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ENTARIA
Princípios e Prática Clínica
Leonardo Marchini
Cirurgião-dentista e Mestre em Odontologia pela Faculdade de Odontologia de São José dos
Campos da Universidade Estadual Paulista (FOSJC·UNESP}
Doutor em Ciências pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP}
Professor Responsável pela Disciplina de Oclusão da Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAPj
Professor Assistente Doutor da Disciplina de Prótese Dentária da Universidade de Taubaté
(UNITAU)
Professor do Programa de Pós-graduação em Biopatologia Bucal da Faculdade de Odontologia de
São José dos Campos da Universidade Estadual Paulista (FOSJC-UNF.SP)
FI SF.VIFR
© 2012, Elsevler Editora Ltda.
Todos os direitos reservados e prote:;ildos pela Lei 9.610, de 19/02/1998.
Nenhuma parte deste lfvro, sem autorização prévia por escrito da editora, podeR ser reproduzida ou transmitida,, sejam quais
fore,m os meios empregados: eletr6i lcos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros.
ISBN: 978-85·352-6267-4
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Mello & Mayer Design
EdltoraçãoEletrõnlca
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l
CIP.BRASIL CATALOGAÇÃO-NA·FOl'ITE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
M265o
Marchlnl, Leonardo
Oclusão dentária: princípios e prática clínica / Leonardo Marchlnl, Jarbas
Frandsco Fernandes dos San:os.. • Rio de Jane.Iro: Elsevler, 2011.
li.
lndui blbllogr,fia
Formato: Flash
Requisitosdo sistema: Adobe F'lash Player
Modo de acesso: Wortd Wlde Web
ISBN 978-85· 352·6267-4 (re:urso •letrõnlco)
Ataís Bacchi
Mestrando em Clinka Odontológica - Prótese Dental pela Faculdade de Odontologia de
Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas (FOP·UNICAMP)
Os autores reconhecem de modo afetuoso a importância de todos aqueles que participaram ativa-
mente da nossa formação pessoal e profissional, a quem dedicamos este volume: nossas familias, nos-
sos mestres, nossos colegas, nossos alunos e nossos pacientes.
Agradecimentos
Agradecemos de modo especial aos nossos colaboradores, sem os quais este livro não seria possível.
Agradecemos também, de maneira carinhosa, .à Editora Elsevier, que apostou em nosso trabalho,
na pessoa da Sra. Karina Fernandes Balhes, editora de aquisição, que é amíga querida de longa (bem,
não tão longa assim) data.
Muito obrigado!
• •
Fui mais uma vez contemplado pela satisfação e honra de prefaciar um livro dos meus amigos Leonardo
Marchíni, Jarbas Francisco e Vicente Prisco, um de seus colaboradores.
Honra porque sou quem primeiro apresenta o trabalho para o leitor e evídeotemente teve a sua
escolha baseada no conhecimento da matéria e em sua confiança pelos autores. Daí eu me sentir hon·
rado pela implícita llomenagem que me prestam.
Satisfação porque é sempre motivo de orgulho presenciar e participar de trabalhos científicos,
dídáticos exaustivo; e ambiciosos produzidos por aqueles que você um dia orientou e que hoje de·
monstram sua vocação de ensinar.
Bm minhas aulas costumo abordar o terna da seguinte forma:
A uclusão NÃO é um ramo sep<trado dentro da OdoH!Dlogia.
A Odontologia N.ÃO é um ramo independente dentro da área da saúde.
"SAÚDE" eHvolvea íntegrll§ão de divenos sistemas fumionaHdo de forma karmôl1ica.
Os diversos sistemas que compõem o corpo humano são o resultado de divenas partes ~e interagem, com a
.finalidade de executar uma detenttinada ação, sob circurutáncias bem definidas.
A OdoH!Dlogia c1Uda de uma das partts de um dos sistemas e a oclusão é a arte de obter a interação eHtre essa
parte e osistema como um !Ddo.
Bm poucas palavras, quando nos referimos à oclusão, estamos utilizando uma palavra genérica
que se refere ao relacionamento estático e dínâmico dos dentes.
Com frequência assustadora dentistas, quer sejam clinícos gerais, especialistas ou professores, en·
xergam o relacionamento dental apenas em sua forma estática e falam em "oclusão" como se fala em
"teoria quântica~ que é algo muito importante, que sabemos existir, mas não t!mos ideía de como
funciona.
Essa falta de convivência com o problema, essa dificuldade em trabalhar aplicando em casos clinícos,
evidenciando os acertos e registrando os resultados, confere ao terna um perigoso s:atus de "achismo''.
Hoje sabemos ferfeitamente que não estamos trabalhando com ciência exata e, portanto, os re·
saltados obtidos na Odontologia são altamente influenciados por aspectos externos como estresse,
emocionais, hábito; e costumes regionais. Sabemos que as verdades íncontestes podem ser contesta·
das e o risível pode ;e mostrar absurdamente correto.
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xiv • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA. CLÍNICA
Devemos ter a nossa mente aberta e, antes de descartar algum conceito ou optar por uma postura
simplista, observar, estudar e principalmente ser absolutamente honesto em nossas crenças.
Este livro tem essa intenção: ser um facilitador para o interessado nos meandros dos conceitos,
teorías e postulados que surgiram {e ainda surgem} na esteira da curiosidade pelo conhecimento.
Leia com emoção, não deixe de descobrir como é bonito e apaixonante o simples ato de mastigar
e, aí, você vai se encantar com a maravilhosa e harmônica arquitetura do Sistema Mastigatório.
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XVÍ • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Simonides Consani
Professor Títular Colaborador da Area de Materiais Dentários da Faculdade de Odontologia de
Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas (FOP-UNICAMP)
• • •
O livro Oclusão Dentária - Princípios e Prática Climm foi elaborado com o intuito de proporcionar ao
estudante de Odontologia, bem como ao cirurgião-dentista, uma ferramenta útil para maior compre·
ensão da oclusão e suas implicações na clinica odontológica diária.
Esta disciplina tem sido responsável por grandes discussões e controvérsias entre clínicos e pesqui·
sadores, tanto no aspecto teórico quanto prático, fazendo com que boa parte dos estudantes e profis·
sionais a perceba como uma disciplina muito complexa, de difícil entendimento. Tal fato faz que os
principais interessados (estudantes e cirurgiões-dentistas) se afastem e percam o interesse pela disci·
plina, que tem maior e mais importante repercussão clínica nas demais áreas da Odontologia.
Para mitigar este efeito indesejável, o presente livro procura trazer os conceitos mais atuais da
oclusao de maneira simples, dara e objetlva, privilegiando sempre o enfoque na apllcabllidade dlnl·
ca, com figuras e fotos ilustrativas, que permitam o completo entendimento e a imediata aplicação da
teoria na prática clinica.
Material no Odontoconsult
O livro apresenta como material complementar, disponível na web, sete vídeos, mais de 100 bibliogra·
fias com links para artigos utilizados como base para o texto e três slides de aula em formato PowerPoínt
Este material utiliza as facilidades proporcionadas pela internet para trazer um conteúdo adicional
ao livro impresso, em formato atraente e atual, complementando informações disponíveis no livro e
adicionando material só possível de ser utilizado em mídia digital.
Os vídeos pretendem permitir um entendimento mais completo de alguns tópicos pela visuali·
zação dinâro ica de movimentos e técnicas, o que não seria possível apenas por meio da palavra e das
imagens estáticas.
A bibliografia com li11ks para os artigos térn como finalidade facilitar o acesso às fontes de ínfor·
mação que embasaram o conteúdo exposto de modo didático no texto, permitindo ao leitor acesso à
informação original para complementação ou verificação de dados adicionais.
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xviii • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Os slides de aula em PowerPoínt apresentam casos clínicos que têm problemas oclusaís como base
dos sinais e síntomas apresentados, e para os quais a compreensão de alguns conceitos trabalhados no
livro é imprescindível, com a íntenção de demonstrar de modo prãtíco ao leitor a importância clinica
díãría da oclusão.
Desta forma, esperamos que o livro seja de grande valia aos nossos leitores.
Boa leitura!
Leonardo Marchiní
Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Oclusão, 1
Leo1tardo Marclútti eJarbas Francisco Fenumdes dos Santos
Capítulo 7 Articuladores, 95
Ataís Bacclti, Jarbas Francisco Ferua11des dos Santos, Mateus Bertoütti Ferna1tdes dos
Sa1ttos e Rafael Leonardo Xedíek Consatti
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XX • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Bibliografia, 193
Índice, 205
INTRODUÇÃO AO ESTUDO
DAOCLUSAO
-
Leonardo Marchini
Jarbas Francisco Fernandes dos Santos
INTRODUÇÃO
1
2 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 1.1 Paciente com alterações estéticas nos dentes anteriores queixa\•a-se da vestibularização do lateral
direito, que causava um diastemacom o central, o qual foi fechado diversas vezes utilizando-se restauração dasse
Ili na mesial, sem sucesso. (Fonte: arquivo pessoal.)
C,,pltulo I INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA OCLUSÃO
• 3
Figure 1.2 A manipulação da paciente a uma posição mandibular de maior conforto, com ligeira retrusão em
relação à máxima intercuspidação habitual, promovia llTI contato dentário único na região posterior esquerda e
ausência de contato anterior. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 1.3 Nos modelos de estudo, montados em articulador na posição descrita na Figura 1.2, o contato pos-
terior único se tornava mais evidente. Para evitar o coitato., a mandlbula girava para anterior e pata a direita,
levando o canino inferior direito a contactar o lateral st.perior, na máxima intercuspidação habitual, provocando
sua vestibularizaçâo. {Fonte: arquivo pessoal.}
4 • OCLUSÂOOENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 1.4 A partir de-sta pos.ição, as próteses para os espaços edêntulos foram confeccionadas, de modo a esta-
belecer contatos simultaneos e bilaterais em máxima intercuspidação. (Fonte: arquivo pes;oal.)
Figura 1.5 As próteses descritas na Figura 1.4, em posição na boca. (Fonte: arquivo pessO<I.)
C,,pltu/o I INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA OCLUSÃO
• 5
Figura 1.6 Após a estabilização posterior, a reabilitação anterior foi planejada, utilizando facetas para os dentes
anteriores. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 1.7 As facetas instaladas., após dois anos de utilização, sem atteração da posição dos dentes. (Fonte: arqui-
vo pessoal.)
6 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 1.8 Le_sões cervicais não cariosas generalizadas. Observe também o desgaste acentuado das incisais dos
dentes anteriores, notadamente dos caninos. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 1.9 Dentes anteriores vestibularizados, com consequente formação de diastemas, devido à perda de su-
pone posterior (diminuição da dimensão vertical de oclusão), causada pela ausência dos dentes posteriores, em
vista anterior. (Fonte: arquivo pessoal.}
C,,pltulo I INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA OCLUSÃO
• 7
Figura 1.10 O mesmo paciente da Figura 1.9 em vista lateral esquerda. (Fonte: arquivo pessoal.}
Figura 1.11 O mesmo paciente da Figura 1.9, em vista lateral direita. {Fonte: arquivo pessoal.}
8 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
reposição dos dentes posteriores para que não haja reddiva do problema. A po·
sição inadequada dos dentes quando do fechamento mandibular pode também
impedir a movimentação ortodôntica (Figuras 1.12 a 1.15).
Na periodontia, cargas oclusais excessivas desferidas sobre dentes com proble-
mas periodontais podem agravar os quadros de mobilidade, alterando o prognósti-
co do tratamentoperiodontal. Este problema é frequentemente observado em casos
nos quais houve perda dos dentes posteriores e consequente sobrecarga oclusal nos
cientes anteriores (verVideo 1.1 no Odonto CONSULT ). I
Figura 1 .12 Observe a lingualização do lateral superior esquerdo, que ficou em posição de mordida cruzada em
relaçao ao seu antagonista. Nesta pos1çao, com os dentes cerrados, nao !! posstvel movimentar o lateral para ves-
tibular. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 1.13 Placa de mordida confeccionada, com alívio na região do lateral superior esquerdo, e mola palatina,
em vista oclusal. (Fonte: arquivo pessoal.)
C,,pltulo I INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA OCLUSÃO
• 9
Figura 1.14 Placa de mordida confeccionada, com alfvio na região do lateral s.uperior esquerdo, em vista vestibu-
lar. Observe que a placa permite também a desoclusáo do lateral,. permitindo a movimentação promovida pela
mola palatina. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 1.15 Posição fin al obtida pelo lateral superior esquerdo, em vista vestibular. (Fonte: arquivo pessoal.)
10 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 1 .16 Molar superior esquerdo causando laceração da mucosa inferior pela ausência de antagonista asso-
ciada à perda de dimensão venical. {Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 1.17 Paciente com fr.atura do côndilo direito durante a abertura. Observe o desvio para o lado da fratura.
(Fonte: arquivo pessoal.)
C,,pltulo I INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA OCLUSÃO 8 11
F·igura 1.18 Radiografia transcraniana de ATM, do lado direito, da paciente da Figura 1.17. Observe que não é
possível ver o côndilo. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 1.19 Vista intraoral de próteses utilizadas há muito tempo, nas quais houve acentuado desgaste, promo-
vendo perda da dimensão venical de oclusão. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 1.20 Visualização extraoral da paciente da Figura 1.19. Observe a diminuição do vermelhão do lábio e a
aproximação do merto com a ponta do nariz, evidenciando a perda de dimensão vertical e retirando a harmonia
facial. (Fonte: arquivo pessoal.)
C,,pftu/o I INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA OCLUSÃO
• 13
Figura 1.21 Prova dos dentes da nova prótese, utilizancb nova dimensão vertical de oclusão para restabelecer os
contornos faciais. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 1.22 Nova prótese em posição, ainda em cera, em vista anterior. (Fonte: arquivo pessoal.)
14 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 1.23 Visualização extr.aoral da paciente com as novas próteses. Comparar com a Figura 1.20, observando a
recuperação da harmonia facial. (Fonte: arquivo pessoal.}
Figura 1.24 As novas próteses., em vista anterior, durante o sorriso. (Fonte: arquivo pessoal.)
Ci>pltulo I INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA OCLUSÃO • 15
CONTROVÉRSIAS EM OCLUSÃO
Ash MM. Occlusion: reflections on science and clinicai reality. J Prosthet Dent. 2003; 90: 373-84.
Carlsson Gil. Dental occlusion: modem concepts and their application in implant prosthodontics.
