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CESCAGE
PONTA GROSSA
2010
CELSO JOÃO HOCHSCHEIDT
PONTA GROSSA
2010
DADOS CURRICULARES
Out / 2010 - Curso de Certificação e Capacitação no sistema Z-Systems AG pelos prof. Dr.
Carlos Veloso e Dr. Paulo Leme – SP.
Out / 2010 - Curso de Imersão na Clínica Oral Iceberg no Sistema CeraRoot, pelo Dr. Xavier
Oliva Ocehoa, Barcelona / Espanha.
Out / 2010 - Curso de Aperfeiçoamento no Sistema Z-Systems AG, por Matthias Zierold
(General Mananger International Z Systems), Oensingen / Suiça.
CONTATO
_____________________________________________________________
Prof. Dr. Edson Durval Menezes Alves – S.L.Mandic / Cescage − Presidente
_____________________________________________________________
Prof. Dr. Luiz Antônio Bastos Bernardes − Depto. Fisica – UEPG
_____________________________________________________________
Prof. Dr. Leandro Lipinski – Cescage – PG
_____________________________________________________________
Prof. Dr. Alessandro Lisboa − Cescage – PG
PONTA GROSSA
2010
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Hildeberto e Iria pela formação familiar e carinho incondiconal.
Aos filhos, Regina e Renato, pelo auxílio nas pesquisas e digitações; pela paciência
e tolerância durante minha ausência no período do Curso de Especialização.
In memoriam ao sogro Edison Luz e a vovó Maria de Jesus Portela, minha eterna
gratidão pelo legado que deixaram naquilo que é o Essencial da vida e que restará
para sempre.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Ao orientador e coordenador do curso, Prof. Dr. Edson Durval Menezes Alves, pelo incentivo
para a conquista desta Especialidade da Odontologia e por acreditar no desafio do tema
proposto.
Ao co-orientador e amigo, Prof. Dr. Luiz Antônio Bastos Bernardes (UEPG), entusiasta da
Física e da pesquisa, pelo precioso auxílio nas interpretações e correções.
Aos professores do curso: Dr. Antonio Tannouri, Dr. Roberto Kravchychyn, Dr. Felipe B.
Beuniaki, Dras. Roseli e Rosane e aos professores da área conexa: Dra. Ana Cláudia, Dr.
Carlos Goiatá, Dr. Fábio A. Santos, Dr. João Toledo, Dr. Eduardo Ferruccio, Dr. Frauzemir
S. Lopes, Dra. Isabel Ito, Dr. Velini, Dra. Karin H. Neppelembrock, Dr. Luis A. Violin Pereira,
Dra. Márcia T. Pochapski, Dr. Marcos A. Bernardin, Dr. Marcio Baltazar Conz, Dr. Rafael
Sartori, Dr. José Renato, Dra. Ricarda, Dr. Ricardo Ciantelli, Dr. Sérgio, Prof. Osmar Gomes
Jr., Dra. Paula Moura, Dra. Rosilda B. Martins e Dr. Willian Scheidt.
Pela complementação técnica sobre os implantes cerâmicos pelos prof. Dr. Carlos Veloso,
Dr. Paulo Leme (Research Team da Z-Systems AG – Metal Free solutions Alemanha /
Suiça), Dr. Xavier Oliva Ochoa (Oral Iceberg / CeraRoot – Barcelona / Espanha) e de
Matthias Zierold (General Mananger International Z Systems – Oensingen / Suiça).
Aos colegas de curso: Cláudio, Darcy, Emilio, Evaldo, Gustavo, Rodrigo e Tatiane, pela
amizade construída.
Aos colegas de trabalho da 3ª RS, na SCVGS: Dra. Vânia R. Martins, José Marcondes
Pessoa, Cassia Y. Shishido, Ivana L. Belmonte, Licélia R. F. Moreira, Amilton Toni Fontoura
e aos estagiários do setor, Mariana e Cézar, pela força recebida em muitos momentos desta
pesquisa.
Às colegas de profissão da nossa Clínica Top Odontologia, Dra. Shenia V. Santos, Dra.
Rosali R. Scheirer e Dra. Margareth Hochscheidt e às funcionárias: Eugênia, Janaina, Rosa,
Roselma, Joana e aos sobrinhos Érica e Thiago, um obrigado pela confiança depositada.
Aos clientes que acreditaram no êxito deste curso e no desafio deste trabalho inovador para
a Odontologia, nosso muito obrigado.
A todos aqueles que compreenderam minha ausência, dedico esta conquista e espero que
ela possa contribuir, com a sua medida, para um amanhã melhor.
E agora, dedico a você caro leitor, com quem desejo compartilhar este trabalho, para o
progresso da ciência e, sobretudo, para o bem da humanidade.
Em ciência, as soluções são sempre provisórias,
mas a procura de soluções, essa sim é permanente.
Albert Einstein
Dental implants and abutments are usually made from commercially pure titanium
because of its historical biocompatibility and mechanical properties. However, in
cases of local problems related phenotypes gingival fine and / or with a high smile
line, have always been a challenge to the aesthetics in dental implantology. In these
situations there is a risk to shine through the color gray gums. Have also been
reported harmful effects of metallic materials in the human body, both in peri-implant,
as in systemic, especially by followers of holistic Medicine. The zirconia ceramic is
considered a biomaterial that has excellent biocompatibility, no mutagenic or
carcinogenic effects, and reduced bacterial adhesion and better periointegration
compared to titanium. The implants of polycrystalline tetragonal zirconia stabilized
with yttria (Y-TZP) have several advantages over other materials due to the
transformation toughening mechanisms operating in their microstructure. Aiming to
find answers to a possible alternative to replace the use of titanium in dental
implants, we carried out an extensive literature review. We tried to systematize the
development of the research on zirconia ceramic in vitro and in vivo clinical data
showing the connection bone-implant (BIC). We evaluated the biocompatibility and
longevity of these materials in implant dentistry, seeking to improve the cosmetic
results and satisfaction of patients and professionals engaged in that specialty,
subject to health. Finally, we pointed out the current trends and future prospects of
the biomaterials market. Although there are few clinical and histological data on the
biomechanical behavior of implants with zirconia systems, the demand for them has
increased, with recent encouraging results, especially through the healing process of
soft and hard tissues. It is a booming market, with great prospects, thanks to
increasing awareness of patients seeking treatment for metal free, which combine
the aesthetic health. Based on international scientific journals, dental implants
zirconia are already a viable alternative to replace the titanium implants in selected
cases, as in the anterior region. The best results were obtained with Y-TZP ceramic
surface modified by lead to a faster initial healing. However, the scientific community,
the clinical data related to zirconia ceramic implants in general are still not enough to
recommend them as routine clinical use.
ABREVIATURAS
FIGURA 1 − Secção transversal com espessa camada de cerâmica de titânio em nanoescala ....... 20
FIGURA 2− MEV do sistema ZrO2-Al2O3 e pilares de alumina/zircônia pré-fabricados para os
implantes em diferentes diâmetros. ................................................................................ 20
FIGURA 3 − Núcleo em cerâmica de zircônia.Vista intrabucal do núcleo cimentado e coroa de
zircônia instalada.. ........................................................................................................... 23
FIGURA 4 − Pó de zircão; zircônio fabricado em conformidade com o processo Van Arkel-de
Boer ................................................................................................................................. 24
FIGURA 5 − Preparação da zircônia parcialmente estabilizada (ZPS ou ZPE) com ítrio. .................. 25
FIGURA 6 − Estruturas cristalinas da zircônia: a- monoclínica; b- tetragonal; c- cúbica .................... 26
FIGURA 7 − Componentes de próteses ortopédicas; blocos de zircônia para próteses dentais ............. 27
FIGURA 8 − Características físico-químicas da Zr ............................................................................. 28
FIGURA 9 − Zircônia cúbica ou dióxido de zircônio (ZrO2) ................................................................ 28
FIGURA 10 − Seção transversal do revestimento de vidro RKKP após um mês em SBF. À dir.,
comparação entre as camadas auto-cultivadas em amostras a granel. ....................... 30
FIGURA 11 − Micrografias da Zr totalmente sinterizada. Análise de difração de raios-X. .................... 30
FIGURA 12 − Descrição da transformação t→m em diferentes etapas e com diferentes técnicas.. .... 31
FIGURA 13 – Micrografia da cerâmica 3Y-TZP sinterizada a 1300ºC (A) e 1450ºC (B) ......................... 35
FIGURA 14 − Transformação de fases da zircônia. .............................................................................. 35
FIGURA 15 − Distribuição do tamanho de partículas, por sedimentação dos pós utilizados na
preparação das amostras. Difratograma de Raios X das amostras ZrO2 ...................... 38
FIGURA 16 − Imagem de ME por scaneamento da cerâmica Y-TZP a 3% mol. .................................. 38
FIGURA 17 − Teste de resistência da cerâmica TZP; medição óptica do pilares de cerâmica. ........... 41
FIGURA 18 − Representação esquemática da formação da microtrinca ao redor de uma partícula
de Zr transformada (a) e a absorção da energia de uma trinca em propagação (b).
