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17/09/2017

Centro Universitário Doutor Leão Sampaio


Departamento de Odontologia
Novos conceitos e tendências da Dentística Operatória
Disciplina de Odontopediatria

Atividade e Risco
Dentística aplicada a • Atividade: existe manifestação visível da doença na ocasião do
Odontopediatria exame clínico.

• Risco: algo futuro, incerto, que pode ou não ocorrer. Indica a


Marayza Alves Clementino
probabilidade do indivíduo vir a desenvolver a doença.

Juazeiro do Norte- 2017 (BONECKER, GUEDES-PINTO, FERNANDES, 2010)

Novos conceitos e tendências da Dentística Operatória Novos conceitos e tendências da Dentística Operatória

A mínima intervenção em Odontologia preconiza a


paralização da lesões cariosas iniciais, bem como a realização
de procedimentos minimamente invasivos em casos mais
avançados, enfatizando o tratamento da doença por meio do
controle de seus fatores etiológicos.

Novos conceitos e tendências da Dentística Operatória Isolamento do campo operatório


Educação Os trabalhos de dentística Operatória e
do Restauradora realizados com isolamento
paciente
absoluto, comumente são de qualidade final
melhor que aqueles realizados sem esse tipo
de isolamento.

Saúde
bucal O uso é indicado em todos os casos, desde
Material que possível a sua adaptação.
Controle
emprega
do vigilante

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Isolamento do campo operatório Isolamento do campo operatório


Vantagens: Vantagens:

Visão ampla do campo de trabalho; Elimina a possibilidade da criança deglutir


Conservação asséptica da polpa radicular em restos de material ou instrumentos de
em pulpotomias e pulpectomias eliminando pequeno porte;
o fator séptico da saliva; Diminui o tempo de trabalho;
Exclusão da umidade; Ajuda no manejo da criança;
Proteção dos tecidos moles; O dique reprime os movimentos da língua e
das bochechas.

Isolamento do campo operatório Isolamento do campo operatório


Limitações do isolamento absoluto: Explicação a criança

Dentes recém-erupcionados. (Grampos de retração gengival;


Pacientes com asma ou problemas respiratórios; Muitos profissionais evitam o uso do
Pacientes com problemas psicológicos; isolamento absoluto com medo de que essas
crianças não aceitem.
Alguns terceiros molares;
Tempo de colocação.

Isolamento do campo operatório Isolamento do campo operatório


Explicação a criança Instrumental necessário para isolamento absoluto do campo operatório:

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Isolamento do campo operatório Isolamento do campo operatório


1. Profilaxia;  Provar o grampo; 3. Marcação do lençol de borracha;
2. Escolha do Grampo;  Colocar amarrias
com fio dental nas
Dentes Grampos asas do grampo.
Primeiros Molares permanentes 7 Ivory, 201 SSW
(superiores e inferiores)
Molares permanentes parcialmente 14 e 14A
erupcionados
Molares decíduos 2 eW8A da Ivory ou 206
SSW
Caninos decíduos 00 Ivory ou 209 SSW
Segundos Molares inferiores decíduos 201 SSW

Isolamento do campo operatório Isolamento do campo operatório


4. Perfuração do lençol; 5. Colocam-se o dique
e o grampo
selecionado no arco de
Ostby;

6. Adapta-se a pinça
porta grampo no
grampo; e leva todo o
conjunto a boca;
Vaselinar os dique
de borracha junto
as perfurações;

Isolamento do campo operatório Isolamento do campo operatório


7. Após a adaptação do 8. Os demais dentes, são após
grampo no dente, passasse a passar pelo orifício do lençol de
borracha por baixo das aletas borracha, mantidos firmes por
do grampo; amarrilhas de fio dental.

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Isolamento do campo operatório Isolamento do campo operatório


Técnicas de colocação do isolamento absoluto Cuidados no momento da remoção do isolamento:

Nos dentes anteriores, pode-se adaptar o dique de borracha sem o uso de Remover os resíduos da superfície de borracha;
grampos, fixando o por meios de amarilhas de fio dental.
Retirar as cunhas quando presentes;
Cortar e remover as amarrilhas;
Cortar a borracha dos espaços interproximais;
Remover o grampo com o auxilio da pinça porta grampos;
Retirar a borracha e o arco.

