rebordo alveolar e, portanto, em zona de máxima pressão o que
poderia
ria causar desconforto e dor ao paciente.

Limites gerais da área chapeável da mandíbula

1. Rebordo alveolar em toda a sua extensão (incluindo as papilas


retromolares);
2. Linha oblíqua externa e seu prolongamento na porção montante até uma
altura de aproximadamente
roximadamente 10 mm.
3. Dobra vestibular do músculo Bucinador.
4. Sulco gengivo-labial
labial e geniano.
5. Limite do assoalho da boca em toda a sua extensão.

Figura: visão oclusal do rebordo superior desdentado.


Como na maxila, Pendleton dividiu a mandíbula em 5 zonas:

1. Zona principal de suporte: constituída pelos rebordos alveolares em toda


a sua extensão, bem como, as suas vertentes vestibular e lingual,
englobando o trígono retromolar.

2. Zona secundária de suporte: seriam as vertentes vestibular e lingual do


rebordo alveolar. Convém notarmos que na mandíbula as zonas secundárias
de suporte confundem-se com zona principal de suporte.
Uma das zonas que nos oferece grande possibilidade de apoio, seria aquela
situada na região da linha oblíqua externa, onde há osso compacto. Poderia
estar classificada tanto como zona secundária de suporte, pela sua posição
relativa, quanto como zona principal de suporte, pela sua função de apoio.

3. Zona de selamento periférico: aqui também há certa coincidência pois,


na mandíbula, o selamento periférico dá-se tanto às custas de limite gengivo-
labial (na região de fórnice gengivo-labial) como às custas da face do rebordo
alveolar vestibular e lingual.

4. Zona de selamento posterior: segundo alguns autores seria a zona


constituída pela área retromolar. Porém, não há limite nítido entre a zona de
selamento posterior e a zona de selamento periférico nesta região. Para
efeito didático vamos considerar a zona de selamento posterior, como sendo
aquela região posterior à papila retromolar.

5. Zona de alívio: da mesma maneira, é discutida a sua conveniência (como


para a maxila) poderíamos citar como zonas de alívio:
● Rebordo alveolar terminando em crista fina e alta, com possibilidade
de lesões da fibromucosa;
● Pontos de emergência de nervos e vasos. Quando de grandes
reabsorções ósseas na região dos forames mentonianos há a
possibilidade de compressão dos filetes nervosos que daí emergem;
● Porção posterior da linha oblíqua interna, quando esta se apresenta
afilada e cortante. Na maioria dos casos procura-se não atingir ou,
pelo menos, não apoiar a base da prótese total nesta região;
● Tórus mandibular: limitar o bordo lingual da prótese à altura do torus
quando discreto ou remover cirurgicamente o osso.

Questões:
1- Quais os limites gerais da área chapeável da maxila? E da
mandíbula?
2- Descreva as zonas de Pendleton para maxila e mandíbula.

Meios de RETENÇÂO das Próteses

Denominamos retenção ATIVA, aquela obtida por meio de técnica,


como por exemplo, as moldagens. Já a retenção PASSIVA, é obtida pela
eliminação dos fatores que criam as forças extrusivas, como o recorte
muscular e a oclusão, por exemplo.

Quando nos referimos ao selamento periférico, procuramos um ajuste


o mais próximo possível entre a base da prótese total e os tecidos
circunvizinhos. Sabemos que esses tecidos são móveis e que suas posições
relativas variam de acordo com a tensão exercida por determinados
músculos. Vemos a necessidade de conhecer quais os músculos que podem
interferir com a base da prótese total e como se daria essa interferência, para
que possamos usá-los em nosso proveito.

4.2 Músculos que interferem na estabilidade das próteses totais:


músculos para-protéticos

Os músculos para-protéticos se inserem na maxila e mandíbula e


mantém relações direta ou indiretamente com a prótese. Sua importância se
dá quando em função (dinâmica), podendo provocar o deslocamento da
prótese, se suas bordas se estenderem além a zona de ação desses
músculos. Os movimentos de dinâmica ocorrem, por exemplo, na
mastigação, fonação, deglutição e mímica.
De acordo com sua posição determina-se uma linha que contorna as
inserções musculares, ligamentos e freios, que foi denominada LINHA DE
INSERÇÃO, que, segundo Fournet, esta é uma linha imaginária, irregular,
que determina até onde pode se estender a borda da prótese, para
conseguirmos um selamento periférico perfeito, sem causar irritações nem
perturbar a nutrição dos tecidos, sem alterar a fonação nem provocar
traumas.

Para seu estudo podemos dividir os músculos para-protéticos em:


1) Músculos de ação direta: quando interferem com a base da prótese total
pela sua contração própria. Suas inserções ou seu trajeto coincidem com os
limites da prótese.

2) Músculos de ação indireta: quando, pela sua contração, mobilizam


outras massas musculares ou teciduais adjacentes que interferem com a
base da prótese total.

Músculos para-protéticos da maxila:

a) Orbicular da boca: insere-se nas fóveas incisivas da maxila e mandíbula


e estende-se até as comissuras labiais. Sua contração pode interferir com a
borda vestibular anterior da prótese.

b) Levantador do ângulo da boca: tem sua inserção ao nível da fossa


canina estendendo-se até a comissura labial. É o responsável pelo
movimento de elevação e depressão do sulco vestibular anterior;
responsável, também, pelo aparecimento dos chamados freios laterais na
altura de pré-molares.

c) Bucinador: tem suas inserções nos rebordos alveolares ao nível dos


molares de onde caminha para cima, para trás e, para baixo até a mandíbula,
onde repete a inserção óssea (apresenta-se na forma aproximada de um C).
Quando em contração, provoca um abaixamento do fórnice vestibular
superior e levantamento do fórnice vestibular inferior.

Músculos para-protéticos da mandíbula:

a) Depressor do lábio inferior (Quadrado do mento) e Depressor do


ângulo da boca (Triangular dos lábios): inserção na face externa da linha
oblíqua externa dirigindo-se para as comissuras labiais e linha mediana
respectivamente. Quando em contração exercem pressão sobre o bordo
vestibular anterior da prótese total.

b) Bucinador: insere-se na mandíbula ao nível da linha oblíqua externa na


altura de molares. As suas fibras mais posteriores passam abaixo da papila
piriforme estendo-se até o ligamento pterigomandibular ou aponeurose
bucinato-faringea, onde se localiza sua inserção mais posterior. O
conhecimento detalhado desse músculo é de importância quando da
delimitação da região distal ou de selamento posterior da prótese total, pois
nos movimentos de abertura da boca ou quando da dinâmica muscular, há
uma projeção dos tecidos para diante, podendo deslocar uma prótese sobre-
estendida. Na altura do trígono retromolar há um encontro das fibras do
músculo Bucinador com o tendão terminal do músculo Temporal em sua
porção mais inferior. Forma-se um coxim fibroso, a papila piriforme, que deve
ser sempre incluída dentro da zona de suporte da prótese inferior. Logo atrás
da papila piriforme temos a presença do ligamento Pterigomandibular.
Quando do movimento de abertura da boca há a distensão desse ligamento e
consequentemente deslocamento da borda posterior da prótese, se esta
estiver sobre-estendida.
Verificamos que a papila piriforme é o limite mais posterior da borda da
prótese total mandibular.

c) Constritor superior da faringe: tem suas ações principais quando da


deglutição e na projeção da língua.

d) Milo-hióideo: insere-se na linha oblíqua interna, ao nível dos molares.


Sua ação, do ponto de vista protético, prende-se ao levantamento do
assoalho da boca quando da movimentação da língua.

e) Genioglosso: sua inserção se dá, na região anterior da mandíbula,


lingual, logo abaixo do freio lingual, em pequenas saliências ósseas
denominadas apófises geni. É de grande importância quando de grandes
reabsorções ósseas mandibulares, pois sua inserção passa a ocupar a
vertente lingual do rebordo alveolar, interferindo com o assoalho da boca.
f) Língua: embora seja um grupo de músculos extrínsecos à mandíbula
(genioglosso, hioglosso, estiloglosso, palatoglosso) e intrínsecos, é muitas
vezes negligenciado quando do estudo da Prótese Total. Sua ação é de
grande importância tanto na retenção como na estabilidade da prótese
inferior, pois sua estreita intimidade com o assoalho da boca exerce grande
influência na manutenção do selamento periférico lingual, em todas as fases
da dinâmica mastigatória, bem como, em todos os atos que envolvam
movimento. Compreende-se que é de suma importância o exame e estudo da
língua, sua tonicidade, sua forma, seu volume, sua relação com os rebordos
alveolares, sua liberdade de movimentos. É do conhecimento desses fatores
que depende o sucesso ou o insucesso de uma prótese total mandibular que,
sob todos os outros aspectos, pode ter um prognóstico favorável.

Questões:
1- O que é a linha de inserção?
2- O que são músculos de ação direta e indireta?
3- Quais os músculos para-protéticos da maxila e mandíbula?

4.3 Introdução ao Estudo das moldagens

A base da prótese total é a reprodução, em negativo, absolutamente


fiel dos tecidos de suporte, a justeza a esses tecidos deverá ser perfeita e a
retenção obtida em valores mais que satisfatórios. Para tanto, é necessário
que possamos COPIAR essas estruturas de maneira exata. Isso é
conseguido por intermédio de uma série de manobras a que denominamos
MOLDAGENS.

4.3.1 Histórico

O uso de aparelhos protéticos remonta à Antiguidade, quando ainda


não se fazia o uso de moldagens e a base do aparelho era esculpida através
de medidas que se tomavam com um compasso, diretamente no paciente.
A primeira moldagem de que se tem informação é atribuída a Pfaff,
dentista de "Frederico o Grande" (rei da Prússia), que, em 1750, empregou
cera de abelhas para impressão bucal. A cera, embora copie as estruturas, é
um material instável, que se deforma espontaneamente, e de difícil
manuseio, pois altera-se ao simples toque. A demanda por próteses
provocou um crescente interesse na procura de um material que
apresentasse estabilidade dimensional associada à capacidade de moldar
fielmente.
Em 1844, Duning utiliza gesso como material de moldagem obtendo
resultados animadores. Porém, a técnica de trabalho com gesso é bastante
desconfortável, tanto para o paciente como para o profissional. Embora o
material apresente boa estabilidade dimensional não permite correções e se
fratura com facilidade, quando em contato com a saliva, além de ser difícil a
separação do modelo em positivo.
Por volta de 1857, Charles Stent aperfeiçoou um material resinoso,
termoplástico, que seria o precursor da godiva. Os irmãos Greene (1900)
aperfeiçoaram a godiva e aproveitando-se das características desse material
introduziram a técnica das moldagens sucessivas, com fundamentos
utilizados até hoje.
Hupert Hall (1915-1920), em experiências com o novo material
desenvolveu a godiva preta, dura, e apresentou uma técnica em que essa é
utilizada como moldeira individual, baseada na necessidade de maior
adaptação da moldeira e material de moldagem, aos tecidos a serem
moldados.
Entre 1919 e 1928, Campbell e Pendleton aperfeiçoaram os métodos
existentes utilizando novos materiais: godiva em lâminas, placas, bastões, de
maior ou menor plasticidade. Renato Prado (1933) apresenta sua técnica, na
qual, emprega godiva em lâminas diretamente na moldeira individual.
O hidrocolóide reversível foi patenteado em 1925 e começou a ser
usado para moldagem nos Estados Unidos no fim da década de 20. O uso do
hidrocolóide irreversível foi impulsionado durante a segunda guerra mundial,
pela escassez de ágar e expandido pela sua facilidade de manipulação, baixo
custo, boa fidelidade de reprodução e boa aceitação pelo paciente.
Após a Segunda Guerra Mundial, avanços na tecnologia dos polímeros
trouxeram para o mercado um grupo de materiais à base de borracha
sintética, chamados elastômeros, capazes de moldar tecidos macios e duros.
O desenho de uma estrutura de forma digital e posterior confeção a
partir de uma máquina de fresagem é designado por CAD/CAM, no qual, um
software CAD (computer aided design/ design assistido por computador)
define a geometria do objeto, enquanto o CAM (computer aided manufecture/
manufatura assistida por computador) programa diretamente o processo de
fabricação. Esta tecnologia começou a ser utilizada em 1960 pelas indústrias
de automóvel e aeroespacial, contudo só em 1983 foi produzida, por François
Duret, a primeira restauração dentária. Goodacre et al. em 2012, publicou o
primeiro caso clínico do conceito de próteses totais fresadas em CAD-CAM
de polimetilmetacrilato pré-polimerizado.

4.3.2 Definição de moldagem

Vamos relembrar e diferenciar três definições importantes:

● MOLDAGEM: conjunto de atos clínicos que visam obter a impressão


da área basal, por meio de materiais próprios e moldeiras adequadas.
Ou seja, é o próprio ato de moldar o paciente.

● MOLDE: reprodução em negativo das estruturas moldadas.


● MODELO: réplica fiel em positivo das estruturas moldadas, oriunda do
preenchimento do molde (gesso).

4.3.3 Classificação das técnicas de moldagem

As técnicas de moldagem podem ser divididas em dois grandes


grupos: (1) moldagem PRELIMINAR OU ANATÔMICA e (2) moldagem
FUNCIONAL, que pode ser simples ou mista. Ambos os grupos serão
explicados adiante.

De acordo com a TÉCNICA, a moldagem pode, ainda, ser classificada em:

● Moldagem compressiva: busca-se, como o próprio nome diz,


comprimir os tecidos, fazendo com que a mucosa fique em contato
com os mesmos e simulando a pressão causada na prótese durante a
mastigação. Entretanto, observou-se que as próteses feitas a partir
dessa moldagem, não se adaptaram quando em repouso, pois os
tecidos estavam tão deformados que tendiam ao recuo. Isso ocorre,
porque é impossível comprimir os tecidos no ato da moldagem, pois,
ao empurrá-los, eles desalojam e tendem sempre a voltar em posição
primitiva.
● Moldagem com pressão seletiva: faz-se
se uma primeira camada de
material mais denso e, posteriormente, leva-se
leva se a boca uma camada
mais fluida, na segunda moldagem, que registrará as áreas aliviadas.
Com um mínimo de pressão.

● Moldagem com mínima pressão: onde se utiliza o princípio


mucostático, que diz que o material deve registar sem distorções, os
detalhes da mucosa.

● Moldagem de boca fechada: moldagem em dinâmica, realizada em


oclusão. É feita em caso de perda do modelo ou necessidade de
reembasamento. Para isso, utiliza-se
utiliza se a própria prótese para a
moldagem e é considerada um meio de efetuar pressão por aqueles
que optam por realizar uma moldagem
moldag compressiva.
● Moldagem de boca aberta: é geralmente preferida, pois o operador
pode ver se as inserções musculares estão sendo corretamente
moldadas, em seus vários movimentos, que podem ser conseguidos
mais facilmente.

Koran e col. (1975) classificaram


classificaram as moldagens de acordo com a
realização de movimentos em:

● Funcionais: nas quais são realizados os movimentos de abertura e


fechamento da boca mais os movimentos musculares;
funcionais: o operador realiza os movimentos musculares;
● Semi-funcionais:
● Mucostáticas: moldagem
moldagem estática, sem nenhum movimento.

O tipo ou técnica de moldagem será ditado pelas características do caso e


pela fibromucosa de revestimento. Antes de executarmos o procedimento,
devemos avaliar a tonicidade e resistência da fibromucosa, que pode ser
se
classificada como:
● Aderida;
● Resiliente;
● Flácida.

a) Mucosa resiliente; b) mucosa flácida; c) Mucosa lisa e aderida.


4.3.4 Elementos de moldagem

1) Moldeiras: são recipientes utilizados para conduzir o material de


moldagem manipulado aos tecidos bucais e mantê-lo
lo ali, em íntimo contato,
até a presa final do material. Existem dois tipos de moldeiras:

a) Moldeira de estoque: encontradas no mercado, em vários


tamanhos e proporções, que são médias de medidas padrões dos arcos
alveolares. Em geral, são produzidas em metal (alumínio ou ligas leves) ou
plástico, com uma numeração que identifica seu tamanho, sendo
apresentadas em 3 tamanhos padrões (pequeno, médio e grande).
Esse tipo de moldeira varia, no seu desenho, de acordo com o tipo de
material de moldagem
oldagem de escolha. Assim sendo, para um material elástico,
como o alginato, por exemplo, a moldeira apresentam bacia perfurada,
perfurada ou
com retenções internas (para reter o material de moldagem), enquanto que
as moldeiras para materiais anelásticos, por exemplo
exemplo godiva, apresentam a
bacia lisa (sem retenções ou perfurações).
As moldeiras de estoque para a maxila são constituídas por um corpo
e um cabo. O corpo é formado pela base ou bacia e pelas paredes laterais.
Enquanto as moldeiras de estoque para a mandíbula apresentam como
diferença fundamental, a bacia dividida em duas porções ou canaletas com
espaço para a língua.

b) Moldeira individual: são confeccionadas especificamente para


cada paciente/caso, geralmente em resina acrílica.
2) Materiais de moldagem

Os materiais de moldagem são levados e mantidos em íntimo contato


com os tecidos bucais para a obtenção de uma cópia fiel dos mesmos. De
uma maneira geral os materiais de moldagem devem possuir as seguintes
características:
● Bom tempo de trabalho;
● Grau de plasticidade deve ser tal que permita seu escoamento no
momento da tomada da impressão – fluindo contra os tecidos,
copiado-os sem deformá-los;
● Alteração dimensional e morfológica – o material não deve sofrer
alterações dimensionais e nem morfológicas dentro de um certo limite
de tempo, durante ou após a presa;
● Resistência ao rasgamento – após a presa, devem apresentar uma
certa resistência à fratura, ao serem removidos da boca e também
durante a confecção do modelo;
● Inocuidade aos tecidos bucais – não devem irritar a mucosa bucal e
nem provocar sensação desagradável.

Vamos fazer um rápido estudo dos materiais de moldagem mais


empregados em prótese total. Os mesmos podem ser divididos quanto às
suas propriedades físicas, como anelásticos, nos quais, uma vez obtido, o
molde não apresenta elasticidade; e elásticos, que são aqueles que após a
moldagem, apresentam alguma elasticidade, sem prejudicar a fidelidade do
molde.
Materiais de moldagem anelásticos:

a) Godiva: devido às suas propriedades termoplásticas, a godiva permite


requerimento e plastificações sucessivas, remoldagem e reparos sendo que,
esses procedimentos podem ser realizados seccionalmente. O escoamento
do material, durante a moldagem, pode ser sujeito a controle. Sua principal
qualidade consiste em uma gama de características que permitem, ao
operador, levar em consideração as necessidades biomecânicas da
moldagem. Outra vantagem reside na possibilidade de testarmos o molde
durante as diversas fases de sua obtenção e sempre que alterações ou
correções sejam necessárias elas podem ser feitas facilmente.
Pelo estudo das características da godiva, notamos que sua melhor
característica consiste em permitir moldagens sucessivas, pois permite
requerimento totais, ou por áreas, com remoldagem de regiões determinadas.
Devido a ser um material termoplástico, seu "endurecimento" é
progressivo, o que nos permite moldar as estruturas de suporte em sua
dinâmica. Podemos, enquanto moldamos, executar ou pedir ao paciente que
execute, movimentos musculares com o fito de impressionar, em nosso
molde, aquelas estruturas para-protéticas como músculos e bridas, freios e
inserções musculares, em movimento.

b) Pasta Zincoeugenólica (OZE): utilizadas para moldagens com moldeiras


individuais (devido a sua fluidez e capacidade de copiar as estruturas). O
tempo de trabalho desse material é grandemente afetado pelas condições
climáticas (umidade e calor), pela proporção da mistura e pela maneira de
espatular o material. Proporção incorreta, calor, umidade em excesso
aceleram o tempo de presa do material.
Sua apresentação comercial é feita em duas bisnagas, com bocas de
diâmetros diferentes, de maneira que a proporção correta é obtida por
comprimentos iguais de pasta sobre uma placa de vidro ou papel encerado.
Geralmente a cor das pastas também é diferente conforme trata-se do agente
catalisador ou da base (vermelho para o agente e branco para a base,
embora possa variar de fabricante para fabricante). A mistura é feita
espatulando-se comprimentos iguais de pasta até se obter uma cor uniforme.
Devemos considerar, sempre, a temperatura ambiente quando usamos esse
material.
As principais vantagens da pasta OZE podem ser listadas:
● Facilidade de se obter uma adaptação correta;
● Escoamento uniforme, mesmo sob baixa pressão;
● Adesividade à moldeira mesmo quando reduzida a um filme de
material facilidade de separação dos moldes vazados (por
aquecimento em banho-maria).

Materiais de moldagem elásticos: com o desenvolvimento crescente


da Odontologia tornou-se necessário o uso dos materiais elásticos que
permitissem moldagens de arcos dentais, portanto retentivos, de uma só vez.
Esses materiais associam a fidelidade de impressão à fidelidade dimensional,
permitindo rápida e facilmente, a moldagem de regiões retentivas, retornando
à posição original após a retirada do molde da boca do paciente.
Dentre o grande número de materiais elásticos existentes atualmente
podemos citar:

a) Hidrocolóide irreversível (alginato): apresentados como um pó que é


adicionado à água e espatulado até obtermos uma mistura cremosa, que é
levada à boca em uma moldeira e mantida em posição, até sua completa
geleificação. A grande vantagem desses materiais reside em sua elasticidade
que nos permite a retirada das impressões mesmo nos casos mais difíceis de
arcadas retentivas ou guarnecidas de dentes.

b) Silicones polieteres e mercaptanas: o avanço das técnicas industriais


permitiu o desenvolvimento de outros materiais, semelhantes aos colóides
quanto à sua elasticidade, porém, cuja composição química característica
lhes confere estabilidade dimensional, permitindo um tempo de trabalho
maior.

Questões:
1- Qual a diferença entre moldagem, molde e modelo?
2- Como são classificadas as técnicas de moldagem?
3- Quais fatores são considerados na indicação de determinada técnica
e material para a realização das moldagens?
4- Quais são as características ideais dos materiais de moldagem?
4.4 Moldagem anatômica

Conceito

Também denominada PRIMEIRA MOLDAGEM, MOLDAGEM


PRELIMINAR ou moldagem de estudo. Tem a finalidade de dar origem a um
modelo que abranja o máximo de estruturas possíveis, possibilitando uma
visão panorâmica do rebordo moldado. Ela reproduz fielmente os acidentes
anatômicos da boca em seu estado atual.
A configuração da superfície de moldagem rege as relações que a
prótese vai manter com a superfície sobre a qual estará assentada. Essas
circunstâncias determinam a sustentação, parte da retenção e parte da
estabilidade do aparelho protético.

