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Título: Perio por Elas
Coordenadoras: Alexandra Tavares Dias, Cristina Cunha Villar, Daniela Bazan
Palioto, Daniela Corrêa Grisi, Flávia Furlaneto, Maria Isabel Bastos Valente, Mariana
Fampa Fogacci, Mariana Schutzer Ragghianti Zangrando, Maristela Maia Lobo,
Renata Cimões, Vanessa Frazão Cury Gonçalves
Produção editorial: Rafael Rodrigues
Revisão de texto: Silvia Spada
Diagramação: Leandro Duarte
Capa: Paulo R. Salomão

© 2023 Santos Publicações Ltda.


Todos os direitos reservados à Santos Publicações Ltda. Nenhuma parte desta publi-
cação pode ser reproduzida, armazenada ou transmitida por quaisquer que sejam os
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil
Perio por Elas / Dias, Alexandra Tavares... [et al.]. -- 1. ed. -- São Paulo:
Santos Publicações, 2023.
Outros autores: Cristina Cunha Villar, Daniela Bazan Palioto, Daniela Corrêa
Grisi, Flávia Furlaneto, Maria Isabel Bastos Valente, Mariana Fampa Fogacci,
Mariana Schutzer Ragghianti Zangrando, Maristela Maia Lobo, Renata Cimões,
Vanessa Frazão Cury Gonçalves

ISBN 978-65-84536-52-4

1. Odontologia 2. Periodontia
CDD-617.6

Índices para catálogo sistemático


Periodontia: Odontologia 617.6

Rua Apeninos, 664 - Paraíso | CEP 01533-000 – São Paulo


Tel.: (11) 5574-1200 | www.santospub.com.br

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Este livro é dedicado a todos
que amam a Periodontia.

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Coordenadoras

Alexandra Tavares Dias


Mestre em Clínica Odontológica (área de concentração em Periodontia) pela
Universidade Federal Fluminense (UFF). Doutora em Odontologia (Periodontia) pela
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Pós-doutoranda em Periodontia pela
UERJ. Coordenadora da Graduação e Professora do Departamento de Periodontia da
Faculdade de Odontologia da Universidade Veiga de Almeida (UVA). Coordenadora
do Curso de Especialização em Periodontia do IOA-RJ. Professora do Curso de
Especialização em Periodontia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
(PUC-RJ). Sócia Fundadora da DK Sorrisos e Autora de 3 livros pela Santos Publicações.

Cristina Cunha Villar


Especialista em Periodontia pela University of Connecticut (UCHC). Mestre em
Periodontia e Estomatologia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
Doutora em Biologia Oral pela University of Connecticut (UCHC). Professora de
Periodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP).

Daniela Bazan Palioto


Professora Associada do Departamento de CTBMF e Periodontia da Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Mestre e Doutora em
Odontologia (Periodontia) pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Pós-
doutorado pela Universidade da Pennsylvania (UPENN).

Daniela Corrêa Grisi


Professora Voluntária do Departamento de Odontologia da Universidade de Brasília
(UnB). Mestre em Periodontia pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto
(FORP-USP). Doutora em Periodontia pela Faculdade de Odontologia de Araraquara –
UNESP. Periodontista do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.

Flávia Furlaneto
Especialista, Mestre, Doutora e Pós-Doutora em Odontologia (Periodontia).
Departamento de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial e Periodontia, Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil.

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Perio por Elas

Maria Isabel Bastos Valente


Professor Associado da UNIFASE. Professora Colaboradora do PPGO-ISNF/UFF.
Especialista em Periodontia pela UERJ. Mestre em Periodontia pela UERJ. Doutora em
Saúde Coletiva pelo IMS/UERJ. Pós-doutora na University of Sheffield, Reino Unido.

Mariana Fampa Fogacci


Professora Adjunta de Periodontia, Departamento de Clínica e Odontologia
Preventiva, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Professora do Curso de
Medicina Periodontal Aplicada (MedPerio). Pós-doutorado em Saúde e Ambiente
(UNIR). Doutora e Mestre em Odontologia (Periodontia) pela Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ).

Mariana Schutzer Ragghianti


Zangrando
Professora Associada da Disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia de
Bauru (Universidade de São Paulo). Membro do Corpo Docente Permanente do Curso
de Pós-graduação da Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo.
Professora do Curso de Especialização em Periodontia da Faculdade de Odontologia
de Bauru, Universidade de São Paulo. Mestre em Periodontia pela Faculdade de
Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. Doutora em Periodontia pela
Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo (FOUSP).

Maristela Maia Lobo


Doutora em Dentística pela Unicamp. Mestre em Cariologia pela Unicamp.
Especialista em Periodontia. Coordenadora dos cursos de Especialização e Mestrado
em Harmonização Orofacial da Faculdade São Leopoldo Mandic – Unidade SP.
Professora dos cursos de Pós-graduação em Odontologia Estética e Coordenadora da
Especialização em Periodontia no Centro Universitário Senac SP. Professora de cursos
de Imersão em Cirurgia Plástica Periodontal e Peri-implantar e Visagismo Orofacial.
Editora-chefe da Revista Face (VM Com).

Renata Cimões
Professora Titular da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Pós-Doutorado
em Periodontia no Eastman Dental Institute, Londres. Membro Permanente do
Programa de Pós-graduação em Odontologia da UFPE. Membro do Conselho
SOBRAPE. ITI Fellow. Speaker e Study Club Director. Imortal da Academia
Pernambucana de Ciências.

Vanessa Frazão Cury Gonçalves


Especialista em Periodontia e Implantodontia pela FO-UFMG. Mestrado em
Periodontia pela FO-UFMG. Doutorado em Bioquimica Molecular pelo ICB-UFMG.

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Colaboradores

ÁLVARO CALHEIROS SOARES


Especialista em Estomatologia pela UERJ. Mestre em Odontologia pelo PPGO-
ISNF/UFF. Doutorando em Periodontia pela UFRJ.

ANA CAROLINA PUNHAGUI HERNANDES


Mestre em Odontologia (Periodontia). Departamento de Cirurgia Buco-Maxilo-
Facial e Periodontia, Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de
São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil.

ANA CECILIA ARANHA


Mestre e Especialista em Clínica Odontológica (área de concentração em Dentística)
pela FOP/UNICAMP. Doutora em Odontologia (Dentística) pela Universidade de
São Paulo. Professora Livre Docente do Departamento de Dentística da Faculdade
de Odontologia da USP/Laboratório Especial de Laser em Odontologia (LELO).
Proprietária e Gestora da São Paulo Dental Studio. autora de 2 livros pela Santos
Publicações.

ANA ELISA DA SILVA


Especialista em Periodontia pela UFRGS. Mestre em Clínica Odontológica com ên-
fase em Periodontia pela UFRGS.

ANA PAULA VIEIRA COLOMBO


Especialista em Periodontia pela UFRJ. Doutora em Ciências Médicas em Biologia
Oral pela Harvard School of Dental Medicine, Boston. Pós-doutora em Microbiologia
Oral pelo The Forsyth Institute, Cambridge, MA, EUA. Professora Titular do Instituto
de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

BELÉN RETAMAL-VALDES
Cirurgiã-dentista (DDS) e licenciada em Odontologia pela Universidade de Talca
(Chile) e pela Universidade Federal de Santa Maria (Brasil). Mestre (MSc) e
Doutora (PhD) em Odontologia (Periodontia) pela Universidade Guarulhos (Brasil).
Pesquisadora e Professora da Universidade Guarulhos, SP, Brasil. Professora
Adjunta da Universitas Gadjah Mada (Indonésia). Representante da Comunidade
do Periodontal Research Group (PRG) na IADR (International Association for
Dental Research). Coordenadora do Centro de Estudos Clínicos da Universidade
Guarulhos. Membro do Conselho Fiscal da Associação Latino-Americana de Saúde
Bucal (LAOHA) e Membro da Comissão Científica da Federação Iberopanamericana
de Periodontia (FIPP). Foi uma das autoras do atual Sistema de Classificação de
Doenças e Condições Periodontais de 2018. Revisora de revistas internacionais e
membro do Editorial Board da Journal of Clinical Periodontology.

