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ASPECTOS DA CRIMINOLOGIA
PERÍODO PRÉ-CIENTÍFICO
- Textos esparsos da Antiguidade, como, por exemplo, Sócrates (importância da
ressocialização), Hipócrates (premissas de inimputabilidade penal ao insano mental), Platão
(fatores econômicos geram criminalidade).
Características:
[ENFOQUE EMPÍRICO]
Idade Média: Europa feudal e religião dominante era o Cristianismo, com poder político da
igreja. O dellito era pecado e o delinquente, pecador. Na produção de provas, admitiam-se
ordálios (juízos de deus - ex: teste paternidade bacia com óleo, pegar pedra, queimaduras -
prova era feita com base na força e sofrimento perante a Deus).
- Santo Agostinho (354 a 430 d.C): pena é medida de defesa social, intimida e promove a
ressocialização do delinquente --> pena é proteção da sociedade.
- São Tomás de Aquino (1.226 a 1.274 d.C): Pobreza grande casa do roubo e deveriam ser
levadas em consideração as condições de miséria. Ideia de justiça distributiva "dar a cada um o
que é seu".
Século XVI: Thomas Morus (Utopia, de 1516): o delito conectava-se a vários motivos, mas
destacavam-se a desorganização social e a pobeza (fator socioeconômico).Proposta de que os
poderes públicos arbitrassem medidas para que delinquentes trabalhassem para as vítimas, para
compensar o dano.
Fisionomistas (séc. XVII e XVIII): como Della Porta e Joahnn Kaspar Lavater, estudavam
aparência externa dos delinquentes (relação entre somático - corpo - e psíquico), buscando
verificar características físicas de matriz criminosa.
Beleza (não há propensão á prática delituosa) x Feiura (há propensão á prática delituosa)
Referências: Código de Manu, Eximenes. São Jerônimo: "a face é o espelho da alma e os olhos,
mesmo calados, confessam os segredos do coração);
Utilizavam o "Édito de Valério" - presunção de culpabilidade pela feiura;
Marquês de Moscardi (juiz napolitano) - beleza do condenado para aferir o julgamento;
Lavater: "homem de maldade natural" (retrato robô) - homem semelhante a animal.
--> Protagonismo do criminoso: ele é a principal pessoa a ser investigada.
--> Juízes sentenciam pessoas, não casos.
Obs: no fundo guarda uma carga grande de preconceito e descriminação pelos estrangeiros.
Problema: analisa-se as pessoas que foram condenadas, logo, nao analisa-se as que não foram
condenadas. Porém existem pessoas que cometeram crimes e não foram condenadas, e é
possível que pessoas condenadas não tenham cometido crimes.
Final do Século XVIII: surgimento da Escola Clássica (“iluminismo penal”) Cesare Beccaria,
Francesco Carrara e Giovanni Carmignani.
Legado liberal, racionalista e humanista do iluminismo.
Inspirações iluministas que se voltam para a base do iluminismo – ser humano como o centro
da terra – racionalismo – há uma busca de regras gerais quanto ser racional – poder de
gerenciamento. Legado liberal, racionalista e humanista – LOGO vai ser contrário a vários
pressupostos que haviam até então, ex: o juízo de Deus (ordálios);
A razão que guia o pensamento humano, que deve ser científico (abstrato);
Pensamento mágico e sobrenatural (idade média) cede espaço para o pensamento abstrato
(racional). = grande rompante.
Montesquieu: política criminal deve enfatizar primeiramente a prevenção do delito – é mais
importante prevenir do que castigar – há uma decisão, homem não é guiado apenas aos seus
impulsos. Homem que será punido é um ser racional, e como ser racional ele pode aprender a
não cometer mais crimes, pois uma hora ele irá voltar para a sociedade, e é melhor que tenha
aprendido algo.
Voltaire: Pela legalidade e redução do arbítrio; juízes devem ser escravos da lei, não seus
arbítrios. Pena deve ser proporcional (à personalidade criminosa do autor, natureza do ato,
escândalo produzido e necessidade de exemplo à sociedade)
Rousseau: crime surge com “O contrato social”, etapa necessária da passagem do estado natural
à sociedade organizada pelo Estado. O homem é naturalmente bom, a sociedade o perverte.
Crime demonstra má-estruturação do pacto social e da desorganização estatal. (o crime advém
porque a sociedade ainda não está plenamente organizada, decorre de sua má estruturação,
problemas).
ESCOLA CLÁSSICA
Cesare Beccaria – “Dos delitos e das penas” grande protagonista análise de como se
apresentava o direito penal daquele momento (idade média) e defendia postulados
iluministas, voltados para a razão/razoabilidade das penas, voltados para a condição humana.