A moldagem anatômica deve possibilitar:


● Delimitação correta da área chapeável;
● Verificação da tonicidade das inserções musculares que vem terminar
na zona do selado periférico;
● Estudar a necessidade ou não de cirurgia pré-protética;
● Permitir a confecção da moldeira individual.

Para isso, é necessário afastar os tecidos moles, utilizando materiais


de moldagem densos, que “empurrem” os tecidos e propiciem condições para
a visualização abrangente do rebordo. Como opções temos: godiva, alginato
e as silicones de adição e condensação (massa densa). O primeiro passo no
procedimento de moldagem é a escolha do material que será utilizado. A
seguir, será explicado os passos clínicos tendo o alginato e a godiva como
materiais de escolha.

1) Passos clínicos da moldagem utilizando alginato

Além de suas propriedades satisfatórias, a utilização do alginato para


esta fase do tratamento se deve ainda pelo aspecto da biossegurança, já que
este não requer o uso de equipamento térmico, como é o caso da godiva,
que possibilita maior chance de infecção cruzada em razão da possibilidade
de reutilização do material por sua característica termoplástica.
termoplástica

Posição do paciente e do operador

● Para maxila: a cadeira deve estar ligeiramente inclinada para trás


trá e o
paciente com a cabeça firmemente apoiada no encosto, em posição
de repouso. A altura da cadeira deve ser tal que, a boca do paciente
fique ao nível do cotovelo do operador.
Posição do operador: 1ª fase à direita e à frente
2ª fase à direita e atrás

Fonte: Turano e col.

● Para mandíbula: como na moldagem superior, a cadeira deve estar


ligeiramente inclinada para trás e o paciente com a cabeça firmemente
apoiada no encosto, em posição de repouso. A altura da cadeira deve
ser tal que o mento do paciente fique ao nível do ombro do operador.
Posição do operador: à direita e à frente.
Fonte: Turano e col.

Sequência clínica

1. Escolha do material de moldagem


2. Organização da bancada
3. Escolha da moldeira
4. Individualização da moldeira
5. Proporcionamento do material
6. Manipulação do material
7. Carregamento da moldeira
8. Moldagem arco superior e/ou inferior
9. Obtenção do molde
10. Desinfecção do molde

Os materiais necessários para a organização da bancada são:


● Moldeira de estoque perfurada para maxila e/ou mandíbula
● Lamparina
● Cera utilidade
● Medidor de alginato
● Espátula Le Cron
● Grau de borracha
● Espátula plástica
Posição do paciente e do operador

● Para maxila: a cadeira deve estar ligeiramente inclinada para trás e o


paciente com a cabeça firmemente apoiada no encosto, em posição
de repouso. A altura da cadeira deve ser tal que, a boca do paciente
fique ao nível do cotovelo do operador.
Posição do operador: 1ª fase à direita e à frente
2ª fase à direita e atrás

● Para mandíbula: como na moldagem superior, a cadeira deve estar


ligeiramente inclinada para trás e o paciente com a cabeça firmemente
apoiada no encosto, em posição de repouso. A altura da cadeira deve
ser tal que o mento do paciente fique ao nível do ombro do operador.
Posição do operador: à direita e à frente.

Seleção da moldeira

O exame clínico da boca do paciente nos dará uma indicação precisa


da moldeira a utilizar. De um modo geral, as moldeiras devem:
● Possuir bordas não muito altas
● Ter bordas que acompanhem os sulcos gêngivo-labial
gêngivo labial e geniano.
● Em ambas maxila e mandíbula, o limite posterior da moldagem é de
extrema importância, sendo que na primeira, a moldeira deve recobrir
as tuberosidades maxilares, e na segunda, a região de papila
piriforme.
● Ser suficientemente amplas para conter o material de moldagem,
havendo sempre um espaço livre de 2 a 3 mm entre a moldeira e a
fibromucosa do fundo de sulco (que será ocupado pelo material de
moldagem).
Pacientes que apresentam abóbada profunda, ogival, indicam uma
moldeira de bacia alta. E se as vertentes do maxilar forem verticais, deve-se
encurvar as bordas da moldeira ligeiramente para dentro. Já se as paredes
do rebordo forem reentrantes ou salientes, as bordas da moldeira serão
conservadas em ângulo reto com a base.
Nos casos em que não se consegue, dentre as diversas moldeiras,
uma que preencha esses requisitos, deve-se construir uma moldeira especial
a partir de um modelo obtido, através da moldagem com a moldeira mais
próxima do ideal que possuímos e remoldar.
Devemos considerar o tamanho, especialmente a largura do rebordo,
como principal critério para a seleção da moldeira. Iniciamos a prova pela
moldeira média e a seleção é feita por tentativa, provando-se até achar a que
melhor se ajusta ao caso. Como o tamanho da moldeira deve abranger todo
o arco maxilar e mandibular afastamos os lábios e bochechas para
examinarmos o apoio da região posterior e verificarmos o espaço na região
anterior. Se não houver espaço adequado, troca-se por uma moldeira maior
e, no contrário, se o espaço for excessivo, passa-se a uma série menor.

Individualização da moldeira

As moldeiras para alginato tem bordas finas e, muitas vezes, não


propiciam boa moldagem na região de fundo de sulco. Assim, com auxílio de
cera tipo "utilidade", adaptada às bordas da moldeira, conformamos essa
região. Aquece-se, suavemente, a cera, com a lâmpada de Hannau e leva-se
à boca do paciente e, por fim, adapta-se as bordas da moldeira à dinâmica da
região do sulco. Esse procedimento diminui a ocorrência de bolhas e mantem
o material em posição até sua completa geleificação.
Pacientes que apresentam abóbada profunda, tipo ogival, requerem suporte
para o alginato, nessa região, assim, adaptamos pequenas
pequenas porções de cera,
no centro da moldeira, para diminuir a espessura do alginato nela.
Como o alginato é um material que apresenta alto escoamento, é
importante vedar a porção posterior da moldeira, utilizando um rolete de cera,
para limitar a saída de material
material por essa região (pode haver deformação e
desajuste das porções mais altas do molde).

Proporcionamento e manipulação do material

O material deve ser proporcionado de acordo com as recomendações


do fabricante, utilizando-se
utilizando um medidor específico para a água e o pó.
Sua manipulação se dá por meio da espatulação do alginato, sempre
em movimentos em forma do número “8” e contra as paredes do grau de
borracha, até se formar uma massa homogênea.
Moldagem do arco superior

O alginato é um material hidrófilo, portanto sujeito a contaminação


pelos fluidos bucais. Recomenda-se
Recomenda se que o paciente enxágue a boca, com
uma solução adstringente, para remover o excesso de mucina da saliva.

O material espatulado é inserido na moldeira e, então, é introduzida


na boca do paciente. Novamente aqui, o operador se posiciona a frente do
paciente e afasta um lado da comissura labial com a própria moldeira e o
outro com o dedo indicador ou um espelho clínico, realizando-se
realizando uma
pequena rotação da mesma.
me Então centraliza-se
se a moldeira para então,
iniciar o aprofundamento dela na região posterior, adaptando-a
adaptando nas
tuberosidades maxilares e, progressivamente, na região anterior, o que
possibilita o escoamento do alginato preferencialmente para frente, de modo
a não levar o material para a região do palato mole, o que geralmente
ocasiona náuseas.
Então, o operador coloca-se
coloca se à direita e atrás do paciente e apoia a
moldeira com os dedos indicador e médio de ambas as mãos, ao nível de
pré-molares,
molares, executando suave pressão sobre a moldeira a fim de terminar o
aprofundamento. Não se deve empurrar a moldeira contra os rebordos e sim
acompanhar o escoamento do material de moldagem.
Orienta-se
se ao paciente que movimente a musculatura paraprotética
com o movimento de
e sorriso forçado, seguido de “bico”, enquanto a moldeira
é mantida em posição pelo operador. Este também deve auxiliar na
movimentação da musculatura, tracionando as bochechas do paciente, tanto
no lado direito, quanto esquerdo. Esta movimentação tem como finalidade
ajudar a impressão no alginato das inserções musculares em dinâmica.
Mantém-se
se a moldeira em posição segurando com os dois dedos
indicadores até a geleificação do material. O molde é removido da boca,
rompendo-se
se o selamento periférico vestibular,
vestibular, lavado em água corrente,
seco e examinado.

Moldagem do arco inferior


A moldeira carregada com o material é inserida na boca da mesma
forma que na moldagem superior: afastando-se
afastando se um lado da comissura com a
própria moldeira, o outro com o dedo indicador ou espelho clínico e
realizando-se
se um ligeiro movimento de rotação da mesma.
Porém, desta vez, o molde é pressionado pelo operador de modo
homogêneo, ou seja, pressionando as partes anterior e posterior da moldeira
ao mesmo tempo, o que possibilita
pos o escoamento do material.
Mantendo-se
se a pressão, o paciente é instruído a realizar movimentos
com a musculatura paraprotética, posicionando a língua no palato duro e, em
seguida, para fora e para o lado a fim de obter a impressão adequada da
região
ão de inserções musculares, com essas em dinâmica.

Se houver excesso de material na região posterior e lateral, recorta-se


recorta
com o auxílio da espátula Le Cron ou um estilete.

Uma vez obtido o molde,


molde devemos examiná-lo
lo a fim se verificar:
● Todas as estruturas anatômicas da região moldada; pode-se
pode fazer um
exame comparativo olhando a boca e o molde, região por região.
● Se houve falta do material de moldagem;
● Presença de bolhas;
● Insuficiência de detalhes: indicando falta de adaptação, espatulação
deficiente ou tempo de trabalho longo;
● Bordas arredondadas, marcando freios e bridas;
● Centralização;
● Espessura homogênea.

Desinfecção do molde

O molde de alginato deve ser vazado em até 30 minutos após a


remoção da boca, esse procedimento deve ser rápido para prevenir
alterações dimensionais. É feita nos seguintes passos:
● Lavar com água gessada;
● Lavar com água corrente;
● Borrifar o molde com solução de hipoclorito de sódio 1% (solução de
Milton);
● Descansar por 10 minutos. O alginato é um material que sofre sinérise
e embebição, ou seja, perde e ganha água do ambiente. Então, o
molde deve ser embalado em saco plástico com um papel toalha
umedecido com água ao lado, nunca em cima, a fim de manter a
umidade do ar em 100%;
● Lavar com água corrente;
● Secar.
Acidentes que podem ocorrer durante a moldagem

● Falta de material: falhas por falta de material (bolhas de ar),


comprometem irremediavelmente o molde de alginato.
● Excesso de material: remove-se com espátula Le Cron ou estilete.
● Insuficiência de detalhes: indica falta de adaptação, espatulação
deficiente ou tempo de trabalho muito longo, permitindo o início da
geleificação antes do aprofundamento do molde. Repete-se a
moldagem.
● Não teste o molde de alginato: corre-se o risco de deslocar o material
da moldeira.

2) Passos clínicos da moldagem utilizando godiva

1. Organização da bancada
2. Posição paciente/operador
3. Escolha da moldeira
4. Plastificação do material
5. Manipulação do material
6. Carregamento da moldeira
7. Moldagem arco superior e/ou inferior
8. Obtenção do molde
9. Desinfecção do molde

Para a organização da bancada para moldagem com a godiva, os materiais


necessários são:
● Moldeira de estoque lisa para maxila e/ou mandíbula;
● Lamparina;
● Plastificador de godiva;
● Espátula Le Cron;
● Placas de godiva de alta fusão;
● Bastão de godiva de baixa fusão.
Introdução da moldeira Verificação apoio na região posterior

Verificação do espaço na região anterior


Plastificação, manipulação do material e carregamento da moldeira

Colocamos a placa de godiva no plastificador na temperatura indicada


pelo fabricante (54°C), e, uma vez obtida a plasticidade do material,
manipulamos até obter uma massa homogênea.
● Para o arco superior: posicionamos a godiva plástica na moldeira
selecionada, no seu centro, sob a forma de uma bola, e com os dedos
umedecidos, distribuímos o material por toda a superfície da moldeira.
● Para o arco inferior: dá-se a forma de um rolete à godiva plástica e
adapta-se
se na moldeira; com os dedos conforma-se
conforma se a godiva de
maneira que ela cubra toda a bacia da moldeira e suas bordas.
Deve-se
se tomar o cuidado de se obter uma camada de espessura
uniforme e com ligeiro excesso na periferia para proteger
proteger as bordas da
moldeira. A seguir, flamba-se
flamba se a godiva com a lamparina e leva-se
leva ao
plastificador para homogeneizar a temperatura, por alguns instantes,
segurando a moldeira pelo cabo para plastificar a godiva uniformemente.
Neste momento é importante não aquecer o metal da moldeira pois, haverá
superaquecimento da godiva em contato com a moldeira, com excessiva
plastificação e aderência à bacia da moldeira. Torna-se
Torna se dificílima a sua
remoção posterior. Esta, então, é levada à boca do paciente para a
moldagem.
Moldagem do arco superior

Com o operador a frente do paciente, a moldeira carregada é levada à


boca do mesmo, afastando-se
afastando se um lado da comissura labial com a própria
moldeira e o outro com o dedo indicador ou um espelho clínico. Introduz-se
Intro a
moldeira, realizando-se
se uma ligeira rotação da mesma. Adapta
Adapta-se
primeiramente a parte final da moldeira nas tuberosidades maxilares e, em
seguida, aprofunda-se
se a parte anterior, centralizando-a.
centralizando
Neste momento o operador coloca-se
coloca à direita e atrás do paciente e
com os dedos indicador e médio de ambas as mãos apoiados na moldeira,
ao nível de pré-molares,
molares, executa o aprofundamento. Deve-se
Deve se executar uma
pressão suave e uniforme de maneira que o aprofundamento se dê pelo
escoamento do material de moldagem
moldagem e não pela pressão exercida. Não se
deve empurrar a moldeira contra os rebordos e sim acompanhar o
escoamento do material de moldagem.
Mantendo a moldeira em posição com uma das mãos, com a outra
executamos movimentos de tração nos tecidos moles, dos lábios
l e
bochechas, com a finalidade de imprimir, na godiva ainda plástica, as
inserções musculares, freios e bridas. Movimentamos também, os lábios do
paciente procurando impressionar a godiva com a anatomia do fórnice
gengivo-labial.
labial. Executamos esses movimentos
movimentos de um lado e do outro,
tomando o cuidado de não movimentar a moldeira.
Por fim, com jatos de água fria, contra o metal da moldeira, resfriamos
a godiva até que perca a sua plasticidade e esteja rígida ao toque dos dedos.
Passando para frente
ente do paciente, tracionamos a moldeira pelo cabo para
testarmos sua retenção em estática. Se houver deslocamento há a
necessidade de repetirmos a moldagem.
Remove-se
se o molde da boca, rompendo o selamento periférico
vestibular. Lava-se,
se, seca-se
seca e examina-se o molde.

Moldagem do arco inferior

Nesse procedimento, o operador se mantém sempre à direita e à


frente ao paciente. A moldeira carregada é levada à boca da mesma forma
descrita para a maxila, afastando-se
afastando se um lado da comissura labial com a
moldeira e o outro com o dedo indicador ou um espelho
espelho clínico. Insere-se
Insere a
moldeira, realizando-se
se uma ligeira rotação da mesma e centralizando-a.
centralizando O
que difere a moldagem inferior é que a moldeira é introduzida de modo
homogêneo, ou seja, pressionando as partes anterior e posterior da moldeira
ao mesmo tempo,
po, possibilitando o escoamento do material.
Então, pedimos ao paciente que feche, lenta e progressivamente a
boca. Dessa maneira conseguimos um relaxamento dos músculos para-
para
protéticos, notadamente o músculo bucinador, permitindo levar o material de
moldagem
agem até a linha oblíqua externa. Essa manobra nos permite aumentar,
sobremaneira, a área chapeável.
Pedimos também ao paciente que realize os mais amplos movimentos
com a língua para copiar as posições mais altas do assoalho da boca (e suas
implicações musculares).
Removemos (da mesma forma explicada anteriormente) o molde
obtido, lavamos e examinamos. Com auxílio da espátula Le Cron,
removemos os excessos de material e levamos novamente à boca.
Vamos agora remoldar as inserções vestibulares: com a lâmpada de
Hannau, plastificamos um dos lados do molde, correspondente a sua borda
vestibular e levamos a moldeira em posição. Apoiando firmemente o molde
com uma das mãos, com a outra executaremos tração nos tecidos moles
daquela região, com o fito de imprimir as inserções musculares, freios e
bridas. Pela repetição da manobra, área por área, obtemos um molde
bastante nítido da anatomia mandibular.

Obtenção e avaliação do molde

Uma vez obtido o molde, avaliamos a qualidade do mesmo. No exame


preliminar procuraremos visualizar todas as estruturas anatômicas da região
moldada; pode-se fazer um exame comparativo olhando a boca e o molde,
região por região. Verificamos também se apresenta sua superfície fosca,
bem distribuída e está centralizado.
Com o auxílio da espátula Le Cron, recortamos os excessos de
material da porção posterior e lateral. Levamos novamente à boca para testar
a retenção e estabilidade do molde. Os testes são executados tracionando-se
a moldeira pelo cabo, segundo um plano horizontal; segundo um plano
vertical e para cima. Se algum detalhe não ficou registrado, poderemos, com
auxílio de lâmpada de Hannau, plastificar a área em questão, levando
novamente à boca para remoldar o detalhe que nos interessa. Se o molde
apresenta resistência ao deslocamento durante os testes e verificamos a
presença de todos os detalhes anatômicos, então será considerado
satisfatório.
Em caso de falta de material, pode ser realizada a correção com o
acréscimo de godiva de baixa fusão.
A desinfecção do molde é feita nos seguintes passos:
● Lavar com água gessada
● Lavar com água corrente
● Borrifar o molde com solução de gluconato de clorexidina 0,12%
● Descansar por 10 minutos
● Lavar com água corrente
● Secar

Acidentes que podem ocorrer durante a moldagem

● Falta de material: quando a falha é pequena e restrita à zona


secundária de suporte podemos acrescentar godiva (após o que,
flambamos e remoldamos). Quando houver comprometimento do
selamento periférico, zona principal de suporte ou da estabilidade da
moldagem,
agem, esta deve ser totalmente repetida.
● Excesso de material: remove-se
remove se com espátula Le Cron e testa-se.
testa
● Plastificação insuficiente: o material estando muito rijo o escoamento é
prejudicado; há distensão dos tecidos e deformação do campo. Neste
caso, é necessário
essário repetir a moldagem.
● Super-plastificação:
plastificação: o material perde suas características, torna-se
torna
adesivo, podendo lesar o paciente. O tempo de trabalho é muito
aumentado e há dificuldade no controle do escoamento.
● Insuficiência de detalhes: quando restrita a pequena área, pode-se
pode
reaquecer e remoldar.
● Dobras, rugas, impressões digitais: geralmente devidas a falta de
material ou incorreta plastificação, indicam a necessidade de nova
moldagem.

3) Modelo anatômico
Também denominado modelo de estudo, tem como função:
● Complementar e auxiliar os exames clínicos;
● Servir de matriz na confecção da moldeira individual.

Além de permitir a visualização:


● Do espaço protético;
● Das condições da área chapeável;
● As indicações de cirurgias pré-protéticas;
● O grau de interferência das inserções musculares;
● Tamanho, forma e espessura e altura do rebordo.

Obtenção do modelo anatômico:


Após os procedimentos desinfecção do molde deve-se proceder rapidamente
o preenchimento deste com gesso que pode ser do tipo II (comum) ou do tipo
III (pedra). Devem ser respeitados rigorosamente as proporções pó e líquido
para cada tipo de gesso bem como a técnica de manipulação e de tempo de
presa. Verte-se o gesso de modo gradual sobre o molde com auxílio de um
vibrador de gesso tomando-se o cuidado de, ao final ter-se um volume de
gesso aplicado que permita garantir resistência ao modelo e adequação de
suas bordas mediante recorte. O modelo de gesso deve ser separado após
no máximo uma hora do molde de alginato.
No caso da godiva, após os procedimentos desinfecção do molde
deve-se proceder rapidamente o preenchimento deste com gesso que pode
ser do tipo II (comum) ou do tipo III (pedra). Devem ser respeitados
rigorosamente as proporções pó e líquido para cada tipo de gesso bem como
a técnica de manipulação e de tempo de presa. Verte-se o gesso de modo
gradual sobre o molde com auxílio de um vibrador de gesso tomando-se o
cuidado de, ao final ter-se um volume de gesso aplicado que permita garantir
resistência ao modelo e adequação de suas bordas mediante recorte.
Os gessos para tal finalidade são denominados de gessos "pedra" (os
fabricantes americanos costumam usar o sufixo "stone", pedra em português,
como indicativo da finalidade do gesso). Obtido a partir de um molde
"funcional", deverá conter todas as características e acidentes anatômicos
que serão reproduzidas pela dentadura. Da fidelidade do modelo funcional,
depende o sucesso ou insucesso do trabalho protético. A técnica de
obtenção dos modelos é mesma descrita para a obtenção do "modelo de
estudo" (vide Capítulo IV), apenas relembrando que o gesso a ser utilizado
será o gesso pedra. O modelo obtido será designado, por força de sua
função: modelo de trabalho ou segundo modelo ou modelo definitivo, dando-
se preferência à primeira denominação.
O modelo vazado deve ser deixado em repouso até a completa
cristalização do gesso. Dessa forma sua superfície atingirá a máxima dureza
e consistência necessárias a continuação dos trabalhos de laboratório.
No caso de pasta OZE, a separação molde/modelo é feita por imersão
em água quente, durante cerca de 5 minutos; a pasta zincoeugenólica
amolecerá e a remoção torna-se simples. O aquecimento excessivo ou
prolongado pode acarretar a adesão da pasta ao gesso o que dificulta,
enormemente a sua remoção. Quando o material utilizado foi silicona ou
mercaptana, a separação é feita por tração simples.