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Perio por Elas
BIANCA BRAVIM BOMFIM
Especialista em Estomatologia pela Universidade do Grande Rio. Especialista em
Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela Universidade do Estado do Rio de
Janeiro. Mestre em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial na Universidade
do Grande Rio. Doutora em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial na
UNESP/Araçatuba. Professora do curso de Atualização em Cirurgia Bucal da
ABO-RJ. Membro do Colégio Brasileiro de Odontologia. Membro da Academia
de Odontologia do Estado do Rio de Janeiro. Professora Adjunta de Cirurgia e
Traumatologia Bucomaxilofacial da Faculdade de Medicina da Universidade
Federal Fluminense (UFF).

BRUNA DE CARVALHO FARIAS VAJGEL


Professora Adjunta da Universidade Federal de Pernambuco. Pós-Doutorado,
Doutorado e Mestrado em Odontologia pela UFPE. Doutorado Sanduíche no
Eastman Dental Institute, Londres. Especialista em Prótese Dentária pela FUNBEO/
USP. Membro Permanente do Programa de Pós-graduação em Odontologia pela
UFPE.

CAIQUE ANDRADE SANTOS


Mestre em Periodontia pela FOB-USP. Doutorando em Periodontia pela FOB-USP.

CRISTINA DA SILVA SCHREIBER DE OLIVEIRA


Especialista em Endocrinologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia (SBEM). Endocrinologista do Hospital Universitário da Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC). Doutora em Ciências Médicas (Diabetes) pela
Universidade São Paulo (USP).

ELCIA MARIA VARIZE SILVEIRA


Especialista em Periodontia pela UEFS. Mestre em Clínica Odontológica com ên-
fase em Periodontia pela UFRGS. Doutora em Biologia Oral pela USP. Pós-doutora
em Biologia Oral pela USP e Universidade de Toronto.

ELISA RIBEIRO SÁ TSCHERBAKOWSKI MOURÃO


Especialista em Periodontia pelo CEO-IPSEMG. Mestre em Implantodontia pela
PUC-MG.

GIULIANNA LIMA PINHEIRO


Cirurgiã-Dentista pela UERJ. Cirurgiã Bucomaxilofacial pelo HUCFF/UFRJ.
Mestranda MPCO/Estomatologia pela UFRJ.

IGOR MENDEZ
Graduando em Odontologia pela PUC-MG. Professor de Fotografia Odontológica.

INGRID OLIVEIRA-CARDOSO
Cirurgiã-dentista. Departamento de Periodontia, Divisão de Pesquisa Odontológica,
Universidade Guarulhos, Guarulhos, SP, Brasil.

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Colaboradores

JESSICA DE FIGUEIREDO LOPES


Especialista em Periodontia pela PUC-Rio.

JESSICA PIRES DE CARVALHO


Especialista em Periodontia pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP-
USP). Mestre em Periodontia pela FORP-USP. Doutoranda em Periodontia pela
FORP/USP. Coautora do Atlas de Periodontia: Técnicas Minimamente Invasivas e
Microcirúrgicas. Professora Convidada do Instituto Grisi de Odontologia – Ribeirão
Preto. Professora convidada do Instituto Pratic Odonto – Uberlândia. Professora do
Curso de Habilitação Cirúrgica em Implante do IDMais – Ribeirão Preto. Speaker
Helse Ultrasonic.

JOÃO BATISTA CÉSAR NETO


Professor da Disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia de São Paulo
(FOUSP). Especialista em Periodontia e Implantodontia. Mestre e Doutor em
Periodontia pela UNICAMP. Membro do Osteology Expert Council.

JOÃO PAULO N. E S. PINTO


Especialista em Periodontia pela UFRGS. Mestre em Clínica Odontológica com ên-
fase em Periodontia pela UFRGS.

JOICE DIAS CORRÊA


Especialista em Periodontia pela PUC-Minas. Mestre em Estomatologia e Doutora
em Biologia Celular pela UFMG. Pós-Doutorado em Odontologia pela UFMG. x / xi
Professora Adjunta do Departamento de Odontologia da PUC-Minas.

JULIA BELLO
Especialista em Periodontia pela USP.

JULIANA RAPOSO SOUTO MAIOR COSTA


Professora Adjunta do Curso de Odontologia da Universidade Federal de
Pernambuco. Doutorado em Dentística e Endodontia pela UPE. Mestrado em
Clínica Integrada pela UFPE. Membro Permanente do Programa de Pós-graduação
em Odontologia da UFPE.

JULIANA THEBERGE DOS SANTOS DE OLIVEIRA


Graduada em Biomedicina pela UNESA. Graduanda em Odontologia na UFRJ.
Atuou como aluna bolsista do Programa Jovens Talentos Para a Ciência – CAPES/
CNPq e aluna bolsista (CNPq) de Iniciação Científica.

JULIANE PEREIRA BUTZE


Especialista em Periodontia pela UFRGS. Mestre em Clínica Odontológica com ên-
fase em Periodontia pela UFRGS. Doutora em Clínica Odontológica com ênfase em
Periodontia pela UFRGS.

LEILA SANTANA COIMBRA


Especialista, Mestre e Doutora em Periodontia pela FOAr/UNESP. Estágio de
Doutorado Sanduíche pela University of Pennsylvania (Upenn/USA). Professora

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Perio por Elas
de Periodontia da Universidade Tiradentes (UNIT/PE). Professora de Periodontia e
Clinica Integrada da Faculdade Pernambucana de Saude (FPS). Cirurgiã-dentista e
Preceptora de Residência – IMIP.

LILIAN COUTO
Especialista em Periodontia. Especialista e Mestranda em Harmonização Orofacial
pela SL MANCIC, São Paulo.

LORELEY BRAGARD
Especialista em Periodontia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
(PUC-Rio). Mestre em Odontologia (área de concentração Periodontia) pela
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Professora do curso de espe-
cialização em Periodontia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
(PUC-Rio).

MÁRCIO FERNANDO DE MORAES GRISI


Professor Associado do Departamento de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-
Facial e Periodontia da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade
de São Paulo (USP). Professor Coordenador dos Cursos de Especialização,
Aperfeiçoamento e de Imersão em Periodontia do Instituto Grisi de Odontologia.

MARIA CYNÉSIA MEDEIROS DE BARROS


Professora Associada IV da UFRJ. Coordenadora do Programa de Pós-graduação
na Área de Concentração em Periodontia da UFRJ. Especialista em Periodontia
pela UERJ. Mestre em Saúde Pública (Msc Dental Public Health) pela University of
London. Doutora em Odontologia pela UFRJ.

MARIA DAS GRAÇAS CRUZ NAJAR


Especialista em Periodontia pela ABO-GO e em Implantodontia pela SLM-SP. Mestre
em Laser pela USP-IPEN, SP. Doutora em Implantodontia pela SLM-Campinas, SP.

MÁYRA REIS SEIXAS


Graduada pela UFBA. Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Diplomada pelo Board
Brasileiro de Ortodontia. Editora Associada da Dental Press Journal of Orthodontic.
Membro da ABOR.

MICHEL REIS MESSORA


Especialista, Mestre, Doutor e Pós-Doutor em Odontologia (Periodontia).
Departamento de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial e Periodontia, Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil.

NIDIA CASTRO DOS SANTOS


Cirurgiã-dentista, Mestre em Microbiologia e Imunologia e Doutora em Periodontia,
Pós-doutora em Periodontia. Departamento de Periodontia, Divisão de Pesquisa
Odontológica, Universidade Guarulhos. The Forsyth Institute, Cambridge, MA, EUa.

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Colaboradores

PATRÍCIA FREITAS DE ANDRADE


Doutorado em Periodontia pela FORP-USP. Mestrado em Periodontia pela FORP-
USP. Especialização em Periodontia pela APCD (Regional de Bauru). Especialização
em Implantodontia pela UFMG.

RACHEL RODRIGUES
Especialista em Periodontia. Doutora em Odontologia.

RAFAEL SPONCHIADO CAVALLIERI


Especialista em Periodontia pelo HRAC-USP. Mestre em Periodontia pela FOB-
USP. Doutorando em Periodontia pela FOB-USP.

RENATA CASTANHEIRA MACHADO


Especialista em Periodontia pela Odontoclínica Central do Exército (OCEX). Mestre
em Periodontia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Professora
do Curso de Odontologia da Universidade Veiga de Almeida (UVA).