– mecanismo de transformação induzida por tensão. .................................................... 42
FIGURA 19 − Implante híbrido (metal-cerâmica); centro – protótipos híbridos para testes em
animais; protótipos implantados em animal. ................................................................... 43
FIGURA 20 − Zircônia temperada com Alumina (ZTA). Fase dispersa da ZrO2 tetragonal;
zircônia parcialmente estabilizada com magnésio (Mg-PSZ). Fase lenticular ZrO2-
t sobre a face cúbica; Y-TZP. .......................................................................................... 44
FIGURA 21 − Sistema cerâmico Ice Zircon CAD/CAM – dentina dinâmica.. ........................................ 46
FIGURA 22 – Curva de viabilidade celular da cerâmica ZrO2-biovidro obtida por teste de
citoxidade, em função da concentração de extrato. À dir. Diagrama de Weibull
quando dopadas a 3 e 5% (1500º C). ............................................................................. 48
FIGURA 23− Imagem de MEV. Osteoblastos humanos primários cultivados sobre a zircônia ............ 49
FIGURA 24 − Fluxograma da estratégia de busca dos 25 estudos. ..................................................... 52
FIGURA 25 − SEM das morfologias dos revestimentos de HA pura em ZrO2, após o tratamento
térmico a 1250º C por 1h. ................................................................................................ 54
FIGURA 26 − Ensaio de citotoxicidade: análise das amostras de ZrO2-Al2O3 (80:20) sinterizadas
a 1500° e 1600°C. À dir., ensaio de citotoxicidade: análise das amostras de Si3N4
sinterizadas com Tr2O3, em adições de 5, 10 e 20% em volume. ................................ 55
FIGURA 27− Curvas de viabilidade celular obtidas no teste de citotoxicidade dos extratos das
cerâmicas à base de HA, de carbonato de cálcio e controles positivos e negativos.. ... 56
FIGURA 28 − Seqüência de preparo para coroa sobre implante cerâmico de uma peça.. .................. 57
FIGURA 29 − Lista dos RNA mensageiros (mRNA), detectados e regulamentados por micro
RNAs (MiRNAs). em cartilagens e osso humanos; SAM em um lote de genes
MG63 cultivados por 24 h em discos de zircônia. .......................................................... 59
FIGURA 30 −SEM de jato de areia em espécimes de Ti com ataque ácidol; SEM de um
espécime de cerâmica de zircônia. ................................................................................. 60
FIGURA 31 −Implantes de zircônia e titânio com abutmens; conjunto implante- coroa em zircônia
submetidos à carga artificial;implante fraturado ao nível da cabeça. ............................. 61
FIGURA 32 − Distribuição das amostras do estudo; implante ZiUnite incluído no corpo de prova
com ângulo de inclinação de 130°. ................................................................................. 63
FIGURA 33 − Imagens ópticas 3D de profilometria das regiões das roscas em implantes WhiteSky.. ...... 65
FIGURA 34 − Vista dos modelos da análise de elementos finitos, no osso trabecular e cortical.
Tabela 1 contendo os materiais utilizados e tabela 2 com os nódulos e elementos
usados em cada modelo de estudo. ............................................................................... 65
FIGURA 35 − Mostra o contato entre a plataforma do implante e a estreita área de desajuste
angular da coroa. Distribuição do stress von Mises nos grupos de implantes. .............. 66
FIGURA 36 − Implante de Zr revestido com vidro bioativo 30 dias após a cirurgia .............................. 67
FIGURA 37 − Nas regiões dos dentes 11 e 12 dois implantes de zircônia e na região de 21 e 22
de dois implantes de titânio instalados e carregados com coroas metálicas. ................ 69
FIGURA 38 − Implante de Zr de 3mm de diâmetro, com tratamento de superfície.. ............................ 69
FIGURA 39 − Micrografia com azul toluidina e pironina-G mostrando implantes de Zr após 6
semanas de cura com aposição óssea em direção à superficie cerâmica e
detalhes do tecido conjuntivo frouxo. .............................................................................. 70
FIGURA 40 − Implante Straumann (Basel, CH)10,1 X 4,1mm utilizado no estudo animal, com
radiografias e cortes histológicos para a mandíbula....................................................... 71
FIGURA 41 − Ensaio de RTQ dos implantes. Radiografia de 2 implantes feitos de ZrO2
demonstrando a integração óssea e radiopacidade. Cortes histológicos com um
elevado grau de BIC após 12 semanas de cura (a) ....................................................... 72
FIGURA 42 −Implantes de Zr e Ti utilizados no estudo. Aposição óssea em torno dos implantes
de zircônia. Cortes histológicos com azul de toluidina;(7,5 X ampliação) ...................... 72
FIGURA 43 − Vista dorso-ventral do osso ilíaco de uma ovelha, onde os implantes foram
instalados. À dir. calcificação com formação de novo osso (setas) correspondente
às áreas de micro revestimento. ..................................................................................... 74
FIGURA 44 − Análise imunoquimica das características das proteínas ósseas após 7 dias. .............. 74
FIGURA 45 − Em 4 semanas da instalação do implante, o tecido osteóide e ósseo foram
formados na Zr e Ti; após 12 semanas de cicatrização, o osso lamelar maduro
está em íntimo contato com o implante de Zr e de Ti . ................................................. 75
FIGURA 46 − Fratura das amostras com implantes de zircônia em duas metades. ............................. 76
FIGURA 47 − MFA das amostras de Ti-CP; espécime em Zr com tratamento por abrasão;
superfície da Zr com infiltração e gravação seletivas. ...................................................... 77
FIGURA 48 − Fotomicrografias de elétrons por MEV para os animais que receberam implantes A,
C, ZiUnite e TiUnite endósseos, após 3 semanas............................................................ 77
FIGURA 49 − Amostras descalcificadas em metacrilato de metila polido, (azul de toluidina).. ............ 78
FIGURA 50 − Cortes transversais de três modelos alternativos para implantes de Zr. ........................ 79
FIGURA 51 − Implante de Zr com jato de areia. Centro- histologia com azul de toluidina ................... 80
FIGURA 52 − Inserção do implante de Zr com uso de catraca; centro- medição da densidade
óssea. ............................................................................................................................. 81
FIGURA 53 − Implantes utilizados: Zr - Z-Look3; Ti. – TSV e 3i-Osseotite®; protetor idealizado
para os implantes de zircônia no período de cura. ......................................................... 83
FIGURA 54 − Cinco áreas incrementais para a medição da cor. . ........................................................ 84
FIGURA 55 - Cores coordenadas DLn, Dan e Dbn da mucosa periimplantar. .................................... 84
FIGURA 56 − Áreas de medição de cores com e sem faixas de cores no local de teste. .................... 85
FIGURA 57- Protetores para uso sobre os implantes de Zr. (Z-Look3); instalação com
levantamento de seio e transgengival no período de cura. ............................................ 85
FIGURA 58 − Contato íntimo entre o osso recém-formado e a zircônia é demonstrada na luz do
macro-poro. ..................................................................................................................... 87
FIGURA 59 – Medição do primeiro contato osso-implante na linha de referência. ............................... 88
FIGURA 60 − Alvéolo da pós-extração preservado. Implante análogo da raiz em Zr com macro-
retenções; a colocação do implante de única peça; 2 meses após a instalação; 15
meses de seguimento com carga ................................................................................... 89
FIGURA 61 − Fotografia mostrando a forma e dimensões dos botões de Zr intramucosal. ............... 91
FIGURA 62 − Implantes do tipo Z- Lock III utilizados e detalhe da transição da rugosidade de
superfície no pescoço.. ................................................................................................... 91
FIGURA 53 − Caso com agenesia dos 12 e 22. Apesar do fenótipo gengival fino, demonstra a
aparência natural dos implantes Zr. ................................................................................ 92
FIGURA 64 − MEV das diferentes superfícies do estudo (5000X). ....................................................... 93
FIGURA 65 − R.X panorâmico com os implantes de Zr com única peça instalados e detalhes da
mucosa periimplantar de três fixações sup./dir. durante o período de cura. .................. 94
FIGURA 66 − Implantes Zit-Z de zircônia (Ziterion GmbH) instalados na região do 21 e 22. ............... 95
FIGURA 67 − Brocas de Zr para o preparo endósseo; instalação do implantes Zr, preparo do
segmento coronal, controle pós-operatório com protetor e após 3 meses de cura. ...... 95
FIGURA 68 −.Implantes de Zr WhiteSky, com as restauraçoes nos dentes 12 e 13. ........................... 96
FIGURA 69 − Ilustrações do estudo clínico de Volz (2007). .................................................................. 97
FIGURA 70 − Instalação imediata do implante CeraRoot Tipo 14 correspondente ao primeiro
pré-molar sup./dir. (14) e o controle radiográfico. ........................................................... 97
FIGURA 71− Agenesia congênita do canino sup./dir. (13), instalação do implante zircônia,
controle radiográfico e instalação da prótese com cerâmica de zircônia ....................... 98
FIGURA 72 − Agenesia dos incisivos laterais e instalação imediata de implantes ZrO2. ..................... 99
FIGURA 73− Implante zircônia (3Y-TZP) para o dente incisivo lateral sup/esq. (22). ...................... 99
FIGURA 74 − Implante Zeramex® em duas peças para os dentes 13-14 e coroas. ......................... 100
FIGURA 75 − Implante de Zr com coroa de cerâmica para o dente 21. ............................................. 100
FIGURA 76 − Reabilitação completa metal free com 15 implantes CeraRoot e restaurações de
ZrO2. ................................................................................. Erro! Indicador não definido.