Questões:
1- Quais as finalidades da moldagem anatômica? O que ela deve
possibilitar?
2- Quais os passos clínicos da moldagem dos arcos superior e inferior?
3- Como são realizados os processos de desinfecção dos materiais
indicados para a moldagem anatômica?
4- Quais as funções do modelo anatômico?

4.5 Moldeira individual

Conceito: "A moldeira individual é a reprodução precisa de toda a zona


chapeável dos maxilares, em três dimensões: comprimento, largura e altura”
(Cerveira Netto).
Devido à variedade de tamanhos e formas dos rebordos desdentados,
bem como as várias anomalias encontradas, é imprescindível o uso de
moldeiras especialmente construídas e adaptadas para cada caso. A
moldeira individual, será construída sobre o modelo de estudo obtido a partir
da primeira moldagem.

Limites das moldeiras individuais


Os limites das
as moldeiras individuais são regidos pelas noções de área
chapeável, tanto para a maxila, como para a mandíbula. Deve-se
Deve tomar
especial cuidado quando do desenho das moldeiras: respeitar as bridas e
inserções musculares a fim de que não hajam interferências
interferências que causam a
compressão e consequente deformação dos tecidos.
É importante que as bordas da moldeira se estendam até o limite do
fórnice gengivo-labial
labial e geniano, recobrindo dessa maneira, toda a área
passível de fornecer retenção e suporte para a prótese.
prótes
Importância: O objetivo da moldagem consiste, essencialmente, em
reproduzir com a maior exatidão possível, a parte da boca que suportará a
prótese e para que essa reprodução seja fiel, é necessário que o material de
moldagem, desenvolva sobre a parte a ser moldada, a mesma pressão que
ela desenvolverá.
Com a moldeira de estoque, não poderemos obter os resultados
desejados, uma vez que não teremos espessura uniforme do material de
moldagem. Este fato acarreta em pressões diferentes pelas diferentes
possibilidades
ilidades de escoamento. Daí a necessidade da confecção de moldeiras
individuais que, sendo uma cópia bastante fiel de toda a área chapeável, nos
garante espessura e portanto, pressão uniforme do material de moldagem
sobre os tecidos. Notadamente no que se refere a moldagem das bordas
(zona de selamento periférico).

Confecção das moldeiras individuais


Há vários métodos e materiais para a construção de moldeiras
individuais, desde a adaptação de moldeiras de estoque metálicas, que serão
recortadas e brunidas sobre o modelo, (método difícil e antieconômico, hoje
abandonado), moldeiras em placa-base
placa base (godiva), até as moldeiras em resina
acrílica, que são as mais utilizadas.

Materiais necessários:
● Lamparina
● Isolante para RAAQ
● Pincel
● RAAQ
● Cera 7
● Duas placas de vidro
● Saco plástico
● Pote Paladon
● Espátula 31
● Espátula Le Cron
● Pote dappen

Bancada montada com os materiais necessários para a confecção de


moldeira individual.

Inicialmente, com o lápis cópia, desenhamos uma linha contínua,


delimitando no modelo de estudo a área chapeável e determinamos as áreas
onde serão necessárias a confecção do alívio. Deve-se
Deve se respeitar os limites
segundo a anatomia de cada arco.

Delimitação da área chapeável no modelo de estudo com uma linha contínua.

Então, em cerca de 2 a 3 mm abaixo da linha contínua desenhada, é


feita uma linha tracejada, que indica os limites da borda da moldeira
individual. Esta distância deve ser respeitada pois, no momento da
moldagem, a fibromucosa foi moldada distendida, afastada
afastada da posição
natural e, com ela, é possível atingir o fecho periférico.

O material de escolha para a confecção da moldeira individual é a


(RAAQ). Entre as vantagens dessa
resina acrílica ativada quimicamente (RAAQ).
resina incluem sua transparência, que nos permite uma noção de extensão e
fecho periférico, além de nos possibilitar a visualização de interferência das
inserções musculares.
Primeiramente, realiza-se
realiza se o alívio nas áreas necessárias e, aplica-se,
aplica
com um pincel, uma camada uniforme de isolante para resina acrílica sobre
toda a extensão do modelo de estudo.

Então, manipulamos a RAAQ com a proporção de monômero/polímero


recomendada pelo fabricante e aguardamos até o material atingir a fase
borrachóide.
Deixamos previamente duas
duas placas de vidro separadas e em uma
delas, realizamos um stop com uma tira de lâmina de cera 7. Este passo
permitirá a espessura correta da moldeira individual, como será explicado
adiante.

Quando a resina atingir a fase correta, despejamos a mesma sobre


so um
saco plástico e utilizamos as duas placas de vidro para prensar o material,
controlando-se
se sua espessura (para que fique com cerca de 2-3mm).
2 A
seguir o material prensado é adaptado sobre o modelo e são recortados os
seus excessos. A maior vantagem desta técnica é a de conseguir uma
uniformidade na espessura da moldeira.
A seguir, realizamos a confecção do cabo, com 60º para a moldeira
superior e 45º para a inferior. Este deve possuir espessura de 0,5cm, largura
e comprimento de 1cm.
Realizamos o acabamento e polimento da moldeira, com brocas maxi
e minicut, pedras em formato de pera, lixas de acabamento montadas em
adaptador e borrachas para polimento. Esse passo tem como objetivo deixar
a superfície e bordas da moldeira lisas e arredondadas,
arredondadas, para evitar
incômodos ou injúrias ao paciente.
Ao final, devemos obter as moldeiras de 2-3mm
2 3mm de espessura,
contornando os limites da área chapeável, apresentando rigidez e
transparência, adaptando-se
adaptando se ao modelo, com cabo e apresentando bordas
lisas e arredondadas.
Ajuste das moldeiras individuais

Como foi explicado anteriormente, a moldeira individual tem a


finalidade de levar o material de moldagem em íntimo contato com a
fibromucosa, em toda a sua extensão. Por esse fato, ela recobre, apenas,
aquelas áreas que foram eleitas como a base da dentadura. Ela deve ser
planejada e desenhada levando em consideração todos os fatores
necessários para a retenção e estabilidade da prótese total. Suas bordas
deverão ser confeccionadas com o cuidado de contornar as inserções
musculares, freios e bridas. O comprimento deve ser compatível com a
tolerância normal do paciente. Porém, como sua delimitação é feita em
laboratório, é possível que em determinadas situações de dinâmica haja
interferências,
ias, tanto musculares quanto de tecidos moldes. Assim, devemos
levá-la
la à boca do paciente para, em dinâmica muscular, executar ajustes
onde forem necessários.
Daí, a grande vantagem das moldeiras individuais em resina acrílica
incolor, que nos permitem visualizar
visualizar os tecidos, por transparência e verificar
possíveis áreas de compressão ou distensão, mesmo quando essas áreas
encontram-se
se recobertas pela própria moldeira.

Nesse momento devemos verificar:


● Retenção e estabilidade: embora não possamos esperar uma
retenção absoluta da moldeira individual, este fator é uma indicação do
grau de adaptação da moldeira aos tecidos. Quanto à estabilidade,
será uma indicação de que não existem zonas de compressão,
notadamente ao nível dos rebordos alveolares. (Quando a moldeira for
construída em resina acrílica incolor, podemos verificar zonas de
compressão por visualização direta através da resina, pois o tecido
comprimido se torna isquêmico).

● Delimitação posterior: verificamos se o comprimento da moldeira é


suficiente ou se há sobre-extensão em tecido mole que não deve ser
recoberto.

● Delimitação das bordas e contorno: é a região onde há maior


necessidade de ajuste das moldeiras individuais:

Mantendo a moldeira em posição, pedimos ao paciente que execute


movimentos. Vamos verificar se não há interferência das bordas com os
freios (labial e lingual); tecidos para-protéticos e músculos. Procuramos, obter
um estado de equilíbrio em que não haja interferência dos tecidos para-
protéticos com a moldeira, em nenhum estado de dinâmica muscular.
Os ajustes são feitos com o auxílio de brocas e pedras montadas para
resina, desgastando as áreas ou pontos de interferência. É necessário
lembrar que devem ser feitos por remoção de material; sendo a adição de
material difícil e geralmente, de consequências imprevisíveis quanto ao
resultado final. Por essa razão recomenda-se o máximo cuidado na
delimitação e confecção das moldeiras individuais.
Após os ajustes e estando a moldeira em condições, devemos verificar
as bordas, polindo novamente, se necessário.
Prova da moldeira individual superior

Prova da moldeira individual inferior

Questões:
1- Por que são confeccionadas as moldeiras individuais e não
estoque? Quais as características finais das
utilizamos as moldeiras de estoque?2-
moldeiras individuais?
3- Quais as funções das moldeiras individuais?
4- O que deve ser verificado no momento do ajuste mas moldeiras
individuais em boca?
4.6 Moldagem funcional

Conceito:
Também denominada segunda moldagem ou moldagem definitiva. Em
linhas gerais a tomada de impressões finais é similar, em muitos aspectos, à
obtenção dos moldes anatômicos ou de estudo.
Qualquer que seja a técnica ou o material utilizado, é imprescindível
verificarmos se as moldeiras individuais se adaptam perfeitamente, à forma
dos rebordos alveolares e à abóbada palatina, se não há nenhuma
interferência com inserções musculares, movimento labial, lingual ou de
tecidos moles. Toda e qualquer correção da moldeira individual deverá ser
executada antes de qualquer manobra de moldagem.
É importante que a moldagem das bordas seja sempre executada em
função, em movimento dinâmico, nunca em estática. E a adaptação nessas
áreas depende da exata reprodução das posições ocupadas pelos tecidos
em sua dinâmica.
Dentre os materiais utilizados nessa fase dos trabalhos, destacamos
as pastas a base de óxido de zinco e eugenol (pasta OZE).
Atualmente, com a crescente tendência de moldar com pouca pressão
(sem compressão) dá-se preferência ao uso de pastas OZE que, pela sua
fluidez e alto escoamento, permitem grande fidelidade de impressão, sem os
inconvenientes de possíveis distensões de tecido, causadas pela pressão
durante a moldagem.
Convém lembrarmos que existem outros materiais que se prestam
para a moldagem funcional, como as silicones (de adição e condensação) e
mercaptanas, cujas características, como o escoamento, podem ser
alteradas (viscosidade) de acordo com a necessidade do caso. Esses
elastômeros permitem, também, uma película fina de material e em alguns
casos, pequenos consertos com remoldagem. O único inconveniente desses
materiais, ao nosso ver, reside no fato de não permitirem a moldagem da
zona de selamento periférico em moldagens sucessivas.
Passos clínicos para moldagem funcional

1. Escolha do material de moldagem


2. Organização da bancada
3. Proporcionamento do material
4. Manipulação do material
5. Carregamento da moldeira
6. Moldagem arco superior e/ou inferior
7. Obtenção do molde
8. Desinfecção do molde
9. Dicagem
10. Obtenção do modelo

Escolha do material de moldagem

Como já mencionado, o material de moldagem deve ser fluido. Para


isso, podemos utilizar a pasta OZE, mercaptana, silicone de condensação e
adição e poliéter.
Nessa apostila, primeiramente, vamos explicar como será a moldagem
com a pasta OZE, mercaptana e com a silicona de condensação.

Materiais necessários para moldagem com pasta OZE

● Moldeira individual
● Placa de vidro ou bloco de espatulação
● Espátula nº 36
● Espátula Le Cron
● Pincel fino
● Lamparina
● Cera de baixa fusão
Posição do paciente e do operador
As posições, tanto do paciente quanto do operador, na moldagem da
maxila e na moldagem da mandíbula, são as mesmas que para a moldagem
preliminar ou moldagem anatômica.
Proporcionamento e manipulação do material
Tanto a pasta base, quanto a catalizadora são dispensadas em
proporções iguais. Para a manipulação do material, espatula-se
espatula as duas
pastas por aproximadamente 1 minuto, até obter cor uniforme da mistura e,
então, carregamos a moldeira com o material para ser levada a boca.
Moldagem do arco superior
Com o auxílio da espátula, leva-se
leva se a pasta à moldeira, espalhando, de
maneira uniforme, em toda sua superfície interna. Procura-se
Procura se obter uma
camada de espessura uniforme recobrindo, inclusive, as bordas da moldeira.
A moldeira carregada é levada à boca do paciente onde, após a
introdução e centralização, procede-se
procede ao aprofundamento
ofundamento da moldeira.
Passando para a posição de moldagem para a maxila (à direita e atrás
da cadeira), apoiam-se
se os dedos indicador e médio na moldeira executando
suave pressão; apenas o suficiente para que o material escoe, naturalmente,
sem esforço.
É importante que não se faça pressão excessiva sobre a moldeira pois
corremos o risco de aprofundamento exagerado, tocando a fibromucosa com
a moldeira, o que iria causar compressão localizada, com todos os
inconvenientes que conhecemos.
Devido às características
características do material de moldagem, não devemos
executar qualquer movimento com a moldeira, até que a pasta haja
endurecido. Corre-se
se o risco de causar alterações ou distorções no molde.
Mantida a moldeira em posição, firme, até a presa do material de
moldagem; remove-se
se da boca em um único movimento, tomando o cuidado
de, com os dedos, romper o selamento periférico por distensão dos tecidos.
Lava-se
se o molde em água corrente e examina-se
examina se com o objetivo de
verificar se todas as áreas foram perfeitamente moldadas
moldadas e não houve falta
de material (bolha de ar) em algum ponto do molde. Quando isso ocorrer,
com o auxílio da espátula Le Cron, removemos a porção suspeita e
adicionamos nova porção de pasta no local, procedendo a nova moldagem.
Recortam-se os excessos de material, que tenham ultrapassado as
bordas da moldeira e leva-se, novamente, à boca para verificar a adaptação
e retenção do molde.
Verificam-se a retenção horizontal e vertical e, se estiver tudo correto,
passaremos à moldagem dos tecidos moles, fórnice e selamento
periférico/posterior.
É fundamental que a moldagem das bordas seja executada em função,
em movimento dinâmico, nunca em estática. A adaptação nessas áreas
depende, fundamentalmente, da nossa capacidade em reproduzir as
posições ocupadas pelos tecidos em função; é a região conhecida como
"selamento periférico".
Com o auxílio de cera de baixa fusão, plastificada em chama, e com o
pincel vamos adicionando cera (pincelando) às bordas do molde. Plastifica-se
uma área com auxílio da lâmpada de Hannau e leva-se à boca. Com o molde
em posição, executam-se os movimentos de lábios e bochechas, tendentes a
movimentar os tecidos para-protéticos dessa região, com a finalidade de
conformar a cera de acordo com as posições relativas desses tecidos, em
dinâmica.
Repete-se a manobra, região por região, até que tenhamos moldado
todo o tecido móvel que constitui o fórnice gengivo-labial. Por esse processo,
conseguiremos um selamento periférico que se mantém mesmo durante a
movimentação do tecido circunvizinho à prótese.
Faremos agora, os testes de retenção vertical. Se o selamento
periférico rompe-se em determinado ponto podemos acrescentar cera e
proceder a nova moldagem daquela área. É importante que a moldagem das
bordas seja executada sempre em função, em movimento, nunca em
estática. A adaptação nessas áreas depende, fundamentalmente, da exata
reprodução das posições ocupadas pelo tecido, em sua dinâmica.
Verifica-se o selamento posterior tracionando a moldeira, pelo cabo,
para frente e para fora. Se necessário, acrescenta-se cera no limite posterior
do molde, levando, com a cera ainda plástica, em posição, para remoldagem
dessa área.
Convém verificar se não se está invadindo a região do palato mole, o
que, não contribui em nada para aumentar o selamento posterior.
Sempre que for adicionada cera às bordas do molde, esta deverá ser
aquecida, plastificada e levada à boca para nova moldagem.
Caso a moldeira individual não apresenta suas bordas com
comprimento ou espessuras adequadas pode se lançar mão do uso de
godiva em bastão, que será aplicada nas bordas da moldeira e levada em
boca para copiar a região de fundo de sulco, após este procedimento é
então realizada a moldagem com pasta ZOE conforme citado anteriormente.

Moldagem do arco inferior

Os passos e a técnica são fundamentalmente os mesmos para a


moldagem funcional da mandíbula.
Limitaremos nossa exposição às diferenças existentes:
● Posição do operador – paciente: como no caso da
moldagem anatômica da mandíbula;
● Moldeira individual: para a mandíbula;
● Espatulação do material de moldagem: mesma técnica,
menos material;
● Preenchimento da moldeira: idem;
● Introdução, centralização e aprofundamento: varia
apenas na posição do operador que agora trabalhará à
direita e à frente do paciente. Dedos indicador e médio
de ambas as mãos apoiados na moldeira e polegares
apoiados no mento do paciente.

Manter a moldeira firmemente em posição.


No caso da moldagem funcional da mandíbula é interessante
moldarmos o assoalho da boca em sua posição mais alta. Para tanto
pedimos ao paciente que movimente a língua colocando-a sucessivamente,
para fora em toda a sua extensão; para fora e para a direita; para fora e para
a esquerda e finalmente, a ponta da língua tocando o palato em sua porção
mais posterior. Durante todas essas manobras devemos manter a moldeira
firme em sua posição.
Após a presa do material de moldagem, removemos o molde da boca,
lavamos e examinamos. Recortam-se os excessos e procede-se aos testes
de retenção: horizontal e vertical.
Se o molde satisfaz as exigências de retenção e estabilidade procede-
se à moldagem das bordas para a obtenção do selamento periférico.
No caso da moldagem mandibular é de especial importância o
selamento periférico lingual, dada a grande mobilidade dessa região.
Procede-se da mesma maneira que para a moldagem funcional da maxila,
acrescentando cera e pedindo ao paciente que execute movimentos com a
língua, lábios e bochechas, sempre, área por área e em moldagens
sucessivas.
Aprovado nos testes, o molde estará pronto para a confecção do
modelo funcional, ou modelo de trabalho ou modelo definitivo.

Um molde, para ser considerado funcional, deve apresentar os


seguintes requisitos:
● Deve estender-se por TODA A SUPERFÍCIE aproveitável do
maxilar ou da mandíbula.
● Não deve comprimir zonas glandulares ou de emergência de
vasos e nervos.
● O molde obtido, deve apresentar RECORTE MUSCULAR de modo
a evitar interferências durante os movimentos naturais da
musculatura.
● Deve apresentar ADAPTAÇÃO PERIFÉRICA, que resultará no
"selamento periférico" imprescindível para a retenção do aparelho.

Confecção da dicagem e selado posterior

É realizada com cera utilidade e possui objetivo de preservar a


anatomia do fundo de sulco e o selado posterior, repectivamente.
Obtenção do modelo de gesso

O modelo de gesso funcional deverá ser de gesso tipo IV e será


utilizado para a confecção da base de prova. Ele também servirá de matriz da
base da prótese total, na fase laboratorial da confecção da mesma.
Moldagem funcional com elastômeros (mercaptana e silicone)

Materiais necessários:

● Moldeira individual
● Adesivo para moldeira individual
● Placa de vidro ou bloco de espatulação
● Espátula nº 36
● Espátula Le Cron

Posição do paciente e do operador


As posições, tanto do paciente quanto do operador, na moldagem da
maxila e na moldagem da mandíbula, são as mesmas que para a moldagem
preliminar ou moldagem anatômica.

Proporção e manipulação do material


Manipula-se
se o material da mesma forma que a pasta zincoeugenólica,
zincoeugenóli
em proporções iguais, e carrega-se
carrega a moldeira.

a)

b)
c)
a) Pastas de mercaptana proporcionadas igualmente; b)
manipulação das pastas; c) carregamento da moldeira.

Moldagem do arco superior e inferior

Como em situações anteriores, não há necessidade


necessidade de repetir toda a
explicação. Vamos nos restringir a abordar os passos que se diferenciam de
uma técnica para outra.
Quando nos utilizamos de siliconas ou mercaptanas, como material de
moldagem funcional, a moldagem das bordas (selamento periférico), será
s
executada na maioria das vezes, antes da moldagem do corpo ou base.
Com o auxílio da lamparina, plastificamos a godiva em bastão, que
será aplicada sobre a borda da moldeira. É recomendável aplicar a godiva
por partes (lado direito, p.ex.) para melhor controle das manobras de
moldagem.
Com a lâmpada de Hannau, replastifica-se
replastifica se a godiva aplicada à
moldeira, tomando cuidado com o superaquecimento (cuidado para não
queimar o paciente!).
A moldeira será levada à boca, quando se executam todos os
movimentos dos tecidos paraprotéticos naquela área. Com auxílio da
espátula Le Cron, recortam-se
recortam se os excessos de godiva que tenham escoado
para a zona secundária de suporte. Repete-se
Repete se a manobra de moldagem,
m a
fim de obter uma borda uniforme.
Examina-se
se com atenção: a moldagem da borda deve se apresentar
lisa e arredondada, com a forma do sulco.
Repete-se
se a manobra, para as outras regiões a serem moldadas, até
contornar a totalidade da moldeira.
Julgando
ndo satisfatória a moldagem das bordas, passaremos à
moldagem do corpo.
Aplica-se
se o adesivo (próprio do material que está sendo utilizado),
tanto na face interna, quanto nas bordas da moldeira.
O material de moldagem é manipulado e carregado na moldeira.

Obtenção do molde
A sequência de passos é repetitiva em relação às outras técnicas já
abordadas.
Pequenas falhas, que não comprometam a estabilidade do molde,
podem ser corrigidas, acrescentando nova camada de material de moldagem
sobre toda a superfície
ície de moldagem.
A remoldagem será feita sem pressão, para evitar a deformação do
material base (não esquecer que estamos trabalhando com materiais
elásticos).
Não é possível remoldar a região de selamento periférico. Falhas
nessa área, comprometem a totalidade
tota do molde.
Aprovado nos testes, o molde estará pronto para a confecção do
modelo funcional, ou modelo de trabalho ou modelo definitivo.
Questões:
1- Quais as finalidades da moldagem funcional?
2- Quais requisitos um molde funcional deve apresentar?
3- Quais as funções do modelo funcional?

5. Planos de orientação

Introdução

De posse dos moldes, tanto maxilar como mandibular, deve-se obter,


no menor espaço de tempo possível, os modelos em gesso. Uma vez que
será sobre esses modelos que iremos construir a prótese, devemos utilizar
gessos especiais, de alta dureza e mínima, ou nenhuma, alteração
dimensional.