ROBERTA CARPES IMPERIAL


Especialista em Periodontia pela Odontoclínica Central do Exército (Ocex). Mestre
em Odontologia (área de concentração em Periodontia) pela Universidade Veiga
de Almeida (UVA). Professora do Curso de Odontologia da Universidade Veiga de
Almeida (UVA). xii / xiii

ROBERTO CARLOS MOURÃO PINHO


Pós-Doutorado e Doutorado em Odontologia pela Universidade Federal de
Pernambuco. Professor da Faculdade de Odontologia UNIAESO- Pernambuco.

ROGER KIRSCHNER
Mestre e Especialista em Prótese Dentária pela SL MANDIC-SP.

STEPHANIE GARÓFALO
Graduada pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP).
Especialista em Periodontia pela FUNDECTO-USP. Professora Assistente do Curso
de Especialização em Periodontia da FUNDECTO-USP. Doutora em Laser em
Odontologia pela Universidade de São Paulo (FOUSP) e pela Universidade RWTH
(Aachen, Alemanha).

TAÍSA COELHO GUIMARÃES


Especialista em Periodontia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
(PUC-Rio). Mestre em Odontologia (área de concentração Periodontia) pela
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Doutoranda em Odontologia
(Periodontia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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Perio por Elas
VERA LÚCIA BRITO
Especialista em Periodontia pela UNIMES. Especialista em Odontologia Legal pela
USP.

VITOR DE TOLEDO STUANI


Especialista em Periodontia pela APCD - Presidente Prudente. Mestre em Ciências
Odontológicas Aplicadas, Reabilitação Oral, pela Faculdade de Odontologia de
Bauru, Universidade de São Paulo. Doutor em Ciências Odontológicas Aplicadas,
Periodontia, pela Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo.
Osteology Research Scholar Alumni (Harvard School of Dental Medicine). Membro
do Comitê Diretivo do National Osteology Group Brasil.

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Agradecimentos

Agradeço, em primeiro lugar, à Sobrape (Sociedade Brasileira de


Periodontologia) que, através do atual presidente, Sérgio Kahn, acreditou
e apoiou o grupo Perio por Elas desde o início. Muito obrigada, Sérgio!
Meu amigo. Meu mentor e parceiro dentro da Periodontia.
Também agradeço, de forma verdadeira, com todo o meu amor, às primei-
ras periodontistas que toparam fazer parte deste grupo e assim, iniciar
esta história comigo e com a Sobrape: Cristina Villar, Daniela Grisi, Daniela
Palioto, Flávia Furlaneto, Isabel Valente, Luciene Figueiredo, Magda Feres,
Mariana Fogassi, Mariana Zangrando, Maristela Lobo, Monica Dourado,
Renata Cimões e Vanessa Frazão. Queria que soubessem que admiro de-
mais cada uma! Vocês têm todo o meu respeito, gratidão e afeto. Sem vo-
cês, o grupo não faria sentido, o evento Perio por Elas não existiria e este
livro não seria possível. Muito obrigada a cada uma!
Agradeço aos demais colaboradores desta obra, que muito se dedicaram
para trazer o que há de melhor aos nossos leitores. Obrigada!
Meu “muito obrigada” à toda Diretoria da Sobrape pelo apoio incondicio-
nal ao Perio por Elas.
Agradeço às queridas Cintia Merkle e Marina Bernardes, minhas fiéis es-
cudeiras, amigas, parceiras. Sem vocês, o que seria de mim e deste lindo
evento!? Vocês foram fantásticas!
À Vania Santos, editora deste livro, por acreditar que tínhamos algo im-
portante a dizer! Você se superou mais uma vez! O livro está lindo!
E agradeço, por fim, ao meu maior tesouro, Arthur. Tudo o que eu faço é
por você. Obrigada por me ensinar tanto todos os dias há mais de 17 anos!
Te amo com loucura.

Alexandra Tavares Dias

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Prefácio

Se reinventar sempre.
A história desse livro começa lá atrás, no início da pandemia. Dúvidas,
medo, pânico? Vários sentimentos surgiram naquele momento. O que fa-
zer com a Sociedade Brasileira de Periodontologia em plena pandemia?
Como fazer atividades? Como fazê-la crescer se todos estavam em casa
obrigatoriamente? Era preciso se reinventar e sair da zona de conforto.
Foi quando nos surgiu a ideia de fazer lives na hora do almoço. Primeiro
surgiu o “almoço com Sobrape”.
E porque não fazer só com as mulheres? Uma pergunta da Professora
Alexandra Dias. E assim, surgiu o Perio por elas. Uma série de lives em ple-
na pandemia só com professoras. O tempo foi passando. Surgiram novos
projetos; Perioline 1, webinars, Perioline 2, Perioprev; Eventos da comissão
de inovação, Perio raiz 1, 2 e 3, Congresso Brasileiro de Periodontologia,
em Salvador, Inovação ao vivo, em Ribeirão Preto...
Será que é possível fazer o “Perio por elas” presencial, como um con-
gresso. E estamos hoje aqui, reunidos e comemorando. Comemorando
mais um evento da nossa Sobrape, conectada com um mundo moderno e
atual. Um evento só de palestrantes brasileiras, e mais do que isso, feste-
jando a competência acima de tudo. Diante de uma sociedade recheada de
desigualdades, estamos fazendo a nossa parte. É preciso evoluir sempre.
Se reinventar e sair da zona de conforto.
Um abraço a todos e bom congresso.

Sérgio Kahn

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Apresentação

Tenho 24 anos de formada e meus mentores foram basicamente homens.


Eles marcaram a minha caminhada pela odontologia. Tive excelentes
professoras também, mas elas, quase sempre, estavam (ou pareciam es-
tar) “atrás” deles. E não eram menos competentes ou capazes, diga-se de
passagem.
Hoje, quase 70% dos cirurgiões-dentistas no Brasil são mulheres. Desde
que entrei no meio acadêmico, dando aulas, escrevendo os livros publi-
cados ou aprimorando meus conhecimentos através de cursos e pós-gra-
duações, observo que os grandes eventos da odontologia ou os cargos de
liderança são ocupados pelos homens. Não que eu seja contra o gênero em
si, mas sempre me perguntava: “Por que isso acontece? Onde estão todas
as mulheres extraordinárias, competentes e dedicadas a esta profissão?”
Nós mulheres já conquistamos tanto ao longo dos anos! O direito ao voto,
o divórcio, a liberdade de ir e vir. Nos tornamos independentes com o
nosso trabalho. Mas este não é um texto político ou somente sobre o femi-
nismo. É sobre Sororidade.
O meu desejo ao imaginar um encontro, um evento ou um congresso
com uma grade formada somente por mulheres, foi dar voz a todas elas.
Mostrar que capacidade não está ligada ao gênero. Que somos (ou deve-
ríamos ser) todos iguais. Mulheres e Homens. Unir estas mulheres no gru-
po Perio por Elas, criado em 2020, foi o primeiro passo. Mostrar a todos e a
nós mesmas que mulheres apoiam e torcem por outras mulheres.
E este livro vem para deixar este momento de forma ainda mais palpável.
Escrever um livro é uma responsabilidade e tanto. O que se escreve fica.
E este foi pensado, repensado e discutido de forma incansável. Ele traz a
Periodontia contada por mulheres e homens, por todos, da forma mais
simples e, ao mesmo tempo, totalmente baseada na ciência. Ele tem uma
sequência bem lógica e deve ser lido (se é que posso aqui dar uma dica) de
forma contínua, como um livro de romance ou de suspense. Isso porque
ele conta uma história. A da Periodontia mais atual e contemporânea.
Que este evento seja o primeiro de tantos, pois temos muitas mulheres
sensacionais dentro e fora do Brasil para mostrar o seu trabalho. Mas,
acima de tudo, o que eu desejo é que um evento como este, um dia, não
seja mais preciso ou necessário. Que mulheres e homens possam ocupar,
de forma igualitária, o mesmo espaço. E que não demore muito, porque eu
quero estar por aqui para ver isso tudo acontecer!
Um viva às novas gerações! Um viva às mulheres, aos homens e, especial-
mente, à Periodontia!
Boa leitura.