Odontology. 2009; 97: 8-17.
Carlsson Gil. Some dogmas related to prosthodontics, temporomanclibular clisorders and occlusion.
Acta Odontol Scand. 2010; 68: 313-22.
Türp JC, et ai. Dental occlusion: a criticai reflection on past, presentandfuture concepts. J Oral Reha-
bil. 2008; 35: 446-53.
MORFOLOGIA DO SISTEMA
MASTIGATÓRIO
Leonardo Marchini
Jarbas Francisco Fernandes dos Santos
INTRODUÇÃO
de preparar o agora formado bolo alimentar para seguir seu caminho pelo tra-
to gastrointestinal. Porém o sistema mastigatório executa ou auxilia de modo
preponderante outras importantes funções, como a fala e a deglutição. Alguns
componentes do sistema mastigatório têm também funções secundárias no ho-
mem moderno, como a de ferramenta (a boca utilizada como terceíramão ou
para defesa/agressão), composição da estética facial, função cosmética (caso de
adornos dentais, como piercings) e erótica.
Considerando as suas diversas funções, embora o sistema mastigatório seja a
áJ:ea de atuação do cirurgião-dentista por excelência, váJ:ios outros profissionais
também atuam neste sistema corpóreo, principalmente no auxilio à restaura·
ção de funções como a fala e a deglutição, como os fonoaudiólogos especializa-
dos em motricidade oral.
Assim, cabe a todos os profissionais que desejam atuar sobre o sistema mas-
tigatório conhecer seus componentes e seu funcionamento para melhor enten-
der como suas funções são executadas e poder restabelecê-las adequadamente.
Osso temporal
Figura 2.1 Cr~nio sem a mandlbula em norma lateral, no qual pode ser observada a fossa mandibular do osso
temporal, bem como acidentes anatômicos próximos. 1.tubérculo articular; 2. fossa mandibular; 3. meato acústi-
co extemq 4 . processo mastoide; 5. processo zigomático; 6. processo estilo ide; 7.1issura petrotimp.!nica. (Fonte:
arquivo pessoal.)
Figura l.2Cranio sem a mandíbula em norma basal, no qual também pode ser observada a fossa mandibular do
osso temporal, bem como acidentes anatômicos próxim:>s. 1. tubérculo articular; 2. fossa mandibular; 3. processo
estiloide; 4. processo mastoide. (Fonte: arquivo pessoal.)
20 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 2.3 Cranio com a mandíbula em norma lateral, com o côndilo posicionado no interior da fossa mandibular.
1. tubérculo articular; 2. côndilo mandibular; 3. meato acústico externo; 4. processo zigomático. {Fonte: arquivo
pessoal.)
Figura 2,. 4Cranio com a mandíbula em norma lateral.,com o côndilo posicionado anteriormente à fossa mandibu-
lar., transladando sobre o tubérculo articular. 1. tubérculo articular; 2. fossa mandibular; 3. meato acústico externo;
4. côndilo mandibular; 5. processo zigomático; 6. fissura petrotimpanica. (Fonte: arquivo pessoal.)
C4p/tulo2 MORFOLOGIAOOSISTEMAMASTIGATÔRIO • 21
4
'
Figura 2.5 Cranio com a mandlbula em norma basal, com o côndilo posicionado no interior da fossa mandibular.
1. tubérculo anicular; 2. fossa mandibular; 3. meato acústico externo; 4. côndilo mandibular; 5. processo coronoi-
de; 6. processo zigomático. (Fonte: arquivo pessoal.)
Osso maxilar
Os ossos maxilares também são pares, e sua região de maior interesse para o
estudo da oclusão é o processo alveolar, que contém os dentes superiores. Parti-
cularmente, interessa ao estudo da oclusão a disposição dos dentes superiores,
formando duas curvas: uma anteroposterior e outra laterolateral, nas quais são
acompanhados pelos dentes inferiores. Esta disposição tridimensional dos den-
tes deve estar em harmonia com as angulações da fossa mandibular para permi-
tir a ocorrência dos movimentos mandibulares sem interferências dentárias.
Alterações destas curvas, promovidas por extrusões dentárias, por exemplo,
devido à ausência de dentes antagonistas, podem interferir na função normal
do sistema mastigatório (Figura 2.6).
Figura 2.6 Pronunciada alteração da curva anteroposterior do arco dental promovida pela extrusão dos molares
superiores e devida à ausência dos antagonistas. A curva anteroposterior;. que deve ser ascendente para po:sterior
no adulto, inicia neste caso sua ascensão a partir do canino (note como o primeiro pré-molar posiciona-se ngeira-
mente para superior em relação ao canino, em 1), tem um abrupto desntvel para baixo na região da extrusão, em
2. (Fonte: arquivo pessoal.)
C,,pftu/o 2 MORFOLOGIA DO SISTEMA MASTIGATÓRIO 8 23
Mandíbula
Hioide
O hioide é também osso ímpar, mediano e simétrico, que recebe rica inserção
muscular. Os músculos que se inserem em sua face superior são denominados
Figura 2.7 Côndilo da mandíbula em norma lateral. Observe o formato de uma elipse irregular. (Fonte: arquivo
pessoal.)
24 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 2.8 Côndilo da mandíbula em norma basal. Observe o formato de uma elipse irregular. (Fonte: arquivo
pessoal.)
AS ARTICULAÇÕES TEMPOROMANDIBULARES
Figura 2.9 Tomografia computadorizada dos côndilos em norma frontal., apresentando, em 1, o côndilo direito
com alterações degenerativas. Observe a irregularidade acentuada de sua superfície quando em comparação
com o côndilo do lado oposto, em 2. (Fonte: arquivo pessoal.}
26 8 OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 2.10 Região da ATM em norma lateral. Em 1, a cápsula articular; em 2, o músculo temporal; em 3, o feixe
inferior do músculo pterigóideo lateral; em 4, o feixe superior do músculo pterigóideo lateral. (Fonte: arquivo
pessoal.)
C4pltu/o2 MORFOLOGIA OOSISTEMAMASTIGAlÓRIO 8 27
Músculos da mastigação
Figura 2.11 Região lateral do cr~nio. Em 1, feixe superficial do músculo masseter; em 2, feixe profundo do múscu-
lo masseter; em 3, ramo do nervo facial. (Fonte: arquivo pessoal.)
28 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA. CLÍNICA
Figura 2,,12 Região lateral do cranio. Em 1, o músculo temporal e, em 2, o arco zigomático. (Fonte: arquivo pes-
soal.)
itl3Jf•·t-r C,,pftu/o 2 MORFOLOGIA DO SISTEMA MASTIGAlÓRIO 8 29
Figura 2.13 Visualização basal do cr~nio. Em 1, os músculos pterigóideos mediais. {Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 2.14 Região lateral do cranio. Em 1, o ventre anterior do músculo digástrico; em 2., o ventre posterior do
músculo digástrico; em 3, a cápsula articular da ATM. (Fonte: arquivo pessoal.)
C,,pftu/o 2 MORFOLOGIA DO SISTEMA MASTIGATÓRIO • 31
DENTES E PERIODONTO
AGRADECIMENTOS
Fígun ME, Garíno RR. Anatomía odontológica funcional e aplicada. São Paulo: Panamerícana, 1994.
668p.
Madeira MC. Anatomía da face: bases anatomofuncionais para a prática odontológica. 7 ed. Sarvier,
2010. 238p.
Rossi MA. Anatomía craniofacial aplicada à odontologia: Abordagem fundamental e clinica. São
Paulo: Santos, 2010. 18lp.
FISIOLOGIA DO SISTEMA
MASTIGATÓRIO
Leonardo Marchini
Adriana Mathias Pereira da Silva Marchini
Mateus Bertolini Fernandes dos Santos
José Ricardo de Albergaria Barbosa
INTRODUÇÃO
SISTEMA SOMESTÉSICO
No momento em que o leitor desliza seus olhos por este texto, é capaz também
de saber onde estão seus pés, suas mãos e demais áreas do corpo sem ter que
necessariamente olhar para elas. Antes, porém, de ler o que foi dito anterior-
mente, esta localização não era consciente, pois sua atenção estava voltada para
a leitura. Esta capacidade do sistema nervoso (SN) de perceber o próprio corpo
recebe o nome de propriocepção e faz parte do sistema somestésico.
Continuamente, o SN recebe e processa informações provenientes de to-
das as partes do organismo (pele, mucosas, vísceras, órgãos dos sentidos etc.),
sobre seu estado funcional, posição e movimentos; bem como sobre a consis-
tência, textura e temperatura daquilo que tocamos (ou comemos). Estes dados
são muitas vezes complementados pelos outros sentidos, como visão, audição,
olfato e paladar. Essa quantidade imensa de informações é recebida, selecio-
nada e encaminhada à regilio do SNC que vai processar cada urna delas e re-
sultar na resposta adequada (que pode ser inclusive resposta nenhuma). Parte
das informações aflora à consciência, mas a maior parte não atinge esse nível
e permanece dando subsídios à manutenção inconsciente do funcionamento
do organismo, tanto para ajustar o funcionamento dos órgãos na medida das
necessidades fisiológicas, como para manter a postura e o equilíbrio do corpo.
Algumas informações podem ser ainda (e normalmente são) armazenadas na
memória, para uso futuro.
As submodalidades do sistema somestésico que mais interessam a este capí-
tulo sãio a propriocepção, que é a capacidade de perceber a posição do corpo e
C,,p/tulo3 FISIOLOGIADOSISTEMAMASTIGATÓRIO 8 37
Propriocepção
Figura 3.1 Paciente com doença periodontal avançada, e vários dentes já extrafdos. Os dentes remanescentes
não apresentam condições de suporte ósseo para serem mantidos na cavidade oral, apresentam constantes epi-
sódios de abscesso e devem ser extraídos para instalação de uma prótese total mucossuportada (PTMS). Neste
caso foram planejadas as extrações e a imediata colocação das próteses (prótese total imediata). (Fonte: arquivo
pessoal.)
Figura 3.2 O mesmo paciente da Figura 3.1, imediatamente após as extrações dos dentes remanescentes, com a
área cirúrgica ainda cruenta. Evidentemente,junto com os dentes remanescentes que foram extraídos, o paciente
também perdeu a propriocepção do ligamento periodontal destes dentes, que será suprida em parte pela pro-
priocepção da mucosa, que tem um poder de percepçác) muito menor. {Fonte: arquivo pessoal.}
40 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 3.3 Instalação das próteses totais mucossuponadas no paciente das figuras anteriores imediatamente
após a cirurgia. No peóodo de reaprendizado que se segue a este procedimento, o paciente tem grande dificul-
dade para mastigar, fala r e, em alguns casos, até para deglutir. Isso ocorre não só pelo desconfono do pós-ope-
ratório, mas principalmente pela completa atteração da forma como são recebidas as informações pelo sistema
somestésico devido à perda da propriocepção periodontaL Desta forma, o paciente precisará reaprender a exe-
cutar as funções do sistema mastigatório nestas condições, o que acontece em períodos de tempo que ·variam de
indivfdu:o para indivíduo. {Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 3.S Radiografia de implantes osseointegrados utilizados para substituir molares ausentes em paciente
que tem outros dentes na boca. Nesta situação, embora os dentes anificiais que têm implantes como suporte não
apresentem propriocepção peridontal, a presença desta habilidade nos dentes remanescentes toma a adaptação
do paciente mais fácil. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 3.6 Radiografia panoramica de paciente que tev·e vários dentes substituídos por dentes anificiais implan-
tossuportados, em uma situação similar à da figura anterior. A presença dos dentes naturais com propriocepção
peridontal facilita a adaptação do paciente às próteses e impede a sobrecarga sobre os implantes. (Fonte: arquivo
pessoal.)
42 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 3.7 Radiografia panor~mica de paciente totalmente desdentado que recebeu implantes para confecção
de próteses totais implantossuportadas. Neste caso, de modo diverso ao do paciente da Figura 3.1, as próteses
totais não serão mucossuportadas, mas implantossuportadas. Isso implica uma efetividade muito maior de masti-
gação, mas também uma sobrecarga ao longo do tempo, pela ausência de propriocepçâo periodontal associada
a eficiência mastigatória e rigidez de fixação das próteses implantossuportadas. Difere também dos pacientes
das Figuras 3.5 e 3.6, pois não há dentes remanescentes para suprir propriocepção periodontal. (Fonte: arquivo
pessoal.)
C,,pftu/o 3 FISIOLOGIA 00 SISTEMA MASTIGATÓRIO
• 43
Figura 3.8 Radiografia panoramica do paciente da Figura 3.7, já com as próteses instaladas, transmitindo todas as
forças oriundas da plataforma oclusal para os implantes. (Fonte: arquivo pessoal.}
Figura 3.9 As próteses instaladas na boca do paciente das Aguras 3.7 e 3.8, confeccionadas em metaloceramica.
O resultado inicial foi muito bom quanto à estétka, na opinião do paciente, mas ele apresentava dificuldade para
mastigar e algumas alterações de pronúncia. Após cinco semanas, as alterações já não comprometiam as funções
de modo clinicamente observável e o paciente estava plenamente satisfeito e comendo todos os alimentos que
desejava. {Fonte: arquivo pessoal.)
44 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 3.10 Após 14 meses da instalação da prótese da Figura 3.9, houve extensa fratura da ceramica durante a
noite. Foi detectado então que o paciente apresentava bruxismo do sono (BS}, que provavelmente causou sobre-
carga demasiada sobre a prótese já sobrecarregada pelo aumento do esforço mastigatório. Não ha\ia histórico
prévio de BS nem qualquer sinal do mesmo nas próteses totais mucossuportadas do paciente. (Fonte: arquivo
pessoal.)
Figura 3.11 Nova prótese confeccionada para o paciente, utilizando cerômero no lugar da cer~mica, para auxiliar
na amorti!ação dos esforços mastigatórios. (Fonte: arquivo pessoal.}
C,,pltulo 3 FISIOLOGIA 00 SISTEMA MASTIGATÓRIO 8 45
Figura 3.12 Placa de relaxamento muscular em resina acrílica quimicamente ativada (RAAQ), confeccionada para
ser utilizada pelo paciente sempre que ele estiver dormindo. Como o BS pode apresentar episódios de exacerba-
ção ie remissão, nem sempre é possfvel detectá-lo na anamnese e no ex.ame clínico (simplesmente porque não
está presente no momento da análise). Por este motivo, alguns autores recomendam a confecção preventiva de
placas de relaxamento em RAAQ para todos os pacientes que recebem próteses totais implantossuportadas para
ambos os arcos. (Fonte: arquivo pessoal.)
víduo está mastigando com a força necessária para comer empada (que pode
ser triturada facilmente, sem oferecer grande resistência), mas há um caroç.o de
azeitona em seu interior, pode ocorrer fratura de wn dente pelo excesso de força
naquele ponto.