5.1 Bases de prova

A base de prova (chapa de prova) é a base provisória de uma


dentadura, preparada sobre o modelo de trabalho, com material adequado e
que permite a realização de todas as operações prévias para a confecção de
uma prótese total, sem se deformar ou romper. A base de prova não possui
cabo, diferentemente da moldeira individual.
. Para maior facilidade de trabalho e maior rapidez, pode-se utilizar a
resina acrílica quimicamente ativada, que é prensada (em mufla ou não)
durante cerca de 15 minutos. Assim se economiza tempo necessário à
ativação térmica.
A base de prova, independentemente do material e técnica de
confecção, tem como sua principal finalidade: permitir o registro das relações
maxilo-mandibulares,
mandibulares, na
na boca do paciente e transferir esses registros para
um instrumento de laboratório.

Técnica de confecção 1 - Resina acrílica quimicamente ativada


adaptada:

Seguem-se
se os mesmos passos da confecção da moldeira
individual. É muito utilizada pela facilidade de construção e por não correr
risco de danificar o modelo. Quando são necessários alívios, estes podem
ser feitos com cera, protegendo o modelo.

Figura: Confecção da base de prova superior e inferior.


Técnica de confecção 2 - Materiais termoplásticos:

Sob esse título, as "placas de polietileno" vieram substituir a placa


base convencional. Trata-se de placas plásticas, termoplásticas, de
espessura fina ou média, transparentes ou leitosas, que são adaptadas à
vácuo, sobre o modelo. Seu uso tem se tornado corriqueiro, pela facilidade e
rapidez de confecção. É necessário o uso de equipamento específico
(sistema de aquecimento e vácuo).

5.2 Plano de orientação superior

A região protética compreende o terço inferior da face do paciente,


sendo que a plenitude da harmonia facial dá-se por meio da reconstituição
dessa região por meio da prótese. Os planos de orientação são o conjunto
formado pelas bases de prova e roletes de cera superior e inferior, que irão
receber os registros prévios à confecção da prótese. Por esses conceitos
verificamos a necessidade de se localizar a mandíbula em relação à maxila,
segundo os três eixos ou planos do espaço.
De posse dos modelos e das bases de prova, corretamente
adaptadas, lançamos mãos de um recurso técnico, para transferir as relações
maxilo-mandibulares do paciente, para um articulador. Para tal utilizamos
arcos em cera, montados sobre as bases de prova, que irão figurar os futuros
arcos dentais da prótese. A esses arcos em cera damos o nome de planos de
orientação uma vez que será através deles que podemos visualizar o
comportamento estético e funcional da prótese e neles serão registradas a
dimensão vertical de oclusão (DVO) e a relação central (RC) do paciente. A
denominação de "Planos de Orientação" deve-se a HANNAU.
O plano de orientação superior é constituído pelo conjunto da base de
prova e um arco (rolete) de cera. Destina-se a registrar os dados referentes
às relações maxilo-mandibulares, necessários a confecção das próteses
totais mucossuportadas, tendo como guia para sua confecção cinco
parâmetros clínicos, sendo eles para o plano superior:
1- Suporte labial
a) Limite vestibular do arco dental - projeção dos incisivos
b) Forma do arco dental

2- Altura incisal
Em média 2mm abaixo do tubérculo do lábio

3- Corredor bucal
Relacionamento com linha intermaxilar

4- Plano de Camper (Trágus - asa do nariz)

5- Inclinação latero lateral


Linha bipupilar

O plano de orientação tem as seguintes utilidades: determinar a forma


do arco, a disposição dos dentes, a forma dos dentes, ou seja, o
posicionamento espacial tridimensional que os dentes selecionados
ocuparão, tomando como referência inicial o posicionamento do incisivo
central superior.

Figura: Plano de orientação superior finalizado. Vista frontal e oclusal.

Todas essas relações maxilo-mandibulares devem estar registradas


no plano de orientação superior, tornando possível a confecção da futura
prótese total superior com a estética e função adequadas.
Para a confecção do rolete de cera do plano de orientação superior,
são necessários os seguintes materiais:
1 e 1/2 lâminas de cera rosa nº 7
Espátula Le Cron
Espátula para cera no 31
Lâmpada de Hannau ou similar
Vaselina sólida

Técnica de confecção: sequência laboratorial

Plastificar 1 (ou 1 e meia) lâmina de cera sobre a chama / dobrar a


lâmina em "sanfona" / obter um rolete de cera plástica / dobrar o rolete ao
meio para aumentar a espessura e diminuir o comprimento / adaptar o rolete
sobre a região do rebordo, na chapa de prova, dando a forma aproximada de
um arco dental / fixar o rolete à chapa de prova por meio de cera fundida /
ajustar o rolete, na sua porção oclusal, anterior e posterior, esboçando uma
curva antero-posterior.
Figura: Confecção do rolete de cera superior

Figura: Rolete de cera superior finalizado

Confeccionado o plano de cera e levado à boca do paciente


verificaremos:
1- Suporte labial

a) Limite vestibular do arco dental - projeção dos incisivos

O reposicionamento correto dos músculos orbiculares é essencial para


a recuperação estética do paciente edentado. Com esse objetivo, dois fatores
igualmente importantes devem ser observados: (1) a compensação para a
perda alveolar, na fase de moldagem, com o espessamento da flange labial
da prótese; e (2) o contorno adequado do plano de cera para dar suporte à
musculatura e facilitar a colocação dos dentes artificiais. Em alguns casos, a
base da prótese deve ser engrossada para compensar uma reabsorção
acentuada do rebordo remanescente. Por outro lado, a sobreextensão ou o
excesso de espessura das bordas da prótese no flanco labial dá ao paciente
a aparência de possuir um rolete de algodão por baixo do lábio.
As inclinações dos dentes anteriores maxilares e mandibulares,
em especial os incisivos centrais, são geralmente paralelas ao perfil do
paciente devido às pressões que os lábios exercem sobre esses dentes
durante o desenvolvimento. O suporte labial deve ser obtido com o objetivo
de fazer com que os lábios acompanhem o perfil do paciente, o qual é
determinado em tecido mole por três pontos: glabela, subnásio e mento.
Assim, essa característica será trabalhada nos planos de cera
fazendo-se acréscimos ou desgastes conforme a necessidade de projetar os
lábios para frente ou para trás, para que fiquem harmônicos com o perfil do
paciente. Fazendo essa projeção do plano de cera, os futuros dentes a serem
montados, logicamente, se posicionarão de forma a ficarem mais projetados
para vestibular, recuperando o suporte labial. É claro que essa projeção deve
ater-se aos limites estéticos pois uma prótese com o plano de cera muito
projetado a vestibular, resultará em uma prótese que trará ao paciente o
aspecto não favorável esteticamente.
Figura: Suporte labial dado
dado pelo volume acrescentado de cera no plano de
orientação

b) Forma do arco dental

A forma do arco dental, por sua vez, segue a forma facial do paciente,
e também influencia no posicionamento do plano de cera. Arcos mais
quadrangulares terão planos de cera que acompanhem essa disposição. O
mesmo acontece para outros tipos de arco, sendo eles, triangulares e ovais.

Figura: Forma de arcos dentais segundo Telles.

2- Altura incisal

A altura incisal é a posição visível dos dentes com o lábio em repouso.


repou
É importante saber que, nos indivíduos dentados, o tubérculo do lábio
superior pode ficar acima (20%), no nível (43,3%) ou abaixo (36%) da linha
imaginária que passa pelas comissuras com os lábios em repouso. O tipo de
lábio (respectivamente arqueado, reto ou caído) pode determinar diferenças
no posicionamento e até na escolha do tamanho dos dentes artificiais. Em
relação ao sexo, pode-se
se estimar que os homens apresentam uma média de
1,9 mm de exposição incisal, enquanto as mulheres esse valor é de 3,4 mm.
Embora o posicionamento arbitrário do plano oclusal é de 1 a 2
mm abaixo do linha no lábio em repouso resulte num aspecto estético
agradável, essa característica pode variar com a idade. Em pacientes mais
idosos, o plano pode ficar um pouco mais alto, reproduzindo o desgaste
natural dos dentes com a idade e acompanhando a flacidez do lábio. Isso faz
com que o paciente mostre um pouco menos de incisivos ao sorrir, o que
confere uma naturalidade ao sorriso.

Figura: Altura do plano de orientação até o lábio inferior determina a


altura incisal

a) Linha alta do sorriso

É dada pela altura máxima em que o lábio se dispõe em um sorriso


forçado. Essa altura é então registrada no plano de orientação como uma
linha reta, paralela ao plano oclusal. Em pacientes mais idoso, é comum
dispor essa linha um pouco acima da altura máximo do lábio superior para
evitar expor a área gengival da prótese quando o paciente sorrir com a
prótese. Isso confere maior naturalidade ao sorriso, uma vez que pacientes
idosos passam a exibir menos os dentes superiores e mais os dentes
inferiores com o passar do tempo.
Figura: Marcação a linha alta do sorriso no plano de orientação superior

b) Linha do vermelhão do lábio inferior

Os dentes naturais
aturais formam uma curva suavemente ascendente, que
acompanha a borda superior do lábio inferior. Se por ventura o plano de
orientação ficar maior na região posterior do que na região anterior, os dentes
posteriores ficarão mais evidentes e os anteriores menos,
menos, causando prejuízos
estéticos e funcionais ao paciente, sendo conhecido como sorriso invertido.
Assim, o plano de cera deve acompanhar o lábio inferior do paciente quando
ele sorri.
Casos em que as tuberosidades maxilares estejam exageradamente
aumentadas
tadas podem inviabilizar a obtenção de um resultado estético
satisfatório. Se a queixa do paciente for referente ao aspecto estético
desagradável que essa condição estabelece para a prótese, deve-se
deve
esclarecê-lo
lo sobre essa limitação e a possibilidade de reduzir
reduzir cirurgicamente
as tuberosidades para conseguir o espaço necessário para posicionar os
dentes com uma linha do sorriso adequada.
Figura: Linha do vermelhão do lábio inferior, acompanha o lábio inferior e
determina a curvatura do sorriso com ligeira ascendência para região
posterior

3- Corredor bucal

O corredor bucal é o espaço existente entre a superfície vestibular dos


dentes posteriores e a mucosa interna da bochecha. É influenciado pela
sombra da mesma, que altera progressivamente a iluminação
iluminação dos dentes. É
essencial para se criar um sorriso natural. É importante salientar que o
corredor bucal é influenciado pela posição e inclinação dos caninos, mais
precisamente a partir da distal, e só é visualizado posteriormente a estes.

Figura: Marcação da linha dos caninos, que determina a posição da distal do


canino superior e, também determina, no sentido posterior, o espaço
chamado de corredor bucal.
Figura: Linhas verticais determinando a linha dos caninos e setas
determinando a localização do corredor bucal.

a) Relacionamento com linha média

Para se conseguir um arranjo harmônico dos dentes anteriores


superiores com a face, devem-se posicionar os incisivos centrais superiores
de forma a criar um ponto de apoio visual centralmente localizado dentro da
fisiologia do ver. Esse ponto coincide com o contato proximal entre as faces
mesiais dos incisivos centrais superiores. Em 70% dos indivíduos ocorre uma
coincidência entre a linha média determinada pelos incisivos e uma linha
imaginária que divide o filtro labial. Já a distância entre as comissuras,
quando em dinâmica máxima é referência que permite situar a linha média
centralizada em relação à cavidade bucal. É importante que a linha media
seja traçada sempre vertical em relação ao plano oclusal para orientar o
posicionamento dos longos eixos dos incisivos centrais superiores.

Figura: Marcação da linha media no plano de orientação superior

4- Plano de Camper

Orientamo-nos pelo plano de CAMPER, que uma linha estabelecida


em tecido duro que passa bilateralmente pelo Pórium (borda superior do
trágus) até a espinha nasal anterior (na altura da borda inferior da asa do
nariz). Para o plano horizontal, a altura do arco, na região anterior, deve
exceder o tubérculo do lábio em 2 mm. Já por posterior, dá-se uma inclinação
arbitrária orientando a curva antero-posterior em direção ao conduto auditivo
do paciente. Obteremos uma curva totalmente arbitraria cuja única função
será facilitar os desgastes posteriores (através do desgaste de Paterson).
Paterson
Assim, o plano oclusal da prótese a ser confeccionada deve ser paralelo ao
plano de Camper.
Somado a isso, o plano oclusal deve ser, no plano frontal, paralelo a
linha bipupilar, também chamada de linha ou plano de Fox. A regra de fox é
responsável por determinar esse posicionamento horizontal tanto do ponto de
vista do plano sagital quanto do ponto de vista do plano frontal. O garfo
central da regra de Fox deverá ser apoiado sobre o plano de cera dentro da
boca para que as aletas laterais sirvam de orientação
orientação extrabucal para a
inclinação do plano de referência. Esse plano deve ser paralelo ao plano de
Camper, no ponto de vista sagital e, no ponto de vista frontal, paralelo a linha
bipupilar.

Figura: Plano de Camper (linha amarela pontilhada) paralelo a régua


de Fox numa vista lateral

5- Inclinação latero lateral

a) Linha bipupilar
Figura: Linha bipupilar paralela ao plano de orientação

b) Uso da régua de Fox

Figura: Régua de Fox paralela a linha bipupilar,


bipupilar, demonstrando o correto
posicionamento latero lateral do plano de orientação em relação a face

Resumo: Plano de orientação finalizado com marcação das linhas de


referência:, Linha alta do sorriso, linha média, linha dos caninos , Corredor
bucal.
Figura: Plano de orientação superior finalizado com determinação das linhas
de referência - média, alta do sorriso, caninos.

5.3 Plano de orientação inferior

Para o plano de orientação inferior, devemos nos guiar através de um


parâmetro fundamental para sua obtenção que é chamado de dimensão
vertical. A dimensão vertical é dada pelo espaço inter-maxilar, em um
indivíduo, no qual determina a posição da mandíbula, segundo o plano
vertical. Há diversas dimensões verticais quanto as posições que a
mandíbula ocupa, em relação à maxila, segundo um plano vertical.

Figura: Planos de orientação superior e inferior relacionados

Partindo do princípio que estamos construindo uma prótese total,


portanto na ausência de dentes naturais, iremos determinar, dentro da
variação ampla existente no espaço inter-maxilar, quanto desse espaço será
ocupado pelos dentes artificiais e base da prótese. Para visualizar o
problema, imaginemos que o paciente apresenta uma variação de espaço
inter-maxilar, desde o contato dos rebordos alveolares até a abertura
máxima, de 5 cm. Antes da perda dos dentes a variação desse espaço não
era de 5 cm, mas sim dessa medida menos a longitude somada das coroas
dentais. Por outro lado, devemos levar em consideração, que durante o
tempo que mediou entre a avulsão dos dentes e a confecção da nova
prótese, houve reabsorção óssea alveolar, em maior ou menor intensidade. O
que ocorre, em realidade, não é o fato do paciente abrir mais a boca; ele
fecha mais. Em outras palavras, a mandíbula ultrapassa aquela posição onde
haveria os contatos dentais (dos dentes naturais) e continua em sua trajetória
até o contato dos rebordos alveolares ou dos dentes artificiais da prótese.
Havendo tantas dimensões verticais quanto as posições que a
mandíbula possa assumir no plano vertical, podemos relacionar uma
determinada dimensão vertical a um determinado espaço intermaxilar, ou
espaço interoclusal. Será necessário determinar em que ponto (ou em que
dimensão vertical) deverá haver o contato dos dentes artificiais; onde vamos
limitar o fechamento. Como não se tem um padrão que englobe todos os
indivíduos, mesmo por que as variações são amplas, lança-se mão de
medidas de posições de equilíbrio muscular onde não haja variações em um
mesmo indivíduo, embora variem de indivíduo para indivíduo.
Assim sendo, baseando-se na Fisiologia, sabe-se que existe um
estado (uma posição) em que os músculos elevadores e abaixadores da
mandíbula se encontram em equilíbrio. Quando nessa situação diz-se que os
músculos estão em "tônus". Quando os músculos elevadores e abaixadores
da mandíbula, encontram-se relaxados e em equilíbrio, diz-se que estão em
relação de tônus muscular. Essa é uma situação fisiológica que confere uma
localização definida para a mandíbula, para uma determinada posição da
cabeça.
O tônus muscular manteria a mandíbula em equilíbrio, em uma
determinada posição em relação a maxila, posição essa de mínimo esforço
muscular, em que a contração dos músculos elevadores compensa a
contração dos músculos abaixadores e o peso da mandíbula. Essa posição é
conhecida como posição de repouso da mandíbula. A medida dessa posição
em relação à maxila chamamos de dimensão vertical de repouso (DVR). A
posição neuro-muscular dos músculos mastigadores é chamada de condição
postural da mandíbula.
Figura: Musculatura em repouso, determinando a dimensão vertical de
repouso.

A DVR diz respeito a uma medida em relação à maxila e segundo um


plano vertical. Já a posição de repouso da mandíbula, diz respeito à sua
posição espacial derivada do tônus muscular. A condição ou posição postural
da mandíbula tem relação a atividade neuro-muscular, as articulações e ao
esqueleto da face.
Como vimos anteriormente, procuramos localizar, quando e onde os
dentes artificiais devem se tocar, durante o arco de fechamento mandibular.
Essa posição foi perdida quando ocorreu a avulsão dos dentes naturais. A
subsequente reabsorção óssea alveolar alterou de tal forma os rebordos que
qualquer medida se torna totalmente arbitrária. Para NISWONGER(1934) &
GILLIS(1941), a verdadeira dimensão vertical da face existe quando os
dentes estão separados e a mandíbula encontra-se em posição de repouso.
Já SICHER(1954/65); BRODIE(1941) & THOMPSON (1946), concordam que
"severa patologia, trismo muscular extremo ou diminuição geral do tônus
muscular, podem ocasionar alterações na posição de repouso normal".
Outros autores, MOYERS (1946/50/56); PRUZANSKY (1952); CARLSOO
(1952); PERRY JR. & HARRIS (1954); PERRY JR (1955); SCHUPUNTOFF &
SCHPUNTOFF (1956), acreditam que a posição de repouso ou equilíbrio
mandibular é determinada somente pelos reflexos musculares e altamente
resistente às alterações que ocorrem ao nível dos dentes.
Segundo RICKETTS (1956), a função do sistema proprioceptivo (ATM,
membrana periodontal e periósteo) são elementos coadjuvantes no
estabelecimento e manutenção da posição de repouso mandibular. Já para
HEARTWELL JR (1977), "a posição de repouso é estável e não pode ser
alterada permanentemente por tratamentos protéticos".
Independente da descrição dos autores perante a posição mandibular.
a fisiologia fornece uma informação importantíssima: o conceito de espaço
funcional livre (ou Espaço Interoclusal). Para facilitar a compreensão, analisa-
se o indivíduo dentado. É possível notar que quando a mandíbula está na
posição de DVR, os dentes antagonistas não se tocam. Quando se inicia a
atividade muscular, a mandíbula se movimenta para cima, percorre esse
espaço e há o contato dos dentes antagonistas. Após a dinâmica, há um
retorno à posição de repouso e, novamente presenciamos um espaço entre
os dentes. Assim, ao espaço presente entre os dentes antagonistas, quando
a mandíbula está em repouso é dado o nome de espaço funcional livre (EFL).
O espaço funcional livre mede, na altura dos incisivos, 1 a 5 mm. Segundo
LANDA a média desse espaço é da ordem de 3,3 mm.
Através dos conceitos de DVR e de EFL, é necessário determinar em
que posição da DV os dentes se tocarão, quando entrarem em oclusão. Em
outras palavras, é necessário determinar uma medida da altura das coroas
dos dentes artificiais mais a espessura das bases das próteses totais, que se
dá pela dimensão vertical de oclusão (DVO) do paciente em questão.
Denomina-se DVO à relação maxilomandibular, segundo o plano vertical,
quando há o contato entre os dentes antagonistas.
Sabe-se que a DVR é dada exclusivamente pelo tônus muscular e,
portanto, independe da presença de dentes. Medindo a relação inter-maxilar
nessa situação e levando em conta que entre a posição de DVR e a posição
de DVO existe o EFL (que mede cerca de 3 mm); subtraindo a medida obtida
da DVR, a medida do EFL, obteremos a medida da DVO.

Equacionando: DVO = DVR – EFL


Figura a: EFL (seta pequena - músculos em tônus muscular) - a altura facial,
nesse caso, determina a DVR (seta grande).
Figura B: Dentes em oclusão (músculos em atividade muscular) - a altura
facial, nesse caso, determina a DVO (seta grande). Assim, DVR – EFL =
DVO.

Evidentemente podem ocorrer variações no tônus muscular de um


paciente com o correr do tempo. Essas variações de tonicidade muscular
podem
dem vir a afetar tanto o EFL quanto (e como consequência) a DVR. O valor
que é utilizado para EFL é relativo, sendo uma média (portanto arbitrária). A
determinação desse espaço tem sido objeto de inúmeras pesquisas,
envolvendo eletromiografia dos músculos elevadores e abaixadores da
mandíbula. No entanto, ainda carecem de praticidade para sua utilização na
clínica. Porém, baseados nesses conceitos, pode-se
pode se determinar "in-loco",
"in a
posição espacial da mandíbula em relação a maxila, e por meio de uma série
de testes a melhor posição para cada caso, naquele momento.
"Apenas a musculatura com seu padrão de crescimento, em conjunto
com o padrão de crescimento esquelético, pode ser responsabilizada pela
manutenção da posição mandibular". Conclui-se,
Conclui se, das investigações
investigaçõ de
BRODIE & SARNAT (1942) que os músculos inseridos na mandíbula e não
os dentes, determinam a posição mandibular.

Determinação da Dimensão Vertical

THOMPSON (1946) realizou uma série de medidas faciais em


pacientes, levando em consideração o desenvolvimento da face desde o
nascimento até a idade adulta. De seus trabalhos conclui-se
conclui se que:

1- A DVR é imutável e independe da presença de dentes.