Alexandra Tavares Dias

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Sumário

Capítulo 1 Periodontia e Qualidade de Vida ............................ 1


1.1 – Saúde da Boca e do Corpo Não se Separam ............................. 2
Mariana Fampa Fogacci, Joice Dias Corrêa,
Cristina da Silva Schreiber de Oliveira, Ana Paula Vieira Colombo,
Daniela Bazan Palioto

1.2 – Tabagismo e o Impacto na Saúde Periodontal ....................... 17


Maria Isabel Bastos Valente, Maria Cynésia Medeiros de Barros,
Juliana Theberge dos Santos de Oliveira, Álvaro Calheiros Soares

1.3 – Halitose: O Que Mais o Periodontista Precisa Saber ............ 30


Juliane Pereira Butze, Ana Elisa da Silva, Elcia Maria Varize Silveira,
João Paulo N. e S. Pinto, Julia Bello, Vera Lucia de Brito

Capítulo 2 Tratamento Periodontal Baseado em


Evidências: Da Pesquisa à Prática Clínica ........... 41
2.1 – Controle Químico do Biofilme: Um Caminho
para a Saúde............................................................................................. 42
Cristina Cunha Villar, Renata Castanheira Machado,
Jessica de Figueiredo Lopes

2.2 – Ultrassom em Periodontia: Do Controle do


Biofilme às Técnicas Cirúrgicas.......................................................... 51
Jessica Pires de Carvalho, Daniela Corrêa Grisi, João Batista
César Neto, Márcio Fernando de Moraes Grisi

2.3 – Probióticos e Ômega-3 como Adjuvantes à


Terapia Periodontal Não Cirúrgica..................................................... 64
Flávia Furlaneto, Ana Carolina Punhagui Hernandes, Michel Reis Messora,
Ingrid Oliveira-Cardoso, Belén Retamal-Valdes, Nidia Castro dos Santos

2.4 – Lasers de Alta e Baixa Potência no


Tratamento Periodontal ........................................................................ 80
Stephanie Garófalo, Ana Cecilia Aranha

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Perio por Elas

Capítulo 3 Manipulação Periodontal e Peri-implantar:


Saúde, Estética e Função ...................................... 97
3.1 – Como Escolher a Melhor Técnica de
Recobrimento Radicular: Recessões Unitárias .............................. 98
Vanessa Frazão Cury Gonçalves, Maria das Graças Cruz Najar,
Elisa Ribeiro Sá Tscherbakowski Mourão

3.2 – Como Escolher a Melhor Técnica de Recobrimento


Radicular? Recessões Múltiplas .......................................................116
Mariana Schutzer Ragghianti Zangrando, Caique Andrade Santos,
Rafael Sponchiado Cavallieri, Vitor Toledo Stuani

3.3 – Tratamento Cirúrgico da Peri-implantite .............................133


Renata Cimões, Bruna de Carvalho Farias Vajgel,
Juliana Raposo Souto Maior, Leila Santana Coimbra,
Roberto Carlos Mourão Pinho

3.4 – A Importância do Fenótipo Peri-implantar


na Instalação de Implantes Imediatos ............................................146
Alexandra Tavares Dias, Taísa Coelho Guimarães, Loreley Bragard,
Roberta Carpes Imperial

Capítulo 4 Etiologias e Tratamentos do Sorriso Gengival ..... 161


4.1 – O Sorriso Gengival na Ampla Visão do Ortodontista........162
Máyra Reis Seixas

4.2 – O Papel da Cirurgia Ortognática na


Correção do Sorriso Gengival ...........................................................179
Bianca Bravim Bomfim, Giulianna Lima Pinheiro

4.3 – Reposicionamento Labial com Cimento


Ósseo ou Biovolume .............................................................................204
Patrícia Freitas de Andrade, Igor Mendez

4.4 – A Interface entre a Periodontia e a


Harmonização Orofacial no Diagnóstico e
Manejo Clínico do Sorriso Gengival .................................................221
Maristela Maia Lobo, Lilian Couto, Roger Kirschner, Rachel Rodrigues,
Mabelle de Freitas Monteiro

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Capítulo 1

Periodontia e
Qualidade de Vida

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Perio por Elas

1.1 Saúde da Boca e do


Corpo Não se Separam
Mariana Fampa Fogacci
Joice Dias Corrêa
Cristina da Silva Schreiber de Oliveira
Ana Paula Vieira Colombo
Daniela Bazan Palioto

Introdução
As doenças periodontais, gengivite e periodontite, figuram entre as condições crônicas não transmis-
síveis mais prevalentes no ser humano.1-6 Enquanto a gengivite é localizada nos tecidos de proteção e
parece ser uma inflamação reversível dos tecidos,7 a periodontite é caracterizada pela perda de inserção
conjuntiva e óssea no aparato de sustentação dental.8 Além de sua característica complexa podendo le-
var à perda de elementos dentais e até de toda a dentição, a periodontite figura como preditor de risco
para várias condições crônicas inflamatórias.9 As condições crônicas não transmissíveis são extrema-
mente prevalentes e causam um significativo impacto social e econômico.10-12
A periodontite, mais recentemente, passou então a fazer parte do rol de condições crônicas não trans-
missíveis,13 assim como doenças cardiovasculares, diabetes, doença renal crônica, doença pulmonar
obstrutiva crônica, câncer, doenças reumáticas, doenças inflamatórias intestinais, entre outras, que são
condições em que a inflamação, a disbiose e as alterações imunológicas geralmente estão presentes.14
Condições crônicas não transmissíveis são a principal causa de mortes em todo o mundo e responsáveis
por quase 42% das mortes prematuras (entre 30 e 69 anos) no Brasil.15,16 Compreender a participação da
periodontite nesse grupo de condições, portanto, eleva a Periodontia a um novo grau de importância.17
A periodontite é atualmente classificada como uma condição crônica, de caráter não linear, que apre-
senta oscilações entre progressão e estabilidade,18 multifatorial, inflamatória, associada a um biofilme
disbiótico.8,19
A suscetibilidade a várias condições crônicas, inclusive as periodontais, parece estar determinada ge-
neticamente (intrínseca) e também epigeneticamente (intrínseca e adquirida).18 A epigenética acon-
tecerá por sobre o capital genético, permitindo ou intensificando a expressão do perfil inflamatório.
Assim como o microbioma parece ser determinado e modificado constantemente por fatores epigené-
ticos, estes também são vitais na regulação do sistema imunológico, podendo também induzir respos-
tas imunológicas aberrantes. Uma resposta imune exacerbada ou descontrolada pode causar lesões
teciduais importantes.20 De fato, a inflamação excessiva é agora reconhecida como um componente
central das doenças mais prevalentes em todo o mundo, incluindo periodontite, diabetes e doenças
cardiovasculares.21
Seguindo essa premissa, suscita-se a questão de qual processo é primordial ou preponderante para
início e desenvolvimento da periodontite – o processo infeccioso local gerando inflamação e, por conse-
quência, alterando a modulação do hospedeiro ou, ao contrário, se a modulação do hospedeiro (local e
sistêmica) propiciaria a transmutação de um microbioma comensal para um microbioma disbiótico. As
duas vias parecem ser retroalimentadas.
Assim, aqui discutiremos conceitos de epigenética, controle imunológico, disbiose, inter-relação da
periodontite com outras condições crônicas e, ainda, como o estilo de vida impacta em todas essas
vertentes.

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Capítulo 1 Periodontia e Qualidade de Vida

Epigenética e sua Relação com


Condições Crônicas, Dentre Elas,
as Doenças Periodontais
O prefixo grego Epi, que significa “além”, “fora”, “ao redor”, quando associado à palavra genética, re-
mete às alterações que acontecem para além da herança genética tradicional ou mendeliana. Hoje, são
entendidas como alterações genotípicas e fenotípicas herdáveis sem, no entanto, haver alteração na
sequência de bases do DNA, como nas mutações. Essas alterações, herdáveis na divisão celular, podem
ser: metilação do DNA, metilação e acetilação das histonas, RNA não codificantes. Se essas alterações
ocorrerem nos gametas que resultarão em fertilização, essas variações também podem ser herdadas
pela próxima geração.22 Ao agregar estruturas modificantes, os genes são alterados de maneira rele-
vante propiciando alterações funcionais que podem ativá-los ou desativá-los. Assim, a expressão gênica
pode ser alterada no desenvolvimento normal e/ou por influência do ambiente. Vários mecanismos
no desenvolvimento, envelhecimento, cânceres, doenças mentais, são hoje atribuídos à Epigenética.
Talvez, essas alterações sejam ainda mais importantes nos eventos de doença do que naqueles de desen-
volvimento.23 De modo interessante, genes alterados pelo ambiente, modificados por fatores externos,
podem ser revertidos ao seu estado primordial, recuperando a função inicialmente determinada. A bele-
za da epigenética reside no fato desta ser reversível – isso mesmo! Sendo assim, alterações epigenéticas
podem ser entendidas como um interruptor – um liga-desliga de expressão gênica. Gêmeos idênticos
são ótimos modelos para o estudo da epigenética. Enquanto no começo da vida esses irmãos apresen-
tam poucas variações epigenéticas, ao envelhecer exibem mudanças significativas.
Mecanismos epigenéticos atuam desde a concepção até a morte, influenciando no desenvolvimento,
metabolismo e envelhecimento, sendo constantemente modificados por fatores ambientais, como quí-
micos e dieta. Na verdade, nossas experiências, desde o útero e durante os dois primeiros anos de
2/3
vida (o conceito de 1.000 dias) são um claro determinante do nosso capital de saúde – efeitos adversos