~ interessante notar outro aspecto bastante relacionado com a propriocep·
ção e que traz ainda grandes dúvidas clínicas. A abrasão das superfícies incisais
e oclusais não ocorre de modo acentuado durante a mastigação da dieta habi-
tual, uma vez que, quando o alimento foi lacerado ou triturado e as superfícies
dentais se tocam levemente, os receptores proprioceptivos indicam o fato ao
SNC e, como resposta, ocorre a abertura, para novamente o alimento ser in-
terposto, triturado até que ocorra o toque e assim sucessivamente, sem qu.e as
superfícies dentais tenham contato demasiado. Fortanto, só há desgaste acen-
46 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Dor
Figura 3.13 Avaliação clinica de paciente portador de BS. Observe que os desgastes dentais correspondem às fa-
ces incisais dos dentes antagonistas em movimentos excursivos amplos, que não são reafilados durante a função
mastigatória, e devem-se, portanto, à parafunção. (Fonte: arquivo pessoal.)
C,,pltulo 3 FISIOLOGIA 00 SISTEMA MASTIGATÓRIO
• 47
Figura 3.14 Avaliação clinica do lado oposto, no mesmo paciente da Figura 3.13, com os mesmos achados. (Fonte:
arquivo pessoal.)
Figura 3.15 Avaliaçã,) odusal dos dentes inferiores do paciente das Figuras 3.13 e 3.14, com as áreas de desgaste
acentuado marcadas com círculos verdes, correspondentes aos dentes contactantes nas fig.iras anteriores. (Fonte:
arquivo pessoal.)
48 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 3.16 Paciente com 85 que provocou desgaste mais avançado nos dentes anteriores, encurtando as coroas
de modo significativo. Desgastes dessa natureza não são ocasionados pela mastigação, e sim pela parafunção.
(Fonte: arquivo pessoal.}
'
\ ",·· e(l·
-·~
\\ I\ .._ -···---~
o
Figura 3.17 Dor referida: nesta figura pode ser observada a ocorrência do efeito excitatóri:> central pela presença
de um est1mulo constante e duradouro, capaz de promover uma hiperexcitação do interneurônio, que sobrecar-
rega suas sinapses e transborda para a sinapse do neurônio vizinho. Quando o SNC recebe o est1mulo, interpreta
como sendo de ambos os neurônios e, portanto, da área afetada não só pelo neurônio sobrecarregado, mas tam-
bém na área relacionada com o neurônio vizinho, que não é a fonte da dor. (Fonte: arquivo pessoal.)
Q,,,,ltulv j: FtslOLOOlA 00 SISTEMA MASTIGAlÓRIO • 51
Figura 3.18 Dor referida: nesta figura pode ser observada a ocorrência do efeito excitatório central pelo mecanis-
mo de convergência. Vários neurônios periféricos se dirigem para um único intemeurônio. Normalmente, o SNC
consegue discernir adequadamente a origem d3 dor ape-sar da convergência, mas na presença de dor·: on~ante e
duradoura pode haver falha neste sistema, sendo a dor, então, referida em local diferente daquele que a originou.
(Fonte: arquivo pessoal.}
doer. Após alguns dias, o contato excessivo é detectado pelo profissional e cor-
rigido. A pericementite cessa, mas a dor muscular não. Este novo quadro infla-
matório também deve ser tratado para se obter a remissão da sintomatologia
dolorosa.
Autocontrole da dor
A dor é uma sensação subjetiva que depende de inúmeros fatores não só fisio-
lógicos, mas também inerentes ao contexto psicossocial do indivíduo. Há es-
tímulos semelhantes que causam dor muita intensa em determinados indiví-
duos e dor menos intensa em outros. Há estímulos iguais que, em um mesmo
indivíduo, mas em diferentes contextos, são percebidos com maior ou menor
intensidade dolorosa.
Isso não significa de modo algum que o paciente esteja mentindo quanto à
dor que sente. Portanto, o profissional deve sempre envidar o máximo de es-
forço para entender o contexto da dor que o paciente refere e deste modo po-
der tratá-la melhor, e não rotular o paciente como hipersensível, o que de nada
adianta para o tratamento e pode prejudicar a relação paciente/profissional.
Atualmente sabe-se que a maneira como cada indivíduo percebe a dor é tam-
bém dependente do complexo genético e, portanto, enzimático, que apresen-
ta. Alguns pacientes têm maior número de enzimas algogênicas que outros e
tendem a ter mais dor com estímulos iguais. Este componente que faz parte da
constituição do indivíduo é, evidentemente, de primeira importância e pode
explicar uma questão clínica que ainda permanece sem resposta: por que pa-
cientes submetidos a esforços musculares semelhantes têm reações dolorosas
diferentes? Até pouco tempo atrás, dizia-se que o paciente sem dor tinha um
limiar de sensibilidade mais alto (dificilmente era atingido), enquanto o que
desenvolvia dor tinha um limiar de sensibilidade mais baixo (era alcançado
facilmente). Mas o porquê dos diferentes limiares não se sabia. Geralmente
davam-se razões psicológicas para o fenômeno. Como foi dito anteriormente,
os aspectos psicossodais interferem sem dúvida, mas há também uma razão fi-
siológica mais direta, que pode ser elucidada com os avanços da genôrnica. AI-
C,,pltulo3 FISIOLOGIAOOSISTEMAMASTIGATÓRIO • 53
guru processos já estão sendo elucidados com esta explicação, mas ainda serão
necessários vários anos para que se possa chegar a uma explicação aplicável a
vários casos e que seja consensual.
Alguns pacientes têm, ainda, mecanismos analgésicos endócrinos mais
acentuados. Os mecanismos analgésicos endócrinos são capazes de modular
ou mesmo bloquear a transmissão do estimulo nociceptivo para o córtex cere-
bral e agem em diversos níveis do SNC por meio de neuropeptídeos endógenos
conhecidos como opioides naturais (como as encefalinas e endorfinas). Esse
mecanismo explica uma diversidade de situações clínicas nas quais o indivíduo
consegue controlar (modular) a dor por iniciativa própria, ou seja, por ação do
córtex cerebral; ou esta modulação ocorre inconscientemente, pelas vias emo-
tivas, utilizando a via hipotalãrnica.
A supressão dos mecanismos de analgesia endócrina é capaz de suprimir a
ação do chamado efeito placebo, que é aquele observado quando substâncias
inativas provocam a melhora da sintomatologia. Como será discutido mais pro-
fundamente adiante, este efeito explica parte da atuação de diversas terapias
frequentemente utilizadas para tratamento das disfunções do sistema mastiga-
tório (as DTMs). Como pode ser observado, o efeito placebo tem uma explica-
ção fisiológica e, embora o uso apenas do placebo seja considerado antiético, é
importante que o profissional conheça a sua existência e possa, assim, compre-
ender adequadamente as reações do seu paciente ante as diversas modalidades
de tratamento.
AGRADECIMENTOS
Cairns BB. Pathophysiology of TMD paín-basíc mechanísms and their ímplications for pharmaco·
therapy. J Oral Rehabil. 2010; 37(6): 391·410.
54 8 OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Lent R. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurodência. São Paulo: Atbeneu,
2004. p. 210·39.
Okeson JP. Tratamento das desordens temporomandibulares e oclusão. Rio de Janeiro: Elsevier,
2008. 515p.
Oliveira W. Disfunções temporomandibulares. Sw Paulo: Artes Médicas, 2002. p. 2504.
'
MOVIMENTOS
MANDIBULARES
Leonardo Marchini
Mateus Bertolini Fernandes dos Santos
Fernando Eidi Takahashi
INTRODUÇÃO
la, relacionando-a com a ação dos músculos que agem sobre este osso ímpar,
podem-se compreender seus principais movimentos (entendidos aqui como
aqueles movimentos mandibulares de interesse para a prática clínica diária do
cirurgião-dentista) com facilidade. Este capítulo objetiva auxiliar o leitor a usar
esta ferramenta para melhor compreender a cinemática mandibular de interes-
se clínico.
Figu ra 4.l Esquema ilustrando o movimento condilar que ocorre durante a abertura de pequena amplitud,e, no
qual ocorre rotação de ambos os côndilos simultaneamente, mas eles não iniciam a translação pelo tubérculo
articular. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 4.3 Esquema ilustrando o eixo virtual que une os dois côndilos durante o movimento de abertura de pe-
quena amplitude. {Fonte: arquivo pessoal.}
Movimentos de lateralidade
Quando o indivíduo leva a sua mandíbula para o lado direito, este lado rece-
be o nome de lado de trabalho (para o qual a mandíbula vai). O lado oposto,
C,,pltu/o4 MOVIMENTOS MANDIBULARES 8 59
Figura 4.4 Paciente ·totalmente dentada que apresenta uma oclusão mutuamente protegida, em vista frontal, e
posição de máxima intercuspidação. Nesta posição, os dentes posteriores se tocam e os anteriores, não. Dessa
forma, os posteriores protegem os anteriores em posição cêntrica. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 4.S Oclusão mutuamente protegida: em lateralidade direita, tocam-se apenas os caninas superior e infe-
rior do lado de trabalho (direito), e os demais dentes não se tocam. Não há contato no lado de balanceio (esquer-
do) e dos demais dentes do lado de trabalho. (Fonte: arquivo pessoal.)
60 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 4.6 Oclusão mutuamente protegida: em lateralidade esquerda, tocam-se apenas os caninos superior e
inferior do lado de trabalho (esquerdo), e os demais dentes não se tocam. Não há contato no lado de balanceio
{direito) e dos demais dentes do lado de trabalho. {Fonte: arquivo pessoal.}
Movimento de protrusão
Figura 4.7 Oclusão mutuamente protegida: em protrusão, tocam apenas os incisivos superior e inferior, e os den-
tes posteriores não se tocam {ocorre o espaço de Christensen entre os dentes posteriores superiores e inferiores).
{Fonte: arquivo pessoal.}
62 • OCLUSÃO DENTARIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
ESQUEMAS OCLUSAIS
• TABELA 4.1 Sinopse dos movimentos marulibulares para o paciente totalmente deotado tlplco
M.wl nfo Mundab!ra ATM Plmfmma oclmal
.Abertura e Pouca participação de ambos Ambos os cônd.ilos se: Os dentes superiores e
fechamento de os pterlgóideos laterais rotacionam horizontalmente inferlott$ se contactam ao
peqw,na amplltwle ao redor de um eixo (virtual) 6uai do fediamento e se
Maior participação dos que os une afastam no inicio da abertura
supra· hlóideos
.Abertura máxima Particlpaçlo efetiva de ambos Ambos os cônd.ilos se: Os dentes superiores e
os pterlgóideos laterais rotacionam horlz.ontalmente inferiott$ se contactam ao
e traosiadam pelos tubérculos 6uai do fediamento e se
Particlpaçlo efetiva dos articulares afastam no inicio da abertura
supra· hlóideos
Pterlgóldeo lateral do lado de Côrulllo de baiaocelc> vai o, caninos do lado de
baJancelo contrai para freote, para baixo e para trabalho se tocam (guia
medial canlna}
Pterlgóldeo lateral do lado de
trabalho relaxa Côrulllo de trabalho Os demais dentes não se
rotaciona verticalmente e sai tocam
lateralmente
Protnuão Ambos os pterigóldeos Ambos os cônd.ilos Os inclsivos se tocam (guia
laterais se contraem traosladam pelo tubé.rculo incisiva)
articular, com pouca rotação
Pouca participação dos o, demais dentes não se
supra·hlóldeos tocam
Figura 4.8 Paciente portador d e p róteses totais mucossuportadas {PTMS) superior e inferior que apresenta uma
oclusão OOlanceada, em vista frontal, e posição de máxima intercuspidação. Nessa posição, os dentes ,osteriores
e anterior~ se tocam, distribuindo os esforços oclusais por toda a prótese. {Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 4.9 Oclusão balanceada: as PTMS em aspecto oclusal mostrando os contatos obtidos pela interposição
de fita de carbono em posição de máxima intercuspidação, tanto nos dentes anteriores quanto nos posteriores.
{Fonte: arquivo pessoal.}
Figura 4.10 Oclusão balanceada: em lateralidade direita, tocam-se todos os dentes do lado de trabalho (direito), e
ocorre pelo menos um contato estabilizante no lado de balanceio (esquerdo), evitando que a PTMS se desloque.
(Fonte: arquivo pessoal.}
Figura 4.11 Oclusão balanceada: em lateralidade esquerda, tocam-se todos os dentes do lado de trabalho (es-
querdo), e ocorre pelo menos um contato estabilizante no lado de balanceio (direito), evitando que a PTMS se
desloque. (Fonte: arquivo pesso31.)
66 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 4.12 Oclusão balanceada: em protrusão, tocam os incisivos superior e inferior, e os dentes posteriores
também se tocam (não ocorre o espaço de Christensen entre os dentes posteriores superiores e inferiores). (Fonte:
arquivo pessoal.)
• TABELA 4.2 Slntese das priucipah diferenças entre oclusão mutuamente protegida e oclusão balanceada
Odula ,ngtnamente pmt,eglda Ochulo balanceada
Fecbameotoemc@ntrka Os dentes posteriores (pré~mola.res e Tocam os dentes anterJores e posteriores.
molares) ,e tocam
Os dentes anteriores {caninos e incisivos)
oãose tocam
o, canlnos do lado de trabalho ,e tocam e Tocam todos os deote, do lado de
os demah dentes não se tocam trabalho e ocorre pelo menos um contato
e,tablli=te do lado de balanceio
Protnuão Os lnclsfvos se tocam e os dentes Tocam os dentes anteriores e os dentes
posteriores não se tocam, ocorre o espaço po,teriores também, não bl espa,o de
de Chcisteosen Chrlstensen
Ocorrência É encontrada nos pacientes dentados, É estabelecida nas PTMS para promover
tipicamente ,ua establll,ação em função
C4pltulo4 MOVIMENTOS MANDIBULARES
• 67
Figura 4.13 Lateralidade direita em paciente que apresenta guia em grupo do lado de trabalho. Observe os cani·
nos e pré-molares do lado direito em contato e a desoclusão do lado de balanceio. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 4.14 Lateralidade esquerda em paciente que apresenta guia em grupo do lado de trabalho. Observe os ca-
ninos e pré-molares do lado esquerdo em contato e a desoclusão do lado de balanceio. {Fonte: arquivo pessoal.)