FIGURA 77 − Materiais utilizados no estudo: HA, Ti, Tilite e Zirônia. ................................................. 103
FIGURA 78 − Preparação de prótese biocerâmica (CAM implants) por pulverização com plasma.Erro! Indicador nã
FIGURA 79 − Implante de Zr de corpo único na região do 36 e 37 com coroas cerâmicas.. ............. 104
FIGURA 80− A degradação da superfície da prótese de quadril com Zr devido à combinação do
envelhecimento e desgaste. ......................................................................................... 106
FIGURA 81 − Sistema computadorizado CAD/CAN na usinagem da zircônia e caracterizações
dentinárias em cerâmicas para a zircônia.. .................................................................. 107
FIGURA 82 − Implantes e componentes IncerMed AS (Suiça). ........................................................ 107
FIGURA 83− Tipos de implantes de zircônia CeraRoot (Espanha) e suas indicações. 14 para pré-
molares; 12 para incisivos laterais, 11 para incisivos centrais e caninos sup., 21
para os pequenos incisivos superiores e caninos e 16 para molares .......................... 107
FIGURA 84− Representantes dos implantes em zircônia White Sky (Alemanha). ............................. 108
FIGURA 85− Blanks ou lingotes de cerâmica ZrO2 e etapas de fabricação para o implante Zit-Z
(Alemanha). Inserção de um implante com instrumento e o modelo prescrito pelo
fabricante. ...................................................................................................................... 108
FIGURA 86− Implantes Z Look e instrumental de zirconia Z-Systems (Alemanha). ........................... 108
FIGURA 87− Tempo estimado para a difusão ocorrer e homogeneizar o teor de Y (ítrio) contendo
grãos de 0,5 e de 3µm de diâmetro, em diferentes temperaturas na 3Y-TZP. ............ 109
FIGURA 88 − Resistência à propagação da fratura em alumina, 3Y-TZP, 12 Ce-TZP, Mg-PSZ,
A10Z0Y, compósitos micro-nano-Al/Zr, Nano nano-Ce-TZP-Al.. ................................... 110
FIGURA 89 − Design de implantes minimamente invasivos. a) prótese total de quadril, (b) prótese
unicondilar de joelho. Projeto IP Nanoker – Itália. ...................................................... 111
FIGURA 90 − Caso clínico apresentado com implante de Zircônia em duas peças, com a coroa. .... 112
FIGURA 91 −Implante cerâmico de forma triangular, sistema de proteção anti-rotação, com
forma cilíndrica com diâmetro de 4,2 e 5,5 mm, apresentando superfície rugosa,
com comprimentos de 8,0 a 14,0 mm.. ......................................................................... 113
FIGURA 92 − Caso clínico apresentado com o implante Zeramex ® em duas peças. 1) ausência
do primeiro pré-molar; 2)Inserção do Implante Zr; 3) vista oclusal; 4) radiografia
periapical; 5) relação com antagonistas; 6) impressão com transferência; 7)
modelo de trabalho com o pilar e coroa de Zr; 8) instalação do pilar. .......................... 114
QUADRO 1 − Os materiais utilizados para implantes endósseos (adaptado de WATAHA, 1996). ........ 17
QUADRO 2 − Propriedades das principais cerâmicas utilizadas como materiais dentários ................. 33
QUADRO 3 −Propriedades dos biomateriais comerciais de zircônia e o padrão da ISO-13356,
1997................................................................................................................................. 39
QUADRO 4 −Valores dos módulo de elasticidade, dureza, tenacidade a fratura e resistência de
alguns sistemas cerâmicos utilizados, comparados com a dentina humana. ................ 45
QUADRO 5 − Estudos de implantes de Zircônia com diferentes superfícies e designs mais
utilizados ......................................................................................................................... 50
QUADRO 6 − Quadro de redução de células bacterianas aderidas à superfície de diferentes
implantes de titânio e zircônia, com e sem tratamento de superfície. ............................ 64
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13
4 CONCLUSÃO....................................................................................................... 129
1 INTRODUÇÃO
logo foi retirado do mercado devido à sua baixa resistência à fratura e fraca interface
implante-osso, quando comparada aos tradicionais implantes de titânio, o que deixava
uma sobrevida muito reduzida (KOHAL et al., 2006); (WENZ et al., 2008).
Com o atual conhecimento científico, o tratamento exclusivamente com os
implantes dentários em titânio deve ser visto de forma crítica, uma vez que existem
grupos populacionais que apresentam inúmeras doenças relacionadas com uso de
metais. Baseando-se em argumentos de reconstruções estéticas, nas propriedades
dos biomateriais e exigências de tratamentos metal free para os pacientes sensíveis
ou alérgicos às partículas de titânio ou aos seus subprodutos liberados no organismo,
muitos estudos têm sido propostos, particularmente os que dizem respeito à cerâmica
de zircônia (ARLOM, 2008); (ANDREIOTELLI; WENZ; KOHAL, 2009).
Nos últimos anos a pesquisa tem concentrado esforços na busca de novas
formas e superfícies dos implantes, a fim de estabelecer um melhor e mais íntimo
contato com o osso, favorecendo desta forma, a osseointegração dos materiais
cerâmicos. Tais pesquisas pretendem essencialmente avaliar a viabilidade do uso
destes materiais em alternativa ao titânio e a capacidade de responder às exigências
mecânicas e às expectativas dos pacientes mais exigentes na Implantodontia
(OZKURT; KAZAZOGLU, 2010).
Há muitos anos a zircônia é amplamente utilizada em virtude das suas
propriedades físicas e químicas, estabilidade dimensional, alta resistência mecânica e
dureza, baixo módulo de elasticidade, semelhante ao da liga de aço inoxidável. Essas
propriedades são as mais altas já relatadas em qualquer cerâmica dental. Graças à
sua cor branca, semelhante à cor dos dentes naturais e à sua capacidade de
transmitir luz, a zircônia torna-se importante nas reabilitações de áreas esteticamente
relevantes da cavidade bucal. A zircônia tem sido utilizada para pinos intraradiculares
desde 1989; para braquetes ortodônticos, desde 1994; como pilares ou abutments de
implantes, desde 1995 e para todas as cerâmicas de próteses parciais fixas, desde
1998 (OZKURT; ISERI; KAZAZOGLU, 2010).
Com o objetivo de encontrar respostas a uma possível alternativa para a
substituição do uso do titânio na Implantodontia, partiu-se para a realização de uma
ampla revisão bibliográfica, procurando sistematizar a evolução das pesquisas com a
cerâmica de zircônia in vitro e in vivo; mostrando dados clínicos da conexão osso-
implante (BIC); avaliando a biocompatibilidade e a longevidade desses materiais na
Implantodontia e que permitam melhorar os resultados estéticos, sem prejuízo à
15
saúde, aumentar a satisfação dos pacientes, assim como dos profissionais ligados a
essa especialidade, apontando os sistemas existentes, tendências futuras e
perspectivas de mercado.
2 REVISÃO DA LITERATURA
[...] a resposta óssea ao titânio era boa, senão melhor que a das ligas não
corrosivas, na qual houve mais tendências do osso a fundir-se com o
mesmo [...] Se a evolução metalúrgica do futuro tornar possível trabalhá-lo
em formas adequadas, este metal teria a força e dureza necessárias para
uma sustentação adequada.
FIGURA 1 − À esq. secção transversal com espessa camada de cerâmica deTi em nanoescala. Implante Biocer
SP com a superf. do Ti resvestida com cerâmica de nióbio. À dir. gráfico da biocompatibilidade dos diferentes
materiais com índice de adsorção das proteínas nativas e adsorvidas, dos diferentes materiais. O valor 1
significa que todas as proteínas nativas permaneceram não-desnaturadas. FONTE: Repenning (2005),
FIGURA 2 − À esq. MEV do sistema ZrO2-Al2O3. À dir. pilares de alumina/zircônia pré-fabricados para os
implantes em diferentes diâmetros. FONTE: Modificado de Azevedo (2007).
21
FIGURA 3 − À esq. núcleo em cerâmica de zircônia. Centro, vista intrabucal do núcleo cimentado e à dir. com a
coroa de zircônia instalada. FONTE: Retirado de Ozkurt; Iseri; Kazazoglu (2010).
FIGURA 4 − À esq., pó de zircão; à dir., zircônio fabricado em conformidade com o processo Van Arkel-de Boer.
FONTE: Retirado da Enciclopédia Wikipédia (Disponível em: <www.wikipedia.org/w/index.php>)
FIGURA 5 − Preparação da zircônia parcialmente estabilizada (ZPS ou ZPE) com ítrio, a partir de oxicloreto de
Zr, por cloração redutiva - processo de Kroll . FONTE: Adaptado de Moraes (2004).
a b c
FIGURA 6 − Estruturas cristalinas da zircônia: a- monoclínica; b- tetragonal; c- cúbica. FONTE: Moraes (2004).
FIGURA 7 − À esq. e dir., componentes de próteses ortopédicas; no centro, blocos de zircônia para próteses dentais;
FONTE: . CeramTec AG – The Ceramic Experts – Alemanha (2010)
FIGURA 10 − À esq., seção transversal do revestimento de vidro RKKP após um mês em SBF. À dir.,
comparação entre as camadas auto-cultivadas em amostras a granel. FONTE: Retirado de Ferraris et al. (2000)
A produção das PZT-Y pode ser via usinagem, a partir de um bloco totalmente
sinterizado (Fig. 11), ou parcialmente sinterizado, deixando a sinterização final para a
pós-usinagem, prevendo a contração do material. Portamto, este processo tem a
vantagem de prevenir a transformação da fase tetragonal para a monoclínica (t→m),
induzida pelos estresses gerados durante a usinagem. Os blocos usinados a partir de
PZT-Y sinterizados, demonstraram um conteúdo significativo de zircônia na fase
monoclínica, predispondo à maior degradação em baixa temperatura e menor
confiabilidade do material (GUAZZATO et al., 2004).
FIGURA 12 − Descrição da transformação t→m em diferentes etapas e com diferentes técnicas. Evolução da
fração monoclínica em função do tempo medido por difração de raios-X, juntamente com a modelagem numérica
e analítica. A transformação observada por MFA (sup. /esq.) -a transformação inicia nos cantos dos grãos (setas
brancas) e se propaga para o resto do grão. O processo de nucleação e crescimento observado por
interferometria óptica (áreas circulares abaixo). Nos círculos preto/branco, observa-se o crescimento em volume
e corte transversal, sob MEV . FONTE: Adaptado de Chevalier et al. (2007).
32
FIGURA 13 – MFA da cerâmica 3Y-TZP sinterizada a 1300ºC (A) e 1450ºC (B) FONTE: DENRY; KELLY (2008).
Lawson (1995) fez uma análise crítica das publicações experimentais sobre
o mecanismo de envelhecimento das cerâmicas PSZ e, em particular, das
cerâmicas de TZP. Essas cerâmicas apresentam excelentes propriedades
37
FIGURA 15 − À esq., distribuição do tamanho de partículas, por sedimentação (Raios X) dos pós utilizados na
preparação das amostras. À dir.difratograma de Raios X das amostras ZrO2: 8% mol Y2O3, de várias origens,
demostrando a estabilização da fase cúbica da Zr em todas os espécimes. FONTE: Retirado de Florio (1998).
FIGURA 16 − Imagem de ME por scaneamento da cerâmica Y-TZP a 3% mol - a) sinterizada a 1450º C por 2h;
b) sinterizada a 1450º C por 5h; c) sinterizada à 1550º C por 2h; d) à 1550º C por 5h. Os pontos indicados por A
a D, são regiões onde o espectro de EDS foi realizado. FONTE: Chevalier et al. (2004).
39
aconselharam a evitar danos causados por cortes indevidos ao material, bem como na
escolha de ferramentas adequadas, de preferência com grãos de diamante
selecionados (Fig.17).