no começo da vida resultam em importantes alterações epigenéticas e de expres-


são gênica que determinam o risco aumentado para condições crônicas ao longo
da vida.24,25 Assim, os mecanismos epigenéticos que ocorrem por sobre o nosso
determinante genético (genoma), ao longo da vida, podem expressar ou suprimir
genes-chave que, em última análise, serão determinantes para o desenvolvimento
de doenças imunoinflamatórias, metabólicas, neoplasias, desordens mentais etc.
A prevalência de condições crônicas, como obesidade e diabetes tipo II, tem au-
mentado globalmente – além da interferência epigenética durante toda a vida do
indivíduo, a possível epigenética herdada pode ser um dos fatores responsáveis
por esse aumento alarmante.22
Apesar de vários estudos terem associado a periodontite aos fatores genéticos (po-
limorfismos), o papel da contribuição específica para seu início e desenvolvimento
ainda não está determinado. Os fatores genéticos associados diretamente à pato-
gênese da periodontite ou a fatores contribuintes foram limitadamente identifica-
dos e nem sempre validados.18 Na verdade, alguma evidência nesse quesito parece
estar ligada a genes relacionados à resposta imunológica do hospedeiro como, por
exemplo, os genes reguladores das interleucinas IL-1, TNF-alfa, MMPs de matriz,
entre outros.26 Como já dito, a epigenética acontecerá por sobre esse capital ge-
nético, permitindo ou intensificando a expressão do perfil inflamatório. Também
o microbioma parece ser determinado e modificado constantemente por fatores
epigenéticos que são vitais na regulação do sistema imunológico, podendo até in-
duzir respostas imunológicas aberrantes.24-25 De forma geral, todas as mucosas do
organismo são pavimentadas por biofilmes que, em saúde, são comensais. Assim, é
estabelecida uma tolerância imunológica. Alterações epigenéticas diversas podem
romper essa tolerância a ponto de tornar esses microbiomas disbióticos. O estilo de
vida adotado impacta diretamente nessa flexibilidade imunológica. Entendendo a

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imunologia das mucosas, percebe-se o quanto os eventos epigenéticos afetam o poten-
cial inflamatório resolutivo normal do organismo e, assim, é estabelecido um círculo
vicioso.27
Assim, a suscetibilidade a várias condições crônicas, dentre estas as periodontais, pa-
rece estar determinada geneticamente (intrínseca) e também epigeneticamente (intrín-
seca e adquirida).18 As condições crônicas são entendidas como poligênicas e muitas
delas possuem entre si vários polimorfismos (SNPs) que atuam em conjunto no sistema
imunológico.28 Esse conceito leva ao entendimento de que existem rotas patogênicas
comuns para diversas condições crônicas. Da mesma forma, os padrões epigenéticos
comuns podem ser vistos nas condições crônicas, por exemplo, via inserção de inter-
ferências funcionais de regulação intracelular.29
Pensando nesse perfil imunológico “comum”, a relação da periodontite com outras
doenças parece não ser de causalidade, mas sim a de que essas condições são sequelas
de um processo hiperinflamatório similar.18 Ao entender que todo esse processo pode
ser coordenado pelo perfil epigenético do paciente como um orquestrador dos mais
variados eventos imunológicos e infecciosos e, portanto, têm potencial de alteração,
muda-se a abordagem no diagnóstico e na abordagem da periodontite de uma atuação
localizada nos tecidos bucais para uma abordagem sistêmica e multiprofissional do
paciente (Fig. 1.1.1).

Figura 1.1.1 A periodontite como condição crônica, multifatorial, inflamatória, associada a biofilme
disbiótico. As diversas condições que acometem o indivíduo, desde a concepção até a vida adulta e o
envelhecimento, são delineadas por mudanças epigenéticas sobre o patrimônio genético adquirido. A
atuação do meio ambiente e do estilo de vida serão preponderantes em relação ao potencial resolutivo
imunológico, aos microbiomas, e, consequentemente, às condições crônicas não transmissíveis de um
modo geral.

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Capítulo 1 Periodontia e Qualidade de Vida

Disbiose Microbiana
A palavra “disbiose” tem sua origem na palavra grega bíōsis, que significa “modo
de vida”, mais o prefixo dys, que significa “mau” ou “difícil”. O termo foi inicial-
mente empregado em 1920 pelo veterinário alemão C. Arthur Scheunert em seu
estudo sobre a relação da microbiota intestinal e a osteomielite em equinos.30
Décadas depois, ao estudar a composição da microbiota intestinal de humanos,
Haenel enfatizou o termo disbiose como uma condição adversa, em oposição ao
termo eubiose, uma condição favorável ao hospedeiro.31
Atualmente, o conceito de disbiose reflete o desequilíbrio ou a alteração compo-
sicional de membros específicos de uma comunidade microbiana que habitam
um determinado hospedeiro, resultando no mau funcionamento do organismo
e no desenvolvimento de um estado de doença. Mais especificamente, essa alte-
ração reflete a redução na proporção de microrganismos comensais e o aumen-
to de espécies mais patogênicas.32 Entretanto, não há um consenso na área da
microbiologia médica sobre a disbiose microbiana ser causa ou consequência
de um estado de doença, e muito menos ainda sobre quais são os mecanismos
envolvidos nos processos que levam à perda de homeostasia.33-35 Já os termos
eubiose ou normobiose têm sido frequentemente empregados para caracterizar
uma microbiota estável ou balanceada, normalmente predominante no hospe-
deiro saudável.36,37 Seja qual for o termo usado, não há ainda uma distinção clara
entre o que é uma microbiota eubiótica/normobiótica ou disbiótica, seja na sua
composição e/ou metabolismo, em diferentes indivíduos e condições clínicas.32
Por isso, há uma grande preocupação entre pesquisadores que estudam o micro-
bioma humano sobre o conceito inadequado ou impreciso do termo “disbiose”,
33,34
e como esse conceito pode ser clinicamente traduzido em diagnóstico e tra-
tamento de doenças.
4/5
A dificuldade em distinguir meras flutuações temporais de verdadeiras rupturas
ecológicas (disbiose) na estrutura do microbioma humano, em resposta a pertur-
bações, se deve em grande parte às características próprias dessas comunidades
microbianas. Dentre estas, podemos citar: diversidade (riqueza), variabilidade
composicional entre indivíduos, resistência, plasticidade, resiliência, interações
em network e sítio-especificidade. Essas particularidades conferem ao micro-
bioma redundância funcional e estabilidade temporal.38 Assim, na maior parte
do tempo, a microbiota consegue absorver os impactos ocasionados por distúr-
bios que nos acometem ao longo da vida, sem grandes alterações funcionais e/
ou estruturais. Neste caso, essas alterações podem ser vistas como flutuações
temporais e não como disbiose. Por exemplo, a administração de um antibiótico
sistêmico de amplo espectro para tratamento de uma infecção, em um determi-
nado sítio anatômico, pode afetar membros de outras microbiotas do organis-
mo.39 Essas microbiotas podem, então, sofrer alterações na sua composição, sem
necessariamente sofrer mudanças funcionais. Ou podem simplesmente retornar
à sua estrutura original, uma vez removida a perturbação (antibiótico). Essa me-
mória e elasticidade da microbiota de restabelecer a sua composição original
é fundamental para a manutenção da homeostasia. Em outras circunstâncias,
entretanto, perturbações de longa duração e/ou de alto impacto podem resultar
na incapacidade da microbiota de restaurar a sua estrutura original.40 Isso geral-
mente ocorre quando membros-chave que compõem o núcleo central daquela
comunidade microbiana são extintos, levando potencialmente a uma catástrofe
ecológica, com perda da função do microbioma naquele determinado habitat, ou
seja, a disbiose (Fig. 1.1.2).
São inúmeros os fatores responsáveis pela ruptura da homeostasia de uma mi-
crobiota, bem como desta com seu hospedeiro e o meio ambiente no qual estão
inseridos. Além do antibiótico já mencionado, podemos ainda citar a dieta, o
tabagismo, diversos tipos de medicamentos, o estresse, alterações imunológicas,
alterações hormonais, inflamação crônica, supercrescimento microbiano, entre