Isolamento do campo operatório Isolamento do campo operatório


Regra geral para colocação do isolamento: Isolamento relativo com roletes de algodão

Dentes anteriores  Isolar a extensão que vai Isola os dentes apenas da umidade bucal.
de pré-molar de um lado até o pré-molar do
lado oposto.
Indicações:
Dentes posteriores  Sempre que possível,
isolar dois dentes a distal do dente a ser Quando não for possível colocar o dique de borracha;
tratado e todos os dentes a mesial até canino Durante a realização de Tratamento Restaurador Atraumático;
do lado oposto. Aplicações de flúor.

Isolamento do campo operatório Remoção do tecido cariado

Isolamento relativo com roletes de algodão Os tecidos cariados podem ser removidos tradicionalmente por:

Instrumentos manuais (curetas);


 Maxila – rolete de algodão por vestibular;
Brocas esféricas em baixa velocidade;
 Mandíbula – roletes na vestibular e lingual;
Métodos químicos mecânicos (jatos de oxido de alumínio).
 Automaton de Garmer , grampos com asa (201
SSW, 3 Ivory).

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Remoção do tecido cariado Remoção do tecido cariado

Dentina infectada: Dentina afetada:

 Caracterizada pela textura  Consistência mais endurecida,


amolecida, coloração amarelada, destaca-se em forma de lascas ou
de aspecto úmido. escamas, tem coloração
 Histologicamente, apresenta-se acastanhada.
desmineralizada, com degradação  Menor grau de desmineralização,
de fibras colágenas e altamente preservação da integridade da
contaminada. malha colágena, com um número
passível de bactérias, sendo
passível de remineralização.

Infectada Afetada

Abordagem não-invasiva
Indicação:
Lesões em esmalte;
Lesões em superfícies proximais na metade externa de dentina não cavitadas;
Lesões em superfícies oclusais ou lisas na metade externa de dentina cavitadas,
desde que não causem prejuízo a função dentária, estética ou apresentem
sensibilidade;
Controle do biofilme, restrição de açucares e uso racional do flúor.

Abordagem não-invasiva Abordagem não-invasiva

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Abordagem não-invasiva Abordagem não-invasiva

Abordagem não-invasiva Abordagem não-invasiva


Observação e controle
Baseada no controle de fatores etiológicos e determinantes da doença;
Observação Selantes Preconiza a conscientização e motivação do paciente, restrição do consumo de
e controle oclusais açúcar e uso racional de flúor;
O êxito depende da cooperação do paciente, obtida mediante sua educação.

Selamento
da cárie

Abordagem não-invasiva Abordagem não-invasiva


Aplicação de cariostático Protocolo de aplicação do cariostático:
Diamino Fluoreto de prata
Profilaxia com pedra-pomes e água;
Selar mecanicamente as cicatrículas e fissuras, Remoção da dentina amolecida com curetas;
Lavagem e secagem;
Indicados em dentes recém-erupcionados;
Proteção dos tecidos moles com vaselina;
Boa relação custo-benefício (especialmente para a saúde publica);
Isolamento relativo e secagem do campo operatório;
Mecanismo de ação Aplicação com pincel ou microbrush, por 3 minutos;
Deposição de íons prata na superfície da lesão  paralisação da
desmineralização Lavagem abundante por 30s.

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Abordagem não-invasiva Abordagem não-invasiva


Protocolo de aplicação do cariostático: Protocolo de aplicação do cariostático:

Abordagem não-invasiva Abordagem não-invasiva


Protocolo de aplicação do cariostático: Protocolo de aplicação do cariostático:

Abordagem não-invasiva Abordagem não-invasiva


Selantes oclusais

A alta incidência de cárie dentária nas faces oclusais relaciona-se


com a retenção de resíduos alimentares e microrganismos nas partes Todos estes estudos provam a eficácia e o uso d o selante.
mais profundas dos sulcos e fissuras.

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Protocolo de aplicação de selantes


Abordagem não-invasiva
Selantes oclusais

Selantes são materiais com características adesivas que atuam


penetrando nas fossas e fissuras, criando uma barreira mecânica nessas
superfícies.