68 8 OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
LE PM LO
RC
Fi gura 4.15 O arco de Gysi é a representação dos movimentos mandibulares bordejantes (extremos} no plano
horizontal. Em RC, a posição de início dos movimentos mandibulares (relação central}; em PM, protrusão máxima.
Assim, a reta RC-PM representa o movimento de protrusão. Em LO, lateralidade direita. Assim, a curva RC-LO repre-
senta o movimento de lateralidade direita. Em LE, lateralidade esquerda. A curva RC-LE é a representação gráfica
do movimento de lateralidade esquerda. (Fonte: arquivo pessoal.}
PM oc
RC
TT
PA
AM
Fi gura 4.16 O gráfico de Possett é a representação dos movimentos mandibulares bordejantes (extremos) no
plano sagital. Na porção superior do gráfico: em RC, a posição de início dos movimentos mandibulares (relação
central); em OC, oclusão central (ou máxima intercuspidação). Assim, a reta RC-OC, orientada para frente e para
cima, é a representação gráfica do movimento de relação central à posição de máxima intercuspidação. TT repre-
senta a posição de topo a topo dos incisivos e PM, a posição de protrusão máxima. Assim, oc-n, orientada para
baixo e para frente, representa o movimento da posição de máxima intercuspidação à posição de topo a topo dos
incisivos, e a curva TT-PM, orientada para cima e para frente, representa o movimento de topo a topo dos incisivos
à posição de máxima protrusiva. Na parte posterior, a curva RC-PA representa o movimento de pequena abertu-
ra, no qual predomina a rotação dos. côndilos; enquanto a curva PA-AM representa o movimento da posição de
pequena abertura (PA) até a posição de abertura máxima (AM). A parte anterior do gráfico, com uma Ctnica curva,
representa o movimento a partir da posição de protrusâo máxima (PM} até a abertura máxima (AM), que ocorre
em função quase que exclusivamente de uma rotação condilar, uma vez que os. côndilos já se encontram na posi-
ção mais anterior do tubérculo articular. (Fonte: arquivo pessoal.}
70 8 OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
LD ~.._.._.._...,._______,...,......-...---7LE
Figura 4.17 Esta figura representa os movimentos bordejantes da mandíbula no plano frontal. Em TI, a posição
de topo a topo dos incisivos. Em LO, lateralidade direita. A curva TI-LO repr~enta o movimento da plsição TI, a
posição de topo a topo dos incisivos à lateralidade direita. Em LE, lateralidade esquerda. A curva TI-LErepresenta
o movimento da posição de TT, a posição de topo a topo dos incisivos à lateralidade esquerda. As curvas AM-LO
e AM-LE representam o movimento pouco usual de abertura máxima a partir de lateralidade direita e esquerda,
respectivamente. (Fonte: arquivo pessoal.)
C4p/tulo4 MOVIMENTOS MANDIBULARES • 71
oc
Figura 4.18 O ciclo mastigatório, que é mais bem representado no plano frontal, no qual se observa que a única
posição bordejante deste movimento funcional é a de OC (máxima intercuspidação, aqui não da boca toda, mas
do dente em contato). Observe o formato de gota, denotando a lateralidade que ocorre durante o movimento
mastigatório, de pequena amplitude. (Fonte: arquivo pessoal.)
72 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA .._,.,,.fitl:
INTRODUÇÃO
Neste capítulo vamos estudar as posições espaciais que a mandíbula pode assu-
mir em relação à maxila, nos diversos planos. São inúmeras posições, conside-
rando que podemos executar movimentos de abertura, fechamento, protrusão,
retrusão, lateralidade direita e esquerda. Sabemos também que, conceitual-
mente, existem infinitos pontos dentro de um dado segmento. Vamos entender
melhor: se você pegar uma escala numérica e partir de um número a outro, você
pode colocar quantos números quiser entre eles. Vejamos: entre os números 1
e 2 podemos colocar o número 1,01 e colocar "n" zeros depois da vírgula que
sempre vai caber mais um.
Isso nos leva a aceitar que, entre o ponto inicial e o ponto final de qualquer
movimento da mandíbula, em qualquer dos planos ortogonais, ela pode assu-
mir infinitas posições, fato este que torna o estudo dessas posições em relação à
maxila de grande importância nos procedimentos restauradores.
73
74 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
a mandíbula para baixo com a mesma intensidade com que a musculatura ele-
vadora traciona a mandíbula para cima, produzindo um equilíbrio dinâmico
que determina a posição espacial da mandíbula nesse momento. Então, quando
temos os côndilos alojados nas respectivas fossas articulares em equilíbrio pos-
tural (musculatura elevadora e abaixadora em equilíbrio), em que não existe
contato dentário, e a mandíbula ainda não se movimentou para a direita ou
para esquerda, ou seja, no ponto inicial de qualquer movimento mandibular,
na origem destes, a mandíbula assume uma posição espacial em relação à base
do crânio que pode ser reproduzida sempre que ela assumir essa condição. Essa
posição mandibular é chamada de relação central (RC). Observe que a RC é
uma posição que independe da presença de dentes, ao contrário da OC. Nor-
malmente, o paciente assume a posição de RC quando a musculatura respon-
sável pela movimentação da mandíbula se encontra em equilíbrio dinâmico,
fato que ocorre, por exemplo, ao término da deglutição. Para a obtenção dessa
posição, portanto, os dentistas podem utilizar a diversas técnicas, entre as quais
a da deglutição e da manipulação (técnica pela qual o dentista conduz o pacien-
te à RC e percebe que esta posição foi atingida quando a mandíbula não oferece
resistência ao movimento devido ao equilíbrio entre as forças musculares).
• •
Figura 5.1 Se marcarmos o mento do paciente (um ponto na mandíbula) e um ponto óxo no cranio) e usarmos
uma régua milimetrada, podemos determinar a distancia entre esses dois pontos nas diferentes posições que a
mandíbula pode assumir entre OC e abertura máxima. (Fonte: arquivo pessoal.)
Enquanto o paciente mantiver seus dentes, essa posição deve ser mantida pra-
ticamente inalterada. Entretanto, nossos pacientes, ao longo da vida, muitas
vezes perdem os dentes, e quando isso ocorre passam a fechar mais a boca para
conseguir o stop da mandíbula, fato este que é clinicamente conhecido como
perda de DVO (Figura 5.3).
A medida aferida no intervalo entre os pontos marcados no paciente quando
este se encontra em RC recebe a denominação de dimensão vertical de repouso
ou simplesmente DVR (Figura 5.4).
C4p/tulo 5 RELAÇÕES MAXILOMANOIBULARES • 77
T
ovo
Figura S.2 Dimensão vertical de oclusão (OVO): distancia entre dois pontos, um na mandlbula e outro na maxila,
quando o paciente oclui os dentes em oclusão central (OC}. (Fonte: arquivo pessoal.)
T
ovo ?
1 •
Figura S.3 A perda dos dentes acarreta uma diminuição exacerbada da dimensão vertical, a qual deve ser resta-
belecida durante a reabilitação com próteses totais. (Fonte: arquivo pessoal.)
T
DVR
Figura S.4 Dimensão vertical de repouso (DVR): dist~ncia entre dois pontos, um na mandíbula e outro na maxila,
quando o paciente está com a boca entreaberta e os músculos mastigatórios (tanto os elevadores quanto os
abaixadores da mandlbula) encontram-se em tônus muscular (posição de relação central [RCJ). (Fonte: arquivo
pessoal.)
TT
DVR OVO
:::i:::
EFL
Figura S.S Esquema demonstrando de maneira ilustrativa a fórmula de obtenção da dimensão vertical de oclu-
são. OVO = DVR - EFL. (Fonte: arquivo pessoal.)
pode s,er mensurado em cada um dos nossos pacientes de forma bastante sim-
ples, pois é só subtrairmos do valor numérico da DVR o valor da DVO para
obtermos o valor do EFL, como na equação (EFL = DVR - DVO).
Podemos alterar a equação mudando a posição dos termos, respeitando a
regra dos sinais da matemática, e trabalharmos os dados dos nos:sos pacientes
(DVR = DVO + EFL Oll, ainda, DVO = DVR - EFL). No início do séotlo XX
foram estudados os valores do EFL e concluiu-se que o seu valor numérico era,
em média, de 3,3 mm. Chegaram a esse valor avaliando diversos pacientes, ob-
C,,pltu/oS RELAÇÕESMAXJLOMANOIBULARES 8 81
• TABELA S.1 Sinopse do«onceltos de relação central (RC}, ocluslo central (OC), dimensão vertical de repouso
(DVR), dimensão vertical de oclusão (DVO) e espaço funcional livre (EFL}
Dimensão vertical de oclwão (DVO} Medida aferida entre um ponto no ~ o fixo e outro na roandlbulaquando
esta se encontr.a em OC
Espaço funcional livre (EFL) Diferença numérica entre DVR e DVO, a qual perroltea pron1iodaadequada
(da! sercbaroado também de espaço de pron1iocla)
Ash MM, Ramfjord S. Oclusão. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. 341p.
Dawson PB. Oclusão funcional- daATM ao desenho do sorriso. São Paulo: Santos, 2008. 632p.
Santos JFF, Santos MBF. Oclusão em implantodontía. ln: Cunha VPP, Marchini L. Prótese total im-
platossuportada. São Paulo: Santos, 2010. 128p.
DETERMINANTES
DA OCLUSÃO
Aloísio Oro Spazzin
Jarbas Francisco Fernandes dos Santos
Marcelo Ferraz Mesquita
Mateus Bertolini Fernandes dos Santos
INTRODUÇÃO
passou na escola pelas diversas disciplinas e eventualmente pode optar por wna
ou outra especialidade, mas todas as especialidades necessitam dos conceitos da
oclusão para serem convenientemente trabalhadas. A ideia de que a oclusão é
muito complicada, que se estabeleceu durante décadas na odontologia, simples-
mente não se aplica, deve ser deixada de lado e devemos passar a estudá-la como
fator importante para o sucesso de nossos tratamentos. O motivo pelo qual se
criou tal distorção não vem ao caso, mas acreditamos que alguns colegas, no
passado, tratavam a oclusão dessa forma e tornavam-na complicada exatamen-
te para parecerem eruditos aos seus pares. O nosso intuito é explicar, neste capí-
tulo. os determinantes da oclusão. fazendo analogias que possibilitem o enten-
dimento e a aplicação deste tópico no trabalho clínico com nossos pacientes.
Figura 6.1 Desenho esquemático demonstrando a influência de fatores oclusais na conformação da cavidade
articular durante o período de desenvolvimento. (Fonte: arquivo pessoal.}
C,,pltulo6 DETERMINANTES DA OCLUSÃO • 89
Figura 6.l Movimento de protrusão, visto em norma lateral, no qual se pode observar que o côndilo realiza um
movimento semelhante ao dos incisivos inferiores (guia incisiva). (Fonte: arquivo pessoal.)
se desloca para frente, para baixo e para medial, mantendo uma correlação en-
tre os determinantes variáveis (dentes) com os determinantes fixos (ATMs). O
determinante variável neste caso é a guia canina do lado de trabalho (percur-
so percorrido pela incisa! do canino inferior na palatina do canino superior,
do início do movimento de lateralidade até as pontas de cúspide se tocarem),
a qual determina o movimento nos sentidos vertical e horizontal. Nas ATMs,
os determinantes responsáveis por este movimento são principalmente a guia
condilar (que será responsável principalmente por determinar o movimento
vertical) e o ângulo de Bennett (que se refere à inclinação da parede medial da
fossa mandibular e será responsável principalmente pelo movimento horizon-
tal) (Figura6.3) do lado de balanceio.
92 8 OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
•
•
•
••
1
1
1 •
••
l1
11
•
•
1
1
''
''•. •
••
••
Figura 6.3 Observe a analogia entre o angulo de Bennet e a regulagem dele em um aniculador semiajustável.
\Fonte: arquivo pessoal.)
• TABELA 6.2 Correlação entre dererm Ioantes fixos passíveis de serem ajustados em artl.culadores semlajustiveis e os
determinantes vadiveis da odm:lo. Obsem que aqui se coll!irlet.1 a iltwç:lo padrão na qual os detennlnantes fixos for.un
regulados no articulador e os c!eterminantes varíàvels serão estabelecidos em um.a prótese utllliando os determíiuntes
fixos como referência, de mooo a tomar a futura prótese rompatlvel com os movimentos mandibulares do paciente
IJdu dnentetfims I>ebnnlnanm Con: la;h
.....tiwll
Cuiacorulilar Gula incisiva Quanto mais acentuadaagulacondilar, mais acentuada a guia
incisiva
Cuia corulilar Altnra de á!spides Quanto mais acentuada a gula condilar, maior pode ser a altura
decúspldes
Angulo de Bennett Altnra de á!spides Quanto mais acentuado o ãngulo de Bennett, menor a altura de
á!spldes
Angulo de Bennett Gula caoina Quanto maior o ãngulo de Bennett. menos acentuada deve ser a
guia canina
Cuiacorulilar Gulacaoina Quanto mais acentuadaagulacondilar, mais acentuada a guia
canJoa
Dlstlnda lntercond.Uar Incllnaç:lo dos rukos de Quanto maior a cllitincla cond.Uar, maior o ãngulo formado pelO!
escape trajetos de trabalho e balanceio
F·igura 6.4 O ~ngulo de Fisher, que corresponde à incli nação da parede superior da cavidade glenoide. (Fonte:
arquivo pessoal.)
94 8 OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
EPÍLOGO
Tendo compreendido essas relações fica muito fácil entender por que os dentis·
tas no passado criaram um dispositivo mecânico para reproduzir os movimen-
tos da mandíbula com o intuito de facilitar a confecção de peças protéticas. Por
incrível que pareça, não foi para infernizar as nossas vidas que estes colegas no
passado criaram os articuladores, instrumentos que visam ser única e exclusiva·
mente facilitadores da visualização das relações entre a maxila e a mandíbula. e
que serão abordados no próximo capítulo.