2- A DVO instala-se
instala aos 3 meses de vida.
Posteriormente DUNCAM e WILLIAMS, com auxílio de RX,
procuraram demonstrar que com a perda dos dentes há uma variação na
DVR. Segundo esses autores a DVR de um indivíduo desdentado é menor
que quando dentado.
Atualmente, é levado em consideração os fatores fundamentais da
articulação temporomandibular, suas relações intrínsecas e o conjunto ATM /
mandíbula / dentes, sendo considerado que a DVR é imutável em
determinada faixa da vida do paciente embora possa sofrer alteração durante
toda a vida do paciente. É preferível valer-se do conceito de condição
postural da mandíbula ao de DVR, embora para a finalidade e com os
recursos de que se pode dispor, a utilização da DVR é útil e propicia meios
práticos (embora um tanto empíricos) de trabalho.
THOMPSON (1946) afirmou que "tem sido aceito, por muitos anos,
que o relacionamento da mandíbula com a maxila é inteiramente dependente
do entrosamento dos dentes em oclusão (sic). O efeito desses ensinamentos
resulta na aceitação universal de que os dentes contribuem para o
comprimento da face."

Métodos de determinação da DVR

O registro da DV compreende:
1. Aspecto estético;
2. Conforto fonético - fonemas bilabiais, labiodentais e palatolabiais;
3. Capacidade funcional da PT;
4. Conservação do osso de sustentação;
5. Integridade das ATM - KLEIN, P (1962)

Pode-se dividir as várias técnicas de determinação da DV em dois


grupos principais:

1º grupo: determinação do DVO diretamente.


2º grupo: determinação da DVR e, a partir desta, a DVO.
Dentre os métodos de determinação, pode-se citar COMO
HISTÓRICO (Tamaki 1983):

Diretos:

Método de BOOS ou da potência muscular.


Método de MONSON ou da deglutição.
Método da máscara facial (ainda com dentes).
Método fotográfico de WRIGHT (medidas fotográficas).
Método do compasso de Willis (Harmonia Facial)

Indiretos:

Método fotográfico de WRIGHT (medidas fotográficas).


Método de paralelismo dos rebordos de SEARS.
Método da aparência facial ou de FOX.
Método do repouso muscular de GERSON MARTINS.
Método proporcional de BRODIE THOMPSON.
Método fonético de SILVERMAN.

Infelizmente não se pode utilizar apenas um método de determinação


da DV como sendo único e definitivo. Todos os métodos têm suas falhas e
baseiam-se ou em uma observação estritamente pessoal, sendo portanto,
variável de profissional para profissional, ou através de medidas obtidas,
usando referências altamente variáveis sobre a pele do paciente e assim,
sujeitas a variações.
Utiliza-se como observação primária o método direto de Willis ou do
Compasso de Willis que, segundo esse autor, a partir da mensuração de uma
distância que vai da comissura palpebral à comissura labial do indivíduo, a
medida obtida seria próxima a DVO daquele indivíduo.
Figura: Método direto de determinação da DVO através do uso do
compasso de Willis

A seguir utiliza-se um método indireto (deglutição e repouso)


r que
mede a posição maxilomandibular do paciente imediatamente após executar
uma deglutição vazia (momento em que a mandíbula alcança uma posição
de repouso, ou seja, de tônus muscular), e faz-se
faz se sucessivas mensurações
desta, a fim de obter-se
se uma média
média do que seria a DVR. Obtendo a DVR,
subtrai-se
se o EFL e obtêm-se
obtêm se a DVO, conforme a equação explicada
anteriormente.
Após a determinação da DVO, o ajuste do plano de cera inferior
deve ser feito em concordância com o plano maxilar, obtendo um contato
constante em toda a extensão, entre ambos planos de cera.
Posteriormente para refino desta determinação será utilizado o Método
Fonético ou de Silverman onde o paciente irá praticar a fonética
pronunciando fonemas que permitam a observação do Espaço Funcional
Funcio de
pronúncia EFP que é muito próximo do EFL, Usualmente os melhores
fonemas para observação do EFP são os fonemas sibilantes , que possuam
"S": Mississipi, Sapato, Sessenta e seis.....
ASPECTOS IMPORTANTES:
1- Para a confecção do plano de orientação inferior é necessário que o
plano superior esteja completamente finalizado.
2- A DVO inicial deve ter sido determinada pelos métodos
anteriormente descritos.
3- Recomenda-se realizar o rolete na presença do paciente e,
enquanto acera estiver ainda plástica inserir na boca pedindo ao paciente
que feche lentamente a mandíbula até a medida de DVO pré determinada.

5.4 Questões:

1- Quais as características clínicas e laboratoriais do plano de orientação


superior e inferior?
2- O que o plano de orientação superior e inferior determinam?

5.5 Referências

1. CERVEIRA NETTO, H. Prótese Total Imediata. São Paulo,Pancast


Editorial, 1987.
2. TAMAKI T. Dentaduras Completas. 4ª ed. São Paulo: Sarvier, 1983.
3. Telles, T. Prótese Total Convencional. Rio de Janeiro: Editora Santos,
2013.

6. Montagem em Articuladores

6.1 Articuladores

O articulador é um aparelho destinado à fixação dos modelos, a


registrar as relações intermaxilares e a reproduzir os movimentos
mandibulares de interesse protético (Tamaki, 1983). Consta, basicamente, de
um corpo cuja função é manter o espaçamento entre duas hastes ou ramos
horizontais, às quais serão fixados os modelos. As hastes ou ramos
horizontais representam a maxila e a mandíbula do paciente que são
articuladas entre si, por meio de um dispositivo, que representa a articulação
temporomandibular (denominado de guia condilar).
Há vários tipos de articuladores, cada qual baseado em um conceito
ou Escola de Oclusão. Basicamente podemos dividir os articuladores em três
tipos:

1- Articuladores não ajustáveis (charneiras) (fig. 1): são instrumentos que


reproduzem exclusivamente o movimento de abertura e fechamento. São os
instrumentos mais simples, no entanto, em muitos casos é necessária a
realização de muitos ajustes, quando da prova das próteses no paciente.

Figura 1: Articulador não ajustável (charneira).

2- Articuladores semi-ajustáveis (fig. 2): são instrumentos em que a


articulação dos ramos com o corpo é feita por meio de um dispositivo que
representa a articulação temporomandibular. Esses instrumentos permitem,
além do movimento de abertura e fechamento, movimentos de lateralidade e
protrusão. São instrumentos em que podemos regular as relações maxilo-
mandibulares individuais, do paciente. O instrumento mais difundido é o
articulador semi-ajustável, tipo arcon, com distância intercondilar regulável
em três posições (pequena, média e grande); apresenta guias condilares
ajustáveis (entre 0º e 60º quanto à trajetória sagital do côndilo e entre 0º e
25º quanto ao ângulo de Bennett), pino guia incisal graduado
milimetricamente e plataforma incisal fixa.
Figura 2: Elementos constituintes do articulador semi-ajustável.

3- Articuladores totalmente ajustáveis (fig. 3): Esses instrumentos permitem


em maior grau a regulagem da inclinação do plano oclusal, distância
intercondilar, inclinação da guia condilar, ângulo de Bennett e ângulo de
Fischer.

Figura 3: Articulador totalmente ajustável.


6.2 Montagem do modelo superior

Os articuladores semi-ajustáveis e totalmente ajustáveis possuem um


dispositivo denominado arco facial (fig. 4) cuja finalidade é determinar e
transferir o eixo intercondilar, a distância intercondilar e o ângulo do plano
oclusal, do paciente para o articulador. O arco facial relaciona a maxila do
paciente à "maxila" do articulador, transferindo o modelo maxilar, que será a
referência de montagem do modelo mandibular.

Figura 4: Elementos constituintes do arco facial.

O arco facial possui as seguintes funções:


● Fornece o posicionamento da maxila em relação à base do crânio;
● Realiza a transferência do eixo de rotação da mandíbula para o
articulador;
● Determinação da distância intercondilar;
● Suporte para a montagem do modelo superior;
● Determinação da distância côndilo/incisivo.

Há várias técnicas de montagem dos modelos em articulador e cada


articulador apresenta características específicas que dependem do número
de registros disponíveis e acessórios incorporados. Entretanto, a maioria dos
articuladores em uso atualmente, segue a teoria de eixo terminal de rotação,
o que faz com que as técnicas de montagem sejam muito semelhantes entre
si.
De posse da base de prova superior com rolete de cera já montado,
adapta-se
se a forquilha do arco facial ao rolete, utilizando cera 7 (fig. 5). Dessa
forma, a forquilha fica unida
unida temporariamente ao plano de orientação
superior. O conjunto é levado à boca do paciente de modo que ele se encaixe
sobre o rebordo alveolar (fig. 6).

Figura 5: Adaptação do rolete de cera na forquilha.

Figura 6: Posicionamento da forquilha e plano de orientação superior à boca


do paciente.

O paciente deve manter a forquilha na mesma posição, apoiando os


polegares de encontro à maxila (fig. 7). Então, o arco facial é levado até o
paciente e é introduzido o conjunto de fixação na haste da forquilha. Em
seguida, com delicadeza, adapta-se
adapta se as olivas do arco facial no conduto
auditivo externo do paciente.

Figura 7: Suporte da forquilha pelo paciente.


O relator nazium é fixado na barra transversal do arco, de modo que o
mesmo fique bem centrado e apoie-o
apoie o na glabela do paciente. Neste
momento, as olivas devem ser posicionadas o mais internamente possível no
conduto auditivo do paciente e o relator nazium deve ser pressionado de
encontro ao paciente e seu parafuso de fixação apertado (fig. 8). Em seguida,
os três parafusos de fixação do arco facial devem ser apertados.

Figura 8: Posicionamento do arco facial.

A Distância Intercondilar (espaço entre os côndilos) do paciente é


determinada observando-se
observando se as marcas situadas na porção anterior do arco
facial. Há três números separados por riscos de referência (1, 2 e 3), que
correspondem respectivamente às distâncias intercondilares pequena, média
e grande (fig. 9). Quando um risco de referência ficar alinhado com o
indicador da distância intercondilar, adote sempre
sempre a menor distância para
este paciente. Esta informação deve ser anotada na ficha do paciente, para
posterior ajuste do articulador.

Figura 9: Distâncias intercondilares no arco facial.


Com o relator nazium e o arco apertados, posiciona-se
se o arco para
que coincida com o plano de Frankfurt (trágus – forame infraorbital). O plano
de Frankfurt é uma linha que vai do ponto mais alto do meato acústico
externo até o ponto mais baixo da margem infraorbitária (fig. 10). Ele forma
com o plano de Camper um ângulo de aproximadamente 15 graus e serve
para orientar quanto a montagem em articulador semi-ajustável.
semi ajustável.

Figura 10: Ilustração do Plano de Frankfurt e Plano de Camper.

Em seguida aperta-se
aperta o parafuso da haste vertical
ertical e depois o parafuso
da articulação dupla (haste horizontal) de modo que a forquilha fique em um
ponto onde haja menor indução de tensão sobre sua haste (fig. 11). Neste
momento, para a verificação do acerto do registro, pede-se
pede se ao paciente que
solte
e os polegares do garfo de mordida, devendo permanecer o mesmo sem
báscula e o arco facial fixo.

Figura 11: Posição final do arco facial.


Feito isto, afrouxa-se
afrouxa se os parafusos laterais e central da parte superior
do arco e todo o conjunto é removido cuidadosamente
cuidadosamente do paciente, de modo
a não alterar a posição registrada. O passo seguinte consiste em transferir ao
articulador o plano de orientação com o modelo sobreposto à base de prova.
Para montar o modelo superior no articulador, inicialmente ajusta-se
ajusta a
distância intercondilar do mesmo, bastando para isso que cada um dos
elementos condilares seja adaptado na abertura correspondente, de acordo
com a distância intercondilar do paciente, como registrado com o arco facial
(fig. 12 e 13).

Figura 12: Ajuste da distância intercondilar no ramo inferior do articulador.

Figura 13: Ajuste da distância intercondilar no ramo superior do articulador.


A seguir, deve-se
se ajustar as guias condilares em 30º e as guias para o
movimento de lateralidade ( ângulo de Bennett
Bennett ) em 15º (fig. 14).

Figura 14: Inclinação da guia condilar e ângulo de Bennett.


Posiciona-se
se o modelo de trabalho superior, com retenções e
previamente hidratado, sobre o plano de orientação fixado ao garfo e verte-se
verte
o gesso para fixação do modelo com a placa de montagem do articulador (fig.
15 e 16). Aguarda-se
se a presa do gesso para remoção do arco facial.

Figura 15: Aplicação do gesso sobre a base do modelo superior e na placa


de montagem.

Figura 16: Modelo superior montado em articulador.

** outra opção que antecede a aplicação do gesso sobre a placa e o modelo


denomina-se
se método “Split-Cast”,
“Split neste método faz-se
se alguns desgastes na
base do modelo de trabalho para servir de guia e isolamento na superfície do
mesmo, com vaselina, previamente
previamente a aplicação do gesso, isto possibilitará
que futuramente este possa ser removido do articulador sem prejuízo da
posição determinada com o arco facial e possibilitará realizar ajustes oclusais
na prótese acrilizada antes de ser instalada.

6.3 Curva individual de compensação


Ao observar a disposição dos dentes nos arcos é possível notar a
inclinação dos seus longos eixos que determinam uma curvatura para o plano
oclusal e esta curvatura está intimamente relacionada à inclinação da fossa
mandibular, de maneira que os dentes possam estar atuando de modo a
preservar as estruturas e manter a função. Dessa maneira, nomeiam-se
nomeiam
algumas curvas do plano oclusal.
- Curva de Spee (fig. 17): curva ântero-posterior
ântero posterior ascendente, que inicia
na ponta de cúspide do canino
canino e se estende às curvas vestibulares
dos pré-molares
molares e molares inferiores.

Figura 17: Demonstração da curva de Curva de Spee.

- Curva de Monson (fig. 18): observada pelo plano frontal, na qual


estabelece uma projeção da calota de uma esfera com a concavidade
concav
voltada para cima.

Figura 18: Demonstração da curva de Curva de Monson.

- Curva de Avery ou Anti-Monson


Anti Monson (fig. 19): curva inversa a de Monson.

Figura 19: Demonstração da curva de Avery ou Anti-Monson.


Anti Monson.

- Curva em zero ou neutra de Graty (fig. 20): curva com inclinação


próxima a zero.
Figura 20: Demonstração da curva em zero ou neutra de Graty.

Cada paciente pode possuir algum tipo de curva de compensação, e


independentemente de seu ângulo é possível concluir que ela está
intimamente relacionada
elacionada com as inclinações das paredes internas da fossa e
com a amplitude do movimento de Bennett.
Ao analisar a oclusão do indivíduo dentado, em um movimento
protrusivo mandibular é possível verificar a ocorrência de um espaço entre os
dentes posteriores,
ores, chamado Espaço de Christensen (fig. 21). E esse
fenômeno em que ocorre o abaixamento da mandíbula em movimentos
extrusivos, causado pela ATM, na qual há deslocamento da cabeça da
mandíbula dentro da fossa mandibular para frente e para baixo, é chamado
chamad
de Fenômeno de Christensen.

Figura 21: Ilustração do Espaço de Christensen.

Se esta situação ocorrer em um indivíduo desdentado portador de


próteses totais a inexistência de contatos dentais posteriores durante a
movimentação excêntrica mandibular cria
cria uma alavanca que tende a deslocar
a prótese levando à falha.

Assim, estas inclinações devem ser compensadas para não criar esse
espaço interoclusal (Espaço de Christensen) e para que os planos de
orientação, e futuramente os dentes, estejam em íntimo contato
contato durante a
movimentação mandibular excêntrica (fig. 22). Para isso, podem ser usados
alguns métodos em prótese total para se obter a curva individual de
compensação.
Figura 22: Ilustração de próteses totais em boca sem o Espaço de
Christensen.

Há, basicamente, dois métodos para a obtenção da curva individual de


compensação:

1 - Método mecânico

2 - Método fisiológico

1 - Método mecânico: Como o próprio nome diz, baseia-se


baseia se na utilização de
um instrumento, no caso um articulador, com inclinações das guias
condilares pré-fixadas
fixadas em 33° (inclinação da trajetória sagital), para a
montagem dos planos de cera e dos dentes. Esse método foi desenvolvido
por GYSI e preconizado WALKER e HANNAU.

2 - Método fisiológico, introduzido por PATERSON (1923): Nesta


Nes técnica
comumente conhecida como DESGASTE DE PATERSON, utiliza-se os
planos de cera, colocados em posição na boca do paciente e recobertos em
suas superfícies de contato com uma mistura abrasiva (fig. 23 e 24). Solicita-
Solicita
se, ao paciente, que execute os movimentos
movimentos de lateralidade e protrusão, com
os roletes em íntimo contato (fig. 25). Haverá um desgaste das superfícies
dos roletes em contato, desgaste que fornecerá uma curva ântero-posterior
ântero e
outra curva vestíbulo-lingual.
lingual. O movimento (consequentemente o desgaste)
continua até atingir a DVO própria do paciente (fig. 26). Por este método
obtém-se
se as curvas individuais do paciente, que segundo o autor, são a
realização material das diversas posições mandibulares no espaço.
Figura 23: Abertura da canaleta para o material abrasivo.

Figura 24: Aplicação do material abrasivo sobre o rolete de cera.

Figura 25: Execução do desgaste de Paterson.

Figura 26: Verificação da DVO após o desgaste.


6.4 Relação Central

A Relação Central (RC) possui diversas definições dadas por filosofias


distintas.
A "Academia de Prótese Dental Americana" define a Relação Central
com a posição mais retrusiva e não forçada ocupada pelas cabeças da
mandíbula na fossa mandibular e a partir da qual a mandíbula pode
descrever os movimentos de abertura e lateralidade livremente.
Segundo DAWSON (1993): “É a relação da mandíbula com a maxila,
quando conjunto côndilo disco estão alinhados numa posição mais superior
contra a eminência articular, independente da posição de dentes”.
Assim, a Relação Central diz respeito ao estudo da posição
mandibular inicial e é relativa à posição ocupada pelos cabeças da mandíbula
nas cavidades glenoides. Posição de Relação Central, ou simplesmente
Relação Central da mandíbula, seria aquela posição ocupada pela
mandíbula, em relação à maxila, quando os cabeças da mandíbula estiverem
na posição retrusiva e não forçada, no interior das cavidades glenoides.
Compreende-se que será a partir dessa posição que terão início os
movimentos mandibulares e será a essa posição que a mandíbula retornará,
ao término dos movimentos. A posição de Relação Central será, portanto, o
ponto inicial e terminal dos movimentos excêntricos da mandíbula.
Compreende-se que a situação de RC corresponde à posição de
máximo equilíbrio articular. Não há tensões nem trações entre os
componentes da ATM, havendo, concomitantemente, equilíbrio entre os
músculos da mastigação. Seria uma posição de máximo equilíbrio do
sistema, tanto neuromuscular, quanto articular.
Como estudado anteriormente sobre a Dimensão Vertical, o intuito é
posicionar a mandíbula em relação à maxila. A localização da mandíbula,
segundo o plano vertical, é feita utilizando os conceitos já expressos de
Dimensão Vertical. A localização e consequente posicionamento no plano
horizontal será conseguido por meio dos métodos e conceitos relativos à
Relação Central.
Sendo a mandíbula um osso rígido, com dois pontos de apoio, as
cabeças da mandíbula que se articulam com o crânio através das fossas
mandibulares e componentes articulares, uma vez conhecidas e
determinadas as posições iniciais e terminais das cabeças da mandíbula
dentro das fossas mandibulares (ATM) teremos localizada a posição inicial da
mandíbula, segundo o plano horizontal nos sentidos antero/posterior e
latero/lateral. Da interação dessas posições relativas (DVR e RC) obteremos
o posicionamento da mandíbula, em relação à maxila, no espaço.

- Registro da posição de Relação Central:


DAWSON (1993) descreveu a técnica da manipulação bilateral para
obtenção da Relação Central. A cadeira deve ser posicionada com o encosto
reclinado para permitir ao paciente ficar deitado de maneira confortável. 0
profissional deve se posicionar atrás do paciente. A cabeça não deve se
movimentar durante a manipulação da mandíbula. O paciente deve ser
orientado a inclinar sua cabeça para trás a fim de eliminar a tendência de
protrusão da mandíbula e o profissional deve posicionar os polegares sobre a
sínfise mentoniana e os demais dedos sob o ramo mandibular. Já
RAMFJORD (1996) descreveu um método para obtenção da RC pela
manipulação unimanual do mento. O paciente deve ser reclinado na cadeira
numa angulação de 30° a 45°, então coloca-se a mão direita no queixo do
paciente com os dedos indicador e médio sob a mandíbula e o polegar deve
ser colocado sobre a sínfise mentoniana (fig. 27). Em ambas as técnicas
(com duas ou uma mão), de maneira delicada, a mandíbula deve ser aberta e
fechada alguns milímetros diversas vezes, com os planos de orientação
superior e inferior em boca. Quando a mandíbula movimentar livremente,
aplica-se uma pressão firme pelos polegares para baixo e os demais dedos
para cima, deslocando os côndilos para cima e os mantendo nesta posição.
Então, com o auxílio de uma pinça, deve-se aquecer levemente os
grampos e fixá-los nos roletes de cera superior e inferior, tendo o cuidado
para não alterar as suas posições (fig. 28 e 29). Esse registro deve ser feito
tanto do lado direito como do lado esquerdo, próximo às comissuras labiais
para promover estabilidade no conjunto.
Depois disso, cuidadosamente, remove-se todo o conjunto da boca
(roletes de cera superior e inferior unidos com os grampos) (fig. 30), e
posiciona-se no modelo superior já montado em articulador, para assim
montar o modelo inferior.
Figura 27: Manipulação unilateral em RC.

Figura 28: Posicionamento do grampo metálico para fixação dos roletes de


cera.

Figura 29: Roletes superior e inferior fixados em RC.

Figura 30: Registro da relação maxilo-mandibular.


maxilo
6.5 Montagem do modelo inferior

Após obter o registro da Relação Central, realiza-se


realiza se a montagem do
modelo de trabalho inferior em articulador, visto que nesta etapa já foi
possível registrar a posição da mandíbula em relação à maxila tanto no
sentido vertical, pela DV, quanto no sentido horizontal, pelo
pelo registro da RC.
Dessa maneira, o pino guia do articulador deve ser regulado em 0 (fig.
31) e o articulador posicionado de forma inversa, ou seja, com o ramo
superior voltado para baixo. Então, o conjunto dos roletes de cera registrado
em RC deve ser posicionado no modelo superior, já montado em articulador,
e o modelo inferior previamente hidratado e com retenções deve ser
posicionado sobre o conjunto (fig. 32). Então deve-se
deve se manipular o gesso e
verter sobre o modelo para fixação do mesmo com a placa de montagem do
articulador (fig. 33 e 34). Aguarda-se
Aguarda se o tempo de presa do gesso para seguir
para a próxima etapa.