FIGURA 17 − Teste de resistência da cerâmica TZP; medição óptica do pilares de cerâmica; produtos Odonto
Metoxit BIO-HIP ® cerâmica (pilares CAD/CAM sobre implantes). FONTE: Rieger; Köbel; Weber (2007).
FIGURA 19 − À esq., implante híbrido (metal-cerâmica); centro – protótipos híbridos para testes em animais;
à dir. – protótipos implantados em animal. FONTE: Adaptado do estudo de Moraes (2004).
FIGURA 20 − a) Zircônia temperada com Alumina (ZTA). Fase dispersa da ZrO2 tetragonal (t); b) zircônia
parcialmente estabilizada com magnésio (Mg-PSZ). Fase lenticular ZrO2-t sobre a face cúbica; c) Y-TZP.
FONTE: Kelly, Denry (2008).
QUADRO 4 − Valores dos módulo de elasticidade, dureza, tenacidade a fratura e resistência de alguns sistemas
cerâmicos utilizados, comparados com a dentina humana.
MÓDULO DE
NOME TENACIDADE À
MATERIAL ELASTICIDADE DUREZA (GPa) RESISTÊNCIA
COMERCIAL FRATURA (MPa.m ½)
(GPa)
Porcelana Mark II 68 6,4 0,92 130
Cerâmica vítrea Empress II 104 5,5 2,9 320
Infiltrado de vidro InCeram
270 12,3 3 500
(Alumina) Alumina
Infiltrado de vidro
InCeram Zircônia 245 13,1 3,5 245
(Zircônia)
Alumina Procera Alumina 400 4,48 687
Zircônia (PZT – Y) Prozyr 205 12 5,4 1450
Zircônia (PZT –Y) Lava 210 13,5 5 a 10 1100
Dentina 15 - 20 0,6 3,1
FIGURA 21 − Sistema cerâmico Ice Zircon CAD/CAM – dentina dinâmica. FONTE: Adaptado de Zirkonzahn
(2009).
Também tem sido demonstrado que essas cerâmicas de ZrO2 possuem altos
valores de flexão e tenacidade à fratura. Os testes in vitro de carcinogenicidade e de
teratogenicidade foram negativos, assim como os testes de genotoxicidade
evidenciaram a ausência nos padrões de aberrações cromossômicas nas células
cultivadas em placas de zircônio (SCARANO et al., 2004).
Em uma análise histológica da interface do osso com implantes de titânio e
zircônia, coordenada por Albrektsson e sua equipe (1985), observaram uma zona
livre de tecido fibroso, com uma camada de 20 a 40nm de espessura da zona de
proteoglicanos para os implantes de titânio e uma distância de aproximadamente
100 nm com feixes de colágeno. A zona de proteoglicanos revestindo os implantes
de zircônia mostrou uma espessura de 30 a 50nm e as fibras colágenas foram mais
além na distancia, relacionada à zircônia, em comparação com o titânio. Com estes
resultados, aqueles autores concluíram que a zircônia pode não ser uma alternativa
adequada ao titânio para fabricação de implantes. Contudo, os resultados das
investigações mais recentes, parecem indicar que a integração óssea da zircônia
tem melhorado e já não é diferente da do titânio, graças aos refinamentos realizados
na preparação dos materiais de zircônia (SENNERBY et al., 2005).
Segundo Daguano; Santos e Rogero (2006), com a tecnologia da
sinterização da cerâmica ZrO2-Al2O3, na proporção de 33% de zircônia, obtem-se
pilares com características mecânicas melhoradas, possibilitando o preparo manual,
na personalizaçao ou desgastes da cerâmica, mantendo-se ainda as características
de biocompatibilidade.
Maeda et al. (2007) desenvolveram uma cerâmica à base de ZrO2 utilizando
a rota de sinterização via fase liquida, usando um biovidro como aditivo para redução
das temperaturas finais de sinterização, mantendo a biocompatibilidade e atingindo
propriedades mecânicas suficientes exigidas para sua aplicação como implante.
Utilizaram misturas de pós compactados e sinterizadas em temperaturas de 1200ºC
e 1300ºC, com teor de biovidro de 3% em peso. Foi atingida uma densidade relativa
próxima de 100%, alcançando uma dureza superior a 1160HV, com tenacidade à
fratura de 6,3 Mpa e resistência a flexão em torno de 450 Mpa. A compatibilidade
dos coeficientes de expansão térmica entre a matriz cerâmica e fase intergranular
permitiu a geração de campos de tensão residual compressiva que impõe restrições
à propagação de trincas, melhorando a tenacificação. Os testes de
biocompatibilidade indicaram que os materiais não apresentam citoxidade, sem
48
FIGURA 22 – À esq. Curva de viabilidade celular da cerâmica ZrO2-biovidro obtida por teste de citoxidade, em
função da concentração de extrato. À dir. Diagrama de Weibull quando dopadas a 3 e 5% (1500º C).
FONTE: Adaptado de Maeda (2007).
FIGURA 23− Imagem de MEV. Osteoblastos humanos primários cultivados sobre a zircônia; (A), substrato com
superfície usinada , (B) superfície jateada por partículas com o substrato. FONTE: Kohal et al. (2008).
QUADRO 5 − Estudos de implantes de Zircônia com diferentes superfícies e designs mais utilizados.
ESTUDO DESIGN DO IMPLANTE TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE
Akagawa et al. (1998) Rosqueados Nenhum
Kohal et al. (2004) Rosqueados Jato de óxido de alumina
Dois grupos com superfícies porosas,
Sennerby et al. (2005) Rosqueados
Um grupo sem qualquer tratamento.
50% foram maquinados
Gahlert et al. (2006) Rosqueados
50% tratados com jato de óxido de alumina
Semelhante raiz segundo pré-
Pirker e Kocher (2007) Jato de areia
molar superior
Rugosidades criadas por broca diamantada.
Oliva et al. (2007) Rosqueados
Revestidos com substância bioativa
Oliva et al. (2008) Cilíndrico para compactação Ataque ácido
Sigma: ausência de dados. Nobel: jateados
Andreiotelli e Kohal (2009) Rosqueados, da Sigma e Nobel
e recobertos com alumina.
Langhoff et al. (2008) Rosqueados Jato de areia e banho alcalino
Hoffmann et al. (2008) Rosqueados Superfície rugosa, sem ref. de obtenção
Ataque ácido e pó de Zr formador de poros,
Depprich et al. (2008) Rosqueados
antes da sinterização
Depprich et al. (2008) Rosqueados Ataque ácido
FONTE: Adaptado de Costa (2009)
selecionou 349 títulos na Cochrane / Medline dos 881 títulos encontrados. Com base na
análise abstrata e duplicatas devoluções de ambas as pesquisas, 100 artigos de texto
integral foram obtidos e submetidos a uma avaliação adicional. O processo de seleção
resultou numa amostra final de 25 estudos (Fig. 24). Ensaios clínicos não-randomizados
foram controlados sobre o resultado de implantes cerâmicos de zircônia e alumina. A
revisão sistemática identificou estudos histológicos em animais mostrando BIC
semelhante entre alumina, Zr e Ti. As investigações clínicas utilizando alumina em
diferentes implantes bucais por 10 anos mostraram sobrevida com taxas de sucesso na
faixa de 23 a 98% para diferentes indicações. Os implantes de Zr apresentaram uma
taxa de sobrevivência de 84%, após 21 meses e de 98%, após um ano. Para os
autores, não houve diferença na taxa de osseointegração entre os diferentes materiais
de implante em experiências com animais. Somente algumas investigações corte foram
localizadas, mas com valor científico questionável. Os implantes de alumina não
corresponderam de forma satisfatória e, baseado nessa análise, não são uma
alternativa viável aos implantes de Ti. Até o momento, para a comunidade científica, os
dados clínicos relacionados com os implantes em cerâmica de Zr em geral, não são
suficientes para recomendá-los como uso clínico de rotina. A Zr, no entanto, pode ter o
potencial para ser um sucesso como material de implante, embora isto ainda seja pouco
suportado por investigações clínicas. Os autores concluíram que a Zr pode ser um
material alternativo ao Ti para a fabricação de implantes dentários, mas não estão
disponíveis suficientes dados sobre a resistência à fratura do ZrO2 implantadas.
FIGURA 24 − Fluxograma da estratégia de busca dos 25 estudos. FONTE: Andreiotelli; Wenz; Kohal (2009).
53
Oliva; Oliva; Oliva, (2010) citaram que ainda hoje o titânio é considerado
pela comunidade cientifica como padrão ouro. Porém, relataram sobre casos
documentados de sensibilidade e especificidade com intolerância ao metal, com
raras alterações na pele. Segundo esses autores, alguns testes podem induzir a
sensibilização dos linfócitos T nativos, como o contato do antígeno epidérmico para
a detecção de efeitos cutâneos de hipersensibilidade. Por outro lado, os testes in
vitro, como o teste de transformação de linfócitos (LTT), podem detectar alérgenos
sensibilizantes, tanto dérmicos, como não-dérmicos. Os autores sugeriram o uso
deste teste para identificar com maior sucesso, a principal hipersensibilidade, tanto
para efeitos locais, como sistêmicos.
FIGURA 25 − SEM das morfologias dos revestimentos de HA pura em ZrO2, após o tratamento térmico a 1250º C
por 1h. A – vista superficial e B – corte transversal. FONTE: Adaptado de Kim et al. (2004)
FIGURA 26 − À esq., ensaio de citotoxicidade: análise das amostras de ZrO2-Al2O3 (80:20) sinterizadas a 1500°
e 1600°C. À dir., ensaio de citotoxicidade: análise das amostras de Si3N4 sinterizadas com Tr2O3, em adições
de 5, 10 e 20% em volume. FONTE: Retirado de Daguano; Santos; Rogero (2007).
FIGURA 27− Curvas de viabilidade celular obtidas no teste de citotoxicidade dos extratos das cerâmicas à base
de HA, de carbonato de cálcio e controles positivos e negativos. À dir. superficie de zirconato de calcio sob MEV.
FONTE; Adaptado de Lazar et al. (2008).