Ash MM, Nelson SJ. Wheeler's dental anatomy, physiology and occlusion. Philaclelphia: Saunders;
2003.
Dawson PB. Oclusão funcional- daATM ao desenho do sorriso. São Paulo: Santos, 2008. 632p.
McNeill C. Ciência e Prática da Oclusão. São Paulo: Quintessence, 2000. 538p.
Okeson ]P. Tratamento das desordens temporomandibulares e oclusão. Rio de Janeiro: Elsevier,
2008. p. 21-46.
ARTICULADORES
Ataís Bacchi
Jarbas Francisco Fernandes dos Santos
Mateus Bertolini Fernandes dos Santos
Rafael Leonardo Xediek Consani
INTRODUÇÃO
com doença cárie em estágio avançado, quando não com alguns elementos já
perdidos, o que provoca alterações bruscas (radicais) na plataforma oclusal e que,
se não tratadas adequadamente, podem provocar alterações nas ATMs, poden-
do até originar sinais e sintomas das disfunções temporomandibulares (DTM).
Este quadro não é difícil de ser entendido, pelo fato de ser mesmo corriqueiro
no dia a dia dos cirurgiões-dentistas. Durante a prática clinica, pequenas cavi-
dades de cárie são restauradas e, quando estamos terminando os procedimentos
restauradores, procedemos à checagem da oclusão, pedindo que o paciente faça
movimentos mandibulares de abertura e fechamento (cêntrica), e protrusão e
lateralidade (excêntrica) para ajustJUmos a restauração ao sistema mastigatório.
Quando, porém, estes desajustes apresentam-se maiores e já ocorreu perda de
um ou mais elementos dentários, este ajuste clínico acaba se tornando cada vez
mais complicado, pois passamos a ter que observar e checar vários elementos
dentários contatando simultaneamente, até a situação extrema da confecção de
próteses totais mucossuportadas, na qual o profissional muitas vezes tem difi-
culdade para encontrar possíveis contatos prematuros.
Foi daí que surgiu, no passado, a ideia de se obter o relacionamento dos arcos
dentais por meio de um dispositivo mecânico que pudesse reproduzir as rela-
ções entre maxila e mandíbula fora da boca, permitindo melhor visualização
destas relações.
Este é o conceito que temos dos articuladores e que gostaríamos que o leitor
gravasse.
HISTÓRICO
xistentes e foi de modo totalmente empírico (por tentativa e erro) que este ifato
se deu. Com o passar dos anos, outros dentistas foram tentando desenvolver
dispositivos para este mesmo fim e, em 1771, pela primeira vez, John Hunter,
dentista inglês, abordou o assunto com o nome oclusão. Em 1805, o francês Jean
B. Gariot sugeriu o primeiro aparelho para articular os modelos. Entretanto
este aparelho só realizava movimentos de abertura e fechamento arbitrários. O
aparecimento do arco facial, para registro da distância intercondilar e posicio-
namento da maxila em relação à base do crânio, é atribtúdo a George B. Snow
(1906). Em 1910, Alfred Gysi, dentista stúço, patenteou um articulador ajustá-
vel, que reproduzia parte significativa dos movimentos mandibulares, sendo
um dos primeiros articuladores a possuir pino guia incisai.
O articulador concebido por Gysí buscava reproduzir todas as condições das
ATMs (e foi, portanto, considerado um articulador totalmente ajustável), con-
dições essas que exigiam verdadeiro malabarismo por parte do operador para
conseguir registrá-las no dispositivo.
Outros trabalhos vieram e a história nos relata a dificuldade que nossos ante-
passados tiveram para obter o articulador como temos hoje. Então, partindo de
um dispositivo bastante simples que reproduzia apenas movimentos de abertu-
ra e fechamento de forma arbitrária, a odontologia desenvolveu articuladores
bastante sofistiados, os quais, pelo uso de pantógrafos, consegue registrar de
forma precisa os determinantes fixos da oclusão com vistas à reconstrução da
plataforma oclusal nas reabilitações.
Entretanto, na clínica diária preconizamos o uso de articuladores semia-
justáveis (ASA), que são dispositivos intermediários aos anteriores descritos
e com os quais conseguimos reproduzir condições clínicas satisfatórias me-
diante registros de valores médios dos determinantes fixos da oclusão. Note
que a opção pelo uso dos ASAs decorre da dificuldade de se obterem registros
fidedignos nos articuladores totalmente ajustáveis. Por analogia, poderíamos
entender como sendo muito mais fácil dirigir um automóvel médio do que
guiar um Fórmula 1, sem no entanto acreditar que um "Fusquinha seja melhor
do que uma Ferrari''.
98 8 OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 7 .1 Articulador semiajustável. Neste desenho esquemático podemos observar os ramos superior e inferior,
demonstrados pelas setas, e os componentes que possibilrtam os ajustes para individualização do mesmo. (Fonte:
arquivo pessoal.)
Ângulo de
Bennett II
Figura 7 .2 Desenho esquemático da região das caixas condilares de um articulador semiajust.ável, no qual po-
demos obseroar os locais para regulagem da guia cond'lar, angulo de Bennett e a distancia intercondilar. (Fonte:
arquivo pessoal.)
C,,p/tulo7 ARTICULADORES 8 101
~ Relator násio
Trave horizontal
Forquilha
Figura 7.3 Arco facial visto pelos plano.s frontal (esquerda) e superior (direita), com seus componentes montados.
(Font,e: arquivo pessoal.}
Mezzomo E. Prótese Parcial Fixa - Manual de Procedimentos. São Paulo: Editora Santos, 2001.
p.191-216.
SbilliogburgHT. Fundamentos de Prótese Fixa. São Paulo: Quintessence, 2007. p. 21·8.
Starcke E.N, Eogelmeier RL, Belles DM. The history of articulators: The "artlculator wars" pheno·
menon witb some circum.stances leading up to It. JProstbodont. 2010; 19: 321-33.
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•
•
BRUXISMO
Leonardo Marchini
Adriana Mathias Pereira da Silva Marchini
Mateus Bertolini Fernandes dos Santos
INTRODUÇÃO
QUADROB.1 6ltmçllesdo....,._ma,dp16rlo&.qumtommtoencnnrradasempomdm<>dobnmsmodoSC11101
intensa e por períodos mais longos nos pacientes portadores de BS. A etiologia
do BS ainda é desconhecida, razão pela qual não há cura para esta alteração. A
terapia mais comum consiste em gerenciá-lo, prevenindo danos às estruturas
do sistema mastigatório.
Em decorrência do impacto que o BS tem sobre o sistema mastigatório de
seus portadores, bem como da incidência elevada desta alteração em vários gru-
pos populacionais, há crescente interesse da odontologia em estudá-lo e com-
preendê-lo melhor. Dessa forma, aspectos de interesse clinico serão discutidos
neste capítulo, com base no conhecimento atual sobre o BS.
ETIOLOGIA
DIAGNÓSTICO
Figura 8.1 Observe o d esgaste das incisais dos dentes coincidentes com o contato entre os antagonistas, indi-
cados pela seta verde. Indicada pela seta amarela, observe a ausência de desgaste no dente que não apresenta
antagonista. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 8.2 Perda da estrutura dental não causada pelo atrito entre antagonistas. Indicada pelas setas amarelas, a
região onde ocorreu a perda de estrutura; já as setas verdes indicam uma restauração, q ue não sofreu qualquer
perda, indicando que a perda dentária pode ter sido causada por agentes químicos. (Fonte: arquivo pessoal.)
Cap(w/08 BRUXISMO 8 109
Figura 8.3 Indicada pelas setas amarelas, a linha alba na mucosa jugal, que corresponde a uma área de hiper-
queratinização da mucosa causada pelo atrito com as superffdes dentárias durante o ranger. Indicada pelas setas
verdes,. edentações da língua, também causadas pelo .atrito com as superffcies dentárias. No círculo azul, uma
incisai com nítido desgaste. Alguns autores relatam que a presença destas três alterações juntas é forte indicativo
de bru>dsmo. (Fonte: arquivo pessoal.)
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Figura 8A Prótese total implantossuportada recente realizada para paciente com bruxismo que sofreu v~rias
fraturas de revestimento estético em poucas semanas. (Fonte: arquivo pessoal.)
Copltulo 8 BRUXISMO
• 111
Figura 8.5 Fratura do i mplante no paciente da Figura 8.4. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 8.6 Radiografia mostrando a fratura do implante da Figura 85. (Fonte; arquivo pessoal.)
112 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 8.7 No parafuso da esquerda, nova fratura no mesmo paciente, agora do parafuso de fixação (compare
com o parafuso da direita, integro). (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 8.8 Após a remoção da prótese inferior para novo planejamento, o paciente permaneceu apenas com a
prótese implantossuportada superior. Observe o desgaste nas incisais. (Fonte: arquivo pessoal.)
Caplrulo8 BRUXISMO
• 113
Figura 8.9 O desgaste apresentado na Figura 8.8 é causado pelo atrito com os dc.atrizadores durante o sono.
(Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 8.10 Paciente com extenso desgaste causado pelo bruxismo do sono, resultando em importante encurta-
mento da altura das coroas. (Fonte: arquivo pessoal.)
114 • OCLUSÃO DENTÁRIA- PRINCÍPIOS EPRÁTICA CLÍNICA
GERENCIAMENiTO
Uma vez que não há tratamento definitivo para o BS, cabe ao cirurgião-dentista
diagnosticar a sua ocorrência e gerenciar as suas consequências. O gerenciamen-
to das consequências do BS envolve a orientação do pacient e quanto à natureza
da parafunção, suas características, suas implicações para o sistema mastigató-
rio e formas de minimizá-las. A orientação do paciente é importante para que
o indivíduo [POSsa compreender a natureza do BS e, dessa forma, auxiliar no
gerenciamento de suas consequências para o sistema mastigatório.
A forma mais comum de gerenciamento é mediante o uso de placas de rela-
xamento muscular, cuja confecção e aplicação serão detalhadas no Capítulo 11.
A atuação da placa de relaxamento nos pacientes com bru:xismo não é tratar o
bruxismo. O objetivo é evitar o desgaste dental, protegendo os dentes e/ou rea-
bilitações protéticas e promover o relaxamento da musculatura mastigatória.
Quando este desgaste já ocorreu de forma intensa (Figuras 8.11 e 8.12) e o ci-
rurgião-dentista é chamado a intervir neste paciente para promover uma reabi-
litação oral, então é necessário não apenas repor a dimensã.o vertical de oclusão
por meios artificiais (Figuras 8.13 a 8.19), mas também proteger a reabilitação
final do bru:xismo, que pode continuar a acontecer (Figura 8.20).
É muito frequente a pergunta "por quanto tempo opaciente deverá utilizar a pla-
ca nos casos de bruxísmo?~ e a resposta é "depende''. Depende, principalmente, do
acompanhamento de cada paciente pelo cirurgião-dentista. Como já foi discu-
tido, o BS pode ter períodos de exacerbação e remissão. Durante a vigência do
BS, o paciente deve usar a placa sempre que for dormir, mas não precisa utilizá-
la nos períodos de remissão. Como saber quando há exacerbação e remissão? O
paciente deve ser orientado a acompanhar seu sono (um parceiro de cama ou
quarto pode fazer isso facilmente) e alertado quando o BS estiver ocorrendo.
CaplruloS: BRUXISMO
• 115
Figura 8.1 1 Paciente com extensas perdas dentArias associadas ao desgaste acentuado, com histórico de ranger
os dentes enquanto dorme (bruxismo do sono). Aspecto lateral direito. {Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 8. 12 Paciente com extensas perdas dentArias associadas ao desgaste acentuado, com histórico de ranger
os dentes enquanto dorme (bruxismo do sono). Aspecto lateral esquerdo. {Fonte: arquivo pessoal.)
116 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS EPRÁTICA CLÍNICA
Figura 8.13 Estrutura metálica em cobalto-cromo para prótese pardal removfvel superior confeccionada para
a paciente das Figuras 8.11 e8.12 após o preparo de boca inicial e confecção dos nichos para apoio. Observe os
macroapi ios que cobrem as oclusais dos dentes postertores que apresentam contato com seus antagonistas para
restabelecer a dimensão vertical de odusão (OVO) perdida pelo desgaste, associado à perda de dentes. (Fonte:
arquivo pessoal.)
Figura 8.1!4 Estrutura metálica em cobalto-cromo para prótese parcial removfvel inferior, antagonista à apresen-
tada na Figura 8.13, com as mesmas caracterlsticas oclusais. (Fonte: arquivo pessoal.)
Cop/wlot BRUXISMO
• 117
Figura 8.15 Prova das estrutu ras me~licas na boca da paciente., restabelecendo a OVO perdida pelo desgaste
associado~ perda de dentes. {Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 8.16 Montagem dos dentes artificiais, aspecto lateral direito. Observe o restabelecimento de contatos
d@ntártos post@
riores e da altura dos d@ntes antertores. (Fonte: arquivo pessoal.)
118 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 8.17 Montagem dos dentes artificiais, aspecto lateral esquerdo. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 8.19 Complementação da altura das coroas remanescentes com resina composta fotopolimerizável, fina-
lizando os contatos odusais e corrigindo a altura das coroas, recompondo a estética. No entanto, se não forem
protegidas da ação do bruxismo., as restaurações não terão longevidade. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 8.20 Placa dee-stablllzação mandibular ou relaxamento muscular, neste caso confeccionada apenas para pro-
teção duradoura das restaurações contra o bruxlsmo. A paciente deve, portanto, usar a placa sempre que for dormir,
Já que no diagnóstico foi constatado hábito parafunclonal apenas no período ooturno. (Fonte: arqutvo pessoal)
120 8 OCLUSÃO DENTÁRIA- PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Há pacientes que percebem outros sinais clínicos, como incômodo e/ou dor na
musculatura mastigatória após o sono, por exemplo. Com essas informações,
associadas ao exame clínico e acompanhamento do paciente, o cirurgião-den-
tista pode fazer um gerenciamento adequado, minimizando as consequências
do BS e utilizando os recursos terapêuticos de modo mais apropriado para cada
paciente. Isso deve ser realizado dentro de uma perspectiva de individualização
da terapia para cada indivíduo, uma vez que o BS tem características (frequên·
cia, intensidade) diferentes em cada indivíduo e diferentes ainda em um mes-
mo indivíduo em diferentes períodos de tempo.
