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AULA 02
TEORIAS DO CONFLITO E DO CONSENSO. ESCOLA DE
CHICAGO. TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL. TEORIA
DA ANOMIA. TEORIA DAS SUBCULTURAS DELINQUENTES.
INTERACIONISMO SIMBÓLICO E TEORIA DO
ETIQUETAMENTO. MOVIMENTOS DE DEFESA SOCIAL E NOVA
DEFESA SOCIAL. DIREITO PENAL DO INIMIGO.
CRIMINOLOGIA CRÍTICA.
SUMÁRIO
1 MODELOS TEÓRICOS ........................................................................ 2
1.1 Criminologia científica e seus modelos teóricos .............................................. 2
1.2 Teorias bioantropológicas, psicodinâmicas e psicopsicológicas. O homem
delinquente .................................................................................................................. 4
1.3 Teorias sociológicas ........................................................................................ 7
1.3.1 Criminologia do consenso ................................................................................ 8
1.3.1.1 Escola de Chicago .................................................................................... 8
1.3.1.2 Teoria da associação diferencial (aprendizagem social ou social learning) ........ 9
1.3.1.3 Teoria das subculturas delinquentes ......................................................... 10
1.3.1.4 Teoria da anomia ................................................................................... 10
1.3.2 Criminologia do conflito ................................................................................. 11
1.3.2.1 Teoria do etiquetamento ou labeling approach ........................................... 11
1.3.2.2 O realismo de esquerda e a esquerda punitiva ........................................... 12
1.3.2.3 Garantismo, minimalismo e abolicionismo penal ......................................... 13
2 RESUMO ............................................................................................................... 16
3 EXERCÍCIOS DA AULA .......................................................................................... 20
4 EXERCÍCIOS COMENTADOS .................................................................................. 25
5 GABARITO ........................................................................................................... 35
Hoje, finalizando nosso pequeno curso, vamos falar sobre diversos temas
importantes da criminologia: teorias do conflito social, teorias do consenso,
etc.
Bons estudos!
Prof. Renan Araujo
1 MODELOS TEÓRICOS
1
“Quando se tem dúvida entre dois presumidos culpados, condena-se o mais feio” (VIANA, Eduardo.
CRIMINOLOGIA, 2º ed. 2014. Ed. Juspodivm. Pág. 24.)
Classificação de GARÓFALO
ASSASSINOS São instintivos, egoístas, aproximando-se dos seres
selvagens e das crianças.
2
GARCÍA –PABLOS DE MOLINA, Antonio. GOMES, Luiz Flavio. Criminologia. Ed. Revista dos Tribunais. 8º
ed. P. 344.
Para esta teoria, portanto, o crime não seria um fenômeno social, mas um
fenômeno normativo, ou seja, o Estado rotula como crime as condutas
que ele pretende sejam consideradas como criminosas. Assim, não existiria
um crime “por natureza”, mas apenas “condutas”, que recebem o rótulo de
criminosas de acordo com os interesses do Estado (que nem sempre protegem
por igual os interesses dos mais diversos grupos sociais, tendendo a conferir
maior proteção aos bens de interesse da classe dominante).3
Além disso, não seriam apenas as condutas (isoladamente consideradas) que
influenciariam na resposta do Estado, mas também a pessoa do indivíduo e sua
posição social.
Portanto, ao desviar o foco do desviante para o processo de criminalização
(e suas seletivas escolhas), a teoria da reação social coloca em xeque os
repressores, ao argumento de que o desviante é mero produto das instâncias
formais de controle na sociedade punitiva.
Teve como principais expoentes GOFFMAN, LEMERT e BECKER.
3
HASSEMER, Winfried. MUÑOZ CONDE, Francisco. Introdución a la Criminologia y al Derecho Penal. Ed.
Tirant lo blanch. Valência, 1989, p. 18
4
Vera Malaguti cita a escola criminológica, derivada da criminologia crítica, denominada realismo de esquerda.
BATISTA, Vera Malaguti. Introdução crítica à criminologia brasileira. Ed. Revan, 2011. p. 104.
5
SILVA SANCHÉZ, Jesús-Maria. La expansión... op. cit., p. 49.
6
Maria Lucia Karam utilizava, já em 1996, o termo “esquerda punitiva”, ainda que sob o enfoque da exigência feita por
esta classe política à repressão aos crimes do colarinho branco. KARAM, Maria Lucia. A esquerda punitiva. 1996. p. 79-
81.
7
SILVA SANCHÉZ, Jesús-Maria. La expansión... op. cit., p. 52-53.
8
O Garantismo penal foi bem desenvolvido por FERRAJOLI, professor da Universidade de Camerino, na
Itália. Para um aprofundamento maior: FERRAJOLI, LUIGI. Direito e razão: teoria do garantismo penal. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002, p. 683 e seguintes.
9
Este termo foi desenvolvido de maneira aprofundada pelo professor alemão, da Universidade de Bonn,
Günther Jakobs. JAKOBS, Günther. La normativización de la dogmática jurídico-penal. Trad. Manuel Cancio
Meliá e Bernardo Feijó Sánchez. 1. ed. Madrid: Ed. Thomson Civitas, 2003, p. 57 e seguintes.
2 RESUMO
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa
sugestão é a de que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao início da aula seguinte, como forma de
“refrescar” a memória. Além disso, segundo a organização
de estudos de vocês, a cada ciclo de estudos é fundamental
retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em
compreender alguma informação, não deixem de retornar à
aula.