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outros.40,41 Em doenças de etiopatogenia complexa, tais como as doenças perio-
dontais, esses fatores podem atuar isoladamente ou em combinação na indução
da disbiose microbiana.18 Além disso, a duração da exposição a esses fatores e o
tempo requerido para o estabelecimento da microbiota disbiótica e manifesta-
ção clínica da doença podem ser muito variáveis em cada hospedeiro.
Logo, em relação à microbiota periodontal, temos alguns desafios importantes:
primeiramente, devemos separar o que é realmente um quadro de disbiose de
uma alteração transitória na composição microbiana. Com isso, podemos definir
a amplitude na qual se insere uma microbiota periodontal eubiótica. Em segui-
da, precisamos determinar se existe um perfil disbiótico universal associado à
manifestação da gengivite e da periodontite, ou se para cada uma dessas entida-
des clínicas existem diferentes perfis disbióticos. Essa ideia segue o “Princípio de
Anna Karenina”,42 derivado do romance do escritor russo Lev Tolstoy, que diz:
“Todas as famílias felizes são parecidas, enquanto cada família infeliz é infeliz à
sua maneira”. Esse conceito, generalizado a várias áreas das ciências, sugere que

Figura 1.1.2 Características da comunidade microbiana que contribuem para a manutenção da ho-
meostasia do microbioma humano. Em geral, cada microbiota é composta por uma comunidade cen-
tral, composta por número limitado de microrganismos comumente detectados na maior parte dos
indivíduos. Esses microrganismos são espécies-chave no metabolismo da comunidade microbiana em
um determinado sítio anatômico. A maioria das outras espécies forma uma microbiota transitória ou
complementar, bastante variável em composição entre indivíduos, porém com funções similares. Essa
variabilidade e diversidade promovem estabilidade temporal, sítio-especificidade e redundância funcio-
nal, essenciais na eubiose microbiana.

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Capítulo 1 Periodontia e Qualidade de Vida

a microbiota periodontal saudável é muito semelhante na sua composi-


ção e função, mesmo entre diferentes indivíduos. Assim, a determinação
do que é uma microbiota periodontal “normal, eubiótica ou normobióti-
ca” pode ser obtida pelo estudo de um número relativamente reduzido de
indivíduos sadios. Por outro lado, a caracterização das várias possíveis
comunidades disbióticas associadas às doenças periodontais irá requerer
uma amostra de proporções gigantescas para que possamos definir ecoti-
pos periodontais disbióticos. Mesmo em sítios periodontais ou indivíduos
com sinais e sintomas clínicos muito similares, esses perfis disbióticos
podem ser bastante distintos (Fig. 1.1.2). Esse fato até justificaria parcial-
mente o motivo para que pacientes diagnosticados, por exemplo, com
periodontite estágio III e grau B respondam de forma distinta à terapia
periodontal não cirúrgica, com ou sem adjuvantes. Mas como definir es-
ses diversos perfis periodontais disbióticos? Se o foco for exclusivamente
microbiano, deve-se considerar dois aspectos relevantes: a diversidade
e a sítio-especificidade. Em geral, a disbiose microbiana se caracteriza
pela redução da riqueza (alfa diversidade), aumento da variabilidade in-
terindividual (beta diversidade) e menor sítio-especificidade (maior so-
breposição entre membros de microbiotas distintas).43-46 Talvez a perda
da sítio-especificidade seja até mais relevante, visto que um aumento na
colonização do biofilme subgengival por espécies “não orais” pode re-
sultar num metabolismo distinto daquele esperado nesse sítio anatômi-
co em condições de homeostasia. Por exemplo, podemos observar que
pacientes com periodontite avançada apresentam maior prevalência de
enterococos, bacilos Gram-negativos entéricos e do enteropatógeno
Clostridioides difficile em comparação com pacientes saudáveis.47-48 Da
mesma forma, indivíduos mais velhos e com condições crônicas infla-
matórias apresentam proporções significativamente maiores de espécies
periodontais na microbiota intestinal.49-52 Ou seja, o compartilhamento de
6/7
membros de microbiotas distintas pode estar aumentado em condições
de disbiose, hipótese esta ainda a ser testada.
Recentemente, observamos que 42 pacientes sistemicamente saudáveis,
diagnosticados com periodontite estágios III e IV, foram agrupados em
cinco perfis microbianos orofecais distintos, reforçando a variabilidade
microbiológica (alta beta diversidade) que pode existir na periodontite
(Fig. 1.1.3). Além disso, observamos que, dependendo do perfil, o pa-
ciente tinha uma resposta mais favorável ou não à terapia periodontal
não cirúrgica com ou sem probiótico.53 Na tentativa de mensurar a dis-
biose microbiana em várias doenças e condições sistêmicas, pesquisa-
dores buscam desenvolver índices.54,55 Chen et al.56 calcularam um ín-
dice simplificado de disbiose do biofilme subgengival com base em 49
espécies discriminatórias, sendo Treponema denticola, Mogibacterium
timidum, Fretibacterium spp. e Tannerella forsythia as principais es-
pécies associadas à periodontite, enquanto Actinomyces naeslundii e
Streptococcus sanguinis foram altamente discriminatórias de saúde pe-
riodontal. Na sua validação, esse índice foi capaz de discriminar entre
163 pacientes com saúde periodontal e 67 com periodontite, com uma
acurácia de mais de 90%. Futuramente, esses índices poderão ser cal-
culados com base em dados de metagenômica, transcriptoma, proteo-
ma e/ou metaboloma de amostras de saliva ou biofilme subgengival de
diferentes populações. Além disso, outras características moduladoras
do microbioma, tais como estilo de vida, raça, genética, hábitos, po-
dem também ser adicionadas a preditores microbianos, compondo as-
sim perfis periodontais mais complexos, que não se limitam apenas a
um quadro microbiano de disbiose. Essa fenotipagem/genotipagem do
paciente com periodontite poderá, eventualmente, contribuir para um
melhor diagnóstico e um planejamento terapêutico mais personalizado,
voltados à promoção de saúde no seu significado mais amplo.

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Figura 1.1.3 Perfis microbianos orofecais na periodontite. Amostras de biofilme subgengival e fezes de
42 indivíduos sistemicamente saudáveis com periodontite foram analisadas pelos métodos de checker-
board e sequenciamento do gene 16S rRNA, respectivamente. A análise de agrupamentos hierárquicos
foi realizada com 210 espécies ou filotipos microbianos orais e fecais (com abundância relativa > 0,01%)
para determinar clusters orofecais relacionados à doença. Mesmo em uma amostra pequena de pacien-
tes, houve grande heterogeneidade microbiana com a formação de cinco grupos distintos. Caracterís-
ticas da amostra: 49,5 ± 10 anos de idade; 55% mulheres; % de sítios com profundidade de sondagem
≥5 mm = 17 ± 7%, nível clínico de inserção ≥ 4 mm = 35 ± 11%; e sangramento à sondagem = 49 ± 18%.

Medicina Periodontal
O termo “Medicina Periodontal” foi descrito pela primeira vez em 1996, com a pu-
blicação do artigo “Periodontal diseases: pathogenesis”.57 Já desde essa época, ao
estudar a patogenia da periodontite, era necessário, para compreensão em sua to-
talidade, englobar o estudo de outras doenças. Offenbacher reuniu nessa publi-
cação as principais evidências, que a ciência em Periodontia acumulara durante
décadas, sobre a relação entre a periodontite e outras doenças em todo o corpo.
Entendendo que eram relevantes, propôs a Medicina Periodontal como uma subá-
rea da Periodontia, que estudaria essas relações.