FIGURA 28 − A) Seqüência de preparo para coroa no implante cerâmico de uma peça. B) implante
incorporado em PMMA com 30º com 2 roscas expostas; C) broca para preparo, com ranhuras; D) na cabeça
do implante os sulcos foram unidos, com a redução oclusal; E) preparações com tamanho e configuração
semelhantes; F e G) broca em forma de pera (Komit) por lingual, na preparação do incisivo; G) finalização do
preparo para o teste de fadiga com um penetrador trapezoidal. FONTE: Adaptado de Silva et al. (2008).
GE, SHOX, IGF1, BMP1 e FGFR1. Os autores optaram por realizar o experimento
após 24 h, a fim de obter informações sobre a fase inicial de estimulação, uma vez
que esses eventos de interação são fundamentais para a osseointegração dos
implantes. Além disso, este tempo inicial apresenta maior relevância quando se
considera que a carga imediata é, atualmente, o principal tema da Implantodontia.
O efeito global das cerâmicas de óxido de zircônia na formação óssea foi
detectado e os dados relatados podem representar um modelo para a comparação
de diferentes substâncias, com efeitos semelhantes. Os dados comunicados neste
estudo representam o pioneirismo sobre a regulamentação de tradução em
osteoblastos expostos à zircônia na qual a formação óssea foi detectada.
Em outro estudo da equipe Palmieri et al. (2008), foram analisados os
efeitos a curto prazo em osteoblastos cultivados sobre os implantes de cerâmica
de óxido de zircônia e de titânio (Ti). Utilizaram MiRNAs, uma classe de de
pequenos e funcionais RNAs não-codificantes de 19 a 23 nucleotídeos que
induzem degradação do RNA mensageiro específicos (RNAm), controlando o
processo de tradução, isto é, a síntese de proteínas a partir do RNAm. Além disso,
os RNAm regulam o promotor de MiRNAs específicos, ativando um loop de
retroalimentação autoregulatório. Com a técnica de micro ensaios de MiRNAs,
identificou-se, em linhagens celulares de osteoblastos (MG63) cultivadas em Ti
grau 3 e em discos zircônia, vários MiRNAs cuja expressão foi modificada. Foram
encontrados 6 MiRNAs regulados para cima e 4 regulados para baixo. Contudo,
devido ao fato de que todos os MiRNAs regulam centenas de genes, foram focados
somente aqueles relacionados à formação óssea. Dentre eles, os mais notáveis
são o BMP4 e 7, ambos regulados para cima em osteoblastos cultivados em
discos de Ti. Foram coletados os RNAm após 24 horas da cultura celular para
entender melhor os eventos moleculares relacionados com a cicatrização óssea
inicial ao redor dos implantes inseridos. Uma técnica de micro ensaio de RNAm foi
desenvolvida como controle. Uma vez que o MiRNA regulamenta milhares de
genes, foram selecionados apenas os genes relacionados com a formação óssea
(osteogênese e remodelação (Fig.29). Por conseguinte, os autores sugeriram que as
superfícies de Ti poderiam fornecer algumas vantagens para carga imediata em
Implantodontia.
59
FIGURA 29 − À esq., lista dos RNA mensageiros (mRNA), detectados e regulamentados por micro RNAs
(MiRNAs). em cartilagens e osso humanos. À dir., SAM (Análise de significância de Micro-arranjos) em um lote
de genes MG63 cultivados por 24 h em discos de zircônia. FONTE: Retirado de Palmieri et al. (2008).
FIGURA 30 − À esq. SEM de jato de areia em espécimes de Ti com ataque ácido, ampliação de 600X (a) e 8000
(b). À dir. SEM de um espécime de cerâmica de zircônia, 600 X (a), 8000 X (b). FONTE: Bürgers et al. (2009).
FIGURA 31 −Implantes de zircônia e titânio com abutments; no centro, um conjunto implante- coroa em zircônia
submetidos à carga artificial; à dir., implante fraturado ao nível da cabeça. FONTE: Kohal; Finke; Klaus (2009).
FIGURA 32 − À esq., distribuição das amostras do estudo; À dir., um implante cerâmico ZiUnite incluído no
corpo de prova com ângulo de inclinação de 130°. FONTE: Retirado de Andreiotelli e Kohal (2009).
QUADRO 6 − Quadro de redução de células bacterianas aderidas à superfície de diferentes implantes de titânio
e zircônia, com e sem tratamento de superfície, com as alterações observadas após a irradiação do laser.
FIGURA 33 − À esq., imagens ópticas 3D de profilometria das regiões das roscas em implantes WhiteSky (100X), no
centro do implante Zit-Z. Cálculo dos parâmetros de rugosidade de superfície, com imagens submetidas a um
processo de subtração automática. À dir., no implante WhiteSky. FONTE: Adaptado de Zinelis et al. (2010).
FIGURA 34 − Vista dos modelos da análise de elementos finitos, no osso trabecular e cortical. Tabela 1 contendo
os materiais utilizados e tabela 2 com os nódulos e elementos usados em cada modelo de estudo. FONTE:
Retirado de Caglar et al. (2010).
66
FIGURA 35 − À esq. mostra o contato entre a plataforma do implante e a estreita área de desajuste angular da
coroa. À dir. distribuição do stress von Mises nos grupos de implantes. FONTE: Assunção et al. (2010).
implante (BIC) foi de 81,9% para o implante sem carga, observando-se menor perda
óssea marginal e de 69,8% para o grupo carregado, o qual mostrou maior perda
óssea marginal. Infelizmente, nesse estudo não foi incluído um grupo de controle de
titânio para comparação ou controle.
Em um segundo estudo, Akagawa et al. (1998) compararam reconstruções
bucais totalmente implanto-suportadas, com reconstruções implante-dente conectadas
em macacos. Novamente, os implantes fabricados a partir da zircônia ZPS foram
inseridos em mandíbulas de oito macacos e, 3 meses depois, três tipos diferentes de
estruturas protéticas foram fornecidas (coroas unitárias sobre implantes, restaurações
implanto-suportadas, ou reconstruções implante-dente suportada). Clinicamente, não
houve diferenças entre os grupos. A histologia foi realizada após 12 e 24 meses. Foi
observada aposição óssea direta em todos os grupos. A histomorfometria mostrou
uma taxa BIC entre 66 e 81%. Em geral, não houve significativa diferença entre os
grupos diferenciados de tratamento.
A osseointegração da zircônia (Y-TZP) e da Zr revestida com vidro bioativo
(RKKP) em osso saudável foi avaliada in vivo por Stanic et al. (2002). Os autores
avaliaram os modelos RKKPs revestidos e não-revestidos (controles) em forma de
cilindros de cerâmica Y-TZP que foram implantados nas epífises distais de cada fêmur
de 14 ratos, sob anestesia geral. Foram realizadas histomorfometria e micro análise por
MEV em amostras descalcificadas e imersas em metilmetacrilato, para verificar a taxa
de osseointegração (Fig.36). Em 30 dias, um índice significativamente maior de
afinidade foi demonstrado in vivo por avaliação histomorfométrica dos implantes RKKPs
revestidos versus não-revestidos Y-TZP. Na avaliação de 60 dias, os implantes
revestidos comportaram-se melhor do que os controles, mas a diferença observada
residia na incerteza estatística. A análise por MEV demonstrou melhor aderência do
osso ao material nos implantes Y-TZP / RKKPs revestidos em ambos os tempos de 30
e 60 dias. Estes achados sugerem que os implantes de zircônia Y-TZP revestidos com
o vidro bioativo, chamados RKKPs, aumentam a osseointegração da cerâmica.
FIGURA 36 − Implante de Zr revestido com vidro bioativo 30 dias após a cirurgia, A micrografia ( 35X ) mostra o
retroespalhamento nos cortes transversais do corpo, sem nenhum tipo de fratura. FONTE: Stanic et al. (2002).
68
FIGURA 37 − Nas regiões dos dentes 11 e 12 dois implantes de zircônia e na região de 21 e 22 de dois
implantes de titânio instalados e carregados com coroas metálicas. À dir. corte histológico em azul toluidina com
ampliação de 7X. FONTE: Kohal et al. (2003)
FIGURA 38 − Implante de Zr de 3mm de diâmetro, com tratamento de superfície. Avaliação isométrica das
distâncias biológicas – GM, Gengiva Marginal – JE, Epitélio Juncional e BIC. Corte M-D do implante de Ti
detalhando a leve perda óssea vertical e inflamação gengival (25X). À dir. implante Zr em corte histológico.
Poucos sinais de inflamação periimplantar podem ser visualizados neste material. FONTE: Kohal et al. (2004).
70
FIGURA 39 − À esq. micrografia com azul toluidina e pironina-G mostrando implantes de Zr após 6 semanas de
cura com aposição óssea em direção à superficie cerâmica e detalhes do tecido conjuntivo frouxo. À dir. implante
de Ti, no mesmo tempo, com formação óssea similar. FONTE: Adapt. de Sennerby et al. (2005).
FIGURA 40 − Implante Straumann (Basel, CH)10,1 X 4,1mm utilizado no estudo animal, com radiografias e
cortes histológicos para a mandíbula. FONTE; Retirado de Gudehus (2006)
FIGURA 41 − Ensaio de RTQ dos implantes. Radiografia de 2 implantes feitos de ZrO2 demonstrando a
integração óssea e radiopacidade. Cortes histológicos com um elevado grau de BIC após 12 semanas de cura
(a) implante Zr (b) setas mostrando o osso mineralizado no pescoço. À dir. implante Ti - SLA com alta BIC.
FONTE: Adaptado de Gahlert et al. (2007).
FIGURA 42 −Implantes de Zr e Ti utilizados no estudo. Aposição óssea em torno dos implantes de zircônia.
Cortes histológicos com azul de toluidina;(7,5 X ampliação); a- centro sup. implante Zr. com 2 semanas; b- centro
inf. implante de Ti; (c) – de Zr com 4 semanas; (d) de Ti com 4 semanas. FONTE: Hoffmann et al. (2008).
73
com 8 semanas (Fig. 43). Não houve diferença significativa na BIC, quando comparado
com resultados de estudos anteriores.
FIGURA 43 − Vista dorso-ventral do osso ilíaco de uma ovelha, onde os implantes foram instalados. À dir.
calcificação com formação de novo osso (setas) correspondente às áreas de micro revestimento. As estruturas
coradas (azul de toluidina) em cortes histológicos a (imagem 5.8 X) de um implante de Ti, revestido com
bisfosfonato, após quatro semanas. FONTE: Retirado de Langhoff et al. (2008).