Dalpiaz AI, Datti RF.B, Marchini L, Cunha VPP. Bruxismo: revisão da literatura. J Bras FonoaudioL
2004; 5: 177-83.
Lavigne GL, Montplaisir "fV. Bruxismo: epidemiologia, diagnóstico, lisiopatologia e farmacologia.
ln: Fricton ]R, Dubner R. Dor orofacial e desordens temporomandibulares. São Paulo: Santos,
2003. p. 387-404.
Maciel RN. Bruxismo. São Paulo: Artes Médicas, 2010. p. 209-252.
ETIOLOGIA DAS DISFUNÇÕES
TEMPOROMANDIBULARES
Leonardo Marchini
Célia Marisa Rizzatti-Barbosa
INTRODUÇÃO
Embora possa haver grande variação na expressão dos sintomas de DTM, nor-
malmente esta se apresenta na forma de dor na região orofacial, e os pacientes
referem este quadro doloroso nas regiões da cabeça, do ouvido e da face, pre-
dominantemente. Geralmente, a dor na cabeça ocorre principalmente na re-
gião do(s) músculo(s) temporal(is); a dor no ouvido é na verdade na região das
ATMs (que ficam anatomicamente muito próximas ao meato auditivo) e a dor
na face ocorre na região do(s) masseter(es). A dor nos músculos normalmente
é causada por um quadro de inflamação muscular, enquanto a dor na ATM é
ocasionada em geral por inflamação da articulação.
Quando há limitação de movimentos (por exemplo: o paciente abriu a boca
e não consegue fechar; ou o inverso, o paciente não consegue abrir a boca de
modo adequado); pode ter ocorrido comprometimento muscular e/ou articu-
lar, impedindo a movimentação mandibular. Mais frequentemente, a limita-
ção de movimento ocorre em função da dor. Nesses casos, o paciente não movi-
Cap(wlo9 ETIOLOGIA DAS otSFUNÇÕESTEMPOROMANOIBULARES 8 123
• TABELA 9.1 Sinopse dos sinais e slntoma.sclinlcos mal, comuns das disfunções temporomarulibulares (DTMs)
Estalos'
Crepitação'
Dor nos dentes Desvios durante a movlmenlaç!o mandibular
Dor na regllo cervical
Dor referida
(nas .lreas citadas ou em outras)
Pontos de gatilho'
Zumbido'
·t importante rem.ltar que .l t.abeb resume apmtS os slnais e sintomas m:th oomu.ns, m.as ti DTMs podem apreseotar uma eoorme variedade de
qiu.dms slntonuro~. bem c.omo r.t1.01vel di\'etsldadede siJu.1s dlnloos.
•Arw blpmenslveu. qru, dhp,r.lDl dor muita .intensa, ooproporcloo.tl ,o estfmulo, IOC!lmeote au adhtlncb.
1 Nlo é oonseasnal se o rumhido pode ser oonslder~ um sintoma de DT'M., uma vez que nao est1 bem est.abeledda umaOOUWÇ10 de <:aXW e eleito
entre m.mbido e DThf, embor.a .a.tgu.nsp.aclentes oom D1'M tebtem este sintoma.
' Ruido utlrul.u do tljlO dkJt.
•Rurdo .artlcu.l.u semelh.t.nte l ueb se OUM!Ue.n.tmdo.
124 8 OCLUSÃO DENTÁRIA- PRINCÍPIOS EPRÁTICA CLÍNICA
Alterações musculares
Os quadros mais prevalentes de dor causados por DTM são aqueles que envol-
vem condições inflamatórias da musculatura mastigatória. A inflamação mus-
cular, por sua vez, pode ser decorrente de traumas mecãnicos (um impacto no
músculo, como uma cotovelada, por exemplo) ou, mais comumente, por hi-
peratividade muscular (função muscular exagerada, acima daquele que ocorre
durante a função normal).
A hiperatividade muscular é resultado de contração muscular imprópria, ou
seja, contrações musculares que excedem o limite de tolerãncia fisiológica do
indivíduo. Esta contração muscular imprópria pode ser causada pelo posiciona-
mento inadequado da mandíbula (ocasionada, por exemplo, por contatos oclu-
sais inadequados), para proteger uma área lesada (aumentando os esforços do
lado mandibular oposto, por exemplo), por hábitos parafuncionais (como roer
unhas, segurar alfinetes com os dentes em posição protrusiva da mandíbula,
morder objetos etc.), por apertamento dos dentes durante a vigília, por bru-
xismo do sono (ranger os dentes durante o sono), entre outros. Em todas essas
condições ocorre uma atividade irregular da musculatura mastigatória, geran-
do inflamação muscular de diferentes magnitudes (dependendo da intensidade
do estimulo e das características de cada pessoa), mas é importante ressaltar que
só ocorrerá dor muscular se o estimulo gerado exceder o limite de tolerãncia in-
dividual do paciente (que também depende dos caracteres individuais).
A inflamação muscular em consequência da atividade irregular da muscula-
tura normalmente ocorre por acúmulo de metabólitos no tecido muscular, em
decorrência do funcionamento inadequado das células musculares, muitas vezes
trabalhando com taxas elevadas de anaerobiose. Esses metabólitos acumulados
causam um estimulo quimice para o inicio do processo inflamatório, que pode
se tornar (e normalmente se torna) crônico se houver persistência da hiperativi-
dade. Com o estabelecimento de uma inflamação local e dor crônica, os fenôme-
nos neurológicos envolvidos na dor crônica (descritos no Capítulo 3) também
se iniciam e se perpetuam como se encontra ilustrado na Figura 9.1. É um pro-
Caplwlo 9 ETIOLOGlA OAS DtSFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES
• 125
CAAACTERES
INOIVlOUAIS'
-
Oof na
°"'
nos dentes
Pontoe de
g•-
Figura 9.1 Esquema ilustrando a etiologia das dlsfunçóes temporomandibulares nas quais há maior participação
rln rnmf'()nPntP m11cr11b11r N,11 p.;irfP ~11pi:iorinr rln !Jr.iiiro, Pm r.lbt;ic (fp fPrtn vPrrl"'"""'-cr, iro, nc furnrp~ m;iic frPt1 11Pn-
temente envolvidos na origem da hlperatividade da musculatura mastigatória: conrração protetora, md postura,
parafunçóes diversas, bruxismo do sono, apenamento dos dentes durante a vigllia e posicionamento mandibular ina-
dequado. Em caixas de texto marrons, circunst.ancias comuns que podem levar à ocorrência dos fatores já descri-
tos: oclusão inadequada, que pode gerar posicionamento mandibular inadequado, e trauma mecéJnico, que pode
gerar conrração protetora, ou, ainda, causar inflamação muscular diretamente. Na caixa de texto roxa, a indicação
de doençassistlmicas que podem causar dor muscular, como a fibromlalgia. Em caixas de texto azu~scuras, ocu-
pando o nl'.icleo centra~ os eventos fisiológicos que se sucedem para causar os sintomas de DTM: hiperarMdade
muscular, que gera inflamação muscular, que gera dor muscular, que podes-e tornar em uma dor crônica, na de-
pendência de diversos fatores.. A passagem de um evento para outro depende de caracreres indMduais (caixa de
texto amarela; veja também a legenda abaixo), que envolvem desde as características genotfpicas do indivfduo
em rela~o a enzimas envolvidas no processo de dor e inflamação, características constitucionais individuais do
sistema nervoso central, até aspectos psicossociais Individuais, envolvendo estresse emocional e flsico, experiên-
cias prévias com dor, entre outros. Os caraaeres individuais também vão influenciar de forma detenninante (por
isso a presença das setas vermelhas) como a dor crônica vai se manifestar em cada indivfduo: dor na cabeça, dor
cervical, dor nos dentes, na forma de pontos de gatilho e dor no ouvido (caixas de texto em azul-claro), entre outras.
~ importante ressaltar que este esquema é uma ilustra~o sinóptica, ou seja, resume e apresenta de forma gráfica
as principais caracterfsticas das OTMs musculares, mas não abrange todas as possibilidades etiológicas, nem sin-
tomatológicas. {Fonte: arquivo pessoal.)
'Contraç.ão protetoral a contraç3o de urn grupo muscular para proteger uma área lesada, aumentando a sua atMdade actna dos nfvels
normais.
,Parati..rlções dtwrsas envolvem, neste esquema, os hábitos parafundonals. como roer unhas. segurar alfinetes com os dentes, descascar
fios com os dentes, morder objetos, entre outros.
1Poslclon.amento mandibular Inadequado pode ter variados graus de Intensidade e pode ser causado pela oduslo Inadequada e por
outros fatores. como má postura. por exemplo. As pos.sti/els Inter-relações entre todos os fatores dtados no gráfico No foi explorada
totalmente para que o mesmo No ftca.sse poluklo.
'Os caracteres Individuais envolvem uma dlmerdo ffska de características constitucionais do Indivíduo, como o equipamento genético
c.apaz de produzir em quantidades diferentes as enzimas envolvldas no processo de dor e lnflamaç.ão: a caracteristlca constttudonal do sls·
tema nervoso central, no que diz respeito aos seus neurotransmissores. e a disposição das redes de lnlblç.ão e excltaç.ão. Do mesmo modo,
envolvem aspectos pslcológlcos, emodonals e sociais, como a exposlç3o prMa à dor, a presença de estresse emocional, ascaracterfstlcas
de personalidade. entre outros.
126 • OCLUSÃO DENTÁRIA- PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
cesso semelhante ao que ocorre quando fazemos exercícios físicos muito inten-
sos (como uma corrida), exigindo muita atividade da musculatura das pernas,
por exemplo, que ficam doloridas. Se houver descanso, a dor persiste por alguns
dias, mas depois cede. Se não houver, a dor se torna crônica. Além disso, algumas
pessoas têm mais dor com o mesmo exercício, outras têm menos. Algumas pes-
soas deixam de ter dor durante a repetição dos exercícios, outras mantêm a dor
e outras ainda podem vir a desenvolver lesões musculares mais graves e mesmo
lesões articulares.
No sistema mastigatório, ocorre um desenvolvimento análogo, com origens
variadas. É o que pode acontecer no caso do bruxismo ou do apertamento cên-
trico, por exemplo: alguns pacientes rangem os dentes durante o sono, o que
causa o excesso de atividade da musculatura mastigatória. Destes, alguns desen-
volvem dor no inicio do hábito (pois a hlperatividade causa danos que excedem
a capacidade de tolerãncia muscular do indivíduo), outros não. Entre aqueles
que desenvolvem dor, alguns vão deixar de apresentar o sintoma espontanea-
mente, enquanto outros vão continuar a ter dor, transformando-se naquilo que
acaba se tornando um processo de dor crônica. Com o processo de dor crônica
estabelecido, podem surgir fenômenos de dor referida (dor em local diferente
da origem da dor). Além disso, se a hlperatividade muscular persistir, podem
surgir complicações articulares, como será discutido a seguir.
Alterações articulares
sem redução (em que o disco permanece deslocado para anterior no movimento
de abertura ou protrusão mandibular). A Figura 9.2 mostra como ocorrem os
dois tipos de deslocamento de disco.
O deslocamento de disco com redllfâo é um quadro frequentemente assintomá-
tico, geralmente observável pela presença do duplo estalo durante a abertura
bucal (quando o disco se reduz e quando ele volta a se deslocar). O deslocamen-
to de disco sem redllfâo é inicialmente bastante doloroso, geralmente associado
a limitação de abertura bucal e desvio mandibular para o lado no qual houve
Função normal
Figura 9.2 Na parte superior da figura pode ser observada a função normal do disco durante a movimentação
mandibular: Quando em repouso, de boca fechada, o disco está interposto entre o côndilo e a fossa mandibular.
Quando ocorre a abertura, o disco permanece entre o cônd11o e a fossa mandibular e, ao fechamento, também.
Oeste modo, durante a função normal, o disco está sempre interposto entre o côndilo e a fossa mandibular. Na parte
intermedi.iria da figura está representado o deslocamento de disco com redução: em repouso, de boca fechada, o
disco se encontra deslocado para anterior. Ourante a abertura, os ligamentos posteriores se esticam e tracionam o
disco, que volta à sua posição fisiológica (ou seja, interposto entre o côndilo e a fossa mandibular), ocasionando o
primeiro ruído (também chamado de ruído de abertura ou, ainda, ruído de redução). Ourante o fechamento, ocorre
novo deslocamento do disco para anterior, que volta então a ficar deslocado, fora da sua posição fisiológica. No
momento deste segundo deslocamento, ocorre o segundo ruído (de fechamento ou recíproco). Na parte inferior
da figura está representado o deslocamento de disco sem redução. Na posição inicial, de repouso, com a boca fe-
chada, o disco se encontra deslocado para anterior, situação que se mantém inalterada durante todo o movimento
de abertura e fechamento, não havendo novo deslocamento e, portanto, sem a ocorrência de ruido. Neste caso,
durante todo o movimento, o disco fica fora da sua posição fisiológica, permitindo contato entre as superflcies
articulares do côndilo e da fossa mandibular. (Fonte: arquivo pessoal.)
128 8 OCLUSÃO DENTÁRIA- PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 9.3 Tomografia CO"l)utadorizada, em corte sagital, mostrando o côndilo direito de uma paciente, a qual
apresenta degeneração artCUlar compatfvel com artrose. Observe o aplainamento da região anterossuperior do
côndilo. {Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 9A Tomografia computadorizada da mesma paáente, agora em nonna frontal, na qual pode ser observada
a degeneração do côndilo oireito, mais nítida quando em comparação com o lado esquerdo, menos afetado. Ob-
serve a irregularidade da superflcie articular (parte superior do côndilo) do lado direito. (Fonte: arquivo pessoal.)
