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Não é difícil concluir que os grupos de indivíduos que ocupam as prisões, por
exemplo, em sua grande maioria, sejam constituídos por pessoas pobres e
politicamente inexpressivas. Isso ocorre não porque as pessoas pobres possuem
tendências violentas ou criminosas, mas porque as suas práticas agressoras
contam com maiores chances de virem a ser criminalizadas. Diferentemente dos
atos agressores e nocivos à sociedade praticados pela minoria dominante, são as
camadas vulneráveis da sociedade que acabam ocupando as vagas prisionais e
recebendo a etiqueta de delinquentes ou criminosos.
1. Perspectiva biológica
Como os demais seres vivos, o homem luta para sobreviver, seja com outras
espécies, seja com seus próprios pares. A fragilidade e a vulnerabilidade de alguém
podem ser interessantes para aquele que, com ele, trava disputa. Estas situações
icam evidentes diante das inúmeras situações de competição do dia-a-dia ou
quando alguém se vê ameaçado, por exemplo.
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2. Perspectiva epidemiológica
3. Perspectiva etológica
Exemplo
Pesquisas com animais seriam os estudos sobre ratos coninados em
ambientes com elevada densidade populacional (que podem acabar
em canibalismo), bem como as pesquisas sobre as decorrências da
privação de contato físico entre chimpanzés ilhotes e suas mães.
4. Perspectiva econômica
Para Friedrich Engels, todo poder social e toda violência política em uma
determinada sociedade têm as suas raízes nas condições econômicas que
as determinam, assim como no seu regime histórico de produções e de
trocas. (ENGELS, 1990).
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5. Perspectiva antropológica
6. Perspectiva da Criminologia
Importante
Não há uma única “Criminologia”. O atual período é de múltiplas
visões: há autores envolvidos em vários tipos de estudos, relexões,
teorizações, crenças e posicionamentos ideológicos abrigados sob o
grande “guarda-chuva” criminológico.
7. Perspectiva psicanalítica
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8. Perspectiva psicológica
Esta perspectiva trata-se de uma das formas de análise que mais oscila entre o que
seja conhecimento cientíico e o que seja viés ideológico.
Importante
Cabe ressaltar que essas teorias complementam-se e estão
interligadas com a Teoria do Autocontrole e a Teoria do Aprendizado
Social, as quais fazem parte da Perspectiva Sociológica. Desse modo,
é possível constatar, uma vez mais, a imbricação entre as várias áreas
da ciência, pois nem sempre está claro onde encerra uma e onde
começa outra abordagem.
9. Perspectiva sociológica
As Teorias do Consenso recebem esse nome por presumirem uma sociedade com
um perfeito funcionamento de suas instituições. Nesta sociedade, os indivíduos
compartilhariam objetivos comuns a todos os cidadãos, aceitariam as normas e
comungariam das regras sociais dominantes. Um indivíduo que não se adaptasse
ou que praticasse atos fora do previsto ou do estabelecido seria o problema, o
desviado.
O outro conjunto, que surge com a Criminologia Nova ou Crítica, integra as Teorias
do Conlito, segundo as quais a coesão e a ordem da sociedade são obtidas por
meio de algum tipo de força e de coerção, pelo domínio de uns e sujeição de
outros, uma vez que a luta pelo poder é permanente no meio social. Portanto,
seria impossível que as instituições funcionassem com justiça e eicácia para todos
os cidadãos, uma vez que o problema se estabelece na estruturação da sociedade.
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Referências
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Tribunais, 2010.
SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia. 2. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2008.