Figura 31: Regulagem do pino guia em 0.

Figura 32: Posicionamento dos planos de orientação fixados em RC no


modelo superior do articulador.
articulad
Figura 33: Aplicação do gesso sobre a base do modelo inferior.

Figura 34: Modelo inferior montado em articulador.

Em prótese total, utiliza-se o método desenvolvido por GYSI, também


conhecido como método do ARCO GÓTICO DE GYSI COM O REGISTRO
EXTRA-ORAL para conferir se a posição registrada da RC pelo método de
manipulação foi correta. Esse método baseia-se no seguinte princípio:
Sabe-se que toda a vez que a mandíbula executa um movimento de
lateralidade, esse movimento tem início na posição de RC e retornará a essa
posição. Então, fixa-se uma pua escritora no rolete maxilar (parte fixa do
sistema) e uma placa de registro ao rolete mandibular (parte móvel do
sistema) (fig. 35). Aplica-se uma cera azul sobre a placa (fig. 36) e solicita-se
ao paciente, movimentos de lateralidade e protrusão, obtendo assim um
traçado (da pua inscritora sobre a plataforma móvel) que representa as
trajetórias mandibulares, de seu ponto inicial ao seu ponto terminal (fig. 37).
Esse registro, por se apresentar em forma de ponta, recebeu o nome
de: arco gótico. As vertentes do "arco gótico" são o resultado da inscrição dos
movimentos laterais. A bissetriz do traçado, será o resultado da inscrição do
movimento protrusivo (projeção) da mandíbula. O comprimento de cada
traço, corresponde à extensão daquele movimento. O ângulo do registro
corresponde ao raio do arco do movimento (distância ao côndilo de apoio). E
o ponto em que os traços se cruzam, no vértice do arco gótico (fig. 38),
corresponde à posição inicial e terminal dos movimentos, portanto:
RELAÇÃO CENTRAL.
Depois disso, semelhantemente ao procedimento realizado
anteriormente, fixa-se
se grampos metálicos de acordo com a posição registrada
pelo registro extra-oral
oral e posiciona-se
posiciona se o conjunto novamente no articulador
(fig. 39 e 40). Caso a posição seja semelhante à tomada anteriormente, a
montagem está correta. Mas caso a posição não seja a mesma, deve-se
deve
remontar o modelo inferior de acordo com o registro extra-oral.
extra

Figura 35: Pua escritora posicionada no rolete superior e placa de registro no


rolete inferior.

Figura 36: Aplicação de cera azul na placa de registro.


Figura 37: Traçados representando a trajetória mandibular.

Figura 38: Vértice do arco gótico, relação central.

Figura 39: Conjunto fixado de acordo com registro extra-oral.

Figura 40: Reposicionamento dos planos de orientação no articulador para


verificação da montagem.
6.6 Individualização do articulador

Essa etapa tem por finalidade obter o máximo rendimento do


articulador, facilitando a confecção de próteses com exatidão e diminuindo o
tempo gasto para a realização dos ajustes oclusais na boca. As inclinações
das guias condilares e os ângulos de Bennett devem se aproximar das
articulações temporomandibulares do paciente, visto que o registro de
protrusão e lateralidade do paciente foi feito pelo Registro extra-
extra-oral e a curva
individual de compensação.

- Preparo do articulador prévio às individualizações


Afrouxa-se
se ligeiramente o par de parafusos mais centrais da parte
superior do articulador (parafuso da inclinação condilar) e ajusta-se
ajusta os dois
guias condilares a 0° (fig. 41). Afrouxa-se
Afrouxa se os outros dois parafusos situados
mais lateralmente (parafuso de Bennett)
Benn e ajusta-se
se a inclinação em sua
posição mais aberta de 30° (fig. 42). O pino guia incisal deve ser posicionado
de modo que não toque na mesa incisal (em torno de 1mm) evitando
qualquer interferência.

Figura 41: Inclinações das guias condilares em 0°.

Figura 42: Ângulos de Bennett posicionados em 30°.


- Ajuste da inclinação condilar (parede superior)
Após deixar a guia lateral de Bennett em sua abertura máxima (30°) e
a guia condilar em 0°, realiza-se
realiza se a protrusão de acordo com o registro extra-
extra
oral e verifica-se
se que o elemento condilar poderá estar afastado da sua guia.
Então, afrouxa-se
se os parafusos de fixação e rotaciona-se
rotaciona as guias
condilares para baixo, até que a parede superior toque o elemento condilar
de cada lado do articulador e aperta-se
aperta se os parafusos da inclinação condilar
(fig. 43).
Deve-se
se observar a leitura existente nas laterais do ramo superior do
articulador, verificando assim a respectiva guia condilar do paciente, que
inicialmente foi calibrada em 30° e que agora deve estar individualizada.
Anota-se
se na ficha do paciente o valor encontrado para a sua inclinação
condilar.

Figura 43: Individualização da inclinação da guia condilar.

- Ajuste da parede mediana (ângulo de Bennett)

Após a individualização da guia condilar, realiza-se


realiza se a lateralidade
esquerda de acordo com o registro extra-oral
extra e solta-se
se o parafuso de
Bennett do lado oposto (direito), liberando o guia do movimento lateral. Na
sequência, rotaciona-se
se esse
esse guia até que toque a superfície medial do
elemento condilar e aperta-se
aperta se o parafuso correspondente (fig. 44). Assim é
registrado e individualizado o ângulo de Bennett direito.
Então, para individualizar o lado esquerdo, realiza
realiza-se os
procedimentos explicados
dos anteriormente. Deve-se
Deve se realizar a lateralidade
direita, seguindo o registro extra-oral
extra oral e soltar o parafuso de Bennett do lado
esquerdo, liberando o guia do movimento lateral. Rotaciona-se
Rotaciona se esse guia até
que toque a superfície medial do elemento condilar e aperta-se
se o parafuso
correspondente, individualizado assim o ângulo de Bennett esquerdo. Anota-
Anota
se na ficha do paciente os valores encontrados para os ângulos de Bennett.
Figura 44: Individualização do ângulo de Bennett.

Dessa maneira, obtém-se


obtém os modelos de trabalho do paciente
montados corretamente e individualizados no articulador semi-ajustável.
semi ajustável.

- Vamos recapitular todo o processo, para melhor entendimento:

De posse das bases de prova, é confeccionado os roletes em cera e


leva-se à boca do paciente.
Verificadas a forma e posição, estes são ajustados em sua porção
vestibular (estética da face e recuperação do perfil estético).
Reconstrói-se
se a altura facial determinando a DVR e a DVO.
Acrescentada a mistura abrasiva, solicita-se
solicita se ao paciente, que execute
os movimentos de lateralidade e protrusão com os planos em contato
(desgaste de Paterson).
Obtidas as curvas individuais de compensação, verifica
verifica-se,
constantemente a DVO para evitar um desgaste excessivo. Essa verificação
deve ser feita utilizando os vários métodos estudados.
O passo seguinte é a determinação da RC: para tanto utiliza-se
utiliza a
manipulação do paciente em RC. Por meio de grampos metálicos, fixa-se
fixa os
planos de orientação entre si. Dessa maneira são obtidas as bases de prova
relacionadas tanto em DVO como em RC. A conferência dessa posição é
realizada através do Registro Extra-Oral
Extra Oral pelo método do arco gótico de Gysi.
A posição de vértice do arco gótico, corresponde à RC.
6.7 Questões

1. Qual a importância da utilização do articulador para a confecção de


próteses totais?
2. O arco facial é um item essencial para a montagem do modelo
superior no articulador. Quais as consequências no resultado final
podem ocorrer caso a tomada do arco facial seja executada de
maneira incorreta?
3. O que é a curva individual de compensação? Explique quais os
métodos para obtê-la.
4. Como se realiza a montagem do modelo inferior no articulador?
5. O que é a técnica de split-cast e quais as vantagens de utilizá-la?

6.8 Referências

4. TAMAKI T. Dentaduras Completas. 4ª ed. São Paulo: Sarvier, 1983.


5. PATERSON AH. Construction of artificial dentures. Dent Cosmos.
1923; 65:679-89.
6. DAWSON PE. Avaliação, diagnóstico e tratamento dos problemas
oclusais. 2ª ed. São Paulo: Artes Médicas, 1993. p.33-62.
7. RAMHJORD, S. Oclusão. 4ª ed. São Paulo: Interamericana, 1996.
p.50-55.
8. CERVEIRA NETTO, H. Prótese Total Imediata. São Paulo,Pancast
Editorial, 1987.

7. Seleção e montagem de dentes artificiais

Introdução

Há 2.500 anos a.C., os fenícios e os egípcios utilizavam dentes


humanos e de animais que, recortados, eram fixados, por meio de fios de
ouro, aos dentes remanescentes. Durante séculos, os artesãos das cortes
construíram "peças protéticas" utilizando marfim esculpido, procurando a
forma e contorno de dentes naturais. Somente em 1597, GUILHERMEAU,
tenta a confecção de dentes artificiais utilizando resinas naturais; no entanto,
não obtêm resultados satisfatórios.
Em 1774 um farmacêutico, DUCHATEAU, portador de dentadura
artificial, tenta a confecção de dentes em porcelana, porém sua tentativa
fracassa pela falta de conhecimentos anatômicos, na escultura e disposição
dos elementos. Posteriormente Duchateau associa-se a um "dentista",
DEBOIS CHEMANT, e dessa associação surgem as primeiras próteses totais
artificiais em porcelana. Perseguido pela revolução francesa, Chemant
refugia-se em Londres onde associa-se a ASH, criando uma indústria que
subsiste até os nossos dias.
Até então, os dentes artificiais eram apresentados em blocos sólidos
de porcelana, sem nenhuma possibilidade de individualização. Somente em
1830, GUISEPPANGELO FONZI, dentista italiano, inventa os dentes isolados
em porcelana, causando uma verdadeira revolução nas técnicas de
construção de próteses. SAMUEL S. WHITE leva esses conhecimentos para
os Estados Unidos da América, fundando, em 1844, a S.S.White e difundindo
o uso de dentes artificiais em porcelana.
Durante a 2ª guerra mundial, as pesquisas no campo dos plásticos
deram origem à resina acrílica que passou a disputar, com a porcelana, o
predomínio como material de confecção de dentes artificiais. Atualmente,
graças ao desenvolvimento industrial, há um predomínio dos dentes em
resina acrílica, frente aos dentes em porcelana.

7.1 Escolha de dentes (tipos de dentes)

Podemos classificar os dentes artificiais segundo:

1- Material de confecção:

a) Dentes em resina acrílica


b) Dentes em porcelana

2- Desenho da face oclusal:

a) Dentes anatômicos
b) Dentes funcionais
.
1- Material de confecção:

Os dentes em porcelana tem, basicamente, em sua composição:


quartzo, caulim e feldspato, além dos óxidos metálicos corantes. Esses
componentes são fundidos, em camadas, formando o corpo do dente e
posteriormente a porção incisal. A superfície externa recebe uma camada
transparente, o "glaze", cuja finalidade é dar proteção e brilho ao dente.
Os dentes em resina acrílica, são compostos por: polimetilmetacrilato
(PMMA), cristais de quartzo e óxidos metálicos corantes. Da mesma forma
que os dentes em porcelana, os dentes em resina acrílica são prensados em
camadas, de forma que a coloração seja intrínseca. Segundo Telles (2013),
os dentes em resina acrílica estão disponíveis para comércio em dois grupos
principais: (1) dentes convencionais; (2) dentes de alta resistência.
Os dentes artificiais convencionais foram mencionados acima. Já os
dentes artificiais de alta resistência apresentam formulações químicas
diferentes, de acordo com o artifício técnico utilizado para aperfeiçoar as
propriedades da resina acrílica. A combinação dos vários artifícios técnicos
durante a reação de polimerização da resina acrílica assegura a formação de
diferentes subtipos de dentes artificiais de alta resistência.

Vantagens e desvantagens dos dentes em resina acrílica e em porcelana:

Resina acrílica:

Vantagens:
· Facilidade de montagem
· Facilmente ajustáveis
· Mesmo material da base da prótese

Desvantagens:
· Mudança de cor
· Perda do brilho
· Desgaste rápido
· Sofrem abrasão fisiológica

Figura: Dentes de resina acrílica

Porcelana:

Vantagens:
· Resistência à abrasão
· Eficiência mastigatória
· Estabilidade de cor
Desvantagens:
· Ruído ao mastigar
· Dificuldade na montagem
· Dificuldade de ajustes oclusais
· Friáveis
· Não adesivos à base da prótese

Verifica-se que nem sempre as vantagens de um dos tipos de dentes,


contrabalançam as desvantagens do outro tipo. De um modo geral, dá-se
preferência aos dentes em resina acrílica, sempre que houver dificuldade de
montagem, necessidade de ajustes oclusais extensos, casos de próteses
imediatas, ou quando desejamos diminuir o componente de força sobre o
rebordo residual. Os dentes em porcelana seriam indicados naqueles casos
em que a estabilidade de cor é fundamental (principalmente os 6 anteriores
superiores). Sempre que forem indicados dentes em porcelana, é necessária
uma verificação extremamente cuidadosa do equilíbrio oclusal.
Se o exame dos rebordos indica avulsões recentes, ou em casos de
prótese total imediata, ou quando o espaço interoclusal é limitado, a
indicação é de dentes em resina acrílica.

2- Desenho da face oclusal:

A classificação baseia-se em pesquisas, realizadas com a finalidade


de verificar, se a melhor eficiência de mastigação das dentaduras, seria
obtida às custas de uma superfície triturante, que copiasse os dentes
naturais, ou seria preferível a modificação da plataforma oclusal, para adapta-
la às novas condições orais do paciente. GYSI conclui que, a máxima
eficiência seria obtida, com dentes cuja inclinação de vertentes, fosse da
ordem de 45º. Porém esquemas oclusais desse tipo, geram componentes
horizontais das forças mastigatória, que tendem a deslocar as próteses e
acelerar a reabsorção óssea alveolar.
Assim, foi desenvolvido dentes com inclinações de 33º, que se
harmonizariam com o valor médio da inclinação da vertente anterior da fossa
mandibular, diminuindo a componente horizontal de força. Surgiram os
dentes "Anatom-form Trubite", cujo sucesso determinou a configuração dos
dentes anatômicos.
Figura: Dentes anatômicos

Em 1930, HALL concluiu que a abrasão fisiológica dos dentes confere


maior estabilidade às próteses totais, pois há a harmonização contínua entre
a forma e inclinação da face oclusal dos dentes, com os movimentos
mandibulares. Esse desgaste seria maior quanto maiores fossem os
componentes horizontais do esforço da mastigação e a tendência a anulá-las.
Os trabalhos de Hall dão origem à escola funcional, que preconiza a
utilização de dentes artificiais com superfície oclusal plana, sendo chamados
de dentes funcionais.

Figura: Dentes funcionais

Baseado nos trabalhos de Hall, SEARS (1928), admite a montagem de


dentes 0º no arco superior e a eliminação das cúspides vestibulares dos
dentes inferiores. Preconiza, também, a montagem dos dentes inferiores
internamente à crista dos rebordos residual, como uma maneira de
centralizar os esforços da dentadura mandibular. Dessa forma, os dentes
funcionais são mais indicados para pacientes com alterações na ATM ou que
apresentem grande discrepância entre RC e OC NAGLE, R.J. (1965). Os
dentes anatômicos, por apresentarem altura cuspídea, irão articular com seus
antagonistas em 3 dimensões; já os dentes funcionais, apresentando
superfície oclusal plana, articulam em 2 dimensões.
A eficiência mastigatória deve ser julgada sempre em relação à
preservação dos rebordos alveolares. Por isso, os estudos relativos à forma
da superfície oclusal dos dentes posteriores continuam. Procura-se o
equilíbrio entre a anatomia oclusal e as trajetórias mandibulares, sua
amplitude e inclinação. A reabsorção óssea, que interfere na retenção das
próteses é um dos fatores determinantes na escolha do tipo de dente artificial
a ser indicado.
Trabalhos tem sido desenvolvidos, utilizando superfície oclusal
metálica, desenhada para cada caso, no sentido de obter a máxima eficiência
mastigatória, com um mínimo de componentes horizontais de força.
Evidentemente, o resultado será tão mais satisfatório, quanto maiores os
cuidados tomados no registro e transferência das relações maxilo-
mandibulares, do paciente para o articulador.

3- Seleção dos dentes artificiais

Os dentes artificiais são oferecidos em placas de seis dentes, para os


dentes anteriores (superiores e/ou inferiores) e placas de oito dentes para a
bateria posterior. Habitualmente, a seleção se baseia nos seis dentes
anteriores superiores, que são os determinantes estéticos. Identificados por
meio de um código de letras e números (largura, altura, forma e cor); em uma
tabela, fornecida pelo fabricante,
fabricante, encontramos os correspondentes, inferiores
e posteriores, cujo tamanho e forma são condizentes com os dentes
anteriores selecionados.
Há várias teorias e técnicas que auxiliam a seleção do tamanho, forma
e cor dos dentes artificiais. Em 1880, surge a teoria
teoria dos temperamentos que
relaciona a forma dos dentes ao tipo físico do paciente. Assim, os pacientes
eram divididos em categorias: bilioso; sanguíneo; linfático e nervoso, sendo
que, para cada tipo escolheríamos uma forma de dentes. Essa teoria não tem
suporte científico e pode-se
pode se dizer que está em desuso. Frequentemente a
expectativa do paciente (sua imagem mental), difere daquilo que seria seu
"temperamento".
Dentre as teorias que procuram ditar a forma do incisivo central
superior, por meio de medidas faciais, a teoria de BERRY (1906), procurava
a semelhança entre a forma do incisivo central superior com a forma do rosto.
Seguindo essa linha de raciocínio, LEON WILLIAMS (1914), classifica as
formas do rosto em: triangular; quadrado e ovóide, sendo que o incisivo
central superior deve ser selecionado dentre uma dessas três formas.
Embora não haja comprovação científica dessa coincidência, a divisão
preconizada por Leon Williams, permanece como critério de apresentação de
dentes artificiais.

Figura: Forma
orma dos incisivos centrais superiores relaciona-se
relaciona a forma
da face.

Outro estudioso, NELSON (1925), procurou a coincidência entre a


forma do arco dental e o incisivo central superior. Apresentou sua teoria
como: triângulo estético de Nelson, que teve grande
grande aceitação na época.
Como não há uma lei científica que determine a forma dos dentes
anteriores, baseia-se
se a escolha dos dentes através da teoria de Leon
Williams, no senso crítico do clínico, bem como na opinião do paciente.
Para a altura dos dentes superiores
superiores anteriores, BERRY e SAVAGE
(1906), concluíram que a altura do incisivo central superior seria de 1/16 do
comprimento facial. Já HOUSE (1939), estimou que a altura do incisivo
central seria de 1/20 do comprimento facial. WOOD CLAPP (1914) selecionaselecion
a altura do incisivo superior, pela altura atingida pelo lábio, durante o sorriso:
"linha alta" ou "linha alta do sorriso". O método preconizado por WOOD
CLAPP, tornou-se se de aceitação geral pois, além de muito simples e prático,
permite escolher um comprimento
comprimento de dente que esconda a base da prótese.

Figura: Linha alta do sorriso

Há casos em que o sorriso é excessivamente amplo, indicando dentes


anteriores exageradamente longos. Nessas situações, de comum acordo com
o paciente, procuramos selecionar dentes cujo comprimento seja aceitável,
mesmo correndo o risco de expor parte da resina da base da dentadura.
Pode-se
se lançar mão de recursos de caracterização da base da prótese como
pigmentações; recortes simulando retração gengival e outros, na tentativa de
tornar menos artificial a prótese. É importante ter em mente que o excesso de
caracterização pode ter efeito oposto ao desejado, chamando a atenção para
algo que queremos esconder.
Quanto a largura dos dentes, ou largura mésio-distal,
mésio distal, SEARS (1941),
através
avés de medidas craniométricas, conclui que a largura do incisivo central
superior deve ser de 1/18 da distância bi-zigomática.
bi zigomática. Já TENCH & WOOD
CLAPP, forneceram um método eficiente e prático de escolha no qual
afirmavam que "a largura somada dos seis dentes dentes anteriores superiores,
corresponde a largura da boca em repouso". Essa medida nos leva à linha
dos caninos (da distal de canino de um lado a distal de canino do lado
oposto), que é o valor da distância entre as comissuras labiais com a boca
em repouso, correspondendo a largura somada dos seis dentes anteriores
superiores, devendo ser registrada no plano de orientação superior.
Figura: Linha preta determina a linha dos caninos

Resumo:
Baseamos a escolha dos dentes nas linhas de referência-
1-Baseamos referência
a) A distância
ncia da borda do rolete de cera até a linha alta do sorriso,
corresponde à altura (ou comprimento) do incisivo central superior.
b) A distância da linha do canino à linha do canino do lado oposto,
corresponde à largura somada dos seis dentes anteriores superiores.
superiores.