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Capítulo 1 Periodontia e Qualidade de Vida

Dessa data até os dias atuais, houve uma importante evolução da ciência em Medicina
Periodontal, a respeito da compreensão dos mecanismos biológicos e das evidências
epidemiológicas de como a periodontite se relaciona com outras condições em todos
os sistemas do corpo humano, como sistemas cardiovascular, respiratório, uriná-
rio, reprodutor, digestivo, esquelético, nervoso e endócrino.9,13,18,21,58,59 Em paralelo,
a compreensão de como a periodontite evolui, do ponto de vista de sua etiopatoge-
nia, também avançou de maneira substancial,8,18,60 de modo que hoje é praticamente
impossível compreender as bases da Periodontia de maneira isolada da Medicina
Periodontal.
Essa evolução no entendimento da etiologia da periodontite e de como se relacio-
na com outras doenças possibilitou o estabelecimento do conceito da periodontite
como doença crônica não transmissível,13 mais recentemente, condição crônica não
transmissível.61
A periodontite passou então a fazer parte do rol de condições crônicas não transmis-
síveis, assim como doenças cardiovasculares, diabetes, doença renal crônica, doença
pulmonar obstrutiva crônica, câncer, doenças reumáticas, doenças inflamatórias in-
testinais, entre outras, que são condições em que a inflamação, a disbiose e as altera-
ções imunológicas geralmente estão presentes.14 Condições crônicas não transmissí-
veis são a principal causa de mortes em todo o mundo.15 Compreender a participação
da periodontite nesse grupo de condições, portanto, eleva a Periodontia a um novo
grau de importância17 e direciona a prática clínica em Periodontia para um cuidado
multiprofissional,62 sem o qual será cada vez menos improvável alcançar sucesso no
gerenciamento dessa condição crônica inflamatória multifatorial.
Condições crônicas não transmissíveis, ainda, são condições que compartilham fato-
res de risco comuns, como alterações disbióticas, fatores derivados do estilo de vida
(tabagismo, dieta, sedentarismo, consumo de bebida alcoólica), fatores imunológi-
cos, genéticos e epigenéticos, presença de outras condições crônicas não transmis-
síveis (comorbidades).10-14
8/9
Nessa lógica do compartilhamento de fatores de risco comuns é que se entende hoje
a periodontite como fator de risco para condições endócrinas como a hiperglicemia,
em pacientes com diabetes tipo 2, assim como o contrário.58,63-65 Pacientes com diabe-
tes fora da meta terapêutica glicêmica estarão em maior risco para o desenvolvimen-
to ou agravamento da periodontite.58,63-65
Essa compreensão fez com que recentemente a American Diabetes Association te-
nha considerado a periodontite como uma das comorbidades do diabetes, e, portan-
to, recomenda-se a realização de exame periodontal completo para investigação de
periodontite na avaliação integral em saúde a que toda pessoa, imediatamente após
seu diagnóstico de diabetes, precisa ser submetida.66 Da mesma forma, a Federação
Europeia de Periodontologia no consenso com a Federação Internacional de
Diabetes,58 e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, nas Diretrizes
com a Sociedade Brasileira de Periodontologia,63 recomendam que todo paciente
com diabetes seja rastreado para periodontite, assim como todo paciente com perio-
dontite seja rastreado para diabetes.
Ainda no entendimento da relação entre a periodontite e as doenças cardiovascu-
lares ateroscleróticas, por exemplo, uma das recomendações do consenso entre a
Federação Mundial do Coração e a Federação Europeia de Periodontologia é que
o encaminhamento para um exame periodontal deve ocorrer para todas as pessoas
com doenças cardiovasculares recém-diagnosticadas, como parte do tratamento
contínuo dessas doenças.13
A relação entre periodontite e outras condições, estudada pela Medicina Periodontal,
é parte do quebra-cabeça para o entendimento atual da etiologia da periodontite
como sendo multicausal (ver Fig. 1.1.1). Na prática clínica odontológica e periodon-
tal, cada paciente precisará ser avaliado de maneira personalizada, individualizada,
para que o profissional diagnostique a magnitude da influência de cada um dos fa-
tores contribuintes para a condição crônica não transmissível periodontite, e assim
possa direcionar a melhor conduta para cada caso.

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Controle Imunológico
O sistema imune é formado por um conjunto de células, tecidos e moléculas que
medeiam reações de defesa aos patógenos e outras substâncias nocivas.67 A função
fisiológica mais importante do sistema imune é prevenir ou erradicar infecções.
Para isso, nosso corpo conta com células da chamada defesa inata, fagócitos, como
neutrófilos e macrófagos, prontas para reconhecer invasores e orquestrar uma res-
posta imediata. Os dois tipos principais de reações do sistema imune inato são
inflamação e defesa antiviral.68
A inflamação consiste no acúmulo e na ativação de leucócitos e proteínas plas-
máticas em sítios de infecção ou de lesão tecidual. Essas células, principalmente
neutrófilos, e proteínas, como citocinas, atuam em conjunto para destruir micror-
ganismos e eliminar tecidos danificados. Em contraste com esses papéis benéficos,
as respostas imunes anormais causam muitas doenças inflamatórias associadas a
grave morbidade e mortalidade.68
De fato, a inflamação excessiva é agora reconhecida como um componente central
das condições mais prevalentes em todo o mundo, incluindo periodontite, diabe-
tes, doenças cardiovasculares e doenças reumáticas.69
Nos tecidos periodontais, o biofilme apresenta um desafio constante ao sistema
imunológico inato do hospedeiro. Em locais clinicamente saudáveis, esse desafio
pode ser benéfico, resultando em resistência à colonização por periodontopató-
genos. Em contraste, em locais doentes, o desafio microbiano resulta na altera-
ção dos mecanismos normais de defesa no periodonto,70 visto que a periodontite
é uma condição inflamatória crônica que apresenta desregulação imune – função
imune aberrante – em sua base. Essa resposta aberrante do hospedeiro leva a um
desequilíbrio com o biofilme dentário, resultando na destruição dos tecidos pe-
riodontais causada pela inflamação.18 Além disso, essa resposta imune aberrante
pode resultar em mecanismos de quebra da tolerância (incapacidade de reagir a
moléculas reconhecidas como próprias). Quando a autotolerância é interrompida,
surge a autoimunidade.

Assim, a periodontite tem sido estudada como possível fator de risco para o desenvolvimento de au-
toimunidade (ver Fig. 1.1.1). Essa associação pode ser pelos microrganismos presentes na periodontite
ou pela lesão tecidual causada pela inflamação.71 Os microrganismos podem levar ao mimetismo mole-
cular, porque os antígenos do microrganismo reagem cruzadamente, ou mimetizam, os autoantígenos.71
Por outro lado, as alterações anatômicas nos tecidos periodontais, como a quebra do tecido conjuntivo
causada pela inflamação, podem levar à exposição de autoantígenos que normalmente são ocultos ao
sistema imunológico.71
Uma das doenças autoimunes mais prevalentes no mundo é a artrite reumatoide, uma desordem sistê-
mica caracterizada por inflamação crônica e dano aos tecidos articulares, com vias patológicas muito
semelhantes às da periodontite.72 A citrulinização de proteínas, uma modificação pós-traducional, pode
ser a chave para o entendimento dessas vias.73 Em tecidos estressados por feridas ou infecções, a ati-
vidade da enzima peptil arginina desaminase (PAD) é induzida. Ao converter resíduos de arginina em
citrulina (citrulinização) a PAD desestabiliza as proteínas, tornando-as imunogênicas e mais suscetíveis
à degradação.73,74 Nesse sentido, a bactéria Porphyromonas gingivalis, que expressa PAD, é capaz de
citrulinar proteínas e pode estar envolvida na etiologia da artrite.75 Além da P. gingivalis, outra bactéria
periodontal, Aggregatibacter actinomycetemcomitans, demonstra a capacidade de desencadear a pro-
dução de anticorpos antiproteína citrulinada (ACPAs), uma característica clássica detectada na artrite
reumatoide.76
Esses achados corroboram a observação clínica de que pacientes com artrite apresentam maior pre-
valência e gravidade das doenças periodontais,76-80 com associação positiva entre piores índices perio-
dontais e índices de atividade da artrite.76,80 De forma consistente, o tratamento da periodontite resulta
em melhora nos índices da artrite reumatoide.81-83 Diante desses achados, diversas outras doenças au-
toimunes têm sido investigadas por sua associação com a periodontite, dentre elas o lúpus eritematoso
sistêmico84,85 e a psoríase.86,87

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Capítulo 1 Periodontia e Qualidade de Vida

Os estudos sugerem uma via de mão dupla, onde a inflamação sistêmica causada pelas doenças au-
toimunes é capaz de induzir a disbiose da microbiota subgengival e progressão para periodontite. A
periodontite então afetaria a resposta imune sistêmica, levando a maior atividade das doenças. Esses
achados reforçam a necessidade de acompanhamento odontológico periodontal de todos os pacientes
diagnosticados com doenças reumáticas, para prevenção de periodontite e melhor controle e resposta
ao tratamento da doença reumática.