Selantes proximais
 Muitas vezes necessária a separação temporária dos
dentes com elásticos ortodônticos.
 Acompanhamento clinico e radiográfico deve ser
realizado rotineiramente.
Protocolo de aplicação de selantes

Protocolo de aplicação de selantes

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Abordagem não-invasiva
Selamento de cárie dentária
Abordagem invasiva
Existe uma preocupação com presença de cárie dentária em pontos
mais profundos dos sulcos e fissuras não visíveis clinicamente.
Indicação:
Lesões em superfícies proximais na metade interna de dentina;
Estudos tem sugerido que o uso extensivo de selantes pode Lesões em superfícies oclusais ou lisas na metade externa de
mascarar a presença de cáries dentinárias subjacentes extensas.
dentina cavitadas que causem prejuízo a função dentária, estética
ou apresentem sensibilidade;
Lesões em superfícies oclusais ou lisas na metade interna de
dentina.

Abordagem invasiva Abordagem invasiva


• Abordagem minimamente invasiva: Apenas a dentina infectada deve Abordagem minimamente invasiva  GEL PAPA CÁRIE® / Brix 3000
ser removida (camada externa, amolecida, amarelada, úmida, mais
bactérias), a dentina afetada deve ser preservada (camada interna,
endurecida, acastanhada, menos bactérias). Usado para remoção químico-mecânica da cárie, dispensa o uso de
brocas e anestesia local, além de preservar tecido dentário.
• Instrumentos manuais, brocas esféricas de baixa velocidade; remoção
químico-mecânica (GEL PAPA CÁRIE® / Brix 3000).

Abordagem invasiva
Abordagem minimamente invasiva  GEL PAPA CÁRIE®/ Brix 3000
Papaína:
Enzima com atividade proteolítica e anti-inflamatória;
Cloramina:
Composto de cloro e amônia, com propriedades bactericidas e
desinfetantes;
Azul de toluidina:
Corante fotossensível com ação antimicrobiana.

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Abordagem invasiva Abordagem invasiva


Abordagem minimamente invasiva  GEL PAPA CÁRIE® / Brix 3000 Restaurações com cimento ionômero de vidro
Protocolo para aplicação:
Cimento ionômero de vidro
Tomada radiográfica;
Profilaxia; Estética ruim;
Isolamento relativo; Baixa resistência ao desgaste e fratura;
Aplicação do GEL PAPA CÁRIE® / Brix 3000 30 a 60 seg.); Tempo de trabalho curto e
Remoção do tecido cariado ( cureta);
Reação de presa prolongada.
Reaplicação do produto (se necessário);
Observação de aspecto vítreo;
Lavar e sacar; Cimento ionômero de vidro modificado por resina composta
Restauração;
Proservação.

Abordagem invasiva Abordagem invasiva


Restaurações com cimento ionômero de vidro Restaurações com cimento ionômero de vidro
Vantagens Protocolo de aplicação
Propriedades antimicrobianas, biocompatibilidade, adesividade e • Profilaxia com pedra pomes e água;
liberação de flúor; • Preparo cavitário;
Realizar restaurações sob isolamento relativo. • Isolamento;
Desvantagem: • Matriz/cunha (quando necessário);
• Menor resistência e estética inferior quando comparado à resina • Proteção do complexo dentinopulpar (quando necessário);
composta.
• Líquido (acidificado) (10 seg.);

Abordagem invasiva Abordagem invasiva


Restaurações com cimento ionômero de vidro Restaurações com cimento ionômero de vidro modificados por resinas
Protocolo de aplicação (continuação)
• Lavagem/secagem;
• Manipulação e inserção do ionômero;
• Espera 5 min;
• Proteção da restauração (vaselina ou ketac glase-10 seg.);
• Remoção dos excessos;
• Checagem da oclusão; • 1 frasco de Pó com

• Acabamento e polimento. •
1 frasco de Líquido
1 frasco de Primer
• 1 frasco de Natural Glaze

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Abordagem invasiva
Restaurações com amálgama

Indicações:

Dentes posteriors (Classe I e II )

Abordagem invasiva Abordagem invasiva


Restaurações com amálgama Restaurações com amálgama

Protocolo de aplicação de amálgama Protocolo de aplicação de amálgama (continuação)

• Profilaxia; • Condensação: deve ser iniciada com condensadores de menor diâmetro


seguido do de maior diâmetro;
• Isolamento do campo operatório;
• Brunidura e escultura;
• Limpeza da cavidade; Preparo cavitário; • Verificar oclusão;
• Matriz/cunha (se necessário) • Polimento (outra sessão);
• Proteção do complexo dentinopulpar (se necessário); • Dispensar restos de amálgama em recipiente apropriado.