Figura: Linha a - altura do incisivo central superior


Linha b - largura somada dos seis dentes anteriores superiores

2- Cor dos dentes e da gengiva:

As diversas cores dos dentes artificiais são indicadas por meio de


números (ou número + letra), em uma escala de cores e que variam de
fabricante para fabricante. Deve-se
Deve se utilizar a escala de cores do mesmo
fabricante dos dentes que iremos selecionar; pois a tonalidade dos dentes
artificiais varia conforme a sua composição.
composição. Dessa maneira, a cor 67 da
escala Dentron não é igual à cor 2C da escala Vivodent, embora sejam muito
semelhantes.
A escolha da cor deve ser feita em ambiente iluminado com luz
natural, preferivelmente na parte da manhã ou início da tarde. Cuidados
especiais
speciais devem ser tomados para evitar que cores dominantes, do ambiente
ou da vestimenta do paciente, possam interferir com nosso critério. Nunca
utilizar o foco de luz do equipo, para iluminar a boca do paciente, quando da
escolha da cor dos dentes artificiais.
artificiais. Além do componente de infravermelho,
o foco de luz concentrado em uma pequena área, realça os dentes em
detrimento da face, quebrando a harmonia do conjunto.
Outros cuidados importantes são: umedecer o dente da escala de
cores, para obter o mesmo brilho
brilho do dente na boca e não olhar durante muito
tempo seguido, para não perder a noção das pequenas nuances de
tonalidade dos dentes.
É conveniente fornecer um espelho ao paciente (suficientemente
grande para que possa ver toda a face), para que ele participe
participe da escolha,
dando sugestões. Não é desabonador para o profissional, se nossa escolha
não agradar ao paciente. São relativamente frequentes os casos em que,
nosso conceito de estética, não coincide com a imagem que o paciente
idealiza para si próprio. Esse procedimento dá, ao paciente, a
responsabilidade de participar e colaborar na confecção da prótese que,
afinal de contas, é ele quem vai utilizá-la.
utilizá la. É possível também selecionar a cor
da gengiva.

Figura: Escala de cor de dentes, de gengiva, e escolha de cor gengival.

4- Montagem e articulação dos dentes artificiais

Feita a seleção dos dentes artificiais e de posse dos modelos


montados em articulador, passaremos a montagem dos dentes. Como
cuidado preliminar, deve-se
deve FIXAR AS BASES DE PROVA AOS MODELOS, MODELOS
com cera fundida, a fim de evitar seu deslocamento durante as manobras
man de
montagem. Separam-se se os seis dentes anteriores superiores e com auxílio
de uma espátula Le Cron, remove-se
remove se parte da cera vestibular do rolete
superior, entre as linhas: mediana, alta do sorriso e linha do canino. A
montagem pode ser feita de 11 para
para 13 e em seguida de 21 para 23 ou na
sequência: 11-21; 12-22;
22; 13-23.
13 23. Plastificando o restante da cera, ajustamos
sucessivamente os dentes anteriores, como segue:
· 11 e 21:

- Face mesial, tangenciando a linha mediana;


- Borda cervical, tangenciando
enciando a linha alta do sorriso;
- Borda incisal, tocando o rolete de cera inferior junto à sua borda vestibular;
- Longo eixo do dente, ligeiramente inclinado para distal;
- Face vestibular, acompanhando o plano vestibular do arco de cera.

· 12 e 22:

- Face mesial, tangenciando a face distal do 11/21;


- Borda cervical, tangenciando a linha alta do sorriso;
- Face incisal, ligeiramente acima do rolete de cera inferior (cerca de 0.5
mm.);
- Longo eixo do dente, ligeiramente inclinado para distal;
d
- Face vestibular, acompanhando o plano vestibular do arco de cera.

· 13 e 23:

- Face mesial do canino, tangenciando a face distal do 12/22;


- Borda cervical, ligeiramente acima da linha alta do sorriso (cerca de 0,5
mm.);
- Ponta do canino, tocando o rolete de cera inferior, em sua borda vestibular;
- Longo eixo, acompanha o longo eixo do 11/21;
- Face vestibular do canino, pouco saliente em relação ao plano vestibular do
arco de cera.
Temos duas situações:

1- A opção foi de montagem de toda a bateria anterior superior. Podemos


parar a montagem e proceder a uma prova estética no paciente. É uma
atitude aconselhável, sempre que a estética foi a motivação primordial para a
confecção ou substituição da prótese. Julgamos esse procedimentoproc
conveniente, pois é muito mais fácil alterar as posições dos dentes anteriores
(ou até os dentes), antes da montagem dos dentes posteriores.

2- A opção foi de montagem por hemi-arco.


hemi arco. Nessa situação, não cabem
provas estéticas e a montagem continua
contin (pelo hemi-arco
arco de início) até o
primeiro molar superior. Como a montagem dos dentes posteriores é mais
fácil de ser executada por hemi-arco
hemi arco e se repete no hemi-arco
hemi oposto,
descreveremos a seqüência por um dos hemi-arcos.
hemi

· 14:

- Face mesial,l, tocando a maior convexidade do canino, por sua face distal;
- Cúspide vestibular, tocando o arco de cera inferior, em sua face oclusal;
- Cúspide palatina, afastada do plano de cera inferior;
- Face vestibular, tangenciando, em sua porção mais convexa, o plano de
cera vestibular.

· 15:

- Face mesial, tocando a face distal do 14 em sua maior convexidade;


- Cúspides vestibular e palatina, tocando o plano oclusal do arco de cera
inferior;
- Face vestibular, tangenciando, em sua porção mais convexa,
convexa, o plano de
cera vestibular.

· 16:

- Face mesial, tocando a face distal do 15 em sua maior convexidade;


- Cúspides vestibulares e palatinas, tocando o plano oclusal do arco de cera
inferior;
- Face vestibular, acompanha o contorno do arco de cera posterior.
O critério é montar o arco superior antes do inferior e sempre, até o 1º
molar superior. A montagem do 2º molar superior será feita após a montagem
dos 1º e 2º molares inferiores. Tendo terminado a montagem do arco superior
(hemi-arcos
cos direito e esquerdo), iniciaremos a montagem do arco inferior.
Pelas mesmas razões abordadas anteriormente, descreveremos a montagem
de um hemi-arco.
arco. A seqüência se repete no outro hemi-arco.
hemi

· 36/46:

Sendo o 1º molar, o dente "chave" da oclusão, tomamos o critério de


iniciar a montagem dos arcos inferiores, por esse dente. A sua colocação no
arco de cera deve ser feita de tal forma que:

- Cúspide mesio-vestibular,
vestibular, encontra as cristas marginais: distais do 2º
prémolar superior e mesial do
d 1º molar superior;
- Cúspide disto-vestibular,
vestibular, encontra a fossa central e sulcos formados pelas
vertentes das cúspides mesiais e distais do 1º molar superior;
- Cúspides linguais, estão alinhadas pelas vertentes lisas das cúspides
palatinas dos dentes superiores.
su

Compreende-se se que a oclusão do 1º molar inferior ocorre pelo toque


de suas cúspides vestibulares (cúspides de parada cêntrica), nas vertentes
triturantes (oclusais) das cúspides vestibular e palatina do 2º prémolar e 1º
molar superior e pelo o toque das vertentes triturantes (oclusais), de suas
cúspides linguais, contra as vertentes lisas das cúspides palatinas, de seus
antagonistas. Essa configuração confere grande estabilidade oclusal às
próteses.
Figura: Relação oclusal de molares superiores e inferiores em vista
frontal.

· 35/45:

Basicamente, a montagem dos dentes posteriores, segue o mesmo


esquema descrito para a montagem do 1º molar inferior. Procura-se,
Procura em
Prótese Total, um esquema de oclusão do tipo 2:1, em que cada dente
posterior oclui contra dois antagonistas.

- Cúspide vestibular, ocluindo no triângulo formado pelas vertentes: mésio-


mésio
palatina da cúspide vestibular do 2º prémolar superior e disto-palatina,
disto da
cúspide vestibular do 1º prémolar superior e vertente mésio--vestibular da
cúspide palatina do 2º prémolar superior;
- Cúspide lingual, mantendo contato, pelas suas vertentes triturantes, contra
o antagonista.
. 37/47:

Após a montagem do 2º prémolar, montam-se os 2ºs molares. Dessa


forma, pode-se obter um "bloco de oclusão" de seis dentes posteriores.

- Cúspides vestibulares, ocluindo com a fossa distal (crista marginal) do 1º


molar superior e face oclusal do 2º molar superior;
- Cúspides linguais, mantendo contato, pelas suas vertentes triturantes,
contra o antagonista.

· 17/27:

A montagem do 2º molar superior, segue a orientação oclusal do 2º molar


inferior. Os 2ºs molares são o dente ideal para o equilíbrio das trajetórias
protrusiva e latero-protrusiva das próteses totais. Não havendo a
necessidade do contato em cêntrica, esses elementos podem ser montados
de forma a garantir a oclusão em posições excêntricas.

Nota: deve ter chamado a atenção o fato de que não montamos os 1ºs pré-
molares inferiores. Devido à sua não participação na oclusão, deixamos a
montagem desses elementos para o final (após a montagem da bateria
anterior) para, às custas desse espaço, poder ajustar a posição dos dentes
anteriores. Esse critério baseia-se em um fato simples: como podemos variar
a inclinação dos dentes anteriores superiores, a fim de obter a melhor
estética possível, há casos em que a posição do 1º prémolar, fica
prejudicada. É de suma importância, para a estabilidade da prótese, que as
relações oclusais dos dentes anteriores, seja absolutamente correta.
Portanto, deixando para o fim a montagem desse elemento, cuja
intercuspidação se dá exclusivamente às custas de sua cúspide vestibular,
teremos uma tolerância de espaço para a montagem dos outros dentes.

Montados todos os dentes superiores e os posteriores inferiores,


temos garantidas a DVO e a OC. Até este momento estivemos trabalhando
em movimentos de abertura e fechamento. Antes de continuar a montagem é
conveniente verificar os movimentos excêntricos: propulsão e lateralidade.

- Lateralidade direita e esquerda: partindo da posição de máxima


intercuspidação (OC), deslocamos o articulador para um dos lados. Pretende-
se contatos entre as cúspides vestibulares inferiores com as vertentes das
cúspides vestibulares superiores, do lado de trabalho e contato das cúspides
vestibulares inferiores com as vertentes das cúspides palatinas superiores,
do lado de balanceio. Caso haja interferência ou falta de contato de um ou
mais dentes, modificar a inclinação vestíbulo/bucal do(s) dente(s). Durante o
movimento de lateralidade, o afastamento dos dentes anteriores depende,
exclusivamente, da inclinação das vertentes cuspídeas dos dentes
posteriores. Repetem-se os movimentos (trabalho e balanceio), a cada
modificação.
- Propulsão
ão e retropulsão: partindo da posição de máxima intercuspidação
(OC), desloca-sese o articulador até a posição protrusiva (cerca de 3 mm.
adiante da OC). Pretende-se
Pretende se contatos simultâneos e bilaterais entre os
dentes posteriores, acompanhados de contatos entre entre a bateria anterior
superior e o rolete de cera inferior. Caso haja interferência ou falta de contato
de um ou mais dentes, modificar a inclinação mesio/distal do(s) dente(s).
Quando da montagem dos 2ºs molares, estes elementos podem ser
inclinados para garantir
arantir o contato em protrusivo, permitindo o aumento do
trespasse vertical anterior. Essa manobra será efetuada após a montagem da
bateria anterior inferior. O movimento retrusivo termina na posição de OC =
RC (posição inicial de montagem no articulador), onde se verifica a máxima
intercuspidação coincidente com o arco de abertura e fechamento.

Para a montagem dos dentes anteriores inferiores, inicia-se inicia a


montagem pelos incisivos centrais inferiores, montando os dentes dois a dois.

· 31/41:

- Faces mesiais, coincidindo com a linha mediana ditada pelos incisivos


centrais superiores;
- Borda cervical, partindo da crista do rebordo residual inferior;
- Longo eixo, inclinado no sentido buco/vestibular, formando um ângulo de
90º em relação ao eixo de rotação do articulador;
- Borda incisal, com trespasse vertical de cerca de 0,5 mm. em relação à face
palatina do incisivo central superior. O trespasse vertical depende do ângulo
das trajetórias protrusiva e lateroprotrusiva.

A cada dente da bateria


bateria anterior inferior montado, verificam-se
verificam os
movimentos de lateralidade e propulsão. O deslocamento do dente (da cera)
indica interferência e a posição do dente deve ser modificada. Em protrusivo,
procura-se
se o contato da borda incisal do dente inferior, com a borda incisal do
dente superior. Em lateralidade, procura-se
procura se o deslizamento das faces
incisais, acompanhando o ângulo ditado pelos dentes posteriores. Uma das
principais causas da reabsorção óssea do rebordo anterior e perda da
retenção das próteses, é o trespasse excessivo dos dentes anteriores.
No indivíduo dentado, o movimento protrusivo é equilibrado pela guia
incisal que compensa o espaço de Christensen. No portador de próteses
totais, não há percepção periodontal: cria-se
cria se um braço de alavanca que
qu tende
a deslocar as próteses em sua porção posterior, gerando uma sobrecarga ao
nível da crista do rebordo alveolar anterior.

· 32/42:

- Os incisivos laterais seguem as mesmas normas dos incisivos centrais.

· 33/43:

- Superfície oclusal
clusal (constituída por duas vertentes): vertente mesial, em sua
borda vestibular, ocluindo com o ângulo disto-incisal
disto incisal do incisivo lateral
superior; vertente distal, em sua borda vestibular, ocluindo com a face
palatina (mesial) do canino superior;
- Longo eixo, inclinado para mesial: podemos aumentar ou diminuir essa
inclinação, de forma a liberar os contatos excêntricos, sem a necessidade de
desgastes nos dentes;
- Borda cervical: acompanha os dentes anteriores inferiores.

Pelas mesmas razões que o trespasse anterior pode causar


interferência; em Prótese Total não montamos a guia canina. Durante os
movimentos de lateralidade, ajustamos a posição dos caninos de forma a
obter toque suave nas excursões excêntricas, com ampla liberdade de
movimento.

· 34/44:

É o último dente a ser montado. E utilizado o espaço remanescente,


desgastando o dente, se necessário, ou permitindo um pequeno diastema se
o espaço for maior.
- Cúspide vestibular, vertente disto-vestibular, ocluindo com a vertente mesial
do 1º pré-molar superior; vertente mesio-vestibular, ocluindo com a face
disto-palatina do canino superior;
- Longo eixo, inclinado conforme a necessidade da oclusão e do espaço
presente.

"Se, durante a anamnese, constatamos que o paciente apresentava


problemas de mordida cruzada, deveremos montar os dentes anteriores em
posição de borda a borda (topo a topo), sem tentar nenhum tipo de trespasse
vertical anterior."
"Na montagem de dentes em casos de mordida cruzada, monte os
molares superiores direitos no arco inferior esquerdo e os molares superiores
esquerdos, no arco inferior direito" (Mr.G.FINLAY "Anatomical Articulation"
Aus.J.Den., Sept., 1914).

Terminada a montagem dos dentes, em laboratório, o próximo passo


será a verificação, ao vivo, na boca do paciente. Não é raro que, após uma
montagem cuidadosa, ao levarmos as próteses em prova na boca, notar que
houve algum erro no posicionamento dos modelos no articulador e
consequentemente a montagem dos dentes está incorreta. Se achamos
desagradável uma constatação desse tipo agora, seria muito pior se já
tivéssemos as próteses polimerizadas e acabadas. Caso a montagem esteja
incorreta nessa etapa, deve-se refazê-la de forma que traga função, estética
e harmonia para o caso.

7.2 Prova estética

Levadas as próteses à boca do paciente, iremos verificar, do ponto de


vista estético, as seguintes considerações:

1- Estética da prótese

Do ponto de vista estético, procuramos o equilíbrio entre a escultura do


enceramento com as expressões faciais do paciente. Principalmente durante
o sorriso forçado, procuramos verificar se a escultura cervical dos dentes
anteriores superiores, acompanha a "linha alta do sorriso"; enquanto a borda
incisal acompanha a "linha do sorriso" representada pela posição do lábio
inferior.
Outro ponto a se verificar diz respeito ao chamado "corredor bucal".
Essa área é representada pelo espaço existente entre as faces vestibulares
dos dentes posteriores (de prémolar para trás) e as comissuras labiais,
durante o sorriso forçado. A abertura do arco dental, elimina (ou diminui) esse
espaço, realçando os dentes posteriores, em detrimento dos dentes
anteriores - a prótese "parece" mais larga – o que diminui a dominância dos
dentes anteriores em relação aos posteriores. Já a criação do "corredor
bucal" faz com que os dentes anteriores sejam realçados em relação aos
dentes posteriores - os dentes anteriores "parecem" mais salientes.
"Um dos requisitos fundamentais é que os seis dentes anteriores
sejam suficientemente largos para que
que os caninos assumam a sua posição
normal no arco" (ROWE, A.T, 1935). Evidentemente, essas modificações,
quando necessárias, devem ser realizadas no articulador pois envolvem
alteração no relacionamento oclusal dos dentes posteriores.

Figura: Prova da montagem de dentes em cera.

2- Estética da face:

Este item está relacionado com o anterior; porém agora verificaremos


as modificações ocorridas na face em repouso, tais como: levantamento de
rugas e sulcos; reconstituição do perfil estético. "A ação dos músculos labiais
é tal que a forma e expressão faciais serão totalmente dependentes desse
suporte e os lábios se auto-moldam
auto moldam ao desenho que os dentes anteriores
predeterminaram" (ROWE, AT, (1935).
Notamos, logo à primeira vista, que o indivíduo desdentado apresenta
os lábios mais finos e os sulcos faciais mais pronunciados. Essa aparente
flacidez se deve à modificação da tonicidade da musculatura da face. Com a
perda dos dentes e consequente reabsorção
reabsorção óssea, notadamente da vertente
vestibular do rebordo alveolar superior, há perda de suporte para a
musculatura facial, o que gera a invaginação dos lábios e bochechas. Esse
aspecto persiste e pode se tornar permanente (com o aparecimento de rugas
e sulcos
cos profundos), se as alterações da base óssea não forem
compensadas pela prótese.
Quando da confecção de nova prótese, podemos promover o
levantamento dos lábios, notadamente do sulco naso-labial;
naso labial; reconstruir o filtro
labial, dando suporte para o aparecimento
aparecimento do tubérculo labial, enfim,
reconstruir o perfil estético. "Se as linhas de força que passam pelos
rebordos e pelo longo eixo dos dentes fossem visíveis, veríamos um cone
com seu ápice ao nível da linha dos olhos; quanto mais próximos ao rebordo
forem posicionados os dentes superiores, mais o arco será reduzido em
largura" (ROWE, AT, 1935).
Acrescentar cera à face vestibular da prótese superior e criar as
bossas dos incisivos e caninos, é possível devolver o suporte perdido pela
reabsorção óssea. Evidentemente não existe uma "medida" a ser seguida.
Deve-se valer de conhecimentos da Anatomia da cavidade oral e de senso
estético. É de fundamental importância a opinião do paciente, nessa fase de
trabalho. A reconstrução estética deve ser dirigida em função das aspirações
do paciente e não, necessariamente, em função das aspirações do clínico. O
aumento excessivo da espessura da face vestibular da prótese superior,
pode interferir com a movimentação dos lábios e deslocar a prótese.

Figura: Prova da montagem de dentes em cera

7.3 Prova funcional

Quanto a prova funcional das próteses na boca do paciente, iremos


verificar, do ponto de vista funcional, as seguintes considerações:

1. Articulação dental em oclusão

Praticamente repetimos as manobras executadas em articulador. Com


o auxílio de tiras de papel carbono, verificamos os contatos dentais, em
abertura e fechamento. A intenção é verificar a justeza da montagem e não
remontar as próteses. Se houverem pequenas alterações, estas serão
corrigidas "in loco". É muito mais difícil e sujeito a erros, tentar a correção da
oclusão na boca do que no articulador.
Há a tendência, por parte do paciente, de procurar a posição de
máxima intercuspidação, apertando os dentes. Isso pode deslocar os dentes
montados em cera, por isso, o ajuste é realizado no articulador. Caso haja
posicionamento inadequado, altera-se a posição do dente em cera até a
posição adequada.
Após a acrilização, a tendência do paciente de apertar os dentes
mascara as possíveis interferências resultantes de erro na montagem das
próteses. A mobilidade própria da fibromucosa de revestimento, permite a
movimentação das bases, criando uma imagem falsa da oclusão. Assim, a
verificação dos contatos deve ser feita com movimentos suaves, procurando
os contatos ao primeiro toque e não sob pressão. Solicitam-se
Solicitam se uma série de
deglutições, com o carbono interposto entre os arcos dentais, para verificar a
oclusão habitual do paciente. Se houver dúvida quanto à montagem, tomam-
tomam
se registros em cera, da
d posição de deglutição e procede-se se à remontagem
das próteses em articulador.

Figura: Conferência da oclusão em articulador semi-


semi-ajustável

2- Ajuste oclusal em lateralidade e propulsão

Solicita-se
se ao paciente que movimente a mandíbula para a frente frent
(propulsão) até a posição de "topo a topo". Durante essa excursão,
procuramos verificar possíveis interferências, entre as vertentes mesiais e
distais, das cúspides dos dentes posteriores e/ou a borda incisal dos dentes
anteriores inferiores e a face palatina
palatina dos dentes anteriores superiores. Na
presença de pequenas interferências, altera-se
altera se a posição dos dentes em
cera.
Após a acrilização, se houver dúvidas quanto à montagem, tomam-se
tomam
registros em cera, das posições protrusiva e latero-protrusiva
latero protrusiva, para nova
regulagem e remontagem das próteses em articulador. Uma área comum de
interferência é a região de caninos. No indivíduo dentado há toque e
desoclusão pela guia canina, do lado de trabalho. Em próteses totais, esse
contato funciona como um fulcro
fulcro de apoio que desloca as próteses nos
movimentos excêntricos. Quando em cera, movimenta-se
movimenta se os caninos a
posição favorável, e após acrilizada a prótese, desgasta-se
desgasta se os caninos de tal
forma que haja o toque, sem desoclusão desses dentes.

Figura: Ajuste oclusal em lateralidade


3- Estabilidade da prótese em função

Como última das provas, solicitamos ao paciente que execute a


totalidade dos movimentos mandibulares e faciais. Verificamos a ausência de
interferências oclusais e a relação das bordas e face vestibular com os
tecidos moles e músculos.
Neste momento temos as melhores condições possíveis, para realizar
o teste fonético, uma vez que a prótese se apresenta em sua forma definitiva,
quer quanto à montagem e disposição dos dentes, quer quanto ao desenhodes
de sua face vestibular e palatina. Solicita-se,
Solicita se, ao paciente, a emissão de
fonemas labiais, linguo-dentais
linguo e linguo-palatais,
palatais, verificando a facilidade e
clareza da dicção.
Falar com o paciente, pedindo que ele expresse sua opinião a respeito
do trabalho,
o, fazendo perguntas e solicitando respostas, é a maneira mais
prática e rápida de se realizar esse teste. A verificação das bordas e sua
relação com os tecidos para-protéticos,
para protéticos, em dinâmica, é fundamental nesta
fase. Sempre que houver interferência, modifica-se
modifi se a borda da prótese até
eliminar a interferência.
“O conceito popular de que "dentadura nova machuca" não encontra
fundamento científico nenhum.”