130 • OCLUSÃO DENTÁRIA- PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Hlperatividade
muscular
Trauma
macênioo
Inflamação
Dor articular articular
crônica
I
Degeneração
articular
Dor na cabeça
Espículas ósseas
no líquido sinovial
Figura 9.5 O esquema resume algumas das causas mais comun.s da.s alterações intr&--articulare!> das ATMs. 01:r
serve que a hiperatMdade muscular é colocada aqui como agente causal {os agentes causais estão em caixas de
texto marrons) do deslocamento de disco com redução (as alterações de posição de disco estão em cabras de texto
vennelhas). A hiperatividade muscular apresenta ainda como fatores etiológicos todos aquelesem caixas de texto
verde-esouras da Figura 9.f, demonstrando a correlação entre a etiologia das alterações musculares e articulares
em OTM. Da mesma forma que na Figura 9.1, também os caracteres Individuais são detenninantes na evolução ou
não das alterações em v.irios pontos do processo: deles depende, por exemplo, se a hiperatividade muscular vai
causar ou não deslocamento com redução {que gera o estalo, ruído articular do tipo click) e se este vai evoluir ou
não para deslocamento sem reduçiío. Na ocorrfncia de deslocamento de disco sem redução, vai ocorrer um desdo-
bramento intra-articular {caixas de texto de cor rosa) definido pelo contato direto das superflcies artkulares, que
pode evoluir para inflamação articular {que pode aumentar o contato direto das supe.rfldes articulares) e causar
degeneração articular. Tanto a degeneração quanto a inffamaçiío articular podem causar dor articular, que pode
evoluir para dorcrOnica, causando os sintomas (em caixas de texto roxas) como dor no ouvido, dor na ca~eça e dor
na face, na dependência dos caracteres individuais (cuja influência vai indicada pelas setas vennelhas). A dege-
neração a·rticular pode levar à formação de esplculas ósseas no 1/quido sinovial, respons.iveis pelo ruído similar ao
barulho de areia raspando {crepitação). São fatores etiológicos comuns (caixas de texto marrons) também os trau-
mas mecctnicos, as infecções e as doenças sist~mlcas (como a artrite), os quais podem causar inflamação articular
diretamente. {Fonte: arquivo pessoal.)
132 • OCLUSÃO DENTÁRIA- PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Carlsson GE. Criticai review of some dogmas in prosthodontics. J Prosthodont Res. 2009; 53(1):
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Carlsson GE. Some dogmas related to prosthodontics, temporomandibular disorders and occlusion.
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t1215•·t r
INTRODUÇÃO
Figura 10.1 Paciente com desgaste dental muito acentuado provocado por bruxismo de grande intensidade e
longa duração. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 10 ..2 Observe as lesões cervicais não cariosas, bastante extensas, do tipo abfração. As abfrações podem
ser causadas pela concentração de esforços junto à união amelocementária, daí alguns autores considerarem-nas
caracter1sticas de sobre-esforço oclusal. (Fonte: arquivo pessoal.)
Cap(wlo 10 EXAMES DO PACIENTE COM VISTAS À OCLUSÃO • 13 7
EXAMES DO PACIENTE
Anamnese
'Ver Barac.tt (2009), BelllnJ (2009) e Matacltlloglou (2010), na8JbUografi• - C•plrulo 10.
140 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Exame físico
Figura 10.3 Exame dfn ico extraoral: lesão cutânea diagnosticada durante exame de rotina e que foi identificada
como um carcinoma de pele. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 10.4 Exame cUnicoextraoral: observe a tumefação do lado direito da paciente causando uma assimetria
fadai. {Fonte: arquivo pessoal.)
142 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRl:NCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 1 O.S Exame dfnico extraoral: obs-erve a perda de OVO causando .a aproximação do mento com a ponta do
nariz., dimin uindo o terço inferior da fac-e e p romovendo uma caracterfstica estética inadequada. (Fonte: arquivo
pessoal.)
Figura 10.6 Exame clinico exrraoral: aparência estética prejudicada pela ausência de dentes. (Fonte: arquivo pes~
soai.)
Capitulo 10 EXAMES 00 PACIENTE COM VISTAS À OCLUSÃO
• 143
Figura 10.7 Exame clinico extraoral. Palpação muscular: palpação do feixe anterior do m6sculo temporal. Pode
ser feita também a palpação dos feixes médios e posteriores. A palpação deve ser feita em ambos os lados sepa-
radamente. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 1 0.8 Exame clfnico extraoral. Pal,pação muscular: palpação da inserção do masseter junto ao arc,o zigomá·
tico. A palpação deve ser feita em ambos os lados separadamente. (Fonte: arquivo pessoal.)
144 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 10.9 Exame dfnico extraoral. Palpação m uscular: palpação da inserção do masseter junto ao ~ngulo da
mandlbula. A palpação deve ser feita em ambos os lados separadamente. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 10.10 Exame clínicoextraoral. Palpação anicular.: palpação da ATM, que pode ser feita com a boca aberta e
com a boca fechada. A palpação deve ser feita em ambos os lados separadamente. (Fonte: arquivo pessoal.)
Cap(wlo 10 EXAMES DO PACIENTE COM VISTAS À OCLUSÃO 8 145
O exame físico intraoral deve iniciar-se pelos tecidos moles da cavidade oral,
em toda a sua extensão. Devem ser investigados os lábios, em suas porções in-
terna (mucosa labial) e externa (vermelhão dos lábios), a mucosa jugal em toda
a sua extensão, a mucosa de recobrimento dos rebordos alveolares, o assoalho da
Figura 10.11 Exame clfnico extraoral: avaliação da amplitude da abertura bucal. O caso que ilustra esta figura é
da mesma paciente das Figuras 93, 9.4 e 10.39, a qual apresenta um quadro de artrose nas ATMs e tem, em decor-
rência disso, uma limitação de abertura. (Fonte: arquivo pessoal.)
146 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 10.12 Exame dlfnico intraoral: todo exame clínico deve ser o mais abrangente po.ssfvel. Assim, ao fazer o
exame intrabucal, é importante realizar uma avaliação de toda a mucosa de revestimento bucal, incluindo a língua,
os rebordos alveolares.. as mucosas jugal e labial, bem como os palatos duro e mole. (Fonte: arquivo pessoal.)
Coplwlo 10 EXAMES DO PACIENTE COM VISTAS À OCLUSÃO
• 147
Figura 10.13 Exame clfnico intraoral: aspectos indicativos de bruxismo em tecidos moles, como a lfngua eden-
tada (marcada pelos dentes), como indicado com as set.as amarelas; e em tecidos duros, como os desgastes dos
dentes indicados pelos círculos amarelos. Além destes sinais, a anamnese com relato de ranger os dentes durante
o sono (normalmente relatado pelo[a) parceiro[aD permite a identifi,ação clínica do bruxismo do sono. (Fonte:
arquivo pessoal.)
Figura 10.14 Exame dfnico intraoral: outro aspecto indicativo de bruxismo na mucosa, agora jugal: a linha alba,
sinal de hiperqueratinização na região compatível com o plano oclusal, causada pelo movimento dos dentes
inferiores durante o sono. (Fonte: arquivo pessoal.)
148 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 10.15 Exame clínico intraoral: desgaste acentuado, causando diminuição da altura das coroas, em pacien-
te com brwdsmo severo. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 10.16 Exame clfnico intraoral: abfrações (circundadas em amarelo), que a literatura correlaciona com a
concentração de esforços junto ao colo do dente. (Fonte: arquivo pessoal.)
Cap(Wlo 10 EXAMES DO PACIENTE COM V15TAS À OCLUSÃO 8 149
Figura 10.17 Exame clínico intraoral: avaliação do engrenamento dos dentes em cêntrica. Verificar se não h~ inva-
sões do pia no oclusal, com alteração das curvas anteroposterior e laterolateraL (Fonte: arquivo pessoal.)
150 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 1O.18 Exame clínico intraoral: avaliação da lateralidade esquerda. Observe que, neste caso, ao contr~rio do
que ocorre na Figura 4.6, não há contato somente do canino, mas guia em grupo, provavelmente motivada pelo
desgaste dos caninos. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 1O.19 Exame clínico intraoral: avaliação da lateralidade esquerda. Observe que, neste caso, ao contr~rio do
que ocorre na Figura 4.5, não há contato somente do canino, mas guia em grupo, provavelmente motivada pelo
desgaste dos caninos. (Fon1e: arquivo pessoal.)
Capitulo 10 EXAMES 00 PACIENTE COM VISTPS À OCLUSÃO
• 151
Figura 10..20 Exames complementares: radiografia periapical da paciente da F"tgur.; 10.4 mostrando a raiz resi-
dual e a lesão periapical a ela associada, respon~veis pela tumefação apresentada na Figura 10.4. {Fonte: arquivo
pessoal.)
Figura 10.21 Exames complementares: radiografia transcraniana panoramica do paciente da Figura 10.12. Ara-
diogra1ia transcraniana panoramica, como o próprio nome j.i indica, permite uma a•Jaliação panorâmica dos te-
cidos duros relacionados com a cavidade oral, principalmente dentes e estruturas ósseas anexas. Avaliações mais
detalhadas dos dentes exig!m radiogra1ias periapicais. NÃO é uma radiografia adequada para avaliação das ATMs.
{Fonte: arquivo pessoal.)
152 • OCLUSÃO DENTÁRIA- PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 10.22 Exames complementares: radiografia transaaniana panoramica de uma paciente que nos procurou
com queixa de estalo l'.inico, dor e limitação de movimento, mas apresentava uma recidfva de adenocarclnoma na
região de angulo da mandíbula (setta amarela - observe a extensão da lesão para distal), de tamanha extensão que
separou os processos condilar e coronoide do restante da mandfbula (o que promoveu o estalo, a dor e a limitação
de movimento). (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 10.23 Exames complementares: radiografia transcraniana de ATM, lado esquerdo e boca fechada, dopa-
ciente da Figura 1O.12, que apresenta condições articulares normais: Em C.. o côndilo, e em FM, a fossa mandibular.
(Fonte: arquivo pessoal.)
Coplwlo 10 EXAMES DO PACIENTE COM VISTAS À OCLUSÃO
• 153
Figura 10.24 Exames complementares: radiografia transcraniana de ATM, lado esquerdo e boca aberta, dopa-
ciente da Figura 10.23, qu e apresenta condições articulares normais.. Em(, o côndilo, e em FM, a fossa mandibu-
lar. Veja que o côndilo se anteriorizou em relação à Figura 10.23, percorrendo o tubérculo articular (TA). (Fonte:
arquivo pessoal.)
Figura 10.25 Exames complementares: radiografia transcraniana de ATM, lado direito e boca fechada, do pacien-
te das figuras anteriores. Em C, o côndilo, e em FM, a fossa mandibular. Observe a presença de um osteófito na
região anterior do côndilo (0). (Fonte: arquivo pessoal.)
154 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 10.26 Exames complementares: radiografia transaaniana de ATM, lado direito e boca aberta, do paciente
das figuras anteriores. Em(, o cônd11o,eem FM, a fossa mandibular. Veja que o côndilo se anteriorizou em relação
à Figura 10.25, ultrapassando o tubérculo articular (TA). (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 10.27 Exames complementares: radiografia transcraniana de ATM, lado esquerdo e boca aberta, dopa-
ciente da Figura 10.22, que apresentava o adenoc.arcinoma do lado direito. Em C., o côndilo, e em FM, a fossa
mandibular. (Fonte: arquivo pessoal.)
Cap(wlo 10 EXAMES DO PACIENTE COM VISTAS À OCLUSÃO 8 155
Figura 10.28 Exames complementares: radiografia transaaniana de ATM, lado direito e boca aberta, do paciente
da Figura 1027. Em FM, é possível ver o contorno da fossa mandibular, mas o côndilo não aparece, por ter sido
deslocado pelo tumor. {Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 10.29 Exames complementares: tomografia computadorizada das ATMs, em corte frontal, da paciente da
Figura 10.11. A degeneração articular causada pela anrose é visível em ambos os côndilos, pela alteração morfo-
lógica. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 10.30 Exames complementares: ressonancia magnética de ATM. Em DA, o disco anicular; em e, o côndilo
e em PTL, os feixes superior e inferior do músculo pterigóideo lateral. (Fonte: arquivo pessoal.)
Cap(wlo 10 EXAMES DO PACIENTE COM Vl5TAS À OCLUSÃO • 157
me clínico voltados para DTM, e que podem fornecer úteis subsídios também
para a atividade do clínico. Entre estes ressaltamos o índice de Helkimo e, mais
recentemente, o Researclt Diagnostic Criteria for Temporo Mandibular Disorders _
http://www.rdc-trndinternational.org (RDC/TMD).
Figura 10.33 Modelos obtidos em gesso tipo lV (porção útil} e comum {corpo). (Fonte: arquivo pessoal.}
Figura 10.34 Forquilha do arco facial revestida com uma lamina de cera 7 dobrada e recortada. {Fonte: arquivo
pessoal.)
160 • OCLUSÃO DENTÁRIA- PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 10.35 Com o modelo superior hidratado e a cera plastificada previamente em chama de lamparina, mar-
cam-se as incisais e pontas de cúspide na cera., obtendo a estabilização sem básculas do modelo superior. (Fonte:
arquivo pessoal.)
Figura 10.36 Marcações obtidas pelo procedimento descrito na figura anterior. (Fonte: arquivo pessoal.)
Cap/Wlo 10 EXAMES DO PACIENTE COM V15TAS À OCLUSÃO 8 161
Figura 10.37 Forquilha posicionada na boca do paciente, que deve se,gur.i-la como indicado, e NÃO mordê-la.
(Fonte: arquivo pessoal.}
Figura 10.38 Arco facial posicionado no paciente mediante o procedimento (ver Vuleo 10.1 no
Odonto J CONSULT ).(Fonte:arquivo pessoal.)
Figura 1039 O ajuste da guia condilar em 300 para montagem do arco facial no articulador, conforme preconiza·
do pelo fabricante. {Fonte: arquivo pessoal.)
Coplwlo 10 EXAMES DO PACIENTE COM VISTAS À OCLUSÃO
• 163
Figura 10AO Arco facial montado no articulador. Todo!os parafusos do arco devem ser apertados e a haste hori-
zontal do arco deve tocar o ramo superior do articulador. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 10A1 Modelo superior posicionado sobre a forquilha. Não deve haver báscula do modelo, e o gesso deve
ser depositado sobre o corpo do modelo para unHo à i:,laca de montagem do ramo superior do articulador. (Fon-
te: arquivo pessoal.)
164 • OCLUSÃO DENTÁRIA- PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 10.4.2 Registro de RC mediante manipulação da mandíbula, sem contato dentArio direto. (Fonte: arquivo
pessoal.)
Figura 10.43 Montagem do modelo inferior sobre o registro de RC posicionado sobre o modelo superior, com o
articulador invenido. Com o pino guia incisai em zero (ramos superior e inferior do articu lador paralelos entre si),
o modelo in ferior é unido à plataforma de montagem do ramo inferior ao articulador. (Fonte: arquivo pessoal.)