FIGURA 44 − Análise imunoquimica das características das proteínas ósseas após 7 dias. A expressão de
colágeno I extracelular e osteonectina são evidentes em todas as superfícies. À dir. após 28 dias expressão é
mais evidente nas superfícies, mas menos densas as fibras colágenas na Zr. em relação ao Ti (20 X). FONTE:
Adaptado de Depprich et al. (2008).
75
FIGURA 45 − Em 4 semanas da instalação do implante, o tecido osteóide e ósseo foram formados na Zr (à esq)
e Ti (dir.) (50 X). À dir. após 12 semanas de cicatrização, o osso lamelar maduro está em íntimo contato com o
implante de Zr (esq.) e de Ti (dir.) (azul de toluidina, 100 X) FONTE: Depprich (2008).
FIGURA 46 − Fratura das amostras com implantes de zircônia em duas metades. À dir. matriz óssea aderida à
superfície do implante, após um tempo de cicatrização uma semana, sobre a Zr. (à esq.) e o implante de titânio
(à dir.) (50 X de ampliação). FONTE: Adaptado de Depprich (2008).
FIGURA 47 − À esq., MFA das amostras de Ti-CP; centro, espécime em Zr com tratamento por abrasão;
à dir., superfície da Zr com infiltração e gravação seletivas. FONTE: adaptado de Ertan et al. (2008).
FIGURA 48 − À esq., fotomicrografias de elétrons por MEV para os animais que receberam implantes A,
C, ZiUnite e TiUnite endósseos, após 3 semanas. À dir., os mesmos implantes após 6 semanas da
instalação. FONTE: Adaptado de Lee et al. (2009).
78
FIGURA 49 − Amostras descalcificadas em metacrilato de metila polido, (azul de toluidina). O contato direto
entre o osso (azul) e implante (cinza). Quase completa integração óssea. (a)- Zr com valor BIC de 66,1% , (b) Ti
(SLA) com BIC 76,8%). Osteólise na crista (c) com Zr.; (d) no Ti-SLA.FONTE: Retirado de Gahlert et al. (2009).
FIGURA 50 − Cortes transversais de três modelos alternativos para implantes de Zr. A - com perfurações em
forma de túnel, ocas e porosas; B- com sulcos, sem túnel radial. C- configuração sólida. À dir., secções
transversais dos implantes de Zr mostrando tecido ósseo recém-formado, A -com 4 semanas de cura; B, - após 8
semanas da implantação. FONTE: Adaptado Zhu; Yang; Ma (2010).
implante de zircônia revestido com uma película de óxido de cálcio com titânio (c), um
implante de titânio e (d) um implante experimental feito de um material sintético
(polietileno) (Fig. 51). Após 4 meses, os blocos dissecados foram coradas com azul
de toluidina para avaliar histologicamente o contato osso-implante (BIC), as taxas e os
níveis de osso (BL) dos implantes. Todos os 48 implantes osseointegrados foram
avaliados clinicamente e histologicamente. O BIC mediano da parte apical do grupo
implante Zr e o grupo Ti chegou a 59,2% para o grupo Zr não revestida, 58,3% para Zr
com revestimento, 26,8% para o material sintético e 41,2% para os implantes de Ti
(Fig. 51). Dentro dos limites deste estudo, os autores concluíram que os implantes de
zircônia são capazes de estabelecer taxas de BIC, semelhantes à osseointegração
dos implantes de titânio com rugosidades de superfície.
FIGURA 51 − Implante de Zr com jato de areia. Centro- histologia com azul de toluidina: (a) Zr, (b) Zr revestida,
(c) titânio, (d) implante sintético (2.5 X). À dir. contato de um implante de Ti (400 X). FONTE: Koch et al. (2010).
FIGURA 52 − À esq., inserção do implante de Zr com uso de catraca; centro- medição da densidade óssea. O volume
relativo no interior de ranhuras (amarelo), em comparação com a região de referência (vermelho); À dir., implante Zr
submerso (à esq.). Na área da crista, uma boa adaptação do tec. conjuntivo. Sem reabsorção da crista óssea, com uma
boa faixa de BIC. Implante Zr não-submerso. No pescoço polido do implante, proliferação do tec. conjuntivo. A
osteogênese está presente em torno do corpo do implante (ampl. 4X). FONTE: Adapt. de Stadlinger et al. (2010)
Para finalizar esta seção, apresentamos uma síntese dos estudos in vivo
com animais, utilizando implantes ou materiais de zircônia, observando a
biocompatibilidade do material e a quantificação da conexão implante-osso (BIC),
em relação ao tempo, pesquisados de 1993 à 2010 (Quadro 7).
Resumo dos estudos com implantes em zircônia in vivo - animais, pesquisados de 1993 a 2010.
AUTORES ANIMAIS MATERIAL ESTUDADO BIC MÉDIA - RESULTADOS TEMPO
AKAGAWA et al, 1993 cães Beagle Zr - ZPS c/carga e s/ carga 81,9% s/carga, 69,8% c/ carga 3 meses
AKAGAWA et al, 1998 8 macacos Zr - ZPS - 3 grupos c/s/carga 66 a 81 % de BIC 12 - 24 meses
STANIC et al, 2002 14 ratos Y-TZP c/ RKKPs e s/ RKKP 32 % afinidade 1 e 2 meses
SCARANO et al, 2003 5 coelhos Y-TZP 68% - 100%
KOHAL et al, 2003 macacos Zr e Ti 67,4% de BIC 14 meses
KOHAL et al, 2004 6 macacos Y-TZP 67,4% Zr e 72,9% Ti 14 meses
SENNERBY et al, 2005 92 coelhos Zr c/ jateam. Superf. BIC Ti = Zr ; RTQ Zr >Ti
GUDEHUS, 2006 suínos pequenos Zr c/ jateam. Al3O2/Ti SLA aumento do RTQ 1 / 2 / 3 meses
GAHLERT et al, 2007 suínos pequenos Ti SLA e Zr c/ rugosidade Ti aumentou RTQ / Zr s /rugosidade diminuiu RTQ
HOFFMAN et al, 2007 coelhos Ti e Zr Ti e Zr = semelhantes 2 sem / 4 sem
KOHAL et al, 2008 6 macacos Ti/ Zr/ com carga 72,9% Ti cond.ac. 67,4%Zr jat. 6 meses + 5 m (c/ carga)
LANGHOFF et al, 2008 ovinos Zr jat/ Zr cond.ac./ Ti cond.ac. Zr = 77%; Ti = 57 a 61 % 2 sem / 1 mês/ 2 meses
DEPRICH et al, 2008 bovinos cultivo de células Zr > proliferação Ti > adesão celular
DEPRICH et al, 2008 12 suinos pequenos Ti e Zr com rugosidades Ti = Zr na BIC 1 sem/ 1mês/ 3 meses
DEPRICH et al, 2008 12 mini porcos Ti e Zr Ti = Zr a nivel ultra estrutural 1 sem / 1 mês/ 3 meses
ERTAN et al, 2008 ratos Y-TZP e Ti CP com N.ciático Potencial ação / Repolarização semelhantes
LEE et al, 2009 40 coelhos Zr (ZiUnite) e Ti(Unite) Ti> 77,6%3Sem./ 6Sem.69,7% 3 sem / 6 semanas
GAHLERT et al, 2009 15 suinos adultos Zr c/ tratam. duplo e Ti SLA Zr e Ti BIC semelhantes 1 mês/ 2 m / 3 meses
ZHU, YANG E MAG 2010 10 cães Zr c/ câmara oca+ vidro bioativo Bom desempenho / novo design implantes de Zr
ROUALDES et al, 2010 ratos pó de Zr em artic. Joelho boa biocompatib.e resposta 4 meses
KOCH et al, 2010 cães Zr , Ti , polipropileno 59,2 / 41,2% / 26,4% BIC 4 meses
STADLINGER et al, 2010 7 suinos pequenos Zr / Ti subm. /não subm. c/carga Zr 53 % / Ti 48% com carga 1 mês
QUADRO 7- Resumo dos estudos com implantes em zircônia in vivo - animais, pesquisados de 1993 a 2010.
82
FIGURA 53 − Implantes utilizados: Zr - Z-Look3; Ti. – TSV e 3i-Osseotite®. À dir. protetor idealizado para os
implantes de zircônia no período de cura. FONTE: Adaptado de Lambrich (2007).
FIGURA 54 − À esq., cinco áreas incrementais para a medição da cor. À dir., C: cor controle, T: cor testada.
FONTE: Adaptado de Park et al. (2007) .
FIGURA 55 - Cores coordenadas DLn, Dan e Dbn da mucosa periimplantar. FONTE: Nagai et al. (2007)
85
FIGURA 56 − À esq., áreas de medição de cores com e sem faixas de cores no local de teste. À dir., áreas de
medição de cor no controle e locais de teste. FONTE: Modificado de Nagai et al. (2007).
FIGURA 57 − À esq. – protetores para uso sobre os implantes de Zr. (Z-Look3). À dir. Instalação com
levantamento de seio e transgengival no período de cura. FONTE: Lambrich; Iglhaut (2008).
86
FIGURA 58 − À esq. e à dir. um contato íntimo entre o osso recém-formado e a zircônia é demonstrada na
luz do macro-poro. No centro - contato osso (% de BIC) comparado com a hidroxiapatita (HA) e na cerâmica
de zircônia (ZrO2). FONTE: Adaptado de Malmstrom et al. (2009).
88
FIGURA 59 – Medição do primeiro contato osso-implante na linha de referência. BL= nível do osso marginal. A)
situação clínica de uma coroa metalo-cerâmica sobre implante. Radiografia na linha de base (c, d) e 3 anos de
acompanhamento. FONTE: Zembic et al. (2009).
89
FIGURA 60 − À esq., alvéolo da pós-extração preservado . Implante análogo da raiz em Zr com macro-retenções;
a colocação do implante de única peça; 2 meses após a instalação; 15 meses de seguimento com carga.
FONTE: Pirker e Kocher (2009).