Figura: Teste fonético das próteses

7.4 Ceroplastia

A gengiva artificial é a porção de resina acrílica que prende os dentes


artificiais à base da prótese, formando com esta um corpo único após a
prótese concluída. Desempenha um papel fundamental na estética dos
casos, mantendo o suporte labial e funcionando como uma moldura para os
dentes artificiais.
is. Por isso, características como o contorno, a textura e a cor
da porção visível da gengiva artificial podem influenciar a percepção do
arranjo dentário.
Inicialmente a gengiva artificial é obtida acrescentando-se
acrescentando cera nas
porções relativas às papilas e acima dos colos dentários, até o limite da área
chapeável na base de prova, e esculpindo-se esta cera para obter um
contorno gengival o mais natural possível. Então, o conjunto formado pela
base de prova, pelos dentes artificiais e pela gengiva artificial ainda em cera
deverá ser incluído em uma mufla para que a cera e, eventualmente, a base
de prova sejam substituídas por resina acrílica nova.
Os contornos gengivais devem permanecer naturais, com arquitetura
gengival e proeminência radiculares devidamente esculpidos para não alterar
a forma dos dentes e comprometer a estética. O conceito de individualização
é fundamental para obter-se o maior realismo possível no arranjo dos dentes
artificiais. Na fase de prova em cera, as superfícies interproximais dos dentes
anteriores devem ser rotineiramente limpas para cada dente ser viso como
uma entidade distinta e separada na prótese. Cera entre os dentes se
transforma em resina após a acrilização da base da prótese e dificulta a
percepção individual de cada dente (TELLES D, 2013).
Telles D. Prótese total convencional. Editora Santos, 1 edição, 1 reimpressão,
2013)
Desta forma, é importante realizar o procedimento conhecido como
ceroplastia, que é uma técnica de enceramento ou escultura que segue
certas normas, afim de imitar as formas anatômicas naturais, reproduzindo
uma forma aceitável da base da prótese na qual não haja desarmonia com os
lábios, bochechas, língua e dentes e, ainda, se restaurem os tecidos perdidos
com a reabsorção óssea.

Técnica de enceramento e escultura

Materiais e instrumentos necessários à ceroplastia:


Cera rosa número 7
Algodão ou gaze
Fio dental
Escova de dentes de cerdas duras
Bico de Bunsen ou lamparina
Espátula de cera número 7
Espátula de cera número 31
Espátula Le Cron
Lamparina tipo Hannau
Recipiente para fundir cera (colher de cera)

Técnica

· Colocar, com a espátula n 31, uma quantidade de cera fundida,


preenchendo os espaços interproximais e os colos dentais
· Colocar uma camada dessa cera em toda a vertente vestibular até a
região do sulco gengivo-labial e gengivo-lateral do modelo
· Fazer o mesmo na região palatina (isto é válido também para a
prótese inferior)
OBSERVAÇÃO: esta etapa deve ser cumprida
cumprida com os modelos montados no
articulador e em posição de oclusão, para que não haja mudanças na
posição dos dentes pelo aquecimento da cera.

· Concluído o enceramento, retirar do articulador os modelos com as


bases de prova sem destaca-los,
destaca ainda,
inda, das bases de fixação, para
futuras verificações que poderão ser necessárias
· Colocar o conjunto (modelo+base) de prova em água fria para o
endurecimento da cera
· Utilizando a extremidade em colher da espátula número 7, fazer uma
depressão
ressão no sentido anteroposterior, acompanhando a conformação do
modelo na região da borda da dentadura, iniciando pelo freio labial, entre
os incisivos centrais, e seguindo até a inserção do músculo bucinador
entre os pré-molares
molares e, daí, até a região posterior,
posterior, tanto na maxila como
na mandíbula
· Recortar a cera, com a espátula Le Cron, delimitando o colo
anatômico dos dentes

OBSERVAÇÕES:

1- A espátula Le Cron deve ser inclinada em aproximadamente 45 graus


com o dente, de forma a deixar a cera expulsiva nessa região, para evitar
futuramente a retenção de alimentos.
2- A altura do colo de cada dente é ligeiramente diferente. Desse modo,
recorta-se
se mais no canino
canino do que no incisivo central e mais no central do
que no lateral, dando-se
dando se assim três níveis de altura. Nos dentes
posteriores, recorta--se
se de forma mais ou menos decrescente do canino
para o segundo molar.
· Usando a extremidade em colher de espátula
espátula Le Cron, fazer sulcos
verticais partindo das regiões interproximais, logo abaixo das papilas
interdentais, em direção a borda.
borda

OBSERVAÇÃO: esses sulcos devem ser feitos em forma de pirâmide, com a


base voltada para a borda da prótese, Isso servirá para esboçar o formato
das raízes dos dentes, de modo que, à medida que se vai aproximando do
vértice, os sulcos vão se aprofundando ligeiramente.

· Dar, com a espátula número 7, conformação mais adequada aos


acidentes anatômicos, fossas e bossas,
bossas, raspando a cera e uniformizando
toda a escultura

· Passar cuidadosamente a chama da lamparina Hannau por toda a


escultura e, com uma gaze ou algodão umedecido em água e sabão,
esfregar toda a superfície da cera, tornando-a
tornando a lisa e brilhante
· Criar uma estreita faixa (de 3 a 4 mm) de gengiva inserida, próxima à
região do sulco gengival ou colo dos dentes, para obter um efeito visual
bem natural da gengiva por vestibular (caracterização), da seguinte forma:
a) Flambar ligeiramente essas regiões com lamparina de Hannau
b) Com a cera ainda quente, dar batidas nessas regiões com as
cerdas da escova de dentes indicada, promovendo pequenas
perfurações
c) Depois de resfriada a cera, flambar novamente essas regiões,
com bastante cuidado
cuid para não fundí-lala (apenas promover o
arredondamento das bordas das perfurações, formando um
pontilhado típico de uma gengiva inserida normal, que é
semelhante à textura de casca de laranja)
· Por palatino a escultura será mais suave: recortar o colo dos dentes,
cuidando para não comprometer sua fixação à base da prótese

OBSERVAÇÕES:

1- Os sulcos interproximais são bem mais discretos e dispõem-se


dispõem
paralelamente entre si.
2- A escultura das rugosidades palatinas é feita apenas no caso de estas
constarem na prótese antiga do paciente. Caso contrário, deixa-se
deixa essa
superfície lisa.
3- A escultura da prótese inferior deve obedecer à mesma sequência,
maneira e aos mesmos cuidados da prótese superior, tanto por vestibular
como por lingual.

· Terminada a escultura, colocar novamente no articulador as bases de


fixação contendo os modelos de trabalho
· Encaixadas as bases de prova, já esculpidas, em seus respectivos
modelos, promover o selamento das bordas com cera fundida (isso deve
ser feito com o articulador fechado e com os dentes mantidos em oclusão,
para que não ocorram alterações no posicionamento, tanto da base como
dos dentes) (GALATI A, 1996)

7.5 Questões:

1- O que são as linhas de referência e qual a sua importância?

2- O que é dimensão vertical de oclusão e qual a sua importância na


montagem das PTs?

7.6 Referências:

1- Galati A. Prótese total manual de fases laboratoriais. 1 edição. Editora


Senac São Paulo, 1996

2- Telles, T. Prótese Total Convencional. Rio de Janeiro: Editora Santos,


2013.

9. Instalação e cuidados posteriores

Na instalação da prótese total seja superior ou inferior, ou bimaxilar o


profissional deve-se atentar na manutenção adequada, que provavelmente
haverá a necessidade de ajustes oclusais interna ou externamente à prótese
total, que podem constar pontos traumáticos, incômodos ao paciente e
contatos oclusais, oriundos do processo de acrilização (Telles, 2010).
A instalação é considerada uma etapa crítica, pois o profissional
deverá observar o resultado final do trabalho desenvolvido e o paciente, por
sua vez, carecem de uma perspectiva elevada com relação às novas
próteses, pois este esperam a devolução da anatomia dentofacial e o
convívio com a sociedade (Barbosa et al., 2006). Porém após a instalação
das próteses totais o paciente estará sujeito a adaptação às novas condições
bucais, sendo assim, de fundamental importância a manutenção e consultas
de controle, assim como orientações com relação à alimentação,
higienização e cuidados das próteses.

Instalação da prótese total superior e inferior


9.1. Inspeção visual

Durante a instalação das próteses, todos os procedimentos envolvidos


para a confecção final destas necessitam ser revisadas e sujeitos a
avaliação, devendo ser observadas quanto a escolha dos materiais, a técnica
e a sua efetividade e a habilidade do profissional,
profissional, assim como, ser
examinadas em conjunto entre o profissional, paciente, familiares e amigos
(Zarb, Bolender, 2006).
O profissional deverá inspecionar a prótese total antes da entrega da
mesma, analisando algumas falhas que poderão ter ocorrido durante as fases
laboratoriais. Assim sendo, diversos aspectos devem ser cuidadosamente
examinados antes da instalação das próteses, tais como:
1) Aspectos da resina: presença de bolhas positivas de resina na
prótese, porosidades, nódulos ou manchas.

Avaliação dos aspectos da resina


2) Acabamento e polimento: presença de superfície irregulares, trincas
ou pequenas fraturas.
Avaliação da qualidade de acabamento e polimento das próteses
totais

3) Espessura da base ou bordas cortantes: o profissional deve


eliminar os ângulos agudos, bordas cortantes, a sobreextensão
aparente, resquícios de gesso ou materiais estranhos presentes nas
superfícies externas à prótese total e devem ter uma espessura
adequada.

a) análise do acabamento
acabamento e polimento e b) espessura da base de
prótese
4) Relacionamento oclusal: São vários os fatores que devem acarretar
alterações da oclusão durante a instalação da prótese total, tais como,
modificação das articulações temporomandibulares, registro incerto
ince na
relação maxilomandibular, erros na transferência dos achados para o
articulador, bases desadaptadas, montagem de dentes de forma
incorreta, acrilização da resina acrílica na fase inadequada, entre
outros fatores (Zarb, Bolender, 2006).
Avaliação interoclusal da prótese acrilizada
5) Porção posterior da prótese inferior contra a porção da
tuberosidade da prótese superior: nesta fase, a análise deve estar
pautada na porção posterior superior e inferior que necessitam
neces ser
confeccionadas de acordo com o modelo de trabalho articulados entre
eles, respeitando o limite entre o palato duro e mole na arcada
superior.

Avaliação da porção posterior da prótese superior e inferior


6) Posição dos dentes, cor da gengiva e ameias: deve-se
se avaliar se a
posição dos dentes foi confeccionado de forma compatível com o
trabalho encaminhado ao laboratório, a cor gengival e as ameias estão
compatíveis, com a dentição natural.
Prótese total superior e inferior e b) instrumentais necessários
a)Prótese
para a realização dos ajustes, acabamentos e polimento das próteses.

9.2. Provas funcionais

Antes da entrega da prótese realiza-se


realiza a desinfecção da prótese com
clorexidina 2%. Durante as provas funcionais o protesista deverá analisar:

a) adaptação e estabilidade da prótese: A adaptação das próteses


totais superiores e inferiores deve estar devidamente ajustado no
tecido mucoso, a fim de, não haver pontos traumatizantes no mesmo,
podendo causar hiperplasias e rejeição por parte do paciente com a
sua utilização. A adequada confecção
confecção das próteses é um fator
primordial para a sua estabilidade que deve ser obtido através da
adequada relação entre a prótese e a mucosa e a associação com o
seu antagonista.

Adaptação das próteses totais inferior e superior no tecido mucoso

b) dimensão vertical: As próteses são inseridas na cavidade oral do


são vertical:
paciente e orientado para fechar levemente, com o intuito de, analisar
o freio labial superior. Se a borda da prótese detém o freio, a incisura
do lábio deverá ser aprofundado (Zarb, Bolender,
Bolender, 2006). A seguir
avalia-se
se a oclusão em posição cêntrica manipulando a abertura e
fechamento da mandíbula em relação cêntrica. A sua alteração poderá
ocorrer erros na avaliação da dimensão vertical (Zarb, Bolender,
2006). Segundo Zarb, Bolender, 2006 para a avaliação da dimensão
vertical é necessário ser avaliado:
b.1) Registro pré-oclusal;
pré
b.2) A medida da distância interoclusal anteriormente e posteriormente
à perda dos elementos dentários ou as próteses antigas;
b.3) Fonética e estética;
b.4) Distância interoclusal entre os dentes na posição de repouso;
b.5) Dimensão do lábio em relação aos dentes;
b.6) Distância interarcos e o paralelismo dos rebordos;
b.7) Quantidade e qualidade dos rebordos.

c) posição dos lábios: serve para avaliar a posição dos lábios


lábio com os
dentes, se estão visualizados de forma natural, conforme a face do
paciente

Avaliação da dimensão vertical e da posição do lábio a) no sentido sagital


e b) avaliação no sentido lateral

d) estética:: A estética para muitos pacientes é um fator


fato essencial e
avaliado durante todas as fases do processo até a entrega final da
prótese. Durante a instalação o profissional deverá se atentar com a
linha do sorriso, a cor dos dentes e o seu tamanho em acordo com a
face da paciente, mas principalmente a opinião do mesmo durante a
avaliação.
Análise da estética

e) oclusão: segundo Telles et al., 2011 para se obter uma oclusão


adequada o profissional necessita ter o conhecimento prévio dos
contatos dentários em condições normais. Para a avaliação dos
contatos
atos prematuros, será inserido o papel carbono (fino, médio ou
grosso) entre as próteses, nas quais, na oclusão em cêntrica deverá
ter um contato em cada cúspide com o seu antagonista
correspondente. Em contrapartida, nos movimentos de lateralidade os
contatos
atos necessitam percorrer em todos os antagonistas a partir dos
caninos.

a) realização da análise oclusal b) Avaliação de possíveis contatos


prematuros das próteses totais
O ajuste oclusal será avaliado da seguinte forma: em caso de houver
contato prematuro em cêntrica e contato prematuro em lateralidade a cúspide
deve ser desgastada, porém se houver contato prematuro apenas em
oclusão cêntrica o desgaste deve ser realizado na fossa antagonista.
antagon
Portanto, caso a oclusão não esteja balanceada, esta deve ser ajustada, a
fim de, não constar a presença de contatos prematuros, proporcionando
assim, equilíbrio durante a mastigação (Telles, 2010).
a) Materiais necessários para a análise e o ajuste oclusal b) realização
do ajuste oclusal

f) retenção: uma das grandes queixas dos pacientes após a instalação


das próteses é a ausência de retenção, isso se deve ao fato de que o
tecido mucoso pode sofrer alterações nos períodos diurnos ou a
realização da moldagem
moldagem funcional foi executada bem anteriormente à
instalação da prótese total (Turano et al., 2014). Portanto, visando
aumentar a retenção é necessário que haja o equilíbrio com a oclusão
do paciente.

Testes de retenção: a)sentido vertical; b)sentido


b)sentido horizontal; c) sentido
lateral

g) fonética: O profissional deve solicitar ao paciente que pronunciem


palavras de difícil expressão, tais como mississipe, com o propósito
de avaliar se há a presença de ruídos durante a fala ou se há espaço
entre as próteses
es superiores e inferiores.

9.3. Recomendações

Para que ocorra o sucesso clínico da prótese total, bem como a sua
longevidade é fundamental que o cirurgião-dentista
cirurgião dentista instrua o paciente com a
técnica correta de higienização, os cuidados na ingestão de determinados
tipos de alimentos e a importância da realização
realização da manutenção em
consultório odontológico. Todas as recomendações devem ser entregues ao
paciente e devidamente explanados ao paciente durantes as consultas que
deverão constar conforme os itens abaixo:
1) Período de adaptação: O período de adaptação varia de paciente
para paciente, pois diversos fatores podem estar atrelados à rejeição
por parte do mesmo, tais como fatores emocionais e a adaptação do
tecido mucoso a nova condição (Turano et al., 2012).
2) Utilização: Em virtude da preservação da saúde dos tecidos bucais é
recomendado que que às próteses sejam removidas da cavidade oral
durante a noite, permitindo assim, um melhor restabelecimento dos
tecidos (Telles, 2013). Algumas pessoas quando fazem a utilização
das novas condições sentem um mal estar (enjoo e ânsia), nesses
casos, aconselha-se o paciente a sua utilização ao maior tempo
possível que em alguns dias esse mal estar cessará (Turano et al.,
2012).
3) Alimentação: Necessita-se orientar o paciente que,
preferencialmente, a mastigação deverá ser realizada dos dois lados;
não sobrecarregar os dentes anteriores durante a ingestão de
alimentos; a alimentação, em princípio, deverá ser pastosa e líquida,
deixando objetiva ao paciente que com o passar do tempo, após a
realização dos ajustes a alimentação será normalizada (Corrêa, 2005).
Deve-se orientar também ao paciente para evitar a ingestão de café e
cigarros, pois poderá provocar o manchamento das dentaduras.
4) Higienização: A higienização da prótese total pode ser realizada
através da escovação, soluções químicos ou associação entre eles. A
escovação pode ser realizada internamente e externamente com
escova apropriada e sabão neutro, pois a pasta de dente não é
recomendada por conter substância abrasiva (Telles, 2013). Existem
várias alternativas para a limpeza com soluções químicas, mas uma
alternativa de fácil manuseio é a dissolução de 15 ml de hipoclorito de
sódio de 2 ou 3% em 300 ml de água, deixando a prótese durante a
noite e escovando em água corrente no dia seguinte (Telles, 2013).
Outra alternativa é a clorexidina 4% em imersão por 10 minutos. Além
dos cuidados da prótese deve-se escovar a cavidade oral com uma
escova macia para a eliminação de infecções (Telles, 2013). As
imagens abaixo são instruções de higiene das próteses totais e da
cavidade oral para a manutenção da prótese:
a) escova indicada para prótese total; b) instrução de higiene; c)
armazenamento; d) escova macia indicada para a cavidade oral
5) Ferimentos: a princípio há o período de adaptação da prótese,
podendo causar ferimentos, por isso é de fundamental importância
que o paciente retorne às consultas de retorno ou quando este notar
qualquer alteração na cavidade oral para que o profissional realize os
ajustes necessários.
6) Adesivos: em alguns casos há dificuldade por parte do paciente na
adaptação da prótese total, principalmente na arcada inferior que
houve uma maior perda óssea o rebordo residual, dificultando a
retenção e a estabilidade da prótese, sendo necessário lançar mão, à
curto prazo, dos adesivos. Atualmente existem comercialmente dois
tipos básicos de adesivos que são os não solúveis e os solúveis. A
aplicação do adesivo deve ser somente o suficiente para o correto
assentamento da prótese, com variação do tipo do adesivo utilizado.
Após a aplicação a prótese deve ser inserida e pressionada com a
mão por cerca de 10 minutos e, a seguir, fechar em oclusão cêntrica
(Telles, 2010).

mplos de adesivos encontrados no mercado


Exemplo
9.4. Consultas de controle e alta clínica

As consultas referentes ao controle é de extrema importância e deve


ser devidamente prescritas ao paciente da sua necessidade, pois próteses
mal- adaptadas
ptadas ou que lesionam o tecido mucoso podem ocorrer danos ao
paciente, gerando insatisfação com a sua utilização. Uma grande dúvida dos
alunos da graduação ou dos profissionais é de quanto em quanto tempo ou
quantas vezes o paciente deve retornar ao consultório.
consultório. Portanto esse tópico
será explicado conforme os itens abaixo:
1) 1° Consulta: nesta consulta o profissional observará se há algum
ponto de traumatização entre a prótese e o tecido mucoso.

Mucosa jugal traumatizado pela prótese total inferior


2) 2° Consulta: na segunda consulta o profissional deverá analisar as
queixas do paciente (perda de retenção, dor associado ao trauma,
estética, sensação de “boca cheia”, dentre outros), identificação das
mesmas e como
o solucioná-los,
solucioná los, bem como, realizar os ajustes e reforço
das instruções de higiene.
3) Alta clínica: Caso o paciente não possua nenhuma queixa com
relação à retenção, dor associada ao trauma, sensação de “boca
cheia” e a estética da prótese é dada a alta ao paciente. No dia da
alta deve-se
se orientá-lo
orientá lo a comparecer anualmente para realizar o
controle da prótese, pois devido o rebordo residual sofrer reabsorção
óssea a prótese tende a perder a estabilidade; ou se houver algum
incômodo anterior a esse período recomenda-se
rec se o retorno no
profissional para a verificação do problema.
Fatores importantes a serem considerados antes da alta clínica:
Para elucidar melhor sobre a manutenção alguns questionamentos devem
ser realizados:
1) O paciente compreendeu adequadamente de como realizar a
higienização das próteses e dos tecidos moles? É imprescendível que
o paciente tenha compreendido a instrução de higiene prescrito pelo
clínico para evitar a presença de fungos e aumentar a durabilidade da
prótese.
2) O paciente sente algum incômodo com a sua utilização? Muitos
pacientes relatam que a prótese traumatiza a mucosa, causando
lesões sobre a mesma. A solução para o problema é a realização de
desgastes em várias sessões na região que há o trauma, sem perder a
retenção e a estabilidade.
3) O paciente sente que a prótese está instável? Após a remoção dos
elementos dentários o rebordo residual sofre reabsorção óssea
gradativamente, podendo comprometer a estabilidade da prótese.
4) Há a necessidade de consertos? Por ter sido confeccionado em resina
acrílica é permitido que ocorra o reparo por remoção e por acréscimos.
5) Há a necessidade de reembasamento? A avaliação da necessidade de
reembasamento consiste em realizar moldagem com pasta
zincoenólica em toda a sua extensão para verificar se há a presença
de estabilidade.

Questões

1) Quais são os fatores que devem ser avaliados durante a entrega da


prótese total?
2) Quais são os cuidados que o paciente deve-se tomar para ter uma
maior durabilidade da prótese?
3) Discorra sobre os fatores funcionais que devem ser analisados durante
a instalação da prótese.
4) Há um limite mínimo de controles que devem ser realizados?
5) Quais as orientações que devem ser passadas ao paciente?
BIBLIOGRAFIA GERAL

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