Cap(wlo 10 EXAMES DO PACIENTE COM VISTAS À OCLUSÃO 8 165
Figura 10A5 Posicionamento dos modelos em lateralidade esquerda no articulador, usando o registro obtido na
figura anterior. Dessa fonna, os dispositivos condilares do articulador vão reproduzir o movimento de lateralidade
e, desse modo, o dispositivo condilar de balanceio (direito) vai se posicionar para baixo, para frente e para medial.
(Fonte: arquivo pessoal.}
Figura 10A6 O dispositivo condilar direito posicionado 1para baixo, na posi~o de lateralidade esquerda. Observe
que a guia c:ondilar (teto da cavidade) não toca o côndilo. (Fonte: arquivo pessoal.)
Caplwlo 10 EXAMES DO PACIENTE COM VISTAS À OCLUSÃO
• 167
Figura 10.47 O teto é abaixado até tocar suavemente o disp ositivo condilar, marcando assjm o quanto este se
movimentou para baixo e p ara frente. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 10A8 A inclinação d eixada pelo teto na marcação da guia condilar é registrada individualizando o angulo
da guia condilar deste lad o (direito). (Fonte: arquivo pessoal.)
168 • OCLUSÃO DENTÁRIA- PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 10.49 O dispositivo condilar direito movimenta-se para medial na lateralidade esquerda. Observe que a
parede medial da cavidade articular não toca o dispositivo condilar. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 10.50 A parede medial é levada a encostar-se no dispositivo condilar, marcando assim o quanto este se
movimentou para medial. (Fonte: arquivo pessoal.)
Coplwlo 10 EXAMES 00 PACIENTE COM VISTAS À OCLUSÃO
• 169
Figura 10.51 A inclinação definida pela parede medial é regis.trada como sendo o angulo de Bennen individuali-
zado para este lado (direito). (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 10.53 Transferência do registro de lateralidade direita para o articulador. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 10.54 Registro do 3ngulo da guia condilar do lado esquerdo, feito a partir da lateralidade direita. (Fonte:
arquivo pessoal.)
Capitulo 10 EXAMES 00 PACIENTE COM VISTAS À OCLUSÃO
• 171
Figura 10.55 Registro do angulo de Bennett do lado esquerdo, feito com a lateralidade direita. (Fonte: arquivo
pessoal.)
Rgura 10.56 Modelos montados em articulador semiajustável, do tipo ARCON, com os angulos devidamente
individualizados (Fonte: arquivo pessoal.)
172 8 OCLUSÃO DENTÁRIA- PRINCÍPIOS EPRÁTICA CLÍNICA
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TRATAMENTO DAS DISFUNÇÕES
TEMPOROMANDIBULARES
Leonardo Marchini
Vicente de Paula Prisco da Cunha
INTRODUÇÃO
tros), ele deve ser alertado para buscar fazê-lo. Somente esta orientação já traz
efeitos benéficos, como a diminuição da sintomatologia, para muitos pacientes.
Portanto deve sempre ser feita pelo profissional.
Uma vez diagnosticada a principal alteração presente (dor muscular), a
sua causa deve ser investigada (Figura 9.1). Se decorrente de uma inflamação
muscular causada por trauma mecánico, então apenas o controle da dor e da
inflamação é suficiente. No entanto, se a inflamação muscular for decorrente
de hiperatividade muscular, então o tratamento pode voltar-se para o controle
das causas da hiperatividade muscular (que será avaliada mediante anamnese e
exame clínico).
• TABELA 11.1 Sinopse de alguns meios frequeotemeote utilizados pelos clrutgjões-deotL<tas para o gereodameoto
imediato da lnflamaçio muscular em wos de DTM de origem mwcular com slntomatologlaaguda
'DDpla U...cllnko Yantaps ~
Medlcaaw,tos Tao~. 1 cp. via oral, de 8 em 8 Efeito r.lpidô Nãoagem nacawada
hora; por 7 dias Não alge equipameotos inAamaç.ão
Dorllax•, 1 cpvboral, eles em8 Efeítos colaterais
horai por Odias. Intolerãoclaa um ou mais
Dorllex•, 1 cp. via oral, de 8 em 8 componente, da fórmula
hora; por 7 dias. Efeíto não du.radowo
'Impla com calor Bolsa de .lgua quente, envolta Eleito r.lpidô Nãoagem nacawada
em uma t.oalha de rosto, por 15 Não alge equipameoto, inAamaç.ão
minutos, de 2 a 3 ve2es ao dia Nãoapresentaefeltos E.fe!IO oão duradouro
colateral, lmportaotes
Não bl. lotoler.locla
Massagem da Aplkada oa musculatuca Efeito r.lpldô Nãoagem nacawada
musculatura mastlgatória e também oa região Não alge equipameoto, inAamaç.ão
cervical, no consultório Nãoapresentaefeltos Efe!IO oão duradouro
colateral, lmportaotes
Não bl. lotoletãocla
Esdam<oto ReaU,ado pelo elrurgjão-<lentista Eleito r.lpldô Nãoage.m nacawada
musn1lar mediante e:xetdcio de abertuta Não exige equipameoto, inAamaç.ão
buca ou maouteoçfo de abertura Nãoapre,entaefeltos Efe!IO oão duradouro
buca. com recursos simples colateral, lmportaotes
(espltulas de madeira, p. ex.) Não bl. lotoletãocla
178 • OCLUSÃO DENTÁRIA- PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Existem vários tipos de placas oclusais e, neste volume, vamos sempre nos re-
ferir à placa estabiliz.adora (também chamada de placa de relaxamento muscu-
lar), ou seja, a placa de resina acrílica, rígida, plana e com contatos simultâneos
e bilaterais dos dentes anteriores e posteriores em cêntrica, com ou sem guias
anteriores.
As placas oclusais são uma das formas de terapia mais empregadas para o
tratamento das DTMs de origem muscular e, muitas vezes, também das DTMs
intra-articulares. No entanto seu modo de ação não está plenamente esclareà-
do, embora haja várias teorias a este respeito (Quadro 11.1), e não há consenso
quanto à sua utiliz.ação clínica.
Embora fartamente utilizadas na clinica diária para tratamento das DTMs, a
falta de consenso quanto ao uso da placa decorre principalmente da ausência de
número suficiente de trabalhos clímcos duplo-cegos, com grupo controle ade-
QUADRO 11.1 Shu>pse das toorlas pmposw para npllcar a açlo das pua< odusals (plaas -blllncloras) no
-todasD'l'Ms1
Obtençfo de esbbUldade mandibular em cêntrlca
Desprogramação neuromuscu.Lar1
Aumento da dlmeruão vertical
Leve alongamento da mwculatura m.astlgatõr!a em poslçfo de RC'
Modiúcaçlo da relação côndUo/fossa mandibular
Ahsorç1o parcW dos esforços oriundos da plataforma oclusal
Relaxamento da mwcuJ.atura mastlgatõrla'
Auxilla na peo:epção de Mbkos parafunclonals
E.feito plao,bo
Figura 11.1 Material necess.1rio para confecção de uma placa anterior em consultório. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 11 .2 Após a confecção de um rolete de resina acrílica quimicamente ativada incolor, este deve ser posi-
cionado sobre os incisivos superiores, na fase plástica, e adaptado às superflcies vestibular e lingual. Durante a
polimerização, o rolete deve ser posicionado e removido v.1rias vezes, diminuindo, assim, o efeito térmico gerado
pela exotennia. A face oclusal deve ser mantida plana e com o maior número de contatos com os dentes antago-
nistas. (Fonte: arquivo pessoal.)
Coplru/o 11 TRATAMENTO DAS DISFUNÇÕES TEMPOROMANOIBULARES
• 181
Figura 11 .5 Placa anterior em posição na boca. Após a polimerização devem ser observados os contatos com os
antagonistas e proporcionados acabamento e polimento~ peça. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 11 .6 Placa de recobrimento total confeccionada para o arco superior em laboratório. Observe como a
qualidade de polimerização e acabamento é superior, ouando em comparação com as placas das Figuras 115 e
11.15. (Fonte.: arquivo pessoal.)
Capitulo 11 TRATAMENTO DAS DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES
• 183
Figura 11.7 Placa de recobrimento total confeccionada para o arco inferior. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 11.8 Paciente para o qual será confeccionada uma placa de recobrimento total sobre acetato. (Fonte:
arquivo pessoal.)
184 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 11.9 Modelo obtido a partir de molde em alginato,já perfurado na base para pennitir melhor formação de
vácuo na plasti1icadora das placas de acetato. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 11 .10 Alívio nas áreas retentivas confeccionados em resina. Os alfvios não podem ser em cera devido ao
aquecimento das placas na plastificadora, o que eliminaria parte do alívio obtido. (Fonte: arquivo pessoal.)
Capitulo 11 TRATAMENlO DAS DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES
• 185
Figura 11.11 Placa de, acetato já plastificada sobre o modelo. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 11 .12 Placa de acetato recortada do modelo. Observe que a placa é edentada e, portanto, não apresenta
os requisitos de uma p laca estabilizadora (que deve ser plana). (Fonte: arquivo pessoal.)
186 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 11.13 Prova do acetato na boca e verificação da retenção proporcionada. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 11 .14 Aplicação da resina sobre o acetato para tornar a placa plana. A placa com a resina é levada em
posição na boca e o paciente deve ocluir levemente, marcando as pontas de cllspides e incisais na resina. Após a
polimerização da resina, as marcações são removidas por desgaste, mantendo apenas o contato com o a ntago-
nista, sem a edentação. (Fonte: arquivo pessoal.)
Capitulo 11 TRATAMENID DAS DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULAFES
• 187
Figura 11.1 S Placa de resina sobre acetato, de recobrime,nto total, posicionada na boca. (Fonte:arquivo pessoal.)
Figura 11.16 Aspecto oclusal da placa de resina sobre acetato, de recobrimento total, que deve ser plana para agir
como uma placa estabilizadora. (Fonte: arquivo pessoal)
188 • OCLUSÃO DENTÁRIA- PRINCÍPIOS E PRÁTICA CLÍNICA
Figura 11 .17 Paciente portador de OTM com v.1rias ausências dentárias. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 11.18 Placa confeccionada para o paciente da Figura 11 .17, em laboratório, e com dentes,. para alfvio da
sintomatologia e melhora do aspecto estético antes da confecção das próteses. (Fonte: arquivo pessoal.)
Cap(wlo II lRATAMENTOOAS DISFUNÇÕESTEMPOROMANDIBULARES 8 189
Figura 11 .19 Acupuntura em ponto da face para alívio da sintomatologia dolorosa. (Fonte: arquivo pessoal.)
190 • OCLUSÃO DENTÁRIA - PRINCÍPIOS EPRÁTICA CLÍNICA
Figura 11.20 Acupuntura em ponto no braço para alívio da sintomatologia dolorosa. (Fonte: arquivo pessoal.)
Figura 11.21 Paciente portador de OTM crônica se apresentou para o tratamento portando o aparelho mostrado
na figura, única solução, segundo ele, para melhora da sintomatologia dolorosa. (Fonte: arquivo pessoal.)
Caplrulo 11 TRATAMENTO DAS DISFUNÇÕES TEMPOROMANOIBULARES 8 191
Figura 11.22 No entanto, como podemos observar, não h.i qualquer atuação oclusal do aparelho, o que faz deste
caso um exemplo típico de efeito placebo. (Fonte: arquivo pessoal.)
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•
A Autocontrole da dor, 52
Avaliação da amplitude da abertura bucal, 145
Abertura máxima, movimento de, 62 Avaliação da lateralidade esquerda, 150
Abfrações, 147 Avaliação do engrenamento dos dentes em cêntrica,
Acupuntura, 189 149
Alterações degenerativas, 128
Alterações do sono, 137
Alterações ínfLunatórias, 128 B
AM (abertura máxima), 70, 71
Anamnese, 138 Brwdsmo, 1OS
Ãngulo da guia condilar, 90 características clínicas, 109
Ãngulo de Bennett, 91 diagnóstico, 107
Ãngulo de Fisher, 92 etiologia, 106
Apreens.io, 32 gerenciamento, 114
Arco de Cysi, 68 Bruxismo do sono, 46
Arco facial, 101, 102
ARCON,98
Area cirúrgica., oclusão na, 10 e
Articulações temporomandibul.ues, 24
Caixa articul.u, 98
Articulador facial, 102
Cápsula articul.u, 26
Articuladores, 95
Capsulite, 130
articulador e arco facial, 102
Cemento, 33
d,ssificação dos, 98
Corte, 32
componentes dos articu.la.dores semiajustáveis, 98
histórico, 96
não ajustáveís, 9
D
semiajustáveis, 98
totalmente ajustáveis, 98 Decomposição dos movimentos mandibula.res nos
Artrites, 128 três planos do espaço, 68
Artrose, 128 Dentadura, 63
205
206 • OCLUSÃO DENTÁRIA- PRINCÍPIOS EPRÁTICA CLÍNICA
H M
N PM (protrusiva máxima), 70
Polissonografu com controle eletrorniográfico do
NÃOARCON, 98 músrulo masseter, 107
Nervo hipoglosso, 32 Processo estíloide, 21
Propriocepção da dor, 37
Ptól~~ Lui...J WULU:>:)uputl..itl.t {PTMS), 63
o Próteses dentárias, 11
Protrusão, movimento de, 61
OC (máxima íntercuspidação), 70
Oclusão, 1
aspectos clmicos, 11 R
controvérsias em, 15
imp,rtância da, 2 Radiografu periapical, 151
na área cirúrgica, 10 Radiografu transcraniana
na enclodontia, 10 de ATM, 153-155
na periodontia, 8 panorâmica, 151, 152
Oclusão balanceada, 63,66 Raiz motora do nervo facial, 32
Oclusão central (OC), 74 Raiz motora. do nervo trigêmeo, 31
Oclusão, determinantes da, 85 Ranger os dentes, 46
comlação entre os determinantes fixos e variáveis RC·AM (abertura máxima), 70
da oclusão, 90 Relação central (RC), 74
determinantes lixos e variáveis da oclusão, 87 Relações maxilomandibulares, 73
Oclusão mutuamente protegida, 64-66 conceitos clinicas de interesse, 81
Osso .tveolar, 33 dimensão vertical de oclusão (DVO), 74
Osso maxilar, 22 dimensão vertical de repouso (DVR), 74
ÍNDICE • 209