Você está na página 1de 2

O período pré-científico abrange da antiguidade até o final do século XVIII, com Beccaria e

Lombroso, que serão melhor abordados mais adiante.

Inicia-se com o Código de Hamurabi, que tinha como base a lei de talião. O código estabelecia
diferentes julgamentos e distinções entre pobres e ricos, além de explicar os crimes sob perspectivas
religiosas e sobrenaturais.

O delito era visto como um tabu ou um pecado; o crime era definido com base nos valores éticos
e morais da época. Diz-se, daí, que a pena era punição, e a punição tinha suas bases na moralidade.

No século XVI, período da Antropologia Criminal, Thomas Morus, em sua obra Utopia,
apresentava o crime como reflexo da sociedade, observando a delinquência como consequência
da desorganização social e da pobreza. A busca pela riqueza era a causadora de todos os males.

No século XVIII, surgiram os estudos sobre fisionomia, com Juan Batista e Kaspar Lavater
(chamados, então, fisionomistas). Buscavam provar a relação entre o físico e o psicológico dos
indivíduos, na crença de que um criminoso já nasce nessa condição e se pode constatar isso por
meio de seu fenótipo.

Della Porta relacionava a fisionomia dos criminosos com a dos animais selvagens,
frequentemente estudando formatos de caixas cranianas. Tais estudos eram encorajados pelo
Imperador Valério e, nessa época, havia de fato muitas condenações aplicadas a partir de
características estéticas. Veja esta afirmação judicial com a qual se iniciava a prolação de sentença:

"Ouvidas as testemunhas de acusação e de defesa, e observada a face e


cabeça, condeno Fulano de Tal a..."

A fisionomia inspirou os estudos de cranioscopia, por Franz Joseph Gall e Jonh Gaspar Spurzheim,
que se aprofundaram no estudo da personalidade humana relacionada às dimensões do crânio. Gall
chegou a elaborar um mapa de formatos e saliências da caixa craniana que seriam capazes de indicar
com precisão a tendência de conduta do indivíduo.

Essa tendência poderia ir desde a passividade absoluta à rebeldia incontrolável, passando pela
bondade ou maldade, honestidade ou desonestidade e, ainda, inteligência ou falta dela.

Após, surgiram os estudos de frenologia, pelos mesmos autores, que nada mais era que o estudo
aprofundado de todo o físico humano e a busca de relacioná-lo com a natureza do indivíduo.
Essa foi a precursora da neurofisiologia, que viria a concentrar-se no crime como resultado de um
indivíduo doente, de personalidade psicopática.

Modelo Positivista

Dentro do Modelo Positivista, o livre-arbítrio perde valor. Trata-se, aqui, de um grupo bastante
eclético de teorias, que possuem em comum a busca pelas causas do delito. É, portanto, um modelo
em que ganha força a etiologia criminal. Segundo o fator considerado preponderante na explicação
das causas do delito, as teorias são divididas em:

- Biológicas: Antropometria, Antropologia, Biotipologia e Neurofisiologia.


- Psicológicas: Psiquiatria, Psicologia e Psicanálise.
- Sociológicas: Sociologia Criminal.

1) BIOLÓGICAS:
- Analisa o corpo do criminoso – o delinquente é diferente do não delinquente.

Antropometria – ALBERT BERTILLON.


- Características corporais podem mostrar quem é delinquente.

Antropologia – CHARLES GORING.


- Existência de um tipo humano criminoso, que é inferior, degenerado, com carga hereditária –
Goring foi rebatido por Hooton, para ele o criminoso era um ser organicamente inferior (havia
traços corporais ligados a certos tipos de criminosos.)

Biotipologia - ERNST KRETSCHMER.


- Os seres humanos são classificados em tipos, destacando o predomínio de um órgão ou
função. A cada tipo físico ou corporal corresponderiam traços caracterológicos ou
temperamentais próprios.
Exemplo: Os atléticos seriam os mais criminosos, com alta taxa de violência.

Você também pode gostar