FIGURA 61 − À esq., fotografia mostrando a forma e dimensões dos botões de Zr intramucosal. À dir.,
aspecto clínico da crista maxilar alveolar três anos após a cirurgia, mostrando a mucosa normal em
torno dos locais de inserção dos botões de Zr (A, B). FONTE: Gonçalves et al. (2009).
FIGURA 62 − À esq. os implantes do tipo Z- Lock III utilizados e detalhe da transição da rugosidade de
superfície no pescoço. À dir., sondagem avaliando o nivel de inserção. FONTE: Mellinghoff (2010).
92
Fig. 63 À esq., caso com agenesia dos 12 e 22. Apesar do fenótipo gengival fino, demonstra a aparência natural
dos implantes de Zr. À dir., detalhes da margem gengival livre à 0,5mm apical. FONTE: Mellinghoff (2010).
FIGURA 64 − MEV das diferentes superfícies do estudo (5000X). Da esq. para dir.: Zr com revestimento (C), não-
revestida e com ataque ácido-gravado. Na tabela, detalhes da análise topográfica das superfícies estudadas.
FONTE: Retirado de Oliva; Oliva; Oliva (2010).
SCARANO et al., 2004 Discos Ti e Zr em PPR 10 pacientes com próteses -24h dimin. Nº bactérias patogênicas na Zr
LAMBRICH, 2007 Ti 2 peças / Zr Zlook3 peça unica 237 Ti (3i+TSV) / 139 Zr - 3M e 6M Ti c /carga 3M 95,23% Zr 84,37 a 98,41%
MELLINGHOFF, 2006 Zr (Z Look 3) 189 pac. Tempo carga 8,2 M a 1ano 93% clinica + Radiografica
PARK et al., 2007 Ti - Straumanns 15 casos- com Spectrofômetro índice de colaração gengival Cielab
NAGAI et al., 2007 Ti - Straumanns 15 sitios piriimpl. / 8 fitas coloridas colaração do pesçoco impl.Ti
LAMBRICH; IGLHAUT, 2008 Ti e Zr peça única 234 Ti e 127 Zr - 21,4 Meses Ti 97,2 a 98,4% / Zr 84,4 a 98,4%
WENZ et al., 2008 Y-TZP e Ti pesq. bibliográfica- revisão liter. Ti = Zr ou Zr ↑ / BIC > 60%
KOHAL et al., 2008 Zr com carga 119 ( 65 unit.e 27 duplos c/c)- 1ano 96, 6 % de sobrevida
FROMME; GUTWALD 2008 Y- TPS e Ti SLA tratamento superficie em 2 peças aumento Torque de Remoção (RTQ)
ZEMBIC et al., 2009 pilares Zr e Ti + coroa MC 40 impl.(20+20)/ 6-12-36 Meses 100% sobrev./ estética Ti = Zr
PIRKER E KOCHER, 2009 implantes Zr rugosa/jateada 6 + 12 (↓0,1 a 0,2mm) / 1 a 33 M 6 perdidos/ 12= 92% sobrev. / estética
ANDYS, 2009 Impl. Z Look 3 + Zeramex (2 p.) 60% c/ XP imediata/ carga 6M + 100% de sobrevida
GONÇALVES et al., 2009 botões de Zr submucosa / PT 12 casos / 3-7-15-120-360 dias ↑estabil./retenção/conforto + ↑integração
FONTE: O autor.
94
FIGURA 65 − R.X panorâmico com os implantes de Zr com única peça instalados e detalhes da mucosa
periimplantar de três fixações sup./dir. durante o período de cura. FONTE: Retirado de Volz (2003).
sofreu trauma na região dos incisivos central e lateral esquerdos, planejou coroas em
cerâmica sobre dois implantes de zircônia com pilares padronizados (zit-Z / Ziterion) e
uma placa de proteção em silicone de instalação imediata. Utilizou brocas de zircônia
para osteotomia, conseguindo um torque de inserção de 30 Ncm (Fig. 66). Para o
autor, apesar de ser em única peça, o sistema de implante empregado consegue boa
estabilidade primária e um design que facilita a restauração protética de forma simples
e rápida, tornando-se uma aplicação rentável.
FIGURA 66 − Implantes Zit-Z de zircônia (Ziterion GmbH) instalados na região do 21e 22. FONTE: Lange (2006).
FIGURA 67 − Brocas de Zr para o preparo endósseo; instalação do implantes Zr, preparo do segmento coronal,
controle pós-operatório com protetor e, após três meses de cura. FONTE: Adaptado de Kienel (2007).
utilizados implantes de cerâmica WhiteSky de peça única (Fig 68). Para a autora, as
perspectivas de sucesso em reabilitações deste tipo são muito boas, desde que sejam
bem planejadas e com boa densidade óssea para obter a estabilidade primária e, com
o uso de protetor para evitar movimentos durante a integração do implante. A
biocompatibilidade da cerâmica e os resultados estéticos alcançados nestes casos
são muito superiores ao titânio.
FIGURA 68 −. Implantes de Zr WhiteSky, com as restauraçoes nos dentes 12 e 13. FONTE: Baumgarten (2007)
FIGURA 70 − Instalação imediata do implante CeraRoot Tipo 14 correspondente ao primeiro pré-molar sup./dir.
(14) e o controle radiográfico. FONTE: Oliva; Oliva; Oliva (2008)
FIGURA 71− Agenesia congênita do canino sup./dir. (13), instalação do implante zircônia, controle radiográfico e
instalação da prótese com cerâmica de zircônia.FONTE: Oliva; Oliva; Oliva (2008).
FIGURA 72 − Agenesia dos incisivos laterais e instalação imediata de implantes ZrO2. FONTE: STOLL (2008).
FIGURA 73− Implante zircônia (3Y-TZP) para o dente incisivo lateral sup/esq. (22). FONTE: Sarkis (2009)
FIGURA 74 − Implante Zeramex® em duas peças para os dentes 13-14 e coroas. FONTE: Engelhardt (2009)
FIGURA 75 − Implante de Zr com coroa de cerâmica para o dente 21. FONTE: Aydin; Yilmaz; Ata (2010)
Oliva; Oliva; Oliva (2010) acompanharam diversos casos clínicos por 5 anos
com implantes de zircônia de uma só peça (CeraRoot, Oral Iceberg). Todos os
pacientes receberam instrução para manutenção de higiene bucal e foram
aconselhados a não utilizarem os implantes na mastigação durante os primeiros dois
meses após cirurgia. Os pacientes foram observados 15 dias pós-cirurgia para
acompanhamento e remoção da sutura. Os implantes foram documentados quanto à
101
FIGURA 76 − Reabilitação completa metal free com 15 implantes CeraRoot e restaurações de ZrO2. A paciente
apresentava amelogênise imperfeita e alergias. Acompanhamento de 3 anos. FONTE: Oliva; Oliva; Oliva (2010).
102
FIGURA 77 − Materiais utilizados no estudo: HA, Ti, Tilite e Zirônia. As amostras das películas foram incubadas
com saliva e/ ou soro em placas de 24 poços por 1h a 37º, analisados com cintilador. FONTE: Lima et al. (2006).
FIGURA 79 − Implante de Zr de corpo único na região do 36 e 37com coroas cerâmicas. FONTE: Arlom (2008).
105
conclusiva ou definitiva do ZrO2 em implantes dentários ainda não pode ser feita,
precisando de amplos estudos científicos, com estudos de longo prazo e práticas que
ainda não estão disponíveis.
“Qual é o futuro da zircônia como um biomaterial?” Essa questão foi
levantada por Chevalier (2006) após avaliar as falhas de cabeças de próteses
femorais, abrindo uma questão polêmica sobre o futuro da zircônia como um
biomaterial. O autor fez uma análise do conhecimento atual sobre o processo de
envelhecimento, seus efeitos e desempenho dos implantes a longo prazo, a fim de
distinguir entre os fatos científicos e a especulação. O estado da arte atual mostra a
forte variabilidade de zircônia à degradação in vivo, como uma conseqüência da
influência do processo de envelhecimento (Fig.80). Como a zircônia procede de
diferentes fornecedores, apresentam diferentes microestruturas relacionadas. Faz-se
necessário avaliar o seu envelhecimento com sensibilidade e técnicas mais precisas.
Para o autor, as normas ISO deveriam ser alteradas, especialmente para ganhar a
confiança de clínicos. Há uma tendência hoje para o desenvolvimento de materiais
compósitos alumina-zircônia, como uma alternativa à alumina e zircônia monolíticas.
FIGURA 80− A degradação da superfície da prótese de quadril com Zr devido à combinação do envelhecimento
e desgaste. Esquema do processo que ocorre numa seção transversal, iniciando a nucleação num grão da
superfície, levando a microfissuras e espalhamento à vizinhança. O crescimento da zona de transformação,
conduz ao micro-fissuramento e à rugosidade da superfície. O caminho em vermelho representa a penetração
da água. FONTE: Retirado de Chevalier (2006).
Kohal et al. (2008) afirmaram que as cerâmicas de zircônia a cada dia são
intensamente investigadas e estão ganhando popularidade. Tentativas estão sendo
feitas para adicionar óxidos de coloração à cerâmica TZP, antes do processo de
sinterização, para alterar a sua cor esbranquiçada, melhorando a estética e a
biocompatibilidade. Segundo os autores, futuros empreendimentos possibilitarão a
produzir pilares mais resistentes e restaurações com maior qualidade, com menor
tempo e custos de fabricação. Sistemas computadorizados, com tecnologia de
produção de ponta, como o CAD/CAN, melhorarão o design nos processos de
107
FIGURA 82 − Implantes e componentes IncerMed AS (Suiça). FONTE: Retirado do Catálogo IncerMed (2010).
FIGURA 83− Implantes CeraRoot e suas indicações: para pré-molares; incisivos laterais, incisivos centrais e
caninos sup., p/ os pequenos incisivos sup. e caninos e molares. FONTE: Retirado de Oliva, Oliva, Oliva (2010).
108
FIGURA 84− Representantes dos implantes em zircônia White Sky (Alemanha). FONTE: Catálogo White Sky
FIGURA 85− Blanks ou lingotes de cerâmica ZrO2 e etapas de fabricação para o implante Zit-Z (Alemanha).