Estilo de Vida, Condições


Crônicas Não Transmissíveis
e Periodontite
As condições crônicas não transmissíveis possuem múltiplas causas e fatores de
risco, longos períodos de latência e curso prolongado. São condições de origem
não infecciosa. Dentre elas estão as doenças cardiovasculares, cânceres, diabetes e
doenças respiratórias crônicas, causadas por fatores ligados às condições de vida
dos sujeitos.
As condições crônicas não transmissíveis atingem principalmente as populações
mais vulneráveis, com baixa renda e escolaridade e são o grupo de condições de
maior magnitude no Brasil. O Plano de Enfrentamento dessas condições, lançado
pelo Ministério da Saúde em 2011, tem o objetivo de desenvolver e implementar
políticas públicas efetivas, integradas, sustentáveis e baseadas em evidências para
sua prevenção e controle, bem como de seus fatores de risco, além de apoiar os
serviços de saúde voltados a essas condições.88
Em relação à periodontite, o estado geral de saúde do sujeito é um dos elementos 10 / 11
que pode aumentar o risco de desenvolver periodontite (ver Fig. 1.1.1). Pessoas
com diabetes fora da meta terapêutica, por exemplo, estão em maior risco de de-
senvolver periodontite. Além disso, tabagismo, hábitos de higiene bucal, fatores
dentários locais são variáveis modificáveis e, portanto, importantes para prevenção
e manejo da periodontite.89
Entre 2003 e 2019, o excesso de peso aumentou de 43,3% para 61,7%, entre adultos
no Brasil, em Pesquisa de Saúde divulgada pelo IBGE em 2020. Sabemos que a obe-
sidade é uma condição inflamatória que está associada a aumento da incidência de
periodontite. Alguns estudos transversais mostram que indivíduos com obesidade
têm mais periodontite do que a população com peso regular, e esta associação é
mais forte, à medida que o nível de obesidade aumenta, principalmente com o acú-
mulo de gordura visceral. Há associação mais forte entre periodontite e medidas
antropométricas de acúmulo de gordura visceral (gordura intra-abdominal) do que
entre periodontite e o índice de massa corporal (IMC).90
Os possíveis fatores causais têm por base a inflamação decorrente da cascata de
citocinas, elevadas com o processo de acúmulo de gordura visceral. Este processo
aumentaria a chance para os pacientes suscetíveis à periodontite.
Além disso, sabe-se que a obesidade se inter-relaciona bidirecionalmente com as
doenças periodontais, ou seja, ambas mantêm e pioram entre si o estado pró-infla-
matório, fazendo com que ocorra a manutenção e o progresso de ambas as condi-
ções. A obesidade está intimamente relacionada a diabetes, doenças cardiovascu-
lares, hipertensão, doença hepática gordurosa e câncer, aumentando o risco dessas
condições e mantendo-as.
A periodontite causa respostas inflamatórias locais e sistêmicas que levam ao de-
senvolvimento ou piora da hiperglicemia contribuindo para o aumento dos níveis
de glicose no sangue em indivíduos saudáveis, desenvolvimento de pré-diabetes,
diabetes tipo 2 e diabetes gestacional, diminuição do controle glicêmico em pes-
soas com diabetes e agravamento de complicações do diabetes.

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Perio por Elas
O diabetes também é uma condição metabólica crônica, relacionada à infla-
mação, diagnosticada por hiperglicemia. Os níveis elevados de glicose no
sangue pioram a resposta inflamatória ao biofilme, aumentando a gravida-
de das doenças periodontais. Assim, a periodontite e o diabetes afetam-se
mutuamente de forma negativa. É importante ressaltar que os fatores de
risco são compartilhados para essas duas condições e, assim, ao identificar
e melhorar os fatores de risco relacionados a uma delas, a outra pode ter
sua gravidade diminuída. Essas melhorias incluem: diminuir a quantidade
de açúcar adicionado, parar de fumar, dormir o suficiente e de acordo com o
ritmo circadiano, diminuir ou abolir ingesta alcoólica, aumentar o consumo
de verduras e frutas e praticar exercícios físicos.91
Com a ocorrência de hiperglicemia há, ainda, prejuízo na cicatrização de le-
sões ao redor do ápice dos dentes com infecção e inflamação persistente no
osso maxilar. Nos dentes que sofrem de periodontite, o tratamento leva à
diminuição dos níveis de biomarcadores inflamatórios. Outro fator impor-
tante é que o tratamento para diabetes pode levar à boca seca, contribuindo
para doença cárie e candidíase, além da periodontite. Já a complicação da
neuropatia do diabetes pode levar à glossodinia (síndrome da ardência bucal)
e disgeusia (alterações de paladar) e pode estar envolvida na neuralgia do
trigêmeo e distúrbios da articulação temporomandibular. Tanto a periodon-
tite quanto o diabetes diminuem a qualidade de vida, porém as pessoas com
diabetes vão menos ao dentista do que seus pares sem diabetes.92
É de suma importância que médicos e dentistas se lembrem da associação
entre periodontite e disglicemia (hiperglicemia), já que estas condições se
afetam negativamente. O encaminhamento entre esses profissionais é essen-
cial, com uma abordagem de equipe interprofissional centrada no paciente,
no interesse da melhor saúde possível para seus pacientes em comum.63
Segundo a Organização Mundial de Saúde, dois terços das doenças mundiais
serão resultado de escolhas de “estilo de vida”. Nos Estados Unidos, 15,2%
das mortes estão relacionadas a má escolha dietética e inatividade física.
Todos as Guidelines de tratamento de condições crônicas (American Diabetes
Association, American Heart Association, Task Force Preventive Medicine,
entre outros) colocam como primeira linha no tratamento a “Mudança do
Estilo de Vida”, porém vários fatores fazem com que os profissionais de saú-
de não atribuam tanta importância na utilização dessas recomendações. A
começar pela falta dessa disciplina (mudança de estilo de vida) nos currículos
e a falta de estímulo aos estudantes para participarem desse processo de for-
ma ativa durante a graduação.93
Devemos, como profissionais de saúde, intensificar o aconselhamento de
melhora da alimentação e prática de atividade física, inclusive prescreven-
do-os de forma ativa. Isto leva a um efeito positivo de pequeno a moderado
na mudança do estilo de vida do indivíduo com um Número Necessário para
Tratar (NNT) de 1 para cada 12 aconselhados. Dentro de um serviço estru-
turado interprofissional, é maior o resultado positivo do aconselhamento.
Desta forma, alcançaremos o mesmo sucesso nos programas antitabagismo
e antialcoolismo, que progressivamente vêm obtendo redução nas taxas de
ambas as condições. É importante estabelecer com o indivíduo metas peque-
nas e possíveis, aumentando o número de passos por dia, por exemplo. Além
disso, é salutar que o profissional de saúde se torne um exemplo na busca
pela mudança de estilo de vida.94

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Capítulo 1 Periodontia e Qualidade de Vida

Considerações Finais
As diversas condições que acometem o indivíduo, desde a concepção até a vida
adulta e o envelhecimento, são delineadas por mudanças epigenéticas sobre o pa-
trimônio genético adquirido. A atuação do meio ambiente e do estilo de vida serão
preponderantes em relação ao potencial resolutivo imunológico, aos microbiomas,
e, consequentemente, às condições crônicas não transmissíveis de um modo geral.
Assim, ao se entender a periodontite à luz dos conhecimentos atuais, como uma
condição crônica, não linear, multifatorial, inflamatória, e associada à disbiose, fica
patente a necessidade de se entender essa condição como uma condição sistêmica
e não somente local. Além disso, pelo seu caráter preditor de risco para outras con-
dições crônicas não transmissíveis, a detecção precoce pode servir de alerta para
se estabelecer prevenções e cuidados efetivos. Assim, uma atuação multiprofis-
sional com a intenção de instituir uma saúde global e um estilo de vida condizente
com saúde, é necessária para o paciente com periodontite.

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