Criminologia científica - A criminologia enquanto ciência só surge no final do
século XIX, e apesar de romper com o modelo criminológico pré-científico, se
valeu de algumas contribuições destas “pseudociências” para seu
desenvolvimento.
Pré-cientificamente:
DEMONOLOGIA
FISIONOMIA
FRENOLOGIA
PSIQUIATRIA
Teoria sociológicas
Sociedade criminógena - Uma sociedade que PRODUZ CRIME.
Teoria do consenso ou “criminologia do consenso” - Parte da premissa de
que a sociedade é formada por uma séria de valores fundamentais consensuais,
que devem ser protegidos e promovidos por todos. Assim, o Direito Penal nada
mais seria que uma ferramenta para a defesa destes valores comuns a todos os
indivíduos.
Teoria do conflito ou “criminologia do conflito” - A criminologia do
conflito, por sua vez, verifica a sociedade não como um todo coeso e harmônico,
fundado em valores comuns a todos os indivíduos, e sim um campo de batalha
entre classe dominante e dominada. Partindo deste viés marxista, as teorias
decorrentes desta ideia vão estabelecer que o Direito Penal nada mais é que uma
ferramenta a serviço da classe dominante, de forma a garantir a manutenção do
status quo, coagindo a classe dominada a “andar na linha”. Denuncia a
seletividade do Sistema Penal.
CRIMINOLOGIA DO CONSENSO
Escola de Chicago - A Escola de CHICAGO e sua explicação ECOLÓGICA
do crime talvez seja a principal escola criminológica moderna. PARK foi o principal
expoente desta Escola. Este autor analisou o crescimento populacional na cidade
de Chicago no começo do século XX e, com suas observações, a Escola de Chicago
chegou à conclusão de que o fenômeno delitivo estava relacionado diretamente
ao conglomerado urbano e suas características (multiculturais, étnicas, etc.).
Também se chegou à conclusão de que a delinquência era mais concentrada em
determinadas áreas, e tal concentração seria fruto, dentre outras coisas, da
desorganização social destas áreas.
Escolas que derivam da Escola de Chicago:
ECOLÓGICA (DESORGANIZAÇÃO SOCIAL) - Para esta teoria o
progresso leva a criminalidade aos grandes centros urbanos. Propõe que a
estabilidade e a integração contribuem para a ordem social, enquanto a
desordem social e a ausência de integração entre os indivíduos contribuem
para índices mais elevados de criminalidade
ESPACIAL - Defendia a reestruturação arquitetônica das cidades como
forma de prevenção do delito, inclusive como forma de permitir maior
controle sobre as pessoas. Teve em OSCAR NEWMAN seu maior expoente.
JANELAS QUEBRADAS - Para esta teoria a repressão dos menores delitos
é ABSOLUTAMENTE INDISPENSÁVEL para inibir a prática dos delitos mais
graves.
TOLERÂNCIA ZERO - A teoria da tolerância zero decorre naturalmente
da ideia defendida pela teoria das janelas quebradas. Trata-se de uma
política criminal de repressão a toda e qualquer conduta desviante, por
Teoria das subculturas delinquentes - Tal teoria acaba defende que a conduta
delitiva não seria um reflexo negativo da desorganização social e outras mazelas
da sociedade contemporânea. Para esta teoria todo agrupamento humano é
dotado de subculturas, com uma filosofia de vida e regras próprias. Desta forma,
é possível que algumas destas subculturas possuam valores que se
contraponham aos valores da cultura dominante e, em razão disso, o delito não
derivaria de uma predisposição à violação da Lei, e sim um mero reflexo
destas diferenças culturais.
CRIMINOLOGIA DO CONFLITO
Teoria do etiquetamento ou labeling approach - Para esta teoria, também
chamada de “teoria da reação social”, o crime não seria um fenômeno social, mas
um fenômeno normativo, ou seja, o Estado rotula como crime as condutas
que ele pretende sejam consideradas como criminosas. Assim, não existiria
um crime “por natureza”, mas apenas “condutas”, que recebem o rótulo de
criminosas de acordo com os interesses do Estado (que nem sempre protegem
por igual os interesses dos mais diversos grupos sociais, tendendo a conferir
maior proteção aos bens de interesse da classe dominante). Teve como
principais expoentes GOFFMAN, LEMERT e BECKER.
Vertentes abolicionistas:
Abolicionismo imediato – Defendido, dentre outros, por LOUCK
HULSMAN, prega a imediata supressão do Direito Penal e sua substituição
imediata do Direito Penal por outros métodos de solução de conflitos
(composição civil dos danos, etc.).
Abolicionismo mediato – Também conhecido como minimalismo radical,
prega que o ideal seria a abolição do Direito Penal, mas a realidade impõe
a manutenção de tal sistema, já que seria impossível sua supressão sem
Bons estudos!
Prof. Renan Araujo
3 EXERCÍCIOS DA AULA
4 EXERCÍCIOS COMENTADOS
5 GABARITO
1. CORRETA
2. ERRADA
3. ERRADA
4. CORRETA
5. CORRETA
6. ALTERNATIVA A
7. ALTERNATIVA B
8. ALTERNATIVA C
9. ALTERNATIVA E
10. CORRETA
11. CORRETA
12. ALTERNATIVA D
13. ALTERNATIVA E
14. ALTERNATIVA B
15. ERRADA
16. ALTERNATIVA E
17. ALTERNATIVA A
18. ALTERNATIVA D
19. ALTERNATIVA B
20. ALTERNATIVA E
21. ALTERNATIVA A