Inserção de um implante com instrumento e o modelo prescrito pelo fabricante. FONTE: Catálogo Ziterion (2008).
FIGURA 86− Iimplantes Z Look e instrumental de zircônia Z-Systems ( Alemanha). FONTE: Catálogo Z-Systems
FIGURA 87− À esq., tempo estimado para a difusão ocorrer e homogeneizar o teor de Y (ítrio) contendo grãos de
0,5 e de 3µm de diâmetro, em diferentes temperaturas na 3Y-TZP. À dir., diagrama de fases metaestáveis da
zircônica acrescida do ítrio – concepção mais atualizada. FONTE: Retirado de Chevalier e Gremillard (2009).
FIGURA 88 − À esq., resistência à propagação da fratura em alumina, 3Y-TZP, 12 Ce-TZP, Mg-PSZ, A10Z0Y,
compósitos micro-nano-Al/Zr, Nano nano-Ce-TZP-Al. À dir. composto Al-Zr por via coloidal: (a) precursor de Zr e
pó de Al dispersa em meio líquido, (b) após a secagem, Al pó é revestido por uma camada de precursor de Zr,
(c, d) durante os tratamentos térmicos, a camada deforma e as nano partículas de Zr nuclear crescem na
superfície dos grãos de Al, (e) imagem MET convencional de um pó, após tratamentos térmicos, mostrando
grãos nano partículas de Zr na superfície da Al; (f) MET de alta resolução de um grão de Zr na superfície de uma
partícula de Al. FONTE: Retirado de Chevalier e Gremillard (2009).
111
FIGURA 89 − Design de implantes minimamente invasivos. a) prótese total de quadril, (b) prótese unicondilar de
joelho. Projeto IP Nanoker – Itália. FONTE: Chevalier e Gremillard (2009).
Para esses autores, somente quando a superfície dessa cerâmica for otimizada,
tornar-se-á um material seguro, então a zircônia será universalmente aplicável, com
uma documentação clínica indiscutível.
“Implantes Dentários - Ultrapassará a Zircônia ao Titânio?” Neste artigo,
Catrina (2009) afirma que a cerâmica de zircônia tem suas propriedades comparáveis
ao dente, sendo extremamente biocompatíveis, já comprovado clinicamente, com uma
boa integração nos ossos e tecidos moles da boca (Fig. 86). A experiência prática
com a Zr mostra outra importante vantagem: a formação da placa, em sua superfície,
é inferior à do Ti. Ainda faltam, porém, estudos clínicos de longo prazo que forneçam
informações sobre a resistência à fratura deste novo material e seu comportamento
nos maxilares. O autor citou que estão em andamento muitas pesquisas nas
Universidades de Freiburg, Colónia e Zurique, como o desenvolvimento de implantes
cerâmicos em duas peças, pela empresa Zurich Dentalpoint, a primeira no mundo a
oferecer o implante e o pilar separados, apresentando uma tampa de roscas (Fig.90).
Essa inovação foi realizada em colaboração com a empresa Heberlein, no St. Wattwil
gaulês, onde o óxido de zircônio tem sido trabalhado para peças de precisão em alta
tecnologia. A empresa Metoxit em Schaffhausen Thayngen é um centro de excelência
desde 1980 na cerâmica de óxido de base médica e referência para o material
odontológico na Europa. Segundo o autor, trata-se de um mercado altamente
competitivo, devido a concorrência suíça, mas lucrativo, citando como exemplo os
cerca de 100.000 implantes já instalados. O envelhecimento da população pode
aumentar as vendas, além da pressão crescente dos pacientes que não desejam mais
metal na boca. Concluiu afirmando que, as exigências e a maturidade dos pacientes
na escolha do material para implantes dentários, falarão mais alto.
FIGURA 90 −Caso clínico apresentado com implante de Zircônia em duas peças, com a coroa.
FONTE: Catrina, (2009).
113
FIGURA 91 − À esq., Implante cerâmico de forma triangular, sistema de proteção anti-rotação, com forma
cilíndrica com diâmetro de 4,2 e 5,5 mm, apresentando superfície rugosa, com comprimentos de 8,0 a 14,0 mm.
À dir. implante Zeramex® com cerâmica TZP-HIP - destaque da macro-estrutura da Zr e micrografia SEM da
superfície do implante. FONTE: Catálogo Zeramex (2010).
114
FIGURA 92 − Caso clínico apresentado com o implante Zeramex ® em duas peças. 1) ausência do primeiro pré-
molar; 2) Inserção do Implante Zr; 3) vista oclusal;4) radiografia periapical; 5) relação com antagonistas; 6)
impressão com transferência; 7) modelo de trabalho com o pilar e coroa de Zr; 8) instalação do pilar. À dir., vista
do implante com o componente em duas peças e o caso finalizado. FONTE: Informativo Dental Point (2010).
3 DISCUSSÃO
autores afirmaram que o uso clínico dos implantes cerâmicos de duas peças, nas
condições do estudo protótipo apresentado, tem que ser questionado.
Uma das principais vantagens do uso da zircônia em Implantodontia, depois de
citar as suas imbatíveis qualidades estéticas e boas propriedades mecânicas, é a sua
biocompatibilidade.
As culturas de células fornecem uma importante ferramenta na determinação
da biocompatibilidade in vitro ou das interações na interface biomaterial-tecido. Os
primeiros estudos foram realizados com zircônia em pó, cultivadas principalmente com
fibroblastos ou linfócitos. Contudo, nas avaliações mais recentes, as experiências são
focadas em osteoblastos humanos, uma vez que estas células estão diretamente
envolvidas na reação tecidual, na interface dos implantes ou com substratos compactos
de zircônia (BACHLE et al., 2007); (DAGUANO; SANTOS; ROGERO, 2007);
(DEPPRICH et al, 2008); (GAHLERT et al., 2007); (GAHLERT et al., 2009); (HEMPEL
et al., 2009), (KOHAL et al., 2009).
Alguns autores concordam com a equivalência da BIC (Bone Interface
Connecting) nos implantes de zircônia e titânio. As superfícies modificadas da zircônia
resultaram em uma osseointegração que é comparável com a de implantes de titânio ao
nível ultra-estrutural (HEMPEL et al., 2009); (COSTA, 2009); (DEPPRICH et al., 2008);
(KOCH et al., 2010).
Numa ampla revisão bibliográfica de Andreiotelli; Wenz e Kohal, (2009),
identificaram estudos histológicos em animais, mostrando BIC semelhantes entre
alumina, zircônia e titânio. Nas investigações clínicas com alumina, em diferentes tipos
de implantes bucais, por até 10 anos, mostraram sobrevida com taxas de sucesso na
faixa de 23 a 98% para diferentes indicações. Os resultados para os implantes de
zircônia demonstraram uma taxa de sobrevivência de 84%, após 21 meses e de 98%,
após um ano de acompanhamento.
Outra questão que ainda não existe um concenso nas pesquisas sobre com os
implantes de zirconia é no que diz respeito ao tempo para o carregamento do mesmo.
Stadlinger et al. (2010) demonstraram que, tanto para os implantes de zircônia
submersos, como para os implantes de titânio, as superfícies dos implantes mostraram
uma íntima ligação com o osso vizinho, nas mesmas proporções, ou seja, uma BIC de
53%. Para os implantes de zircônia não-submersos, a BIC resultante foi de 48%. Os
maiores valores de BIC foram encontrados para a zircônia submersa (80%), seguido do
titânio (74%) e da zircônia não-submersa (63%). Os resultados sugeriram que os
122
implantes de titânio em geral. Além disso, mesmo nos casos clínicos de resoluções
difíceis, com os implantes de zircônia, o periodonto de proteção se apresentou
esteticamente atraente e com resultados animadores (MELLINGHOFF, 2010).
Existem também diversas desvantagens atribuídas aos implantes de zircônia,
tais como: custos mais elevados e uma documentação científica limitada, pela curta
experiência clínica em termos de longevidade. Além disso, a condição da superfície
ideal para este tipo de implante não foi ainda bem esclarecida (WITFANG et al., 2009);
(YOSHIMURA, 2007); (LAZAR; CUNHA, 2008).
Visando primordialmente diminuir os custos da matéria-prima, Yoshimura et al.
(2007) verificaram a possibilidade de se produzir cerâmica PSZ, utilizando um pó de
zircônia monoclínica comercial, com a adição de MgO, Y2O3 e/ou CaO por meio de
mistura mecânica de pós. Os resultados mostraram que é possível produzir cerâmicas
PSZ com propriedades mecânicas aceitáveis e desempenho satisfatório com a
mistura mecânica de pós de zircônia monoclínica de baixo custo com 0,5% de sílica.
Contudo, são necessários maiores teores de aditivos do que os usualmente
empregados nos pós comerciais pré-aditivados, para manter o tamanho de grão
pequeno e obter a zircônia com uma baixa temperatura de sinterização.
Outro problema relacionado com a zircônia, desde o seu uso como material
biomédico é a sua degradação à baixa temperatura (LTD). Chevalier et al. (2004)
propuseram a utilização de moagem de grãos e tensões de compressão para
aumentar a resistência à degradação da zircônia meta-estável à baixa temperatura.
Em outro estudo, Chevalier et al. (2006) avaliaram as falhas de cabeças das
próteses femorais, abrindo uma questão polêmica sobre o futuro da zircônia como
um biomaterial. A degradação lenta do material poderia gerar uma superfície
áspera, com microtrincas que, potencialmente, levariam ao desgaste da peça e à
liberação de debris no organismo. Para os autores, a interação das partículas com
o sistema imune poderia estimular a reabsorção óssea osteoclástica, com resposta
inflamatória e afrouxamento asséptico da prótese. Contudo, novos conceitos na
moagem de grãos e diversos agentes estabilizadores para zircônia estão agora
disponíveis. Também, a associação de alumina com a zircônia, oferece melhores
propriedades mecânicas e estabilidade, principalmente em ambientes úmidos
(CHEVALIER et al., 2007); (CHEVALIER; GREMILLARD, 2009).
Como a zircônia procede de diferentes fornecedores, apresenta processos
distintos relacionados à sua microestrutura. Há a necessidade de avaliar o seu
126
4 CONCLUSÃO
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