Abordagem invasiva Abordagem invasiva


Restaurações adesivas Restaurações adesivas
Vantagens
São caracterizadas por preparos cavitários conservadores e uso de Conservação da estrutura dentária sadia;
materiais com características adesivas para o tratamento de lesões Diminuição da infiltração marginal;
cariosas em dentes decíduos e permanentes.
Diminuição de recidivas das lesões;
Estética;
Indicações:
Facilidade de reparo.
Dentes anteriores e posteriores;
Coroas estéticas em dentes decíduos.

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Abordagem invasiva Abordagem invasiva


Restaurações adesivas Restaurações adesivas
Protocolo de aplicação de resina composta Protocolo de aplicação de resina composta

• Profilaxia do dente com escova com cerdas rotatórias e pedra-pomes; • Secagem


• Isolamento absoluto do campo operatório; • Aplicação do sistema adesivo;
• Remoção parcial do tecido cariado com curetas e instrumentos rotatórios • Inserção incremental da resina composta e polimerização;
em baixa rotação, com tamanho compatível com o da lesão da cárie;
• Condicionamento ácido total; • Aplicação de selante cobrindo a restauração e as fossas e fissuras
remanescente.
• Lavagem com jatos de água;

Abordagem invasiva
Técnica da réplica oclusal
• Indicada em lesões de cárie onde houve grande comprometimento
dentinário sob o esmalte íntegro (cárie oculta);
• É realizada moldagem oclusal com resina acrílica, inserção da resina
composta de forma convencional e no momento da fotoativação do
último incremento, o molde é colocado em posição;
• As etapas de escultura, acabamento e ajuste oclusal são simplificadas,
fato extremamente benéfico para Odontopediatria.

Abordagem invasiva
Técnica da coroa de acetato

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Seleção do material
Deve se considerar fatores relacionados ao paciente
Qual material restaurador devemos Risco de cárie;
escolher? Capacidade de cooperar;
Fatores relacionados ao dente:
- Decíduo ou permanente;
- Grupo dental;
- Fase que se encontra no ciclo de vida;
- Superfícies envolvidas;
- Condições de isolamento.

Tratamento restaurador atraumático Tratamento restaurador atraumático


Estudos têm mostrado a sua importância para a adaptação
O termo atraumático refere-se à técnica restauradora empregada em comportamental.
lesões dentinárias, que dispensa o uso de anestesia, isolamento
absoluto e instrumentos rotatórios. Dispensar o uso de anestesia e instrumentos rotatórios;
 Apenas instrumentos manuais são utilizados. A técnica do ART aumenta a probabilidade de maior cooperação obtida
É uma abordagem de mínima intervenção que procura preservar o pelo paciente,
máximo de estrutura dentária e emprega materiais adesivos nas Reduzindo o tempo operatório,
restaurações, rotineiramente os cimentos ionoméricos.
Evitando as fobias relacionadas a punções, ruídos e vibrações.

Bibliografia Básica:

• CÔRREA, M.S.N.P. Odontopediatria na primeira infância. São Paulo: Santos,


2010,870p.
• GUEDES-PINTO, A.C.; BONECKER, M.; FERNANDES, F.R.C.. In: GUEDES-PINTO, A.C.
Odontopediatria. São Paulo: Santos, 2010, Cap.21, p.315-345.

Dúvidas? • PORDEUS, I.A.; PAIVA, S.M. Odontopediatria. São Paulo: Artes médicas, 2014.
160p.

Para leituras complementares:

• GUEDES PINTO, A. C; MELLO MOURA, A.C.V. Odontopediatria. Rio de Janeiro:


Santos, 2016, cap, 33, p. 495-518.
• IMPARATO,J.C.P.;DUARTE,D.A.;MANFRO,A.R.G.; Odontopediatria - Prática de
saúde baseada em evidências – São Paulo: Elsevier, 2012, p.376.

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