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 ESCOLA POSITIVA

 Finais do sec. XIX


 Início sec. XX
 Principais representantes:

 Cesare Lombroso (1835-1909)

 Enrico Ferri (1856-1929) e

 Raphael Garofalo (1851-1934)


 A Escola Positiva, para fins didáticos, é
dividida em três etapas: a antropológica,
de Cesare Lombroso; a sociológica, de
Enrico Ferri e a jurídica, de Raffaele
Garofalo.
 O seu ponto de partida é uma
contundente reação contra a Escola
Clássica, sobretudo contra a sua
metodologia lógico-dedutiva; e aí reside
o que constitui o contributo fundamental
desta Escola: o recurso decidido à
aplicação do método científico no
estudo do crime.
 A criminologia abandonou o terreno da
abstração em que se colocara ao tempo
da chamada Escola Clássica, passando
para o concretismo das verificações
objetivas sobre o delito e,
fundamentalmente, sobre o criminoso.
 Os positivistas negaram totalmente a
noção clássica de um homem racional
capaz de exercer seu livre arbítrio. O
positivista sustentava que o delinquente
se revelava automaticamente em suas
ações e que estava impulsionado por
forças que ele mesmo não tinha
consciência .
 O positivismo está estreitamente ligado
à busca metódica sustentada no
experimental, rechaçando noções
religiosas, morais, apriorísticas ou
conceitos abstratos, universais ou
absolutos. O que não fosse
demonstrável materialmente, por via de
experimentação reproduzível, não podia
ser científico.

Surgiu a necessidade imperiosa de
pesquisar profundamente o coeficiente
humano que existe na ação delituosa.
 A Escola Positiva surgiu no contexto de um
acelerado desenvolvimento das ciências sociais
(Antropologia, Psiquiatria, Psicologia, Sociologia,
estatística etc). Esse fato determinou de forma
significativa uma nova orientação nos estudos
criminológicos. Ao abstrato individualismo da
Escola Clássica, a Escola Positiva opôs a
necessidade de defender mais enfaticamente o
corpo social contra a ação do delinquente,
priorizando os interesses sociais em relação aos
indivíduos.
 Estuda as causas do crime. Afirma que
este é o resultado de deformações e
malformações congênitas, biológicas,
físicas e psicológicas. O homem delínque
não porque quer e sim porque é doente.
Logo, a pena, aqui, não é castigo, e sim,
tratamento. O homem é um criminoso
nato, já nasce com tendência a delinquir,
a violar as leis e é identificado pelo seu
perfil físico biológico.
 Essa escola, sofreu influência da
doutrina evolucionista (Darwin);
sociológica (Augusto Comte);
frenológica (Gall); fisionômica (Lavater)
 Esse movimento desencadeou na criação
da Antropologia Criminal por intermédio de
Cesare Lombroso, médico, psiquiatra,
antropólogo e professor da Universidade de
Turim, que considerou o delinquente sob o
prisma das ciências aplicando ao exame da
criminalidade, a mesma estratégia utilizada
no conhecimento da natureza humana.
 Lombroso publica em 1876 L’ Uomo
delinquente, inaugurando-se com ele um
novo período da criminologia, denominado
"cientifico“, onde expôs em detalhe suas
observações e teorias convertendo-o em
celebridade. Em 1885, realizou-se em
Roma um Primeiro Congresso de
Antropologia Criminal, e as teses e
propostas de Lombroso obtiveram grande
sucesso e reconhecimento científico.
 Lombroso emprestou algumas ideias dos
fisionomistas para fazer seu próprio retrato
do delinquente. Examinava profundamente
as características fisionómicas com dados
estatísticos que verificava desde a estrutura
do tórax ate o tamanho das mãos e das
pernas. A quantidade de cabelo, estatura,
peso, incidência maior ou menor de barba,
enfim, tudo era detalhadamente analisado.
 Adotou parâmetros frenológicos para
examinar as cabeças, pesando-as,
medindo-as e conferindo grande sentido
científico nos estudos do criminoso nato
 Suas pesquisas envolviam tópicos como
capacidade craniana, capacidade cerebral,
circunferência, formato, diâmetro, feição,
índices nasais, detalhes da mandibula, fossa
occipital (diferente nos criminosos natos),
dados esses que eram distribui- dos conforme
a região da Itália. Assim, havia estudos de
crânios estenocéfalos e sua relação
geográfica com a Sicília e a Sardenha,
enquanto os oligocéfalos eram mais
frequentes em outras regiões
 Dos antropólogos que Ihe precederam
extraiu o conceito de atavismo e de
espécie não evolucionada, alem de
utilizar o conceito de criminoso nato.
 Da psiquiatria emprestou a análise da
degeneração dos loucos morais, muito
útil para construir seu pensamento e
explicar a existência dos primeiros
delinquentes.
 A contribuição principal de Lombroso
para a Criminologia não reside tanto em
sua famosa tipologia (onde destaca a
categoria do "delinquente nato") ou em
sua teoria criminológica, senão no
método que utilizou em suas
investigações: o método empírico.
 O fator aglutinante do positivismo
criminológico em torno de suas ideias
decorreu em grande medida de ter sido
ele o primeiro desses autores, além de
trazer seu pensamento como um todo
articulado, a fazer a defesa do método
empírico-indutivo ou indutivo-
experimental
 Lombroso afirmava ser o crime um
fenómeno biológico e não um ente
jurídico (como sustentavam os
clássicos), razão pela qual o método
que deve ser utilizado para o seu estudo
havia de ser o experimental (indutivo).
 Sua teoria do delinquente nato foi
formulada com base em resultados de
mais de quatrocentas autópsias de
delinquentes e seis mil análises de
delinquentes vivos; e o atavismo que,
conforme o seu ponto de vista,
caracteriza o tipo criminoso, contou com
o estudo minucioso de vinte e cinco mil
reclusos de prisões européias
 Lombroso afirmava ser o criminoso um
ser atávico que representa a regressão
do homem ao primitivismo. É um
selvagem que já nasce delinquente.
 Segundo Lombroso, criminosos e não-
criminosos se distinguem entre si em
virtude de uma rica gama de anomalias
e estigmas de origem atávica ou
degenerativa .

Para Lombroso o criminoso seria caracterizado
por sinais físicos e psíquicos.
 Tais estigmas físicos do criminoso nato,
constavam de particularidades de forma do
cranio e da face, cara larga e chata, grande
desenvolvimento das maças do rosto, fartas
sobrancelhas, molares proeminentes, orelhas
grandes e deformadas, dessimetria corporal,
grande envergadura de braços, mãos e pés.
 Os estigmas ou sinais psíquicos
caracterizavam o criminoso nato (como
sensibilidade a dor diminuída (eis
porque, os criminosos comumente se
tatuariam) crueldade, leviandade,
aversão ao trabalho, instabilidade,
vaidade, tendências a supertições e
precocidade sexual.

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